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É reconhecido e prestigiado pela excelência de seus trabalhos em Administração e em Recursos Humanos, não só pela sua produção e contribuição literária, mas principalmente pela influência na definição e aplicação de modernos e inovadores conceitos administrativos às organizações bem-sucedidas. É um dos autores nacionais mais conhecidos e respeitados na área de Administração de Empresas e Recursos Humanos. Doutor e Mestre em Administração pela City University Los Angeles, Califórnia, EUA, especialista em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (EAESP-FGV), graduado em Filosofia e Pedagogia, com especialização em Psicologia Educacional, pela Universidade de São Paulo (USP), e em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foi professor da EAESP-FGV e é professor honorário de várias universidades no exterior. Ocupa a cátedra imortal n. 41 da Academia Brasileira de Ciências da Administração. Sua extensa bibliografia abrange quase 40 livros de grande destaque no mercado, além de uma infinidade de artigos em revistas especializadas. Publicou 17 livros sobre Administração e Recursos Humanos traduzidos para a língua espanhola. Recebeu vários prêmios e distinções (como dois títulos de Doutor Honoris Causa por universidades estrangeiras) pela sua contribuição à Administração Geral e de Recursos Humanos. É um dos autores nacionais mais conhecidos e respeitados na área de Administração de Empresas e Recursos Humanos. Doutor e Mestre em Administração pela City University Los Angeles, Califórnia, EUA, especialista em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (EAESP-FGV), graduado em Filosofia e Pedagogia, com especialização em Psicologia Educacional, pela Universidade de São Paulo (USP), e em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foi professor da EAESP-FGV e é professor honorário de várias universidades no exterior. Ocupa a cátedra imortal n. 41 da Academia Brasileira de Ciências da Administração. Sua extensa bibliografia abrange quase 40 livros de grande destaque no mercado, além de uma infinidade de artigos em revistas especializadas. Publicou 17 livros sobre Administração e Recursos Humanos traduzidos para a língua espanhola. Recebeu vários prêmios e distinções (como dois títulos de Doutor Honoris Causa por universidades estrangeiras) pela sua contribuição à Administração Geral e de Recursos Humanos. www.chiavenato.com Gestão de pessoas Gestão de pessoas O novo papel dos recursos humanos nas organizações Idalberto Chiavenato Mestre (M.B.A.) e Doutor (Ph.D.) em Administração de Empresas pela City University of Los Angeles, Califórnia, EUA Quarta edição Copyright © 2014 Editora Manole Ltda., por meio de contrato de coedição com o autor. Editor gestor: Walter Luiz Coutinho Editora: Karin Gutz Inglez Produção editorial: Cristiana Gonzaga S. Corrêa, Juliana Morais e Janicéia Pereira Capa: Rafael Zemantauskas Projeto gráfico e diagramação: Anna Yue Yamanari Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Chiavenato, Idalberto Gestão de pessoas : o novo papel dos recursos humanos nas organizações / Idalberto Chiavenato. -- 4. ed. -- Barueri, SP : Manole, 2014. Bibliografia. ISBN 978-85-204-4549-5 1. Administração de pessoal 2. Recursos humanos I. Título. CDD-658.3 13- 12254 Índice para catálogo sistemático: 1. Recursos humanos : Gestão : Administração de pessoal 658.3 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer processo, sem a permissão expressa dos editores. É proibida a reprodução por xerox. Foi professor da EAESP-FGV e é professor honorário de várias universidades no exterior. Ocupa a cátedra imortal n. Publicou 17 livros sobre Administração e Recursos Humanos traduzidos para a língua espanhola. Recebeu vários prêmios e distinções (como dois títulos de Doutor Honoris Causa por universidades estrangeiras) pela sua contribuição à Administração Geral e de Recursos Humanos. www.chiavenato.com Gestão de pessoas Gestão de pessoas O novo papel dos recursos humanos nas organizações Idalberto Chiavenato Mestre (M.B.A.) e Doutor (Ph.D.) em Administração de Empresas pela City University of Los Angeles, Califórnia, EUA Quarta edição Copyright © 2014 Editora Manole Ltda., por meio de contrato de coedição com o autor. Editor gestor: Walter Luiz Coutinho Editora: Karin Gutz Inglez Produção editorial: Cristiana Gonzaga S. Corrêa, Juliana Morais e Janicéia Pereira Capa: Rafael Zemantauskas Projeto gráfico e diagramação: Anna Yue Yamanari Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Chiavenato, Idalberto Gestão de pessoas : o novo papel dos recursos humanos nas organizações / Idalberto Chiavenato. -- 4. ed. -- Barueri, SP : Manole, 2014. Bibliografia. ISBN 978-85-204-4549-5 1. Administração de pessoal 2. Recursos humanos I. Título. CDD-658.3 13-12254 Índice para catálogo sistemático: 1. Recursos humanos : Gestão : Administração de pessoal 658.3 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer processo, sem a permissão expressa dos editores. É proibida a reprodução por xerox. A Editora Manole é filiada à ABDR – Associação Brasileira de Direitos Reprográficos. 4a Edição – 2014 1a reimpressão da 4a edição – 2014 Direitos adquiridos pela: Editora Manole Ltda. Avenida Ceci, 672 – Tamboré 06460-120 – Barueri – SP – Brasil Tel.: (11) 4196-6000 – Fax: (11) 4196-6021 www.manole.com.br [email protected] Este livro contempla as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009. São de responsabilidade do autor as informações contidas nesta obra. À pequena, mas valorosa equipe que enriquece a minha vida: minha querida esposa Rita, meus filhos Luciana, Ricardo e Rinaldo, meus netos Daniela, Camila, Lucas e Pedro, e minha bisneta Nicole, minha família, meu refúgio, meu ninho e meu mundo encantado. A toda esta minha querida equipe, dedico este livro com muito amor e carinho. SUMÁRIO Prefácio – IX COMO USAR ESTE LIVRO – XI EMPRESAS CITADAS NESTE LIVRO – XIII PARTE I – OS NOVOS DESAFIOS DA GESTÃO DE PESSOAS 1 Cap. 1 – Introdução à Moderna Gestão de Pessoas 5 Cap. 2 – A Gestão de Pessoas em um Ambiente Dinâmico e Competitivo 31 Cap. 3 – Planejamento Estratégico de Gestão de Pessoas 55 PARTE II – AGREGANDO PESSOAS 91 Cap. 4 – Recrutamento de Pessoas 93 Cap. 5 – Seleção de Pessoas 117 PARTE III – APLICANDO PESSOAS 149 Cap. 6 – Orientação das Pessoas 153 Cap. 7 – Modelagem do Trabalho 173 Cap. 8 – Avaliação do Desempenho Humano 209 PARTE IV – RECOMPENSANDO PESSOAS 237 Cap. 9 – Remuneração 239 Cap. 10 – Programas de Incentivos 265 Cap. 11 – Benefícios e Serviços Sociais 289 PARTE V – DESENVOLVENDO PESSOAS 307 Cap. 12 – Treinamento 309 Cap. 13 – Desenvolvimento de Pessoas e de Organizações 335 PARTE VI – MANTENDO PESSOAS 373 Cap. 14 – Relações com Empregados 375 Cap. 15 – Saúde e Qualidade de Vida 401 PARTEVII – MONITORANDO PESSOAS 431 Cap. 16 – Banco de Dados e Sistemas de Informações de Gestão de Pessoas 433 PARTE VIII – O FUTURO DA GESTÃO DE PESSOAS 455 Cap. 17 – Avaliação da Função de Gestão de Pessoas 457 Índice remissivo 489 O conteúdo adicional a esta obra está disponível em www.manoleeducacao.com.br. Entre no site e faça seu cadastro para ter acesso. VII Prefácio Falar de gestão de pessoas é falar de gente, do componente humano das organizações, de cultura e mentalidade, de inteligência, de energia e vitalidade, ação e proação. A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem passado por mudanças e transformações nesses últimos anos. Não somente nos seus aspectos tangíveis e concretos, como principalmente nos aspectos conceituais e intangíveis. A visão que se tem hoje da área é totalmente diferente de sua tradicional configuração, quando recebia o nome de administração de recursos humanos (ARH). Muita coisa mudou. O objetivo central deste livro é mostrar as novas características e o novo perfil dessa área de atividade. A gestão de pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem-sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da Informação. Recebeu vários prêmios e distinções (como dois títulos de Doutor Honoris Causa por universidades estrangeiras) pela sua contribuição à Administração Geral e de Recursos Humanos. www.chiavenato.com Gestão de pessoas Gestão de pessoas O novo papel dos recursos humanos nas organizações Idalberto Chiavenato Mestre (M.B.A.) e Doutor (Ph.D.) em Administração de Empresas pela City University of Los Angeles, Califórnia, EUA Quarta edição Copyright © 2014 Editora Manole Ltda., por meio de contrato de coedição com o autor. Editor gestor: Walter Luiz Coutinho Editora: Karin Gutz Inglez Produção editorial: Cristiana Gonzaga S. Corrêa, Juliana Morais e Janicéia Pereira Capa: Rafael Zemantauskas Projeto gráfico e diagramação: Anna Yue Yamanari Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Chiavenato, Idalberto Gestão de pessoas : o novo papel dos recursos humanos nas organizações / Idalberto Chiavenato. -- 4. ed. -- Barueri, SP : Manole, 2014. Bibliografia. ISBN 978-85-204-4549-5 1. Administração de pessoal 2. Recursos humanos I. Título. CDD-658.3 13-12254 Índice para catálogo sistemático: 1. Doutor e Mestre em Administração pela City University Los Angeles, Califórnia, EUA, especialista em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (EAESP-FGV), graduado em Filosofia e Pedagogia, com especialização em Psicologia Educacional, pela Universidade de São Paulo (USP), e em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foi professor da EAESP-FGV e é professor honorário de várias universidades no exterior. Ocupa a cátedra imortal n. 41 da Academia Brasileira de Ciências da Administração. Sua extensa bibliografia abrange quase 40 livros de grande destaque no mercado, além de uma infinidade de artigos em revistas especializadas. Publicou 17 livros sobre Administração e Recursos Humanos traduzidos para a língua espanhola. Recebeu vários prêmios e distinções (como dois títulos de Doutor Honoris Causa por universidades estrangeiras) pela sua contribuição à Administração Geral e de Recursos Humanos. www.chiavenato.com Gestão de pessoas Gestão de pessoas O novo papel dos recursos humanos nas organizações Idalberto Chiavenato Mestre (M.B.A.) e Doutor (Ph.D.) em Administração de Empresas pela City University of Los Angeles, Califórnia, EUA Quarta edição Copyright © 2014 Editora Manole Ltda., por meio de contrato de coedição com o autor. Editor gestor: Walter Luiz Coutinho Editora: Karin Gutz Inglez Produção editorial: Cristiana Gonzaga S. Corrêa, Juliana Morais e Janicéia Pereira Capa: Rafael Zemantauskas Projeto gráfico e diagramação: Anna Yue Yamanari Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Chiavenato, Idalberto Gestão de pessoas : o novo papel dos recursos humanos nas organizações / Idalberto Chiavenato. -- 4. ed. -- Barueri, SP : Manole, 2014. Bibliografia. ISBN 978-85-204-4549-5 1. Administração de pessoal 2. Recursos humanos I. Título. CDD-658.3 13-12254 Índice para catálogo sistemático: 1. Recursos humanos : Gestão : Administração de pessoal 658.3 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer processo, sem a permissão expressa dos editores. É proibida a reprodução por xerox. A Editora Manole é filiada à ABDR – Associação Brasileira de Direitos Reprográficos. 