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anual Bíblico
de mapas e gráficos
~ Para a sua pesquisa individual ou para
preparação de aula, sermão ou palestra
~ Autoria, data e tema central
de cada livro da Bíblia
~ Outros temas dominantes
~ Inclui mapas e gráficos
para reprodução
~ Antigo Testamento
~ Novo Testamento
.. .
Manual
Bíblico de
Mapas e
Gráficos
1
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Manual Bíblico de Mapas e Gráficos © 2003, Editora Cultura Cristã. © 1996, 1993, Thomas Nelson.
Originalmente publicado em inglês com Q título Nelson 's Complete Book 01Maps and Charts pela
Thomas Nelson Publishers, 501 Nelson Place, PO.Box 141000, Nashville, TN, 37214-1000, USA.
Todos os direitos são reservados.
Tradução
Heloísa Cavallari Martins
Bethania Fonseca da Silva
- Revisão
Rubens Castilho
Patrícia de Almeida Murari
Editoração
Expressão Exata
Capa
Idéia Dois
ISBN
85-86886-76-9
Publicação -autorizada pelo Conselho Editorial:
Cláudio Mana (Presidente), Alex Barbosa Vieira, André Luís Ramos,
Mauro Meister, Otávio Henrique de Souza, Ricardo Agreste,
Sebastião Bueno OIinto, Valdeci Santos Silva.
EDITORA CULTURA CRISTÃ
Rua Miguel Teles Júnior, 394 - Cambuci
01540-040 - São Paulo - SP - Brasil
Fone (0**11) 3207-7099 - Fax (0**11) 3209-1255
www.cep.org.br-cep@cep.org.br
0800- 141963
Superintendente: Haveraldo Ferreira Vargas
Editor: Cláudio Antônio Batista Mana
Provérbios 155
Eclesiastes 159
Cântico dos Cânticos 162
Sumário
Introdução , 5
AntiSlo Testamento
Pentateuco 9
Gênesis 11
Êxodo 27
Levítico 42
Números 49
Deuteronômio 55
Livros Históricos 60
Josué 61
Juizes 68
Rute 76
1Samuel 80
2 Samuel 90
1 Reis 97
2 Reis 108
1 e 2 Crônicas 124
Esdras 134
Neemias 137
Ester 141
Literatura de Sabedoria 145
Jó 146
Salmos 150
Livros Proféticos 165
Isaías 168
Jeremias 175
Lamentações 181
Ezequie1 183
Daniel 192
Oséias 197
Joel 200
Amós 202
Obadias 205
Jonas 207
Miquéias 211
Naum 213
Habacuque : 215
Sofonias 217
Ageu 219
Zacarias 223
Malaquias 226
Periodo Intertestamentário 229
3
1 e 2 Tessalonicenses 334
1 e 2 Timóteo 337
Tito 341
Filemom 343
Hebreus 345
Novo Testamento
Os Quatro Evangelhos 237
Mateus 249
Marcos 262
Lucas 267
João 274
Atos 283
Epístolas de Paulo 301
Romanos 303
1Coríntios 307
2 Coríntios 313
Gálatas 316
Efésios 320
Filipenses :....... 325
Colossenses : 329
4
Epístolas Gerais 349
Tiago 351
1 Pedro 355
2 Pedro 358
1 João 363
2 e 3 João 366
Judas 369
Apocalipse 371
Índices 379
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Introducão,
Bem-vindo ao Manual Bíblico de Mapas e Gráficos da Editora Cultura Cristã. Esperamos
que ao compilar em um único volume os mapas e tabelas de estudo usados em muitas das
Bíblias e Concordâncias, estaremos colocando nas mãos de todos os cristãos uma ferramenta
essencial que valoriza e incentiva o estudo da Palavra de Deus.
Projetado para uso fácil e com referências prontamente acessíveis, o Manual Bíblico de Mapas
e Gráficos, oferece uma visão panorâmica da geografia, política e questões temáticas das Escrituras.
Os mapas e tabelas seguem a ordem dos livros da Bíblia e são colocados paralelamente a passagens
curtas de textos que oferecem explicações referentes sobre o contexto histórico ou temático. As
tabelas freqüentemente apresentam um resumo dos eventos ou temas da Bíblia, permitindo aos
leitores uma apreensão rápida do assunto antes ou depois de lerem a passagem bíblica, ao passo
que os mapas fornecem uma compreensão da política e da geografia da Bíblia. Por exemplo, as
tabelas denominadas "Em Relance" apresentam um resumo de cada livro, apresentando o tema
central e os assuntos discutidos, a localização e data dos eventos, dando as referências textuais de
cada divisão. Os mapas' que detalham as viagens missionárias de Paulo (págs. 293 a 296), mostram
as distâncias incríveis cobertas por este homem extraordinário em seu esforço para anunciar o
Evangelho e pastorear os fiéis.
As tabelas também podem ajudar o leitor a compreender temas que se estendem ao longo de
vários livros, relacionar elementos do texto que aparentemente não apresentam nenhuma relação
entre si, ou resumir idéias extra-bíblicas sobre o texto. Por exemplo, a tabela denominada "Tentação:
O contraste entre os Dois Adãos" (pág.16) mostra as diferenças na maneira como Adão e Jesus
Cristo enfrentaram a tentação, ao passo que "Mulheres do Novo Testamento"(pág.27 I), apresenta
referências para a ação de algumas das personalidades mais notáveis do Novo Testamento. "Três
Teorias sobre a Fonte dos Evangelhos Sinóticos" (pág.239), apresenta visualmente três das teorias
que explicam as semelhanças literárias de Mateus, Marcos e Lucas.
Tabelas e mapas bíblicos podem ser úteis não apenas para o leitor, mas também para o professor.
Qualquer pessoa que já tenha lutado para explicar o significado ou contexto histórico de uma
passagem bíblica sabe como um recurso visual pode ser útil. Por esta razão, muitas tabelas e
mapas deste livro são apresentados em páginas individuais, para serem facilmente copiados.
Convidamos o leitor a copiar estes recursos visuais para seu uso pessoal ou para grupos de
estudo. Intencionalmente feitas para uso na sala de aula ou em seminários, tais cópias podem ser'
distribuídas, ou projetadas numa tela.
Este Manual Bíblico de Mapas e Gráficos da Editora Cultura Cristã, não foi publicado como
um livro de referência para permanecer na estante. A intenção é que ele seja um suplemento
de outros materiais curriculares para a sala de aula, seminários ou sermões. Esperamos que ele
prove ser tão benéfico que se transforme em recurso padrão para seu estudo bíblico pessoal ou
em grupo.
5
ANTIGO
TESTAMENTO
~
7
Vista Panorâmica do Antieo Testamento
Pessoas Períodos e Eventos Culturas Livros Escritos do
Contemporâneas Antigo Testamento
Adão ANTES DOS PATRIARCAS Era Pré-Histórica
Criação
Dilúvio
Abraão, Isaque, PATRIARCAS Narrativas patriarcais Jó (?)
Jacó, José Abraão entra na terra refletem a cultura da
c. 2090 a.C. Mesopotâmia e do Egito
José Primeiro-Ministro
c.1885 - 1805 a.C.
PEREGRINAÇÃO NO EGITO Os Egípcios
c. 1875-1445 a.C. escravizam os Israelitas
Moisés MARCHA PELO DESERTO Gênesis, Êxodo,
c. 1445 -1405 a. C. Levítico, Números,
Deuteronômio
Josué, Débora, CONQUISTA E JUiZES Palestina ocupada, Josué, Juízes
Gideão, Jefté, Sansão c. 1405 - 1050 a. C. várias nações oprimem Israel
Samuel, Saul, REINO UNIDO Nações vizinhas Rute, Samuel, Salmos,
Davi, Salomão Estabelecido em 1050 a.C. derrotadas por Israel Cântico dos Cânticos,
Provérbios, Eclesiastes
REINO DIVIDIDO
. 931 - 722 - Dividido em 931 a.C.
Sul Norte
Roboão Jeroboão I Reinos Arameus - 931 - 732
Josafá, Uzias Acabe, Jeroboão 11 Obadias, Joel,
Jonas, Amós, Oséias,
Isaías, Miquéias
Ezequias Queda da Síria c. 732 a. C.
Dominação Assíria da Naum, Sofonias
Palestina 745 - 650
Queda de Samaria c. 722 Jeremias, Lamentações,
Josias APENAS JUDÁ 722 - 586 Habacuque, Reis,
Daniel, Ezequiel
Cativeiro de Daniel,
Cativeiro de Ezequiel
Jeremias Queda de Jerusalém c. 586 Supremacia Babilônica Ageu, Zacarias
625 - 539
Império Medo Persa
539 - 331
Zorobabel, RESTAURAÇÃO 538
Ageu, c. 400 Segundo Templo
Zacarias
Retorno de Esdras c. 458 Crônicas, Esdras, Ester
Malaquias Retorno de Neemias c. 444 Neemias, Malaquias
8
- - .
n
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o
PENTATEUCO
Os cinco primeiros livros da Bíblia - Gênesis, Êxodo, Levítico e Deuteronômio -são
denominados Torá pelos judeus, um termo hebraico que significa "lei" ou "ensinamento". Os
tradutores da Septuaginta (o Antigo Testamento em grego), denominaram este grupo de
Pentateuco, isto é, "coletânea de cinco volumes" (do grego penta, "cinco", e teuchos,
"volume").
Tradicionalmente, cristàos e judeus conservadores têm afirmado que Moisés foi, em grande
parte, responsável pelo Pentateuco. Tanto o Antigo como o Novo Testamentos atribuem a
Moisés a autoria deste conjunto de literatura (Js l.7; Dn 9.11-13; Lc 16.29 Jo 7.19; At 26.22;
Rm 10.19),tendo havido, até o século 18, uma concordância geral a respeito do papel de
Moisés neste sentido.
No período moderno, entretanto, tem sido freqüentemente afirmado que, por trás do Pentateuco
como o conhecemos hoje, existem quatro documentos separados (referidos como J, E, D, P),
os quais se originaram de vários períodos da história de Israel e que foram reunidos num
período mais tardio do Antigo Testamento. Esta teoria (conhecida como "Hipótese
Documentaria") surgiu, em parte, para explicar uma série de indagações a respeito do texto
do Pentateuco, que sào particularmente aparentes no Gênesis. Tais questões incluem histórias
que parecem ser duplicatas umas das outras, o uso de certos nomes específicos para Deus em
algumas porções do texto, mudanças bruscas no estilo de um incidente para outro, etc.
Sem dúvida, o caso da Hipótese Documentária deve muito a pressuposições naturalistas e
evolucionistas, no que diz respeito ao desenvolvimento da antiga sociedade humana. Além
disso, houve pouco acordo duradouro entre os especialistas sobre o caráter preciso e a
extensão dos documentos e fontes que, como se alega, estariam por trás do Pentateuco
como nós o conhecemos. Hoje pode-se demonstrar, também, que muitas das características
que anteriormente pareciam tão estranhas, são típicas de outras literaturas do período
antigo. Embora nem todos os problemas tenham sido inteiramente explicados, não existe
nenhuma razão que nos constranja a abandonar a autoria mosaica.
Embora cada livro do Pentateuco esteja centralmente relacionado com a aliança entre
Deus e seu povo, cada um deles é, entretanto, distinto e tem o seu próprio tema.
O Pentateuco constitui a primeira parte de uma vasta seqüência de narrativa bíblica que
se estende do Gênesis até 2 Reis. Na primeira parte as narrativas da criação e da história
primitiva da humanidade (Gn 1 - 11), estão ligadas aos eventos da vida dos patriarcas
Abraão, Isaque, Jacó e José (Gn 12 - 50). Tais histórias, por sua vez, estão ligadas às
narrativas sobre o maior profeta de Israel, Moisés. Elas incluem o conflito com o faraó do
Egito (Êx 1 -11), a libertação realizada por Deus tirando o povo do Egito (Êx 12 - 15), a
rebelião de Israel e os quarenta anos de peregrinação no deserto (Êx 16 - Nm 21), e a
chegada do povo à entrada de Canaã, a Terra da Promessa (Nm 22 - Dt 34).
Gênesis, primeiro livro do Pentateuco, abrange um vasto período de tempo, indo da criação
até à peregrinação no Egito. Os quatro livros restantes, Êxodo-Deuteronômio abrangem um
período de aproximadamente quarenta anos apenas.
9
o Pentateuco
Livro
Caráter de Ação de Ordem de
Idéia Central Nação Povo Deus Deus Deus
Gênesis Começo Escolhida Preparado Soberano Poderoso Criador "Haja!"
Êxodo Redenção Libertada Redimido Misericordioso Libertador "Deixameu povo ir!"
Levítico Adoração Separada Instruído Santo Santificador "Sede santos!"
Números Peregrinação Dirigida· Testado Justo Sustentador "Entrai!'!
Deuteronômio Aliança Renovada Preparada Reinstruído Senhor Amoroso Galardoador "Obedecei!"
Cronologia de Israel no Pentateuco
Data Evento Referência
Décimo quinto dia, primeiro mês, primeiro ano Êxodo Êxodo 12
Déclmo quinto dia, segundo mês, primeiro ano Chegada ao Deserto de Sim Êxodo 16.1
Terceiro mês, primeiro ano Chegada ao Deserto do Sinai Êxodo 19.1
Primeiro dia, primeiro mês, segundo ano Tabernáculo Erigido Êxodo 40.1,17
Dedicação do Altar Números 7.1
Consagração dos Levitas Números 8.1-26
Décimo quarto dia, primeiro mês, segundo ano Páscoa Números 9.5
Primeiro dia, segundo mês, segundo ano Censo Números 1.1, 18
Décimo quarto dia, segundo mês, segundo ano Páscoa Suplementar Números 9.11
Vigésimo dia, segundo mês, segundo ano Partida do Sinai Números 10.1
Primeiro mês, quadragésimo ano No Deserto de Zim Números 20.1, 22-29; 33.38
Primeiro dia, quinto mês, quadragésimo ano Morte de Arão Números 20.22-29; 33.38
Primeiro dia, décimo primeiro mês, quadragésimo ano Discurso de Moisés Deuteronômio 1.3
10 Nelson 5· Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc.
A.
GENESIS
Como o título indica, Gênesis é o livro dos começos (a palavra "Gênesis" vem de um termo grego que
significa origem, fonte, nascimento ou começo). Na descrição que faz da criação do mundo pela
palavra de Deus, da queda do homem, da origem dos povos da terra e do início da relação de aliança
de Deus com seu povo escolhido, Israel, o livro de Gênesis apresenta o contexto e estabelece o
cenário para o restante das Escrituras.
Autor
f(
Embora o livro do Gênesis não mencione o seu autor, as Escrituras, e boa parte da tradição da igreja
~
~ ') atribui o livro a Moisés. Tanto o Antigo como O ovo Testamentos repetidamente testificam a autoria
~ mosaica do Pentateuco (por ex. Js l.7; Dn 9.11-13; Lc 16.29; Jo 7.19; At 26.22; Rm 10.19) e a'* autoria mosaica não foi seriamente questionada até o século 18. Judeus e cristãos conservadores
continuam a reconhecer a autoria de Moisés, baseados no testemunho das Escrituras e na falta de
alternativas plausíveis.
Data
Para escrever o livro de Gênesis, Moisés, sem dúvida, utilizou fontes escritas mais antigas e tradições
orais, bem como material revelado diretamente a ele por Deus (Nm 12.8). Educado na "sabedoria
dos egípcios" (At 7.22), Moisés tinha sido providencialmente separado para compreender e integrar,
sob a orientação de Deus, todos os manuscritos, registros e tradições orais disponíveis. A composição
do livro provavelmente se deu durante o exílio de Israel no deserto (c. 1446-1406 a.C.).
Temas e Estrutura Literária
A estrutura literária de Gênesis é constituída por onze unidades separadas, cada uma delas iniciada
com a palavra gerações inserida em frases como: Estas sào as gerações ou O livro das geraçôes:
(1) Introdução às Gerações (1.1~:3); (2) Céus e Terra (2.4-4.26); (3) Adão (5.1-6.8); (4) Noé
(6.9 -9.29); (5) Filhos de Noé (10.1- 1l.9); (6) Sem (11.10-26); (7) Terra (11.27-25.11); (8)
Ismael (25.12-18); (9) Isaque (25.19-35.29); (10) Esaú (36.1-37.1); (11) Jacó (37.2-50.26).
Gênesis é o primeiro capítulo da história da redençào do homem. Nesta obra, quatro grandes eventos
e quatro grandes personalidades são enfatizadas.
Os capítulos 1-11 são dominados por quatro eventos formidáveis que formam a base de toda
história bíblica subseqüente.
11
Gênesis em Relance
ÊNFASE QUATRO POVOSQUATRO EVENTOS
TEXTO 27.19 50.261.1 3.1 6.1 10.1 12.1 25.19
TÓPICO
DIVISÃO Criação Nações Abraão Isaque Jacó
Raça Humana Raça Hebraica
Histórico Biografia
LOCAL Crescente Fértil
(Éden - Harã)
Canaã
(Harã - Canaã)
37.1
José
Egito
(Canaã - Egito)
ÉPOCA c. 2000 Anos
c. 4000 + - c. 2166 a.C.
281 Anos
c. 2166 - 1885 a.C.
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, lnc.
81 anos
(1885 -1804 a. C.)
Quando Ocorreram os Eventos em Gênesis Quando Ocorreram os Eventos Registrados nos Livros da lei
(Não incluídas as profecias não realizadas quando estes livros foram escritos)
(1) Criação: Deus é o criador soberano da matéria e energia, espaço e tempo. Os seres humanos
são o auge da sua criação.
(2) Queda: Embora originalmente boa, a criação tomou-se sujeita à corrupção em virtude do pecado
de Adão. Apesar da maldição devastadora da queda, Deus promete esperança de redenção por meio
da semente da mulher (3.15).
(3) Dilúvio: À medida que a humanidade se multiplica, o pecado também se multiplica até que Deus
é compelido a destruir a raça humana, com exceção de Noé e sua família.
(4) Nações: Embora sejamos todos filhos de Adão por meio de Noé, Deus fragmenta a cultura e
linguagem únicas do mundo pós-dilúvio, e espalha as pessoas pela face da terra.
Capítulos 12 - 50 tratam de quatro grandes personalidades (Abraão e seus descendentes Isaque, Jacó
e José), por meio dos quais Deus abençoar as nações. O chamado de Abraão (cap. 12) é o ponto
principal do livro. As promessas do pacto que Deus faz com Abraão são fundamentais para o programa
divino de trazer salvação ao seu povo.
12
ESBOÇO DE GÊNESIS
Primeira Parte: História Primitiva(1.1-11.9)
I. Criação 1.1- 2.25
A. Criação do Mundo 1.1-2.3
B. Criação do Homem 2.4-25
11. Queda 3.1 - 5.32
A. Queda do Homem 3.1-24
B. Linhagens Familiares em Conflito 4.1-5.32
111. Julgamento pelo Dilúvio 6.1- 9.20
A. Causas do Dilúvio 6.1-5
B. Julgamento pelo Dilúvio 6.6-22
C. O Dilúvio 7.1- 8.19
D. Resultados do Dilúvio 8.20-9.17
E. Após o Dilúvio: O Pecado da Linhagem Piedosa 9.18-29
IV. Julgamento sobre a Torre de Babei 10.1-11.9
A. Linhagens Familiares Depois do Dilúvio 10.1-32
B. Julgamento de Todas as Linhagens Familiares 11.1-9
Segunda Parte: História Patriarcal (11.10 - 50.26)
I. Vida de Abraão 11.10- 25.18
A. Apresentação de Abraão 11.10-32
B. O Pacto de Deus com Abraão 12.1-25.18
11. A Vida de Isaque 25.19- 26.35
A. A Família de Isaque 25.19-34
B. O Fracasso de Isaque 26.1-33
C. O Fracasso de Esaú 26.34,35
111.A Vida de Jacó 27.1-36.43
A. Jacó obtém a Bênção de Esaú 27.1-28.9
B. A Vida de Jacó em Harã 28.10-32.32
C. Retomo de Jacó 32.1-33.20
D. Estadia de Jacó em Canaã 34.1 - 36.43
E. A História de Esaú 36.1-43
IV. A Vida de José 37.1-50.26
A. Corrupção da Família de José 37.1- 38.30
B. Exaltação de José 39.1-1.57
C. Salvação da Família de Jacó 42.1-50.26
13
14
Os Seis Dias da Criação
De acordo com o livro de Gênesis, Deus criou em seis dias o mundo e tudo o que nele existe. E Deus
declarou tudo como tendo sido "muito bom" (1.31). O Criador descansou no sétimo dia (2.1-3).
Embora houvesse outras "histórias da criação" entre as nações pagãs do mundo antigo, a narrativa
bíblica é única no sentido de que Deus existia antes da criação e criou todo o mundo físico a partir do
nada (1.1,2; Jo. 1.2,3). Estas nações pagãs, especialmente os babilônios, criam que o universo material
era eterno e que este havia criado os deuses. Mas o Gênesis descreve um Deus que é claramente
superior ao mundo físico.
Deus começou organizando uma terra sem forma e vazia (l.2), provendo luz (1.3-5), e separando a
terra da água (1.6-10). Seguiu-se a criação das plantas e animais, incluindo as criaturas do mar, ar e
terra (1.11-25). O homem e a mulher foram criados no sexto dia (1.26-28), antes do descanso
sabático do Criador (2.1-3). Os estudiosos discordam quanto à duração e o caráter dos "dias" da
criação. Alguns crêem que foram dias reais de vinte e quatro horas, outros crêem que foram períodos
de duração indetenninada, enquanto outros vêem a seqüência dos seis dias da criação como uma
estrutura literária. Qualquer que tenha sido a duração destes dias, o escritor bíblico declara que Deus
criou o mundo de forma ordeira, como parte de um plano magistral. O mundo não evoluiu simplesmente
a partir de si próprio ou por acidente.
A teoria do "intervalo" (gap) formulada para conciliar a narrativa bíblica com a geólogica, afirma
que a criação em Gênesis 1.1 foi seguida por uma catástrofe (1.2), e em seguida por uma recriação de
Deus ou uma reformulação do mundo físico (1.3-31). Mas esta teoria reduz Deus a um ser fraco, com
pouco controle sobre sua própria criação. O Deus poderoso que criou o mundo preside também sobre
o seu destino.
Homem e mulher são a suprema realização da obra criadora de Deus (SI 8.5). Como seres morais
livres que trazem em si a imagem de Deus, receberam o domínio sobre o mundo natural (1.27,28).
Apenas eles, entre todas as criaturas viventes do mundo, estão equipados para a comunhão com
seu Criador.
A Obra Criadora de Deus
Embora alguns especialistas interpretem as narrativas da criação em Gn. 1.1-2.3 e 2.4--25 como
evidência da presença de duas narrativas diferentes e inconsistentes, Gn. 2.4 não introduz uma
nova narrativa da criação, mas ao contrário, representa uma expansão do texto de 1.26-27. O
segundo capítulo pressupõe o primeiro, e as diferenças são complementares e suplementares, não
contraditórias.
Gênesis 1 Gênesis2
Narrativas da Criação Deus o Criador Deus o mantenedor do pacto
Elohim Javé
Deus como poderoso Deus como pessoal
Criação do universo Criação do homem
Clímax é o homem Clímax com o casamento
Os seis dias da criação O sexto dia da criação
o Jardim do Éden
o jardim do Éden foi o primeiro lar de Adão e Eva, o primeiro homem e a primeira mulher (2.4-
3.24). Éden é a tradução de uma palavra hebraica que significa "Prazer", sugerindo um "Jardim de
Prazeres". O jardim possuía muitas árvores belas e frutíferas, inclusive a "árvore da vida", e a
"árvore do conhecimento do bem e do mal" (2.9).
Apontar a localização exata do Jardim do Éden é difícil, embora a melhor teoria o localize perto da
nascente dos rios Tigre e Eufrates na região montanhosa da Armênia (veja o mapa). Uma grande
catástrofe, talvez o dilúvio do tempo de Noé, pode ter apagado todos os traços dos outros dois rios
mencionados - Pisom e Havilá (2.11). Mas as fotografias espaciais modernas têm produzido evidências
de que dois rios, que hoje aparecem como leitos secos, poderiam ter fluído através desta área há
séculos.
Deus ordenou a Adão e a Eva que não comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal
(2.17). Eles caíram de seu estado original de inocência quando Satanás aproximou-se de Eva
usando uma serpente e tentou-a a comer do fruto proibido (3.1-5). Ela comeu do fruto e deu-
o também a seu marido (3.6,7). A desobediência deles lançou-os, e a toda raça humana, em
estado de pecado e corrupção.
Por causa de sua descrença e rebelião foram expulsos do jardim. Outras conseqüências do pecado
foram a perda da inocência (3.7), dor no trabalho de parto (3.16), a maldição da terra que
resultou em trabalho pesado para o homem (3.17 -19), e a separação de Deus (3.23,24).
O apóstolo Paulo pensou em Cristo como o Segundo Adão que salvaria o velho Adão pecador
pelo seu plano de salvação e redenção. "Porque assim como em Adão todos morrem, assim
também todos serão vivificados em Cristo" (lCo 15.22).
o Jardim do Éden pode ter-se situado perto do rio Tigre (2.14)
V
Grande Mar
(Mar Mediterrâneo)
=
rALESTINA
ARÁBIA
N
+o 200 Mi
1-1 -.,-"..,.., -+--r-, -'----'o
o 200 km
© 2002, Editora Cultura Cristã
(
15
Contraste entre os Dois Adãos
Gênesis 3.15 contém a promessa de redenção, uma promessa cumprida com a vinda de Jesus Cristo.
O Novo Testamento retrata Cristo como o "Segundo Adão", cuja obediência e morte sacrificial na
cruz desfaz a desobediência de Adão (Rm 5.12-21; 1Co 15.45). Como "Segundo Adão" Jesus triunfou
sobre o mesmo tipo de tentação à qual o primeiro Adão sucumbiu.
"uma árvore desejável "lança-te daqui para baixo"
para dar entendimento"
1 João 2.16 Gênesis 3.6 Lucas 4.1-13
"a concupiscência da carne" "a árvore era boa para se comer" "manda que estas pedras
se transformem em pães"
"a concupiscência dos olhos" "era agradável à vista" "o diabo ... mostrou-lhe todos os reinos"
"a soberba da vida"
Idade dos Patriarcas
A maldição trazida pela queda de Adão resultou em morte para ele e para sua posteridade. Embora o
tempo de vida fosse, inicialmente, muito longo (uma média de mais de novecentos anos), houve um
declínio rápido depois do Dilúvio.
As genealogias bíblicas (por ex., em Gênesis, 1 Crônicas, etc.) não são necessariamente seqüenciais
em sentido estrito. De acordo com as práticas antigas de anotações genealógicas, alguns nomes são,
às vezes, omitidos nas listas. O termo bíblico traduzido como "gerou", também pode ser traduzido
como "tomou-se o ancestral de" .
Qual Era a Idade dos Patriarcasl
ADÃO 930 anos (Gn 5.5)
SETE 912 anos (Gn 5.8)
ENOS 905 anos (Gn 5.11)
ENOQUE 365 anos (Gn 5.23)
METUSALÉM 969 anos (Gn 5.27)
LAMEQUE 777 anos (Gn 5.31)
NOÉ 950 anos (Gn 9.29)
Dilúvio _ Dilúvio
SEM 600 anos (Gn 1l.10,11)
HÉBER 464 anos (Gn 11.16,17)
TERÁ 205 anos (Gn 11.32)
ABRAÃO 175 anos (Gn 25.7)
ISAQUE 180 anos (Gn 35.28)
JACÓ 147 ANOS (Gn 47.28)
JOSÉ 110 anos (Gn 50.26).
Os patriarcas que viveram antes do Dilúvio tinham uma expectativa de vida média de mais ou menos 900 anos (Gn 5) A
idade média dos patriarcas pós-dilúvio caiu rapidamente e gradualmente se estabilizou (Gn 11). Alguns sugerem que isto
se deveu a grandes mudanças no meio-ambiente resultantesdo Dilúvio.
16
Declínio Espiritual na Época Patriarcal
Primeira Geração Segunda Geração Terceira Geração Quarta Geração
Abraão Ismael e Isaque Esaú e Jacó José e seus
onze irmãos
-Abraão: o Ismael: Esaú:
homem de fé, não era filho da não espiritual, José:
creu em Deus promessa pouca fé homem de Deus,
demonstrou fé
o Isaque: Jacó:
invocou a Deus e a princípio Irmãos:
creu em Deus acomodado, traição,
depois voltou-se para imoralidade,
o Senhor não se separavam
dos cananitas
o Abraão: o Isaque:
construiu altares construiu um Jacó: construiu altares Nenhum altar foi
ao Senhor altar ao Senhor ao Senhor (Gn 33.20; construído ao Senhor na
(Gn 12.7,8; (Gn 26.25) 35.1,3,7) quarta geração
13.4,18; 22.9)
A Arca de Noé
A arca foi uma embarcação construí da por Noé para salvar a si mesmo, sua família e os animais, do
dilúvio enviado por Deus (Gn 6.14 - 9.19). Media cerca de 135 metros de comprimento, 24 metros de
largura e 13 metros de altura, e tinha três andares. Os especialistas calculam que uma embarcação
deste tamanho poderia sustentar mais de 43.000 toneladas.
Depois de quase um ano na água, a arca descansou no monte Ararate, onde é hoje a Turquia.
Numerosas tentativas têm sido infrutíferas ao longo dos séculos para descobrir os remanescentes da
embarcação. Geleiras que se deslocam, avalanches, fendas escondidas e tempestades súbitas tornam
a escalada da área extremamente perigosa.
A arca revela tanto o julgamento quanto a misericórdia de Deus. Seu justo julgamento é visto na
destruição dos perversos, mas sua misericórdia e cuidado são demonstrados na preservação de Noé,
e, por meio dele, da raça humana. Representa também uma impressionante ilustração de Cristo,
qual, por sua graça, nos preserva do dilúvio do julgamento divino.
Há várias outras histórias de dilúvio no mundo antigo que são, em muitos detalhes, extraordinariamente
semelhantes ao relato bíblico. a mais famosa delas, Utnapishti, o "Noé" babilônico, construiu um
barco que media cerca de 54 metros de comprimento, 54 de largura e 54 de altura - um desenho
náutico muito pouco apropriado. um contraste agudo com estas histórias, o livro de Gênesis apresenta
um Deus santo e justo que manda o dilúvio em julgamento contra o pecado, mas misericordiosamente
salva Noé e sua família por causa de sua retidão.
No Novo Testamento, Jesus falou sobre o dilúvio, sobre Noé e sobre a arca, comparando os "dias de
Noé" com a ocasião da "Vinda do Filho do Homem" (Mt 24.37; Lc 17.26,27). Outras referências
sobre o dilúvio incluem: Hb 11.7; 1Pe 3.20; e 2Pe 2.5.
17
A Bíblia Diz Iss01
Ditos Comuns em Gênesis: - Muitos ditos populares têm suas raízes na Bíblia. Entretanto, as
pessoas freqüentem ente usam estas frases sem reconhecer sua origem bíblica. Aqui estão vários
ditos comuns ou frases, que podem ser identificados com o Gênesis.
Dito ou Frase Significado Hoje Contexto ou Significado Original
Um Jardim do Éden Um paraíso de beleza perieita e recursos O lugar onde Deus originalmente colocou
ilimitados. Adão e Eva antes do pecado (Gn 2.8,15)
Fruto proibido Um prazer ou satisfação que não devemos O fruto da árvore do conhecimento do bem
experimentar, e que se torna mais atraente e do mal, da qual Adão e Eva foram proibidos
por estar fora dos limites permitidos; de comer (Gn 2.17; 3.3).
freqüentemente se refere ao prazer sexual.
Pomo de Adão O caroço de cartilagem que é, muitas vezes, A tradição de que um pedaço do fruto
proeminente no pescoço do homem. proibido (acredita-se popularmente que
tenha sido uma maçã) ficou engasgado na
garganta de Adão (Gn 3.6).
Folha de figueira Do ponto de vista da arte, uma pequena As coberturas que Adão e Eva fizeram
cobertura para a genitália; figurativamente, depois de pecarem e tornarem-se
qualquer meio usado para nos proteger de conscientes de sua nudez (Gn 3.7).
um embaraço.
Sou eu porventura guardador de meu Pergunta retórica, feita muitas vezes para Pergunta de Caim em resposta ao Senhor
irmão? escapar à responsabilidade em relação a que lhe indagara onde estava Abel, a quem
outra pessoa. Caim matara (Gn 4.9).
Quarenta dias e quarenta noites Um longo espaço de tempo. A duração do aguaceiro que causou o dilúvio
no tempo de Noé (Gn 7.12).
Babei ou Torre de Babei Símbolo de confusão e caos. O lugar onde Deus confundiu as línguas das
nações, dispersando-as pela terra (Gn 11.1-9)
Terra Prometida Imagem de completa liberdade, felicidade e Frase usada para descrever a terra que Deus
autodeterminação. prometeu dar aos descendentes de Abraão,
Terra de Canaã a qual, segundo se dizia,
jorrava leite e mel (Gn 12.7; 15.18-21).
Uma prato de lentilha Alusão a situações em que somos A barganha pela qual Esaú, em troca de uma
enganados ou trapaceados. tigela de cozido de lentilhas, vendeu seu
direito de primogenitura a Jacó, seu irmão
mais novo. O cozido, em algumas traduções
é referido como ensopado (Gn 25.27-34).
18
- ./
<
Torre de Babei
A torre de Babei foi construída na planície do Sinear, provavelmente na Babilônia antiga, ao sul da
Mesopotâmia, algum tempo após o grande Dilúvio dos dias de oé. Símbolo da rebelião e do orgulho
pecaminoso do homem, a estrutura foi construída para satisfazer a vaidade do povo:
"Vinde ... e tomemos célebre o nosso nome" (Gn 11.4).
A torre em forma de pirâmide deveria alcançar o céu. Estes povos estavam tentando aproximar-se de
Deus em seus próprios termos, mas aprenderam que as portas do céu não podem ser arrombadas.
Homens e mulheres devem aproximar-se do Deus santo com reverência e humildade.
A torre de Babei foi construída de tijolos e argamassa, uma vez que não havia pedras disponíveis
nas planícies ao sul da Mesopotâmia. Assemelha-se aos zigurates dos antigos habitantes ao sul da
Mesopotâmia, construídos como lugar de adoração para seus deuses. Tanto os reis assírios quanto
os babilônios se orgulhavam da altura destes templos pagãos, gabando-se de construí-los tão altos
quanto o céu.
Uma torre semelhante construída em Ur, a cidade ancestral de Abraão ao sul da Mesopotâmia,
aproximadamente no ano de 2100 a.c., era uma pirâmide constituída de três terraços sobrepostos de
tamanhos diferentes. O templo era alcançado por escadas convergentes. A palie mais alta da torre
era um altar devotado ao culto pagão.
Deus interferiu para evitar que os construtores de Babei participassem de um poder e uma glória
que pertencem unicamente a Ele. A linguagem dos construtores foi confundida, de sorte que não
mais podiam comunicar-se entre si. Em sua frustração, abandonaram o projeto. E os orgulhosos
construtores foram espalhados pela superfície da terra (Gn 1l.7,8). Como a torre era fraca e
pequena comparada com o poder de Deus! Os esforços errôneos de auto glorificação da humanidade
causaram confusão, frustração e sua dispersão por toda terra.
A Família de Abraão
A genealogia de Sem (11.10-26) serve como introdução para a figura de Abraão, natural da cidade de
Ur, na Mesopotâmia. O plano redentor de Deus centraliza-se agora na família e nos descendentes de
um indivíduo. O papel de Abraão nas Escrituras é fundamental para o restante da Bíblia. Todas as
relações redentoras subseqüentes de Deus com a humanidade estão relacionadas com a aliança que
Deus fez com Abraão.
Terá
Sarai --- AbrãO I Harã
Naor ---Milca ~
Ló IscáIsaque
A Aliança Abraâmica
A aliança abraâmica é incondicional, dependendo unicamente de Deus que se obriga, em sua graça,
a cumprir o que prometeu. A aliança foi feita, primeiramente num esquema amplo, e depois confirmada
com mais detalhes a Abraão (13.14-17; 15.1-7; 18-21; l7.l-8).
Verifique a tabela "O Pacto Abraâmico" à página 24.
19
A Jornada de Fé de Abraão
Ajornada de 2.500 quilômetros empreendida por Abraào foi movida pela fé. " ...e partiu sem saber
aonde ia. Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, ...porque aguardava a cidade
que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador" (Hb 11.8-10).
Grande Mar
(Mar Mediterrâneo)
CANÃA
Siquén).
Betj' .,.\ Ai
Gerar. ,. Hebrom."Berseba~ • l5NEGUEBE
SUR Cades-Barnéia
o 200 Mi
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O 200 km
N
t
© 2002, Editora Cultura Cristã
Isaque e Jacó
A fidelidade de Deus à sua promessa é lindamente ilustrada na nascimento de Isaque, filho de Abraão
e sua esposa Sara, idosa e estéril (21.1-3). Ao invés de procurar uma esposa para Isaque entre os
povos de Canaà, Abraào enviou seu servo à Mesopotâmia para encontrar-lhe uma esposa entre o seu
próprio povo (Gn 24).
De Isaque e Rebeca nasceram os gêmeos Jacó e Esaú, mas Deus mostrou que a linha do pacto
deveria passar por Jacó (25.23). A disputa pelo direito de primogenitura e bênção patriarcal levou
Jacó a fugir de seu irmão, indo para a Mesopotâmia, onde se casou com Lia e Raquel (Gn 27 - 29),
permanecendo ali por vinte anos. Jacó foi pai de doze filhos (35.22-26), os quais se tornaram pais das
doze tribos de Israel. Judá, o quarto filho de Jacó, foi aquele por meio de cuja linhagem o Messias
prometido haveria de nascer (49.10).
Examine o mapa à página 22.
20
Jacó Retorna a Canaã
Depois de passar vinte anos ao norte da Mesopotâmia, Jacó retomou a Canaã. No caminho de volta
teve um encontro face a face com Deus em Peniel (32.30,31).
Mar
Mediterrâneo
• Berseba
Sucote P' I• ente M .
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Rio Jaboque
BetelyAi
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Hebrom Mar
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N
t
© 2002. Editora Cultura Cristã
21
J
A vida de Jacó
Mar
Mediterrâneo
2- Viajou para a terra de seus antepassados, Harã,
ao norte de Canaã, para ver seu tio Labão
e encontrar uma esposa. Passou a noite em Setel,
onde sonhou com anjos subindo e descendo uma escada;
recebeu a promessa das bênçãos de Deus (Gn 28.1-19) .
Mar da
Galiléia
3- Em Harã serviu a Labão
durante catorze anos,
casando-se com Lia
e depois com Raquel (Gn 29.15-28).
• Manre
• Serseba
N
t
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4- Voltando de Harã
Jacó lutou com um anjo
às margens do rio Jaboque.
Deus mudou seu nome
para Israel (Gn 32.22-32).
1- Nascido de Isaque e Rebeca,
perto de Serseba, ao sul de Canaã;
induziu seu irmão gêmeo, Esaú,
a lhe vender seu direito de primogenitura
em troca de uma refeição (Gn 25.24-34).
22
Rio Jaboque
.Setel
6- O corpo de Jacó retornou a Canaã
e foi sepultado no sepulcro da família
na caverna de Macpela,
perto de Manre (Gn 50.13,14) .
5- Viajou para o Egito com sua família
para fugir da fome em Canaã (Gn 46.1-6);
no Egito, antes de sua morte,
abençoou seus doze filhos (Gn 49.1-33).
Rio Jaboque"'--"---"-----
José
Como conseqüência do ressentimento que os dez filhos de Jacó com Lia e sua concubina sentiam por
José, filho de Jacó com Raquel, ele foi vendido como escravo para o Egito por seus irmãos (Gn 37). Lá
José foi preso, e mais tarde elevado à condição de governador do Egito com autoridade apenas inferior
à do Faraó. José foi o instrumento usado por Deus para preservar a família de Jacó durante os anos de
fome (Gn 41--46), preservando também da destruição a linhagem do pacto e da promessa.
Mar
Mediterrâneo
Mar de
Quinerete
J iS;qUém
(J (Belel
•
Hebrom
GILEADE
N
tNEGUEBE
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As Nações de Gênesis 10
Gênesis 10 é chamado "O Quadro da Nações" e está estruturado em termos dos descendentes dos
três filhos de Noé: Jafé (vs.2-5), Cam (vs.6-20), e Sem (vs.Ll-31). Muitos nomes mencionados no
capítulo 10 podem ser associados às nações antigas, algumas das quais continuam até o presente.
Observe nas páginas seguintes as tabelas adicionais do Livro do Gênesis.
23
As Nações de Gênesis 10
I eGÔMER I
~
leHITITAS I
MADAI
e (Medos)
Mar Mediterrâneo
N
t e JAVA Descendentes de Jafé (Gn 10.2-5)e PUTE Descendentes de Cão (Gn 10.6-20)• LU DE Descendentes de Sem (Gn 10.21-31)(Lídia) Nome bíblico em períodos posteriores• JOCTÃ(Arábia)
o Pacto Abraâmtco
Gn 12.1-3 Deus inicia seu pacto com Abrão quando este morava em Ur dos Caldeus,
prometendo-lhe uma terra, descendentes e a bênção.
Gn 12.4,5 Abrão foi com sua família para Harã e viveu ali por um tempo,
saindo de Harã aos 75 anos
Gn 13.14-17 Depois Lá separou-se de Abrão,
Deus novamente promete a terra a ele e a seus descendentes.
Gn 15.1-21 Este pacto foi ratificado quando Deus passou por entre os animais sacrificiais
que Abrão havia colocado diante dele. .
Gn 17.1-27 Quando Abrão tinha 99 anos, Deus renovou seu pacto mudando seu nome
para Abraão (Pai de numerosas nações). O sinal do pacto foi a circuncisão.
Gn 22.15-18 Confirmação do pacto por causa da obediência de Abraão.
O pacto abraâmico foi fundamental para os outros pactos.
A promessa da terra no Pacto Palestino (Dt 30.1-10)
A promessa de um descendente real no Pacto Davídico (2Sm 7.12-16)
A promessa da bênção sobre o "Velho" e o "Novo" Pacto (Êx 19.3-6; Jr 31.31-40).
24
l'-J
V.
2- Abraão, com cerca de
75 anos de idade,
O foi de Harã para Canaãjunto com sua família(Gn 12.4,5).
Grande Mar
(Mar Mediterrâneo)
3- Por causa da fome
em Canaã,
Abraão e sua família
mudaram-se para o Egito
(Gn 12.10).
Gerat.
Monte
Moriá (?)•~<J •Betel
• Harã
• Naor (?)
4- As viagens de Abraão
_ ( I o levaram também a Betel e Hebrom,
/ - ao sul de Canaã (Gn 13.18)
e ao Monte Moriá,
ao norte de Canaã (Gn 22.1-4) .• Hebrom
1- Abraão mudou-se com seu pai de
Ur para Harã (Gn 11.31)
N
t
• Berseba
6- Jacó, filho de Isaque viajou de Berseba a Harã
para encontrar uma esposa (Gn 28.1-10)
e posteriormente mudou-se para o Egito
para escapar da fome em Canaã (Gn 46.1-6)
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5- Isaque, filho de Abraão,
peregrinou por Gerar e Berseba,
ao sul de Canaã (Gn 26.6; 26.23);
seu servo viajou até Naor, bem ao norte,
para buscar Rebeca,
para ser a esposa de Isaque (Gn 24.62-67).
/
Mencionados pela
Primeira Vez em Gênesis
Acampamento 32.2
Agrado 23.8
Alegria 31.27
Alimento 1.29
Altar 8.20
Amigo 38.12
Anel usado por um homem 41.42
Anjo 16.7
Arco-íris 9.13
Assassino 4.8
Beijo 27.26
Caça 25.28
Caçador 10.8,9
Caixão 50.26
Cárcere 39.20
Carro 41 .43
Céus 1.1
Chuva 7.1-12
Compra de um campo 23. 3-20
Controle do abastecimento 41.25-36
Contrato de trabalho 29.15-20
Construção da arca 6.14,22
Coração 6.5
Dádiva 9.3
Delito 26.10
Deus 1.1
Edificador de cidade 4.17
Embalsamar 50.2
Embriagado 9.21
Enforcar 40.20-22
Esposa 2.24
Espada 3.24
Família 8.19
Filho 11.30
Flexeiro 21.20
Guerra 14.2
Habitante de caverna 19.30
Herdeiro 15.2
ídolos 31.19
Inimigos 24.60
26
.~.
