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AQUATICAS - Nado Borboleta

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
DISCIPLINA: ATIVIDADES AQUÁTICAS 1
DOCENTE: MACKSON LUIZ DA COSTA
GRUPO: BEATRIZ BITENCOURT, BEATRIZ FELIX, HELENA KIRA, NATALIA GOMES E THAYANE RANGEL
DATA: 02/05/2023
SEMINÁRIO AQUÁTICAS I: NADO BORBOLETA
CONTEXTUALIZAÇÃO
A história do nado borboleta/golfinho inicia-se em 1927, partindo de uma tentativa de variação do nado peito, realizada pelo alemão Rademacher. Esta tentativa surgiu por imperfeições nas regras da FINA (Federação Internacional de Natação) que não compilaram o nado peito com a devida precisão. 
Apesar disso, este nado só ganha este nome no início da década de 30 quando em uma competição, o americano Henry Myers, por não conseguir fazer a braçada submersa característica do nado peito, resolve recuperar seus braços por cima da água, de trás para frente mas mantendo nas pernas o movimento normal do nado peito. Foi pelos movimentos executados por Myers lembrarem o voo de uma borboleta que surgiu o nome. Ainda no mesmo período, durante as Olimpíadas de Berlim, na Alemanha nazista, a brasileira Maria Lenk e o norte americano Hebert Higgins, inovaram ao fazer a recuperação do nado peito por fora da agua.
Foi na década de 50 que o nado borboleta/golfinho iniciou sua trajetória na natação, nesta época alguns estudiosos constataram que a ação simultânea das pernas no sentido vertical era mais eficaz que no sentido horizontal. Em 1953, o hungaro Gyorgy Tompek, executou um nado com sequências de imersões e aparições na superfície apresentando grandes ondulações, o que gerou o nome de golfinho. A partir disso o nado foi se aperfeiçoando.
Considera-se, portanto, um estilo de nado relativamente novo e um dos estilos mais temidos da natação, devido a demanda maior de experiência e força do nadador, já que as técnicas de braçada, pernada e respiração são bem diferentes dos outros nados. Ademais, é explorado pelo senso comum, que o nado seria mais complexo para o gênero feminino, devido essa força braçal exigida, mas é logo refutada, pois comprovasse por estudos, que a força exigida é diretamente ligada à massa corporal do indivíduo, logo, quem possui mais massa corporal, terá que produzir mais forma, independente do gênero.
Além disso, normalmente, é o último estilo que aprendemos quando iniciamos as aulas de natação. A forma moderna do nado borboleta/golfinho é creditada a Jiro Nagasawa que foi o primeiro a executá-lo de forma completa, somando o movimento de braços e pernas como conhecemos hoje. Atualmente, temos como grande nome em relação ao nado borboleta/golfinho o Michael Phelps que ganhou diversas medalhas de ouro em Olimpíadas nos 100 e 200 metros borboleta, já o Brasil não tem um histórico muito grande com esse nado, sendo Cesar Cielo o detentor das melhores posições nesse estilo. 
PROVAS
As provas Olímpicas de Natação são divididas em: 
- Estilos de nado: Costas, Peito, Borboleta, Livre (Crawl) e Medley (4 estilos)
- Categorias: Masculino, feminino ou mista 
- Revezamento ou individual 
-Distâncias distintas
Especificamente relacionado ao nado borboleta: 
- 50m nado borboleta
- 100m nado borboleta
- 200m nado borboleta
- Revezamento 4x100m quatro estilos (sendo borboleta o 3º estilo)
- 200m e 400m medley (sendo borboleta o 1º estilo)
REGRAS
As 5 regras principais dessa modalidade de nado em competições oficiais:
1) A partir do início da primeira braçada, após a saída e em cada volta, o corpo deve ser mantido sobre o peito. 
É permitido o uso da pernada submersa na lateral. 
Não é permitido girar para as costas em nenhum momento.
2) Ambos os braços devem ser levados juntos à frente por sobre a água e trazidos para trás simultaneamente durante todo o percurso.
3) Todos os movimentos para cima e para baixo das pernas devem ser simultâneos. As pernas ou os pés não precisam estar no mesmo nível, mas não podem alternar em relação ao outro. 
Não é permitido o movimento de pernada de peito.
4) Em cada virada e na chegada, o toque deve ser efetuado com ambas as mãos simultaneamente, acima, abaixo ou no nível da superfície da água.