4a Edição – 2014 1a reimpressão da 4a edição – 2014 Direitos adquiridos pela: Editora Manole Ltda. Avenida Ceci, 672 – Tamboré 06460-120 – Barueri – SP – Brasil Tel.: (11) 4196-6000 – Fax: (11) 4196-6021 www.manole.com.br [email protected] Este livro contempla as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009. São de responsabilidade do autor as informações contidas nesta obra. À pequena, mas valorosa equipe que enriquece a minha vida: minha querida esposa Rita, meus filhos Luciana, Ricardo e Rinaldo, meus netos Daniela, Camila, Lucas e Pedro, e minha bisneta Nicole, minha família, meu refúgio, meu ninho e meu mundo encantado. A toda esta minha querida equipe, dedico este livro com muito amor e carinho. SUMÁRIO Prefácio – IX COMO USAR ESTE LIVRO – XI EMPRESAS CITADAS NESTE LIVRO – XIII PARTE I – OS NOVOS DESAFIOS DA GESTÃO DE PESSOAS 1 Cap. 1 – Introdução à Moderna Gestão de Pessoas 5 Cap. 2 – A Gestão de Pessoas em um Ambiente Dinâmico e Competitivo 31 Cap. 3 – Planejamento Estratégico de Gestão de Pessoas 55 PARTE II – AGREGANDO PESSOAS 91 Cap. 4 – Recrutamento de Pessoas 93 Cap. 5 – Seleção de Pessoas 117 PARTE III – APLICANDO PESSOAS 149 Cap. 6 – Orientação das Pessoas 153 Cap. 7 – Modelagem do Trabalho 173 Cap. 8 – Avaliação do Desempenho Humano 209 PARTE IV – RECOMPENSANDO PESSOAS 237 Cap. 9 – Remuneração 239 Cap. 10 – Programas de Incentivos 265 Cap. 11 – Benefícios e Serviços Sociais 289 PARTE V – DESENVOLVENDO PESSOAS 307 Cap. 12 – Treinamento 309 Cap. 13 – Desenvolvimento de Pessoas e de Organizações 335 PARTE VI – MANTENDO PESSOAS 373 Cap. 14 – Relações com Empregados 375 Cap. 15 – Saúde e Qualidade de Vida 401 PARTE VII – MONITORANDO PESSOAS 431 Cap. 16 – Banco de Dados e Sistemas de Informações de Gestão de Pessoas 433 PARTE VIII – O FUTURO DA GESTÃO DE PESSOAS 455 Cap. 17 – Avaliação da Função de Gestão de Pessoas 457 Índice remissivo 489 O conteúdo adicional a esta obra está disponível em www.manoleeducacao.com.br. Entre no site e faça seu cadastro para ter acesso. VII Prefácio Falar de gestão de pessoas é falar de gente, do componente humano das organizações, de cultura e mentalidade, de inteligência, de energia e vitalidade, ação e proação. A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem passado por mudanças e transformações nesses últimos anos. Não somente nos seus aspectos tangíveis e concretos, como principalmente nos aspectos conceituais e intangíveis. A visão que se tem hoje da área é totalmente diferente de sua tradicional configuração, quando recebia o nome de administração de recursos humanos (ARH). Muita coisa mudou. O objetivo central deste livro é mostrar as novas características e o novo perfil dessa área de atividade. A gestão de pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem-sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da Informação. Com a globalização dos negócios e o intenso desenvolvimento tecnológico, o forte impacto das mudanças e das transformações, está surgindo uma eloquente constatação na maioria das organizações: o grande diferencial e a principal vantagem competitiva da empresa decorre das pessoas que trabalham nela. São as pessoas que mantêm e conservamo status quo já existente, e são elas – apenas elas – que geram e fortalecem a imaginação, a criatividade e a inovação e o que deverá vir a ser. São as pessoas que produzem, vendem, servem ao cliente, tomam decisões, lideram, motivam, comunicam, supervisionam, gerenciam e dirigem os negócios das empresas. Inclusive dirigem outras pessoas. Muito embora as organizações não sejam criadas apenas para ter pessoas, não existem organizações sem a presença delas. Na realidade, as organizações são conjuntos integrados de pessoas. Ao se falar em organizações, forçosamente se fala em pessoas que as representam, que as vivificam e proporcionam inteligência e que lhes dão personalidade própria. A maneira pela qual as pessoas se comportam, decidem, atuam, trabalham, executam, melhoram suas atividades, cuidam dos clientes e tocam os negócios das empresas varia em muitas dimensões. E essa variação depende, em grande parte, das políticas e diretrizes das organizações a respeito de como lidar com as pessoas em suas atividades. Em muitas organizações, falava-se, até há pouco tempo, em relações industriais – uma visão burocratizada que vem desde o final da Revolução Industrial e que encontrou seu auge na década de 1950. Em outras organizações, fala-se em ARH, em uma visão mais dinâmica, mas generalista, e que predominou até 1990. Em algumas outras organizações mais sofisticadas, fala-se agora em gestão de pessoas, com uma abordagem que tende a personalizar e a visualizar as pessoas como seres humanos e dotados de habilidades e capacidades intelectuais, mas ainda hierárquica e impositiva. No entanto, a tendência que hoje se verifica está voltada para muito mais além: fala-se agora em gestão com as pessoas. Administrar com as pessoas significa tocar a organização juntamente aos colaboradores: os parceiros internos que mais entendem dela, das suas atividades, dos seus negócios e do seu futuro. Isso requer uma nova visão das pessoas, não mais como apenas um recurso organizacional, um objeto servil ou mero sujeito passivo do processo produtivo, mas fundamentalmente como um sujeito ativo e provocador de decisões, empreendedor das ações, criador da inovação e agregador de valor dentro das organizações. Mais do que isso, um agente ativo e proativo que dá vida à organização e dotado de inteligência – a maior e a mais avançada e sofisticada habilidade humana. Nesse contexto, as pessoas proporcionam competências e, com elas, a vantagem competitiva que assegura competitividade e sustentabilidade ao negócio. E é de acordo com essa visão que se posiciona este livro. Nessa transição, daremos o nome de gestão de pessoas para batizar as novas tendências que estão surgindo na ARH das organizações. Idalberto Chiavenato IX Como utilizar este livro Este livro foi produzido para criar o melhor texto disponível sobre a gestão de pessoas e que ofereça ao leitor informações atualizadas e realísticas sobre o que há de mais moderno no assunto, em termos de conceitos, aplicações e pesquisas. As sugestões e as ideias de minha esposa Rita foram decisivas para proporcionar ao leitor uma ideia que capture o estado da arte na gestão de pessoas. Além disso, trabalhamos em conjunto com a equipe editorial no sentido de transformar todas essas sugestões e ideias em uma apresentação final. Para melhor utilização didática, este livro apresenta uma parte textual (que implica ler e ouvir) e uma parte gráfica (que implica ver e sentir). O componente textual é apresentado de maneira simples e compreensiva por meio de conceitos e explicações. O componente gráfico é apresentado na forma de vinhetas com ícones diferenciados e procura ilustrar com exemplos reais e casos práticos os conceitos e as explicações desenvolvidos no texto. Esses ícones e vinhetas têm os seguintes significados: O que Será visto adiante No início de cada capítulo, há uma definição do conteúdo e dos principais tópicos a serem tratados, a fim de proporcionar ao leitor uma visão antecipada dos assuntos que serão abordados. Caso introdutório Cada capítulo tem início com um caso introdutório relacionado com o conteúdo do texto, a fim de proporcionar um exemplo prático para o leitor. Voltando ao caso introdutório Ao longo da sequência do texto, o caso introdutório será reconsiderado várias vezes, na medida em que o texto envolve aspectos relacionados com o caso. Objetivos de aprendizagem ARH de hoje Cada capítulo começa com uma definição dos objetivos de aprendizagem, que funcionam como o ponto principal de avaliação da aprendizagem de cada capítulo. Na prática, é uma forma de leitura por resultados, calcada na administração por objetivos. Cada capítulo apresenta exemplos e práticas de empresas nacionais e estrangeiras para melhor fixação dos conceitos. Esta vinheta é a aplicação dos conceitos apresentados no texto à realidade prática das organizações. XI XII gestão de pessoas Avaliação crítica Ao longo de cada capítulo, existem vários momentos de reflexão e análise crítica do conteúdo desenvolvido no texto. Isso apura o senso crítico do leitor. Caso de apoio Além do caso introdutório, cada capítulo apresenta casos de apoio para a discussão concreta do conteúdo apresentado no texto. Dica Em