Intérprete 41.15
Invocar 4.26
Jardineiro 2.15
Juramento 21.23,24
Lavrador 4.2
Mal 19.19
Marido 3.6
Masmorra 40.15
Matar 4.8
Medo 9.2
Morte 24.67
Mulher que furta 31.19
Nome dado antes do nascimento 16.11
Oferta 4.3-5
Orvalho 27.28
Ouro 2.11
Pai 2.24
Pássaro 1.21
Pecado 3.1-24
Perdão 50.17
Peregrino 12.1-8
Pergunta 3.1
Poço 16.14
Profecia 3.15
Prostituta 34.31
Rei 14.1
Riqueza 31.1
Sepultura 23.6
Serpente 49.17
Tentação 3.1-6
Terra 1.1
Testemunha 21.30
Torre 11.4,5
Trevas 1.2
Vento 8.1
Véu 24.65
Vinho 9.21
Violência 6.11
"...
EXODO
o Livro de Êxodo registra a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito e seu estabelecimento
como nação governada nos termos do pacto de Deus e de suas leis. Durante aproximadamente os
quatrocentos anos em que esteve no Egito, a família de Jacó cresceu de um grupo de setenta pessoas
para um povo que contava entre dois e três milhões de pessoas.
Os judeus que falam hebraico sempre usaram as palavras hebraicas que iniciam o livro de
Êxodo como seu título, chamando-o de ve 'elleh shemot, que significa "Estes são os nomes."
O título grego é Êxodo, uma palavra que significa "saída", "partida."
Autor
~
Junto com o restante do Pentateuco (Gênesis a Deuteronômio), o livro de Êxodo é atribuído pelas Escrituras
~
~ r; a Moisés. Porções do próprio Êxodo apresentam Moisés especificamente como autor (17.14; 24.3,4;
~ 34.27), e os escritores ao longo do Antigo e do Novo Testamentos reconhecem a autoria mosaica. (MI
~ 4.4; Jo1.45; Rm 10.5). Além disso, o próprio Jesus reconhece a origemmosaica do livro (Me 7.10;
12.26; Lc 20.37; Jo 5.46,47; 7.19-23).
A partir do século dezoito alguns estudiosos têm contestado a autoria mosaica do livro de Êxodo em
favor de uma série de fontes orais e escritas reunidas por editores em data mais tardia da história de
Israel. Tais argumentos estão longe de ser conclusivos, particularmente porque tem havido pouca
concordância a respeito do caráter preciso e da extensão dos documentos que estariam atrás do texto
do Êxodo como o temos hoje.
Data
Assim como o restante do Pentateuco, o Êxodo foi escrito durante a peregrinação de Israel no deserto,
entre a época do êxodo e a morte de Moisés. Moisés provavelmente mantinha um registro da ação
de Deus, o qual ele organizou nas Planícies de Moabe pouco antes da sua morte (c. 1406 a.c.).
A questão da data do livro está relacionada à data em que o Êxodo se deu. 1 Reis 6.1 afirma que o
êxodo ocorreu 480 anos antes da fundação do templo (966 a.C}, o que significaria a data de 1446
a.C. como a saída do Egito.
Alguns estudiosos argumentam que as evidências arqueológicas apontam para uma data ao redor
de 1275 a.C., e sustentam que os 480 anos de 1 Reis 6.1 devem ser vistos como um número
simbólico (40 anos vezes as 12 tribos de Israel seria igual a480 anos). As evidências arqueológicas,
entretanto, são ambíguas, e a data de 1446 é a que adotamos neste trabalho.
27
Êxodo em Relance
ÊNFASE REDENÇÃO DO EGITO REVELAÇÃO DE DEUS
TEXTO 1.1 2.1 5.1 15.22 19.1 32.1 40.38
A PREPARAÇÃO
REDENÇÃO PRESERVAÇÃO REVELAÇÃO
RESPOSTA
DIVISÃO NECESSIDADE PARA A DE ISRAEL
DE REDENÇÃO REDENÇÃO DE ISRAEL DE ISRAEL DO PACTO AO PACTO
NARRAÇÃO LEGISLAÇÃO
TÓPICO
ESCRAVIDÃO REDENÇÃO INSTRUÇÃO
LOCAL EGITO DESERTO MONTE SINAl
ÉPOCA 430 ANOS 2 MESES 10 MESES
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charis © 1993 by Thomas elson, Inc.
Quando Ocorreram os Eventos de Êxodo
Temas e Estrutura Literária
o livro de Êxodo é facilmente dividido em duas seções principais: a redenção da escravidão no Egito
(caps. 1-!-8)e a revelação de Deus no Monte Sinai (caps. 19-40).
O conceito de redenção é central no livro de Êxodo. Por causa de sua fidelidade à promessa do pacto
feita a Abraão, Isaque e Jacó, Deus livra seu povo da escravidão, preserva-o durante a caminhada no
deserto e prepara-os para entrar na Terra da Promessa.
Israel foi redimido da escravidão no Egito para entrar em relacionamento de pacto com Deus. Depois
que o povo provou a libertação, direção e proteção de Deus, estava pronto para ser instruído sobre o
que Deus esperava deles. No Monte Sinai, Moisés recebe de Deus as leis morais, civis e cerimoniais,
bem como o modelo do tabemáculo que deveria ser construído no deserto.
28
.
•
ESBOÇO DE ÊXODO
PRIMEIRA PARTE. Redenção do Egito (1.1-18.27)
I. A Necessidade da Redenção do Egito 1.1-22 -""""----
A. O Rápido Crescimento de Israel 0 ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 1.1-7
B. A Severa Aflição de Israel 1.8-14
C. A Extinção Planejada de Israel 1.15-22
11. A Preparação dos Líderes para a Redenção 2.1- 431
A. Moisés é Salvo do Assassinato 2.1-10
B. Moisés Tenta se Redimir pelo Assassinato 2.11-22
C. Israel Clama a Deus 2.23-25
D. Deus Chama a Moisés 3.1-4.17
E. Moisés Aceita o Chamado 4.18-26
F. Israel Aceita o Chamado de Moisés como Libertador 4.27-31
Ill. Deus Redime Israel do Egito 5.1-15.21
A. Moisés Enfrenta Faraó pela Palavra 5.1-6.9
B. Moisés Enfrenta Faraó com Milagres 6.10-7.13
C. Moisés Enfrenta Faraó com as Pragas 7.14-11.10
D. Israel Redimido pelo Sangue através da Páscoa 12.1- 13.16
E. Israel Redimido do Egito pelo Poder 13.17- 15.21
IV. Á Preservação' de Israel no Deserto 15.22-18.27
A. Preservado da Sede 15.22-27
B. Preservado da Fome 16.1-36
C. Novamente Preservado da Sede 17.1- 7
D. Preservado da Denota.................................................................................................. 17.8-16
E. Preservado do Caos 18.1-27
SEGUNDA PARTE. Revelação de Deus (19.1-31.18)
I. A Revelação do Velho Pacto : 19.1- 31.18
A. A Preparação do Povo 19.1-25
B. A Revelação do Pacto 20.1-26
C. Os Julgamentos 2l.1- 23.33
D. A Ratificação Formal do Pacto 24.1-11
E. O Tabemáculo 24.12 - 27.21
F. Os Sacerdotes 28.1-29.46
G. A Instituição do Pacto 30.1- 31.18
11. A Resposta de Israel ao Pacto 32.1- 40.38
A. Israel Quebra Intencionalmente o Pacto 32.1-6
B. Moisés Intercede pela Salvação de Israel 32.7-33
C. Moisés Convence Deus a não Abandonar Israel 32.34-33.23
D. Deus Renova o Pacto com Israel 34.1-35
E. Israel Obedece Voluntariamente ao Pacto 35.1-40.33
F. Deus Enche o Tabemáculo com sua Glória 40.33-38
29
Limitado ao norte pelo Mar Mediterrâneo, a leste pela Península do Sinai e pelo Golfo de Suez,
e a oeste pelo Deserto da Líbia, o Egito possuía uma história rica e bem documentada. Parte de
nosso conhecimento sobre a história antiga do Egito vem do trabalho do sacerdote egípcio,
Maneto (c. 270 a.C"), que registrou os eventos de trinta e uma dinastias, a partir de c. 3200 a.C.
A tabela que se segue começa com Amosis I, fundador da décima-oitava dinastia. De acordo
com a teoria da data mais antiga para o Êxodo (adotada neste trabalho), o Faraó do Êxodo foi,
provavelmente, Amenotepe II; de acordo com a teoria da data mais próxima, o Faraó foi,
provavelmente, Ramsés lI.
Faraós E~ípcios
Amosis I 1570-46 a.C. Amenotepe IV 1379-62 a.C.
Amenotepe I 1546-26 a.C. Sakare 1364-61 a.C.
Tutmés I 1526-12 a.C. Tutancâmon 1361-52 a.C.
Tutmés 11 1512-04 a.C. Ay 1352-48 a.C.
Tutmés 111 1- 1504-1450 a.C. Horemébe 1348-20 a.C.
1-
Hatsepsute 1504-1483 a.C. Ramsés I 1320-18 a.C.
Amenotepe 11 1450-25 a.C. Seti I 1318-04 a.C.
Tutrnés IV 1425-17 a.C. Ramsés II 1304-1236 a.C
Amenotepe 111 1427-1379 a.C. Merneptá 1236-1223 a.C
Deuses Pa~ãos E~ípcios
A religião do antigo Egito era caracterizada por um complexo politeísmo, e uma grande variedade de
divindades locais e deuses da natureza que eram adorados pelo povo. Muitos deuses eram associados
à fertilidade e à agricultura, e a proteção de praticamente todos os aspectos da vida era atribuído a
alguma divindade. As dez pragas foram desafios diretos ao culto de divindades egípcias que eram
consideradas responsáveis por proteger a vida e a propriedade do país. Desta forma, a supremacia de
Javé, o Deus de Israel, foi vigorosamente demonstrada.
Examine a tabela sobre "Deuses Pagãos do Egito" na página ao lado.
30
Deuses Pa{!àos do E{!ito
NOME RESPONSABILIDADE FORMA OU ANIMAL SAGRADO
Aker Deus-terra - Ajudador dos Mortos Duas cabeças de leão
Amon Deus do Vento - Deus de Tebas - Ajudador dos piedosos Forma humana
Animal sagrado - ganso e cameiro
Anúbis Glorificador dos mortos Cabeça de chacal - pele negra
Ápis Assegura fertilidade Touro
Aton Deus do sol
Atum Deus da criatura original Serpente-humana
Bes Proteção para o nascimento - Concede virilidade Grupo de demônios
Edjo Deusa do Delta / Baixo Egito Serpente Ureus
Gebe Deus-Terra - Consorte de Nute - Pai de Osíris Forma Humana
Hátor Deusa do céu - Deusa do amor, da dança e do álcool Vaca
Hekete Deusa Original ou Primitiva Rã
Hórus Deus do céu Falcão
ísis Deusa da vida e da cura
- Filha de Gebe Irmã /consorte de Os íris - Mãe de Horus Forma humana
Ouépri Deus primordial - Sol nascente Escaravelho
Onum Doador do Nilo - Criador da humanidade Forma humana com
cabeça de carneiro
Oóns Deus lua Forma humana
Maat Justiça. Mãe de Rá . Forma humana
Mesquenete . Deusa protetora dos recém-nascidos e do destino
Min Deus da virilidade e da reprodução
Mute "Olho do Sol" - Consorte de Amon Abutre ou forma humana
Neqbete Deusa do Alto Egito
Nute Deusa do céu - Consorte de Gebe
- Mãe de Osíris e Sete - Mãe dos corpos celestes
Osíris Faraós mortos
Governador dos mortos, da vida e da vegetação
Ptá DeuscriadorSenhordosartesãos
Rá Deus do sol, da terra e do céu
- Pai de Maat - Deus nacional Forma humana com
cabeça de falcão
Selquete Guardião da vida - Protetor dos mortos Escorpião
Sesate Deusa da escrita e dos livros
Sete Deus do caos, do deserto,da tempestade e da colheita - irmão de Os íris
SÚ Deus do ar - sustentador do céu
Sobeque Deus criador Crocodilo
Sótis Deus das enchentes do Nilo
Termútis Deusa da fertilidade e da colheita - destino Serpente
Tóte Deus da sabedoria,
da lua e da cronologia - mensageiro dos deuses lbis ou babuíno
Touéris Deusa da fertilidade, das mulheres e do parto Hipopótamo
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.
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31
..
As Dez Pra~as do E~ito
Faraó, o governador do Egito, recusou-se a libertar o povo hebreu da escravidão e permitir que
deixassem seu país. Portanto, o Senhor enviou dez pragas sobre o Egito para quebrar a obstinação de
Faraó e demonstrar seu poder e superioridade sobre os deuses pagãos dos egípcios.
Estas pragas ocorreram dentro de um período de aproximadamente nove meses, na seguinte ordem:
1. As águas do rio ilo se tomaram em sangue (7.14-25).
2. As rãs invadiram o país (8.1-15).
3. As pessoas e os animais ficaram infestados de piolhos (8.16-19).
4. Enxames de moscas cobriram a terra (8.20-32)
5. A peste matou os rebanhos do Egito (9.1-7).
6. Úlceras e feridas infectaram os egípcios e seus animais (9.8-12).
7. Chuva de pedras destruiu todas as plantas e vegetação (9.13-35).
8. Enxames de gafanhotos cobriram a terra (10.1-20).
9. Densas trevas cobriram o Egito por três dias (10.21-29).
10. Os primogênitos dos egípcios, tanto do povo quanto de seus animais
foram destruídos pelo anjo da morte do Senhor (11.1 - 12.30).
Em todas estas pragas os israelitas foram protegidos, enquanto os egípcios e suas propriedades foram
destruídos. O hebreus foram salvos da última praga, quando, obedecendo à ordem de Deus, marcaram
suas casas borrifando as ombreiras da porta com o sangue de um cordeiro. Após a última demonstração
o poder divino, o Faraó desistiu e permitiu que os israelitas deixassem o Egito. Este livramento
tomou-se o fato mais memorável da história dos hebreus. A Páscoa é celebrada anualmente até hoje
para lembrar o livramento do povo hebreu da escravidão.
As Dez Pra~as do E~ito
A Praga O Efeito
1. Sangue (7.20) Faraó endurecido (7.22)
2. Rãs (8.6) Faraó suplica alívio, promete liberdade (8.8) mas é endurecido(8.19)
3. Piolhos (8.17) Faraó endurecido (8.19)
4. Moscas (8.24) Faraó negocia (8.28), mas é endurecido (8.32)
,
5. Peste dos animais (9.6) Faraó endurecido (9.7)
6. Úlceras (9.10) Faraó endurecido (9.12)
7. Chuva de pedra (9.23) Faraó implora por auxílio (9.27), promete liberdade (9.28),
mas é endurecido (9.35)
8. Gafanhotos (10.13) Faraó negocia (10.11), suplica alívio (10.17), mas é endurecido (10.20)
9. Trevas (10.22) Faraó negocia (10.24), mas é endurecido (10.27)
10. Morte dos primogênitos(12.29) Faraó e os egípcios suplicam aos Israelitas que deixem o Egito (12.31-33)
Deus multiplicou seus sinais e maravilhas na terra do Egito para que os egípcios soubessem que Ele é o Senhor.
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts ~ 1993 by Thomas elson. Inc.
32
Fu~a e Retorno de Moisés ao E~ito
Mar Mediterrâneo • Hesbom
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Deserto
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Cades-Barn ' ia.
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o 75Mi
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o 75 km
Moisés
Nascido de pais hebreus e escravos, em época muito perigosa, Moisés foi milagrosamente protegido
e preparado por Deus para ser o instrumento da libertação de seu povo. Com este objetivo Moisés
foi criado na corte egípcia e "educado em toda ciência dos egípcios" (At 7.22). Aos quarenta anos,
depois de tentar proteger um irmào israelita e matar um egípcio, Moisés fugiu para o deserto de
Midiã. Ali permaneceu outros quarenta anos, casou-se e teve dois filhos. Tendo recebido o chamado
de Deus vindo da sarça ardente (3.2-4.17), Moisés retomou ao Egito para tirar o povo de Israel da
escravidão.
A figura de Moisés é essencial para a religiào do Antigo Testamento. Como instrumento do Pacto
Mosaico e divinamente designado como quem receberia a Lei, Moisés ajudou a estabelecer a forma
que tanto o culto como a vida do povo escolhido deveriam assumir para o restante do período do
Antigo Testamento.
Embora as circunstâncias sejam muito diferentes, é interessante o paralelo que existe entre Moisés e
Cristo no fato de que ambos enfrentaram perigo de morte na infância e ambos foram salvos para
realizar uma grande redenção e estabelecer um pacto de sangue entre Deus e seu povo.
Veja o mapa "A vida de Moisés", à página 34.
33
l.I.l
~
Grande Mar
(Mar Mediterrâneo)
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3- Retornou ao Egito
para livrar seu povo do cativeiro,
liderou seu povo até o deserto
conhecido como Península do Sinai
(Êx 13 -19).
4- Guiou o povo de Israel
durante os 40 anos de peregrinação
por estas áreas desertas,
enquanto Deus os preparava
para entrar na terra de Canaã
(Nm 14.20-34).~
4- Recebeu a Lei,
incluindo os Dez Mandamentos,
diretamente de Deus,
no Monte Sinai (~x 19-20).
PENíNSULA
DO SINAl
1- Nascido no Egito de pais escravos
e membros da tribo de Levi,
Moisés passou sua juventude
na corte de Faraó,
provavelmente em Tebas;
fugiu para Midiã após matar
um guarda egípcio (~x 2.1-22).
~
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5- Designou Josué seu sucessor,
morreu no Monte Nebo,
contemplando a terra de Canaã
(Nm 27.18,23; Dt 34.1-9).
2- Em Midiã passou 40 anos
como pastor de cabras;
teve um encontro dramático com Deus
na sarça ardente (Êx 3.2-4; At 7.9,30).
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Monte Nebo
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© 2002, Editora Cultura Cristã
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o Êxodo do Ellito
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Mar Mediterrâneo
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Eziom-Geber
(Elate)
_ Rota Tradicional do Êxodo
Rota Alternativa do IÔxodo
Rbtas Alternativas para a passagem do Mar Vermelho
N
+
75Mi. , , , ,
75 km
Revelação no Sinai
No Monte Sinai Moisés recebeu as Leis de Deus, leis morais, civis e cerimoniais, bem como
o projeto do Tabernáculo, que deveria ser construído no deserto. Depois do julgamento de
Deus pela adoração prestada pelo povo ao bezerro de ouro, o tabernáculo foi construído e
consagrado. Era uma bela construção numa terra deserta, e revelava muito sobre a pessoa de
Deus e a forma da redenção.
O Pacto Mosaico estabelecido no Sinai foi dado à nação de Israel para que todos aqueles que
criam na promessa de Deus à Abraão soubessem como deveriam conduzir-se. Em sua integridade
o Pacto Mosaico governava três áreas da vida do povo: (1) os mandamentos governavam a vida
pessoal do povo, particularmente no seu relacionamento com Deus (20.1-26); (2) os julgamentos
governavam sua vida social, particularmente seus relacionamentos uns com os outros (2l.1-24.11); e
(3) as ordenanças governavam sua vida religiosa de forma que o povo soubesse como deveria
aproximar-se de Deus, nos termos por Ele mesmo estabelecidos (24.12-31.18).
O Pacto Mosaico não substituiu nem colocou de lado o Pacto Abraâmico. Ao contrário, foi
adicionado a este, de forma que o povo de Israel soubesse como conduzir suas vidas até que
Jesus Cristo, o Messias, viesse e fizesse um perfeito e completo sacrifício pelo pecado, um
sacrifício para o qual os sacrifícios mosaicos apenas apontam. A lei mosaica não foi dada como
uma forma de merecimento à salvação, mas para que os seres humanos compreendessem que são
incapazes, e não tendo esperança à parte da graça salvadora de Cristo (GI3.19-24).
35
Os Dez Mandamentos
Os Dez Mandamentos (veja Êx 20.1-17), formavam um conjunto de leis dadas por Deus como
diretrizes para a vida diária. Embora estes mandamentos tivessem sido entregues por Deus a seu
povo através de Moisés no monte Sinai, ainda hoje, mais de três mil anos depois, eles são
relevantes. Este conjunto de leis é conhecido também como Decálogo, da palavra grega que
significa "dez palavras".
Os Dez Mandamentos são divididos em duas partes. Os quatro primeiros governam nosso
relacionamento com Deus, enquanto os mandamentos de cinco a dez falam de nossos relacionamentos
com as outras pessoas.
O significado dos Dez Mandamentos pode ser brevemente apresentado como segue:
1. Confie apenas em Deus
2. Adore somente a Deus
3. Use o nome de Deus de maneira que ele seja honrado
4. Descanse no dia do sábado e pense sobre Deus
5. Respeitee obedeça a seus pais
6. -Proteja e respeite a vida humana
7. Seja leal a seu marido ou esposa
8. Não tire o que pertence aos outros
9. Não minta a respeito dos outros
10. Fique satisfeito com o que você tem
(20.3,4)
(20.5,6)
(20.7)
(20.8-11)
(20.l2)
(20.13)
(20.l4)
(20.l5)
(20.16)
(20.17)
Cerca de 1.300 anos depois que estes mandamentos foram entregues por Deus ao povo, Jesus os
ratificou. Na realidade, ele colocou estas leis num plano mais alto, exigindo que o espírito das leis
fosse observado,.e não apenas seu aspecto legal. Jesus colocou seu selo de aprovação nos mandamentos
ao declarar. "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, mas para
cumprir" (Mt 5.17).
O Código de Hamurabi, um antigo código legal que recebeu este nome em honra a um antigo rei da
Babilônia, contém muitas semelhanças com os Dez Mandamentos. Entretanto, a Lei dada no Monte
Sinai reflete uma compreensão mais elevada da natureza de Deus e da sua santidade, como também
das exigências que Ele coloca sobre seu povo.
A Arca do Testemunho
Também conhecida como arca da Aliança, arca do Senhor ou arca de Deus, era o objeto mais
sagrado dos israelitas durante o tempo que passaram pelo deserto.
Sabemos com certeza qual era a aparência da arca do Testemunho? Não podemos ser categóricos,
mas o Antigo Testamento apresenta uma descrição clara e detalhada (Êx 25.10-22). Arqueólogos
descobriram representações ou pinturas da arca '(por exemplo, uma escultura da arca feita em pedra
foi encontrada na escavação de uma sinagoga em Cafarnaum).
Partindo do relato bíblico, podemos determinar os seguintes fatos sobre sua aparência fisica. Era
uma caixa de aproximadamente 1,12m de comprimento, 67cm de largura e 67cm de altura, feita de
madeira de acácia. Quatro varais eram inseridos em argolas presas dos lados da arca, de maneira que
ela pudesse ser carregada por quatro homens.
A campa da arca, cnamaca de propiciatono, era feito áe ouro. A palavra fiebraíca tradicionalmente
traduzida como "propiciatório" poderia também ser traduzida como "lugar da expiação ou do perdão",
porque era este o lugar sobre o qual, uma vez por ano, o sumo sacerdote espargia o sangue do
sacrificio no Dia do Perdão, como expiação pelo pecado (Lv 16.5).
36
Montadas sobre esta tampa, estavam duas criaturas aladas (querubins), que ficavam face a face
com as asas estendidas. Dentro da arca ficavam as duas tábuas de pedra que continham os Dez
Mandamentos recebidos de Deus por Moisés no monte Sinai (Êx 20). Dentro dela estavam também
uma uma de ouro contendo maná e a vara de Arão que floresceu (Hb 9.4), estes últimos relembravam
a provisão de Deus para as necessidades dos israelitas no deserto.
Os israelitas criam que Deus habitava entre eles no tabemáculo, no lugar da expiação, entre as asas
dos querubins. Durante os anos que peregrinaram pelo deserto, Deus falava com Moisés deste lugar
(Nm 7.89), preparando o povo para entrar na terra prometida.
A arca era carregada à frente dos israelitas quando deixaram o monte Sinai (Nm 10.33); quando o
povo cruzou o rio Jordão para entrar em Canaã (Js 4.9-11); e quando circundaram as muralhas de
Jericó antes que a cidade fosse tomada (Js 6.1-20). Depois de muitas viagens, ela foi finalmente
colocada no templo de Salomão em Jerusalém (lRs 8.1-9), e desapareceu depois da destruição de
Jerusalém pelos exércitos da Babilônia em 586 a.c.
A arca servia como uma memória visível da presença de Deus com o povo hebreu. O propiciatório,
coberto de ouro, simbolizava o trono de Deus e seu reinado no coração daqueles que o reconheciam
---'
como seu Senhor soberano.
37
Arão como Sumo Sacerdote
Quando o sacerdócio foi instituído no deserto, Moisés consagrou seu irmão Arão como o primeiro
sumo sacerdote de Israel (Êx 28.29; Lv 8.9). O sacerdócio foi instituído dentro da tribo de Levi, da
qual Arão era descendente, e seus filhos herdavam a posição de sumo sacerdote dos pais.
As vestimentas do sumo sacerdote representavam sua função como mediador entre Deus e o povo.
Sobre sua vestimenta sacerdotal normal, ele usava uma estola (éfode), espécie de avental em duas
peças. Usava também um peitoral de julgamento com doze pedras preciosas. Estas pedras eram
engastadas com os nomes das doze tribos de Israel (Êx 28.15-30). Na bolsa do peitoral, diretamente
sobre o coração do sumo sacerdote ficavam o Urim e Tumim (28.30), o meio pelo qual Deus
comunicava sua vontade ao povo.
O sumo sacerdote tinha a responsabilidade de verificar que todos os deveres dos sacerdotes fossem
cumpridos (2Cr 19.11). Sua responsabilidade mais importante ocorria anualmente no Dia do Perdão
ou Dia da Expiação.
Neste dia o sumo sacerdote entrava no
Santo dos Santos ou Lugar Santis-
simo, dentro do tabernáculo, e fazia
sacrifícios, primeiro por seus próprios
pecados, e depois pelos pecados
cometidos pelo povo durante o ano que
terminava (Êx 30.10).
Davi organizou vinte e quatro grupos de
sacerdotes para servirem no tabernáculo
durante o seu reinado em Judá . Os reis
Ezequias e Josias ajudaram o sumo
sacerdote na reforma e restauração do
Templo. No Novo Testamento o sumo
sacerdote é referido como governador do
povo (At 23.4,5), e era quem presidia o
Sinédrio, o mais alto tribunal do judeus
(Mt 26.57-59).
O Novo Testamento fala de Jesus em
termos figurados como um "Sumo
Sacerdote". Ele não pertencia à ordem
de Arão, mas de Melquisedeque, um
sumo sacerdote eterno (Hb 5.10).
Também não tinha necessidade de
oferecer sacrifícios por seu próprio
pecado, pois não tinha nenhum pecado
(Hb 7.27,28). Jesus ofereceu seu
próprio sangue, uma vez por todas
(Hb 9.12, 26; 10.10,12). Por isso
podemos vir ousadamente à presença
de Deus por meio do "um só Mediador
entre Deus e os homens, Jesus Cristo,
homem" (1Tm 2.5).
38
o Tabernáculo
o tabernáculo era uma tenda ou santuário portátil, usada pelos israelitas como lugar de adoração
durante o período mais antigo de sua história. No Antigo Testamento ele é freqüentemente chamado
de "tenda da congregação", indicando que este era o lugar principal de encontro entre Deus e seu
povo. A estrutura foi construída de acordo com as instruções dadas por Deus a Moisés no monte
Sinai, durante os anos de peregrinação do povo pelo deserto (Êx 26.35). Com a contribuição feita
pelo povo, tanto de material quanto de serviço, o tabemáculo foi terminado de acordo com as
especificações de Deus. Deus abençoou o trabalho do povo cobrindo a tenda com uma nuvem e
enchendo o santuário com a sua glória (40.34).
O átrio do tabernáculo era um retângulo cercado medindo aproximadamente 45 metros de extensão
por 22,5 metros de largura (27 .9-19). O átrio continha um altar de bronze para sacrificios animais
(27 .1-8) e uma bacia de bronze onde os sacerdotes se lavavam antes de entrar na tenda (30.17-21).
O tabernáculo em si, medindo 13,5 por 4,5 metros, tinha duas seções principais: a tenda exterior,
conhecida como lugar santo, e a tenda interior chamada Santo dos Santos, ou Lugar Santíssimo (26.33).
Na tenda exterior ficava um altar onde se queimava uma oferta de incenso (30.1-10); o candelabro de
ouro com sete braços (25.31-40); e uma mesa para os pães da proposição, significando a presença de
Deus (25.26-30).
A tenda interna, ou Santo dos Santos, era separada da tenda externa por um véu ou cortina (26.31-37).
O sumo sacerdote entrava nesta parte sagrada do tabernáculo apenas uma vez por ano, no Dia do
Perdão. Neste dia, numa cerimônia especial, ele fazia expiação por seus próprios pecados e então
oferecia sacrificios para expiar os pecados do povo. Esta parte mais sagrada do tabernáculo tinha
apenas um item de mobília, a arca da aliança.
A tampa da arca era chamada propiciatório (lugar do perdão). Sobre ela estavam dois querubins de
ouro colocados face a face. A arca continha as tábuas de pedra com os Dez Mandamentos (Dt 10.4,5),
uma uma de ouro cheia de maná (Êx 16.33,34) e a vara de Arão que havia florescido (Nm 17.10).
Durante os anos em que o povo de Israel peregrinou no deserto, o tabernáculo se mudava com eles de
lugar para lugar (Êx40.36-38). Quando os israelitas acampavam no deserto, o tabernáculo era colocado
no centro, e os Levitas, que eram encarregados de cuidar dele (Nm 4), acampavam mais próximos
(Nm 1.53). As outras dez tribos eram distribuídas em ordem específica nos quatro lados do tabernáculo
(Nm 2). Isto mostra o papel importante que este representava na vida religiosa do povo de Deus.
Depois da conquista de Canaã, o tabernáculo foi levantado em Siló, onde permaneceu durante todo
o período dos juízes (Jz 18.1). Mais tarde, esteve por algum tempo em Nobe (lSm 21.16) e em
Gibeom (l Rs 3.4). Quando o Templo ficou pronto, Salomão ordenou sua remoção para Jerusalém
(1Rs 8.4). Aparentemente não havia mais necessidade do tabernáculo depois do término da construção
do templo, o qual tomou-se o lugar permanente de culto para toda a nação e o centro de sua vida
religiosa.
As muitas referências ao tabernáculo no Novo Testamento devem ser vistas à luz da encarnação,
quando o filho de Deus tomou-se um ser humano. Porque o tabernáculo era o lugar onde Deus
encontrava seu povo, João declarou que a Palavra se fez carne, e "tabernaculou" conosco (Jo 1.14;
que é a palavra grega traduzida como "habitou" nas versões em português). Em Romanos 3.25,
Paulo fala sobre Cristo como "propiciação" pelo pecado. Ele usa a mesma palavra para referir-se ao
propiciatório (ou lugar do perdão ou da expiação), onde o sumo sacerdote fazia, anualmente, propiciação
pelos pecados do povo. A passagem de Tito 3.5 pode ser uma alusão à bacia onde os sacerdotes se
lavavam antes de servir no tabernáculo.
Apocalipse 8.3-5 fala de um altar de incenso feito de ouro. Praticamente, todos os aspectos do
tabernáculo são encontrados na epístola aos Hebreus, que considera Jesus como o grande Sumo
Sacerdote e o suficiente e eterno sacrificio por nossos pecados.
39
o Projeto do Tabernáculo
o tabernáculo estabelecia um lugar onde Deus poderia habitar no meio de seu
povo. O termo tabernáculo às vezes se refere à tenda, incluindo o Lugar Santo e o
Santo dos Santos, que era coberto por uma cortina bordada. Mas em outros lugares
o termo se refere a todo o complexo, incluindo o pátio cercado dentro do qual se
erguia a tenda.
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Arca da
Aliança
Altar do
Incenso
Mesa dos Paes
da Proposição
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Candelabro
de Ouro
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Esta ilustração mostra a relativa posição da mobília do tabernáculo usada no
culto israelita. As dimensões do tabernáculo foram aumentadas para permitir
maior clareza.
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc,
40
A Mobília do Tabernáculo
Bacia de Bronze
(Êx 30.17-21)
Era usada pelos sacerdotes para sua purificação.
Eles deveriam estar puros para entrar na presença de Deus.
Candelabro de Ouro
(Êx 25.31-40)
O candelabro de ouro ficava no Lugar Santo, do lado
oposto à mesa dos pães da proposição. Tinha sete
lâmpadas, sete conchas rasas nas quais havia um pavio
com uma das pontas imersa no óleo das conchas, a outra
ponta pendurada ficava acesa.
Altar de Incenso
(Êx 30.1-10)
O altar de incenso dentro do tabernáculo, era muito menor
que o altar de ofertas queimadas do lado de fora. O incenso
queimado no altar era um perfume de aroma suave.
Arca da Aliança
(Êx 25.10-22)
A arca era a peça mais sagrada de toda a mobília do
tabernáculo. Dentro dela os hebreus guardavam urna
cópia dos Dez Mandamentos, que resumiam todo o pacto.
Altar de Ofertas Queimadas
(Êx 27.1-8)
Sacrifícios animais eram oferecidos neste altar, localizado
no pátio, em frente ao tabernáculo. O sangue do
sacrifício era aspergido sobre os quatro chifres do altar.
Mesa dos Pães da Proposição
(Êx 25.23-30)
Era o suporte sobre o qual se colocavam as ofertas.
Sobre a mesa estavam sempre colocados, diante de
Deus, doze pães, representando as doze tribos de Israel.
Nelson 5 Complete Book 0/ Bible lvfaps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.
41
LEVíTICO
Tem sido dito que Deus levou apenas uma noite para tirar Israel do Egito, mas levou quarenta anos
para tirar o Egito de dentro de Israel. Em Êxodo, Israel é redimido e estabelecido como um reino de
sacerdotes e uma nação santa, e em Levítico Israel é ensinado a cumprir seu chamado sacerdotal.
Foram tirados da terra da servidão no Egito para o santuário de Deus em Levítico. Passaram da
redenção para o serviço, da libertação para a dedicação.
O título hebraico do livro é wayyiqra, a primeira palavra do texto, que significa "E Ele Chamou". O
título grego que aparece na Septuaginta éLeutikon (que significa "aquilo que se refere aos sacerdotes"),
do qual a Vulgata Latina derivou o título Leviticus. O título é, de certa forma, inapropriado, porque
embora o livro trate extensivamente dos sacerdotes e suas várias tarefas, devemos nos lembrar que
todos os israelitas deveriam conhecer e cumprir a Lei.
Autor
f( Os argumentos usados para confirmar a autoria mosaica de Gênesis e Êxodo também se aplicam a
~
~. Levítico, pois o Pentateuco é uma unidade literária. O conteúdo do livro em si mesmo também aponta
~ fortemente para Moisés como seu autor humano. Nos vinte e sete capítulos de Levítico há cinqüenta e
~ seis afirmações de que Deus entregou estas leis a Moisés (veja, por exemplo, 1.1; 4.1; 6.1,24; 8.1).
Data
~-
Provavelmente Moisés escreveu a maior parte de Levítico no final do período em que Israel esteve
acampado no Sinai, embora ele possa ter atingido sua forma final pouco antes da morte de Moisés. O
. contexto de Levítico cobre um período de mais ou menos um mês, entre a construção do tabernáculo
(Êx 40.17) e a saída do Sinai (Nm 10.11).
Levítico em Relance
ÊNFASE SACRIFíCIO SANTIFICAÇÃO
TEXTO 1.1 8.1 11.1 16.1 18.1 21.1 23.1 25.1 27.1 27.34
LEIS DE LEIS DE SANTIFICAÇÃO
DIVISÃO
Ofertas Consagração Consagração Expiação Para o Para os No Culto Na Terra Através
dos Sacerdotes do Povo Nacional Povo Sacerdotes de Canaã dos Votos
O CAMINHO PARA DEUS A CAMINHADA COM DEUS
TÓPICOS
LEIS PARA UMA APROXIMAÇÃO ACEITÁVEL DE DEUS LEIS PARA UMA COMUNHÃO CONTíNUA COM DEUS
LOCAL MONTE SINAl
OCASIÃO CERCA DE UM MÊS
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Temas e Estrutura Literária
Levítico centraliza-se no conceito de santidade de Deus, e como um povo ímpio poderia aproximar-
se deste Deus de forma aceitável, e permanecer em constante comunhão com Ele. O caminho para
Deus se faz unicamente pelo sacrifício de sangue, e andar com Deus unicamente por meio da obediência
às suas Leis. A palavra "santo" ocorre noventa vezes em Levítico, e a palavra "santificar", dezessete
vezes. A raiz hebraica q-d-sh, isto é "santo" (como adjetivo, substantivo ou verbo) ocorre 152 vezes
em Levítico.
O livro apresenta duas seções principais: a primeira trata principalmente do sistema sacrificial do
culto (caps.1 - 17), e a segunda trata principalmente da santificação do povo de Israel como um todo,
pela santidade cerimonial e moral (caps .18 - 27)
ESBOÇO DE LEVíTICO
Primeira Parte: Leis para uma Aproximação Aceitável de Deus:
Sacrifício (1.1- 17.16)
I. Leis para uma Aproximação Aceitável de Deus 1.1-7.38
A. Leis para Aproximar-se de Deus em Comunidade 1.1- 3.17
. B. Leis para Aproximar-se de Deus fora da Comunidade 4.l-6.7
C. Leis para Administrar as Ofertas 6.8- 7.38
11. Leis para os Sacerdotes 8.1-10.20
A. Consagração do Sacerdócio 8.1-36
B. Ministério do Sacerdócio 9.1-24
C. Fracasso do Sacerdócio 10.1-20
IH. Leis de Israel com Respeito à Pureza 11.1-15.33
A. Leis sobre Alimentos Puros e Impuros 11.1-47
B. Leis sobre Parto 12.1-8
C. Leis sobre Lepra 13.l-14.57
D. Leis sobre Fluxos Corporais.................................................................................... 15.1-33
IV. Leis sobre Expiação Nacional 16.1-17.16
A. Leis sobre Purificação Nacional através do Dia do Perdão 16.1-34
B. Leis sobre o Local dos Sacrificios 17.1-9
C. Leis sobre o Uso do Sangue 17.10-16
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I
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Segunda Parte: Leis sobre Como Andar com Deus deModo
Aceitável: Santífícação (18.1 - 27.34)
I. Leis de Santificação para o Povo 18.1 - 20.27
A. Leis sobre Pecado Sexual 18.1-30
B. Leis sobre Ordem Social 19.1-37
C. Leis sobre as Penalidades 20.1-27
lI. Leis de Santíficação para o Sacerdócio 21.1- 22.33
A. Práticas Proibidas aos Sacerdotes 21.1-15
B. Pessoas Impedidas para o Sacerdócio 21.16-24
C. Coisas Proibidas aos Sacerdotes 22.1-16
D. Sacrificios Proibidos aos Sacerdotes 22.17-30
E. O Propósito das Leis sobre o Sacerdócio 22.31-33
TIl. Leis da Santificação na Adoração 23.1- 24.23
A. Leis sobre Festas Santificadas 23.1-44
B. Leis sobre Elementos Santificados do Culto 24.1-9
C. Leis sobre o Nome Santificado de Deus 24.10-23
IV. Leis sobre a Santificação da Terra de Canaã 25.1 - 26.46
A. Leis sobre Santificação na Terra de Canaã 25.1-55
. B. Resultados da Obediência e da Desobediência na Terra de Canaã 26.1-46
V. Leis sobre a Santificação através de Votos 27.1-34
A. A Consagração Especial de Coisas Aceitáveis 27.1-25
B. Coisas Excluídas da Consagração 27.26-33
C. Conclusão de Levítico 27.34
Ofertas Levíticas
O sistema sacrificial tem um papel proeminente no livro de Levítico. A oferta queimada era o único
sacrificio inteiramente consumido sobre o altar e, por isso, às vezes é chamada de oferta completa. A
oferta de grãos era um tributo feito para assegurar ou manter o favor divino, indicando que os frutos do
trabalho de uma pessoa devem ser dedicados a Deus. A oferta pacífica se destinava a oferecer expiação
e permitia àquele que fazia a oferta comer a carne do sacrificio. Era muitas vezes feita em ocasião de
alegria. A oferta pelo pecado era feita para remover a impureza do santuário. A oferta pelo sacrilégio,
também chamada de oferta pela culpa ou a oferta de reparação, era feita por causa de violação da
santidade da propriedade de Deus ou de outra pessoa, normalmente pelo uso de juramento falso.
Examine a Tabela "Ofertas Levíticas" nas páginas 46 e 47.
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Festivais ou Festas
o calendário litúrgico também tem um lugar significativo no livro de Levítico. No Israel antigo
havia sete festivais religiosos por ano, e eram especialmente ordenados por Deus:
1. Páscoa (pesah, Heb.) - Êx 12.1-28,43-49; Lv 23.5; Nm 28.6; Dt 16.1-8
Ocasião: A noite do décimo quarto dia de Nisan (Abib) o primeiro mês do ano bíblico (março/abril)
Propósito: (1) Comemorar a libertação de Israel da escravidão no Egito.
(2) Relembrar aos filhos de Israel que Deus havia "passado por sobre" suas casas, isto é, havia
poupado os primogênitos dos israelitas (Êx 12.27). I
Significado Profético: (1) Cristo é a nossa Páscoa (cf. Jo 1.29; 19.36; lCo 5.7; lPe 1.18,19). (2) A
Páscoa é a base para a Ceia do Senhor (cf. Mt 26.17-30; Me 14.12-25; Lc 22.1-20). (3) A Páscoa
prenuncia o banquete de casamento do Cordeiro (cf. Mt 26.29; Me 14.25; Lc 22.16-18).
2. Festa dos Pães Asmos (matsot, Heb.) - Êx 12.15-20; 13.3-10; Lv 23.6-8; Nm 28.17-25; Dt 16.3-80
Ocasião: Começava no décimo quinto dia de Nisan (Abib) e continuava por uma semana (Março/Abril)
Propósito: Comemorar as dificuldades da fuga rápida de Israel ao sair do Egito (Êx 12.39) A falta de
fermento simbolizava a completa consagração e devoção a Deus.
Significado Profético: (l) Pão asmo (sem fermento) é um símbolo de Cristo (cf. Jo 6.30-59; 1Co 11.24).
(2) O Pão asmo é um símbolo da verdadeira igreja (cf. lCo 5.7,8).
3. Festa das Primícias (bikkurim, Heb.) - Lv 23.9-14
Ocasião: No dia após o sábado da semana da Páscoa (Março/ Abril).
Propósito: Dedicar e consagrar as primícias da colheita de cevada.
Significado Profético: (1) Primícias representam um símbolo da ressurreição corporal de Cristo
(cf. lCo 15.20-23). (2) São uma garantia da ressurreição corporal de todos os crentes (cf. lCo 15.20-23;
lTs 4.13-18). (3) Étambém um símbolo da consagração da igreja.
4. Festa de Pentecostes (ou Semanas: shabuot, Heb.) - Lv 23.15-22; Nm 28.26-31; Dt 16.9-12.
Ocasião: Um dia após o sétimo sábado depois da Festa das Primícias (MaiolJunho).
Propósito: Dedicar e consagrar as primícias da colheita do trigo.
Significado Profético: A descida do Espírito Santo sobre a igreja ocorreu no Dia de Pentecostes (At 2).
Os dois pães, contendo fermento por causa do pecado, e que representam judeus e gentios, são encontrados
dentro da igreja.
5. Dia das Trombetas (rosh hashanah, Heb.) - Lv 23.23-25, Nm 10.10; 29.1-6
Ocasião: Primeiro dia do sétimo mês (Tishri), o mês sabático (setembro/outubro).
Propósito: Introduzir e consagrar o sétimo mês como mês sabático.