5) Após a saída e na volta, é permitido ao nadador uma ou mais pernadas e uma braçada sob a água que deve ser feita na superfície. 
É permitido ao nadador estar completamente submerso em uma distância inferior a 15 metros após a partida e após cada virada. Neste ponto, a cabeça deve "quebrar" a superfície. O nadador tem que permanecer na superfície até a próxima volta ou final.
 
Alterações nas regras do nado de Borboleta a partir de março de 1998:
1) Não é mais exigido que os nadadores mantenha os ombros nivelados durante as viradas e chegadas (importante tocar a borda com as duas mãos).
2) Durante o procedimento das saídas e viradas, é permitido que o nadador realize movimentos submersos até os 15 metros (a chegada é o ponto de referência). 
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE DESPORTOS AQUÁTICOS
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos surgiu em 21 de outubro de 1977 como Confederação Brasileira de Natação (CBN) e em 1988 a nomenclatura foi alterada. Ela é responsável pela organização de cinco modalidades olímpicas: natação, nado sincronizado, pólo aquático, saltos ornamentais e maratona aquática. 
Em 1988, a entidade contava com 3 mil atletas em seu banco de dados, mas já passou dos 60 mil. 
TÉCNICA DO NADO BORBOLETA OU GOLFINHO
 
Posição do corpo
Durante o nado o corpo fica na posição horizontal em decúbito ventral. Deve-se manter a cabeça em uma posição submersa e neutra voltada para baixo, direcionando os olhos para o fundo da piscina, o rosto deverá se manter em contato com a água (exceto no momento de respiração). O nadador deverá aproximar seu queixo em direção ao peito. Para manter uma posição corporal eficiente ao nadar, mantenha o queixo o mais próximo possível da linha d’água ao subir para respirar.
 
Respiração
	A respiração é realizada de maneira frontal. É importante que a respiração seja rápida para que o queixo continue mantido na água e a expiração seja lenta para que o alinhamento do corpo não se perca e o gasto de energia seja menor.
Saída
Semelhante a saída do nado crawl, o que se difere são as “golfinhadas subaquáticas" para se aproveitar a impulsão obtida na largada (só podem ser utilizadas até os 15 primeiros metros).
 
Pernadas
 	Para uma pernada eficiente é importante que o movimento seja fluido. Os joelhos devem estar próximos um dos outros, os pés estendidos com os dedos voltados levemente para dentro e os tornozelos relaxados. Vale ressaltar que o movimento de quadril é fundamental para evitar o desgaste e aumentar a velocidade. 
Braçadas
O ciclo completo da braçada tem quatro fases: entrada da mão na água até o apoio, puxada e empurrada, recuperação/finalização e retomada. Nessa modalidade de nado, os movimentos dos braços são simultâneos e no mesmo plano horizontal.
1) Entrada e apoio: Faz parte da fase aquática não-propulsiva. As mãos ficam unidas em frente à cabeça, na direção do centro da testa. Os braços levemente flexionados (rotação medial), cotovelos acima da linha das mãos levando a ponta dos dedos a serem o que toca a água primeiro. As mãos entram na água de lado com as palmas viradas para fora; O apoio é basicamente uma puxada para o lado, com os braços estendidos, sem exagerar na abertura dos mesmos.
2) Puxada e empurrada: Ocorrem na fase aquática e são movimentos propulsivos. A puxada é o movimento para o lado, com os braços estendidos, as mãos são puxadas em direção ao corpo em um movimento semicircular, com as palmas das mãos voltadas para fora. No final da puxada, se inicia a empurrada, as palmas das mãos devem passar para trás através da água, passando ao lado do corpo e pelos quadris. É a parte mais rápida do movimento com os braços, para que consiga o impulso necessário para completar a partida.
3) Recuperação/finalização: Extensão do cotovelo junto ao corpo no final do movimento e deve ser feito junto com a ondulação do quadril (corresponde à fase aérea não-propulsiva). As palmas das mãos devem estar viradas para fora para queseus polegares entrem na água primeiro
4) Retomada: Com os braços rentes à água, deve-se fazer a transição da palma da mão virada para cima para a posição da mão virada para baixo. Os cotovelos devem ficar estendidos e alinhados realizando movimentos simultâneos. Logo após se inicia a entrada e assim por diante.