cada capítulo, aparecem algumas dicas ou sugestões de como colocar em prática o conteúdo do texto. Caso para discussão Ao final de cada capítulo, há um caso para discussão envolvendo uma visão ampla do tema tratado e questões para testar a aplicabilidade do texto. Exercícios Ao final de cada capítulo, são apresentadas algumas questões na forma de exercícios práticos para verificação da aprendizagem. Referências Bibliográficas Finalmente, no final de cada capítulo, estão listadas as referências bibliográficas, ou seja, livros e revistas relacionados com a área. Empresas citadas neste livro 3M A ABB – Asea Brown Boveri ABN AMRO Bank ABNT ABRH Accor Brasil Acesita Aetna Insurance AGF Brasil Seguros Alcoa Amazon American Airlines American Express Ameritech Andersen Consulting Apple Arthur Andersen Astra Merck Inc. AT&T – American Telephone & Telegraph Avon Azaléia B Banco Boavista Banco Garantia Banco Icatú Banco Itaú Personnalité Banco Multiplic Banco Pactual Bay Networks Bayer BB – Banco do Brasil Belgo-Mineira Berkshire Hathaway Bethlehem Steel BMW Boeing Booz Allen Hamilton BP – British Petroleum Bradesco Bradescoprev Brahma Brasilprev Brasmotor Bristol-Myers Squibb British Airways C C&A C&L – Coopers & Lybrand Canon Caterpillar Cemig Chevron Chrysler Corporation CIEE – Centro de Integração Empresa-Escola Cisco Citibank Clínica Mayo Coca-Cola Companhia Siderúrgica Tubarão Cone Communications Construbase Construtora MRV Copesul Credicard Costco Wholesale CSN – Companhia Siderúrgica Nacional D Daimler Benz Danone Groupe Datafolha Dell Computer Delta Airlines Deutsche Bank Deutsche Post Digimed DM9DDB Dow DPaschoal DuPont DuPont Merck Pharmaceutical Company E ECT – Empresa Brasileira de Correios Telégrafos Electrolux Elektro Eletropaulo Eletrosul Elevadores Sür Eli Lilly Embraco Embraer Ericsson Exxon F Families and Work Institute FedEx – Federal Express Fiat Automóveis Financial Times Firestone Tire & Rubber Company First Chicago Bank Fisher América Folha de S. Paulo Ford Fortune Frontier Communications Fuji Photo Film Fundação Abrinq Fundação Inepar G Gap Inc. Gartner Group GE – General Electric Gerdau Gessy Lever Gillette GM – General Motors Goldman Sachs Group Goodyear Google Grupo Catho Grupo Gerdau H Hay Consultoria Hay Group HD – Harley-Davidson Henkel Hering Heublein Home Depot Honda Honeywell Defense HP – Hewlett-Packard HSBC Holdings – Bamerindus Hyatt Hotels XIII XIV gestão de pessoas I IBM – International Business Machines IBRI ICI – Imperium Chemical Industries ING Barings Inepar Informix Instituto Ethos Intel Iochpe-Maxion Ipiranga Itambé Itaú Itauprev J Johnson & Johnson J.P. Morgan Chase MCI McKinsey Mercedes-Benz Merck Sharp & Dohme Merrill Lynch Microsoft Mobil Monsanto Searle Motorola N Nashua National Safety Council Natura Nestlé News Corporation Nordstrom Northwestern National Life InsuranceNummi – New United Motor Manufacturing Inc. K Kmart Kodak Krones L Levi Strauss Lincoln Electric L.L.Bean Lloyds Bank L.M.Ericsson Lojas Americanas L’Óreal Lucent Technologies LVMH M Magazine Luiza Mangels Marcopolo Marisol Marriott Mazda McDonald’s O O Estado de S.Paulo O Globo OSHA – Occupational Safety & Health Administration P Pão de Açúcar PepsiCo Petrobrás Petrus Pfizer PG – Procter & Gamble Philip Morris Philips Plascar Prever Previ Price Waterhouse Procter & Gamble Promon Tecnologia Prudential Insurance R Ricoh Roche Rodhia Roper Group Royal Dutch/Shell Group S Saab Sabesp Sadia Concórdia Samarco Samsung Electronics Sands Corporation Saratoga Institute SAS – Scandinavian Airlines System SBC Communications Sears Roebuck Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Sharp Shell SHRM – Society for Human Resource Manag. Siemens Singapore Airlines SK – South Korea Skandia AFS Sony Southwest Airlines Souza Cruz Sprint Squibb Standard Oil Starbucks State Farm Insurance Stihl Swire Pacific Swissair Swiss Bank T TAM Target Temple Corp Tenneco Texaco Texas Instruments Ticket Tigre Toga Total Toyota Motor Corporation Travelers Group 3M U Unibanco Unilever Union Carbide United Packaging U.S. Employment Service U.S. Office of Personnel Management U.S. Postal Service Usiminas V Varga Varig Vera Cruz Voith Volkswagen Volvo W Walmart Walt Disney Company Wells Fargo Whirlpool X Xerox Parte I Os novos desafios da gestão de pessoas O que será visto adiante »»Capítulo 1 – Introdução à moderna gestão de pessoas »»Capítulo 2 – A gestão de pessoas em um ambiente dinâmico e competitivo »»Capítulo 3 – Planejamento estratégico de gestão de pessoas Sabe-se há muito tempo: o mundo está mudando com uma rapidez incrível. E com intensidade e volume gradativamente maiores. A mudança sempre existiu na história da humanidade, mas não com a rapidez, profundidade e impacto com que ocorre hoje. Vários fatores contribuem para isso: mudanças econômicas, tecnológicas, sociais, culturais, legais, políticas, demográficas e ecológicas que atuam de maneira conjugada e sistêmica em um incrível campo dinâmico de forças que produz resultados inimagináveis, trazendo transformações, imprevisibilidade e incerteza para as organizações. O que acontece lá fora traz um forte impacto sobre o que ocorre dentro de cada organização. Torna-se indispensável visualizar o contexto externo para adequar o comportamento de cada organização e seu direcionamento para o futuro, já que ele vai ser completamente diferente do panorama atual. Nesse contexto, uma das áreas empresariais que mais sofre mudanças é a área de recursos humanos (RH). As mudanças são tantas e tamanhas que até o nome da área está mudando. Em muitas organizações, a denominação administração de recursos humanos (ARH) está sendo substituída por expressões como gestão de pessoas (GP), gestão com pessoas, gestão do talento humano, gestão de parceiros ou de colaboradores, gestão de competências, gestão do capital humano ou administração do capital intelectual. Diferentes nomes para representar um novo espaço e uma configuração da área. Apenas para facilitar a exposição, será mantida ainda a velha e tradicional denominação RH. Nesta primeira parte, vamos abordar as mudanças que estão ocorrendo nas organizações bem-sucedidas e, portanto, nas suas áreas de GP. Dica: o termo RH ou GP pode assumir significados diferentes 1. RH como função ou departamento: é a unidade operacional como órgão de staff, isto é, como prestador de serviços nas áreas de recrutamento, seleção, treinamento, remuneração, comunicação, higiene e segurança do trabalho, benefícios, etc. 2. RH como um conjunto de práticas de recursos humanos: aqui RH se refere ao modo como a organização opera suas atividades de recrutamento, seleção, treinamento, remuneração, benefícios, comunicação, higiene e segurança do trabalho. 3. RH como profissão: os profissionais que trabalham em papéis diretamente relacionados com recursos humanos: selecionadores, treinadores, administra- 1 2 parte I – Os novos desafios da gestão de pessoas dores de salários e benefícios, engenheiros de segurança, médicos do trabalho, etc. O termo GP, ARH ou RH será utilizado neste livro com os significados citados, referindo-se a funções, práticas ou profissionais de RH, ou a todos eles. Em alguns casos, será feita referência à GP para indicar as mais novas posturas e conceitos de RH. O importante é preparar a organização para a gestão do talento humano a partir das transformações das pessoas em verdadeiros talentos dentro da organização (Figura 1). Pessoas como recursos ou como parceiros da organização? Neste contexto, a questão básica é a escolha entre tratar as pessoas como recursos ou como parceiros da organização. Os colaboradores podem ser tratados como recursos produtivos das organizações: os chamados recursos humanos. Como recursos, eles são padronizados, uniformes, inertes e precisam ser administrados, o que envolve planejamento, organização, direção e controle das atividades, já que são considerados sujeitos passivos da ação organizacional. Daí, a necessi- ARH Gestão de pessoas Gestão de talentos humanos Pessoas como recursos produtivos Pessoas como seres humanos Pessoas como provedoras de competências Tratamento padronizado e uniforme Tratamento individualizado e personalizado Tratamento individualizado e personalizado Busca de atividade física ou intelectual Busca de atividade física e mental Busca de atividade intelectual Era Industrial Era da Informação Era do Conhecimento Ênfase operacional Ênfase tática Ênfase estratégica Tipo de trabalho Trabalho mental Trabalho intelectual Manutenção do status quo Criatividade Inovação Trabalho isolado Colaboração Participação ativa e proativa Figura 1 Os saltos gradativos da área de RH. parte I – Os novos desafios da gestão de pessoas 3 dade de administrar os recursos humanos para obter deles o máximo rendimento possível. Nesse sentido, as pessoas constituem parte do patrimônio físico na contabilidade organizacional. São recursos da organização, o que significa “coisificar” as pessoas (Figura 2). A outra escolha é visualizar as pessoas como parceiros das organizações. Como tais, elas seriam fornecedoras de conhecimentos, habilidades, competências e, sobretudo, o mais importante aporte para as organizações: a inteligência que proporciona decisões racionais e que imprime significado e rumo aos objetivos do negócio. Nesse sentido, as pessoas constituem o capital humano e intelectual da organização. Organiza- Pessoas como recursos • • • • • • • • • Empregados isolados nos cargos Horário rigidamente estabelecido Preocupação com normas e regras Subordinação ao chefe Dependência da chefia Alienação à organização Executoras de tarefas Ênfase nas destrezas manuais Mão de obra ções bem-sucedidas tratam seus colaboradores como parceiros do negócio e fornecedores de competências, não como simples empregados contratados. O objetivo principal