Significado profético: o ovo Testamento o toque de trombetas está associado à volta do Senhor.
(cf. Mt 24.31; lCo 15.52; lTs 4.16).
6. Dia do Perdão (Expiação) (yom kippur, Heb.) - Lv 16; 23.26-32; m 29.7-11
Ocasião: Décimo dia do sétimo mês (Tishri - setembro/ outubro).
Propósito: Fazer expiação anual pelos pecados dos sacerdotes, do povo e do tabemáculo (templo).
Significado Profético: O Dia da Expiação encontra seu cumprimento final na crucificação de Cristo
(cf. Hb 9). Representa o trabalho de redenção de Cristo com maior perfeição do que qualquer outro
símbolo do Antigo Testamento.
7. Festa dos Tabernáculos (Tendas; sukkot, Heb.) - Lv 23.33-43; Nm 29.12-38; Dt 16.13-17
Ocasião: Do décimo quinto ao vigésimo primeiro dia do sétimo mês (Tishri), com o acréscimo de
um oitavo dia representando o clímax de todas as festas (setembro/ outubro).
Propósito: (1) Comemorar a libertação de Deus e a proteção do povo durante a caminhada pelo
deserto (23.43). (2) Regozijo pelo final de todas as colheitas (23.39)
Significado Profético: AFesta dos Tabemáculos anuncia a paz e prosperidade do reino de Cristo (Zc 14.16).
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..
Ofertas Levíticas
Nome Referências Propósito Consistia de Porção Porção dos Porção do Significado
Bíblicas de Deus Sacerdotes Ofertante Profético
1. Oferta Queimada Lv 1.3-17; 6.8-13 1. Propiciação pelo pecado De acordo com as Inteiramente queimada Apenas a pele (7.8) Nenhuma Significa completa
(olah- Hebraico) em geral (1.4) posses: sobre o altar de dedicação da vida a
a. Aroma suave 2. Significava completa 1. Novilho sem defeito ofertas queimadas Deus
b. Voluntária dedicação e consagração (1.3-9) (1.9), exceto a pele 1. Da parte de Cristo
a Deus, por isso era 2. Carneiro ou cabrito - Mt 26.39-44;
chamada "oferta sem defeito (1.10-13) Mc 14.36; Lc 22.42;
queimada completa" 3. Rolas, ou um par de FI 2.5-12
pombinhos (1.14-17) 2. Da parte do crente -
Rm 12.1,2; Hb 13.15
2. Oferta de Manjares Lv 2.1-6; 6.14-18; A oferta de manjares Três tipos Porção memorial O restante deveria ser Nenhuma Significa a perfeita
(minhah, Hebraico) 7.12-13 acompanhava todas as 1. Farinha fina misturada queimada no altar de comido no átrio do humanidade de Cristo
a. Aroma suave ofertas queimadas; com azeite e incenso ofertas queimadas tabernáculo 1. Ausência de fermento
b. Voluntária significava homenagem e (2.1-3) (2.2,9-16) (2.3,10; 6.16-18; simboliza a ausência
gratidão a Deus 2. Bolos de farinha 7.14,15) de pecado em Cristo
misturada com azeite (Hb 4.15; 1 Jo 3.5)
e assado no forno 2. Presença do azeite
(2.4), na assadeira representa o Espírito
(2.5), na frigideira Santo (Lc 4.18;
(2.7) 1Jo 2.20,27)
3. Espigas verdes
tostadas no fogo com
azeite e incenso
(2.14,15)
3. Oferta Pacifica Lv 3.1-17; A oferta pacífica expressava De acordo com as Porções de gordura Peito (oferta movida) e A sobra deveria ser Prenuncia a paz que o
(shelem - Hebraico) 7.11-21,28-24 geralmente paz e posses: queimadas no altar de coxa direita (oferta comida no átrio pelo crente tem com Deus
a. Aroma suave comunhão entre o 1. De gado: um macho ofertas queimadas no levantada; 7.30-34) ofertante e sua família por meio de Jesus
b. Voluntária ofertante e Deus; ou fêmea sem defeito altar de ofertas a. Oferta de gratidão Cristo (Rm 5.1 ;
terminava com uma (3.1-5) queimadas (3.3-5). para ser comida no CI1.20)
refeição comunitária. 2. Do rebanho: um mesmo dia (7.15)
Havia três tipos: macho ou fêmea sem b. Oferta votiva e
1. Oferta de gratidão: defeito (3.6-11) voluntária paraser
expressava gratidão por 3. De cabra (3.12-17) comida no primeiro e
uma bênção não Nota: Pequenas segundo dia (7.16-18)
esperada ou livramento. imperfeições eram Nota: esta é a única
2. Oferta votiva: para permitidas quando a oferta da qual o
expressar gratidão por oferta pacífica era ofertante participava
uma bênção ou uma oferta com uma porção.
livramento, quando a espontânea de novilho
petição fosse ou cordeiro (22.23).
acompanhada por um
voto.
3. Oferta voluntária para
expressar gratidão a
Deus sem relação com
qualquer bênção ou
livramento recebido.
.•.
~
Nome Referências
Bíblicas
Porção
de Deus
Porção dos
Sacerdotes
Significado
Profético
Porção do
Ofertante
Propósito Consistia de
4. Oferta pelo pecado Lv 4.1 - 5.13; Expiar pecados cometidos 1. Pelo sumo sacerdote: 1.Porções de gordura Quando a oferta era por Nenhuma Prefigura o fato de que,
(hattat - Hebraico) 6.24-30 por ignorância, um novilho sem queimadas no altar um príncipe ou por em sua morte:
a. Nâo há aroma suave especialmente quando defeito (4.3-12) (4.8-10,19,26,31,35) uma pessoa comum, 1. Cristo foi feito pecado
b. Compulsória não havia possibilidade 2. Pela congregaçâo: um 2. Quando a oferta pelo o restante do bode ou por nós (2Co 5.21)
de restituiçâo novilho sem defeito pecado era pelo sumo do carneiro deveria 2. Cristo sofreu fora dos
Nota: Nm 15.30,31: (4.13-21) -sacerdote ou pela ser comido no átrio do muros de Jerusalém
A oferta pelo pecado não 3. Por um príncipe: um congregação, o tabernáculo (6.26) (Hb 13.11-13)
tinha nenhuma validade bode sem defeito restante do novilho
em caso de rebeldia (4.22-26) devia ser queimado
desafiadora diante 4. Por uma pessoa fora do arraial
de Deus comum: uma cabra ou (4.11,20,21)
uma ovelha sem
defeito (4.27-35)
5. Em casos de pobreza,
duas pombas ou dois
pardais (um por oferta
de um pecado, o outro
por oferta queimada).
Podia ser substituída
(5.7-10)
6. Em casos de extrema
pobreza, podiam ser
substituídos por flor
de farinha
(5.1-13; cl. Hb 9.22)
5. Oferta pelas Para expiar as 1. Se a transgressão Porções de gordura O restante deveria ser Prenuncia o fato de que
transgressões transgressões fosse contra o Senhor eram queimadas comido no lugar santo Cristo é a oferta por
(àsham- Hebraico) involutárias, (dízimos, ofertas, etc), sobre o altar de (7.6,7 ) nossas transgressões
a. Não há aroma suave especialmente quando um carneiro deveria ofertas queimadas também CI 2.13
b. Compulsória havia possibilidade de ser trazido. A (7.3-5)
restituição. Note em Nm restituição era
15.30,31: a oferta pelo determinada de
pecado não tem acordo com a
aceitação em casos de avaliação feita pelo
notória rebelião contra sacerdote, mais um
Deus. quinto 5.15-16.
2. Se a ofensa fosse
contra um homem,
uma ovelha sem
defeito deveria ser
trazida. A restituição
era estabelecida de
acordo com o valor
mais um quinto 6.4-6.
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I
Outras Ocasiões Sal!radas de Israel
Além das Festas Anuais, o tempo em Israel era marcado por outros eventos sacros.
Sábado Todo sétimo dia era dedicado a um descanso solene de todo trabalho (Êx 20.8-20; 31.12-17;
Lv 23.3; Dt 5.12-15).
Ano Sabático Todo sétimo ano era designado como "ano de descanso" para permitir que a terra
descansasse do cultivo (Êx 23.10,11; Lv 25.1-7).
Ano do Jubileu No qüinquagésimo ano que se seguia ao sétimo ano sabático era proclamada liberdade
para aqueles que haviam se tomado servos em razão de dívidas, e o retomo da terra a seus antigos
donos (Lv 25.8-55; 27.17-24; Ez 46.17).
Lua Nova O primeiro dia dos meses hebraicos com 29 ou 30 dias, era dia de descanso, sacrificios
especiais e toque de trombetas (Nm 28.11-15; SI 81.3).
Dedicação (Luzes ou Hanukkah) Uma festa de oito dias no nono mês (Quisleu), comemorando a
purificação do templo e sua rededicação, depois da profanação feita pelos sírios (10 10.22).
Pu rim (Porções) Uma festa nos dias quatorze e quinze do décimo segundo mês (Adar). O nome vem
da palavra babilônica Pur que significa "Porção" (Et 9.18-32).
CalendáriO Judaico
Os judeus usavam dois tipos de calendário:
Calendário Civil - Calendário oficial dos reis, nascimentos e contratos
Calendário Sagrado - a partir do qual eram marcados os festivais
Nomes Corresponde a Número Mês do Mês do
dos Meses de Dias Ano Civil Ano Sagrado
ETANIM setembro - outubro 30 dias 1º 7º
BUL outubro - novembro 29 ou 30 2º 8º
QUISLEU novembro - dezembro 29 ou 30 3º 9º
TEBETH dezembro -janeiro 29 4º 10º
SEEBATE janeiro - fevereiro 30 5º 11º
ADAR fevereiro - março 29 ou 30 6º 12º
NISÃ março - abril 30 7º 1º
IZIVE abril-maio 29 8º 2º
SIVÃ maio-junho 30 9º 3º
TAMMUZ junho -julho 29 10º 4º
ABE julho - agosto 30 11º 5º
*ELUL agosto - setembro 29 12º 6º
O dia judaico ia de pôr-do-sol a pôr-da-sol, e era dividido em 8 partes iguais:
Primeira Vigília Pôr-do-sol às 21 horas
Segunda Vigília 21 horas à meia-noite
Terceira Vigília Meia-noite às 3 horas
Quarta Vigília 3 horas ao nascer do sol
Primeira Hora Nascer do sol às 9 horas
Segunda Hora 9 horas ao meio-dia
Terceira Hora Meio-dia às 15 horas
Quarta Hora 15 horas ao pôr-do -sol
* Os meses hebraicos tinham. altemadamente. 30 e 29 dias de duração. O ano. menor que o nosso. tinha 354 dias. Portanto. aproximadamente
a cada três anos (7 vezes em 19 anos), acrescentava-se um mês extra de 29 dias, VEADAR. entre os meses de ADAR e ISA .
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NUMEROS
Números é o livro das peregrinações. Em sua maior parte, descreve as experiências de Israel no
deserto. No início deste livro, Israel como nação está ainda na primeira infância, apenas treze meses
após o êxodo do Egito. Em úmeros, a nação passa por um processo doloroso de testes e
amadurecimento, no qual Deus ensina seu povo as conseqüências da rebelião e das decisões
irresponsáveis. A experiência de quarenta anos no deserto transforma-os de um bando de ex-escravos
em uma nação pronta para tomar posse da Terra Prometida.
O livro de úmeros recebe seu nome em razão dos dois censos feitos entre os israelitas: o primeiro
no monte Sinai (cap.l) e o segundo nas planícies de Moabe (26.1-51). Os escritos judaicos em geral
se referem ao livro usando a quinta palavra em 1:1, bemidbar, que significa "no deserto". O título
grego da Septuaginta é Arithmoi, isto é, "números" um termo que foi transposto para a Vulgata
Latina, onde o título é traduzido como Liber Numeri, "Livro de Números".
Autor
~
A evidência que aponta Moisés como autor deNúmeros é semelhante à dos livros anteriores do Pentateuco.
~
~ Há em Números mais de oitenta alegações de que "Deus falou a Moisés". Ao que parece, Moisés (33.2),
~ como testemunha ocular, mantinha registros detalhados dos eventos relatados neste livro. Sendo o
~ personagem central desde o Êxodo até o Deuteronômio, estava ele melhor qualificado do que qualquer
outra pessoa para escrever tais livros. Alguns especialistas têm alegado que as referências a Moisés
na terceira pessoa (por ex., 8.23; 14.36; 15.1,22), apontam para um autor diferente. Este uso da
terceira pessoa pode parecer incomum à mente ocidental, mas era empregado comumente pelos
escritores antigos, sendo usado de forma consistente em todos os livros em que aparece o nome de
Moisés (por ex., Êx 24.1; Lv 6.1; Dt 5.1).
Data
Levítico cobre apenas um mês, mas úmeros estende-se por quase trinta e nove anos (c. 1444-1405 a.C.).
Registra o movimento de Israel desde os últimos vinte dias no Sinai, a caminhada ao redor de
Cades-Barnéia, e finalmente a chegada à planície de Moabe no quadragésimo ano. Sem dúvida,
Moisés mantinha o registro dos eventos durante a caminhada pelo deserto.
Temas e Estrutura Literária
Números pode ser dividido em três partes principais: começa com a velha geração (1.1 - 10.10),
passa por um trágico período de transição (10.11- 25.18), e termina com a nova geração às portas da
terra de Canaã (26 - 36).
O livro registra duas gerações (caps. 1- 14 e 21 - 36), dois censos (caps. 1 e 26), duas peregrinações
(caps. 10 - 14 e 21 - 27), e duas sériesde instruções (caps. 5 - 9 e 28 - 36). Números ilustra tanto
a bondade como a severidade de Deus (Rm 11.22) e ensina que o povo de Deus pode avançar
apenas à medida que confia e depende dele.
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o tema do julgamento divino sobre a descrença é proeminente em Números, registrando o fracasso
de Israel em crer na promessa de Deus e o julgamento que resultou na caminhada de quarenta anos
pelo deserto. O ponto crítico e decisivo do livro pode ser encontrado no capítulo 14, quando Israel
prestou atenção aos avisos dos espiões temerosos e rejeitou a Deus, recusando-se a subir e conquistar
a Terra Prometida. Deus julga a Israel "segundo o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta
dias, cada dia representado um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades quarenta anos e tereis
experiência do meu desagrado" (14.4).
O livro de Números, entretanto, é mais que um aviso contra a falta de fé e desobediência. Em sua
totalidade, testifica a graça e a misericórdia de Deus e aponta para o futuro, para a graça divina que
seria demonstrada em Jesus Cristo. A presença e a direção de Deus são evidentes na coluna de fogo
e na nuvem (10 .11). O cuidado divino por seu povo é visto na provisão diária do maná para alimento,
e na rocha que forneceu água para beber, dádivas que prefiguravam a vinda de Cristo (Jo 6.31-33;
1Co 10.14). Uma ilustração vívida da misericórdia divina pode ser vista na providência da serpente
de bronze como meio de cura para aqueles que haviam sido mordidos pelas cobras venenosas, um
símbolo da crucificação (21.4-9; cf. Jo 3.14)).
Números em Relance
ÊNFASE VELHA GERAÇÃO TRANSiÇÃO TRÁGICA NOVA GERAÇÃO
TEXTO 1.1 5.1 10.11 13.1 15.1 20.1 26.1 28.1 31.1 36.13
DIVISÃO ORGANIZAÇÃO SANTIFICAÇÃO EM DIREÇÃO EM NO EM DIREÇÃO REORGANIZAÇÃO REGULAMENTAÇÃO CONQUISTA
DE ISRAEL DE ISRAEL ACADES CADES DESERTO A MOABE DE ISRAEL DAS OFERTAS E DIVISÃO
E VOTOS DE ISRAEL
ORDEM DESORDEM NOVA ORDEM
TÓPICO
PREPARAÇÃO ADIAMENTO PREPARAÇÃO
LOCAL MONTE SINAl DESERTO PLANíCIE DE MOABE
OCASIÃO 20 DIAS 38 ANOS, 3 MESES E 10 DIAS c. 5 MESES
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Quando Ocorreram os Eventos em Números
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ESBOÇO DE NÚMEROS
Primeira Parte:
Preparação da Velha Geração para Herdar a Terra Prometida (1.1-10.10)
I. Organização de Israel 1.1- 4.49
A. Organização do Povo 1.1- 2.34
B. Organização dos Sacerdotes 3.1-4.49
11. Santificação de Israel 5.1-10.10
A. Santificação pela da Separação 5.1-31
B. Santificação pelo Voto de Nazireu : 6.1-27
C. Santificação pelo Culto 7.1-9.14
D. Santificação pela Orientação Divina 9.15 -10.10
Segunda Parte:
O Fracasso da Velha Geração em Herdar a Terra Prometida (10.11 - 25.18)
I. O Fracasso de Israel a Caminho de Cades 10.11-12.16
I
A. Israel Parte do Monte Sinai 10.11-36
B. Fracasso do Povo 11.1-9
C. Fracasso de Moisés 11.10-15
D. Deus Sustenta Moisés 11.16-30
E. Deus Sustenta o Povo 11.31-35
F. Fracasso de Miriã e Arão 12.1-16
11. O Grande Fracasso de Israel em Cades 13.1-14.45
A. Investigação da Terra Prometida 13.1-33
B. Israel se Rebela Contra Deus 14.1-10
C. Moisés Intercede ~ 14.11-19
D. Deus Julga Israel 14.20-38
E. Israel se Rebela contra o Julgamento de Deus 14.39-45
111.O Fracasso de Israel no Deserto 15.1-19.22
A. Revisão das Ofertas 15.1-41
B. Rebelião de Coré 16.1-40
C. Rebelião de Israel contra Moisés e Arão 16.41-50
D. O Papel do Sacerdócio 17.1-19.22
IV. O Fracasso de Israel a Caminho de Moabe 20.1- 25.18
A. Miriã Morre 20.1
B. Moisés eArào Fracassam 20.2-13
C. Edom Recusa Passagem 20.14-21
D. Arào Morre 20.22-29
E. Vitória de Israel Sobre os Cananitas 21.1-3
F. O Fracasso de Israel 21.4-9
G. Viagem para Moabe 21.10-20
H.Vitória de Israel sobre Seom 21.21-32
I. Vitória de Israel sobre Basã 21.33-35
J. Fracasso frente aos Moabitas 22.1 - 25.18
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Terceira Parte:
A Preparação da Nova Geração para Herdar a Terra Prometida (26.1 - 36.13)
I. A Reorganização de Israel 26.1- 27.23
A. O Segundo Censo 26.1-51
B. Método para Dividir a Terra 26.52-56
C. Expectativas na Divisão da Terra 26.57 - 27.11
D. Designação do Novo Líder de Israel 27.12-23
11. Regulamentações das Ofertas e Votos 28.1- 30.16
A. Regulamentação dos Sacrificios 28.1 - 29.40
B. Regulamentação dos Votos 30.1-16
111. A Conquista e Divisão de Israel 31.1- 36.13
A. Vitória sobre Midiã 31.1-54
B. Divisão da Terra a Leste do Jordão 32.1-42
C. Resumo das Caminhadas de Israel 33.1-49
D. Divisão da Terra a Oeste do Jordão 33.50-34.29
E. Cidades Especiais em Canaã 35.1-34
F. Problemas Especiais de Herança em Israel 36.1-13
Acampamento das Tribos
Depois de terminado o censo militar no capítulo 1, foram dadas instruções para organização das
tribos e seus exércitos. O acampamento era organizado com três tribos de cada lado do tabernáculo,
ficando o lugar da habitação de Deus no meio do acampamento. Além disso, quando eles levantavam
acampamento e prosseguiam sua marcha, as seis tribos a leste e ao sul partiam na frente, seguidas
pelos levitas com o tabernáculo viajando no centro (2.17), e por último as seis tribos a oeste e ao
norte respectivamente. Quer acampados ou em marcha, o tabernáculo permanecia no centro. Uma
tribo tinha prioridade sobre as outras duas em cada lado do tabernáculo, Judá a leste (2.9), Rúben ao
sul (2.16), Efraim a oeste (2.24), e Dã ao norte (2.31).
Veja a tabela "Localização das Tribos no Acampamento Israelita,"ao lado.
Do Deserto à Canaã
O livro de Números, que acompanha Israel do Sinai a Cades Barnéia, e dali às planícies de Moabe,
não relata quase nada sobre os quarenta anos de jornadas que se interpuseram entre sua primeira
partida de Cades Barnéia (14.25) e a segunda (20.22). Nem a cronologia nem o itinerário são relatados.
Os eventos que ocorreram imediatamente antes e depois dos quarenta anos são relatados: o fracasso
em sua tentativa frustrada de entrar na terra por suas próprias forças (14.45), e o pedido de permissão
para passarem por Edom (20.14). Entre estes dois eventos são registradas algumas leis, assim como
as narrativas sobre o fracasso dos líderes de Israel.
52
Localização das Tribos no Acampamento Israelita
NORTE
Dã (62.700)
Aser (41.500)
Naftali (53.400)
Total: 157.600
r-
m
CJ)
-I
m
W Efraim (40.500)ti Manassés (32.200)
W Benjamim (35.400)
O Total: 108.100
Judá (74.600)
Issacar (54.400)
Zebulon(57.400)
Total: 186.400
DOD
Rúben (46.500)
Simeão (59.300)
Gade (45.650
Total: 151.450
SUL
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Mar Mediterrâneo AMOM
Monte Nebo
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o 75km © 2002, Editora Cultura Cristã
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53
o Ciclo do Bem e do Mal nas Escrituras
UM GRANDE BEM SEGUIDO DE UM GRANDE MAL
o mundo é criado (Gn 1 - 2) Adão e Eva se rebelam e caem em pecado, o que
resulta em vergonha, medo, dor e morte (Gn 3)
Noé é obediente preparando a arca para o dilúvio e Noé se embriaga e fica nu, embaraçando seus filhos,
para sua sobrevivência (Gn 6.13-22; 7.23) o que leva à maldição de Canaã (Gn 9.20-25)
Deus livra seu povo dos egípcios abrindo o mar O povo se queixa por falta de água (Êx 15.22-25)
Vermelho (Êx 14.21-31)
Deus dá os Dez Mandamentos a Moisés O povo adora o bezerro de ouro (Êx 32.1-6)
(Êx 20.1-17)
Arão e seus filhos iniciam sua liderança espiritual Os dois filhos mais velhos de Arão "profanam o fogo"
(Lv 9.1-24) diante de Deus e são mortos (Lv 10.1-3)
Davi reafirma o pacto que Deus fizera com ete (2Sm 6) Davi comete adultério com Bate-Seba e planeja a
morte de seu marido Urias (2Sm 11.1-27)
Elias triunfa sobre os profetas no Monte Carmelo Elias foge com medo da ira de Jezabel e se queixa
(1Rs 18.20-46) de que Deus não cuida dele (1Rs 19.1-18)
Jonas, com sucesso, proclama arrependimento à Nínive Jonas expressa desapontamento com o
pagã (Jn 3)
arrependimento de Nínive e se queixa de falta de
conforto pessoal (Jn 4)
Pedro afirma que Jesus é o Messias (Mt 16.6) Pedro é censurado por Jesus pela tentativa de
subverter o propósitode Deus (Mt 16.22,23)
Jesus entra em Jerusalém aclamado pela multidão Jesus é crucificado depois que uma multidão
(Lc 19.28-40) enraivecida exige sua morte (Lc 32.13-49)
-
Barnabé faz uma oferta generosa à igreja com o Ananias e Safira tentam enganar Pedro a respeito de
produto da venda de um campo (At 4.36-37) um ato de "caridade" semelhante e são mortos por
Deus (At 5.1-11 )
54
.A..
DEUTERONOMIO
Deuteronômio consiste de uma série de mensagens de despedida pronunciadas por Moisés, o líder de
Israel, que contava 120 anos de idade. Foi endereçada à nova geração que deveria possuir a Terra da
Promessa. Como Levítico, Deuteronômio contém uma grande quantidade de detalhes legais, mas
sua ênfase é dirigida aos leigos, e não aos sacerdotes. Moisés relembra à nova geração a importância
da obediência, se é que eles estão dispostos a aprender com o triste exemplo de seus pais.
O nome do livro vem da palavra grega Deuteronomion, que significa "segunda lei", e foi
incorretamente usado na Septuaginta ao traduzir Dt 17.18 (A tradução Revista e Corrigida em português
diz corretamente "um traslado desta lei"). Deuteronômio, entretanto, não é uma segunda lei, mas
uma adaptação e expansão da lei original dada no Sinai.
Autor
A autoria mosaica de Deuteronômio tem sido vigorosamente atacada pelos críticos, alegando que
fiMoisés é apenas o originador das tradições sobre as quais estas leis estão baseadas. O argumento
~
~ usado é de que estas leis foram escritas anonimamente não muito antes de 621 a.C., e usadas pelo
~ rei Josias para fazer sua reforma religiosa.
~ Entretanto, a evidência tanto interna quanto externa em favor da autoria mosaica, é forte. O próprio
Deuteronômio inclui cerca de quarenta alegações de que Moisés o escreveu. O livro parece
encaixar-se no tempo de Moisés, e não no de Josias, e os detalhes geográficos e históricos
indicam um conhecimento de primeira mão do período entre o Êxodo e a Conquista. Além disso,
o restante do Antigo Testamento atribui o livro de Deuteronômio, bem como o resto do Pentateuco,
a Moisés (Js 1.7; Jz 3.4; lRs 2.3; Ed 3.2; Sll03.7; M14.4). O próprio Cristo o atribui diretamente à
Moisés (Mt 19.7-9; Jo 5.45-47). Finalmente, estudos recentes têm mostrado que Deuteronômio parece
seguir a forma de tratado usada nos séculos 14 e 15 a.C., uma forma apropriada para este documento
de renovação do pacto.
Data
Como Levítico, Deuteronômio não apresenta uma progressão histórica. Passa-se inteiramente nas
planícies de Moabe, a leste de Jericó e do rio Jordão e cobre cerca de um mês. Foi escrito no final do
quadragésimo ano do período passado no deserto (c.1405 a.c.), quando a nova geração estava prestes
a entrar em Canaã.
Temas e Estrutura Literária
Em seu escopo mais amplo, Deuteronômio é o registro da renovação do pacto feito no Sinai. Este
pacto é revisto, expandido, aumentado e, finalmente, ratificado nas planícies de Moabe. Moisés
realiza esta renovação primeiramente por meio de três sermões que fazem um movimento a partir de
uma retrospectiva, passando por uma introspecção e chegando finalmente a uma visão prospectiva
dos atos de Deus no meio do povo de Israel.
55
o primeiro sermão (1.1 - 4.43) apresenta o pano de fundo do pacto, sublinhando o que Deus fez por
Israel desde a saída do Egito. O tema da provisão e proteção de Deus sobre seu povo é realçado,
assim como a punição divina que acompanha a desobediência.
O segundo discurso expõe as exigências específicas do pacto, adaptando as leis de Êxodo a uma
nova situação que será prevalecente depois que o povo entrar na Terra Prometida. Portanto, há uma
atenção especial concedida às proibições de idolatria e outras práticas pagãs, ao estabelecimento de
um santuário central e à preparação do povo para o estabelecimento de um reino.
No terceiro discurso Moisés escreve a história com antecedência. Prediz o que irá acontecer a Israel
em futuro próximo (bênçãos e maldições), e também em futuro distante (dispersão entre as nações e
o possível retomo). Moisés apresenta os termos do pacto que deverá ser ratificado pelo povo.
Finalmente, porque ele não tinha permissão para entrar na terra, Moisés aponta Josué como seu
sucessor e faz um discurso de despedida à nação. O capítulo 34 apresenta um obituário de Moisés,
talvez escrito por seu sucessor, Josué.
Deuteronômio em Relance
ÊNFASE PRIMEIRO SEGUNDO SERMÃO TERCEIRO SERMÃO
SERMÃO
TEXTO 1.1 4.44 12.1 16.18 21.1 27.1 29.1 31.1 34.12
REVISÃO
EXPOSiÇÃO RATIFICAÇÃO
TRANSiÇÃO
DIVISÃO DOS ATOS
LEIS LEIS LEIS PACTO PARA UM NOVO
DE DEUS
DO CERIMONIAIS CIVIS SOCIAIS DO PACTO PALESTINO MEDIADOR
POR ISRAEL
DECÁLOGO
DO PACTO
OQUEDEUS O QUE DEUS ESPERA DE ISRAEL O QUE DEUS FARÁ
FEZ
TÓPICO
HISTÓRICO LEGAL PROFÉTICO
LOCAL PLANíCIE DE MOABE
OCASIÃO c. de 1 MÊS
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.
Quando Ocorreram os Eventos Registrados em Deuteronômio
56
ESBOÇO DE DEUTERONÔMIO
Primeira Parte: Primeiro Sermão de Moisés:
"O que Deus Fez por Israel" (1.1 - 4.43)
I. O Preâmbulo do Pacto 1.1-5
11. Uma Recapitulação dos Atos de Deus por Israel 1.6-4.43
A. Do Monte Sinai até Cades 1.6-18
B. Em Cades 1.19-46
C. De Cades até Moabe 2.1-23
D. Conquista do Leste do Jordão 2.24-3.29
E. Transição de Liderança 3.2-29
F. Resumo do Pacto 4.1-43
Segunda Parte: Segundo Sermão de Moisés:
"O Que Deus Espera de Israel" (4.44 - 26.19)
I. Introdução à Lei de Deus 4.44-49
11. Exposição do Decálogo 5.1-11.32
A. O Pacto do Grande Rei 5.l-33
B. A Ordem de Ensinar a Lei 6.l-25
C. A Ordem de Conquistar Canaã 7.l-26
D. A Ordem de Lembrar-se do Senhor 8.1-20
E. As Ordens sobre Hipocrisia 9.1- 10.11
F.,~sOrdens sobre as Bênçãos e as Maldições , 1O.l2-11.32
. IH. A Exposição das Leis Adicionais 12.1- 26.19
A. A Exposição das Leis Cerimoniais 12.1- 16.17
B. A Exposição das Leis Civis 16.l8- 20.20
C. A Exposição das Leis Sociais 21.1- 26.l9
.' Terceira Parte: Terceiro Sermão de Moisés:
"O Que Deus Fará por Israel" (27.1 - 34.12)
I. A Ratificação do Pacto em Canaã 27.1- 28.68
A. O Altar é Erigido 27.1-8
B. Admoestação para Obedecer à Lei 27.9,10
C. Proclamação dos Malditos 27.11-26
D. Exortações do Pacto 28.l-68
11. A Instituição do Pacto Palestino 29.1- 30.20
A. O Pacto Baseia-se no Poder de Deus 29.1-9
B. Os Participantes do Pacto 29.10-15
C. Exortações do Pacto 29.l6- 30.l0
D. Ratificação do Pacto Palestino : 30.11-20
IH. Transição de um Novo Mediador do Pacto 31.1- 34.12
A. Moisés Exorta Josué e Israel 3l.1-13
B. Deus Exorta Israel 31.14-21
C. Livro da Lei é Colocado junto à Arca 31.22-30
D. Cântico de Moisés 32.1-47
E. Morte de Moisés 32.48 - 34.l2
57
Pena de Morte
Entre as maldições do pacto por desobediência, a Lei de Moisés prevê a pena de morte para várias
ofensas sérias. Estas ofensas são violações particularmente grosseiras do pacto de Deus com seu
povo. Embora estas penalidades possam parecer severas para homens e mulheres modernos, elas
servem para sublinhar o alto padrão de conduta ao qual o povo de Deus é intimado. Israel havia
recebido muitas e ricas bênçãos de Deus, e" àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido."
(Lc 12.48).
Crimes que Exi~iam Pena de Morte
CRIMES REFERÊNCIAS SíSLlCAS
12. Blasfêmia Levítico 24.11 -14,16,23
13. Falsa Profecia Deuteronômio 13.1-10
14. Rebeldia Incorrigível Deuteronômio 17.12; 21.18-20
15. Fornicação Deuteronômio 22.20,21
16. Estupro de Virgem Noiva Deuteronômio 22.23-27
1. Assassinato Premeditado
Pena de Morte Obrigatória
2. Rapto
3. Ferir ou Maldizer os Pais
4. Magia ou Adivinhação
5. Bestialidade
6. Sacrifícios a Deuses Falsos
7. Profanação do Sábado
8. Oferta de Sacrifício Humano
9. Adultério
10. Incesto
11. Homossexualidade
Êxodo 21.12-14,22,23
Êxodo 21.16; Deuteronômio 24.7
Êxodo 21.15; Levítico 20.9;
Provérbios 20.20; Mateus 15.4; Marcos'7.10
Êxodo 22.18
Êxodo 22.19; Levítico 20.15,16
Êxodo 22.20
Êxodo 35.2; Números 15.32-36
I~
Levítico 20.20
Levítico 20.10-21; Deuteronômio 22.22
Levítico 20.11,12,14
Levítico 20.13
.-
Nelson s Complete Bookof Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas e1son. Inc.
58
Montanhas da Bíblia
Ao longo de toda a Escritura, as montanhas são o local onde Deus se encontra com seu povo. Deus
entregou as Leis a Moisés no topo do monte Sinai e Moisés ordenou que um altar fosse erigido no
topo do Monte Ebal, quando os israelitas entrassem na Terra Prometida. Embora Deus não permitisse
a Moisés entrar na tão esperada terra, permitiu-lhe avistá-Ia do monte Nebo. Deus mesmo enterrou
Moisés na montanha. A seguir, temos várias montanhas importantes das Escrituras:
Ararate (hoje na Turquia), onde a arca de Noé pousou (Gn 8.4).
Carmelo, onde Elias foi vitorioso sobre os profetas de Baal (lRs 18.9-42).
Ebal (ao lado oposto do monte Gerizim), onde Moisés ordenou que se
erigisse um altar depois que os hebreus entrassem na Terra Prometida.
Gerizim, onde Jesus conversou com a mulher samaritana junto ao poço
(104.20).
Gilboa, onde o rei Saul e seus filhos foram mortos em batalha contra os
filisteus (1Cr 10.1,8).
Hermom, uma cadeia de montanhas que marcava a fronteira norte da
conquista de Canaã (Js 1l.13, 17).
Líbano, local de onde veio o cedro para a construção do templo em Jerusalém
(lRs 5.14,18).
Monte das Oliveiras: Oliveiras, ou Monte das Oliveiras, onde Jesus pregou o sermão sobre sua
segunda vinda (Mt 24.3).
Pisga ou Nebo, de onde Moisés avistou a Terra Prometida.
Monte Sinai ou Horebe (perto do Egito), onde as Leis foram entregues a
Moisés (Êx 19.2-25).
Monte Ararate:
Monte Carmelo:
Monte Ebal:
Monte Gerizim:
Monte Gilboa:
Monte Hermom:
Monte Líbano:
Monte Pisga:
Monte Sinai:
Hlnos e Cânticos
O cântico mais antigo registrado na Bíblia é conhecido como Cântico de Moisés (veja Êx 5). Este
hino foi cantado pelo povo para celebrar a milagrosa libertação de Deus, livrando os hebreus do
exército egípcio no Mar Vermelho (Êx 14.3-30), e Moisés o cantou novamente pouco antes de sua
morte. Entre outros hinos e cânticos significativos do Antigo Testamento encontramos os seguintes:
Personalidade Propósito Referência
Bíblica
Israelitas Cantado pelo povo enquanto cavava poços no deserto Nm 21.14-18
Moisés Hino de louvor a Deus cantado pouco antes de sua morte Dt 32.1-44
Débora e Baraque Cântico de vitória depois que Israel derrotou os cananitas Jz5.1-31
Mulheres Israelitas Cântico para celebrar a vitória de Davi sobre Golias 1Sm 18.6,7
Levitas Cantores Hino de louvor na dedicação do Templo 2Cr5.12-14
Levitas Cantores Cântico de Louvor - Marcha apresentada quando o 2Cr20.20-23
exército de Israel se preparava para a batalha
Levitas Cantores Hino cantado na cerimônia de restauração do templo 2Cr29.25-30
no reinado de Ezequias
59
60
LIVROS HISTÓRICOS
Os livros dos Antigo Testamento, compreendidos entre Josué e Ester, são conhecidos como
Livros Históricos. Cobrem cerca de setecentos anos de história do povo escolhido de Deus, a
nação de Israel.
Principais eventos registrados por estes livros incluem: (1) o estabelecimento do povo na terra
prometida depois de sua saída do Egito e dos anos de peregrinação no deserto; (2) transição do
sistema de governo dos juízes para os reis; (3) unção de Davi como rei do reino unido; (4)
divisão da nação em duas facções, norte e sul; (5) destruição do reino do norte e (6) cativeiro e
retorno do reino do sul.
Aqui estão breves resumos dos temas apresentados nos doze livros que compõem esta importante
seção do Antigo Testamento:
Josué: Conquista e estabelecimento na Terra Prometida.
Juizes: A nação de Israel é libertada por uma série de juízes ou líderes militares. Três dos mais
conhecidos libertadores são Débora, Gideão e Sansão.
Rufe: Uma linda história sobre o amor e cuidado de Deus.
1 e 2 Samuel: História antiga de Israel, incluindo os reinados de Saul e Davi.
1 e 2 Reis: História política de Israel enfatizando o reinado de alguns reis, desde o tempo de Salomão
até o cativeiro dos judeus pelos babilônios.
1 e 2 Crônicas: História religiosa de Israel abrangendo o período que vai de 2 Samuel até 2 Reis.
Esdras: Retorno do povo judeu do cativeiro da Babilônia para Jerusalém.
Neemias: Reconstrução dos muros de Jerusalém depois do retorno dos exilados da Babilônia.
Ester: O cuidado de Deus por seu povo sob um governo gentio.
Quando Ocorreram os Eventos dos Livros Históricos
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JOSUÉ
Josué, o primeiro dos doze livros históricos (Josué - Ester) estabelece um vínculo entre o Pentateuco
e o restante da história de Israel. Por intermédio de três principais campanhas militares, o povo de
Israel aprende uma lição crucial sob a competente liderança de Josué: a vitória é conquistada em
razão da confiança em Deus e da obediência à sua palavra, e não como conseqüência da superioridade
militar ou numérica.
o tema é enfatizado pelo próprio nome do livro. O nome Josué, que significa "Javé é Salvação",
simboliza o fato de que, embora ele seja o líder de Israel durante a conquista, O Senhor é o
Conquistador.
Autor
~
A tradição judaica atribui a autoria deste livro ao próprio Josué, e existe pouca dúvida de que partes
~
.~ " do livro devam, realmente, ser atribuídas a ele (24.26). Entretanto, algumas narrativas foram
~ adicionadas mais tarde, como a tomada de Quiriate-Sefer por Otoniel (15.13-19), a migração de Dã
~ para o norte (19.47), e a narrativa da morte e enterro de Josué (24.29-33).
I
Além disso, a frase repetida "até o dia de hoje" (5.9; 13.13; 15.63) indicam que a narrativa foi escrita
em ocasião posterior aos eventos. Portanto, a composição final do livro foi completada depois da
morte de Josué, talvez no periodo do primeiro reinado de Saul.
Data
Embora a data precisa da composição do livro seja incerta, os eventos narrados tiveram lugar entre o
começo da Conquista (1405 a.C.) e a morte de Josué (c. 1390 a.C.). Se aceitarmos a data tardia para
o Êxodo(veja Êxodo), o começo da Conquista seria datada em c. 1250 - 1200 a.c.
Temas e Estrutura Literária
O livro de Josué divide-se claramente em duas seções principais: capítulos 1 - 12 registram a
Conquista; capítulos 13 - 24 relatam a distribuição do território entre as tribos e sua dispersão pela
Terra Prometida.
61
josué em Relance
ÊNFASE CONQUISTA DE CANAÃ ASSENTAMENTO EM CANAÃ
TEXTO 1.1 6.1 13.8 14.1 20.1 22.1 24.33
DIVISÃO
PREPARAÇÃO CONQUISTA ASSENTAMENTO ASSENTAMENTO ASSENTAMENTO CONDiÇÕES PARA UM
DE ISRAEL DE CANAÃ A LESTE DO A OESTE DO DA COMUNIDADE ASSENTAMENTO
JORDÃO JORDÃO RELIGIOSA CONTíNUO
ENTRADA EM CONQUISTA DIVISÃO DE CANAÃ
CANAÃ DE CANAÃ
TÓPICO
PREPARAÇÃO SUJEiÇÃO POSSE
LOCAL RIO JORDÃO CANAÃ DUAS TRIBOS E MEIA A LESTE DO JORDÃO
NOVE TRIBOS E MEIA A OESTE DO JORDÃO
OCASIÃO c. de 1 MÊS c. de 7 ANOS c. de 8 ANOS
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.
Quando Ocorreram os Eventos de Josué
o tema da conquista e ocupação está presente em todo o livro de Josué. O assentamento registrado
nos cinco primeiros capítulos começa a leste do Jordão, quando Josué substitui Moisés, Israel cruza
o Jordão em terra seca e se prepara para a guerra. Agindo como um general sábio, Josué utiliza a
estratégia de dividir e conquistar. Sua campanha começa no centro de Canaã (caps. 6 - 8), evitando
assim uma aliança maciça dos cananeus contra Israel. Dali Josué caminha para o sul ecaps. 9 - 10),
e finalmente para o norte de Canaã ecaps. 11-12).
Embora não haja nenhuma profecia messiânica direta no livro, Josué é, claramente, um modelo de
Cristo. Seu nome Yeshua ("Javé é Salvação), é o equivalente hebraico do nome "Jesus". Em seu
papel de liderar triunfantemente o povo à posse de suas heranças, ele prefigura aquele que
"conduzirá muitos filhos à glória" (Hb 2.10).
O cordão escarlate que garantiu a segurança de Raabe e sua família (Js 2.17-21), retrata a segurança
através do sangue de Jesus (Hb 9.19-22). Surpreendentemente, esta mulher gentia faz parte da
genealogia de Jesus Cristo (Mt 1.5).
62
ESBOÇO DEJOSlJÉ
Primeira Parte:
Conquista de Canaã (1.1 - 13.7)
I. Israel é Preparado para a Conquista 1.1 - 5.15
A. Josué Substitui Moisés 1.1-18
B. Josué Prepara Israel Militarmente 2.1-5.1
C. Josué Prepara Israel Espiritualmente 5.2-12
D. O Comandante do Senhor Aparece 5.13 -15
11. A Conquista da Terra de Canaã 6.1-13.7
A. Conquista do Centro de Canaã 6.1- 8.35
B. Conquista do Sul de Canaã 9.1-10.43
C. Conquista do Norte de Canaã 11.1-15
D. Resumo da Conquista de Canaã 11.16- 12.24
E. Partes não Conquistadas 13.1-7
Segunda Parte:
O Assentamento em Canaã (13.8 - 24.33)
I, Assentamento a Leste do Jordão 13.8-33
A. Fronteiras Geográficas 13.8-13
B. Fronteiras Tribais 13.14-33
11. Assentamento a Oeste do Jordão 14.1-19.51
A. Primeiro Assentamento Feito em Gilgal 14.1-17.18
B. Segundo Assentamento Feito em Siló 18.1-19.51
111.Assentamento da Comunidade Religiosa 20.1- 21.42
A. Seis Cidades de Refúgio 20.1-9
B. Escolha das Cidades dos Levitas 21.1-42
C. Término do Assentamento de Israel 21.43-45
IV. Condições para um Assentamento Contínuo 22.1- 24.33
A. O Altar do Testemunho 22.1-34
B. Bênção de Deus Vem Somente pela Obediência 23.1 - 24.28
C. Morte de Josué e Eleazar 24.29-33
63
r--
Vitórias de josué
Sob a liderança de Josué o povo de Israel entrou em Canaã ao redor do ano 1405 a.c. para expulsar
os cananeus e tomar posse da Terra Prometida. Um estudo cuidadoso das campanhas militares relatadas
mostra que ele tinha uma estratégia de conquista cuidadosamente planejada. Josué estabeleceu os
israelitas primeiro na parte central de Canaã, e então conduziu as campanhas ao sul e ao norte da terra
para completar a conquista. Embora estas campanhas sejam relatadas brevemente em Josué 1.11, elas
provavelmente cobriram um período de cerca da sete anos, de 1405 a 1398 a.c. Por ocasião da morte
de Josué (24.29), os israelitas haviam expulsado a maioria dos cananeus da Palestina e já haviam
dividido a terra entre as doze tribos de Israel. Veja o mapa "A Conquista de Canaã", abaixo.
