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Módulo 01 (2)

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Módulo 1.
Teoria Geral dos Fatos Jurídicos
1. Conceito: Em sentido amplo, fatos jurídicos são os acontecimentos que dependem ou
independem da vontade humana, previstos na norma jurídica, em virtude dos quais
nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações jurídicas.
 As relações jurídicas, marcadas pela intersubjetividade, são relações sociais
tuteladas pelo Direito.
2. Classificação:
Os fatos jurídicos em sentido amplo (lato sensu) podem ser naturais (independem da
vontade humana) ou humanos (dependem da vontade humana).
 2.1. Fatos naturais, também denominados fatos jurídicos em sentido
estrito (strictu sensu), são os acontecimentos que independem da vontade humana, ou
seja, decorrem da natureza. Os fatos jurídicos em sentido estrito (strictu sensu) se
subdividem em:
 2.1.1. Fatos jurídicos em sentido estrito ordinários (morte,
nascimento, maioridade, decurso de tempo - prescrição etc.).
 2.1.2. Fatos jurídicos em sentido estrito extraordinários (terremoto,
tempestade, inundação, enchente etc.).
 2.2. Fatos humanos são os acontecimentos que dependem da vontade humana,
abrangendo tanto os atos lícitos como os ilícitos. Os fatos humanos se subdividem em:
 2.2.1. Atos lícitos ou atos jurídicos em sentido amplo: são os atos
humanos praticados em conformidade com o ordenamento jurídico, também denominados
pela doutrina como voluntários, uma vez que produzem efeitos jurídicos querido pelo
agente. Os atos jurídicos em sentido amplo se subdividem em:
a) Atos jurídicos em sentido estrito (ou meramente lícitos). Em tais atos, os efeitos
da manifestação da vontade estão predeterminados na lei. Exemplos: notificação, que
constitui em mora o devedor; reconhecimento de filho; tradição; ocupação; uso de alguma
coisa.
Assim, os atos jurídicos meramente lícitos ou em sentido estrito são manifestações da
vontade obedientes à lei, porém geradoras de efeitos que a própria lei determina. As partes
não podem através de suas vontade modificar os efeitos jurídicos que serão produzidos.
b) Negócios jurídicos. Nestes há uma composição de interesses mediante a criação de
normas que objetivam regular tais interesses, harmonizando vontade que, na aparência,
demonstram serem antagônicas. O negócio jurídico é uma declaração da vontade destinada
à produção de efeitos queridos pelas partes. Pode haver ou não correspondência entre o
desejado pelas partes e o determinado pela lei. Neste caso prevalecerá a vontade das
partes, uma vez que a regra da norma é meramente supletiva, isto é, valerá somente na
ausência da vontade. Exemplos: testamento (negócio jurídico unilateral na formação);
contratos (negócio jurídico bilateral na formação).
2.2.2. Atos ilícitos, também denominados pela doutrina de involuntários, uma vez que
acarretam consequências jurídicas alheias à vontade do agente. A prática de ato ilícito
produz efeitos previstos em norma jurídica, como sanção, porque viola mandamento
normativo.
3. Negócio Jurídico.
O Código Civil de 2002 substitui a expressão genérica “ato jurídico” (art. 81, CC/1916) por
“negócio jurídico” – art. 104, uma vez que somente os negócios justificam a pormenorizada
regulamentação dos preceitos contidos no Livro III da Parte Geral. Contudo, o art. 185
determina que se apliquem, no que couber, aos atos jurídicos lícitos, as disposições
disciplinadoras do negócio jurídico.
O artigo 81 do Código Civil de 1916 dizia que "todo o ato lícito que tenha por fim imediato
adquirir resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos se denomina ato jurídico". Pois
bem, o antigo ato jurídico é denominado hoje como negócio jurídico, por haver o intuito
negocial. Por isso não pode ser confundido com uma mera transação comercial.
O negócio jurídico, conforme Francisco Amaral, é a declaração de vontade provada
destinada a produzir efeitos que o agente pretende e o direito reconhece. Esses efeitos são
a constituição, a modificação ou a extinção das relações jurídicas. Desta forma, o negócio
jurídico possui uma finalidade negocial, sendo que esta abrange a aquisição, a conservação,
a modificação ou a extinção de direitos.
4 - Da Classificação de Direitos.
Como a finalidade negocial diz respeito à aquisição, conservação, modificação ou extinção
de direitos é preciso fazer uma breve classificação destes direitos. Conforme ensina Silvio
Venosa, os direitos podem ser classificados da seguinte forma:
Direito atual: é o que já foi adquirido e está em condições de ser exercido, por estar
incorporado ao patrimônio do adquirente.
Direito futuro: é aquele cuja aquisição ainda não se operou e que não pode ser exercido.
Direito eventual: é o direito incompleto. Por isso é futuro, já que depende de
acontecimento para completar-se, mas já apresenta formação e certa relação com o
presente.
Expectativa de direito: é a mera possibilidade de adquirir um direito.
Direito condicional: é o que se perfaz pelo advento de um acontecimento futuro e
incerto.
Direito potestativo: se traduz numa faculdade ou poder por ato livre da vontade.
5 - Da Finalidade negocial.