desta primeira parte é introduzir o leitor no campo da moderna gestão relacionada com pessoas, seus talentos e suas competências. Será discutido o moderno conceito de gestão com e por meio das pessoas e suas várias abordagens desenvolvidas nas últimas décadas, e os contornos que ela está assumindo no novo milênio. Também serão discutidas as características da GP em um ambiente dinâmico, o planejamento estratégico de GP e o seu importante papel na moderna e dinâmica estratégia empresarial. Pessoas como colaboradoras ou parceiras • • • • • • • • • • • Colaboradores agrupados em equipes Metas negociadas e compartilhadas Preocupação com resultados Atendimento e satisfação do cliente Vinculação à missão e à visão Interdependência com colegas e equipe Participação e comprometimento Ênfase na ética e na responsabilidade Fornecedoras de atividades Ênfase no conhecimento Inteligência e talento Figura 2 As pessoas são recursos ou colaboradoras e parceiras da organização? Capítulo 1 Introdução à moderna gestão de pessoas Objetivos de aprendizagem O que Será visto adiante Após estudar estecapítulo, você estará capacitado para: »»Definir a GP e suas características fundamentais. »» Descrever o contexto em que funciona a GP. »»Compreender os processos de GP. »»Entender os objetivos da moderna GP. »»Avaliar o que as empresas bem-sucedidas estão fazendo. »»Contexto da gestão de pessoas. »»Conceito de gestão de pessoas. »»Objetivos da gestão de pessoas. »»Processos de gestão de pessoas. »»Estrutura do órgão de gestão de pessoas. »»Gestão de pessoas como responsabilidade de linha e função de staff. Caso introdutório: o DRH da Brasil Cosmopolita Como diretora de Recursos Humanos da Companhia Brasil Cosmopolita S/A, Márcia Guerreiro tinha pela frente um importante desafio: transformar o Departamento de Recursos Humanos (DRH), um órgão tradicional, burocrático e operacional, em um componente estratégico da empresa. Para tanto, era necessário tomar três providências iniciais: focalizar o DRH no negócio da empresa, reforçar as atividades estratégicas e essenciais e alienar algumas de suas atividades burocráticas e operacionais, como processamento da folha de pagamento, controle de ponto do pessoal, medidas disciplinares, segurança industrial e refeitórios e outras mais. Essas atividades deveriam ser terceirizadas para que pudessem ser operacionalizadas por outras empresas especializadas que as fizessem melhor e mais barato do que o DRH. Tratava-se de localizar no mercado empresas que garantissem menor custo e melhor qualidade. A ideia básica era enxugar o DRH para torná-lo mais ágil e flexível a fim de se concentrar no essencial: lidar com assuntos estratégicos relacionados com pessoas. Com isso, o DRH descentralizaria operações e centra- lizaria controles de resultados. Márcia convocou todos os funcionários do seu departamento para trocar ideias, definir objetivos e desenhar projetos para atingi-los. Ela queria que todos participassem ativamente nessa transformação. O que fazer no lugar de Márcia? As organizações são verdadeiros organismos vivos e em constante ação e desenvolvimento. Quando elas são bem-sucedidas, tendem a crescer ou, no mínimo, a sobreviver. O crescimento acarreta maior complexidade dos recursos necessários às suas operações, com o aumento de capital e instalações, incremento de tecnologia, atividades de apoio, etc. E, de lambuja, provoca o aumento do número de pessoas, bem como a necessidade de intensificar a aplicação de conhecimentos, habilidades e competências indispensáveis à manutenção e à competitividade do negócio. Tudo isso para se assegurar de que recursos materiais, financeiros e tecnológicos sejam utilizados com eficiência e eficácia. As pessoas passam a significar o diferencial competitivo que mantém e promove o sucesso organizacional: elas passam a ser a competência básica da organização, a sua principal vantagem competitiva em um mundo globalizado, instável, mutável e fortemente competitivo. 5 6 parte I – Os novos desafios da gestão de pessoas Para mobilizar, engajar e utilizar plenamente as pessoas em suas atividades, as organizações estão mudando conceitos e alterando as práticas gerenciais. Em vez de investir diretamente em produtos e serviços, estão investindo em pessoas que entendem destes e que sabem como criá-los, desenvolvê-los, produzi-los e melhorá-los. Em vez de investir diretamente nos clientes, estão investindo nas pessoas que os atendam e os sirvam e que saibam como satisfazê-los e encantá-los. E ganham mais com isso. As pessoas passam a constituir o elemento básico do sucesso empresarial. O contexto da gestão de pessoas O contexto geral da GP é de que é formado por pessoas e organizações em uma incrível e duradoura interdependência. De um lado, as pessoas passam boa parte de suas vidas trabalhando em organizações. E estas dependem daquelas para poderem funcionar e alcançar o sucesso. De um lado, o trabalho toma considerável tempo das vidas e dos esforços das pessoas, que dele dependem para a subsistência e sucesso pessoal. Separar o trabalho da existência das pessoas é muito difícil, senão quase impossível, em face da importância e do impacto que provoca nelas. Assim, as pessoas dependem das organizações onde trabalham para atingir seus objetivos pessoais e individuais. Crescer na vida e ser bem-sucedido depende de crescer nelas. De outro lado, as organizações também dependem direta e irremediavelmente das pessoas para operar, produzir bens e serviços, atender clientes, competir nos mercados e atingir objetivos globais e estratégicos. As organizações jamais existiriam sem as pessoas que lhes dão vida, dinâmica, energia, inteligência, criatividade e racionalidade. Na verdade, cada uma das partes depende da outra em uma relação de mútua dependência na qual há benefícios recíprocos. Uma relação de duradoura simbiose entre elas. trabalham nas organizações. E esses termos definem como as organizações encaram e valorizam as pessoas. São chamadas funcionários, empregados, pessoal, trabalhadores, operários, quando as organizações as tratam como tal. Ou podem ser chamadas de recursos humanos, colaboradores, associados, se as organizações as tratam dessa maneira. Ou ainda talento humano, capital humano, capital intelectual, se as pessoas têm um valor maior para a organização. A denominação dada às pessoas reflete o grau de importância que elas têm para as organizações. Muitas organizações ainda classificam seus funcionários em mensalistas e horistas para separar o pessoal que trabalha nos escritórios e nas fábricas, respectivamente. Outras ainda cometem o absurdo de chamá-los de mão de obra direta ou indireta. E outras vão mais além: chamam-nos de pessoal produtivo e improdutivo. A maneira como as organizações denominam as pessoas que nelas trabalham tem um significado importante: essa denominação sinaliza claramente qual é o papel e o valor que elas atribuem às pessoas. A maneira pela qual chama uma pessoa é a maneira como a trata. O que acha disso? Se as pessoas se caracterizam pelas suas diferenças individuais, também as organizações se caracterizam por uma incrível heterogeneidade. Elas apresentam uma enorme variedade. Podem ser indústrias, comércios, bancos, financeiras, hospitais, universidades, lojas, prestadoras de serviços, etc. Podem ser grandes, médias e pequenas quanto ao tamanho. Públicas ou privadas quanto à propriedade. Quase tudo o que a sociedade necessita é produzido pelas organizações. Vive-se em uma sociedade de organizações, pois nelas as pessoas nascem, aprendem, servem-nas, trabalham e passam a maior parte de suas vidas. Avaliação crítica: qual é o papel das pessoas na organização? Dica: qual é o papel e a importância das pessoas em uma organização? No contexto mencionado, fica difícil separar o comportamento das pessoas e o das organizações. As organizações funcionam por meio das pessoas que delas fazem parte e que decidem e agem em seu nome. Vários termos são utilizados para definir as pessoas que Cada organização tem uma ideologia própria a respeito do papel das pessoas na tarefa organizacional. A denominação dada às pessoas reflete qual é o papel que a organização confere a elas. A seguir, estão listadas as possíveis denominações. Escrever ao lado o que cada denominação sugere, ou seja, qual é realmente o papel que a organização dá às pessoas: CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO À MODERNA GESTÃO DE PESSOAS 7 Denominação Papel sugerido pela denominação RH de hoje: solução do tipo ganhar-ganhar Mão de obra Operário Trabalhador Empregado Funcionário Recurso humano Colaborador Parceiro Talento humano Capital humano Capital intelectual Outras denominações Contudo, organizações e pessoas buscam objetivos próprios e diferentes, que nem sempre coincidem e se ajustam mutuamente. Até pouco tempo atrás, o relacionamento entre pessoas e organizações era considerado antagônico e conflitivo. Acreditava-se que os objetivos das organizações – como lucro, produtividade, eficácia, redução de custos – eram incompatíveis com os objetivos individuais das pessoas – como melhores salários e benefícios, conforto no trabalho, lazer, segurança no trabalhoe no emprego, desenvolvimento e progresso pessoal. A solução usada era a do tipo ganhar-perder: se uma parte leva tudo, a outra fica sem nada. Se uma parte ganhava mais, ela o fazia à custa da outra parte. Sem dúvida, era uma solução limitada, estreita e míope. Verificou-se que, se a organização busca alcançar os seus objetivos da melhor maneira possível, precisa saber canalizar os esforços das pessoas para que também estas atinjam os seus objetivos individuais e que ambas as partes saiam ganhando. Modernamente, a solução do tipo ganhar-ganhar no jogo de interesses envolvidos é a preferida. Trata-se de uma solução que requer