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Campanha
do NorteMar
Mediterrâneo
Síquém s
Rio Jaboque
Bete-Horom Bete~/Ai .
de baixo -:..,.-.... Gllgal ..
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• Gibeom Jerico
Maquedá?
Azecaf\. Bete-Horom
de cima
Laquis Libna?
Eglom? ..-::::-. "7Hebrom
Debir?
Campanha
do Sul
Campanha do Norte
Campanha no Centro
Campanha no Sul
? Localização incerta
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64
~
S
N
t
Assentamento das Tribos
Depois da conquista da Terra Prometida sob a liderança de Josué, a terra, anteriormente ocupada
pelos cananeus, foi entregue aos descendentes dos filhos de Jacó (13-21). Num sentido restrito,
a terra estendia-se desde o Rio Jordão a leste até o Grande Mar (Mediterrâneo) a oeste. Rúben,
Gade e Manassés habitaram a terra a leste do Jordão. De norte a sul ela compreendia o território
entre a península do Sinai e a Fenícia, a antiga nação marítima. A terra foi dividida entre os
descendentes de todos os filhos de Jacó, com exceção de Levi (13.33). A porção de Levi foi para
os dois filhos de José - Manassés e Efraim (14.3,4). Os levitas foram separados para o serviço do
sacerdócio; sua porção deveria ser o próprio Deus (Nm 18.20). Entretanto, Deus providenciou 48
cidades espalhadas por toda Palestina para serem usadas pelos levitas (Js 21.1-42). Um mapa
mostra a localização aproximada dos assentamentos tribais, baseados nos limites mencionados nos
livros de Josué. Veja mapa "Assentamento das Tribos" à página 66.
Cidades de Refúeio
No período do Antigo Testamento, seis cidades de refúgio foram designadas no território de Israel
para fornecer abrigo àqueles que haviam matado outras pessoas por acidente. Tal proteção era
necessária por causa do "vingador de sangue", o parente que considerava como seu dever matar o
assassino. A qualificação para o refúgio era determinada por um juiz. Por uma questão de
conveniência, cada lado do rio Jordão contava com três cidades de refúgio. Veja o mapa "Cidades
de Refúgio", à página 67.
As Exortações de josué a Israel
Os discursos de despedida de Josué, nos capítulos 23 e 24, representam um final adequado para o livro de
Josué. Uma comparação entre os capítulos 23 e 24 sugere que o capítulo 23 foi endereçado especificamente
aos líderes de Israel (23.2), enquanto o capítulo 24 foi endereçado a toda assembléia (24.1).
No capítulo 23 Josué narra os atos poderosos de Deus em favor de Israel e exorta seus líderes a
permanecerem fiéis no futuro. O capítulo 24 é uma renovação da cerimônia do pacto na qual Israel
se compromete a servir ao Senhor e a rejeitar o culto a todos os deuses falsos. A formulação do
pacto neste caso, assim como em Deuteronômio, tem sido reconhecida como sendo derivada de
uma fórmula de tratado comum na Antiguidade. Esta fórmula contém um preâmbulo ("Assim diz o
SENHOR Deus de Israel"); um prólogo histórico (vs. 2-13); condições e exigências do pacto (vs.
14,15); exortações contra a desobediência ao pacto (vs. 19,20); testemunho (vs. 22); e uma
consolidação do documento do pacto (vs. 26).
Identidade das Tribos
As doze tribos de Israel eram as seguintes: 1 - Rúben; 2 - Simeão; 3 - Levi; 4 - Judá ; 5 -Dã; 6
-Naftali; 7 - Gade; 8 - Aser; 9 - Issacar; 10 - Zebulom; 11- José (Efraim e Manassés); 12-
Benjamim.
Alguns descendentes famosos destas tribos foram: Levi - Arão, Moisés, Eli, Esdras, João Batista;
Judá - Calebe, Davi, Salomão, Isaías (?), Jesus Cristo; Dã - Sansão;Naftali - Baraque, Elias(?);
Aser -Ana; José (Efraim e Manassés) - Josué, Gideão, Samuel; Benjamim - Saul, Ester, Saulo
de Tarso (Paulo).
65
Assentamento das Tribos
Mar
Mediterrâneo
JUDÁ
e Berseba
SIMEÃO
66
Hazor e
-J (
NAFTALI
\
\
ZEBULOM
Monte ~bor
Megido e ISSACAR
MANASSÉS
1:l. Monte Epal
e Siquém
Monte Gerizim 1:l.
EFRAIM
DÃ BENJAMIM
e
Jerusalém
. Hebrom e
I
Monte1:l.
Hermom
MANASSÉS
ORIENTAL
Mar de
Quinerete
Rio Jaboque
GADE
e Sitim
1:l. Monte Nebo
RÚBEN
MOABE
N
t
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Cidades de Refú~io
1- Também conhecida como Quedes Naftali, esta cidade estava
localizada na Galiléia, nas montanhas de Naftali (Js 20.7).
Mar
Mediterrâneo
2- Localizada na área
conhecida como Basã,
Golã ficava a cerca
de 27 quilômetros
a leste do Mar da Galiléia.
Atualmente esta área é
muitas vezes chamada de
Montanhas de Golã (DI 4.43).
/
• Golã
3- Também conhecida como
Ramote Gileade,
era uma importante cidade murada
no território de Gade.
Estava localizada a cerca de
40 quilômetros a leste do Rio Jordão,
perto da fronteira da Síria (Dt 4.43).
Mar de
Quinerete
• Ramote
Rio Jaboque
6- Localizada nas montanhas de Efraim,
esta é a cidade onde o Senhor apareceu a Abraão
e lhe fez a promessa
"Aos teus descendentes darei esta terra." (Gn12.6,7).
• Bezer
/Jerusalém.
4- Localizada no planalto
desértico de Moabe,
Bezer era uma cidade murada
dentro do território de Rúben
(DI 4.43).Hebrom e
Mar
Morto
N
t5- A cidade que ficava mais ao sul,Hebrom estava a 32 quilômetros ao sul de Jerusalém.Era conhecida também como Quiriate-Arba (Js 20.7).
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67
JUíZES
o Livro de Juízes representa um contraste marcante com Josué. Sob Josué um povo obediente
conquistou a terra por sua confiança no poder de Deus. Em Juízes, entretanto, um povo desobediente
e idólatra é repetidamente oprimido por seus inimigos.
O título hebraico do livro é Shophetim, que significa "juizes". A palavra não apenas comunica a idéia
de manter a justiça e resolver disputas, mas também o sentido de "liberar" e "libertar". Primeiro os
juízes libertavam o povo, depois governavam e administravam a justiça.
Autor
~
Juízes é anônimo. Mas Samuel ou um de seus discípulos da escola de profetas pode tê-lo escrito. A
~
~ ~ tradição judaica do Talmude atribui Ju~zes a Samuel, e ele foi, sem dúvida, o elo essencial entre o
~ período dos juízes e o período dos reis. E possível que Samuel, ou um de seus contemporâneos, tenha
~ compilado o livro de fontes orais e escritas.
68Data
A data aproximada da composição pode ser fixada tomando-se como base várias afirmações do
próprio livro. As passagens 18.31 e 20.27 mostram que Juízes foi escrito depois que a arca do concerto
foi removida de Siló (cf. 1Sm 4.3-11). A frase repetida "naqueles dias não havia reis em Israel"
(17.6; 18.1; 19.1; 21.25) indica que Juízes foi escrito depois do início da monarquia. O fato de que os
jebuseus habitavam em Jerusalém "até o dia de hoje" (l.21), significa que o livro foi escrito antes de
1004 a.C., quando Davi assumiu o controle da cidade (2Sm 5.5-9)
Os eventos apresentados em Juízes vão desde 1380 a.C. até 1045 a.c. Evidentemente, o governo de
alguns juízes sobrepõe-se, porque nem todos governaram a terra inteira. Juízes relata ciclos de apostasia,
opressão e libertação na região sul (3.7-31), na região central (6.1 - 10.5), na região leste (10.6-
12.15) e na região oeste (13.1 - 16.31).
Temas e Estrutura Literária
O livro de Juízes é organizado principalmente de acordo com uma linha temática e não cronológica.
O livro inicia com o relato da deterioração de Israel, continua com sete ciclos de opressão e livramento
e concluindo com dois exemplos vívidos da depravação de Israel.
O tema da deterioração é enfatizado à medida que osjuízes iniciam campanhas militares de êxito efêmero,
logo após amorte de Josué, mas rapidamente se transformam em repetitivos fracassos do povo em expulsar
os inimigos. A principal razão do fracasso era sua falta de fé e de obediência a Deus (2.1-3).
Os constantes livramentos de Deus são identificados na seção intermediária do livro (3.5 - 16.31) que
apresenta sete ciclos de apostasia, opressão, clamor por livramento, salvação e descanso. Israel vacilava
entre obediência e apostasia, enquanto o povo teimosamente deixava de aprender com seus erros.
Entretanto, os períodos de descanso e paz são maiores que os períodos de escravidão, e a monotonia dos
pecados de Israel podem ser contrastados com a criatividade dos métodos usados por Deus para livrá-Ias.
Veja tabela "O Período dos Juízes", à página 71.
A depravação característica do tempo dos juízes é ilustrada nos capítulos 17 - 21, com exemplos
vívidos de idolatria e imoralidade pessoal e tribal.
No seu todo, o livro ilustra os tristes resultados da desobediência de Israel, como o resumo apresentado
em 21.25: "Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto."
juizes em Relance
ÊNFASE DETERIORAÇÃO LIVRAMENTO DEPRAVAÇÃO
TEXTO 1.1 2.1 3.5 4.1 6.1 10.6 12.8 13.1 17.1 19.1 20.1 21.25
Israel não
Julgamento Campanha
Campanha
Campanha Campanha
Campanha
Campanha Pecado de Pecado de Pecado deDIVISÃO completa a ao norte ao norte
conquista
de Deus ao sul
(primeira)
central a leste
(Segunda)
a oeste idolatria imoralidade guerra civil
CAUSAS DOS MALDiÇÃO DOS CICLOS CONDiÇÕES DURANTE
CICLOS OS CICLOS
TÓPICO
VIVENDO COM OS GUERRA COM OS CANANEUS VIVENDO COMO OS CANANEUS
CANANEUS
LOCAL CANAÃ
OCASIÃO C. 350 ANOS
Nelson s Complete Book ofBible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.
Quando Ocorreram os Eventos de Juízes
ESBOÇO DE JUíZES
Primeira Parte:
Deterioração de Israel e Fracasso em Completar a Conquista de Canaã (1.1 - 3.4)
I. Fracasso de Israel em Completar a Conquista 1.1-36
A. Fracasso de Judá 1.1-20
B. Fracasso de Benjamim l.21
C. Fracasso das Tribos de José l.22-29
D. Fracasso de Zebulom l.30
E. Fracasso de Aser : 1.31,32
F. Fracasso de aftali 1.33
G. Fracasso de Dã ' 1.34-38
11. O Julgamento de Deus por não Terem Completado a Conquista 2.1-3.4
A. Um Anjo Anuncia o Julgamento 2.1-5
B. Morre a Geração Piedosa 2.6-10
C. Narração do Julgamento de Deus 2.11-19
D. O Inimigo é Deixado como um Teste 2.20-3.4
69
Segunda Parte:
O Livramento de Israel Durante os Sete Ciclos (3.5 - 16.31)
I Campanha ao Sul 3.5-31
A. Juiz Otoniel 3:5-11
B. Juiz Eúde 3:12-30
C. Juiz Sangar 3:31
11. Campanha ao Norte: Os Juízes Débora e Baraque .4.1-5.31
A. Débora e Baraque São Chamados .4.1-11
B. Os Cananeus São Derrotados 4.12-24
C. Cântico de Débora e Baraque 5.1-31
111. Campanha Central 6.1-10.5
A. Juiz Gideão 6.1- 8.32
B. Juiz Abimeleque 8.33- 9.57
C. Juiz Tola 10.1,2
D. Juiz Jair 10.3-5
Iv. Campanha a Leste o Juiz Jefté , 10.6-12.7
A. Pecados de Israel 10.6-18
B. Salvação: Jefté 11.1-12.6
V. Segunda Campanha ao Norte 12.8-15
A. Juiz Ibsã :: 12.8-10
B. Juiz Elom 12.11,12
C. Juiz Abdom 12.13-15
VI. Campanha a Oeste: Juiz Sansão 13.1-16.31
A. Nascimento Miraculoso de Sansão 13.1-25
B. Casamento Pecaminoso de Sansão 14.1-20
C. Sansão como Juiz 15.1-20
D. Fracasso de Sansão 16.1-31
Terceira Parte:
Depravação de Israel Pecando como os Cananeus (17.1- 21.25)
I. O Fracasso de Israel ante a Idolatria 17.1-18.31
A. Exemplo de Idolatria Pessoal 17.1-13
B. Exemplo de Idolatria Tribal 18.1-31
11. O Fracasso de Israel pela Imoralidade 19.1-30
A. Exemplo de Imoralidade Pessoal 19.1-10
B. Exemplo de Imoralidade Tribal 19.11-30
lU. O fracasso de Israel por meio da Guerra entre as Tribos 20.1 - 21.25
A. Guerra entre Israel e Dã 20.1-48
B. Fracasso de Israel depois da Guerra 21.1-25
70
juizes de Israel
Após a morte de Josué, durante 300 anos, a nação de Israel foi governada por juízes ou heróicos
libertadores militares, até que a monarquia unida foi estabelecida com o reinado de Saul. A era dos
juízes foi um período de instabilidade e depravação moral, um período triste, "quando cada um fazia
o que julgava mais reto" (17.6). Os juízes tentavam arregimentar o povo contra os inimigos, porém
muitos deles eram moralmente fracos e o povo freqüentemente se voltava para a idolatria. Juntamente
com juízes bem conhecidos, houve vários juízes menores, cujas batalhas não foram registradas na
Bíblia: Abimeleque, Tola, Jair, Ibsa, Elom e Abdom.
Veja mapa "Juizes de Israel", à página 73.
Gideão
Em sua campanha contra Midiã, o pequeno exército de Gideão, com apenas trezentos homens,
surpreendeu os midianitas acampados no vale de Jezreel. Depois do ataque noturno inicial, os confusos
midianitas fugiram e Gideão e seus homens perseguiram os reis midianitas Zeba e Salmuna até
Carcor, a leste do rio Jordão, onde foram capturados (8.10-21)
Sendo o quinto Juiz citado no livro (6.11 - 8.35), o exemplo de Gideão é típico. Chamado pelo anjo do
Senhor para livrar Israel da opressão dos midianitas, Gideão agiu no sentido de eliminar as práticas
idólatras, e sua vitória miraculosa sobre os exércitos midianitas foi uma vívida ilustração para Israel do
poder de Deus para salvar o seu povo. Entretanto, após sua grande vitória, o próprio Gideão tomou-se
um engodo e causa de idolatria para sua família e Israel ao fazer uma estola sacerdotal (8.22-28).
o Período dos juizes
.'
Eventos e Juízes Anos
Israel serve Cusã-Risataim (3.7,8)
Paz depois do livramento por Otoniel (3.7-11)
Israel serve Moabe (3.12)
Paz, depois do livramento por Eúde (3.12-20)
Sangar livra Israel dos filisteus (3.31)
Israel serve Canaã (4.1-3)
Paz, depois do livramento por Débora e Baraque (4.1 - 5.31)
Israel serve Midiã (6.1-6)
Paz depois do livramento por Gideão (6.1 - 8.35)
Abimeleque, rei de Israel (9.1-57)
Carreira de Tola (10.1 ,2)
Carreira de Jair (10.3-5)
Israel serve a Amam e a Filístia (10.6-10)
Carreira de Jefté (11.1 -12.7)
Carreira de Ibsã (12.8-10)
Carreira de Elom (12.11,12)
Carreira de Abdom (12.13-15)
Israel serve a Filistia (13.1)
Carreira de Sansão (13.1 -16.31)
8
40
18
80
1
20
40
7
40
3
23
22
18
6
7
10
8
40
20
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71
As Batalhas de Gideào
Mar
Mediterrâneo
Megido.
Betel.
Quedes.
(?) Localização exata
questíonável
Mar de
Quínerefe
• Golã
En Dor
Outeiro ~0·\
de Maré .6-
• • Ofra (?)
Harode 1I
• Bete Seã • Ramote
Sucote • Penuel
Rio Jaboque
_\gbeá
_ Rabá
Mar
Morto
Em direção
a Carcor
N
t
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72
Juizes de Israel
Mar
Mediterrâneo
4- Débora, juíza, também chamada de profetisa,
e Baraque,seu comandante militar,
derrotaram os teimosos cananitas
liderados por Jabim e Sísera,
numa batalha violenta
junto ao ribeiro de Quisom (Jz 4.1-24).
6- Jefté, filho de uma prostituta,
livrou Israel dos amonitas (Jz 11.12-27).
1- Otoniel, o primeiro juiz,
derrotou os cananeus em Debir (Jz 1.11-13).
Também libertou Israel de Cusa-Risataim,
rei da Mesopotâmia (Jz 3.7-11),
em batalha separada,
cuja localização é desconhecida.
AMOM
RíoJaboque
5- Gideão, um "homem poderoso e de valor',
liderou 300 guerreiros selecionados e
derrotaram as forças midianitas (Jz 6-8).
3- Sangar,
juiz de importância menor,
que matou 600 homens
com uma aguilhada de bois,
libertou Israel dos filisteus
(Jz 3.31; 5.6).
Jerusalém.
7- Sansão, homem de grande força física,
mas moralmente fraco,
julgou Israel durante 20 anos.
Capturado pelos filisteus e escravizado em Gaza,
Sansão clamou a Deus e
prevaleceu sobre o inimigo
quando destruiu o templo pagão daquela cidade.
Sansão morreu juntamente com muitos dos filisteus
quando o templo desabou (Jz 13 - 16).
2- Eúde, bisneto de Benjamim,
livrou Israel da opressão de Eglom,
rei de Moabe (Jz 3.12-30).
MOABEMarMorto
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73
4i
~ Quadro Geral dos juizes ( 1375 1050 a.C.)
Juiz e Tribo Referências Eventos Principais Opressores Período de Período de
Bíblicas Opressão Paz
Otoniel (Judá). Jz 1.11-15; 1. Otoniel era sobrinho de Calebe (3.11), e tornou-se seu genro depois de capturar Cusã-Risataim, 8 anos (3.8) 40 anos (3.11)
Filho de Ouenaz, 3.1-11; Ouiriate-Sefer (1.12,13). rei da Mesopotâmia (3.10).
irmão mais novo de Calebe Js 15.16-19; 2. Derrotou Cusã-risataim, rei da Mesopotâmia
1Cr4.13
Eúde (Benjamim) Jz 3.12 - 4.1 1. Eúde, o benjamita canhoto, matou pessoalmente Eglom, o gordo (3.29) do rei de Eglom, 18 anos 80 anos
Filho de Gera Moabe (3.21,22) rei de Moabe (3.12)
2. Liderou a matança de 10.000 moabitas Amonitas (3.13)
Amalequitas (3.13)
Sangar Jz 3.31; 5.6 1. Matou 600 filisteus com uma aguilhada de bois (3.31). Filisteus (3.31) Não mencionado Não mencionado
(talvez estrangeiro)
Filho de Anate
Débora (Efraim) Jz 4.1 - 5.31; 1. Débora, profetisa e juiza era esposa de Lapidote (4.4; 5.7). Jabim, 20 Anos (4.3) 40 Anos (5.31)
Baraque (Naftali) Hb 11.32 2. Débora e Baraque derrotaram Sisera (com seus 900 carros de ferro). na batalha de rei de Canaã (4.2);
Filho de Abinoam Ouisom (4.13-16). Sísera era o comandante
3. Sísera foi morto por Jael, esposa de Heber, que estava na tenda (4.21). de seu exército (4.2)
4. O Cântico de Débora (cap. 5) conta a história da vitória de Débora e Baraque
sobre Sisera.
5. Baraque é mencionado entre os heróis da fé em Hebreus 11.32.
Gideão (Manassés) Jz 6.1 - 8.32; 1. O anjo do Senhor apareceu a Gideão em Ofra, enquanto ele estava malhando trigo no Midianitas (6.1,3,33; 7.12) 7 Anos (6.1) 40 Anos (8.28)
Filho de Joás, Hb 11.32) lagar.(6.11-18).
o abiezrita. 2. A oferta de Gideão foi consumida pelo fogo (6.19-24). Amalequitas (6.3,33; 7.12)
Também chamado 3. Durante a noite, Gideão destruiu o altar de Baal (6.25-27).
Jerubaal (6.32; 7.1) 4. Por duas vezes Gideão colocou um pedaço de lã ao relento para obter um sinal (6.36-40). Povo do Leste (6.3,33; 7.12)
e Jerubesete (2Sm 11.21). 5. Gideão reduziu seu exército de 32.000, para 10.000 e, finalmente, para 300 homens
t
(7.2-8); depois marchou ao redor dos midianitas com trombetas, cântaros vazios e
tochas (7.16-22).
6. Orebe e Zeebe foram mortos pelos efraimitas (7.24 - 8.3).
7. Gideão vingou-se dos homens de Sucote e Penuel por não haverem dado pão a seus
homens (8.5-9; 14.17).
8. Gideão matou Zeba e Salmuna (reis midianitas) em vingança pela morte de seus
irmãos em Tabor (8.8-12) .•
9. Gideão fez uma estola de ouro que levou o povo à idolatria (8.24-27).
Abimeleque (Manassés) Jz 8.33 - 9.57; 1. Abimeleque matou todos os seus meio-irmãos (70), menos Jotão, o mais novo (9.5). Guerra civil Não mencionado Abimeleque julgou
Filho de Gideão 2 Sm 11.21 2. Abimeleque venceu Gaal, que havia conspirado contra ele (9.26-41). Israel durante 3 anos
com uma concubina 3. Abimeleque capturou e assolou a cidade de Siquém (9.42-49). (9.22).
4. Em Tebas, Abimeleque foi atingido na cabeça por uma pedra de moinho atirada por
uma mulher; pediu então ao seu escudeiro que o matasse com uma espada (9.50-54).
Tola (Issacar) Jz 10.1,2 1. Tola era, provavelmente, membro de urna das famílias mais importantes de Issacar Julgou Israel durante
Filho de Puá (cfe. Gn 46.13; Nm 26.23). 23 anos (10.2)
Jair (Gileade-Manassés) Jz 10.3-5 1. Jair era, provavelmente, descendente do Jair que se distinguiu durante os dias de 18 anos (10.8) Julgou Israel durante
Moisés e Josué (Nm 32.41; Dt 3.14; Jz 13.30; 1Rs 4.13; 1Cr 2.21). 22 anos (10.3)
2. Jair tinha 30 filhos que foram juízes itinerantes (10.4)
r
Jeflé (Gileade-Manassés) Jz 10.6-27; 1. Jefté era filho de Gileade com uma prostituta (11.1) por esta razão foi expulso por Filisteus (10.7) Julgou Israel durante
Filho de Gileade Hb 11.32 seus irados meio-irmãos e fugiu para a terra de Tobe (11.2, 3). Amonitas (10.7) 6 anos (12.7)
com uma prostituta (11.1) 2. Os anciãos o trouxeram de volta e o proclamaram seu chefe em Mispa (11.4-11). Guerra civil contra
3. Jefté mandou uma mensagem ao rei de Amom dizendo que Gileade era possessão os efraimitas (12.14)
dos israelitas havia já 300 anos - tempo longo demais para que os amonitas
reclamassem qualquer direito (11.26).
4. Subjugou os amonitas e conquistou cerca de 20 cidades (11.32,33).
5. Jefté dedicou sua filha ao serviço do Senhor para o resto de sua vida, em cumprimento
a um voto tolo que fizera (11.31-40).
6. Derrotou os efraimitas que se ofenderam por não terem sido chamados para lutar
contra os amonitas. (12.1-6).
Ibsã (Judá ou Zebulom) Jz 12.8-10 1. Ibsã tinha 30 filhos e 30 filhas, para as quais arranjou casamento, o que indica sua alta Julgou Israel por
(Belém-Zebulom; cI. Js 9.15) posição social e riqueza (12.9) 7 anos (12.9)
2. A tradição judaica identifica Ibsã com Boaz, de Belém em Judá
Elom (Zebu 10m) Jz 12.11,12 1. A única informação que temos sobre Elom é que foi sepultado em Aijalom, em Zebulom, Julgou Israel por
diferenciando-a da outra Aijalom mais conhecida no território de Dã (12.12). 10 anos (12.11)
Abdom (Efraim,12:15) Jz 12.13-15 1. A riqueza e importância de Abdom é demonstrada pelo fato de ele ter 40 filhos e 30 Julgou Israel durante
Filho de Hilel netos, e todos cavalgavam jumentos (12.14). 8 anos (12.14)
2. Abdom era natural de Piratom, onde também foi sepultado (12.13,15).
Sansão (Dã, Jz 13.2) Jz 13.1 -16.31; 1. O nascimento de Sansão foi anunciado por um anjo do Senhor. Foi consagrado como Filisteus (Jz 13.1) 40 anos Julgou Israel durante
Filho de Manoá Hb 11.32 nazireu desde o nascimento (Jz 13). 20 anos (15.20; 16.31)
2. Sansão matou um leão apenas com a força de suas mãos (14.5,6).
3. Em Asquelom, matou 30 filisteus (14.19).
4. Capturou 30 raposas e atou-as com uma tocha nas caudas duas a duas, soltando-as
na seara dos filisteus (15.1-8).
5. Matou 1000 filisteus com uma queixada de burro (15.14-19).
6. Sansão arrancou e carregou as portas de Gaza (16.1-3).
7. Foi conquistado por Dalila, e aprisionado em Gaza, onde lhe tiraram a vista (16.4-22).
8. Sansão destruiu o templo de Dagom, matando-se com cerca de 3.000 filisteus (16.23-33).
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V, Nelson s Complete Book 0/ Bible Maps and Charts © 1993 by Thornas Nelson, Inc.
RUTE
Rute é uma história de amor, devoção e redenção ambientada no contexto aflitivo do período dos
juízes. Era uma mulher moabita que abandonou sua herança para aceitar o povo de Israel e o Deus
de Israel. Por sua fidelidade num período de infidelidade nacional, Deus a abençoou dando-lhe um
novo marido, um filho e uma posição privilegiada na linhagem dos ancestrais de Davi e de Cristo.
Autor
~
o autor de Rute não é identificado no texto. A tradição judaica atribui o trabalho a Samuel, mas isto
~ é pouco provável, pois Davi é mencionado em Rute 4.17,22, e Samuel morreu antesda coroação de
~ Davi como rei. A composição do livro data provavelmente do primeiro período do reinado. O fato de
que Salomão, o filho de Davi, não é mencionado na genealogia, pode ser indício de que Rute foi
escrito durante o reinado de Davi. O fato de o trabalho ser anônimo, entretanto, não diminui seu
profundo valor espiritual e beleza literária.
76
Data
Embora a data de composição do livro seja incerta, a história de Rute tem lugar no final do período
dos juízes (c. de 1100 a.C.), e cobre um espaço de tempo de aproximadamente doze anos. Este
período da história de Israel foi, em geral, marcado por um deserto de rebelião e imoralidade mas a
história de Rute, em contraste, aparece como um oásis de integridade e retidão.
Temas e Estrutura Literária
A bela história de Rute, embora breve, é construí da com habilidade por seu autor desconhecido.
Como demonstra a tabela "Rute em Relance", a narrativa é simétrica com uma estrutura de elementos
paralelos que se encontram no meio do livro (fim do capítulo 2).
Esta estrutura literária serve para enfatizar vários temas, sendo o tema da redenção o mais importante.
A palavra hebraica para parente (goel) aparece treze vezes em Rute, e significa, basicamente,
"aquele que redime". Ao comprar novamente a terra de oemi, casar-se com Rute e gerar um filho
para manter viva a linhagem da família, Boaz age como um redentor. Esta redenção oportuna de
Boaz aponta para a obra redentora de Deus, que alcança seu clímax na doação que Cristo faz de si
mesmo, "a fim de remir-nos de toda iniqüidade" (Tt 2.14).
Outro termo chave na história é "benevolência", significando uma lealdade pactual (1.8; 2.20; 3.10).
Rute e Boaz ilustram o que retidão e lealdade ao pacto significam num período em que "cada um
fazia o que achava mais reto" (Jz 21.25). Esta lealdade é expressa nos mesmos termos usados para
firmar o pacto entre Deus e seu povo.
A providência de Deus também é enfatizada. Embora o livro mostre pessoas comuns em situação
comum, elas estavam sendo dirigidas pela mão misteriosa de Deus, que usou a fé notável destas
pessoas para preparar o caminho para o mais importante rei de Israel, Davi (4.22). O nome de Deus
ocorre vinte e três vezes nos oitenta e cinco versículos de Rute. Nenhum evento na vida do povo de
Deus é insignificante, pois Ele está constantemente envolvido com o seu povo.
Rufe em Relance
ÊNFASE RUTE DEMONSTRA AMOR OAMORDERUTE~RECOMPENSADO
TEXTO 1.1 1.19 3.1 4.1 4.22
DIVISÃO
RUTE DECIDE DEVOÇÃO E CUIDADO RUTE RUTE~RECOMPENSADA
PERMANECER DE RUTE PEDEABOAZ COMA
COM NOEMI POR NOEMI QUEAREDIMA REDENÇÃO DE BOAZ
RUTE E NOEMI RUTE E BOAZ
TÓPICO
MORTE DA FAMíLIA CUIDADO DE RUTE CUIDADO DE BOAZ NASCIMENTO
POR NOEMI POR RUTE DA FAMíLIA
LOCAL MOABE CAMPOS DE BEL~M EIRA DE BEL~M BE~M
OCASIÃO c. DE 12 ANOS
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.
Quando Ocorreram os Eventos em Rute
ESBOÇO DE RLJTE
Primeira Parte: O Amor de Rute É Demonstrado (1.1- 2.23)
I. Rute Decide Permanecer com Noemi 1.1-18
A. A necessidade de Rute permanecer com oemi 1.1-5
B. A oportunidade de Rute deixar Noemi 1.6-15
C. A escolha de Rute permanecer com Noemi 1.16-18
lI. Devoção e Cuidado de Rute por Noemi 1.19-2.23
A. Rute e Noemi vão para Belém 1.l9-22
B. Rute respiga o campo para encontrar alimento 2.1-23
Segunda Parte: O Amor de Rute É Recompensado (3.1 - 4.22)
I. Rute Pede Redenção a Boaz 3.1-18
A. Noemi procura redenção para Rute 3.1-5
B. Rute obedece a Noemi 3.6-9
C. Boaz deseja redimir Rute 3.10-18
lI. Rute é Recompensada com a Redenção de Boaz 4.1-22
A. Boaz casa-se com Rute 4.1-12
B. Rute dá à luz um filho, Obede 4.13-15
C. Noemi recebe uma nova família 4.16
D. Rute é a bisavó de Davi 4.17-22
77
De Estran$leiraa Ancestral do Rei
o livro de Rute começa na terra de Moabe, uma região a leste do Mar Morto, para onde a família
de Elimeleque havia se mudado, tentando escapar da fome em sua terra natal, Judá. Os moabitas,
descendentes de Ló, sobrinho de Abraão, adoravam Quemos (Chemosh) e outros deuses pagãos.
A Bíblia registra um grande número de vezes em que Moabe lutou contra Israel (Jz 3.12-30;
ISm 14.47; 2Sm 8.11,12; 2Rs 3.4-27). A história de Rute desenrola-se perto de dois séculos
depois da primeira guerra entre Moabe e Israel, e oito anos antes da segunda.
Com a morte de Elimeleque e seus dois filhos, sua viúva, Noemi e Rute, a moabita, viúva de um dos
filhos, mudaram para Judá, a terra dos ancestrais de Noerni, Belém, esperando Noerni reaver a propriedade
da família. Veja mapa, "A História de Rute".
Rute Uma Prefi$luração da Redenção
Elimeleque e Noerni eram da tribo de Judá, da cidade de Belém, onde tinham direitos à propriedade de seus
antepassados. Mas, quando o marido de Noerni e seus filhos morreram, ela não tinha possibilidade de reaver
a propriedade a não ser através de dois costumes legais: o" levirato" e a "redenção da terra". O costume da
"redenção da terra" obrigava o parente mais próximo a comprar novamente a terra que havia sido vendida
por motivo de cobrança de dívida ou pobreza, e assim devolver a propriedade à família (Lv 25.25-28). O
"levirato" exigia que, quando um homem falecesse, seu parente mais próximo se cassasse com a viúva
(Dt 25.5-10). Qualquer filho resultante desta união recebia o nome e a herança do antigo marido. Uma vez
que Noerni já havia passado da idade de conceber filhos, sua nora Rute tomou-se sua substituta para casar-se
e dar à luz um filho que perpetuasse o nome da família. Boaz aceitou a obrigação de ambos os costumes:
Como redentor (goe!) ele resgatou legalmente a terra de qualquer reivindicação futura, e como parente
masculino responsável, casou-se com Rute e com ela teve um filho para continuar o nome da família.
O conceito de parente-redentor ou goel se constitui retrato importante da obra de Cristo. O goel deve:
1 - ser parente de sangue daqueles que redime (Dt 25.5,7-10; Jo 1.14; Rm 1.3; Fp 2.5-8; Hb 2.14,15);
2 - deve ter a possibilidade de pagar o preço da redenção (Rt 2.1; 1Pd 1.18,19); 3 - deve estar disposto
a redimir (Rt 3.11; Mt 20.28; Jo 10.15,18; Hb 10.7).
A· História de Rute
Betel.
"Aonde quer que fores,
irei eu e, onde quer que pousares,
ali pousarei eu." (Rt 1.16).
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Gilgal.
Mar
Mediterrâneo
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Monte Nebo
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Belém.
Rota provável de
Noemi e Rute.
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Medeba
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As três mulheres sobrevivem 'Il7
a seus maridos (1.3,5).
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• Laquis
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• Quir-Haresete
© 2002. Editora Cultura Cristã
78
Um Descendente Importante
o livro de Rute conclui com uma genealogia composta de dez nomes e4.18-22), mostrando os
antepassados reais de Davi. Assim, o livro termina com uma alusão à redenção e enfatiza esta relação
vital em que judeus e gentios se unem para participar da genealogia do rei Davi, por meio da qual
nos veio Jesus, o Cristo (lCr 2.5-15; Mt 1.1; Lc 3.31-33). Na realidade, a ambientação do livro de
Rute em Belém de Judá, traz-nos à memória o nascimento do descendente de Rute, Jesus Cristo, na
mesma cidade de Belém (Lc 2.7).
Boaz e Rute Veja Lc 3.32-38
~ sobre as gerações retrospectivas de Boaz até Adào.
Obede
---------- J '
esse
---------- D .
aVI
Veja MI 1.6-16
quais sào as gerações existentes entre Davi e Cristo.
---------- C .
nsto
Parente - Redentor
Qualificações no A.T. Cumprimento em Cristo
1. Relacionamento de 'sanque GI4.4,5; Hb 2.16,17
2. Recursos necessários 1Co 6.20; 1Pe 1.18,19
3. Disposição para comprar Jo 10.15-18; 1Jo3.16
Árvore Genealó~ica de Rute
Mulher
Relacionamento Conjugal
Descendente
Rute
(Rt 4.13;
Mt 1.5)
79
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1 SAMUEL
o primeiro livro de Samuel abrange a transição de liderança que houve em Israel, do governo dos juízes
para o governo dos reis. Há três personalidades proeminentes no livro: Samuel, o profeta e último juiz;
Saul, o primeiro rei de Israel; e Davi, ungido rei, mas ainda não reconhecido como sucessor de Saul.
Os dois livros de Samuel formavam, originalmenteum único volume no texto hebraico, mas foram
divididos ao serem traduzidos para o grego. Assim, a Septuaginta (o Antigo Testamento em grego)
e as traduções em português, dividem Samuel em dois livros, embora isto introduza uma divisão
artificial naquilo que é, na realidade, um relato contínuo.
Autor
~
Primeiro Samuel é anônimo. A tradição judaica aceita que Samuel tenha escrito os livros que trazem
~
~ o seu nome, e que os profetas Gade e Natã tenham contribuído com a informação complementar a
~ respeito dos anos que se seguiram à morte de Samuel (25.1). Entretanto, o livro não apresenta qualquer
~ referência ao autor. O texto bíblico indica que Samuel deixou alguns registros escritos (10.25) e que
profetas (Samuel, Gade e Natã) anotaram muitos dos atos do rei Davi (1Cr 29.29\. Porque os profetas
do Antigo Testamento serviam, em geral, como historiadores, não é improvável que os livros de
Samuel tenham sido compilados por um profeta anônimo, a partir dos escritos de Samuel, Gade,
Natã, assim como de outras fontes anônimas.
80
Data
Em razão das referências (por ex., 27.6) que pressupõem a divisão de Israel em reino do norte e do sul
e porque não há nenhuma referência à queda de Samaria, a composição final dos livros de Samuel
provavelmente se deu entre a divisão dos reinos em 931 a.c., e a queda de Samaria em 722 a.c. É
provável que Samuel tenha sido composto logo após a divisão do reino, talvez ao redor do ano 900 a.c.
Primeiro Samuel abrange um período de noventa e quatro anos, do nascimento de Samuel até a
morte de Saul (c. 1105-10 11 a.C.). A maior parte do livro trata dos conflitos com os filisteus, contra
quem Saul e Davi lutaram repetidas vezes.
Temas e Estrutura Literária
Primeiro Samuel registra a vital transição da teocracia sob o governo dos Juízes para a monarquia
sob o governo dos reis. O livro é construí do ao redor de três figuras centrais: Samuel (caps. 1 - 7),
Saul (caps. 8 - 31) e Davi (caps. 16 - 31).
Historia o crescente desejo por parte do povo de Israel de ter um rei, e o papel que várias pessoas
desempenharam no início e na continuação do reinado israelita. O reinado é apresentado, em última
análise, como uma questão teológica e não política. O Deus de Israel continua a ser o verdadeiro Rei de
Israel. O rei terreno representaria a nação diante de Deus e seria, em última análise, responsável diante de
Deus. De fato, o livro deixa claro que o sucesso ou fracasso daquele que era ungido rei, seria determinado
por sua obediência ou desobediência à Lei e por seu compromisso com a vontade de Deus.
Ao introduzir o reinado, 1 Samuel introduz, também, o maior rei de Israel, Davi, escolhido por Deus
para substituir Saul. Embora de forma nenhuma perfeito, Davi prova ser o homem segundo o "próprio
coração" de Deus (13.14), e 2 Samuel 7.4-17 registra a instituição do Pacto Davídico, no qual Deus
promete-lhe que o trono do seu reino seria estabelecido para sempre, uma promessa cumprida no
reinado eterno de Jesus, o descendente de Davi.
Davi é um dos tipos principais da pessoa de Cristo no Antigo Testamento. Nascido em Belém, trabalhou
como pastor e governou Israel como rei. Tomou-se o precursor do Rei messiânico; o Novo Testamento
declara especificamente que Cristo é descendente de Davi segundo a carne (Rm 1.3) e "a Raiz e a
Geração de Davi" (Ap 22.16).
Samuel enfatiza também as conseqüências do pecado. Primeiro Samuel 15 registra a trágica transição
do reinado de Saul para Davi. Nas três mudanças de liderança registradas em 1 Samuel, Deus retira
sua bênção de um e a dá a outro por causa do pecado. "Visto que rejeitaste a palavra do Senhor, ele
também te rejeitou a ti, para que não sejas rei" (15.23).
1 Samuel em Relance
ÊNFASE SAMUEL SAUL
TEXTO 1.1 4.1 8.1 13.1 15.10 31.13
PRIMEIRA
GOVERNO
SEGUNDA
REINADO
TERCEIRA
DIVISÃO TRANSiÇÃO DE DE SAMUEL
TRANSiÇÃO DE
DE SAUL
TRANSiÇÃO DE
LIDERANÇA: LIDERANÇA LIDERANÇA: SAUL-
ELI-SAMUEL SAMUEL-SAUL DAVI
DECLiNIO DOS JUiZES ASCENSÃO DOS REIS
TÓPICOS
ELI SAMUEL SAUL DAVI
LOCAL CANAÃ
OCASIÃO c.94ANOS
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc.
Quando Ocorreram os Eventos .de 1 Samuel
81
ESBOÇO DE 1 SAMUEL
Primeira Parte: Samuel, o Último Juiz (1.1-7.17)
I. Primeira Transição da Liderança Nacional: Eli-Samuel.. 1.1 - 3.21
A. O Nascimento do Novo Líder 1.1-2.11
B. A Necessidade de um Novo Líder 2.12 - 3.36
C. A Transição de Eli para Samuel 3.1-18
D. Samuel Reconhecido como Novo Líder de Israel 3.l9-21
11. O Governo de Samuel 4.1 -7.17
A. A Liderança de Samuel é Necessária .4.1- 6.21
B. Vitórias Sob a Liderança de Samuel 7.1-17
Segunda Parte: Saul, o Primeiro Rei (8.1 - 31.13)
I Segunda Transição da Liderança Nacional: Samuel-Saul 18.1- 12.25
A. As Causas da Transição 8.1-9
B. A Transição de Samuel para Saul 8.10-12.25
11. O Reinado de Saul 13.1- 15.9
A. O Sucesso Inicial de Sau1 13.1-4
B. Os Fracassos do Rei Saul 13.5-15.9
111.Terceira Transição da Liderança Nacional: Saul-Davi 15.10 - 31.13
A. A Transição do Reinado de Saul para Davi 15.10-18.9
B. Saul Tenta Matar Davi 18.10-20.42
C. O Progresso de Davi no Exílio 21.1 - 28.2
D. O Declínio Final de Saul 28.3-31.13
Samuel
A história de Samuel inicia-se no final da época turbulenta dos Juízes, quando Eli era o sacerdote e
juiz de Israel. Por causa de sua disposição em responder a Deus, Samuel foi confirmado profeta na
época em que "a palavra do Senhor era mui rara" (3.1).
A corrupção em Siló, onde estava localizado o tabemáculo, protagonizada pela iniqüidade dos filhos
de Eli, resultou na derrota de Israel na batalha crucial contra os filisteus (4.1-11). A arca sagrada do
pacto foi levada pelo inimigo; o sacerdócio foi interrompido pela morte de Eli e seus filhos; e a glória
do Senhor retirou-se do tabemáculo (4.21). Samuel começou sua função como o último dos juízes e
o primeiro na ordem dos profetas (At 3.24). Seu ministério profético (7.3-17) resultou em reavivamento
de Israel, no retomo da arca e na derrota dos filisteus.
Quando Samuel envelheceu e seus filhos provaram ser juízes injustos, o povo exigiu um rei, "como
todas as nações" (8.5). Samuel avisou o povo sobre os perigos da monarquia, mas seguiu a ordem de
Deus e ungiu Saul como rei (10.1). Quando Deus rejeitou Saul por causa de sua desobediência,
comissionou Samuel para ungir Davi como próximo rei de Israel (16.1-13). Depois disto Samuel,já
82
~----
t
r
idoso, voltou para seu lar em Ramá, onde morreu durante a última parte do reinado de Saul (25.1).
Samuel é uma tipificação de Cristo por ter sido profeta, sacerdote e juiz. Grandemente reverenciado
pelo povo, foi o instrumento usado por Deus para introduzir um novo período na história de Israel.
Veja os mapas "Vida e Ministério de Samuel" abaixo e "Captura da Arca", página 84.
Vida e Ministério de Samuel
MOABE
•Damasco
Mar
Mediterrâneo
•
( Monte Libano
fã
• Monte Carmelo
'\1- Ana orou em Siló pedindo um filhoque dedicou ao Senhor (1Sm 1.10-17).
3- Enquanto Samuel servia sob
a orientação de EIi em Siló,
Deus o chamou para uma
tarefa especial (1Sm. 3.2-21) .• Megido
5- Samuel ungiu secretamente Saul
como primeiro rei de Israel,
na cidade de Zufe (1Sm 9.5, 6, 27; 10.1).
AMOM
Rio Jaboque
·Siló
2- Samuel, filho de Elcana e Ana,
nasceu em Rama (1Sm 1.20).