Coordenação entre pernas e braços
No nado Borboleta os movimentos dos braços são simultâneos e no mesmo plano horizontal. Deve evitar parar o braço na frente esperando a pernada, para que a velocidade do nado não seja prejudicada.
Virada
É o momento em que o nadador chega até a borda da piscina e deve tocá-la com as duas mãos ao mesmo tempo. Após isso, deve empurrar a borda da piscina com as mãos, flexionar os joelhos, e os pés devem tocar a borda para dar impulso de volta à piscina.
ENSINO DO NADO BORBOLETA NA ESCOLA
Recorte Histórico 
Para se entender o motivo do nado ser implantado nas escolas é preciso entender a sua importância através de sua origem e dos fatores benéficos para o desenvolvimento da criança e do adolescente. O nadar surgiu desde a necessidade do homem por sobrevivência, seja para a busca de alimentos, seja para fugir de predadores. Inicialmente, no ambiente escolar, e por longo período o ensino mecanicista predominava, era ensinado majoritariamente por técnicos desportistas e havia uma priorização da técnica.
Ensino-Aprendizagem 
Com a evolução e intensificação dos estudos acerca da aprendizagem da natação, concluiu-se que priorizar a técnica sem adequar o ensino condizente às necessidades que o aluno possui não é a melhor opção, pois ao se levar em consideração aspectos pedagógicos e as individualidades do aluno o ensino do nado poderá estimular e explorar a capacidade máxima do desenvolvimento do aluno de forma metódica e progressiva ao seu próprio tempo. 
Para aprender a nadar é necessário levar em consideração fatores que vão além da metodologia, sendo viável priorizar aspectos motores, afetivo-social e cognitivo com intuito de trazer autonomia, controle de movimento e autoconfiança para a fase de combinação de movimentos fundamentais.
Além disso, na parte metodológica do ensino é preciso que, inicialmente, ocorra a adaptação ao meio líquido trabalhando com atividades de domínio da respiração, equilíbrio e propulsão. Na escola, o docente deve ensinar todos os nados após a passagem da adaptação começando pelo nado mais simples que é crawl e prosseguindo para outros, como o nado borboleta, após o aluno ter domínio do nado proposto para se ter novos desafios e ele se sinta sempre motivado a progredir. 
Existe na aprendizagem do nado três concepções que segundo Brito (2008) promove uma melhor compreensão do espaço no ponto de vista do aluno, na sua perceptibilidade ao realizar o ato de nadar analisando as particularidades que o meio líquido promove, além de considerar até que ponto essa percepção modifica sua experiência com o nado. 
“Metodologia de ensino é o conjunto de métodos e técnicas utilizados a fim de que o processo ensino-aprendizagem se realize com êxito” (BOFF, 2009, p. 22). É por meio da metodologia que se tem uma melhor organização dos conteúdos no que se refere a níveis de dificuldade e capacidade de assimilação dos alunos. Segundo Machado (1978), Marques e Galhardo (2009) e Boff (2009), existem três concepções metodológicas para o processo de ensino-aprendizagem, as quais se utilizam de formas diferentes da sequência pedagógica utilizada no ensino da natação, que são a concepção global, concepção analítica e concepção sintética. 
A concepção global é uma corrente antiga de ensino, na qual não há preocupação em sistematizar o conteúdo. O ensino acontece de forma global, ou seja, não é fragmentado, baseando-se na imitação dos movimentos. A concepção Analítica visa um aprimoramento técnico, dividindo-se o ensino em partes, passando do conteúdo simples para o mais complexo, tornando a aprendizagem mais funcional. Já a concepção sintética não obedece a um padrão de ensino, partindo de um conteúdo geral para um específico. Nesta concepção o professor modela o conteúdo fazendo adaptações, inserindo, por exemplo, jogos, brincadeiras e situações-problema. 
Os métodos de ensino atualmente são divididos em duas correntes: Tecnicista (conteúdo fragmentado com níveis de dificuldade) e familiarização ao meio líquido como parte do conteúdo na aprendizagem do nadar. 