entendimento, negociação, participação e sinergia de esforços. Cada parte precisa ajudar a outra. Objetivos organizacionais • • • • • • • • • • • Sustentabilidade Crescimento sustentável Lucratividade Produtividade Qualidade nos produtos/serviços Redução de custos Maior participação no mercado Novos mercados Conquista de novos clientes Competitividade Imagem e reputação no mercado Objetivos individuais • • • • • • • • • • Melhores salários e ganhos Melhores benefícios Estabilidade no emprego Segurança no trabalho Qualidade de vida no trabalho Satisfação e respeito Oportunidades de crescimento Liberdade para trabalhar Liderança liberal Orgulho da organização Figura 1 Objetivos organizacionais e objetivos individuais das pessoas. Assim, o contexto em que se situa a GP é representado pelas organizações e pelas pessoas. Sem organizações e sem pessoas não haveria a GP. Em resumo, as organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas mis- sões. Para as pessoas, as organizações constituem o meio pelo qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais, com um mínimo custo de tempo, esforço e conflito. Muitos dos objetivos pessoais jamais poderiam ser alcançados apenas por meio do esforço pes- 8 parte I – Os novos desafios da gestão de pessoas soal isolado. As organizações surgem para aproveitar a sinergia dos esforços de várias pessoas que trabalham em conjunto.1 Sem organizações e sem pessoas certamente não haveria a GP. Termos como empregabilidade 2 e empresabilidade 3 são usados para indicar, de um lado, a capacidade das pessoas em conquistar e manter seus empregos, e de outro, a capacidade das empresas em desenvolver e utilizar as habilidades intelectuais e competências individuais dos seus membros. Voltando ao caso introdutório: o DRH da Brasil Cosmopolita Márcia Guerreiro, a diretora de RH da Brasil Cosmopolita S/A, reuniu-se com todos os funcionários de seu departamento para dar início à transformação desejada. O primeiro passo foi demonstrar para todos que o DRH havia cumprido seus antigos objetivos: serviços de recrutamento e seleção, treinamento e remuneração, higiene e segurança do trabalho e relações sindicais. Nos tempos atuais, isso é necessário, mas não suficiente. A finalidade da reunião era mostrar as mudanças no mundo moderno e definir novos objetivos para o DRH. A nova ordem agora é a competitividade da empresa por meio da qualidade e da produtividade das pessoas, e na ponta, a inovação necessária à melhoria contínua na organização. Márcia queria que o DRH fosse o carro-chefe das mudanças na empresa. Para tanto, as mudanças deveriam começar na própria casa: no DRH. O que fazer no lugar de Márcia? Conceito de gestão de pessoas A GP é uma área muito sensível à mentalidade e à cultura corporativa que predomina nas organizações. Ela é extremamente contingencial e situacional, pois depende de vários aspectos, como a arquitetura organizacional, a cultura corporativa, as características do seu mercado, o negócio da organização, a tecnologia utilizada, os processos internos, o estilo de gestão e uma infinidade de outras variáveis. Também depende das características das pessoas que a constituem. Tudo isso constitui um mix que a torna única em cada organização. As pessoas como colaboradoras e parceiras da organização Nos tempos atuais, as organizações estão ampliando a sua visão e a atuação estratégica. Todo processo produtivo somente se realiza com a participação conjunta de diversos parceiros articulados, cada qual contribuindo com algum recurso. Os fornecedores contribuem com matérias-primas, insumos básicos, serviços e tecnologias. Os acionistas e os investidores (shareholders) contribuem com capital de risco e investimentos que permitem o aporte financeiro para a aquisição de recursos. Os gestores contribuem com conhecimentos, competências e proporcionam decisões e ações que dinamizam a organização. Os clientes e os consumidores contribuem para a organização adquirindo bens ou serviços e incrementando seu faturamento. Os colaboradores oferecem seus préstimos e garantem as operações do negócio. Cada um desses parceiros da organização contribui com algo na expectativa de obter um retorno pela sua contribuição. Modernamente, todos esses parceiros são denominados stakeholders (do inglês stake = interesse e holder = aquele que possui). Muitas organizações utilizam meios para conseguir a inclusão de novos e diferentes stakeholders para consolidar e fortificar seus negócios e expandir suas fronteiras por meio de alianças estratégicas (Figura 2). Os stakeholders estão dispostos a continuar investindo seus recursos na medida em que obtenham retornos e resultados satisfatórios de seus investimentos. Graças ao emergente sistêmico – que é o efeito sinérgico –, a organização consegue reunir e juntar todos os recursos oferecidos pelos stakeholders e aumentar seus resultados. Por esses resultados, ela pode proporcionar maior retorno às contribuições efetuadas pelos stakeholders e manter a continuidade do negócio. Geralmente, as organizações procuram privilegiar os stakeholders mais importantes. Os acionistas e os investidores – os shareholders – eram, até pouco tempo, os mais privilegiados na distribuição e na apropriação dos resultados organizacionais. Essa assimetria está sendo substituída por uma visão sistêmica e integrada de todos os stakeholders do negócio, já que todos eles são indispensáveis para o sucesso da empresa. Acontece que o stakeholder mais íntimo da organização é o colaborador: aquele que está dentro dela, que lhe dá vida e dinamismo e que faz as coisas acontecerem (Figura 3). CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO À MODERNA GESTÃO DE PESSOAS 9 Stakeholders Contribuem com Acionistas e investidores Capital de risco, investimentos Gestores Funcionários Esperam retornos de Lucros e dividendos, valor agregado, responsabilidade financeira Competências, tomada de decisões, alcance de Participação nos resultados, reconhecimento e resultados carreira Trabalho, esforço, competências, alcance de Salários, benefícios, satisfação metas e objetivos e recompensas Aquisição e uso de bens e serviços preço, satisfação com o atendimento Valor agregado, qualidade, Clientes e consumidores e com o uso Matérias-primas, serviços, insumos básicos, Fornecedores tecnologias Sindicatos e agências reguladoras Comunidade Sociedade Governo Lucros e expansão com novos negócios Contrato coletivo e regulamentações Atendimento aos contratos no mercado e regulamentações População, natureza, espaço físico, facilidades, Benefícios à população, responsabilidade social proximidade e ecológica Confiança, admiração, reputação, consenso Ética e responsabilidade social, honestidade, social transparência Infraestrutura, serviços, educação, saúde, Impostos, taxas, responsabilidades financeira, segurança, regulação social e ecológica Figura 2 Os principais stakeholders da organização.4 Acionistas Proprietários Investidores Gestores Fornecedores Shareholders Empresa Sociedade e comunidade Sindicatos e agências reguladoras Clientes, consumidores e usuários Governo Colaboradores Figura 3 Os stakeholders – os vários grupos de interesses na organização. 10 parte I – Os novos desafios da gestão de pessoas Avaliação crítica: qual stakeholder deve ser privilegiado? Afinal, qual é o stakeholder mais importante para a empresa? Na Era Industrial, era o capitalista ou shareholder– o proprietário, acionista ou investidor do negócio. Então, a obrigação principal da empresa era sua responsabilidade financeira em relação a ele no sentido de promover o lucro e o retorno de seu investimento. Até hoje, esse parceiro não perdeu sua importância, mas perdeu pontos na comparação com outros stakeholders. As coisas mudaram no mundo dos negócios. Na Era da Informação, prevalece o capital intelectual – e não mais o capital financeiro. O conhecimento tornou-se mais valioso do que a tradicional moeda escritural. E quem deve ser privilegiado na distribuição dos resultados organizacionais? Hoje os stakeholders são grupos de interesses que atuam interna e externamente na organização. Atualmente, além da responsabilidade financeira, a organização tem a sua responsabilidade social com relação aos stakeholders. Alguns deles são externos, como clientes e consumidores, fornecedores, agências reguladoras, sindicatos, comunidade e sociedade. Outros são internos, como os administradores e os colaboradores. O importante é atender às expectativas e retornos dos investimentos de todos eles de uma maneira equilibrada e balanceada. Qual é a sua opinião sobre o assunto? Aspectos fundamentais da moderna gestão de pessoas Assim, a GP se baseia em alguns aspectos fundamentais:5 • Pessoas como seres humanos: dotados de personalidade própria e profundamente diferentes entre si, com uma história pessoal particular e diferenciada, possuidores de conhecimentos, habilidades e competências indispensáveis à adequada gestão dos demais recursos organizacionais. Pessoas como pessoas, não como meros recursos da organização. • Pessoas como ativadoras de recursos organizacionais: como impulsionadores da organização e capazes de dotá-la do talento indispensável à sua constante renovação e competitividade em um mundo cheio de mudanças e desafios. As pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza a organização, não como agentes passivos, inertes e estáticos. • Pessoas como parceiras da organização: capazes de conduzir a organização à excelência e ao sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimentos na organização – como esforço, dedicação, responsabilidade, comprometimento, riscos, etc. – na expectativa de colher retornos desses investimentos – por meio de salários, incentivos financeiros, crescimento profissional, satisfação, carreira, etc. Todo investimento só se justifica