Betel.
• Mispa
• Ramá
4- Todos os anos
Samuel visitava Betel,
Gilgal e Mizpa,
como Juiz de Israel
(1Sm 7.16).
Jerusalém e
• Belém
Mar
Morto
6- Samuel ungiu secretamente a Davi
como segundo rei de Israel,
em Belém (1Sm 16.1,13). N
t
• Berseba
Deserto do Neguebe
EDOM © 2002, Editora Cultura Cristã
83
Os Filisteus Tomam a Arca
A Arca da Aliança, um cofre portátil e sagrado, era o objeto mais santo do tabemáculo e do templo.
Simbolizava a presença de Deus e sua aliança ou pacto com Israel. Crendo que a arca os protegeria
na guerra, o exército de Israel levou-a para o campo de batalha em seu conflito contra os filisteus. Os
inimigos a capturaram, mas ficaram ansiosos para devolvê-Ia quando uma série de pragas os atingiu.
eQuiriate-Jearime -Jerusalém
Bete-5emes
Captura da Arca
Mar
Mediterrâneo
2- Os filisteus a capturaram
numa batalha próxima a Afeque
(18m 4.1,10,11).
3- A Arca foi colocada no templo de Dagon,
em Asdode, até que o ídolo caiu
com o rosto em terra (18m 5.2-7).
e Afeque
4- Os homens de Gate
foram atingidos por uma estranha doença
quando a arca foi levada para sua cidade
(18m 5.8,9).
5- Por um breve período
a arca foi colocada em Ecrom,
até ser removida para
evitar outras pragas (18m 5:10,11).
84
Mar de
Quinerete
e Siló
1- A Arca da Aliança
ficava alojada em 8iló,
até ser levada para o
campo de batalha (18m 4.4).
7- Levada para Quiriate-Jearim,
a arca permaneceu ali
por muitos anos
(18m 7.1,2), até ser,
finalmente,
transportada para Jerusalém
no tempo de Davi (28m 6).
6- Após ter sido
devolvida pelos Filisteus,
a arca permaneceu
temporariamente
num campo perto de
Bete-8emes
(18m 6.13-18).
© 2002, Editora Cultura Cristã
Os Filisteus
Durante a maior parte deste período, os belicosos filisteus, que habitavam ao longo da costa do
Mediterrâneo, dominaram a cena. Estes povos, de cujo nome se deriva o termo "Palestina", eram
invasores originários da Grécia e da ilha de Creta, a oeste. Os filisteus de Canaã tendiam a adotar a
cultura e a religião dos cananitas, os quais governavam. Assim, as divindades dos filisteus citadas no
Antigo Testamento (por ex. ISm 5.2-5), são, na realidade, deuses cananitas.
Os filisteus viviam nas áreas costeiras e planas. A parte montanhosa do país, onde muitos dos israelitas
viviam, os protegeu de serem totalmente conquistados pelos guerreiros filisteus. O fato de os filisteus
terem sido pioneiros no uso de ferro no Oriente Médio, é citado como explicação para o domínio que
exerciam na área (13.19-22), e a ameaça que representavam era uma das principais razões pelas
quais Israel desejava um rei para liderá-los. Por causa da desobediência de Saul, seu sucesso militar
contra os filisteus foi limitado, e ele morreu em batalha no monte Gilboa. Mais tarde, quando finalmente
Davi conseguiu subjugá-leis, o caminho estava aberto para que ele começasse a estabelecer seu
império.
Veja mapa "A Ameaça dos Filisteus", à página 87.
Saul
A história de Saul, uma das mais tristes do Antigo Testamento, inicia-se de maneira promissora, mas
termina em fracasso vergonhoso. Ungido pelo profeta Samuel como a resposta de Deus para o pedido
feito por Israel de ter um rei (10.1), Saul teve um sucesso inicial em seus esforços militares (11.1-11),
mas a vitória sobre os filisteus foi obscurecida por sua presunção de ofertar um sacrificio a Deus na
ausência de Samuel (13.8-14). Por causa desta transgressão, Samuel advertiu Saul de que seu reinado
não prosseguiria. O fracasso de Saul deixando de destruir todos os amalequitas e seus rebanhos,
numa desobediência direta à ordem de Deus, teve como resultado o envio de Samuel para ungir o
jovem pastor Davi como sucessor de Saul (16.1-13).
Rejeitado por Deus, atormentado por espíritos maus, e ameaçado pelo sucesso de Davi, Saul
vagarosamente mergulhou na loucura e tentou repetidas vezes matar Davi. A situação militar de Saul
piorou e, em desespero, ele procurou inclusive consultar o espírito de Samuel por meio de uma
sacerdotisa médium (28.7-25). o dia seguinte, Saul enfrentou uma batalha contra os filisteus e,
tendo sido severamente ferido, pôs fim à sua própria vida (31.1-6).
Examine a tabela abaixo: "Declinio e Queda do Rei Saul"; o mapa: "Campanhas Militares de Saul"
na página 88; e o mapa: "Antes que Davi se tomasse Rei", à página 89.
Declínio e Queda do Rei Saul
CAUSAS RESULTADOS
Um sacrifício presunçoso Perda do reino é anunciada (13.14)
Uma maldição tola Maldição cai sobre Jônatas (14.14, 44)
Agague e os rebanhos são poupados Perda do reino (15.28)
Perda da comunhão com Deus Orações não respondidas (28.6)
Visita à médium Destruição predita (28.19)
Suicídio Fim da dinastia (31.4,5)
85
Árvore Genealó~ica de Saul
Abiel
(18m 14.51)
Abner
(18m 14.50)
Armoni
(28m 21.8)
Ner
(18m 14.51)
Ainoá (esposa)
Filha de Aimaás
(18m 14.50)
l
Quis
(1Cr 8.33)
I
8aul
(1Cr 8.33)
Jônatas
(1Cr 9.39)
Meribe-Baal ou
Mefibosete
(28m 21.7;
1Cr 8.34)
Mica
(1Cr 9.40)
86
Rispa (concubina)
Filha de Aiá 1-,----
i28m 21.8)
I
Isvi ou
Abinadabe
(18m 14.49);
(1Cr 9.39)
Mefibosete
(28m 21.8)
I
Malquisua
(1Cr 9.39)
Mical
(28m 21.8)
Merab
(18m 14.49)
Mulher
Relacionamento Conjugal
Descendente
l
Es-Baal
Isbosete
(1Cr 9.39)
A Ameaça dos Fjlisteus
Mar
Mediterrâneo
1- Saul, rei de Israel, foi ferido mortalmente
pelo exército dos filisteus no Monte Gilboa (1Sm 31).
• Ebenézer
2- A arca da Aliança de Israel,
apreendida pelos filisteus durante o período de Samuel,
foi alojada em Asdode e em Ecrom (1Sm 5 -7).
Gezer •
• Ecrom
•Asquelon
•
4- 8ansão destruiu em Gaza
o templo de Dagon,
deus dos filisteus Jz 16.21-31)
•Gaza
5 - Uma confederação de cinco poderosas cidades
dos filisteus no tempo dos juízes:
Asdode, Asquelon, Gate, Gaza e Ecrom.
© 2002. Editora Cultura Cristã
• Monte Gilboa
7- Davi derrotou os filisteus
desde Geba até Gezer,
liquidando o seu poderio (2Sm 5.25).
• Geba
• Jerusalém
6- Davi matou Golias,
o gigante filisteu,
entre Gaza e Ecrom (18m 17).
Mar
Morto
N
+
87
As Campanhas Militares de Saul
Como o primeiro rei do reino unido de Israel, a maior tarefa de Saul era subjugar os inimigos da
nação. Primeiramente ele venceu várias batalhas decisivas. Mas suas campanhas fracassaram quando
ele voltou sua atenção para Davi tentando eliminar o que ele percebia como uma ameaça ao seu
poder. Saul e seus filhos foram finalmente mortos pelos filisteus.
Mar
Mediterrâneo
4- 8aul cometeu suicídio
no monte Gilboa após ter
recebido ferimentos mortais
em derrota humilhante
diante dos filisteus (18m 31).
1- Em sua primeira campanha,
8aul derrotou uma guarnição
dos filisteus em Gibeá (18m 13.14).
Jerusalém e
3- 8aul derrotou os amalequitas
provavelmente ao sul da Palestina,
mas desobedeceu a Deus
ao poupar a vida do rei Agague,
e ao deixar de destruir parte
do espólio de guerra (18m 15.1-9).
Mar
Morto
© 2002. Editora Cultura Cristã EDOM
88
Mar de
Quínerete
AMOM
Rio Jaboque
2- Saul empreendeu também
campanhas bem sucedidas contra
os moabitas, amonitas e edomitas
(18m 14.47).
MOABE
N
t
Antes que Davi, se tornasse rei
Davi derrotou o gigante Golias perto de Socó (cap. 17). Uma vez que a ira de Saul contra o soldado
pastor foi acesa, Davi fugiu da presença de Saul e viajou para Adulão. Levando sua família à segurança
de Moabe, ele montou acampamento na fortaleza (22.4) agora conhecida como Massada. De lá sua
atividade o levou ao norte para Afeque e ao sul para Amaleque.
Mar
Mediterrâneo
• Ziclague
AMALEQUE
• Afeque
Jerusalém (Jebus) •
N
t
• Ramá
• Gibeá
• Nobe
• Azecá
•Sucote • Adulão
• Belém
• Queila
Hebrom e
En-Gedi •
• Carmelo
Maon • MOABE
Massada.
(Fortaleza)
Deserto de Maon
NEGUEBE
© 2002, Editora Cultura Cristã
89
2 SAMUEL
o segundo livro de Samuel registra os principais feitos do reinado de Davi, primeiro sobre o território
de Judá, e finalmente sobre toda a nação de Israel. Traça a ascensão de Davi ao trono, seu pecado
de adultério e assassinato, e as devastadoras conseqüências de tais pecados sobre sua família e
sobre a nação.
Os dois livros de Samuel formavam, originalmente, um único relato contínuo no texto em
hebraico, mas as traduções em português (seguindo as traduções gregas e latinas) dividem Samuel
em dois livros.
Autor
f( Como verificamos em 1 Samuel, o livro de 2 Samuel é anônimo, mas foi provavelmente composto
~
~ por um pr~feta cujo norr:e nào é mencionado e ,que compilou crônica: ~scritas ~or outros pr?fetas
~ como Nata e Gade, o VIdente (lCr 29.29). Alem destas fontes proféticas escritas, o compilador
.,./ evidentemente usou outra fonte conhecida como o "Livro do Justo" (1.18).
90
Data
A data de composição de 1 e 2 Samuel pode ser estimada como tendo ocorrido algum tempo após a
morte de Salomão e a divisào do reino (931 a.C}, mas antes da destruiçãode Samaria e do cativeiro
do reino do norte na Assíria (722 a.c.). É provável que Samuel tenha sido composto logo após a
divisão do reino, talvez ao redor do ano de 900 a.C.
2 Samuel registra os principais eventos ocorridos durante os quarenta anos de reinado de Davi. Seu
reinado em Hebrom começou em 1011 e terminou em 1004 a.c. Seus trinta e três anos de reinado
sobre Judá e Israel unidos cobriram o período de 1004 a 971 a.c.
Temas e Estrutura Literária
2 Samuel pode ser dividido em três partes: os triunfos de Davi (caps.l - 10), as transgressões de
Davi (cap. 11), e as lutas de Davi (caps. 12 - 24).
A personalidade central de 2 Samuel é Davi, ao redor de quem o livro todo é escrito. A verdade
central ilustrada é a mesma que encontramos em Deuteronômio: obediência a Deus traz bênçãos,
e desobediência traz sofrimento e julgamento. Os primeiros dez capítulos mencionam as
recompensas da obediência à medida que o governo de Davi se estende primeiro sobre Judá e,
posteriormente, sobre todo Israel. Os crimes de adultério e assassinato citados no capítulo 11
marcam o ponto crítico do livro. Após estes acontecimentos a vida de Davi é uma crônica de
sofrimento e miséria - a morte de um filho recém-nascido, incesto e assassinato entre os filhos de
Davi, e rebelião contra seu reinado.
2 Samuel em Relance
ÊNFASE TRIUNFOS DE DAVI TRANSGRESSÕES SOFRIMENTOS DE DAVI
DE DAVI
TEXTO 1.1 6.1 8.1 11.1 12.1 13.37 24.25
DIVISÃO TRIUNFOS TRIUNFOS TRUNFOS ADULTÉRIO E SOFRIMENTOS NA LUTAS NO
POLíTICOS ESPIRITUAIS MILITARES ASSASSINATO CASA DE DAVI REINO
SUCESSO PECADO FRACASSO
TÓPICO
OBEDIÊNCIA DESOBEDIÊNCIA JULGAMENTO
LOCAL
DAVI EM DAVI EM JERUSALÉM
HEBROM
OCASIÃO 7ANOSEMEIO 33 ANOS
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.
Quando Ocorreram os Eventos de 2 Samuel
Desenvolvimento da Ação em 2 Samuel
Transgressões de Davi
11.1-27
Triunfos Militares
8.1 -10.19
Sofrimentos na
Família de Davi
12.11 - 13.36
Triunfos Espirituais
6.1 -7.29 Lutas no
Reino de Davi
13.37 - 24.25Triunfos Políticos
1.1 - 5.25
7 Anos em Hebrom 33 Anos em Jerusalém
Embora 2 Samuel mostre que a obediência ou desobediência de uma pessoa a Deus acarretam
conseqüências diretas sobre sua vida, o livro demonstra também que a despeito de tais conseqüências,
Deus continuará a govemar e dirigir, de modo que seu propósito a longo prazo de abençoar e dirigir o
mundo possa ser atingido. Assim, por exemplo, embora o pecado de Davi com Bate-Seba tenha resultado
em perdas trágicas para todas as pessoas envolvidas, foi Bate-Seba quem deu Salomào à luz.
O propósito redentor de Deus fica evidente no pacto feito com Davi em 7.4-17, no qual Deus promete
a Davi um reino, um trono e uma descendência etemos. Embora tenha havido nove dinastias diferentes
no reino de Israel ao norte, houve apenas uma dinastia em Judá - a linhagem de Davi. A promessa de
uma dinastià permanente é cumprida em Cristo, o "Filho de Davi" (Mt 21.9; 22.45) que se sentará no
trono de Davi (ls 9.7; Lc 1.32).
Examine o mapa "Vida de Davi" à página 93.
91
ESBOÇO DE 2 SAMUEL
Primeira Parte: Triunfos de Davi (1.1-10.19)
I. Triunfos Políticos de Davi 1.1 - 5.25
A. Reinado de Davi sobre Judá em Hebrom 1.1-4.l2
B. Reinado de Davi em Jerusalém 5.1-25
11.Triunfos Espirituais de Davi 6.1- 7. 29
A. A Arca é Transportada 6.1-23
B. Instituição do Pacto Davídico 7.1-29
111.Triunfos Militares de Davi 8.1-10.19
A. Triunfos de Davi sobre seus Inimigos 8.1-12
B. O Reinado Justo de Davi 8.13- 9.13
C. Triunfos de Davi sobre Amon e sobre a Síria 10.1-19
Segunda Parte: Transgressões de Davi (11.1-27)
I. O Pecado de Adultério 11.1-5
11.O Pecado de Assassinato 11.6-27
A. Urias não Dorme com Bate-Seba 11.6-13
B. Davi Ordena a Morte de Urias 11.14-25
C. Davi Casa-se com Bate-Seba 11.26,27
Terceira Parte: Os Sofrimentos de Davi (12.1 - 24.25)
I. Sofrimentos na Família de Davi 12.1-13.36
A. A Profecia de Natã 12.1-14
B. Morre o Filho de Davi 12.15-25
C. A Lealdade de Joabe para com Davi 12.26-31
D. Incesto na Família de Davi l3 .1-20
E. Amom é Assassinado l3.21-36
11.Lutas no Reino de Davi 13.37 - 24.25
A. A Rebelião de Absalão 13.37-17.29
B. O Assassinato de Absalão :...................................................................... 18.1-33
C. Davi é Restaurado como Rei 19.1-20.26
D. Comentário sobre o Reinado de Davi 21.1-24.25
92
,
Dã
N
Mar tMediterrâneo
Mar de
Quínerete
Vida de Davi
Damasco
Megido
7- Como rei de todo Israel,
Davi reinou em Jerusalém
(2Sm 5.1-5).
Mar
Morto
w
CO
«
O
~
2- Davi era harpista
na corte do rei Saul em Gibeá,
capital do país (1Sm 16.23).
3- Davi serviu no exército de Saul
e matou Golias no vale de Elate
(1Sm 17.19,40-50)
4- Saul irou-se contra Davi,
embora ele fosse amigo de Jônatas, I~__ -------
filho de Saul. Davi escondeu-se 11
em Nobe, Gate, Queila,
e em outros lugares
(1Sm 18- 23).
1- Davi, filho mais novo de Jessé,
nasceu em 8elém e ali pastoreava
os rebanhos de seu pai
(1Sm 17. 12,15).
• Berseba
5- Davi tornou-se rei de Judá,
sendo Hebrom a sua capital
(2Sm 2.1-4).
Neguebe
© 2002, Editora Cultura Cristã
6- Entre as conquistas
de Davi estão Edom,
Moabe, Amonitas,
Amalequita,s e Filisteus
(2Sm 8.11,12).
EDOM
93
A Expansão do Reino de Davi
o segundo livro de Samuel apresenta a expansão do reino de Davi desde o território de Judá, estendo-
se a todo Israel e, finalmente, às áreas de Edom, Moabe, Amom, assim como Zobá e Síria.
O período do reinado de Davi sobre Judá foi uma época de conflito com Isbosete, filho de Saul, e
com Abner, seu general (caps 3 - 4) . Entretanto, depois da morte de ambos, Isbosete e Abner, Israel
reconheceu a Davi como rei (5.1-5), Davi procurou, então, estabelecer uma capital localizada mais
no centro do país. Para tanto, capturou uma fortaleza no monte Sião que pertencia aos jebuzeus, e
denominou-a Cidade de Davi (5.6-10), iniciando assim a longa associação do povo judeu e do culto
a Deus com a cidade de Jerusalém.
Após a captura de Jerusalém, Davi conquistou vitórias cruciais sobre os filisteus (8.1; 21.15-22),
sobre Moabe (8.2), Zobá e Síria (8.3-8), Amom (10.6-14) e Síria (10.15-19).
Examine os seguintes mapas: "A Cidade de Davi", abaixo e "O Reino de Davi", à página 95.
A Cidade de Davi
Expansão
no tempo de
Salomão
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© 2002. Editora Cultura Cristã
• Elate
95
I
A Família de Davi
Embora a continuação da linhagem de Davi fosse parte da promessa contida no pacto davídico (7A-I 7), sua
grande família foi uma fonte constante de sofrimento e preocupação ao longo da última parte de 2 Samuel.
Os sofrimentos da família de Davi incluíram a morte do recém-nascido filho de Bate-Seba, como julgamento
pelo adultério de Davi (12.15-23), o incesto de Arnnom com Tamar, e o subseqüente assassinato de Arnnom
por Absalão (13.1-36). Talvez o episódio mais violento tenha sido a rebeliào de Absalào, filho de Davi, que
expulsou o pai de Jerusalém, tomou suas mulheres e quase arrebata o reino de suas mãos (15.7 - 18.33).
A intriga e hostilidade entre os filhos das muitas esposas e concubinas de Davi, foi parcialmente, e talvez
mesmo em grande parte, devida à sua poligamia. Embora comum, a poligamia nunca foi bem-sucedida, pois
violava a ordenança divina (Gn 2.24) .
•...
1. ~ical (Filha de Saul)
2. Ainoã 0-------------<0 1. Amnom
3. Abiqail (viúva de Nabal) o o 2. Quileabe (Daniel)
4. Maaca (filha do rei de Gesur)oo 3. Absalão
~ Tamar (única filha mencionada)
5. ~agiteo 04. Adonias
6. Abltale 05. Sefatias
7. Egláo 06. Itreão
.• I
Obede - Jessé - DAV
Boaz
Em Hebrom»
-<O I
8. Bate-Seba (esposa de Urias)
Rute
[
7.Siméia
8.Sobab
9. Natã
10. Salomão
11.lbar
12. Elisama
13.Elifelete
14.Nogá
15.Nefegue
16.Jafia
17.Elisama
18.Eliada
19.Elifelete
20.0utros
Em Jerusalém-
9. Outras esposas e concubinas ----..
Nota:
Cf. 2Sm 3.2-5;
1Cr 3.1-9; 14.3-7
Os triunfos de Davi
Rei de Judá (2.4)
Rei de Israel (5.3)
Conquista de Jerusalém (5.7)
O retorno da arca (6.12)
Promessa Davídica (7.16)
Derrota os filisteus (8.11)
Derrota Moabe ( 8.2)
Derrota Amon (10.16)
Derrota a Siria ( 10.19)
Davi era um homem segundo o coração de Deus
(1Sm 13.14), isto é, seu desejo era totalmente
comprometido com o desejo do seu Senhor.
Como um servo de Deus dedicado, ele foi usado
por Deus para executar grandes feitos em favor
de seu povo escolhido de Israel.
Os problemas de Davi
Bate-Seba tem um filho (11.5)
Acusado, se arrepende, mas a criança morre (12.10,13,19)
Amnom assassinado (13.28,29)
Absalão assassinado (18.14,15)
Praga (24.15)
Causas Efeitos
Adultério (11.4)
Assassinato de Urias (11.17)
O incesto de Amnom (13.14)
Absalão usurpa o trono (16.15,16)
O censo (24.2)
o princípio de que uma vida desobediente é uma vida problemática é consistentemente
ilustrado na vida doméstica de Davi.
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96
1 REIS
A primeira parte de 1Reis traça a vida do filho e sucessor de Davi, Salomão. Sob sua liderança Israel
expandiu-se ao máximo de seu tamanho e glória. As grandes realizações de Salomão, incluindo o
incomparável esplendor do templo que construiu em Jerusalém, conferiram a ele fama e respeito
internacionais. Entretanto, o zelo de Salomão pelo Senhor diminuiu no final de sua vida, à medida
que esposas pagãs desviavam seu coração do culto sincero e íntegro a Deus. Como resultado, o rei
com um coração dividido deixou atrás de si um reino dividido, e 1 Reis traça, então, a história dupla
de dois grupos de reis e duas nações de povos desobedientes.
Como os livros de Samuel, 1 e 2 Reis eram, originalmente, um único volume. A divisão em dois
livros foi feita pela primeira vez na tradução grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) e depois na
Vulgata Latina, e as traduções em português seguiram esta norma.
Autor
o autor de 1 e 2 Reis é desconhecido, embora a tradição judaica atribua o trabalho ao profeta Jeremias.
~
Tudo que pode ser dito com certeza é que os livros de Reis foram compilados de várias fontes e
~
~ ,.. escritos do ponto de vista profético.
~ O autor menciona três fontes primárias. O "Livro da História de Salomão" (11.41) que conteria
~ anais, informações biográficas e excertos de arquivos do templo. O "Livro da História dos Reis de
Israel" (14.19-; 15.7) com o registro das atividades políticas de cada rei e que teria sido preservado
nos arquivos oficiais do reino. A terceira fonte, o "Livro da História dos Reis de Judá" (14.29; 15.7),
continha também um registro oficial do reino preservado nos arquivos reais .
. Data
A gramática e estilo do hebraico e o conteúdo dos livros de Reis indicam que este trabalho foi completado
durante o cativeiro babilônico. Reis foi completado depois de 561 a.c. uma vez que esta é a data do
último evento registrado (2 Reis 25.27-30). Desde que não existe nenhuma menção de Ciro e seu édito
de libertação datado de 539 a.c., Reis foi, provavelmente, completado antes desta última data.
1 Reis cobre um período de 120 anos, desde o começo do reinado de Salomão em 971 a.c. até o final
do reinado de Acazias em 851 a.c. A data chave é 931 a.C., o ano em que o reino foi dividido em
reino de Israel, ao norte e reino de Judá, ao sul.
Temas e Estrutura Literária
1 Reis divide-se claramente em duas seções principais: o reino unido sob o governo de Salomão
(caps. 1-11), e o reino dividido (caps. 12 - 22).
O livro apresenta uma avaliação, a partir de um ponto de vista profético, a respeito das causas espirituais
e morais que levaram à derrocada política e econômica dos dois reinos. O material é muito seletivo
para ser considerado uma biografia dos reis. Por exemplo, Onri, do ponto de vista político, foi um
dos mais importantes governantes do reino do norte, mas, por causa de sua corrupção moral, suas
realizações são descartadas em meros oito versículos (16.21-28). As vidas destes reis são usadas para
ensinar que a fidelidade ao pacto e a observância das leis de Deus produzem bênçãos, mas a apostasia
é recompensada com o julgamento divino.
97
A primeira parte de 1 Reis trata do esplendor da era salomônica. Salomão representa um tipo de
Cristo de várias maneiras. Sua fabulosa sabedoria aponta para "Cristo Jesus, o qual se tomou, da
parte de Deus, sabedoria ..." (1Co 1.30). A fama, glória riqueza e honra de Salomão prefiguram
Cristo e seu reino. O governo de Salomão trouxe sabedoria, paz e adoração. Entretanto, a despeito do
esplendor de Salomão, o Filho do Homem fala a respeito de sua própria vinda dizendo: "Eis aqui
quem é maior do que Salomão" (Mt 12.42).
Os livros de Reis colocam urna grande ênfase sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu, que
serviram como elos entre o período anterior e a era dos profetas escritores.
Verifique os mapas: "O Reino de Salomão", pág. 100 e "Os doze Distritos de Salomão", à pág. 101.
1 Reis em Relance
ÊNFASE REINO UNIDO REINO DIVIDIDO
TEXTO 1.1 3.1 9.1 12.1 15.1 16.29 22.53
DIVISÃO
SALOMÃO É ASCENSÃO DE DECLÍNIODE DIVISÃO DO REINO REINADO DE REINADO
CONSTITUíDO SALOMÃO SALOMÃO VÁRIOS REIS DE ACABE
REI COMELlAS
SALOMÃO MUITOS REIS
TÓPICOS
REINO TRANQÜiLO REINOS EM TURBULÊNCIA
LOCAL
JERUSALÉM: SAMARIA: CAPITAL DE ISRAEL
CAPITAL DE REINo UNIDO JERUSALÉM: CAPITAL DE JUDÁ
OCASIÃO • c. de 40 ANOS c. de 90 ANOS
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.
Quando Ocorreram os Eventos de 1 Reis
~----------------------~----~------~--------_I....
••
98
ESBOÇO DE 1 REIS
Primeira Parte: Reino Unido (1.1- 11.43)
I. Salomão É Constituído Rei 1.1- 2.46
A. A Designação de Sa1omão como Rei 1.1-53
B. A Confirmação de Sa1omão como Rei 2.l-46
11. A Ascensão do Reinado de Salomão 3.1- 8.66
A. Sa1omão Pede Sabedoria 3.1-28
B. A Administração de Sa1omão sobre Israel.. 4.1-34
C. Construção do Templo e da Casa de Sa1omão 5.1- 8.66
111. O Declínio de Salomão como Rei 9.1-11.43
A. Reiteração do Pacto Davídico 9.1-19
B. Salomão Desobedece ao Pacto 9.10-1l.8
C. Punição a Salomão por Quebrar o Pacto 1l.9-40
D. Morte de Salomão 11.41-43
Segunda Parte: Reino Dividido (12.1 - 22.53)
I. A Divisão do Reino 12.1-1431
A. 'Causa da Divisão 12.1-24
B. Reinado de Jeroboão, de Israel 12.25-14.20
C. Reinado de Roboão, de Judá 14.21-31
11. O Reinado de Dois Reis sobre Judá 15.1-24
A. Reinado de Abias, de Judá 15.1-8
B. Reinado de Asa, de Judá 15.9-24
111. Os Reinados de Cinco Reis sobre Israel 15.25-16.28
A. Reinado de Nadabe, de Israel 15.25-31
B. Reinado de Baasa, de Israel 15.32-16.7
C. Reinado de Elá, de Israel 16.8-14
D. Reinado de Zinri, de Israel 16.l5-20
E. Reinado de Onri, de Israel 16.21-28
IV. Reinado de Acabe sobre Israel 16.29 - 22.40
A. Pecado de Acabe 16.29-34
B. Ministério de Elias 17.1- 19.21
C. Guerras com a Síria 20.1-43
D. Assassinato de Nabote 21.1-16
E. Morte de Acabe 21.17 - 22.40
V. Reinado de Josafá sobre Judá 22.41-50
1
(
VI. Reinado de Acazias sobre Israel 22.51-53
99
o Reino de Saiomão
Mar
Mediterrâneo
6- Hirão, rei de Tiro,
forneceu o material e os artesãos
para construir o templo e o
palácio real em Jerusalém (1Rs 5).
~
2- Importantes postos de defesa
• Hazor -
------_::=ol incluíam as cidades de Tadmor,
Hazor, Megido, Bete-Horom,
Gezer, e Baalate
(1Rs 9.15-19).
Gezer
Baalate/e •
Bete-Horam
•
Gaza
• Mar
Morto
5- Possível limite
da fronteira sul,
próximo a Gaza,
ao longo da fronteira
norte do Egito
(1Rs 4.21,24).
Rio Eufrates
Tifsa •
Tadmor e
3- Milhares de trabalhadoresconstruíram o templo
e o palácio real de Salomão
em Jerusalém ( 1Rs 5 - 7).
© 2002, Editora Cultura Cristã
100
4- Esquadra de navios no Mar Vermelho
para estabelecer comércio
com as nações ao sul (1Rs 9.26-28).
-~ -
N
t
Os 12 distritos de Salomão
o Rei Salomão estabeleceu um plano administrativo
muito melhor elaborado para Israel. Isto era
necessário, pois ele mantinha um vasto exército
na ativa, empreendia a execução de vários
projetos de construção de grandes edifícios e
tinha muitos servos em seu palácio. Salomão
acrescentou alguns postos oficiais àqueles
já estabelecidos pelo rei Davi. Uma destas
novas funções era "chefe dos prefeitos",
que deveria coordenar os doze distritos
criados por Salomão. Os governadores
distritais, ou prefeitos, recebiam os
impostos e o dízimo do templo,
e supriam a corte real durante
um mês por ano,
auxiliando os projetos de
construção e o exército
(1Rs 4.11-19).
Portanto, nossos modernos
princípios de administração
e delegação de autoridade
e responsabilidade foram
usados pelos antigos
gQvernantes de Judá e Israel.
• Dã
~----I 8- Aimaás: Naftali. I
1::::..Monte Líbano
Damasco
•
9- Baaná: Aser e Bealote.
10- Josafá: Issacar.
ISSACAR
• Megido
Mar
Mediterrâneo
• Remote Gileade
• Maanaim
7- Abinadabe: Maanaim.
12- Geber: Terra de Gileade.
BENJAMIM
11- Simei: Benjamim.
• Macaz
2- Ben-Dequer: Macaz, Saalabim,
Bete-Semes, Elom e Bete-Hanã.
MOABE
N
t• Berseba
Deserto do Negebe
© 2002, Editora Cultura Cristã
101
Jerusalém sob a J\dministração de Salomão
A cidade de Jerusalém sofreu uma considerável expansão durante o reinado de Salomão. De acordo
com I Reis 3.1, Salomão terminou de construir "as muralhas à roda de Jerusalém". Evidências
arqueológicas indicam que Salomão aumentou o tamanho da cidade de 11para 32 acres; sua população
também aumentou várias vezes. Parte deste aumento de população foi devido unicamente à família
de Salomão. Ele tinha setecentas esposas e trezentas concubinas (11.3). O número dos filhos de
Salomão não é mencionado, mas deve ter sido também muito grande.
Porta da Esquina
~/
"E o Senhor lhe disse:
...santifiquei a casa que edificaste.
a fim de pôr ali meu nome" (1Rs 9.3).
"Mishneh"
Porta do Vale '-..... Porta de Benjamim
"-
Porta dos Cavalos
"' Porta das Águas
Fonte de Giom
Porta da Fonte J
VALE DE CEDROM © 2002, Editora Cultura Cristã
A Fama de Salomão se Espalha
A influência de Salornão sobre as questões políticas e econômicas de seu tempo, foi intensificada
pelas rotas de comércio e transporte que cortavam seu reino.
Examine mapa à página 103.
o Plano do Templo de Salomão
O maior legado de Salomão foi a construção do templo. O rei Davi havia desejado construi-lo, mas
foi impedido de fazê-lo por Deus, porque havia derramado muito sangue (1Cr 28.3). Assim, a tarefa
recaiu sobre Salomão, que foi conhecido como um homem de paz. A construção do templo teve
início na primavera do quadragésimo ano de Salomão (966 a.Cv) e foi terminado sete anos mais tarde
(6.1-38). O templo era semelhante ao tabemáculo, embora tivesse o dobro do seu tamanho. Media
27 metros de comprimento por 9 metros de largura e continha um lugar santo e o Santo dos Santos.
Como no caso do tabemáculo, o templo voltava-se para o leste, ficando o Santo dos Santos no
extremo oeste.
Verifique o quadro "Templo de Salomão", página 103.
102
o Reino de Salomão e as Terras Próximas
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Rotas Principais
Rotas Secundárias
Mar Mediterrâneo
o 200 Mi
1-1 -,-' ••••• -,'. ''-r. -'---"
o 200 km
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Deserto da Arábia
,
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" Em direção a Sabá © 2002, Editora Cultura Cristã
Salomão construiu o templo sobre o Monte Moriá,
ao norte da antiga cidade de Davi.
O templo foi construido de acordo com os planos
que Davi recebeu do Senhor e entregou a Salomão
(1Cr 28.11-13,19).
A divisão entre Santuário e Santuário Interno
corresponde à divisão do Tabernáculo entre
Lugar Santo e Lugar Santíssimo
ou Santo dos Santos.
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Mar Vermelho, \,
em direção a Ofir '.
Templo de Salomão
Candelabros e Mesas
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Altar de
Incenso B
8
Vestíbulo
Santuário ou
Lugar Santo
Santuário Interno
ou Santo dos Santos
8
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Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, lnc.
103
o Reino Dividido
/
A caminho de DamasIsrael e Judá
Reino Dividido
"Que parte temos nós com Davi?
Não há para nós herança
com o filho de Jessé!
Cada homem à sua tenda,
ó Israel! Cuida agora da tua casa,
ó Davi!" (2Cr 9.16).
Hazor e
SíRIA
(ARÃ)
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Monte
Carmelo ~.
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Monte Tabor
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Mediterrâneo Taanaque e Ramote-Gileade e
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Monte Nebo • Hesbom
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• Adulão
• Hebrom
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• Oebir
JUDÁ
1...- -r-, /'- MOABE
•Arade
• Berseba
o Quir-Haresete
(O CAPITAIS)
N
t© 2002, Editora Cultura Cristã EDOM
104
Reino Dividido
A glória do reino unido começou a desvanecer-se com a morte de Salomão, quando Roboão, seu
imprudente filho, falou rudemente com os representantes de Israel, que pediam alívio dos pesados
impostos do tempo de Salomão (12.1-24). Roboão reinou sobre Judá ao sul, e Jeroboão tomou-se rei
de Israel ao norte.
Examine o mapa "Reino Dividido", ao lado.
o Profeta Elias
Elias, o profeta, era de Tisbe, na região de Gileade, mas a localização precisa desta cidade é incerta.
Não há menção de seu nascimento, nem de seus progenitores, e seus antecedentes familiares podem
até mesmo não pertencer a uma linhagem israelita. O nome de Elias, que significa "Javé é o meu
Deus", pode ser encarado como o moto de sua vida. Seu objetivo profético era despertar Israel para
a convicção de que somente Javé é Deus. Elias é apresentado como uma figura solitária "com os
lombos cingidos com um cinto de couro"(2Rs 1.8). Viveu durante o período do reinado de Acabe,
quando o culto pagão a Baal foi oficialmente introduzido em Israel (16.32).
O primeiro ato de Elias foi anunciar aAcabe que Deus mandaria uma terrível fome sobre o país como
conseqüência dos pecados religiosos de Acabe (17.l). Baal, o deus cananita da tempestade e da
fertilidade, foi diretamente desafiado por este anúncio de seca.
Quando a carreira de Elias terminou, ele não morreu nem foi sepultado. Enquanto conversava com
seu sucessor, o profeta Eliseu, Elias foi subitamente arrebatado por um carro de fogo e subiu ao
céu num redemoinho (2Rs 2.1-12). Elias é mencionado em Malaquias 4.5 como precursor do "Dia
do Senhor" e como arauto do Messias, e esta profecia foi cumprida no ministério de João Batista
(Mt 11.7=-14;Lc 1.17).
Verifique o mapa "A Vida de Elias", à página 106.
Elias e Eliseu
A vitória de Elias no monte Carmelo terminou com o extermínio de 450 profetas de Baal (18.20-40).
Seu ministério estendeu-se sobre Canaã, desde o ribeiro de Querite, perto de sua cidade natal (17.1-7)
a Sarepta, onde realizou o milagre de sustentar uma viúva e seu filho, e para o sul até o monte Horebe
na península do Sinai. Em Samaria, Elias denunciou a injustiça do rei Acabe contra Nabote de Jezreel
(2l.17-29). Perto de Jericó Elias separou as águas do rio Jordão para poder cruzá-lo e ser, em
seguida, arrebatado ao céu em uma carruagem de fogo (2Rs 2.1-12).
Eliseu curou Naamã de sua lepra no rio Jordão (2Rs 5.1-19) e conduziu os sírios, acometidos de cegueira,
à derrota em Samaria (2Rs 6.8-23). Em Damasco, Eliseu profetizou a morte do rei Ben-Hadade, e sua
sucessão por Hazael no trono da Síria.
Examine o mapa à página 107.
105
I'
A Vida de Elias
4- Operou maravilhas
providenciando o sustento para
uma viúva necessitada em Sarepta
(1Rs 17.8-24).
5- Alcançou vitória
sobre os profetas de Baal
no monte Carmelo
(1Rs 18.20-40).
Mar
Mediterrâneo
2- Predisse a seca como
castigo de Deus;
durante o século 9: a.C.
profetizou contra os reis
Acabe e Azarias de Israel,
na cidade de Samaria,
capital do reino.
6- Fugiu para Berseba
e para o monte Horebe
para escapar da ira
da rainha Jezabel (1Rs 19.1-8).\
• Berseba
106
-----=-
Mar de
Quinerete Ribeiro dr.~
V Tisbe
Q
• Sarepta
PLANíCIE
DEJEZREEL
•
Abel
Meolá
• Samaria
Betel •
Gilgal·
1- Aparentemente natural
da vila de Tisbe,
ao sul do Mar da Galiléia,
pois era conhecido como
"Elias, o tesbita" (1Rs 17.1).
3- Foi alimentado miraculosamente
pelos corvos durante o tempo
em que ficou escondido
junto ao rio Querite (1Rs 17.1-7).
7- Elias escolheu Eliseu
como seu sucessor em Abel-Meolá
(1Rs 19.16-21).
8- Foi elevado ao céu
na vizinhança de Betel e Gilgal
(2Rs 2.1-12).
N
t
© 2002, Editora Cultura Cristã
o Ministério de Elias e Eliseu
Monte
Carmelo
Mar
Mediterrâneo
FENíCIA
• Suném
• Jezreel
Ramote Giieade •
Dotam.
Abel-Meolá. o
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Betel e
• Arade
• Berseba
Deserto de Berseba
• Gilgal
Jericó·
AMOM
MOABE
o 20 Mi
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O 20 km
Damasco.
N
t
© 2002, Editora Cultura Cristã
107
2 REIS
2 Reis dá continuidade ao drama iniciado em 1 Reis - a trágica história de duas nações em curso de
colisão com o cativeiro. O autor apresenta sistematicamente os monarcas reinantes de Israel e Judá,
narrando primeiro a história de uma das nações e depois traçando o mesmo período histórico da outra
nação.
Consecutivamente, dezenove maus reis governam Israel levando o país ao cativeiro na Assíria. O
quadro é um pouco mais brilhante em Judá, onde reis piedosos emergem ocasionalmente para reformar
e consertar os maleficios causados por seus antecessores. No final, entretanto, o pecado supera a
retidão, e Judá é levado para a Babilônia.
Como no caso de Samuel e Crônicas, 1 e 2 Reis eram, originalmente, um único livro. As traduções
em português têm seguido a divisão efetuada pela primeira vez nas versões grega e latina.
Autor
~LVeja "Autor" em 1 Reis.
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108
Data
A composição do livro de Reis foi completada durante o cativeiro babilônico.
Os capítulos de 1- 17 cobrem os 135 anos desde 853 a.C. (rei Acazias de Israel) até 722 a.c. (queda
de Samaria e cativeiro de Israel na Assíria). Os capítulos 18 - 25 registram os 155 anos, começando
com o reinado de Ezequias em 715 a.C. até a libertação de Joaquim na Babilôniaem 560 a.C. O reino
unido durou 112 anos (1043-931 a.C.), o reino de Israel, ao norte permaneceu por mais 209 anos
(931-722 a.Ci), e o reino de Judá, ao sul, continuou por outros 136 anos (722-586 a.C.) Durante este
período de 457 anos de história do reino, houve grandes mudanças de poder no cenário mundial. O
poder da Egito e da Assíria sobre a Palestina foi flutuante. A Assíria toma-se proeminente, declina e
finalmente é conquistada pela Babilônia.
2 Reis em Relance
ÊNFASE REINO DIVIDIDO REINO SOBREVIVENTE
TEXTO 1.1 9.1 17.1 18.1 22.1 25.1 25.30
MINISTÉRIO DE REINADOS DE QUEDA DE REINADOS DE REINADOS DE
ELlSEU SOB O DEZ REIS DE ISRAEL EZEQUIAS E JOSIAS E QUEDA DE
DIVISÃO REINADO DE ISRAEL E OITO DOIS REIS QUATRO REIS JUDÁ
ACAZIAS E REIS DE JUDÁ MAUS MAUS
JORÃO
ISRAEL E JUDÁ JUDÁ
TÓPICO
DE ACAZIAS A OSÉIAS DE EZEOUIAS A ZEDEOUIAS
LOCAL ISRAEL DEPORTADO PARA A AssíRIA JUDÁ DEPORTADO PARA BABILÔNIA
ÉPOCA 131 ANOS (853-722 a.C.) 155 ANOS (715-560 a.C.)
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson. lnc.
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Quando Ocorreram os Eventos de 2 Reis
Temas e Estrutura Literária
2 Reis narra a história do reino dividido nos capítulos de 1-- 17, e a história do reino sobrevivente de
Judá nos capítulos 18 -- 25. Como acontece em 1 Reis, a narrativa é, de certa forma, dificil de
acompanhar, pois o autor alterna constantemente entre os reinos do norte e do sul.
O livro é mais do que apenas uma compilação de eventos politicamente importantes ou socialmente
significativos em Israel e em Judá. Ao contrário, 2 Reis é uma história seletiva, escrita com propósito
teológico. O autor seleciona e enfatiza as pessoas e eventos que são moral e religiosamente
significativos, e ensina que o declínio e colapso dos dois reinos ocorreu por causa do fracasso por
parte dos governantes e do povo em atender às advertências dos mensageiros de Deus. O clima
espiritual da nação determinou suas condições políticas e econômicas. Em primeiro lugar e
principalmente, os livros de Reis são uma história pactual, escrita para explicar aos judeus exilados
as razões da queda dos reinos do norte e do sul.
109
2 Reis apresenta Deus como soberano da História, que revela seu plano e propósito a seu povo. Deus
controla os interesses e questões humanas e aqueles que obedecem ao Senhor desfrutam suas bênçãos,
ao passo que os desobedientes experimentam a disciplina de Deus. Entretanto, mesmo a desobediência
de seu povo não consegue frustrar o propósito redentor de Deus. Contra todas as dificuldades a
linhagem davídica, prometida no pacto, é preservada (11.1-16), e o livro termina com uma nota de
esperança, olhando para o futuro, com a libertação de Joaquim, o descendente real de Davi, do
cativeiro na Babi1ônia (25.27 -30).