5.1 - Aquisição de direitos
A aquisição de um direito ocorre com a sua incorporação ao patrimônio e personalidade do
titular. Pode ser
Originária: Sem qualquer interferência do titular anterior. Exemplos: usucapião e
ocupação.
Derivada: Decorre de transferência feita por outra pessoa. Exemplos: contratos de doação
e compra e venda.
5.2 - Conservação de direitos
A conservação serve para resguardar seus direitos. O titular muitas vezes necessita tomar
certas medidas ou providências preventivas ou repressivas, judiciais ou extrajudiciais. Tais
como hipoteca, penhor, protesto, notificação, legítima defesa, ações possessórias.
5.3 - Modificação de direitos
Nem sempre os direitos conservam suas características iniciais e permanecem inalterados
durante sua existência.
Podem sofrer alterações em relação ao seu objeto e também em relação ao seu sujeito. Por
exemplo: dação em pagamento, cessão de crédito.
5.4 - Extinção de direitos
Os direitos podem ser extintos por diversas razões. Por exemplo: perecimento, alienação,
renúncia, abandono, falecimento do titular de um direito personalíssimo, decadência.
_______________//__________
Da representação.
1. Conceito
A representação se trata de relação jurídica mediante a qual certa pessoa se obriga
diretamente perante terceiro, por meio de ato praticado em seu nome por um
representante ou intermediário.
Desta forma, com exceção dos atos personalíssimos, os atos jurídicos podem ser praticados
por intermédio da representação, uma vez, que, nos termos do art. 116 “A manifestação de
vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao
representado”.
Reza o art. 115 que os poderes de representação são conferidos pela lei ou pelo
interessado. Tal artigo elenca duas das espécies de representação existentes no
ordenamento jurídico: a legal e a convencional.
2. Espécies
A representação legal é aquela na qual a norma jurídica confere poderes para administrar
bens alheios, como: os pais, em relação aos filhos menores (art.1634, V e 1690); os
tutores, em relação aos pupilos (art. 1747, I) e os curadores, quanto aos curatelados (art.
1774).
A representação convencional ou voluntária é estabelecida na Parte Especial do Código
(Contrato de Mandato - art. 653 ao art. 691). Art. 653. O mandato ocorre quando alguém
recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A
procuração é o instrumento do mandato.
Ressalte-se, ainda, que a representação pode se dar também por via judicial. Nesta
espécie de representação o juiz nomeia determinadas pessoas para exercerem certos
cargos em determinados processos (o síndico como representante da massa falida, no
processo de falência; o inventariante como representante do espólio, na abertura do
inventário etc.).
3. Prova da representação
Conforme disposto no art. 118, o representante tem o deverde provar às pessoas, com
quem vier a contratar em nome do representado, não só sua qualidade, como a extensão
de seus poderes, sob pena de responder pelos atos negociais que a estes excederem.
4 Efeitos da Representação
A representação produz efeitos, dentre os quais, o principal é o fato de que uma vez
realizado o negócio jurídico pelo representante, o representando adquire direitos e
obrigações. Os direitos são incorporados no patrimônio do representado. Por sua vez, as
obrigações assumidas em nome do representado devem ser cumpridas, e por elas responde
o seu acervo patrimonial.
5. Hipóteses de anulabilidade do negócio jurídico realizado via representação:
5.1. Negócio jurídico realizado pelo representante consigo mesmo, no seu interesse ou por
conta de outrem (art. 117), salvo se a lei ou o representado permitir.
5.2. Substabelecimento da representação (art. 117, parágrafo único), salvo se o
representado permitir.
5.3. Celebração do negócio jurídico pelo representante em conflito de interesses com o
representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento da outra parte. Caso o
representante em conflito de interesses com o representado celebrar negócio jurídico, este
poderá ser anulado no prazo decadencial de 180 dias, a contar da celebração do ato
negocial ou da cessação da incapacidade.
6) O contrato consigo mesmo
É da natureza da representação que o representante atue em nome de apenas uma das
partes do negócio jurídico no qual intervém. Por exemplo, em uma locação o locador pode
ser representado por terceiro. Isso é comum em imobiliárias que administram imóveis.
Porém pode acontecer de duas partes de um negócio jurídico se manifestarem por meio de
um mesmo representante. É a situação da dupla representação. Por exemplo, na mesma
locação o locador e o locatário sendo substituídos na assinatura do contrato por um só
representante.
Outra hipótese, é a de que o representante de uma das partes seja justamente a outra
parte. Por exemplo, o mandatário que tem poderes para alienar um certo bem por certo
preço a si próprio. Ele representa o vendedor e é o comprador.
Nas duas hipóteses acima temos o contrato consigo mesmo.
De qualquer forma, deve ser observado o artigo 117 que diz ser anulável o negócio jurídico
celebrado consigo mesmo sem a permissão da lei ou do próprio representado. Nas
hipóteses de representação legal, como na tutela e curatela isso não é permitido. Na
hipóteses de representação convencional somente com a permissão do representado.
Lembrando, ainda, que o advogado não poderá representar duas partes contrárias.
7) Atos praticados contra o interesse do representado.
O representante atua em nome do representado. Por isso deve agir de conformidade com
os poderes recebidos. Se ultrapassar haverá excesso de poder e pode ser responsabilizado
por isso.
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