quando traz um retorno razoável. Na medida em que o retorno é bom e sustentável, a tendência será manter ou aumentar o investimento. Daí, o caráter de reciprocidade na interação entre pessoas e organizações, e também de autonomia e ação – não mais de passividade, inércia e dependência. Pessoas como parceiros ativos, não como sujeitos passivos. • Pessoas como talentos fornecedores de competências: como elementos vivos e portadores de competências essenciais ao sucesso organizacional. Qualquer organização pode comprar máquinas ou equipamentos, comprar tecnologias para se equiparar aos concorrentes. Isso é relativamente fácil, mas construir competências é extremamente difícil, leva tempo, aprendizado e maturação. • Pessoas como capital humano: como o principal ativo organizacional que agrega inteligência ao negócio da organização, como se verá adiante. Embora tenham características tão diferentes, doravante se utilizará o termo GP ou ARH ao longo deste livro para os conceitos citados. O leitor saberá diferenciar ambos os conceitos em cada situação. Dica: conceitos de ARH e de GP Diferentes autores têm conceitos diversos sobre ARH e GP: • ARH: conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as pessoas ou recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação do desempenho.6 • ARH: função administrativa devotada a aquisição, treinamento, avaliação e remuneração dos empregados. Todos os gerentes são, em um certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos estão envol- CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO À MODERNA GESTÃO DE PESSOAS 11 • • • • vidos em atividades como recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento.7 ARH: conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam a eficácia dos funcionários e das organizações.8 ARH: função na organização que está relacionada com a provisão, treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos empregados.9 GP: conjunto integrado de atividades de especialistas e gestores – como agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas – no sentido de proporcionar competências e competitividade à organização. GP: área que constrói talentos por um conjunto integrado de processos e cuida do capital humano das organizações, o elemento fundamental do seu capital intelectual e a base do seu sucesso. Objetivos da gestão de pessoas As pessoas constituem o principal ativo da organização. Daí, a necessidade de tornar as organizações mais conscientes e atentas para seus funcionários. As organizações bem-sucedidas estão percebendo que somente podem crescer, prosperar e manter sua continuidade se forem capazes de otimizar o retorno sobre os investimentos de todos os parceiros, principalmente o investimento dos funcionários. E quando uma organização está realmente voltada para as pessoas, sua filosofia global e sua cultura organizacional passam a refletir essa crença. A GP é a função que permite a colaboração eficaz das pessoas – colaboradores, empregados, funcionários, recursos humanos, talentos ou qualquer denominação que seja utilizada – para alcançar os objetivos organizacionais e individuais. Os nomes – como departamento de pessoal, relações industriais, recursos humanos, desenvolvimento de talentos, capital humano ou capital intelectual – são utilizados para descrever a unidade, o departamento ou a equipe relacionada com a GP. Cada qual reflete uma maneira de lidar com as pessoas. O termo ARH ainda é o mais frequente de todos eles. As pessoas podem aumentar ou reduzir as forças e as fraquezas de uma organização dependendo da maneira como são tratadas. Elas podem ser a fonte de sucesso como também podem ser a fonte de problemas. É melhor tratá-las como fonte de sucesso. Para que os objetivos da GP sejam plenamente alcançados, é neces- sário que as pessoas sejam tratadas como elementos básicos para a eficácia organizacional. RH de hoje: a crescente importância da função de GP 10 Por muitos anos, pensou-se que o gargalo que travava o desenvolvimento das empresas fosse o capital financeiro. Era uma crença generalizada. O capital financeiro era indispensável para o sucesso empresarial. Hoje se percebe que a inabilidade de uma empresa em recrutar e manter uma boa força de trabalho é que constitui o principal gargalo para o negócio. Não existe nenhum projeto baseado em boas ideias, vigor e entusiasmo que tenha sido barrado por falta de caixa ou recursos financeiros. Existem indústrias cujo crescimento foi dificultado por não poder manter uma força de trabalho eficiente e entusiasmada. Faltou capital intelectual. O panorama do futuro está relacionado com talento, competências e capital intelectual. GP na base de tudo isso. Os objetivos da GP são variados. Ela deve contribuir para a eficácia organizacional por meio dos seguintes meios: • Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão: a função da GP é um componente fundamental da organização de hoje. Antes, a ênfase era colocada no fazer corretamente as coisas através dos métodos e regras impostos aos funcionários para obter eficiência.11 O salto para a eficácia veio com a preocupação em atingir metas, objetivos e resultados. Não se pode imaginar a função de GP sem se conhecer o negócio de uma organização. Cada negócio tem diferentes implicações na GP. E o principal objetivo da GP deve ser o de ajudar a organização a atingir metas, objetivos e a realizar sua missão.12 • Proporcionar competitividade à organização: significa saber criar, desenvolver e aplicar as habilidades e as competências da força de trabalho. A função daGP é fazer com que as forças das pessoas sejam mais produtivas para beneficiar clientes, parceiros e empregados. Esta foi a crença que levou Walt Disney a construir a Disney a partir de sua própria equipe de pessoas. No nível macroeconômico, a competitividade é o grau em que uma nação pode, em condições livres e justas de mercado, produzir bens e serviços 12 parte I – Os novos desafios da gestão de pessoas que sejam bem aceitos nos mercados internacionais, enquanto simultaneamente mantém ou expande os ganhos reais de seus cidadãos.13 Nessa definição, a palavra nação pode ser substituída pela palavra organização e a palavra cidadãos por pessoas. • Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas: construir o mais valioso patrimônio da empresa – as pessoas – significa preparar e capacitar continuamente as pessoas. É o primeiro passo. O segundo é dar reconhecimento às pessoas, não apenas ao dinheiro. Para melhorar e incrementar seu desempenho, as pessoas devem perceber justiça nas recompensas que recebem. Isso significa recompensar bons resultados e não recompensar pessoas que não têm bom desempenho. Tornar os objetivos claros e explicitar como eles são medidos e quais são as decorrências do seu alcance. As recompensas devem ser proporcionadas às pessoas certas na fase certa do desempenho de um trabalho e no tempo certo para a organização. • Aumentar a autoatualização e a satisfação das pessoas no trabalho: antes, a ênfase era colocada nas necessidades da organização. Hoje, sabe- se que as pessoas precisam estar satisfeitas e felizes. Para que sejam produtivas, devem sentir que o trabalho é adequado às suas competências e que estão sendo tratadas com carinho. Para elas, o trabalho é a maior fonte de identidade pessoal. As pessoas despendem a maior parte de suas vidas no trabalho e isso requer uma estreita identidade com aquilo que fazem. Pessoas satisfeitas não são necessariamente as mais produtivas. Mas pessoas insatisfeitas tendem a se desligar da empresa, a se ausentar frequentemente e a produzir pior qualidade do que pessoas satisfeitas. A felicidade na organização e a satisfação no trabalho são determinantes do sucesso organizacional. • Desenvolver e elevar a qualidade de vida no trabalho (QVT): a QVT é um conceito que se refere aos aspectos da experiência vivida no trabalho, como estilo de gestão, liberdade e autonomia para tomar decisões, ambiente de trabalho agradável, camaradagem, segurança no emprego, horas adequadas de trabalho e tarefas significativas e agradáveis. O programa de QVT deve estruturar o trabalho e o ambiente de trabalho no sentido de satisfazer às necessidades individuais das pessoas e tornar um local desejável, gostoso e atraente, como se verá no Capítulo 15 – “Saúde e qualidade de vida”. A confiança das pessoas na organização é fundamental para a atração, a retenção e a fixação de talentos. • Administrar e impulsionar a mudança: a turbulência das mudanças sociais, tecnológicas, econômicas, culturais e políticas e suas tendências estão trazendo novas abordagens, mais flexíveis e ágeis, para garantir a competitividade e a sobrevivência das organizações. E os profissionais de GP devem saber como lidar com mudanças, se realmente querem contribuir para o sucesso da sua organização. São mudanças que se multiplicam exponencialmente e cujas soluções impõem novas estratégias, filosofias, programas, procedimentos e soluções. A GP deve estar comprometida com as mudanças. Para melhor! • Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável: toda atividade de GP deve ser aberta, transparente, justa, confiável e ética. As pessoas não devem ser discriminadas e os seus direitos básicos devem ser garantidos. Tanto as pessoas quanto as organizações devem seguir padrões éticos e de responsabilidade social. Essa não é uma exigência feita somente às organizações, mas também aos administradores e às pessoas que nelas trabalham. • Construir a melhor equipe e a melhor empresa: não basta cuidar somente das pessoas. Ao cuidar dos talentos, a GP precisa cuidar também do contexto em que eles trabalham. Isso envolve a organização do trabalho, a cultura corporativa e o estilo de gestão. Ao lidar com essas variáveis, a GP conduz não somente à criação de uma força de trabalho engajada como também a uma nova e diferente organização. Voltando ao caso introdutório: o DRH da Brasil Cosmopolita Márcia estabeleceu dois objetivos para o DRH da Brasil Cosmopolita, em conjunto com seus colaboradores, a saber: 1. Agregar valor à organização e aos seus membros e clientes: o DRH deve ser um órgão de enriquecimento de talentos, não mais de controle e fiscalização. Sua tarefa básica passa a ser investir no capital humano, transmitir atitudes e conhecimentos, capacitar as pessoas e criar condições para que elas utilizem suas competências. 