Os profetas de Javé têm um papel proeminente em I e 2 Reis à medida que Deus os usa para relembrar
aos reis suas responsabilidades para com o pacto. Os ministérios de Elias e Eliseu no reino do norte
são os mais proeminentes, porém muitos dos profetas escritores que aparecem posteriormente também
mencionados. A veracidade das palavras proféticas de Deus é enfatizada, à medida que numerosas
profecias se cumprem e os milagres realizados pelos profetas são mencionados.
ESBOÇO DE 2 REIS
Primeira Parte: Reino Dividido (1.1 - 17.41)
I. Reinado de Acazias, em Israel IRs 22.51 - 2Rs 1.18
A. Avaliação Espiritual de Acazias 1Rs 22.51-53
B. Situação Política sob Acazias 1.1
C. Morte de Acazias 1.2-18
11. Reinado de Jeorão em Israel 2.1 - 8.15
A. Transição de Elias para Eliseu 2.1-25
B. Avaliação Espiritual de Jeorão 3.1-3
C. Situação Política sob Jeorão 3.4-27
D. Ministério de Eliseu 4.1- 8.15
111. Reinado de Jeorão em Judá 8.16-24
IV. Reinado de Acazias, em Judá 8.25- 9.29
A. Avaliação Espiritual de Acazias 8.25-27
B. Situação Política sob Acazias 8.28- 9.26
C. Morte de Acazias 9.27-29
V. Reinado de Jeú em Israel 9.30-10.36
A. Cumprimento da profecia de Eliseu 9.30-10.36
B. Avaliação Espiritual de Jeú 10.29-31
C. Situação Política sob Jeú 10.32,33
D. Morte de Jeú 10.34-36
VI. Reinado da Rainha Atália em Judá 11.1-16
A. Salvação de Joás 11.1-3
B. Atália deposta por Joiada 11.-12
C. Morte de Atália 11.13-16
110
VII. Reinado de Joás em Judá 11.17 - 12.21
A. Renovação do Pacto 11.17-21
B. Avaliação Espiritual de Joás 12.1-3
C. Situação Espiritual sob Joás 12.4-16
D. Situação Política sob Joás 12.17,18
E. Morte de Joás 12.19-21
VIII. Reinado de Jeoacaz em Israel 13.1-9
IX. Reinado de Jeoás em Israel 13.10-25
A. O Governo de Jeoás 13.10-13
B. Últimas Profecias de Eliseu 13.14-25
X. O Reinado de Amazias em Judá 14.1-22
A. Avaliação Espiritual de Amazias 14.1-6
B. Situação Política sob Amazias 14.7-14
C. Morte de Jeoás 14.15,16
D. Morte de Amazias 14.17-22
XI. Reinado de Jeroboão lI, em Israel 14.23-29
XII. Reinado de Azarias, em Judá 15.1-7
XIII. Reinado de Zacarias, em Israel 15.8-12
XIV. Reinado de Salum, em Israel 15.13-15
XV. Reinado de Menaém, em Israel 15.16-22
XVI. Reinado de Pecaías, em Israel 15.23-26
XVII. Reinado de Peca, em-Israel 15.27-31
XVIII. Reinado de Jotão, em Judá 15.32-38
XIX. Reinado de Acaz, de Judá 16.1-20
A. Avaliação Espiritual de Acaz 16.1-4
B. Situação Política sob Acaz 16.5-8
C. Morte de Acaz 16.19,20
xx. Reinado de Oséias, em Israel 17.1-14
A. Avaliação Espiritual de Oséias 17.1,2
B. Situação Política sob Oséias 17.3-41
111
Segunda Parte: Judá, o Reino Sobrevivente (18.1 - 25.30)
I. Reinado de Ezequias, em Judá 18.1- 20.21
A. Avaliação Espiritual de Ezequias 18.1-8
B. Situação Política sob Ezequias 18.9- 20.19
C. Morte de Ezequias 20.20,21
11. Reinado de Manassés, em Judá 21.1-18
A. Avaliação Espiritual de Manassés 21.1-15
B. Situação Política sob Manassés 21.16
C. Morte de Manassés 21.17,18
111.Reinado deAmom, em Judá 21.19-26
IV. Reinado de Josias, em Judá 22.1-23.30
A. AvaliaçãoEspiritual de Josias 22.1,2
B. Renovação do Pacto por Josias 22.3 - 23.27
C. Situação Política sob Josias 23.8,29
D. Morte de Josias 23.30
V. Reinado de Jeoacaz, em Judá 23.31-34
VI. Reinado de Jeoaquim, em Judá 23.35-24.7
VII. Reinado de Jeoaquim, em Judá 24.8-16
VIII. Reinado de Zedequias, em Judá 24.17 -25.21
A. Avaliação Espiritual de Zedequias 24.17-19
B. Situação Política sob Zedequias 24.20 - 25.21
IX. Governo de Gedalias 25.22-26
x. Jeoaquim É Libertado na Babilônia 25.27-30
o Profeta Eliseu
Vindo de família supostamente rica, Eliseu foi ungido por Elias como seu sucessor, servindo como
assistente do profeta (lRs 19.19-21). O longo ministério de Eliseu tem início quando Elias é arrebatado
ao céu por um redemoinho em carruagem de fogo (2Rs 2.11). Compreendendo sua própria necessidade
de assistência divina, Eliseu pede uma porção dobrada do espírito profético de Elias (2.9).
Como seu antecessor, Eliseu estava intimamente envolvido com as questões políticas de Israel. Além
de chamar os reis de Israel ao arrependimento, o profeta também ungia reis, e muitas vezes profetizou
sobre assuntos militares. Repetidas vezes Eliseu foi capaz de revelar planos inimigos ao rei de Israel
(6.12). O rei de Israel chegou até a denominar Eliseu de "carros de Israel e seus cavaleiros" (13.14),
um reconhecimento da grande importância de Eliseu para o sucesso de Israel.
112
Eliseu era conhecido como um grande operador de milagres, e também por ajudar as pessoas em
necessidade. Quer fazendo flutuar um machado perdido (6.1-7), ou alimentando os famintos (4.42-
44) ou curando Naarnã, o general sírio, de sua lepra (5.1-9), ou ressuscitando o filho da mulher
sunamita (4:8-37), Eliseu provou ser um amigo compassivo das pessoas.
Enquanto Elias foi conhecido por seu ministério de denúncias proféticas vigorosas, e como um tipo
de João Batista (Mt 11.14; 17.10-12; Lc 1.17), o ministério de Eliseu nos lembra o ministério de
Cristo. Elias viveu geralmente afastado do povo e enfatizava a lei, o julgamento e o arrependimento.
Eliseu viveu no meio do povo e enfatizava a graça, a vida e a esperança.
Examine o mapa "O Ministério de Eliseu", abaixo:
o Ministério de Eliseu
Em Suném Eliseu
ressuscitou o filho de uma viúva
(2Rs 4.8-37).
• Suném
o profeta protegeu as cidades
de Dotã a Samaria
cercando-as com carruagens de fogo
e provocando cegueira
no exército da Síria
(2Rs 6.13-23).
• Dotã
• Samaria
Mar
Mediterrâneo
© 2002, Editora Cultura Cristã
Damasco
síRIA /I
Em Damasco Eliseu
predisse que Ben-Hadade
sucederia o perverso
Hazael como rei da Síria
(2Rs 8:7-15).
rete
o profeta Eliseu
continuou a obra de Elias
(1Rs 19.16-21),
exercendo seu ministério
no reino do norte, Israel,
desde a Síria ao norte,
até Edom ao sul.
l
EDOM
113
Governantes Sírios
Durante os ministérios de Elias e Eliseu, a maior ameaça militar externa para a reino de Israel, era a
Síria, localizada a nordeste. Às vezes chamados de arameus, os sírios foram rivais militares de Israel
desde os tempos de Saul (1Sm 14.47), até que a Síria foi conquistada pelo império Assírio em 732 a.c.
Os sírios estiveram sujeitos a Israel durante o período em que o império de Davi e Salomão se
estendeu até o rio Eufrates, mas, no tempo de Acabe, eles representavam uma ameaça persistente, e
finalmente Acabe foi morto lutando contra eles (1Rs 20.1-34; 22.29-40). O prolongado cerco que a
Síria impôs a Samaria só foi quebrado pela intervenção divina (6.24 - 7.20), e a Síria chegou a
ameaçar também Jerusalém no tempo do rei Joás (12.17,18).
Reis Datas Referências Bíblicas
Hezion (Rezom) c. 990-930 a.C. 1Rs 11.23,25; 15.18
Tabrimom c. 930-885 a.C. 1Rs 15.18
- -
Ben-Hadade I c. 885-860 a.C. 1Rs 15.18,20
-
Ben-Hadade 11 c. 860-841 a.C. 1Rs 20; 2Rs 6.24,8.7,9,14
Hazael c. 841-801 a.C. 1Rs 19.15,17; 2Rs 8; 9.14,15; 10.32; 12.17,18; 13.3,22,24,25
Ben-Hadade 111 c. 807-780 (?) a.C. 2Rs 15.3,24,25
Rezim c. 780 (?)-732 a.C. 2Rs 15.37; 16.5,6,9 (cf. Is 7.1,4.8; 8.6; 9.11)
o Obelisco NeSlro do Rei jeú
Durante o período histórico doAntigo Testamento compreendido entre cerca de 900 a 700 a.c., os assírios
foram opoder dominante na região. Um dos poderosos reis assírios, Salmaneser III (reinou entre 859-824
a.Ci), erigiu um grande monumento de pedra, no qual registrou suas vitórias militares. Esta impressionante
descoberta arqueológica conhecida como Obelisco egro, contém uma escultura em relevo representando
a visita feita pelo rei Jeú de Israel (reinou entre 841-814 a.c.), para pagar tributo a Salmaneser.
Localizado fora do palácio real em Nimrude, na Assíria, o monumento tem mais de dois metros de
altura. Cuidadosamente esculpido em pedra, apresenta uma série de desenhos detalhados,
acompanhados de inscrições que comemoram as numerosas campanhas militares de Salmaneser.
Entre eles está um evento que não é mencionado na Bíblia - Jeú curvando-se diante de Salmaneser,
com vários servos e pagens em pé com presentes para o rei assírio.
Tributos, ou pagamentos compulsórios para proteger uma nação mais fraca de uma ameaça poderosa
eram, muitas vezes, exigidos por nações agressoras como os assírios na época do Antigo Testamento.
Após ser ungido rei de Israel pelo profeta Eliseu, Jeú eliminou todas as ameaças ao seu reinado pelo
fato de matar todos os membros da família de Heabe, seu antecessor (2Rs 9;10). Como rei Jeú foi
fraco por não haver eliminado a adoração a Baal da terra.
O Obelisco Negro é um achado arqueológico valioso, pois ajuda a estabelecer o reinado de Jeú, bem
como para fixar uma cronológia daquele período da história de Israel. E isto mostra-nos como o
reinado israelita daquele período era. Esta é a única imagem ou desenho de um rei israelita que foi
descoberto por arqueólogos.
o Prisma de Senaqueribe
o monumento conhecido como Prisma de Senaqueribe é um artefato fascinante do passado da
Assíria. Apresenta um relato diferente daquele encontrado na Bíblia sobre um evento importante
da história de Israel - o cerco contra Jerusalém conduzido pelo rei Senaqueribe da Assíria
(governou 705 - 681 a.C.), por volta de 690 a.c. (Is 36.37).
114
o prisma de argila, com trinta e sete centímetros de altura, contém uma inscrição assíria bem preservada
que testifica o ataque das forças assírias sobre Jerusalém e sobre o rei Ezequias de Judá. "Quanto a
Ezequias, o Judeu, ele não se submeteu ao meu jugo", diz o prisma. "Cerquei 46 de suas cidades fortificadas,
fortalezas muradas e um sem-número de pequenas vilas nas vizinhanças, e as conquistei ... (Ezequias), eu
o fiz prisioneiro em Jerusalém, sua residência real, como um pássaro numa gaiola."
Embora o cerco de Senaqueribe a Jerusalém seja um fato histórico comprovado, é interessante que o
relato de Senaqueribe não mencione como terminou o cerco. Isto leva os historiadores a suspeitar
que o cerco fracassou, pois os assírios nunca mencionavam as derrotas que sofriam em seus registros
oficiais - apenas suas vitórias.
O relato bíblico indica que Senaqueribe sofreu uma derrota esmagadora neste cerco contra Jerusalém
por causa da intervenção divina. Durante a noite, milhares de soldados do exército assírio morreram
pela ação do anjo do Senhor (2Rs 19.35). Alguns estudiosos crêem que Deus tenha utilizado uma
praga mortal como instrumento de julgamento contra os inimigos de seu povo.
Os soberanos do mundo antigo usavam este tipo de prisma para registrar suas conquistas. Estes
documentos de pedra e argila têm sobrevivido por séculos entre as ruínas e o entulho das cidades
antigas. Fornecem uma compreensão valiosa da vida nos tempos bíblicos, confirmando e, em muitos
casos, acrescentando valiosas informações sobre os acontecimentos bíblicos.
Reis Assírios
A passagem de 2 Reis 15.19 nos dá a primeira menção direta que encontramos nas Escrituras sobre
um rei assírio. "Pulu" ("Pul", no texto bíblico), era o nome babilônico dado a Tiglate-Pileser III
(745 -727 a.C.) depois de ter conquistado a Babilônia. A campanha militar dirigida por Tiglate- Pileser
em 743 a.C. estendeu-se até Israel, onde ele exigiu tributo de Menaém.Pelo pagamento de tributo ao
rei dá Assíria, Menaém tomou-se vassalo do soberano assírio.
Quando Tiglate-Pileser III morreu em 727 a.C., seu filho, Salmaneser V (727-722 a.C.} o sucedeu, e
Oséias, rei de Israel, aproveitou esta oportunidade para deixar de pagar o tributo à Assíria. Oséias
fez um pacto insensato com o Egito, que, naquela ocasião estava tão fraco e dividido que não conseguiu
dar a Oséias o apoio adequado. o ano de 725 a.c. Salmaneser V marchou contra Israel e cercou a
cidade de Samaria, de 725 a 722 a.c. Após três anos de cerco Samaria caiu e os dias de Israel como
reino soberano terminaram.
2 Reis 18.17-37 relata a campanha feita pelo rei assírio, Senaqueribe (705-681 a.C}, o menos brilhante
filho de Sargão 11. Ezequias, rei de Judá, havia feito uma aliança com Tiro e com o Egito contra a
Assíria (2Cr 32.1-8). Em 70 I a.c. Senaqueribe tentou derrubar esta revolta e marchou contra as
cidades de Judá.
Reis Assírios
Assurnasirpal 11
Salmaneser 111
Shamshi-Adad V
Adad-nirari 111
Salmaneser IV
Assur-dan 111
Assur-nirari V
Tiglate-Pileser 111
Salmaneser V
Sargão 11
Senaqueribe
Asarhadom
Assurbanipal
883 - 859 a.C.
858 - 824 a.C.
823 - 811 a.C.
810 - 783 a.C.
782 - 773 a.C.
772 - 755 a.C.
754 - 745 a.C.
745 - 727 a.C.
727 - 722 a.C.
722 - 705 a.C.
705 - 681 a.C.
681 - 669 a.C.
668 - 627 a.C.
115
Campanhas Assinas contra Israel e judá
Entre 734 e 732 a.c., Tiglate Pileser III comandou uma invasão contra Judá e duas contra Israel.
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© 2002. Editora Cultura Cristã
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Campanha da Assíria contra Israel
Em 725 a.c. Salmaneser V invadiu Israel e marchou contra Samaria. Sargão li tomou Samaria em 722 a.c.
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Laquis
40Mi
40 km
© 2002, Editora Cultura Cristã
Campanha da Assíria contra judá
Senaqueribe deslocou-se para o sul ao longo das planícies costeiras, atacou Laquis e sitiou Jerusalém
em 701 a.c.
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Mediterrâneo
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N
t
40Mi
40km
o Império Assírio (650 a.C.)
Este grande (e cruel) império dominou todo o crescente fértil, sendo que Jerusalém e Judá foram salvos de
seu domínio por uma derrota miraculosa sofrida pelo exé:cito ameaçador (2 Rs. 19) Verifique o mapa abaixo:
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Acmetá e
Sidon
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O 200 km
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© 2002. Editora Cultura Cristã
Jerusalém Durante o Tempo de Ezequias
Jerusalém cresceu ainda mais durante o tempo de Ezequias, alcançando cerca de 150 acres. Em seus
esforços para fortificar a cidade contra Senaqueribe, Ezequias ordenou a construção de um túnel que traria
água desde a fonte de Giom até a cidade. O túnel era escavado em rocha viva numa extensão de quase 550
metros. Quando ficou pronto, o túnel emergiu dentro do canto sudeste da cidade velha, onde estava
situado o que mais tarde ficou conhecido como Tanque de Siloé. Este túnel, mencionado em 2 Reis 20.20,
e 2 Crônicas 32.30, era urna façanha espetacular de engenharia, pois os escavadores trabalharam com
ferramentas de mão começando pelas extremidades opostas e encontrando-se no centro.
Verifique o mapa "Jerusalém nos tempos de Ezequias", à página 120.
Reis Babilônicos
O domínio assírio do antigo Oriente Próximo terminou com as vitórias babilônicas em Nínive (612
a.C.) por Nabopolassar, e em Carquemis (605 a.Ci) por Nabucodonosor TI.
Após derrotar os egípcios que tinham vindo em auxílio da Assíria, Nabucodonosor imediatamente
forçou a submissão do rei Jeoaquim de Judá e de outros reis próximos. Nesta ocasião (605 a.C.)
alguns jovens de Jerusalém, inclusive Daniel, foram levados para o exílio na Babilônia.
Depois que Jeoaquim se revoltou, Jerusalém caiu novamente diante de Nabucodonosor em 597 a.c.
O templo foi saqueado e todos os tesouros levados para a Babilônia. Um terceiro cerco de Jerusalém
ocorreu após a revolta de Zedequias (589 a.C") e a cidade caiu em julho de 587 ou 586 a.c.
119
Jerusalém nos Tempos de Ezequias
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T Porta dos Cavalos
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Ofel
"Confiou no Senhor, Deus de Israel,
de maneira que depois dele
não houve seu semelhante
entre todos os reis de Judá,
nem entre os que foram antes dele"
(2 Rs 18.5).
© 2002, Editora Cultura Cristã
Evil-Merodaque, filho de Nabucodonosor, reinou sobre a Babilônia apenas dois anos (562- 560 a.C.).
Libertou o rei Jeoaquim, de Judá, de sua prisão na Babilônia e deu ao rei deposto um lugar privilegiado
na corte da Babilônia (25.27-30).
Nabonido (Belsazar) 555 - 539 a.C.
reinou como vice-regente
Nabopolassar 626 - 605 a.C. Neriglissar " 560 - 556 a.C.
Nabucodonosor II " 605 - 562 a.C. Labasi-Marduque " 556 a.C.
Evil-Merodaque 562 - 560 a.C.
o Problema de Cronologla
Três fatores tomam a datação do material do livro de Reis extremamente difícil: (1) o sistema de
co-regência, especialmente no reino do sul, pelo qual o filho começava oficialmente o seu reinado
enquanto o pai ainda estava vivo, e ambos, pai e filho recebiam crédito pelos anos de co-regência; (2)
o uso de dois sistemas: o sistema do "ano de ascensão" (pelo qual o ano em que o rei subia ao trono
não era contado como seu primeiro ano) e o sistema de "ano de não-ascensão" (pelo qual o restante
do ano em que o rei era coroado considerava-se como seu primeiro ano); (3) o uso de ambos os
métodos de datação: o ano sagrado (começando com Nisã, o primeiro mês) e o ano civil (começando
com Tisri, o sétimo mês). Em razão da complexidade do problema que existe na harmonização da
cronologia dos reis hebreus, muitos têm concluído que as datas bíblicas são obviamente contraditórias
e a hannonização está além da possibilidade de solução. Hoje, entretanto, os problemas de cronologia
estão praticamente resolvidos, e demonstrou-se que as datas bíblicas são confiáveis e exatas.
120
Campanhas de Nabucodonosor contra judá
De 605 a.c. a 586 a.C. Judá sofreu repetidas invasões babilônicas. O ataque final deu-se no sul perto
de Jerusalém.
Veja a tabela "Reino Dividido", às páginas 122 e 123.
Mar
Mediterrâneo
SAMARIA
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Asdode e e Jerusalém'
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©2002, Editora Cultura criS~
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Reino Dividido
Reino do Sul Reino do Norte
931 - 586 a.C. 931 - 722 a.C.
Rei Data Referências Profetas Rei Data Referências Profetas
Bíblicas Bíblicas
Ol Roboão 931 - 913 a.L IR. 14.21-23; Somaias 1 Jeroboão 1 931- 910 a.c. IR. 11.26-40; 12.1-14; Aías,o.ilonita
filho de Solomõo 2[,9.31- 12.16 2[,11.2-4; 12.5-7,15 filho de Nebat, 2[,10.1- lI.4; IR. 11.29-39; 14.1-18;
17 ano. Ido, o vidente - 2[, 12.15 22 ano. 11.13-16;13.2-20 Homem de O"'. de ludó
IR. 13.1-32; 2R. 23.15-18
VelhoP,ofeto de Betel
IR. 13.11-32; 2R. 23.18
Ido, o vidente - 2[,9.29
(2) Abias (Abiam) 913 . 911 a.L IR. 15.8; Ido, o videnle - 2[, 13.22
filho de Roboõo 2[,13.1-14.1 2 Nadabe 910 - 909 0.L IR. 15.25-31
3 ano. filho de leroboõo
(3) Asa 911 - 870 a.L IR. 15.9-24; Azarias, filho de Odede 20nas
filho de Abias 2[,14.1- 16.14 2[,15.1 3 Baasa 909 - 886 a.LIR. 1516-22, 27-29, leú filho de Hononi
41 anos Hononi - 2[, 16.7-10 filho de Aías 32·34; 16.1-7 IR. 16.1-7
240no\
4 Elá 886 - 885 0.L IR. 16.8-14
filo de BoolO
20nas
5 Zinri 8850.C. IR. 16.9-12, 15-20
[omandarl, das corras
<lranfe o ,eioolo de fJó
7 dia.
6 Onri 885 - 874 o.c. IR. 16.16-18, 21-28
[omondonle do
Exe,cilo de fló,
12 anos
Ieú, filho de Hanani 7 Acabe 874 - 853 a.L IR. 16.29 - 22.40; flias -IR. 17-21; 2R. 1.2
(4) Josafá 870 (873)-848 a.c. IR. 22.41-50; 2[,19.2,3 filho de Omi 2[,18.1-34 fli''''(''lVodeflias)
filho de AIO 2[,17.1- 21.1 laoziel- 2[, 20.14-17 22 anas IR. 19.19-21
25 anos fliezer - 2[, 20.37 /1\icoiasfilho d, Inló
IR. 22.8-28; 2[, 18.7-27
Prof,las Irolimas
IR. 18.4.13; 20.28,35-43
Obadias
(5) Jeorão Oarõo) 848(853) - 841 a.L 2R. 8.16-24; 2[, 21.1-20 flias 2[, 21.12-15 8 Acazias 853 - 852 a.L IR. 22.51; 2 R. 1.18; T,aslodode fi ias
filho d, losofó filho de Acabe 2[,20.35-37 2R.2.1-18
8 anos 2 anos fli"u
9 Jorão Oeo,õo) 852 - 841 a.L 2R. 3.1- 9.26 fli.,u
filho de Acabe
12 anos
(6) Acazias (leoorez) 841a.C. 2R. 8.25 - 9.29; n Jeú 841 - 814 a.L 2R. 9.1- 10.36 fli"u
filho de leorõc 2[, 22.1-9 filho (ou nela de Nimi,
1 ano ohciol do exe,cilo de
Rainha Atália 841 - 835 a.L 2R. lI.I-20: deoo.) 28 ano.
filha de Acabe, 2[, 2210 - 23.21
mêe de Acazias
6 anos Joel TI Jeoacaz 814 - 798 a.L 2R.13.1-9 [Ii"u
m Joás 0,00,) 835 - 796 a.L 2R. lI.21-12.21; filho de leú
40 anos 2[,24.1-27 Prafelas Mónsmos 17<J'O\
(8) Amazias 796 -767 a. C. 2R.14.1-20; 2[,25.7-9,15.16 12 JeoásOoos) 798 - 782 a.L 2R. 13.10-]3, 25;14.8-16: 2[, ,\Iod, de E1iseu
filho de Ioôs 2[, 25.1-28 filho de leoacoz 25.17-24
6 anos Isaías 16 anos
(9) Uzias (Azarias) 767(792) - 740 a.L 2R.15.1-7; chamado no ano ern que E Jeroboão 11 782 (793) - 753 a.L 2R.14.23-29 Jonas, Amós, Oséias
filho de Amazias 2[,26.1-23 Uzios morreu filho de leoés
52 anos locarias - 2[, 26.5 41C1lO.
122
t
Reino do Sul Reino do Norte
931 - 586 a.C. 931 - 722 a.C.
Rei Data Referências Profetas Rei Data Referências Profetas
Bíblicas Bíblicas
14 Zacarias 753 - 752 af 2 RsI5.8·12 Oséias
filho de leroboõa 11
6 mel"
15 Salum 752 o.í. 2RsI5.1O,ll·15 Oséias
filha de lobes
Isaías lmés
00) Jotão 740 (750) - 731 o.I. 2RsI5.32·38; Miquéias 16 Menaém 752 - 742 aL 2RsI5.14,16·22 Oséias
filha e llzio: 2Cr 27.1·9 filha de Gadi
16 anas 10anas
V Pecaías 742 - 740 af 2Rs 15.23·26 Oséias
lsaías filho de Menoém
01) Acaz 73](735) - 715 o.I. 2RsI6.1·20; Miquéias 2onos
fi lho de latão 2Cr 28.1·27 18 Peca 740 (752) - 732 of 2RsI5.25, 27·31; 16.5; Oséias
lô ono, filho de Remolias 2Cr 28.5,6; Is 7.1 Odede, o profeta
lsaías 20 anos 2Cr 28.9·11
(12) Ezequias 715(729) - 686 o.I. 2Rs 18.1 - 20.21; Miquéias 2RsI5.30; 17.1·6; 18.9,10
filho de âcaz 2Cr 29.1- 32.33; 19 Oséias 732 - 722 af Oséias
29 anos Is 36.1 - 39.8 Naum filho de Ela
Profelosminimos 9 anos
03) Manassés 686(696) - 642 of 2Rs21.1·18; 2Rs 21.10; 2 Cr33.18 722 o.I. - Queda de Somaria
filho de E"quios 2Cr33.1·20 (os 10 tribos do norte vão para o cativeiro no Allirio)
55 anos
04) Amom 642 - 640 o.í. 2Rs 21.19·26;
filho de Monallés 2Cr 33.21·25
2 anos Jeremias
Sofonias
05) Josias 640 - 609 o.í. 2Rs 22.1 - 23.30; Huldo,o profetisa
filho de âmom 2Cr 34.1 - 35.27 2Rs 22.14·20; Notas
31 anos 2Cr 34.22·28
• Entre parênteses, nomes alternativos do mesmo rei .
Jeremias
•• Datas entre parênteses reterem-se a co-reqências, um período de governo
(16) Jeoacaz (Iolum) 6090f 2Rs23.31·34; em que o filho ocupava o trono com seu pai.
filho de losios 2Cr 36.1·4; lr 22.1·12 ••• Profetas cujos nomes aparecem em negrito são profetas canônicos.
3 meses
Jeremias
07) Jeoaquim (Eliaquim) 609 - 598 of 2Rs 23.34 - 24.7; Habacuque
filho de losios 2Cr 36.4·8; Daniel
11 anos lr 22.ll·23; 26.36 Urios. filho de Semoios
lr 26.20
Jeremias
(18) Joaquim (Conia) 609 - 598 o.í. 2Rs 24.8·17; Daniel
fi lho de leooquim 2Cr 36.9,10;
3 meses lr 22.24·30; 52.31·34
Jeremias
(19) Zedequias 597 - 586 af 2Rs 24.17 - 25.7; Daniel
(MotlJ1ios) 2Cr 36.11·21; Ezequiel
filho de losios lr 39.1·10; 52.1·11
11anos
586 c.í. - Queda de lerusolérn
(Oreino do sulé levado poro o coliveirono Bmilooio)
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc.
123
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1 E 2 CRONICAS
1 e 2 Crônicas cobrem o mesmo período da história judaica, narrando a partir de 2 Samuel até 2 Reis,
embora de uma perspectiva diferente. Enquanto os livros de Reis apresentam a história dos judeus do
ponto de vista do cativeiro babilônico, Crônicas apresentam a mesma história do ponto de vista pós-
exílico daqueles que voltaram do cativeiro para a terra da promessa.
Como no caso dos livros de Samuel e Reis, 1 e 2 Crônicas eram, originalmente, um volume único e
contínuo. Os dois livros foram separados pela primeira vez pelos tradutores da Septuaginta (o Antigo
Testamento Grego). O título "Crônicas" vem da Vulgata, a tradução latina feita por Jerônimo (385-
405 d.C.): Chronicorum Liber. Jerônimo utilizou este título no sentido de "As Crônicas de toda a
História Sagrada".
Autor
f( Embora nem o autor nem a data sejam mencionados no texto, pode ser correta a tradição judaica de
~
~ / que Crônicas tenha sido escrita por Esdras. Entretanto, é comum mencionar-se o autor simplesmente
~ como "o cronista". Alguns crêem que Crônicas, Esdras e Neemias tenham sido escritos pelo mesmo
~ autor; os versículos finais de Crônicas (2Cr 36.32,23) são repetidos em Esdras 1.1-3.
124
~---~-~-
Data
Evidências internas indicam que Crônicas foram compostos, provavelmente, durante o 5º século
a.C. A data pós-exílica é corroborada pela menção das seis gerações posteriores a Zorobabel
(lCr 3.17-21) e das moedas persas conhecidas como "dáricos" (lCr 29.7).
Os livros das Crônicas cobrem um período histórico mais amplo que qualquer outro livro das
Escrituras. As genalogias e narrativas de 1 Crônicas compreendem um período que vai de Adão
até o final da vida de Davi. 2 Crônicas, reapresenta a falência da dinastia Davídica de Salomão
até o Exílio.
Temas e Estrutura Literária
Os livros de Crônicas foram escritos para o remanescente de Judá, que havia voltado do exílio e
estava reconstruindo Jerusalém, após os setenta anos de cativeiro na Babilônia. Porque os exilados
que retomaram eram originalmente de Judá, a herança religiosa e nacional e a história do reino do Sul
(Judá) é apresentada para mostrar sua relação ininterrupta com a era patriarcal.
Os livros de Crônicas foram escritos de um ponto de vista sacerdotal. O tema histórico principal gira
em tomo do culto sacerdotal de Judá, desde o tempo de Saul, até o retomo da nação judaica à terra
prometida após o decreto de Ciro (538 a.c.) Esta história religiosa apresenta a fidelidade e as
promessas de Deus a seu povo, o poder da palavra de Deus e o papel central do culto e da adoração
na vida do povo de Deus.
1 Crônicas em Relance
ÊNFASE
LINHAGEM REAL REINADO DE DAVI
DE DAVI
TEXTO 1.1 10.1 13.1 18.1 21.1 28.1 29.30
DIVISÃO GENEALOGIAS DAVI É REMOÇÃO VITÓRIAS PREPARAÇÃO ÚLTIMOS DIAS
DE DAVI E ISRAEL UNGIDO REI DA ARCA DE DAVI PARA O TEMPLO DE DAVI
GENEALOGIA HISTÓRIA
TÓPICO
ANCESTRAIS ATIVIDADE
LOCAL ISRAEL
OCASIÃO
MILHARES
C. DE 33 ANOS
DEANOS
Nelson 5 Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thornas Nelson. Inc.
Quando Ocorreram os Eventos de 1 Crônicas
o templo de Jerusalém é o principal tema unificador de 1 e 2 Crônicas. Muito do material encontrado
em Samuel e Reis é omitido em Crônicas, porque não menciona este tema. Por exemplo, os reis do
reino do norte são deixados de lado em razão de sua rejeição ao culto no templo em Jerusalém, ao
mesmo tempo que se dá uma importância especial aos reis de Judá que restauraram o templo (Asa,
Josafá, Joás, Ezequias, e Josias). O Templo simbolizava a presença de Deus no meio de seu povo, e
relembrava-os de sua alta vocação. Representava uma ligação espiritual entre o passado do povo e seu
futuro.
A linhagem e dinastia de Davi, depositária das promessas do pacto davídico (lCr 17.3-15), tem
grande importância emCrônicas. As genealogias de I Crônicas 1- 9 têm uma ênfase desproporcional
sobre as tribos de Judá e Benjamim, porque Crônicas não estão preocupados com o Reino do Norte,
mas com o Reino do Sul e a dinastia davídica. Crônicas demonstram a fidelidade de Deus às suas
promessas do pacto, mantendo a linhagem de Davi ao longo dos séculos. De acordo com o interesse
sacerdotal de Crônicas, uma atenção especial é concedida à tribo de Levi.
Todo o livro de 1 Crônicas, assim como 2 Samuel, são dedicados à vida de Davi. Inicia com a
genealogia da linhagem real de Davi (cap. 1 - 9) antes de examinar os principais acontecimentos de
seu reinado (cap. 10 - 29). Examine a tabela abaixo:
SAMUEL - REIS CRÔNICAS
• Perspectiva Profética • Perspectiva Sacerdotal
• História Política • História Religiosa
• Proeminência das Guerras • Proeminência do Templo
• Registro de Ambas as Nações • Registro de Judá
• História Contínua da Nação • Continuidade da Linhagem de Davi
• Fracasso Humano • Fidelidade de Deus
125
ESBOÇO DE 1 CRÔNICAS
Primeira Parte. A Linhagem Real de Davi (1.1 - 9.44)
I. Genealogia de Adão a Abraão 1.1-27
A. Genealogia de Adào a oé........................................................................................... 1.1-4
B. Genealogia de Noé a Abraào 1.5-27
11. Genealogia de Abraão a Jacó 1.28-54
A. Genealogia de Abraão a Isaque 1.28-34
B. Genealogia de Isaque a Jacó 1.35-54
111. Genealogia de Jacó a Davi 2.1-55
A. Genealogia dos Filhos de Jacó 2.l,2
B. Genealogia dos Filhos de Judá 2.3-55
IV. Genealogia de Davi até o Cativeiro 3.1-24
A. Genealogia dos Filhos de Davi 3.1-9
B. Genealogia dos Filhos de Salomào 3.10-24
V. Genealogia das Doze Tribos 4.1-8.40
A. Genealogia de Judá 4.1-23
B. Genealogia de Simeão 4.24-43
C. Genealogia de Rúben 5.1-10
D. Genealogia de Gade 5.11-22
E. Genealogia de Manassés 5.23-26
F. Genealogia de Levi 6.1-81
G. Genealogia de Issacar 7.1-5
H. Genealogia de Benjamim 7.6-12
I. Genealogia de Naftali 7.13
J. Genealogia de Manassés 7.14-19
K. Genealogia de Efraim 7.20-29
L. Genealogia de Aser 7.30-40
M. Genealogia de Benjamim 8.1-40
VI. Genealogia do Remanescente 9.1-34
A. Genealogia das Doze Tribos que Retomaram 9.1-9
B. Genealogia dos Sacerdotes que Retomaram 9.10-13
C. Genealogia dos Levitas que Retomaram 9.14-34
VII.Genealogia de Saul 9.35-44
126
---------------------------------------------------------------------------------------------
l-,-
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•
I
Segunda Parte. O Reinado de Davi (10.1 - 29.30)
I. Ascensão de Davi 10.1-12.40
A. Morte de Saul 10.1-14
B. Davi Ungido Rei : 11.1-3
C. Conquista de Jerusalém 11.4-9
D. Registro dos Valentes de Davi 1l.10-12.40
11. Remoção da Arca da Aliança 13.1 - 17.27
A. Transporte Inadequado da Arca 13.1-14
B. Prosperidade do Reino de Davi 14.1-17
C. Transporte Apropriado da Arca 15.1-29
D. Celebração na Vinda da Arca para Jerusalém 16.1-43
E. Instituição do Pacto Davídico 17.1-27
111. Vitórias Militares do Rei Davi 18.1- 20.8
A. Sumário das Primeiras Vitórias de Davi 18.1-17
B. Sumário das Últimas Vitórias de Davi 19.1-20.8
. IV. Preparação e Organização de Israel para a Construção do Templo 21.1- 27.34
A. Censo Pecaminoso de Davi 21.1-30
B. Provisão Material para a Construção do Templo 22.1-5
C. Líderes São Encarregados de Construir o Templo 22.6-19
D. Organização dos Líderes do Templo : 23.1-26.32
E. Organização dos Líderes da ação de Israel 27.1-34
V. Últimos Dias de Davi 28.1 - 29.30
A. Exortações Finais de Davi 28.1-10
B. Provisões Finais para o Templo 28.11-29.9
C. Oração Final de Gratidão 29.10-19
D. Coroação de Salomão 29.20-25
E. Morte do Rei Davi 29.26-30
2 Crônicas começa com o reinado de Salomão (caps.1 - 9). Embora estes capítulos relatem a
grandeza do reino de Salomão, sua preocupação primordial é descrever a construção e dedicação do
templo. 2 Crônicas (10 - 36), apresenta, em resumo, a história da dinastia de Davi com especial
atenção para a história do culto no templo. O livro conclui com o édito de Ciro da Pérsia ordenando
a reconstrução do templo.
Outros mapas, tabelas e auxílios didáticos relevantes para o estudo de Crônicas, podem ser encontrados
nos capítulos que tratam dos livros de Samuel e Reis .
127
2 Crônicas em Relance
ÊNFASE REINADO DE SALOMÃO REINADOS DOS REIS DE JUDÁ
TEXTO 1.1 2.1 8.1 10.1 14.1 36.1 36.26
DIVISÃO INVESTI DURA DE TÉRMINO DO
I
AGLÓRIADO As Reformas de Asa,
SALOMÃO REINADO
DIVISÃO DO REINO Josafá, Joás, QUEDA
TEMPLO DE JUDÁDE SALOMÃO Ezequias, e Josias
TÓPICO
O TEMPLO É CONSTRUíDO O TEMPLO É DESTRUíDO
ESPLENDOR DESASTRE
LOCAL JUDÁ
OCASIÃO c. DE 40 ANOS c. DE 393 ANOS
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.
Quando Ocorreram os Eventos de 2 Crônicas
ESBOÇO DE 2 CRÔNICAS
Primeira Parte. Reinado de Salomão (1.1 - 9.31
I. Investidura de Salornâo como Rei 1.1-17
A. A Adoração de Salomão , 1.1-6
B. Pedido de Sabedoria 1.7-10
C. Sabedoria É Concedida 1.11, 12
D. A Riqueza de Salomào 1.13-17
11. O Templo É Terminado 2.1- 7.22
A. Preparaçào para Construir o Templo 2.1-18
B. Construção do Templo 3.1-5.1
C. Dedicação do Templo 5.2-7.22
111. A Glória do Reinado de Salomão 8.1- 9.28
A. Aumento do Território sob Salomão 8.1-6
B. Inimigos de Salomào São Subjugados 8.7-10
C. Práticas Religiosas de Salomão 8.11-16
D. Operações Econômicas de Salomào 8.17,18
E. Visita da Rainha de Sabá 9.1-12
F.A Riqueza de Salomão 9.l3-28
IV. Morte de Salomão 9.29-31
Segunda Parte. O Reinado dos Reis de Judá (10.1- 36.23)
I. Reinado de Roboão 10.1-12.16
A. Divisão do Reino 10.1-19
B. O Reino de Judá É Fortalecido 11.1-23
C. O Reino de Judá É Enfraquecido 12.1-12
D. Morte de Roboào 12.13-16
128
11. Reinado de Abras 1~.1-11
A. Guerra de Abias com Jeroboão 13.l-20
B. Morte de Abias 13.21,22
111. Reinado de Asa 14.1-16.14
A. Avaliação deAsa 14.1-8
B. Vitória sobre os Etíopes 14.9-15
C. Exortação de Azarias 15.1-7
D. Reformas deAsa 15.8-19
E. Vitória sobre os Sírios 16.1-6
F. Repreensão de Hanani a Asa 16.7-10
G. Morte de Asa 16.11-14
IV. Reinado de Josafá 17.1-20.37
A. Avaliação de Josafá 17.1-6
B. Sacerdotes e Levitas Instruem o Povo 17.7-9
C. Expansão do Reino...................................................... 17.10-19
D. Aliança com Acabe 18.l-19.4
E. Organização do Reino 19.5-11
F. Vitória sobre Moabe e Amom 20.1-30
G. Resumo do Reinado de Josafá 20.31-34
H. Pecado e Morte de Josafá 20.35-37
V. Reinado de Jeorão 21.1-20
A. Avaliação de Jeorão 21.1-7
B. Revolta de Edom e Libna 2l.8-11
C. Advertência de Elias 21.12-15
D. Judá invadido pela Filístia e Arábia 21.16,17
E. Morte de Jeorão 21.18-20
VI. Reinado de Acazias 22.1-9
VII. Reinado de Atália 22.10 - 23.15
VIII. Reinado de Joás 23.16-24.27
A. Reavivamento de Joiada 23.l6-21
B. Avaliação de Joás 24.1-3
C. Reparação do Templo 24.4-14
D. Morte de Joiada 24.15,16
E. Assassinato do Filho de Joiada 24.17-22
F. Destruição de Judá pela Síria 24.23,24
G. Morte de Joás 24.25-27
XI. Reinado de Amazias 25.1-28
A. Avaliação de Amazias 25.1-4
B. Vitória sobre Edom 25.5-13
C. Idolatria de Amazias 25.14-16
D. Judá Derrotado por Israel 25.17-24
E. Morte de Amazias 25.25-28
129
X. Reinado de Uzias 26.1-23
A. Avaliação de Uzias 26.1-5
B. Vitórias de Uzias 26.6-15
C. Oferta Pecaminosa de Uzias 26.16-21
D. Morte de Uzias 26.22,23
XI. Reinado de Jotão 27.1-9
XII. Reinado de Acaz 28.1-27
A. Avaliação de Acaz 28.1-4
B. Derrota de Judá 28.5-21
C. Idolatria de Acaz 28.22-25
D. Morte de Acaz 28.26, 27
XIII. Reinado de Ezequias 29.1-32.33
A. Avaliação de Ezequias 29.1, 2
B. Reforma sob Ezequias 29.3 - 31.21
C. Invasão pela Assíria 32.1-22
D. Restauração de Ezequias 32.23-26
E. Riqueza de Ezequias 32.27-30
F. Pecado de Ezequias : 32.31
G. Morte de Ezequias 32.32, 33
XIV. Reinado de Manassés : 33.1-20
XV. Reinado de Amom 33.21-25
XVI. Reinado de Josias 34.1- 35.27
A. Avaliação de Josias 34.1,2
B. Primeiras Reformas de Josias 34.3-7
C. Reparação do Templo 34.8-13
D. Descoberta da Lei 34.14-33
E. Celebração da Páscoa................................................................................................35.1-19
F. Morte de Josias 35.20-27
XVII. Reinado de Jeoacaz 36.1-3
XVIII. Reinado de Jeoaquim : 36.4-8
XIX. Reinado de Joaquim 36.9,10
XX. Reinado de Zedequias 36.11-21
A. Avaliação de Zedequias : 36.11, 12
B. Destruição de Jerusalém 36.13-21
XXI. Decreto de Ciro para Retorno a Jerusalém 36.22,23
130
o Templo
Localizado em Jerusalém, o templo era o centro da vida religiosa do povo judeu. No santuário
devotado ao culto do único Deus verdadeiro, os sacerdotes ofereciam sacrificios ao Senhor para
expiar os pecados da nação de Israel. Por meio das cerimônias do templo, o povo judeu dedicava
suas vidas em seguir as leis e ensinamentos de seu Criador.
Antes da construção do templo, o tabernáculo era usado pelo povo como lugar de culto. Durante um
longo periodo de sua história o tabernáculo mudava de um local para outro acompanhando a nação
de Israel em suas peregrinações (Êx 40). Mas, depois que se estabeleceram em sua habitação
permanente na terra da Promessa, Deus ordenou, por intermédio de seu servo Davi, que o templo
fosse construído. Esta construção mais primorosa, devotada ao culto e à adoração, seria um marco
permanente em Jerusalém, capital do reino (lCr 28).
