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Resumo da Unidade de Estudo AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE LEITURA E ES- CRITA Objetivos: Compreender as noções elementares que envolvem a aquisição das habilidades de oral- idade, leitura e escrita, bem como o seu desenvolvimento nos indivíduos. Resumo da unidade: Nesta primeira unidade, traremos questões sobre a aquisição da linguagem, a partir de reflexões teóricas sobre os desenvolvimentos das habilidades de fala (oralidade), leitura e escrita. A proposta concentra-se em descrever, em linhas gerais, as principais teorias de aquisição da linguagem, nas perspectivas das áreas da linguística, da neurolinguística e até mesmo de estudos psicanalíticos que tentam explicar os procedimentos mentais no processo de aquisição e consolidação da linguagem. Para além da descrição, a presente unidade também pretende estabelecer relações entre as diversas teorias que se ocupam de esclarecer os percursos que integram a aquisição dessas habilidades em crianças, que começam a interagir na esfera social e vão desenvolvendo suas formas de comunicação através da linguagem. Inicialmente, há um percurso histórico a ser feito sobre as origens dos registros escritos na humanidade, desde os fenícios até os gregos e romanos, que foram adaptando e mel- horando essa forma de registro gráfico ao longo de mais de 3000 anos, antes de Cristo. Desde essas eras, a compreensão de que a linguagem, seja ela oral ou escrita, deve estar alinhada às necessidades de comunicação entre as pessoas em dada situação social, aponta para uma compreensão da leitura e da escrita como habilidades que têm determi- nada função na vida de seres sociais. Posteriormente, serão observadas as relações existentes entre oralidade e escrita. Os detalhes acústicos formantes dos sons das palavras, somados aos gestos articulatórios do falante, participam das manifestações linguísticas orais. Desse modo, as discussões iniciais embasam como essas manifestações orais são representadas graficamente, além do modo como o falante realiza no percurso mental, essa representação gráfica. Serão estudados a partir da diversidade de teorias sobre aquisição da linguagem, como a teoria de desenvolvimento intelectual de Piaget, que embasa diversos autores que se dedicam ao tema. Entre os modelos de aquisição da linguagem, podemos citar Frith (1985), que concebe três etapas para o desenvolvimento da leitura: logográfica, alfabética e ortográ- fica. Para Erih (2014), quatro são as fases da aquisição da leitura: pré-alfabética, alfabéti- ca parcial, alfabética completa e alfabética consolidada. Até este momento, é importante observar que há diferenças entre as teorias de estágio e as de fase, tendo estas uma compreensão mais flexível do processo de aquisição da habilidade de leitura. Há ainda a hipótese do autoensinamento (Share e Stanovich, 1995) cuja noção básica se refere às funções de decodificação fonológica como mecanismos de autoensinamento, os quais permitem que o aprendiz adquira as representações ortográficas necessárias para um rápido e acurado reconhecimento visual da palavra, além de uma ortografia também proficiente. De acordo com esses autores, a instrução direta e a adivinhação pelo con- texto têm um papel importante no desenvolvimento do conhecimento ortográfico, porém, apenas a decodificação fonológica viabiliza o desenvolvimento eficiente e rápido de um reconhecimento visual de palavras (SANTOS e NAVAS, p. 20, 2016). Para a escrita também veremos diversas teorias relacionando ambas as habilidades: leitu- ra e escrita. Para o início do processo de aquisição da escrita, uma das teorias que melhor descreve e orienta o curso de sua aprendizagem é também a teoria do autoconhecimento, que admite a importância da consciência fonológica durante a apreensão do sistema de escrita. Nesta unidade também nos debruçaremos sobre questões do desenvolvimento das habil- idades de decodificação, fluência e compreensão de leitura, como as relações existentes entre o conhecimento estrutural e o conhecimento proposicional na compreensão do dis- curso escrito. Além de identificarmos a função do processador contextual no conhecimento do contexto de determinado enunciado. Sobre o desenvolvimento das habilidades de codificação e de elaboração da escrita, final- mente, observaremos como se dá o processo de amadurecimento da representação grá- fica (ou codificação) daquilo que já está armazenado e consolidado na mente do falante. Como forma de compreendermos a importância da escrita, nos deixaremos guiar pela ideia de Ellis (1995): “escrever é pensar, e o ato de tentar expressar-se por escrito pode ajudar a esclarecer o próprio pensamento e fazer aflorar novas ideias.” (SANTOS e NAVAS, p. 73, 2016). Dessa maneira, nesse estudo iremos aprimorar como a linguagem se estrutura na mente do falante e de que modo a aquisição das habilidades de fala (oralidade), leitura (decodi- ficação) e escrita (codificação) são influenciadas pelo meio e dele dependem para se de- senvolverem e consolidarem. É importante ressaltar que as práticas linguísticas, iniciadas no seio familiar, são imprescindíveis para o pleno desenvolvimento dessas habilidades. Pois, é no contexto de uso da língua, nos imperativos do uso da fala, diante da necessidade de comunicar alguma mensagem, que as habilidades de linguagem se firmam. Guia de estudo: A: Conforme vimos no estudo dessa unidade a teoria de desenvolvimento intelectual de Pi- aget serve de base para a maioria das teorias de aquisição de leitura e escrita. Caracterize os quatro estágios de desenvolvimento que a compõem: Adivinhação linguística, Aproxi- mação visual, Decodificação sequencial e Decodificação hierárquica. B: Sabendo que o processador semântico armazena significados de palavras familiares como conjuntos de elementos de significados mais primitivos interassociados a partir das repre- sentações dos conhecimentos estrutural e proposicional, comente as relações existentes entre o conhecimento estrutural e o conhecimento proposicional na compreensão do dis- curso escrito, retorne ao texto para um melhor embasamento teórico. C: A partir do estudado e considerando a ideia de que “escrever é pensar, e o ato de tentar expressar-se por escrito pode ajudar a esclarecer o próprio pensamento e fazer aflorar novas ideias”, comente no que consiste a parte final do modelo de elaboração escrita, denominado ‘revisão’.