2. Gerenciar com as pessoas, e não mais gerenciar as pessoas: o DRH deve ser um órgão que incentiva a participação das pessoas nas decisões e que transfor- CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO À MODERNA GESTÃO DE PESSOAS 13 ma os gerentes de chefes autocratas em líderes orientadores e incentivadores. Utilizar a inteligência e o talento das pessoas para obter sinergia de esforços. • Do apoio ao modelo burocrático para a mudança e a inovação. Tudo isso tem a ver com a nova GP na organização. Como Márcia poderia alcançar esses dois objetivos? A GP refere-se às políticas e às práticas necessárias para administrar o trabalho das pessoas, tais como: processos de gestão de pessoas A GP consiste em várias atividades integradas entre si no sentido de obter efeitos sinérgicos e multiplicadores tanto para as organizações quanto para as pessoas que nelas trabalham. O conceito de processos de GP são adotados para: O que é gestão de pessoas? No seu trabalho, cada administrador – seja ele o presidente, diretor, gerente ou executivo – desempenha as quatro funções administrativas que constituem o processo administrativo: planejar, organizar, dirigir e controlar. A GP procura ajudar o administrador a desempenhar todas essas funções porque ele não realiza seu trabalho sozinho, mas por meio das pessoas que formam sua equipe. Com sua equipe, o executivo alcança metas, objetivos e resultados. Dica: as transformações O mundo dos negócios está passando por grandes transformações.14 • Da organização de hierarquias para a organização de comunidades. • Do trabalho com desenhos e métodos impositivos para a compreensão das tarefas. • Do recrutamento e da admissão de trabalhadores para a busca e retenção de talentos. • Da construção de habilidades manuais para a construção de habilidades de conhecimento. • Da avaliação do desempenho visível de cargos para o alcance de aquisição de conhecimentos invisíveis e de alcance de metas e objetivos. • Da ignorância das pessoas para a construção de uma cultura amigável de conhecimento. • Agregar talentos à organização. • Integrar e orientar talentos em uma cultura participativa, acolhedora e empreendedora. • Modelar o trabalho – seja individual ou em equipe – de maneira a torná-lo significativo, agradável e motivador. • Recompensar os talentos pelo excelente desempenho e pelo alcance de resultados como reforço positivo. • Avaliar o desempenho humano e melhorá-lo continuamente. • Comunicar, transmitir conhecimento e proporcionar retroação intensiva. • Treinar e desenvolver talentos para criar uma organização de aprendizagem. • Proporcionar condições de trabalho e melhorar a qualidade de vida no trabalho. • Manter excelentes relações com talentos, sindicatos e comunidade em geral. • Aumentar as competências dos talentos para incrementar o capital humano da organização e, consequentemente, o capital intelectual. • Incentivar o desenvolvimento organizacional. Essas políticas e práticas podem ser resumidas em seis processos básicos de gestão de pessoas. Os seis processos básicos de gestão de pessoas A GP é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos. Os seis processos básicos de GP são os seguintes (Figura 4): 1. Processos de agregar pessoas:utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recrutamento e seleção de pessoas. 2. Processos de aplicar pessoas: utilizados para desenhar as atividades que as pessoas realizarão na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho de car- 14 parte I – Os novos desafios da gestão de pessoas gos, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho. mento de carreiras e programas de comunicações e consonância. 3. Processos de recompensar pessoas: utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios, e serviços sociais. 5. Processos de manter pessoas: utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem administração da cultura organizacional, clima, disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sindicais. 4. Processos de desenvolver pessoas: utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal das pessoas. Envolvem treinamento e desenvolvimento das pessoas, gestão do conhecimento e gestão de competências, aprendizagem corporativa, programas de mudanças e desenvolvi- 6. Processos de monitorar pessoas: utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais. Gestão de pessoas Processos de agregar pessoas Processos de aplicar pessoas Recrutamento Seleção Integração Modelagem do trabalho Avaliação do desempenho Processos de recompensar pessoas Processos de desenvolver pessoas Processos de manter pessoas Processos de monitorar pessoas Remuneração Benefícios Incentivos Treinamento Desenvolvimento Aprendizagem Gestão do conhecimento Higiene e segurança Qualidade de vida Relações com empregados e sindicatos Banco de dados Sistemas de informações gerenciais Figura 4 Processos básicos de gestão de pessoas. Dica: qual processo de GP é o mais importante e decisivo? Depende. Em determinadas condições um ou outro pode assumir prioridade. Se a organização está partindo para a ampliação e o aumento de atividades, os processos de agregar pessoas ganham prioridade; se ela está caminhando para novas tecnologias, os processos de desenvolver pessoas se tornam básicos; se ela pretende reter talentos, os processos de manter pessoas são fundamentais. Contudo, não se deve atuar de maneira bitolada. Todos os processos de GP são igualmente importantes e atuam como vasos comunicantes entre si. O importante é tratá-los como uma totalidade. Quando um deles falha, consequentemente sobrecarrega os demais. O segredo está no tratamento sistêmico e integrado da função de GP. O que interessa é o todo e não somente cada uma de suas partes. A rede, ou seja, a conectibilidade é o que faz a diferença. Todos esses processos estão intimamente relacionados entre si, de tal maneira que se interpenetram e se influenciam reciprocamente. Cada processo tende a CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO À MODERNA GESTÃO DE PESSOAS 15 favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal utilizado. Um processo rudimentar de agregar pessoas pode exigir um intenso processo de desenvolver pessoas para compensar as suas falhas. Se o processo de recompensar pessoas é falho, ele pode exigir um intenso processo de manter pessoas. O equilíbrio na condução de todos esses processos é fundamental. Daí a necessidade de um balanced scorecard para integrar todos eles. Quando um processo é falho, ele compromete todos os demais. Além do mais, todos esses processos são desenhados de acordo com as exigências das influências ambientais externas e das influências organizacionais internas para obter a melhor compatibilização entre si. Ele deve funcionar como um sistema aberto e interativo. Trata-se de um modelo de diagnóstico de RH, como na Figura 5. Influências ambientais externas Influências organizacionais internas Leis e regulamentos legais Sindicatos Condições econômicas Competitividade Condições sociais e culturais Missão organizacional Visão, objetivos e estratégia Cultura organizacional Natureza das tarefas Estilo de gestão Processos de agregar pessoas Recrutamento Seleção Integração Processos de GP Processos de aplicar pessoas Modelagem do trabalho Avaliação do desempenho Processos de recompensar pessoas Remuneração Benefícios Incentivos Processos de desenvolver pessoas Processos de manter pessoas Treinamento Desenvolvimento Aprendizagem Gestão do conhecimento Higiene e segurança Qualidade de vida Relações com empregados e sindicatos Processos de monitorar pessoas Banco de dados Sistemas de informações gerenciais Resultados finais desejáveis Práticas éticas e socialmente responsáveis Produtos e serviços competitivos e de alta qualidade Qualidade de vida no trabalho Figura 5 Modelo de diagnóstico de gestão de pessoas. GP de hoje: o que é um processo?15 Processo é um conjunto de atividades estruturadas e destinadas a resultar em um produto especificado para determinado cliente. É uma ordenação específica das atividades de trabalho no tempo e no espaço, com começo e fim, entradas e saídas claramente identificadas.16 O processo é entendido como uma série de atividades que fornecem valor a um cliente. O cliente não é necessariamente um cliente externo da empresa. Ele pode estar dentro da empresa. É o chamado cliente interno. Voltando ao caso introdutório: o DRH da Brasil Cosmopolita Márcia quer que seus funcionários deixem de focalizar estritamente as tarefas e passem a focalizar processos, como: agregar, aplicar, desenvolver, recompensar pessoas e assim por diante. “Devem olhar a floresta, e não cada árvore.” Deixar de executar tarefas especializadas e isoladas, como recrutar, selecionar, integrar, comunicar, treinar, remunerar e avaliar desempenho, para atuar de maneira global e estratégica. Devem mirar horizontalmente os clientes internos, e não verticalmente os chefes. 