Na realidade, foram construídos três diferentes templos em Jerusalém, ao longo de um período de
mais ou menos mil anos de história judaica. Todos os três foram construídos no mesmo local- sobre
um monte conhecido como Monte Moriá, localizado na parte leste da Cidade Santa (2Cr 3.1).
O primeiro templo, construído por Salomão cerca do ano 960 a.C; erguia-se sobre uma plataforma
de cerca de três metros de altura, com dez degraus que conduziam a uma entrada flanqueada por dois
pilares de pedra. Milhares de trabalhadores comuns e de artesãos altamente capacitados foram
envolvidos em sua construção (1Rs 6.7; 2Cr 3; 4). Este edificio foi destruído pelos babilônios quando
capturaram Jerusalém em 586 a.C. Mas Ciro, rei da Pérsia, autorizou a reconstrução do edificio no
mesmo local, quando permitiu que o povo judeu voltasse para Jerusalém (Esdras 1). Esta nova
estrutura, conhecida como Templo de Zorobabel, foi edificada ao redor do ano 515 a.C., por insistência
dos profetas Ageu e Zacarias (Ed 6.l3-15).
Vários séculos mais tarde, Herodes, o Grande, governador romano da Palestina, ordenou a construção
do terceiro templo, um edificio pomposo, de cor creme, feito de pedra e ouro, para apaziguar o povo
judeu. Este foi o edificio ao qual Jesus se referiu ao falar sobre sua ressurreição (10 2.19, 20), ao
predizer que este templo seria destruí do pelos romanos cerca de 40 anos após sua ressurreição e
ascensão, no ano 70 d.C.
As descrições do templo de Salomão no Antigo Testamento sugerem que ele possuía um pátio interno,
bem como um pátio externo. Os três objetos principais dentro do pátio interno eram. (1) o altar de
bronze para as ofertas queimadas (lRs 8.22, 64; 9.25); (2) o mar de bronze, que continha água para
a purificação ritual dos sacerdotes (lRs 7.23-26); e (3) doze bois, aparentemente feitos de bronze
também, que apoiavam o mar de bronze em suas costas (lRs 7.25).
No pátio interno ficava a área conhecida como Lugar Santo, contendo o altar de ouro para o incenso,
a mesa dos pães da proposição, cinco pares de candelabros, e utensílios usados para o oferecimento
de sacrificios (lRs 7.48-50). Além desta área ficava um aposento conhecido como Lugar Santíssimo
ou Santo dos Santos, um local restrito, onde apenas o Sumo Sacerdote podia entrar. Mesmo assim,
ele só podia entrar ali uma vez por ano, no Dia da Expiação, quando entrava para fazer expiação por
seus próprios pecados e pelos pecados do povo (Lv 16). Neste aposento ficava a Arca da Aliança,
contendo as tábuas de pedra sobre as quais estavam escritos os Dez Mandamentos. A presença de
Deus se manifestava no Santo dos Santos através de uma nuvem (lRs 8.5-11).
Jesus relacionou-se com o templo de várias maneiras. Mostrava respeito e se referia a ele como "A
casa de meu Pai" (10 2.16). Seu zelo levou-o a purificar o templo de mercadores que vendiam animais
para o sacrificio, desonrando, assim, a "casa de oração" (Me 11.15-17). Mas, embora Jesus respeitasse
a casa de Deus, também ensinou que Ele era maior que o templo (Mt 12.6).
Sua superioridade foi claramente demonstrada quando o véu do templo se rasgou de alto a baixo no
momento de sua morte (Mt 27 .51). O véu era colocado diante do lugar Santíssimo para impedir que
qualquer outra pessoa entrasse, a não ser o sumo sacerdote. O rompimento do véu simbolizou o fato
de que todo crente tem acesso livre e sem impedimento a Deus mediante seu Filho Jesus Cristo por
sua morte sacrificial em nosso lugar.
Examine o quadro "Templo de Salomão" à página 103.
131
Templos da Bíblia
TEMPLO DATA DESCRiÇÃO REFERÊNCIA
Tabernáculo c. 1444 a.C. Planos detalhados foram recebidos diretamente Êx 25 - 30
(Templo móvel) do Senhor por Moisés. Construído por artesãos Êx 35.30 - 40.38;
divinamente escolhidos. Profanado por Nadabe Lv 10.1-7
eAbiú.
Templo de 966-586 a.C. Planejado por Davi. Construído por Salomão. 2Sm 7-29
Salomão Destruído por Nabucodonosor. 1Rs 8.1-66
-
Jr 32.28-44
"-
Templo de 516-169 a.C. Visionado por Zorobabel. Construído por Ed 6.1-22;
Zorobabel Zorobabel e pelos anciãos dos judeus. Profanado Ed 3.1-8;4.1-14;
por Antíoco Epifanes. Mt 24.15
Templo de 19 a.C.-70 d.D. O templo de Zorobabel foi restaurado por Herodes Mc 13.2,14-23;
Herodes o Grande. Destruído pelos romanos. Lc 1.11-20; 2.22-38;
2.42-51; 4.21-24;
At21.17-33
Templo Atual' Época Atual Fundado no coração do crente. O corpo do crente 1Co 6.19,20
é o único templo do Senhor até à volta do Messias. 2C06.16-18
Templo de Período da A ser construído durante a tribulação pelo Dn 9.2;
Apocalipse 11 Tribulação Anticristo. Será profanado e destruído. Mt24.15;
2Ts 2.4;
Ap 17.18
Templo de Milênio Uma descrição simbólica de como Ez 40.1 - 42.20;
Ezequiel Deus abençoaria o seu povo. ZC6.12,13
Templo Eterno Reino Eterno O maior de todos os templos ("o seu santuário é o Ap 21.22
da presença Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro") Um Ap 22.1-21
de Deus templo espiritual.
-
o templo (no grego hieron) é um lugar de culto. Um espaço sagrado e santo primordialmente construído para a nação cultuar a Deus.
132
Prisioneiros do Senhor
PESSOA
José
(Gn 39.7-23; 41.1-45)
SITUAÇÃO
Recusou ser seduzido pela esposa de seu patrão, como resultado foi
falsamente acusado de assédio sexual e enviado para a prisão;
posteriormente foi levado a uma posição de liderança segundo o plano
de Deus.
Sansão
(Jz 16.21-31)
Deixou-se seduzir por sua amante Dalila revelando-lhe o segredo de
sua força. Por isso foi preso pelos filisteus, que o exibiram como um
troféu, até que Deus lhe permitiu vingar-se, embora ele tenha morrido no
processo.
Micaías
(1Rs 22.1-38)
Recusou unir-se aos outros profetas que falsamente prediziam o
sucesso de Acabe na batalha, por esta razão foi preso; Acabe morreu
na batalha.
Hanani
(2Cr 16.7-10)
Como vidente do Senhor, condenou o rei Asa por confiar nos sírios,
por isto foi colocado na prisão.
Jeremias
(Jr 37 - 38)
Profetizou que Judá não teria condições de resistir ao cerco dos
caldeus; foi, então, preso sob acusação de deserção; posteriormente
repetiu sua advertência ao rei Zedequias, e foi colocado em uma
cisterna; pela terceira vez avisou Zedequias, e foi permitido que ele
permanecesse no pátio da prisão até a queda da nação diante dos
babilônios.
João Batista
(Mt 14.1-12)
Opôs-se ao casamento de Herodes Antipas com Herodias, esposa do
meio-irmão do tetrarca, e também sua sobrinha. Por isto João foi
aprisionado e, mais tarde, executado como resultado de uma artimanha
de Herodias.
Pedro e João
(At4.1-21)
Aprisionados como porta-voz de um novo movimento dos seguidores
de Jesus, depois que um homem foi milagrosamente curado; foram
libertados depois de serem vigorosamente advertidos a não pregar
sobre Jesus - proibição que eles imediatamente denunciaram.
Paulo e Silas
(At 16.16-40)
Libertaram uma jovem de Filipos tanto deum espírito demoníaco como
de seus "empregadores", razão por que foram caluniados, espancados
e aprisionados; miraculosamente libertados e depois defendidos em razão
de sua cidadania romana.
Paulo
(At 21.30 - 28.31)
Cercado por uma multidão de judeus antagonistas, resgatado por
soldados romanos, julgado pelas autoridades regionais, e finalmente
levado em cadeias para Roma como prisioneiro do império.
133
ESDRAS
Esdras dá continuidade à narrativa de 2 Crônicas, mostrando como Deus cumpriu sua promessa de
trazer seu povo de volta, para a Terra da Promessa, após setenta anos de exílio. O "segundo êxodo"
de Israel, desta vez saindo da Babilônia, foi menos espetacular, pois apenas um remanescente decidiu
deixar a Babilônia. Esdras relata a história de dois retornos - o primeiro liderado por Zorobabel para
reconstruir o templo (cps. 1 - 6), e o segundo sob a liderança de Esdras, para reconstruir a condição
espiritual do povo (cps. 7 - 10).
Esdras e Neemias eram considerados um único volume no original hebraico e na tradução grega
conhecida como Septuaginta. Os dois foram separados na tradução latina e as traduções em português
também os consideram dois trabalhos separados.
Data
Como os israelitas foram levados para o exílio em três estágios sucessivos (605, 597, 586 a.c.),
também retomaram em três estágios. O primeiro ocorreu sob a liderança de Zorobabel (c. 538 a.Ci).
Após considerável demora, incentivados pelos profetas Ageu e Zacarias, este primeiro retomo teve
como resultado a reconstrução do templo (c. 520-516 a.c.). Esdras liderou o segundo retomo, no
sétimo ano de Artaxerxes I (c. 458 a.Ci). Neemias liderou o último retomo no ano vigésimo de
Artaxerxes I (c. 444 a.C.). Cronologicamente, os eventos do livro de Ester ocorrem durante um
período de dez a doze anos (483-473 a.Ci) entre o primeiro e o segundo retornos.
Esdras (se de fato é ele o autor/compilador) escreveu provavelmente este livro entre 457 a.c.
(eventos relatados nos caps.7-1O) e 444 a.c. (chegada de Neemias a Jerusalém). Durante o período
compreendido pelo livro de Esdras, Gautama Buda (c. 560-480 a.C.) estava na Índia, Confúcio
(551-479 a.C.) na China, e Sócrates (470-399 a.Ci) estava na Grécia.
Autor
~
Embora Esdras não seja mencionado especificamente como autor, ele é, sem dúvida, o melhor
~
~ v. candidato. A tradição judaica (Talmude), atribui o livro a Esdras, sendo algumas porções escritas na
~ primeira pessoa, a partir do ponto de vista de Esdras (7.28 -9.15). Tal como em Crônicas, existe uma
~ forte ênfase sacerdotal, sendo Esdras um descendente sacerdotal direto de Arão, por meio de Eleazar,
Finéias e Zadoque (7.1-5).
134
Eventos do
Livro de Ester
(483-471 a.C.)
Eventos do
Livro de Neemias
(c.445-425 a.C.)
550 525 500 475 425450 400
!--Eventos do Livro de Esdras (538-458 a.C.)~
Zorobabel e o Primeiro
Retorno dos Exilados
Esdras: 1 - 6 (538 a.C.)
Esdras e o Segundo
Retorno dos Exilados:
Esdras 7 - 10 (458 a.C.)
Temas e Estrutura literária
Esdras relata os primeiros dois retornos da Babilônia, o primeiro liderado por Zorobabel e o segundo,
décadas mais tarde, liderado por Esdras. As duas divisões do livro se referem à reconstrução do
Templo (caps. 1 - 6) e à restauração do povo (caps. 7 - 10).
O tema básico de Esdras é restauração - restauração do templo e restauração espiritual, moral e
social do remanescente que retomou a Jerusalém sob a liderança de Zorobabel e Esdras. Ambas
foram realizadas apesar da oposição e da dificuldade.
A restauração do templo e do povo exigiu a reafirmação da identidade característica de Israel e sua
fé, juntamente com a separação dos outros povos e suas crenças pagãs. Esta restauração teve lugar
no contexto do império persa, no qual a tendência religiosa dominante era a incorporação das várias
crenças religiosas numa única expressão de fé. Os vários povos do império eram estimulados a
manter suas culturas distintas, porém sem exclusivismo religioso. Neste ambiente os judeus
enfrentaram uma grande tentação de renunciar a todas as suas alegações anteriores de possuir uma
revelação exclusiva da parte de Deus. Além disso, havia uma forte pressão para renunciar também
aos comportamentos que tinham sido estabelecidos para separá-los das culturas pagãs que os rodeavam.
Neste contexto, a restauração do culto no Templo expurgado de todas as influências pagãs e a
purificação do povo de casamentos mistos com outros povos, eram ambos necessários.
A fidelidade de Deus pode ser vista na forma como Ele soberanamente protege seu povo no meio de
um poderoso império, enquanto permaneciam no cativeiro. Eles prosperaram no exílio, e Deus
preparou reis pagãos que foram solidários com sua causa e os incentivaram a reconstruir sua terra
natal. Deus também levantou líderes zelosos e capazes que dirigiram o retomo e a reconstrução.
Esdras em Relance
ÊNFASE RESTAURAÇÃO DO TEMPLO REFORMA DO POVO
TEXTO 1.1 3.1 7.1 9.1 10.44
-----
CONSTRUÇÃO DO
DIVISÃO PRIMEIRO RETORNO A SEGUNDO RETORNO A RESTAURAÇÃO DO POVO
JERUSALÉM TEMPLO JERUSALÉM
ZOROBABEL ESDRAS
TÓPICO
PRIMEIRO RETORNO - DE 49.897 SEGUNDO RETORNO - DE 1.754
LOCAL DA PÉRSIA PARA JERUSALÉM DA PÉRSIA PARA JERUSALÉM
OCASIÃO 22 ANOS - (593-516 a.C.) 1 ANO - (458-457 a.C.)
I.
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc,
Quando Ocorreram os Eventos de Esdras
135
ESBOÇO DE ESDRAS
Primeira Parte. A Restauração do Templo de Deus (1.1 - 6.22)
I. O Primeiro Retorno a Jerusalém sob Zorobabel 1.1 - 2.70
A. Decreto de Ciro 1.1-4
B. Dádivas de Israel e de Ciro 1.5-11
C. Censo do Povo que Retomava 2.1-63
D. Retomo Terminado 2.64-70
lI. A Construção do Templo 3.1- 6.22
A. Construção da Fundação do Templo 3.1-13
B. Interrupção da Construção do Templo 4.1-24
C. Término do Templo 5.1-6.18
D. Celebração da Páscoa 6.19-22
Segunda Parte. A Restauração do Povo de Deus (7.1 -10.44)
I. Segundo Retorno a Jerusalém sob Esdras 7.1- 8.36
A. O Decreto deArtaxerxes 7.1-28
B. Censo dos Israelitas que Retomavam 8.1-14
C. Preparação Espiritual para o Retomo 8.15-23
D. Retomo Completado 8.24-36
11. A Restauração do Templo 9.1-10.44
A. Casamentos Mistos em Israel 9.1,2
B. Esdras Intercede perante Deus 9.3-15
C. Reforma de Israel 10.1-44
Retorno do Exílio
Quando Ciro, o Persa, conquistou Babilônia em 539 a.c., o controle governamental sobre os povos
cativos foi relaxado, e o caminho estava aberto para que o povo exilado de Judá começasse a retomar
à sua terra natal. A ascensão e vitória de Ciro cumpriram a profecia de Isaías 44.28 - 45.4. Três
grandes expedições fizeram o caminho de volta. A primeira de 538 - 537 a.c., sob Zorobabel, a
segunda sob a liderança de Esdras em 458 a.c., e a última sob a liderança de Neemias em 444 a.C.
© 2002, Editora Cultura Cristã
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Jerusalém.
Susã
Residência de Neemias
e também o local
onde se deram
os acontecimentos
relatados no livro
de Ester.
Mar Mediterrâneo
"...ainda que os vossos rejeitados estejam pelas
extremidades dos céu, de lá os ajuntarei e os
trarei para o lugar que tenho escolhido
para ali fazer habitar o meu nome" (Ne 1.9).
136
Susã
NEEMIAS
(I
Contemporâneo de Esdras e copeiro do rei no palácio persa, Neemias dirigiu o terceiro e último
retomo a Jerusalém após o exílio da Babilônia. Tendo recebido permissão do rei persa para voltar a
sua terra natal, Neemias desafiou seus patrícios a reconstruir as muralhas destruídas de Jerusalém. A
despeito da oposição, a tarefa foi cumprida em apenas cinqüenta e dois dias. Em contraste, a tarefa
de reforma e reavivamento do povo de Deus exigiu anos da vida e da liderança piedosa de Neemias.
O Livro de Neemias é um complemento do Livro de Esdras. Apresenta informação adicional sobre
as reformas religiosa e social que tiveram lugar em Judá e em Jerusalém da metade do século 5º a.c.
Deriva seu título atual de seu personagem principal, Neemias, cujo nome apareceem 1.1. Originalmente
unido ao livro de Esdras no texto hebraico, Neemias foi considerado como um livro separado quando
as Escrituras foram traduzi das para o latim.
Autor
fi Porque Esdras e Neemias eram considerados como um único livro no texto hebraico e porque os dois
~
~ livros mostram certas similaridades de estilo e ponto de vista, muitos estudiosos têm con~iderado que
- ~ ambos tenham sido originalmente compilados pela mesma pessoa, provavelmente Esdras. E importante
~. notar que 1.1 descreve o conteúdo do livro como "Palavras de Neemias". Esta afirmação é confirmada
pela narrativa feita na primeira pessoa. Assim, se Esdras foi o compilador, ele supostamente estava
fazendo uma citação diretamente dos escritos de Neemias.
Neemias ocupava a alta e responsável posição de copeiro do rei Artaxerxes. Isto, evidentemente,
significava mais uma posição como conselheiro pessoal do rei, do que simplesmente um mordomo.
O fato de que mais tarde o rei o nomeou governador da Judéia, dá testemunho de sua considerável
habilidade administrativa. Freqüentemente o copeiro era também um eunuco e isto pode explicar por
que não se faz referência à família de Neemias.
Data
Neemias está intimamente associado ao ministério de seu contemporâneo, Esdras. Como sacerdote,
Esdras ajudou no trabalho de reavivamento espiritual; Neemias, como governador, ajudou na
reconstrução política e fisica, e dirigindo a reforma moral do povo. Juntos formaram uma equipe
eficiente na reconstrução do remanescente pós-exílio. Malaquias, o último profeta do Antigo
Testamento, também exerceu seu ministério durante este período provendo orientação moral e
espiritual. O Livro de Neemias focaliza os acontecimentos que circundaram o terceiro retorno do
Exílio em 444 a.C. Neernias serviu duas vezes como governador de Judá. Na primeira vez seu governo
durou doze anos (5.14), e terminou quando voltou a Babilônia (13.16). Retomou, então, a Jerusalém
"depois de alguns dias". Se o rei ainda era Artaxerxes I, como parece provável, então o segundo
período de governo de Neemias começou antes de 424 a.C., quando Artaxerxes morreu. Assim, o
livro de Neemias foi escrito, provavelmente, entre 430 e 420 a.c.
137
Neemias em Relance
ÊNFASE RECONSTRUÇÃO DAS MURALHAS RESTAURAÇÃO DO POVO
TEXTO 1.1 3.1 8.1 11.1 13.31
.DIVISÃO
PREPARAÇÃO PARA A RECONSTRUÇÃO RENOVAÇÃO OBEDIÊNCIA
RECONSTRUÇÃO DAS MURALHAS DO PACTO AO PACTO
DAS MURALHAS
POLíTICA ESPIRITUAL
TÓPICOS
CONSTRUÇÃO INSTRUÇÃO
LOCAL JERUSALÉM
OCASIÃO
19ANOS
(444 - 425 a. C.)
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Ine.
Quando Ocorreram os Eventos Registrados em Neem!as
Temas e Estrutura Literária
o Livro de eemias completa a narrativa histórica do povo de Deus no Antigo Testamento, cerca de
quatrocentos anos antes do nascimento do Messias prometido. Compõe-se de duas divisões que são:
a reconstrução das muralhas (caps. 1 - 13), e a restauração do povo (caps. 8 - 13).
Enquanto Esdras trata da restauração religiosa de Judá, Neemias se preocupa primordialmente com
sua restauração política e geográfica. Uma grande atenção é devotada à restauração das muralhas,
porque Jerusalém era o centro político e êspiritual de Judá. Sem as muralhas, Jerusalém dificilmente
seria considerada uma cidade.
Proeminente no livro de eemias, assim como em todo o Antigo Testamento, é o conceito do
pacto entre Deus e seu povo. O Antigo Testamento trata da história de Israel em termos de sua
fidelidade ou desobediência ao pacto. eemias 9.1 - 10.39 registra uma cerimônia de renovação
da aliança, na qual o povo se compromete a separar-se dos gentios no casamento e a obedecer
mandamentos de Deus.
A fidelidade de Deus à sua aliança é enfatizada pela extensa narrativa da construção das muralhas.
Esta reconstrução foi terminada, apesar dos consideráveis percalços contra o trabalho. A pergunta
levantada de se o rei persa permitiria tal obra, e também a oposição organizada contra Neemias em
Jerusalém, pelos dos samaritanos e amonitas. Apesar destas dificuldades quase intransponíveis, a
reconstrução foi completada em cinqüenta e dois dias, tendo os inimigos de Neemias reconhecido
que o esforço e a obra terminada tinham sido intervenção de Deus (6.15,16).
138
ESBOÇO DE NEEMIAS
Primeira Parte. A Reconstrução das Muralhas (1.1- 7.73)
I. Preparação para a Reconstrução 1.1- 2.20
A. Notícias sobre a Muralha Derribada 1.1-3
B. Intercessão de Neemias 1.4-2.8
C. Chegada de Neemias a Jerusalém 2.9-11
D. Preparação para a Reconstrução da Muralha 2.12-20
11. A Reconstrução dos Muros 3.1-7.73
A. Registro dos Construtores 3.1-32
B. Oposição à Reconstrução 4.1-6.14
C. Término da Reconstrução 6.15-19
D. Organização de Jerusalém 7.1-14
E. Registro dos que Voltaram a Jerusalém 7.5-73
Segunda Parte. A Restauração do Povo (8.1-13.31)
I. O Pacto É Renovado 8.1-1039
A. Interpretação da Lei 8.1-18
B. Reafirmação do Pacto 9.1-10.39
11. Obediência ao Pacto 11.1-1331
- A. Reassentamento do Povo 11.1-36B. Registro dos Sacerdotes e Levitas 12.1-26
C. Dedicação dos Muros de Jerusalém 12.27-47
D. Restauração do Povo 13.1-31
Reis Persas
Os acontecimentos narrados no livro de Esdras iniciam-se durante o reinado de Ciro (c. 538). O livro
de Neemias corresponde ao reinado de Artaxerxes I da Pérsia (465-424 a.Ci), Ester era madrasta de
Artaxerxes e é possível que ela tenha conseguido que Neemias fosse indicado como copeiro do rei.
Neemias deixou a Pérsia no vigésimo ano de Artaxerxes (2.1), retomando no trigésimo segundo ano
(13.6), deixando novamente a Pérsia em direção a Jerusalém "ao cabo de certo tempo" (13.6),
provavelmente ao redor de 425 a.c.
Xerxes!
Ciro Cambises Smerdis Daria! (Assuera) Artaxerxes ! Xerxes ll Daria"
559-530 530-522 522 522-486 486-465 465-424 424 423-404
575 550 525 500 475 450 425 400
139
Neemias, o Servo
Um servo leal e importante do rei da Pérsia, Neemias era copeiro e competia a ele proteger o rei de
ser envenenado. Seu dever de selecionar e provar o vinho real dava-lhe um constante acesso ao rei.
Neemias provou ser, também, um servo leal e importante de Deus e do povo judeu.
Um Servo ... Porque Deus ...
Ora por seu povo (1.4) Mantém o seu pacto (1.5)
Planeja para o seu povo (2.6-8) Inspira o seu povo (2.12)
Persevera contra os inimigos de seu povo (4.9,23) Perverte o plano dos inimigos (4.15,20)
Apela por unidade entre os membros de seu povo (5.10,11) Alegra-se com a união (5.9,13)
Percebe a falsidade e permanece fiel (6.2,8,12) Proclama o nome de Deus entre as nações (6.16)
o Projeto de Reconstrução de Neemias
Muitos marcos geográficos de Jerusalém são mencionados no Livro de Neemias (3.12-18;
12.27-39). Reconstruída por Zorobabe1, Esdras e Neemias, a cidade pós-exílio de Jerusalém
era consideravelmente menor e menos grandiosa do que a cidade que caiu diante da Babilônia
em 586 a.c.
Jerusalém.no tempo de Neemias
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-...:.y;.-.-- Torre de Hananel
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./ ...../.:~ O~ O~
Uma expansão maior foi iniciada
sob a orientação de Neemias
e continuou durante o
período intertestamentário .
.
,....
Fonte de Gion
"Então disseram:
Disponhamo-nos e edifiquemos.
E fortaleceram as mãos
para a boa obra"
(Ne 2.18).Muros reconstruídos de acordo com
o relato de Neemias 3 e seguintes.
© 2002, Editora Cultura Cristã
140'
•
ESTER
A mão providencial e protetora de Deus em favor de seu povo fica evidente ao longo do livro de
Ester, embora o nome de Deus não apareça nem sequer uma vez. O ardil de Hamã para destruir os
judeus representa um grave perigo para o povo de Deus e é contrariado pela coragem de Ester e pelo
conselho sábio de Mordecai, seu tio, tendo como resultado uma grande libertação. A festa judaica do
Purim se transforma em uma recordação anual da fidelidade de Deus em favor do seu povo.
Autor
~
Embora o texto de Ester não especifique a identidadede seu autor, seu conhecimento dos costumes
~
~ persas, o palácio de Susa, e detalhes de acontecimentos durante o reinado de Assuero, indicam que o
~ autor viveu na Pérsia durante este período. O óbvio nacionalismo e conhecimento do povo judaico
~ sugerem também que o autor era judeu. Os nomes de Esdras e Neemias têm sido sugeridos como
possíveis autores, mas o estilo de Ester difere radicalmente de ambos, e qualquer identificação precisa
é meramente especulativa.
~.-
Data
Os aéontecimentos ocorridos em Ester tiveram lugar entre 483 - 473 a.c. e localizam-se entre os
capítulos 6 e 7 de Esdras, entre o primeiro retomo liderado por Zorobabel e o segundo liderado por
Esdras. O fato de o autor mencionar o rei Assuero no passado (1.1), sugere que o livro deve ter sido
escrito durante o reinado de Artaxerxes I (465-424 a.C.) Lingüisticamente, Ester pode ser datado
durante a última metade do quinto ou no início do quarto século antes de Cristo.
Temas e Estrutura Literária
Historicamente, o livro de Ester revela um segmento da história de Israel ocorrido durante o cativeiro
na Pérsia. Fornece o único retrato bíblico de uma grande maioria de judeus que escolheu permanecer
na Pérsia em lugar de retomar à Palestina.
Embora haja pouca razão para duvidar de seu caráter histórico, o livro de Ester é um trabalho literário
finamente concebido, em que o autor apresenta uma trama intrincada de perigo e salvamento com
grande habilidade. Ester pode ser dividido em duas seções principais: ameaça aos judeus (caps. 1-
4) e o triunfo dos judeus (caps. 5 - 10).
Teologicamente, o tema da proteção de Deus a seu povo permeia todo o livro, embora o nome de
Deus ou mesmo a palavra Deus não possam ser encontrados no texto - fato que justifica algumas
das objeções sobre sua canonicidade. Embora Deus discipline seu povo, Ele não os abandona. O
Deus de Israel é soberano sobre a História e sua providência fica evidente em todas as páginas.
Ester "por acaso" é escolhida rainha; seu primo Mordecai "por acaso" frustra uma trama para
assassinar o rei; o rei "por acaso" fica sabendo da ação de Mordecai na hora certa. O livro subentende
que nenhum destes acontecimentos é acidental, mas que Deus está firmemente no controle e está
determinado a cumprir as promessas do pacto feito aos filhos de Abraão.
A conduta do povo de Deus também é importante em Ester. As dificuldades sobrevêm aos judeus
porque Mordecai recusa-se a prestar culto a qualquer outro que não seja Deus. Ele não renuncia seu
compromisso com Deus nem mesmo para salvar-se ou a seu povo.
141
•....•..-
, ,
~~~
e ~.
~:de3.-,.-.
Ester em Relance
~
ÊNFASE AMEAÇA AOS JUDEUS TRIUNFO DOS JUDEUS
TEXTO 1.1 2.1 5.1 8.4 10.3
DIVISÃO ESCOLHA DE ESTER HAMÃ FORMULA SUA TRIUNFO DE MOR~ECAI I TRIUNFO DE ISRAEL
COMO RAINHA TRAMA SOBRE HAMA SOBRE SEUS INIMIGOS
FESTA DE ASSUERO FESTA DE ESTER E PURIM
TÓPICOS
PERIGO SÉRIO GRANDE LIVRAMENTO
LOCAL PÉRSIA
OCASIÃO 10 ANOS (483-473 a. C.)
,
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 199J by Thomas Nelson, Inc.
Quando Ocorreram os Eventos do Livro de Ester
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o tema do jejum é muito importante em Ester. Um total de dez banquetes é mencionado e acontecimentos
importantes para a história acontecem durante estas festas (por exemplo, a desobediência de Vasti, a
tentativa de Ester salvar seu povo e o desmascaramento e condenação de Hamã). Este tema do banquete
serve para realçar 11mpropósito importante do livro. A explicação da origem da festa judaica
do Purim (9.18-32).
ESBOÇO DE ESTER
Primeira Parte: Ameaça aos Judeus (1.1- 4.17)
I. Escolha de Ester como Rainha 1.1 - 2.20
A. Divórcio de Vasti 1.1-22
B. Casamento com Ester 2.1-20
11. Hamã Formula sua Trama 2.21-4.17
A. Mordecai Revela a Trama para Assassinar o Rei 2.21-23
B. Hamã Planeja Assassinar os Judeus 3.1-4.l7
, Segunda Parte. O Triunfo dos Judeus (5.1-10.3)
I. O Triunfo de Mordecai sobre Hamã : 5.1-83
A. Preparando o Triunfo 5.1 - 6.3
B. Mordecai É Homenageado 6.4-14
C. Hamã Morre na Forca Preparada para Mordecai 7.1-10
D. A Casa de Hamã É Dada a Mordecai 8.1-3
111.O Triunfo de Israel sobre Seus Inimigos 8.4-103
A. Preparação para a Vitória de Israel 8.4-17
B. Vitória de Israel sobre Seus Inimigos 9.1-16
C. Celebração de Israel 9.17 - 10.3
142
Costumes Persas no Livro de Ester
o Livro de Ester registra acontecimentos ocorridos durante o reinado de Assuero (Xerxes) no século
5º a.C., no palácio de Susa, capital administrativa do império persa. Depois da morte de Dario I (o rei
persa que permitiu que qualquer judeu que desejasse voltar à sua terra natal poderia fazê-lo), seu
filho Assuero tomou-se rei. Assuero ficou insatisfeito com sua rainha, Vasti, baniu-a e casou-se com
Ester.
As festas reais persas eram famosas por seu esplendor e opulência. Ester comenta o costume persa de
comer reclinado em colchões ou almofadas. Todos os utensílios de mesa eram feitos de ouro, "vasos
de várias espécies" (1.7).
Leis especiais protegiam o rei persa. Ester 1.14 menciona sete príncipes que "se avistavam
pessoalmente com o rei". Eram os mais importantes entre os nobres, que serviam como conselheiros
do rei. Apenas a pessoa convocada pelo rei podia visitá-lo, um costume que indicava sua realeza,
bem como o protegia contra possíveis assassinos. Ester teve medo de ir falar a Assuero sem ser
chamada, pois o castigo para isto era a morte (4.11).
O império persa orgulhava-se de um sistema postal bem organizado (3.13). O anel do rei possuía um
sinete com o qual os documentos oficiais eram assinados. Na Pérsia antiga, os documentos eram
selados de duas formas: com o sinete do anel real, se os documentos fossem escritos em papiro. Ou
com um selo cilíndrico, se fossem escritos sobre tabletes de argila. Entre os objetos escavados na
cidade real de Persépolis encontrou-se um selo cilíndrico que pertenceu ao rei Xerxes.
Ester refere-se, também, "às leis dos Medos e dos Persas" (1.19). Esta frase demonstra a natureza
férrea das teis que governavam o império persa. Uma vez promulgada, a lei não podia ser mudada,
nem mesmo pelo próprio rei.
Mulheres do ·Antieo Testamento
Ester foi uma das importantes mulheres do Antigo Testamento, uma judia cativa na Pérsia que salvou
seu povo da destruição planejada pelo intrigante Hamã (Et 1-10).
Outras mulheres importantes no Antigo Testamento foram:
POSiÇÃO E FATOS REFERÊNCIANOME
Agar
Ana
Bate-Seba
Dalila
Débora
Diná
Eva
Gomer
Jezabel
Joquebede
Miriam·
Noemi
Orfa
Raabe
Raquel
Rute
Sara
Serva de Sara; mãe de Ismael
Mãe de Samuel
Esposa de Davi; mãe de Salomão
Filistéia que enganou Sansão
Juíza que derrotou os cananitas
Única filha de Jacó
Primeira mulher
Esposa infiel do profeta Oséias
Perversa esposa do rei Acabe
Mãe de Moisés
Irmã de Moisés, uma profetisa
Sogra de Rute
Cunhada de Rute
Prostituta que hospedou os espias de Israel; ancestral de Jesus
Esposa de Jacó
Esposa de Boaz e mãe de Obede; ancestral de Jesus
Esposa de Abraão, mãe de Isaque
Filha de Davi
Esposa de Moisés
Gn 16.3-16
1Sm 1
28m 11.3,27
Jz 16.4,5
Jz 4.4
Gn 30.21
Gn 3.20
Os 1.2,3
1Rs 16.30,31
Êx 6.20
Êx 15.20
Rt 1.2,4
Rt 1.4
Js 2.1-24; 6.22-27
Gn 29.28
Rt 4.13,17; Mt 1.5
Gn 11.29; 21.2,3
2Sm 13.1
Êx 2.21
Tamar
Zípora
(para a lista no Novo Testamento, veja à página 271.)
143
Festas Judaicas
A festa de Purim, estabelecida no mês de Adar, último mês do calendário sagrado, é um mernorial
contínuo do heroísmo de Ester, arriscando seu trono e sua vida para salvar seu povo, tomando-se o
instrumento de Deus para a libertação. A festa não celebra a destruição dos inimigos, mas sim o
descanso dos judeus, livres da opressão de seus inimigos. O Purim era caracterizado por festas e
alegria pelo salvamento e redenção sob o cuidado providencial de Deus.
Festas Judaicas
Mês do ano no Mês
Festa
calendário judeu
Dia Referência
Correspondente
Páscoa Nisã 14 Março/abril Êx.12.1-14;
Mt26.17-20
*PãesAsmos Nisã 15-21 Março/abril Êx 12.15-20
Primícias Nisã ou Sivã 16 ou 6 Março/abril Lv 23.9-14,
Maio/junhoNm 28.26
-
*Pentecostes Sivã 6 Maio/junho Dt 16.8-12;
(Semanas ou Colheita) (50 dias após At 2.1
a colheita
da cevada)
Trombetas, Rosh Hashanah Tisri 1,2 Setembro/ Nm29.1-6
(Ano Novo) outubro
Dia do Perdão Tisri 10 Setembro/ Lv 23.26-32;
(ou Expiação) Yom Kippur outubro Hb 9.7
*Tabernáculos Tisri 15-22 Setembro/ Ne8.3-18;
(Terdas) outubro Jo 7.2
Dedicação Quisleu 25 (8 dias) Novembro/ Jo10.22
(Luzes) Han ukkah dezembro
Purim Adar 14,15 Fevereiro/março Et 9.18-32
"As três festas principais, para as quais todo varão em Israel deveria comparecer ao Templo em Jerusalém (Êx 23.14-19)
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts 1993 by Thomas elson, lnc.
144
j
LITERATURA DE
SABEDORIA
A seção do Antigo Testamento conhecida como Literatura de Sabedoria compreende os livros de Jó,
Provérbios e Eclesiastes, bem como alguns Salmos. A palavra hebraica para Sabedoria poderia ser
traduzida como "arte de viver," pois os judeus consideravam a sabedoria em termos muito práticos.
esta literatura fornecia orientação para o comportamento moral da vida diária.
A literatura sapiencial hebraica, em contraste com os escritos de sabedoria de outras culturas, era
centralizada em Deus. "O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria
e o ensino" (Pv 1.7).
Diferentemente, a literatura sapiencial egípcia, por exemplo, focalizava a sabedoria dos antigos
sábios e a disciplina pessoal para aceitar as dificuldades da vida.
A literatura de sabedoria no Antigo Testamento se divide em três categorias mais amplas: (1)
Provérbios populares que expressam verdades práticas; (2) ditos ou parábolas com um sentido espiritual;
(3) discussões sobre os problemas da vida.
O livro de Provérbios nos apresenta máximas e observações sábias destinadas a desenvolver atitudes
apropriadas e um comportamento piedoso. Eclesiastes oferece uma discussão filosófica sobre o
vazio da vida sem Deus (Ec 1.2,14). Jó é um tratado clássico sobre o problema do mal e do sofrimento
humano. Sua conclusão é de que apenas conseguimos entender aquilo que Deus escolhe revelar-nos
(Jó 28.20-28).
Muitos dos Salmos, incluindo 1,4,10,14,18,19,37,49,73,90 e 112, são considerados literatura de
sabedoria. Um tema dominante nestes Salmos é o problema da prosperidade dos ímpios, ao passo
que os piedosos sofrem. Mas o salmista sábio sempre repete o refrão. " ... os malfeitores serão
exterminados, mas os que esperam no Senhor possuirão a terra" (SI 37.9).
Salomão, sucessor de Davi no trono de Israel, era reconhecido por sua sabedoria. Deus apareceu a
ele num sonho no início de seu reinado e lhe perguntou que dádiva gostaria de receber acima de
qualquer outra (lRs. 3.3-15). Salomão escolheu a sabedoria. Evidentemente, muitas das máximas
que encontramos no livro de Provérbios são de sua autoria.
145
Jó
Ambientado no período dos patriarcas, o livro de Jó conta a história de um homem que perde tudo-
riqueza, família e saúde - e luta com a pergunta: Por quê? O livro inicia com um debate celestial
entre Deus e Satanás e se desenvolve em três ciclos de debates terrenos entre Jó e seus amigos,
concluindo com um dramático diagnóstico divino a respeito dos problemas de Jó.
O nome "Jó" aparece em textos antigos do Oriente Próximo identificando um sábio lendário. Uma
vez que não existe nenhuma identificação genealógica de Jó, alguns estudiosos crêem que o autor
utilizou um personagem ficticio para estabelecer uma importante verdade teológica. Entretanto,
considerando-se o padrão normal da Bíblia de basear a revelação em eventos históricos, tal
possibilidade é questionável.
Autor
f{
O texto de Jó não revela a identidade de seu autor, mas o conteúdo do livro revela que ele era um
~
~ pensador profundo que trata do problema mais dificil e essencial da existência humana, sob uma
~ perspectiva espiritual madura. O autor era, também, uma pessoa de educação elevada e bem
~ familiarizada com os temas e com a natureza da literatura de sabedoria, e com as culturas de outros
países.
146
~_.
Data
Jó envolve duas questões quanto à data: a da ambientação do livro e a de sua composição.
Embora não seja possível determinar a data precisa dos eventos, vários fatores indicam o período
patriarcal (2000 a 1800 a.C.): a ausência de referência à história de Israel ou a à lei bíblica; a
longa vida de Jó, com mais de cem anos (42.16); e a consideração da riqueza de Jó em termos
de rebanhos (1.3).
As sugestões para data de composição do livro variam desde da era patriarcal até o período
pós-exílio. Atualmente, a maioria dos estudiosos data o livro entre a era salomônica e o exílio,
e alguns pontos de contato entre Jó e Isaías sugerem que ambos talvez tenham sido escritos
na mesma ocasião.
Temas e Estrutura Literária
o conteúdo do livro de Jó pode ser dividido em três partes: o dilema de Jó (caps. 1-2), os
debates de Jó (caps. 3-37), e o livramento de Jó (caps. 38-42). Além disso, a estrutura
literária do livro de Jó é simétrica. Introduzindo uma série de debates poéticos (3.1--42.6), o
prólogo em prosa apresenta o personagem, revela a confiança que Deus deposita nele, e conta
as tragédias que o reduziram a uma condição miserável econômica, física e emocionalmente.
Um epílogo, também em prosa (42.7 -17), relata a restauração de Jó e estabelece um equilíbrio
com relação ao prólogo.
A questão básica do livro é. "Se Deus é todo-poderoso e misericordioso, por que o justo
sofre?" O sofrimento em si não é o tema central do livro, na realidade a atenção é focalizada
naquilo que Jó aprende com seu sofrimento, isto é, a soberania de Deus sobre toda a criação.
Os debates que ocorrem nos capítulos 3 - 37 consideram se Deus permitiria que um inocente
sofresse.
A resposta dos três amigos de Jó - de que existe uma correlação direta entre retidão de conduta e
prosperidade/saúde - se mostra inadequada. A alegação de E1iú de que Deus pode usar o sofrimento
para purificar o justo, parece ser mais aceitável, mas ainda é incompleta. Finalmente, o diálogo entre
Deus e Jó demonstra que Deus é soberano e digno de ser louvado em tudo o que faz. Jó deve aprender
a confiar na bondade e no poder de Deus mesmo na adversidade, aprofundando sua concepção e
seu conhecimento pessoal de Deus.
Já reconhece um redentor (19.25-27) e clama por um mediador (9.33; 25.4; 33.23). O livro levanta
perguntas e questões que são perfeitamente respondidas em Cristo, o qual se identifica com nossos
sofrimentos (Hb 4.15). Cristo é a Vida, o Redentor, o Mediador e o Advogado do crente.
JÓ em Relance
ÊNFASE DILEMADEJÓ DEBATES DE JÓ
LIVRAMENTO
DEJÓ
TEXTO 1.1 3.1 15.1 22.1 27.1 32.1 38.1 42.17
DIVISÃO
~ PRIMEIRO SEGUNDO TERCEIRO DEFESA SOLUÇÃO CONTROVÉRSIA
ENTREDEUSE CICLO DE CICLO DE CICLO DE FINAL DEJÓ DEELlÚ ENTRE
SATANÁS DEBATES DEBATES DEBATES DEUSEJÓ
CONFLITO DEBATE ARREPENDIMENTO
TÓPICO
PROSA POESIA PROSA
LOCAL TERRA DE UZ (NORTE DA ARÁBIA)
OCASIÃO
PERíODO PATRIARCAL
(c. 2000 a. C.)
Nelsons Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.