Benefícios 
Os benefícios da prática da natação são inúmeros e promove melhoras não só fisiológicas, mas também psicossociais. Sendo elas: contribui para o desenvolvimento neuro-motor, a capacidade cardiorrespiratória, a coordenação motora, o equilíbrio, a agilidade e a força; desenvolvimento significativo nas habilidades psicomotoras como a lateralidade, a audição, a visão e a noção de espaço e tempo
Além disso, quando se retira o caráter individual dessa prática e realiza-se atividades com a abordagem dos jogos cooperativos trabalha a cooperação, interação em grupo e processos de sociabilização. 
 Desafios 
Apesar dos benefícios da prática do nado serem grandes para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. A natação como conteúdo escolar sofre dificuldades para ser implantada na escola devido ao raso embasamento teórico do ensino-aprendizagem do docente para conduzir as aulas para proporcionar a vivência.
Além disso, há fatores que ultrapassam a formação do professor, como a ausência de estruturas adequadas para realizar as aulas e a falta de materiais para o docente propor atividades ou adaptá-las, resultando em adaptações inefetivas para a vivência. 
REFERÊNCIAS: 
CARVALHO, K; COSTA, R. A natação como conteúdo da Educação Física escolar: desafios e possibilidades. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 20, Nº 213, Fevereiro de 2016. Disponível: https://www.efdeportes.com/efd213/a-natacao-como-conteudo-da-educacao-fisica.htm
CAETANO, A; GONZALEZ, R. O ensino da natação: uma revisão acerca dos métodos de ensino-aprendizagem. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires,
Año 17, Nº 176, Janeiro de 2013. Disponível: https://www.efdeportes.com/efd176/o-ensino-da-natacao-metodos.htm 
BRITO, Carlos Alexandre Felício. Natação – teoria gestáltica: uma nova concepção pedagógica. São Paulo: Phorte Editora, 2008.
Time Brasil. ( 2022, 5 de abril) Troféu Brasil de Natação 2022 50m borboleta feminino vitória de Daynara de Paula. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=x3RYkoxTdP8 Acesso em: 29 abr. 2023.
Canal nada mais. (2021, 24 de março) Nado borboleta é coisa para homem?. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-Xw8CAGV1Xc Acesso em: 29 abr. 2023.
Time Brasil. ( 2022, 6 de abril) Troféu Brasil de Natação 2022 50m borboleta masculino vitória de Nicholas Santos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sxYrA8R4RiA Acesso em: 29 abr. 2023.
DE SOUZA, Fábio & Colaboradores. Um breve estudo sobre o nado borboleta.
2012. Monografia (Graduação em Educação) - Curso de Educação Física -
Faculdade Araguaia. 2012;
FREITAS, M. R. Proposta Metodológica para o Ensino do Nado Borboleta segundo a visão do Construtivismo: Versão impressa original em: Freitas M R. Ensinando o golfinho. Nadar Rev Bras Esp Aquat 1997; 113:19-21. NADAR! SWIMMING MAGAZINE - Periódico científico em esportes e fitness aquático - natação, pólo aquático, nado sincronizado, saltos ornamentais, travessias aquáticas, Sao Paulo, SP, v. 1, n. 164, 2022. Disponível em: https://www.revistanadar.com.br/index.php/Swimming-Magazine/article/view/7. Acesso em: 29 abr. 2023.
COMITÊ OLÍMPICO DO BRASIL. Maria Lenk. Hall da Fama. Uma jornada de pioneirismo e paixão da primeira à última braçada Disponível em: https://www.cob.org.br/pt/cob/home/hall-da-fama/biografia/maria-lenk. Acesso em: 29 abr. 2023.
COMITÊ OLÍMPICO DO BRASIL. Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Disponível em: https://www.cob.org.br/pt/cob/confederacoes/cbda/. Acesso em: 29 maio 2023.
Natação Prof. Ricardo Barreto (2022, 5 de novembro) Nado borboleta técnica completa para iniciantes. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8zLNN3FyHPkAcesso em: 29 abr. 2023.
Arena Club. A natação nos jogos Olímpicos. Disponível em: https://www.arenaclub.net.br/post/natacao-nos-jogos-olimpicos#:~:text=%E2%96%B6%20Borboleta%3A%20provas%20de%20100m,4x100m%20medley%20%2D%20masculino%20e%20feminino. Acesso em: 29 abr. 2023.
Quero conteúdo. 2016. 5 regras do nado borboleta. Disponível em: http://blog.queroconteudo.com/2016/01/5-regras-do-nado-borboleta.html. Acesso em: 29 de abr. 2023.

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