16 parte I – Os novos desafios da gestão de pessoas Dica: o movimento holístico na GP Saber quais as necessidades e as expectativas dos clientes internos e como as satisfazer. Que focalizem metas e resultados a alcançar, e não apenas os métodos de trabalho: quais os objetivos a atingir e como atingi-los da melhor maneira. Como é possível proceder neste caso? A partir da abordagem sistêmica é que a tradição cartesiana de dividir e segmentar foi substituída por uma nova maneira de organização. A ênfase está em juntar, não mais em separar. O foco não está mais nas tarefas – que são detalhes –, mas nos processos que transitam de ponta a ponta. Não mais nos meios, mas nos fins e resultados. Não mais em cargos individualizados, separados e confinados, mas no trabalho conjunto feito em equipes autônomas e multidisciplinares. É o holismo: focar o todo e não as suas partes. Os movimentos de reorganização empresarial, como a reengenharia e o downsizing, provocaram a substituição da organização funcional pela organização em rede de equipes focadas em processos. E isso também está ocorrendo na GP. estrutura do órgão de gestão de pessoas Antigamente, os órgãos de ARH eram tradicionalmente estruturados no esquema de departamentalização funcional que predominava nas empresas. A estrutura funcional privilegia a especialização de cada órgão e a cooperação intradepartamental, mas produz duas consequências indesejáveis: 1. Subobjetivação: os objetivos departamentais tornam-se mais importantes do que os objetivos globais e organizacionais, e isso funciona como uma força centrífuga de esforços. 2. Dificuldade de cooperação interdepartamental: os departamentos se introvertem e mais se separam e brigam do que cooperam entre si. Isso impede a visão sistêmica e a obtenção de sinergia entre os órgãos. Na Figura 6, cada divisão envolve profissionais especializados em várias funções específicas. Aparentemente, essa especialização traz vantagens pela concentração e integração de profissionais.Mas essas vantagens são amparadas pela orientação focada nos objetivos específicos de cada função. O resultado é uma tremenda Órgão de recursos humanos Divisão de recrutamento e seleção de pessoal Psicólogos Sociólogos Divisão de cargos e salários Estatísticos Analistas de cargos e salários Divisão de benefícios sociais Assistentes sociais Especialistas em benefícios Divisão de treinamento Divisão de higiene e segurança Divisão de pessoal Analistas de treinamento Instrutores Comunicadores Médicos Enfermeiros Engenheiros e técnicos de segurança Especialistas em qualidade de vida Negociadores com sindicatos Auxiliares de pessoal Analistas de pessoal Figura 6 Organização funcional tradicional do órgão de RH. subobjetivação, pois os objetivos departamentais são privilegiados, enquanto os objetivos globais vão para o brejo. Além disso, embora a estrutura funcional favoreça a coordenação intradepartamental, ela dificulta enormemente a coordenação interdepartamental. Torna-se difícil obter a cooperação e a colaboração dos diversos CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO À MODERNA GESTÃO DE PESSOAS 17 departamentos em assuntos mais amplos. E, ainda por cima, cada órgão funciona como uma entidade organizacional definitiva, permanente, separada das demais em uma rígida divisão do trabalho global. Uma verdadeira coleção de feudos e silos que pouco se entendem. Na verdade, a GP está utilizando outros formatos organizacionais que variam enormemente de acordo Recrutamento e seleção Administração de salários e benefícios com as características organizacionais. Quase sempre, o papel de consultoria de GP – seja individual ou em equipe – atua em determinada área da organização dando apoio e suporte aos executivos. Para isso, a equipe de GP deve ser multifuncional e agrupar as competências necessárias para atuar com propriedade em vários processos de GP (Figura 7). Como era a ARH Como é agora Recursos humanos Gestão de talentos Treinamento e desenvolvimento Higiene e segurança do trabalho RH departamentalizado funcionalmente: centralizado para toda a empresa Administração de pessoal Equipe multifuncional A Área A da empresa Equipe multifuncional B Área B da empresa Equipe multifuncional C Área C da empresa RH em equipes multifuncionais: descentralizado como consultoria interna Figura 7 A nova formatação da gestão de pessoas. Caso de apoio: gerentes de linha versus profissionais de RH 17 Gómez-Mejía, Balkin e Cardy apresentam um exemplo interessante: a Sands Corp., uma empresa norte-americana de porte médio de equipamentos de computação para autos. Trabalha como subcontratada para montadoras de automóveis e empresas fornecedoras de produtos militares. Antes a empresa tinha 130 funcionários e o seu DP tinha um diretor e um funcionário. O DP era responsável pelos arquivos de pessoal, recrutamento nos jornais, conforme as requisições dos gerentes, atendimento aos candidatos e pagamento de salários, além de tarefas rotineiras e burocráticas. Em paralelo, os gerentes de linha eram responsáveis pelos assuntos de pessoal, como quem admitir, quem promover, quem desligar e quem treinar. Hoje, a Sands emprega 700 funcionários. O antigo DP tornou-se DRH com um diretor, três especialistas com nível universitário (em seleção, remuneração e treinamento), além de quatro assistentes de pessoal. A diretoria acredita que um DRH forte, com um staff qualificado, pode fazer um trabalho melhor que os gerentes de linha, evitando que estes criem inadvertidamente problemas legais custosos à companhia. Um concorrente perdeu US$ 5 milhões com uma reclamação trabalhista. A Sands optou pela centralização do DRH e atribuiu novas responsabilidades ao DRH, como: • Admissões: o DRH aprova as solicitações, aplica testes e entrevista candidatos. Os gerentes de linha recebem uma lista de candidatos (não mais do que três) por posição para que façam a escolha final. • Diversidade da força de trabalho: cabe ao DRH assegurar que a composição da força de trabalho mantenha certa diversidade de pessoal. • Remuneração: o DRH estabelece os níveis salariais com base em classificação de cargos e pesquisas de mercado. O DRH toma todas as decisões sobre salários. • Avaliação do desempenho: os gerentes de linha preenchem formulários de avaliação do desempenho de seus subordinados enquanto o DRH analisa os resultados e solicita que justifiquem suas avaliações quando são muito elevadas ou baixas. • Treinamento: o DRH conduz os programas de treinamento, incluindo qualidade, relações humanas e o uso de pacotes de software de computação. 18 parte I – Os novos desafios da gestão de pessoas • Pesquisas de atitudes: o DRH conduz pesquisas anuais para que os funcionários avaliem como se sentem em relação ao seu trabalho, ao gerente, salário, condições ambientais e à organização. Os gerentes de linha não gostaram da decisão e reclamaram à diretoria que o DRH absorveu muitas de suas responsabilidades e direitos, a saber: • O DRH avalia os candidatos apenas pelos resultados em testes e critérios de seleção. Muitos candidatos são rejeitados por baixas notas obtidas quando poderiam se tornar excelentes funcionários ou colaboradores. • Excelentes funcionários estão deixando a empresa porque o DRH não aprova aumentos salariais acima da classificação do cargo, mesmo quando a pessoa está capacitada a desempenhar tarefas acima das especificadas na descrição do cargo. • O processo de admissão é demorado, exigindo enorme tempo e papelório e fazendo os candidatos fugirem para os concorrentes. • Parte do treinamento solicitado pelos funcionários não é focalizada no cargo, mas em frivolidades genéricas. São programas enlatados que desperdiçam tempo do funcionário e proporcionam baixo retorno à empresa. • Os gerentes temem ser realistas nas avaliações de desempenho por receio de serem investigados e questionados pelo DRH. • As pesquisas de atitude são guardadas confidencialmente no DRH, quando acusam baixos níveis. Os gerentes sentem que a pesquisa penaliza exatamente aqueles que tomam as medidas mais duras e necessárias à empresa, mas de caráter impopular. O Diretor do DRH rejeitou todas as acusações, argumentando que os gerentes desejam fazer as coisas à sua maneira e não levam em consideração o que é melhor para a companhia como um todo. O conflito está armado. Questões 1. Qual é a principal fonte de conflito entre os gerentes e o DRH? Explicar. 2. Os gerentes deveriam ter mais autonomia para tomar decisões sobre seus funcionários, como admissão, avaliação e remuneração? Se sim, quais os possíveis problemas em descentralizar essa autoridade? Explicar. 3. Como os diretores da Sands poderiam lidar com as reclamações dos gerentes? 4. Como o diretor de RH poderia resolver essa situação? Explicar. Exercícios: aprendizagem cooperativa 18 Para tentar resolver a situação conflitiva da Sands Corporation, o presidente convocou os quatro gerentes de linha que fizeram as reclamações juntamente a quatro membros do DRH (o diretor de RH e os três especialistas) para uma reunião. Neste caso, o professor deve atuar como o presidente nessa reunião e oito alunos escolhidos para atuar nos papéis citados, da seguinte maneira: 1. O presidente deve iniciar o debate e agir como moderador na reunião. 2. Cada gerente apresenta a sua reclamação. 3. Os quatro membros do DRH apresentam a sua posição. 4. Os dois grupos devem tentar chegar a um acordo sobre como o DRH e os gerentes de linha devem compartilhar uma melhor relação de trabalho no futuro. Os dois grupos e o presidente devem conduzir este exercício na frente da classe (Figura 8). Avaliação crítica: capital inteligente é o ativo mais valioso 19 Em 1494, Luca Pacioli, um monge veneziano muito apreciador da matemática, publicou o Summa de Arithmetica, Geometrica, Proportioni et Proportionalità, o primeiro livro sobre contabilidade. Pacioli criou um sistema de registros financeiros (de entradas e saídas de capital, compra e venda, etc.) em um modelo de dupla entrada, permitindo a gestão contábil nos moldes atuais. Agora, passado mais de meio milênio, está surgindo
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