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Papel do Psicólogo Hospitalar

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O PAPEL DO PSICÓLOGO HOSPITALAR 
 
Gióia-Martins e Rocha Jr. (2001, p. 40), acrescentam que o papel do psicólogo hospitalar 
deve ser o de um agente de mudanças, um especialista em relações, com a atuação voltada para o 
social, para a comunidade, numa atividade curativa e preventiva, trabalhando com os conteúdos 
manifestos e latentes, tendo a função de diagnosticar e compreender o que está envolvido na 
queixa, no sintoma, na patologia, contribuindo também para a humanização do hospital numa 
função educativa, profilática e psicoterapêutica. 
Campos (1988, p. 75) afirma que "o profissional de saúde atua no ajustamento do paciente 
às condições de vida hospitalar" e continua: "(...] o profissional de saúde deve buscar em seu 
trabalho a recuperação do paciente, sua reintegração segura ao ambiente familiar e social em 
geral". Portanto, não são todas as situações trazidas pelo paciente que podem ser objeto de 
intervenção psicológica e sim aquelas inerentes ao processo do adoecer, à sua permanência no 
hospital e à conseqüente recuperação e reintegração social desse indivíduo. 
 
Em comum nesses trabalhos, observa-se que o psicólogo hospitalar: 
 
► realiza sua atividade partindo da compreensão (e, às vezes, limitação) do contexto 
institucional em que se encontra, tendo a necessidade de adaptar técnicas e teorias para essa 
realidade hospitalar; 
► detém os conhecimentos psicológicos necessários à compreensão da dinâmica psíquica do 
paciente; 
► focaliza sua intervenção no momento pelo qual o paciente atravessa: a doença, a 
hospitalização, suas conseqüências e significados para esse indivíduo, visando a ajudá-Io a lidar 
melhor com suas emoções intensificadas pelo período de crise; 
► não deixa de considerar o futuro: a recuperação e reingresso social do paciente, para o qual se 
torna necessário investir em medidas educativas ou psicoprofiláticas, ou o eventual preparo para 
lidar com morte (paciente, família e equipe). 
Quanto aos instrumentos necessários à realização de seu trabalho, o psicólogo hospitalar 
deve contar com teoria e técnica que sirvam de fundamento para sua atuação, Gióia-Martins e 
Rocha Jr. (2001, p. 40) especificam quais seriam esses: "entrevista, observação, psicodiagnóstico, 
psicoterapia individual e grupal, testes psicológicos, psicoterapias breves focais, observação 
lúdica, dinâmica de grupos, grupos operativos, técnicas corporais, dentre outros". 
É importante salientar que, nos diversos trabalhos pesquisados, observou-se um consenso 
entre os autores quanto ao fato de o psicólogo hospitalar desempenhar suas atividades em três 
frentes de atuação: a assistência (ao paciente e seus familiares), o ensino ("contribuir de alguma 
forma para o aperfeiçoamento de outros psicólogos e de outros profissionais da saúde" - Campos, 
1988, p. 91) e a pesquisa, que permite construir, refletir e reformular os conhecimentos 
científicos necessários ao melhor desempenho do profissional da psicologia hospitalar. 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
CAMPOS, T.C.P. O Psicólogo em Hospitais: Aspectos de Sua Situação em Hospital Geral. 
Tese (Doutorado). Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 1998. 
 
GÓIA-MARTINS, D.F.; ROCHA, A. JR. Psicologia da Saúde e o Novo Paradigma: Novo 
Paradigma? Psicologia Teoria e Prática. v.3, n 1, p. 35-42, jan a jun, 2001.

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