(Não incluindo as profecias não cumpridas quando estes livros foram escritos)
Quando Ocorreram os Eventos Registrados nos Livros Poéticos e Sapienciais
Quando Ocorreram os Eventos Registrados em Jó
147
Esboço de JÓ
Primeira Parte. O Dilema de Jó (1.1 - 2.13)
I. A Situação de Jó 1.1-5
11. Primeiro Assalto de Satanás 1.6-22
111. Segundo Assalto de Satanás 2.1-10
IV. Chegada dos Amigos de Jó 2.11-13
Segunda Parte. Os Debates de Jó (3.1- 37.24)
I. Primeiro Ciclo de Debates 3.1-14.22
A. Primeiro Discurso de Já 3.1-26
B. Primeiro Discurso de Elifaz 4.1-5.27
C. Resposta de Já a Elifaz 6.1-7.21
D. Primeiro Discurso de Bi1dade 8.1-22
E. Resposta de Já a Bildade 9.1-10.22
F. Primeiro Discurso de Zofar 11.1-20
G. Resposta de Jó 12.1-14.22
11. Segundo Ciclo de Debates 15.1- 21.34
A. Segundo Discurso de Elifaz 15.1-35
B. Resposta de Jó 16.1-17.16
C. Segundo Discurso de Bi1dade 18.1-21
D. Resposta de Jó 19.1-29
E. Segundo Discurso de Zofar 20.1-29
F. Resposta de Jó 21.1-34
111. Terceiro Ciclo de Debates22.1- 26.14
A. Terceiro Discurso de E1ifaz 22.1-30
B. Jó Responde a Elifaz 23.1 - 24.25
C. Terceiro Discurso de Bi1dade 25.1-6
D. Jó Responde a Bi1dade 26.1-14
IV. Defesa Final de Jó 27.1-31.40
A. Primeiro Monólogo de Jó 27.1- 28.28
B. Segundo Monólogo de Já 29.1-31.40
V. A Solução de Eliú 32.1- 37.24
A. Intervenção de Eliú no Debate 32.1-22
B. Primeira Refutação de Eliú 33.1-33
C. Segunda Refutação de Eliú 34.1-37
D. Terceira Refutação de Eliú 35.1-16
E. Conclusão de Eliú 36.1-37.24
Terceira Parte. O Livramento de Jó (38.1 - 42.17)
I. Primeira Controvérsia entre Deus e Jó 38.1- 40.5
A. Primeiro Desafio de Deus a Jó 38.1-40.2
B. Primeira Resposta de Jó a Deus 40.3-5
11. Segunda Controvérsia entre Deus e Jó 40.6-42.6
A. Segundo Desafio de Deus a Jó 40.6-41.34
B. Jó Responde a Deus 42.1-6
111. Livramento de Jó e seus Amigos 42.7-17
148
Satanás e os Amil!OS de jó
Grande parte dos diálogos que aparecem em Jó referem-se ao relacionamento existente entre obediência
fiel da pessoa humana e bênção divina. Tanto Satanás como os amigos de Jó afirmam uma correlação
direta entre estas duas premissas - Satanás argumenta que a bênção divina produz obediência humana,
enquanto os amigos de Jó argumentam que a obediência recebe as bênçãos de Deus e a desobediência
merece o castigo. Diferentemente destes pontos de vista falsos, o livro de Jó ensina que alguns
sofredores são santos, que Deus é sempre digno do amor e do culto prestado por suas criaturas, quer
ele as abençoe quer não, e que Deus sempre tem um propósito ao permitir o sofrimento, embora
possamos nunca chegar a compreendê-lo.
Comparação entre a Teolol!ia de Satanás e a dos AmiJlOS de jó
SATANÁS AMIGOS
SE Já for abençoado por Deus, SE Já for fiel,
ENTÃO, ele será fiel. ENTÃO ele será abençoado.
OU OU
SE Já não for abençoado por Deus, SE Já for infiel, ENTÃO ele será punido.
ENTÃO ele será infiel.
(Satanás acusou Deus de subornar seus seguidores.)
A Objecão de Deus a jÓ
, '
-A resposta verdadeira ao problema do sofrimento humano e a soberania divina são encontradas nas
palavras de Deus no final do livro de Jó. Estes discursos são, muitas vezes, mal interpretados, como
se Deus estivesse meramente intimidando Jó e exigindo uma submissão sem realmente oferecer
uma resposta. O arrependimento de Já é conseqüência de seu reconhecimento da infinita grandeza
de Deus e de sua própria finitude humana. Uma explicaçào humana e final da compatibilidade entre
soberania e bondade divinas, e a existência do sofrimento humano, nào pode ser alcançada devido à
limitação do conhecimento humano e ao real caráter e extensão do poder de Deus sobre sua criação,
Mas também não se pode afirmar que as duas realidades sejam incompatíveis. Jó, finalmente, encontra
descanso na percepção de que, embora os caminhos divinos sejam às vezes incompreensíveis, podemos
sempre confiar em Deus.
Em face das formidáveis objeções de Deus, Já apenas poderia humilhar-se
OBJEÇÕES DE DEUS RESPOSTA DE JÓ
Primeiro: a iqnorância de Já (38.1 - 40.2) Já admite sua ignorância e silencia (40.3-5)
1- Já estava ausente durante a criação
2- Ele não pode explicar as forças da natureza
Segundo: a fragilidade de Já (40.6 - 41.34) Já confessa sua presunção e arrepende-se (42.2-6)
1- Ele é incapaz de revogar os caminhos de Deus
2- Ele não pode controlar as forças da natureza
149
~
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3.-__ ~ _
SALMOS
o Livro dos Salmos é omaior e, possivelmente, o mais utilizado livro da Bíblia. Salmos explora toda
a gama das experiências humanas de forma muito pessoal e prática. Escrito ao longo de um extenso
período da história de Israel, a imensa amplitude de temas abrangidos em Salmos inclui tópicos
como: júbilo, guerra, paz, culto, julgamento, profecia messiânica, louvor e lamento. Foram escritos
para serem acompanhados por instrumentos de corda e serviamcorno hinário do templo de Jerusalém
e como um guia devocional para o povo judeu.
O livro de Salmos foi coletado e composto gradualmente e era conhecido como Sepher Tehillim
(Livro de Louvores) pois quase todos eles contêm uma nota de louvor a Deus. A Septuaginta (Antigo
Testamento Grego) usa, como título para este livro, o termo grego Psalmoi, significando poemas
cantados com acompanhamento de instrumentos musicais e esta palavra se tomou base para os
termos "Saltério" e "Salmo" em português.
Autor
f( Nenhum outro livro da Bíblia tem tantos autores diferentes. Setenta e três salmos são atribuídos a
~
~ Davi na inscrição ou cabeçalho, e outros dois adicionais são atribuídos a Davi no Novo Testamento.
~ Além dos setenta e cinco escritos por Davi, doze são atribuídos a Asafe, um sacerdote que dirigia o
~ serviço de música. Dez foram escritos pelos filhos de Coré, um grupo ou associação de cantores e
compositores, e outros foram atribuídos a Salomão e Moisés.
Cinqüenta salmos são anônimos, embora alguns destes sejam atribuídos a Esdras.
150
Data
Os Salmos eram, originalmente, poemas individuais. Com o passar do tempo foram colecionados
para formar pequenos livros, e o Livro de Salmos, em sua forma atual, compreende cinco destes
livros menores. O mais antigo salmo individual é, provavelmente, o de Moisés (SI 90); o mais
recente é, possivelmente o Salmo 137, que não poderia ter sido escrito antes do 6º século a.C.
Embora muitos salmos tenham sido escritos e coletados durante a era davídica, ou imediatamente
após, a compilação final dos Salmos provavelmente não foi completada até a segunda metade do
século 5º a.c., durante o tempo de Esdras e eemias (450-425 a.C.)
Temas e Estrutura literária
O Saltério, na realidade, é formado de cinco livros e cada um deles termina com uma doxologia. Vários
sistemas de classificação de tipos de salmos foram desenvolvidos, freqüentemente baseados no conteúdo
ou na situação histórica particular de cada salmo. É comum falarmos de salmos de lamento ou súplica,
salmos de ação de graças, salmos de entronização, salmos de romagem ou peregrinação, salmos reais,
salmos de sabedoria, e salmos imprecatórios (veja página 154).
A poesia dos salmos é inigualável. A característica mais evidente da poesia hebraica é o
paralelismo, o relacionamento entre uma linha ou verso com a outra. Quatro dos mais importantes
tipos de paralelismo hebraico são: (1) paralelismo sinônimo, no qual a segunda linha de uma
parelha de versos repete a idéia da primeira (por ex, 3.1; 24.1); (2) paralelismo antitético, no
qual o pensamento da segunda linha é contrastado com o da primeira (por ex, 1.6; 90.6); (3)
paralelismo sintético, no qual a segunda linha representa um desenvolvimento do pensamento
iniciado na primeira linha (por ex, 1;1; 19.7); (4) paralelismo emblemático, onde a segunda
linha ilustra o pensamento da primeira, muitas vezes com o uso de um sími1e (por ex. 42.1).
Nove salmos são alfabéticos ou acrósticos (SI 9,10,25,34,37,111,112,119,145). Nos salmos
acrósticos cada linha sucessiva ou grupo de linhas começa com a letra seguinte do alfabeto
hebraico. O exemplo clássico de um poema acróstico é o salmo 119, no qual os oito versos de
cada estrofe começam com a mesma letra.
Salmos em Relance
LIVRO LIVRO I (1-41) LIVRO II (42-72) LIVRO 111 (73-89) LIVRO IV (90-106) LIVRO V (107-150)
AUTOR
DAVI DAVI ECORÉ ASAFE ANÔNIMOS DAVI E ANÔNIMOS
PRINCIPAL
NÚMERO DE
41 31 17 17 44
SALMOS
CONTEÚDO CÂNTICOS DE HINOS DE INTERESSE NACIONAL ANTíFONAS DE LOUVOR
BÁSICO ADORAÇÃO
SEMELHANÇA
GÊNESIS: ÊXODO: LEVíTICO: NÚMEROS: DEUTERONÔMIO:DE ASSUNTO
HOMEM E LIVRAMENTO E CULTO E DESERTO E ESCRITURACOMO
PENTATÊUCO CRIAÇÃO REDENÇÃO SANTUÁRIO PEREGRINAÇÃO E LOUVOR
DOXOlOGIA
41.13 72.18,19 89.52 106.48 150.1-6
FINAL
POSSíVEL
DAVI EZEQUIAS OU JOSIAS ESDRAS OU NEEMIAS
COMPilADOR
POSSíVEL
DATA DE C. 1020-970 a. C. C. 970-610 a. C. ATÉ 430 a. C.
COMPilAÇÃO
PERíODO DE
CERCA DE 1000 ANOS (c. DE 1410- 430 a. C.)
COMPOSiÇÃO
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Ine.
,
Quando os Salmos Foram Compostos
\
151
ESBOÇO DE SALMOS
Livro Um: Salmos 1 - 41
1. Contraste entre Dois Modos devida
2. Coroação do Ungido do Senhor
3. Vitória por causa da Derrota
4. Oração da Tarde por Livramento
5. Oração da Manhã por Orientação
6. Oração Pedindo a Misericórdia de Deus
7. Impiedade Justamente Punida
8. A Glória de Deus e o Domínio do Homem
9. Louvor pela Vitória sobre os Inimigos
10. Petição pelo Julgamento de Deus
11. Deus Testa os Filhos dos Homens
12. As Palavras Puras do Senhor
13. Oração à Resposta de Deus - Agora
14. As Características dos Ímpios
15. As Características do Justo
16. Vida Eterna para Aquele que Confia
17. "Esconde-me sob a Sombra das Tuas Asas"
18. Ação de Graças pelo Livramento Dado por Deus
19. As Obras e Palavras de Deus
20. Não Confiem em Carros nem Cavalos, mas em Deus
21. Triunfo do Rei
22. Salmo da Cruz
23. Salmo do Pastor Divino
24. Salmo do Rei da Glória
25. Oração Acróstica para Instrução
26. "Examina-me, ó Senhor, e Prova-me"
27. Confie no Senhor e não Fique com Medo
28. Júbilo pela Oração Respondida
29. A Voz Poderosa de Deus
30. Louvor por um Livramento Dramático
31. "Tenham Bom Ânimo"
32. A Bênção do Perdão
33. Deus Considera o Trabalho das Pessoas
34. Busquem ao Senhor
35. Petição pela Intervenção de Deus
36. A Excelente Misericórdia de Deus
37. "Descanse no Senhor"
38. O Fardo Pesado do Pecado
39. Conheça a Medida da Vida do Homem
40. Tenha Prazer em Fazer a Vontade de Deus
41. A Bênção de Ajudar os Pobres
Livro Dois: Salmos 42 - 72
-
42. Busquem ao Senhor
43. "Espere em Deus"
44. Oração pelo Livramento de Deus
45. O Salmo do Grande Rei
46. "O Senhor É Nosso Refúgio e Fortaleza"
47. O Senhor Subjugará Todas as Nações
48. O Louvor do Monte Sião
49. Riquezas não Podem Redimir
50. O Senhor Julgará Todos os Povos
51. Confissão e Perdão de Pecado
52. O Senhor Julgará o Ímpio
53. Retrato de um Pecador
54. O Senhor É Nosso Ajudador
55. "Confie seus Cuidados ao Senhor"
56. Medo em Meio às Provações
57. Oração no Meio do Perigo
58. Juizes Iníquos Serão Julgados
59. Pedido de Livramento de um Homem Violento
60. Oração pela Liberdade da Nação
61. Oração Quando nos Sentimos Esmagados
62. Espere no Senhor
63. Sede de Deus
64. Oração pela Proteção de Deus
65. Provisão de Deus através da Natureza
66. Lembrem-se do que Deus Fez
67. Deus Governará a Terra
68. Deus É o Pai dos Órfãos
69. Petição pela proximidade de Deus
70. Oração pelo Pobre e Necessitado
71. Oração pelos Idosos
72. O Reinado do Messias
Livro Três: Salmos 73 - 89
73. A Perspectiva da Eternidade
74. Pedido rara que Deus se Lembre de seu Pacto
75. "Deus E Juiz"
76. O Poder Glorioso de Deus
77. Quando Esmagado, Lembre-se da Grandeza de Deus
78. A CcfntínuaDireção de Deus apesar da Descrença
79. Vingança pela Profanação de Jerusalém
80. Súplica de Israel pela Misericórdia de Deus
81. Súplica de Deus pela Obediência de Israel
152
82. Repreensão aos Juizes Injustos de Israel
83. Súplica para que Deus Destrua os Inimigos de Israel
84. A Alegria de Habitar com Deus
85. Oração por Reavivamento
86. "Ensina-me o Teu Caminho, Ó Senhor"
87. Gloriosa Sião, Cidade de Deus
88. Chorando em Profunda Aflição
89. Implorando as Promessas de Deus em Aflição
Livro Quatro: Salmos 90-106
90. "Ensina-nos a Contar os Nossos Dias"
91. Habitando "à Sombra do Onipotente"
92. Bom É Louvar ao Senhor
93. A Majestade de Deus
94. Vingança Pertence Somente a Deus
95. Chamada à Adoração
96. Declarem a Glória de Deus
97. Alegrem-se! O Senhor Reina!
98. Cantem um Cântico Novo ao Senhor
99. "Exaltem ao Senhor Nosso Deus"
100. "Sirvam ao Senhor com Alegria"
101. Compromissos de uma Vida Santa
102. Oração de um Santo Aflito
103. Todo o Povo, Bendiga ao Senhor
104. Salmo Recordando a Criação
105. Lembrem-se, Deus Cumpre suas Promessas
106. "Nós Pecamos"
Livro Cinco: Salmos 107- 150
107. Deus Satisfaz a Alma Faminta
108. Levante-se Cedo e Louve ao Senhor
109. Canção do Difamado
110. A Vinda do Sacerdote-Rei-Juiz
111. Louvor pelo Temo Cuidado de Deus
112. As Bênçãos dos que Temem ao Senhor
113. A Graça Condescendente de Deus
114. Louvor pelo Êxodo
115. A Deus somente Seja a Glória
116. Amem ao Senhor pelo que Ele Fez
117. Louvor de Todos os Povos
118. Melhor Confiar em Deus do que no Homem
119. Um Acróstico para Louvar as Escrituras
120. Um Grito de Tristeza
121. O Senhor É Quem nos Guarda
122. "Orem pela Paz de Jerusalém"
123. Súplica pela Misericórdia de Deus
124. Deus Está ao Nosso Lado
125. Confie no Senhor e Viva para Sempre
126. "Semeia em Lágrimas ...Colhe com Alegria"
127. Os Filhos São Herança de Deus
128. Bênçãos sobre a Casa do que Teme a Deus
Tipos de Salmos
129. Súplica do Perseguido
130. "Minha Alma Espera pelo Senhor"
131. Fé como a da Criança
132. Confie no Deus de Davi
133. Beleza da União Entre os Irmãos
134. Louve ao Senhor a Noite
135. Deus Tem Feito Grandes Coisas
136. A Misericórdia do Senhor Dura para Sempre
137. Lágrimas no Exílio
138. Deus Respondeu a Minha Oração
139. "Sonda-me, Ó Deus"
140. Preserva-me da Violência
141. Põe Guarda, Senhor, à Minha Boca
142. "Ninguém Cuida da Minha Alma"
143. "Ensina-me a Fazer a tua Vontade"
144. "O que É o Homem?" '\
145. Exalta os Grandes Atos de Deus
146. "Não Ponha sua Confiança em Príncipes"
147. Deus Cura os Abatidos
148. Toda Criação Louva ao Senhor
149. "O Senhor Tem Prazer em seu Povo"
150. "Louvai ao Senhor"
Partes do livro eram usadas como hinário nos serviços de culto do antigo Israel. O Livro contém 150
salmos individuais que podem ser agrupados nos seguintes tipos ou categorias:
1. Salmos de lamentação individual ou comunitária, ou orações pedindo a salvação e libertação
de Deus. Os Salmos que pertencem a este grupo são. 3 -7; 12; 13; 22; 25-28; 35; 38-40; 42-44; 51;
54-57; 59-61; 63; 64; 69-71; 74; 79; 80; 83; 85; 86; 88; 90; 102; 109; 120; 123; 130 e 140-143.
Estes Salmos falam ao crente em momentos de desespero e falta de esperança, quando necessitamos
do livramento de Deus.
2. Salmos de Ação de Graças rendem louvor a Deus por seus atos graciosos. Este tema ocorre nos
salmos 8; 18; 19;29;30;32-34; 36;40;41;66; 103-106; 111; 113; 116; 117; 124; 129; 135; 136;
138; 139; 146 - 148 e 150. Todas as orações que fazemos deveriam incluir uma palavra de ação de
graças. Estes salmos nos fazem conscientes das bênçãos de Deus e nos ensinam a expressar nossa
gratidão com sentimento e convicção.
I
153
/
3. Salmos de Entronização, referem-se ao governo soberano de Deus. Salmos deste tipo são: 47;
93 e 96 - 99. Por meio destes salmos reconhecemos a Deus como Criador poderoso e Senhor
soberano sobre toda sua criação.
4. Salmos de Peregrinação ou Romagem, que eram cantados pelos adoradores em sua viagem para
Jerusalém para participar das festas judaicas. Entre os salmos de peregrinação temos: 43; 46; 48; 76;
84; 87 e 120 - 134. Estes salmos nos auxiliam a estabelecer um ambiente de culto reverente.
5. Salmos Reais, que retratam o reino do rei terreno e também do Rei Celestial
de Israel. Este tema é evidente nos salmos 2; 18; 20; 21; 45; 72; 89; 101; 110;
132; 144. Estes salmos nos ajudam a perceber a necessidade diária que temos
de reconhecer a Cristo como o soberano senhor de nossas vidas.
IMAGENS DE DEUS
NOS SALMOS
Imagens de Deus Referência nos
como Salmos
Escudo
Rocha
Rei
Pastor
Juiz
Refúgio
Fortaleza
Vingador
Criador
Libertador
Curador
Protetor
Provedor
Redentor
3.3; 28.7; 119.114
18.2; 42.9; 95.1
5.2; 44.4; 74.12
23.1; 80.1
7.11
46.1; 62.7
31.3; 71.3
26.1
8.1,6
37.39,40
30.2
5.11
78.23-29 I
107.2
6. Salmos de Sabedoria, que instruem o crente no caminho da sabedoria e
retidão. Salmos individuais de sabedoria são 1; 37; e 119. Estes salmos são
especialmente apropriados em momentos de decisão, quando estamos
procurando discernir a vontade e orientação de Deus em nossas vidas.
7. Salmos Imprecatórios, com os quais o crente invoca a ira e o julgamento
de Deus sobre os inimigos do Senhor. Este tema ocorre nos salmos 7; 35; 40;
55; 58; 59; 69; 79; 109; 137; 139 e 144. Estes salmos nos ajudam a refletir
sobre a intensidade de nossas reações aos que se opõem a Deus, bem como
sobre o nosso compromisso com o caráter santo de Deus.
Salmos MessiânicosMuitos Salmos antecipam especificamente a vida e o ministério de Jesus Cristo, o Filho de Davi, que
veio séculos mais tarde como o Messias prometido. As profecias messiânicas nos Salmos tomam
formas variadas e se referem a Cristo de várias maneiras: (1) Típico Messiânico. O assunto do Salmo
é,.de alguma forma, um tipo de Cristo (veja, por exemplo, SI 34.20; 69.4, 9); (2) Típico Profético. O
Salmista usa a linguagem para descrever sua experiência presente, a qual aponta para além de sua
própria vida e torna-se historicamente verdadeira em Cristo (por exemplo, SI 22); (3) Indiretamente
Messiânico. No tempo em que foi composto, o Salmo se refere a um rei, ou à casa de Davi em geral,
mas espera o cumprimento final em Cristo (por exemplo, SI 2; 45; 72). (4) Puramente Profético.
Refere-se somente a Cristo, sem referência a qualquer outro filho de Davi (por exemplo, SI 110). (5)
Entronização. Antecipa a vinda de Javé e a consumação de seu reino, que será cumprida na pessoa
de Cristo (por exemplo, Salmos 96 - 99).
Salmo Retrato Cumprimento
2.7 Filho de Deus MI3.17
8.2 Louvado pelas Crianças Mt 21.15,16
8.6 Domínio sobre Tudo Hb 2.8
--
16.10 Ressurreição dos mortos Mt28.7
22.1 Abandonado por Deus Mt 27.46
22.7,8 Insultado pelos inimigos Lc 23.35
22.16 Mãos e pés perfurados Jo 20.27
22.18 Sorte lançada sobre a túnica Mt 27.35,36
34.20 Ossos não quebrados Jo 19.32,33,36
35.11 Acusado por falsas testemunhas Mc 14.57
35.19 Odiado sem razão . Jo 15.25
40.7,8 Tem prazer na vontade de Deus Hb 10.7
Salmo Retrato Cumprimento
41.9 Traído por um amigo Lc 22.47
45.6 Rei eterno Hb 1.8
68.18 Sobe ao céu At 1.9-11 -
69.9 Zeloso pela casa de Deus Jo 2.7
69.21 Recebe vinagre e fel M127.34 --
109.4 Ora pelos inimigos Lc 23.34
109.8 Traidor é substituído AI 1.20
._-
. __ .
110.1 Domina sobre seus inimigos Mt 22.44
110.4 Sacerdote eterno Hb 5.6 -
118.22 Principal pedra edifício de Deus Mt 21.42
118.26 Vem em nome do Sentior Mt 21.9
.-
I
154
PROVÉRBIOS
Provérbios apresenta instruções detalhadas de Deus para que seu povo possa enfrentar com sucesso
as tarefas da vida diária: como relacionar-se com Deus, com os pais, filhos, vizinhos, e com o governo.
Salomão, o principal autor, usa uma combinação de poesia, parábolas, perguntas enérgicas, pequenas
histórias, e máximas de sabedoria para dar, de forma surpreendentemente memorável, o senso comum
e a perspectiva divina necessários para enfrentar os desafios da vida.
Porque Salomão, o protótipo do sábio em Israel, foi aquele que contribuiu de forma principal na
formação do livro, o título hebraico éMishle Shelomon ("Parábolas de Salomão"). O título português
do livro é derivado do latim Liber Proverbiorum, ou "Livro de Provérbios".
Autor
O nome de Salomão aparece no início de três seções escritas por ele. capítulos 1 - 9; 10.1 - 22.16;
~
capítulos 25 - 29. De acordo com 1Rs 4.32, Salomão proferiu três mil provérbios, dos quais cerca de
~ ' 800 estão incluídos em Provérbios. É provável que Salomão tenha coletado e editado outros provérbios
~ além dos seus próprios (Ec 12.9).
Provérbios 22.17 - 24.34 é constituído das "palavras do sábio" (22.17; 24.23). Alguns destes ditos
são muito semelhantes aos encontrados no texto Sabedoria de Amenemope, um documento de
ensinamentos para o serviço civil escrito por um egípcio que viveu provavelmente entre os anos
1000 e 600 a.c. É possível que a tradição de sabedoria egípcia tenha emprestado certos aforismos da
literatura hebraica. Além disso, Provérbios inclui oráculos escritos por pessoas desconhecidas como
Agur, filho de Jaque (30.1), e o rei Lemuel (31.1).
Data
Os provérbios de Salomão foram escritos antes de 930 a.c. e seus provérbios contidos nos capítulos
25-29, foram coletados por Ezequias cerca de 230 anos mais tarde. Portanto, partes do livro foram
compiladas durante o reinado de Ezequias e uma data razoável para sua composição final seria
durante o século 5º a.c.
Este tipo de literatura não era exclusivo de Israel, podendo ser encontrado em outros países do antigo
Oriente Próximo. No Egito podem ser encontrados exemplares escritos tão antigos quanto 2700 a.C.
Embora o estilo fosse semelhante ao da literatura de sabedoria de Israel, os provérbios e ditos destes
países diferiam em conteúdo dos escritos de Israel, pois não apresentavam o caráter e os padrões de
retidão do Senhor.
Temas e Estrutura Literária
Provérbios pode ser dividido em seis segmentos: propósito dos provérbios (1.1-7); provérbios para
a juventude (1.8 - 9.18); provérbios de Salomão (10.1 - 24.34); Provérbios de Salomão copiados
por escrivãos de Ezequias (25.1 - 29.27); Palavras de Agur (30.1 - 33); e as palavras do rei
Lemuel (3 1.1-3 1).
155
Provérbios em Relance
PROPÓSITO DOS
PROVÉRBIOS
PROVÉRBIOS PROVÉRBIOS PALAVRAS PALAVRAS
ÊNFASE
PROVÉRBIOS
PARA A
DE SALOMÃO DE SALOMÃO DEAGUR DE LEMUEL
JUVENTUDE (EZEQUIAS)
TEXTO 1.1 1.8 10.1 25.1 30.1 31.1 31.31
PROPÓSITO EXORTAÇÕES PRIMEIRA SEGUNDA PROVÉRBIOS
DIVISÃO COLEÇÃO DE COLEÇÃO DE
ESPOSA
ETEMA DE UM PAI
SALOMÃO SALOMÃO
NUMÉRICOS VIRTUOSA
PRÓLOGO PRINCíPIOS DE SABEDORIA EPíLOGO
TÓPICOS
ELOGIO DA CONSELHO DA SABEDORIA COMPARAÇÕES DE SABEDORIA
SABEDORIA
LOCAL JUDÁ
OCASIÃO c. 950 - 450 a.C.
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Cliarts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.
Quando Foram Escritos e Compilados os Provérbios
Provérbios é um dos poucos livros bíblicos que proclama claramente seu propósito: conferir
discemimento moral e discrição (1.3-5) e desenvolver clareza mental e percepção (1.2,6). A "sabedoria"
da qual Provérbios fala é literalmente "arte" de viver. Sabedoria é mais que perspicácia ou inteligência.
Ao contrário, refere-se a uma retidão prática e agudeza moral. Provérbios trata da mais fundamental
de todas as habilidades: retidão prática diante de Deus em todas as áreas da vida.
Típico dos escritos de sabedoria no antigo Oriente Próximo, muitos provérbios parecem ter surgido
no ambiente doméstico. O termo "filho" ocorre em quarenta e quatro versículos, "pai" em quinze, e
"mãe" em onze. Maridos e esposas são admoestados a se unirem alegremente em união claramente
monogâmica (apesar da poligamia praticada na ocasião, especialmente por Salornão). Ambos os
pais são orientados a participar da educação das crianças e a nutri-Ias na fé. Pecados que atacam a
boa ordem do lar são diretamente denunciados.
Em Provérbios a sabedoria é personificada e age como a Palavra dinâmica de Deus.
No Novo Testamento Jesus se torna Sabedoria e Palavra de Deus
Origem da Sabedoria (8.22-31) Ensinamentos da Sabedoria (8.1-13) Valor da Sabedoria (8.18-36)
Em Deus (v. 22) Prudência (vs 5,12) Produz riquezas e honra (v. 18)
Desde a eternidade (v. 23) Compreensão (v. 5) Mais valiosa que ouro e prata (v. 19)
Antes de todas as coisas (vs 23 - 31) Coisas excelentes (v. 6) O sábio é abençoado (v. 32, 34)
Verdade (v. 7) O sábio encontra a vida (v. 35)
Ódio à iniquidade (v. 7) O tolo ama a morte (v. 36)
Justiça (v. 8)
Conhecimento (v. 12)
Discrição (v. 12)
Temor do Senhor (v. 13)
J56
J
.1
Muitos provérbios apresentam um contraste entre sabedoria e estultícia. Sabedoria é preferível a
estultícia por causa de sua origem divina e dos ricos beneficios. Há tipos diferentes de tolos,
compreendendo desde aqueles que são ingênuos e sem compromissos, até os escarnecedores que
arrogantemente desprezam o caminho de Deus.
Em Provérbios capo 8 a sabedoria é personificada e vista em sua perfeição. Ela é divina (8.22-31), é
a fonte da vida biológica e espiritual (8.35,36), é justa e moral (8.8,9), e está disponível a quantos
desejarem recebê-Ia (8.1-6, 32-35). Esta Sabedoria toma-se encarnada em Cristo "em quem todos
os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos" (Cl 2.3; cf. 1Co 1.30).
ESBOÇO DE PROVÉRBIOS
I. O Propósito de Provérbios 1.1-7
n. Provérbios para a Juventude 1.8-9.18
A. Obedeça aos Pais 1.8, 9
B. Evite Más Companhias 1.10-19
C. Busque a Sabedoria l.20 - 2.22
D. Beneficios da Sabedoria 3.1-26
E. Seja Bondoso para com os Outros 3.27-35
F. O Pai Incentiva a buscar a Sabedoria4.1-13
G. Evite o Perverso 4.14-22
H. Guarde seu Coração 4.23-27
I. ão Cometa Adultério 5.1-14
1. Seja Fiel a Seu Cônjuge 5.l5-23
K. Evite a Penhora 6.1-5
L. Não Seja Preguiçoso 6.6-19
M. Não Cometa Adultério 6.20 - 7.27
N. Louve a Sabedoria 8.1-9.12
O. Mulher Fútil 9.13-18
111. Provérbios de Salomão 10.1- 24.34
A. Provérbios Contrastando o Justo e o Perverso 10.1-15.33
B. Provérbios Incentivando uma Vida Íntegra 16.1-22.16
C. Provérbios sobre Várias Situações 22.17 - 24.34
IV. Provérbios de Salomão Copiados por Escrivães de Ezequias 25.1 - 29.27
A. Regulamentando o Relacionamento com os Outros 25.1 - 26.28
B. Regulamentando Várias Atividades 27.1-29.27
V. Palavras de Agur 30.1-33
VI. Palavras do Rei Lemuel 31.1-31
A. Sabedoria para os Líderes 31.1-9
B. Mulher Virtuosa 31.10-31
157
Mestres Notáveis nas Escrituras
Moisés Reconhecido como o líder de Israel que primeiro ensinou a Lei de Deus
(Dt 4.5).
Bezalel e Aoliabe Dois artesãos peritos que foram dotados e chamados para ensinar
outros na construção do tabernáculo (Êx 35.30-35).
Samuel Último juiz de Israel antes da monarquia, que ensinou ao povo o
"bom e reto caminho" (1Sm 12.23).
Davi Preparou seu filho, Salomão, para construir e sustentar o templo
(1Cr 28.9-21).
Salomão Conhecido por sua ilustre sabedoria, ensinou sobre vários temas,
incluindo literatura, botânica e zoologia (1Rs 4.29-34).
Esdras Escriba e sacerdote comprometido não apenas em guardar a Lei
para si mesmo, mas também em ensiná-Ia a outros (Ed 7.10).
Jesus Chamado Rabi ("mestre", Jo 1.38; compare Mt 9.11; 26.18; Jo 13.13),
~ cujos ensinamentos revelaram as boas novas de salvação (Ef 4.20,21).
Barnabé Um dos professores entre os crentes de Antioquia (At 13.1) o qual teve
um forte impacto sobre Saulo depois de sua conversão à fé (At 9.26-30).
Gamaliel Renomado rabino judeu que foi professor de Saulo durante sua
juventude (At 22.3).
Paulo Talvez o mais talentoso professor da igreja primitiva, conhecido por ter
ensinado ao mundo romano, especialmente em Antioquia (At 13.1)
e na escola de Tirano, em Éfeso (19.9).
Priscila e Áquila Dois crentes que ensinaram o caminho do Senhor a um jovem e
talentoso orador chamado Apoio (At 18.26).-
Apoio Poderoso professor de Alexandria no Egito, cujo ensino preparou o
caminho para o evangelho em Éfeso (At 18.24-26).
Timóteo Pastor e professor da igreja de Éfeso (1Tm 1.3; 2 Tm 4.2).
Tito Pastor e professor de uma igreja na ilha de Creta (Tt 2.1-15).
158
ECLESIASTES
Eclesiastes é um livro profundo e difícil. Registra uma intensa busca de sentido e satisfação na vida
sobre a terra, especialmente em vista de todas as injustiças e aparentes absurdos que nos rodeiam.
O nome Eclesiastes é derivado da palavra grega ekklesia ("assembléia") e significa "aquele que se
dirige a uma assembléia". Este termo grego traduz o título hebraico Qoheleth, que é muitas vezes
traduzido como "Pregador" ou "Professor" em português.
Autor
Em razão das palavras iniciais do livro ("Palavras do Pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém").
~. ~
Eclesiastes tem sido creditado, tradicionalmente, a Salomão, acreditando-se que ele o tenha escrito
~ em sua velhice. O tom pessimista que pervade o livro estaria em consonância com o estado espiritual
~ de Salomão nesta ocasião (veja 1Rs 11). Muitos especialistas, entretanto, datam o livro de um
período posterior por causa do caráter do hebraico (que parece ser do período exílico ou pós
exílico) e por causa do problema teológico apresentado por um Salomão apóstata escrevendo
Escritura Sagrada. Se não foi Salomão quem compôs o trabalho, ele talvez tenha surgido no tempo
de Esdras (c. 450 a.C.).
~-
Data
A questão da data de Eclesiastes está relacionada com a identidade de seu autor (veja a cima).
Temas e Estrutura Literária
O caráter literário de Eclesiastes é complexo. Parece ser uma coleção de vários tipos de literatura, todos
argumentando sobre o mesmo ponto. Temos ditos de sabedoria (provérbios), bem como seções que são
reflexivas e meditativas. Um terço do livro é poesia, mas há passagens narrativas também.
Eclesiastes é extremamente difícil para sintetizar e esboçar, tendo várias abordagens alternativas sido
propostas. Um esquema de três partes é o que adotamos aqui: (1) a tese de que tudo é vaidade (1.1-11),
(2) a prova de que tudo é vaidade (l.l2 -6.12), e (3) o conselho para viver com a vaidade (7.1-12.14).
O propósito de Eclesiastes é demonstrar a tese de que "Tudo é vaidade" (1.2). Isto representa um
contraste com o livro de Provérbios, no qual uma confiança otimista afirma que a vida é
fundamentalmente lógica e consistente em que escolhas sábias produzem bons resultados, enquanto
escolhas tolas produzem maus resultados. Eclesiastes reconhece que, freqüentemente, a vida não
funciona desta maneira. Eclesiastes não representa uma simples contradição a Provérbios, mas
suplementa-o com uma perspectiva diferente, embora igualmente necessária. Há mistérios
inexplicáveis na vida que desafiam soluções fáceis. Apesar das perguntas não respondidas, ainda é
melhor temer a Deus, guardar os seus mandamentos e assim gozar a vida (3.12; 12.13).
Ao deixar alguns problemas difíceis sem resolver, Eclesiastes coloca perguntas profundas a respeito
do sentido e coerência da vida, questões que, em última análise, apenas podem ser respondidas em
Jesus Cristo, pois somente Cristo pode oferecer uma satisfação plena, alegria e sabedoria.
159
Eclesiastes em Relance
ÊNFASE
TESE: PROVA: CONSELHO:
''TUDO É VAIDADE" "A VIDA É VÃ" ''TEMER A DEUS"
TXTO 1.1 1.4 1.12 3.1 7.1 10.1 12.9 12.14
INTRODUÇÃO ILUSTRAÇÕES PROVA PROVA NFRENTANDO CONSELHO
CONCLUSÃO:
DIVISÃO À DA DAS DA UM PARA A
TEMAM E
VAIDADE VAIDADE ESCRITURAS OBSERVAÇÃO MUNDO MAU INCERTEZA
OBEDEÇAM
ADEUS
DECLARAÇÃO DA VAIDADE DEMONSTRAÇÃO DA VAIDADE DA VAIDADE
TÓPICO
ASSUNTO SERMÕES SUMÁRIO
LOCAL UNIVERSO: "DEBAIXO DO SOL"
ÉPOCA c. 935 - 450 a.C.
Nelson :\.Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thornas Nelson, Ine.
ESBOÇO DE ECLESIASTES
Primeira Parte: A Tese: "Tudo É Vaidade" (1.1-11)
I. Introdução à Vaidade 1.1-3
11. Ilustrações de Vaidade 1.4-11
Segunda Parte: A Prova de que "Tudo É Vaidade" (1.12 - 6.12)
I. "Tudo É Vaidade": Prova pela Experiência 1.12 - 2.26
A. Vaidade de Lutar por Sabedoria 1.12-18
B. Vaidade de Lutar por Prazer 2.1-3
C. Vaidade das Grandes Realizações 2.4-17
D. Vaidade do Trabalho Pesado 2.18-23
E. Conclusão: Vivam Contentes 2.24-26
11. "Tudo É Vaidade": Prova pela Observação 3.1 - 6.12
A. Imutabilidade do Programa de Deus 3.l-22
B. Desigualdades da Vida 4.1-16
C. Insuficiências da Religião Humana 5.l-7
D. Insuficiências da Riqueza 5.8-20
E. Inescapável Vaidade da Vida 6.1-12
160
I. Enfrentando um Mundo Mau 7.1-9.18
A. Contraste entre Sabedoria e Tolice 7.1-14
B. Sabedoria da Moderação 7.15-18
C. Força da Sabedoria 7.19-20
D. Submissào à Autoridade 8.1-9
E. Incapacidade de Compreender Todos os Atos de Deus 8.1 0-17
F. Todos os Homens São Julgados 9.1-6
G. Goze a Vida Enquanto É Tempo 9.7-12
H. O Valor da Sabedoria 9.13-18
11. Conselho para as Incertezas da Vida ~ 10.1-12.8
A. Características da Sabedoria 10.1-15
B. Sabedoria Relacionada ao Rei 10.16-20
C. Sabedoria Relacionada aos Negócios 11.1-6
D. Sabedoria Relacionada à Mocidade 11.7 -12.18
IH. Conclusão: "Tema a Deus e Guarde seus Mandamentos" 12.9-14
Sabedoria Vinda de Deus
o autor termina seu livro afirmando que existe um Deus que pedirá contas dos nossos feitos durante a
vida. A 'lida "debaixo do sol" será julgada de uma perspectiva celestial. Assim termina o livro com uma
nota positiva e estimulante. Por causa de nossa responsabilidade de prestar contas perante Deus, o curso
·de nossas vidas tem um significado eterno. Apesar da aparente futilidade que freqüentemente encontramos
em nossa observação e experiência da vida, o autor exorta seus leitores a compreender pela fé, a soberania,
bondade e justiça de Deus e a gozar todas as facetas da vida como uma dádiva que vem de suas mãos.
Examine tabela "O Caminho da Sabedoria"abaixo:
o Caminho da Sabedoria
TEMOR DO SENHOR SATISFAÇÃO (12.13,14)
Sem Deus "tudo é vaidade".
Conhecimento sem Deus cinismo (1.7,8)
Grandeza sem Deus tristeza (1.16-18)
Prazer sem Deus desapontamento (2.1,2)
Trabalho sem Deus ódio pela vida (2.17)
Filosofia sem Deus vazio (3.1-9)
Eternidade sem Deus malogro (3.11)
Vida sem Deus depressão (4.2,3)
Religião sem Deus terrível (5.7)
Riqueza sem Deus distúrbios (5.12)
Existência sem Deus frustração (6.12)
Sabedoria sem Deus desespero (11.1-8)
O começo da sabedoria é o temor do Senhor,
uma atitude profundamente séria para com os mandamentos de Deus
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.
161
A.. A..
CANTICO DOS CANTICOS
o Cântico dos Cânticos é uma canção de amor pródiga em metáforas e figuras orientais. Conta o
namoro e casamento de uma pastora com o rei Salomão e as alegrias e angústias do amor conjugal.
O livro é arquitetado como cenas de um drama com três oradores principais: a noiva, o rei e um coro
(das filhas de Jerusalém).
Baseado no seu primeiro verso, o livro é conhecido como "Cântico dos Cânticos" ou "Cântico de
Salomão". Em latim ele é chamado Canticles, que significa "Canções".
Autor
~
@/É tradicionalmente atribuído a Salomão, embora alguns rejeitem a autoria Salomônica e considerem
~_ a frase "de Salomão" como uma dedicação e não como uma designação de autoria. Se Salomão for
~ o autor, o livro representa um dos 1005 cânticos que sabemos ser sua composição (lRs 4.32).
162
Data
A autoria salomônica exige que ele seja datado dentro do século 1Oº a.C. A tradição judaica considera
o livro como produto da juventude ae Salomào (cf. 6.8), antes da excessiva multiplicação de esposas
e concubinas por razões de expediente político ou indulgência sensual. Aqueles que rejeitam a autoria
sa:lomônica, datam o livro do período pós-exílio argumentando que a construção gramatical do hebraico
sugere uma data de origem relativamente tardia.
Qualquer que seja a data exata de composição, Cântico dos Cânticos reflete o ambiente da era de
Salomão, sendo a glória do período salomônico essencial para o simbolismo do trabalho.
Temas e Estrutura Literária
Como no caso de Eclesiastes, este pequeno livro não é fácil de esboçar, e vários esquemas podem
ser usados. Apresenta muitas mudanças repentinas de interlocutor, que não são identificados. Os
inícios do amor e do namoro são apresentados em 1.1 - 5.1, o aprofundamento do amor é mostrado
em5.2-8.14.
Todo o cântico é um tipo de literatura de sabedoria semítica e de muitas maneiras faz um paralelo
com o livro de Provérbios. Como acontece em grande parte da poesia hebraica, o livro se caracteriza
por paralelismo, a apresentação e reapresentação da idéia dentro de um contexto próximo. Imagens-
chave do livro incluem vinho, jardim, beijo, várias especiarias e frutas, e metáforas pastoris e
campestres. Fato interessante é que o nome de Deus não aparece diretamente no livro.
A forma literária e a intenção de Cântico dos Cânticos têm sido interpretadas de várias maneiras
que se reduzem a três abordagens básicas. A interpretação alegórica entende o livro como um
poema que figura o relacionamento entre Deus e Israel, ou entre Cristo e a Igreja. Cada detalhe é
visto como simbólico de uma verdade espiritual mais profunda. A visão tipo lógica difere da
alegórica, reconhecendo a base histórica e não procurando analogia em todos os detalhes, mas
apenas no esboço principal. Os proponentes desta interpretação reconhecem o amor mútuo entre
Salomão e a Sulamita, mas vão além, considerando como mais importante a analogia divina com
seu significado mais elevado e espiritual. A interpretação literal toma o conteúdo do Cântico em
seu significado nominal (ao pé da letra). Alguns, que aceitam esta interpretação, admitem que o
poema é meramente uma canção de amor popular no que há de melhor, sem qualquer lição espiritual
ou conteúdo teológico, mas uma interpretação literal não precisa significar que o livro não tem
qualquer ilustração ou aplicação espiritual.
O poema também pode ser entendido como uma demonstração do relacionamento ideal de amor no
casamento, apresentando, neste caso, uma teologia divina do casamento expressa no amor entre
marido e mulher no aspecto fisico.
Cântico dos Cânticos em Relance
ÊNFASE AMOR NO SEU INíCIO AMOR QUE SE APROFUNDA
TEXTO 1.1 3.6 5.2 7.11 8.14
DIVISÃO APAIXONANDO-SE UNIDOS EM AMOR LUTANDO EM AMOR CRESCENDO EM AMOR
NAMORO CASAMENTO PROBLEMA PROGRESSO
TÓPICOS
INSTINGANDO O AMOR REALIZAÇÃO DO AMOR FRUSTRAÇÃO DO AMOR FIDELIDADE DO AMOR
LOCAL ISRAEL
,
OCASIÃO c. de 1 Ano
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.
Quando Ocorreram os Eventos de Cântico dos Cânticos e Eclesiastes
C,.
s\)\) '1J.'
(§'1J.s
<Ç.s
~----------------~------~--------------~I..
ESBOÇO DE CÂNTICO DOS CÂNTICOS
I. O Início do Amor 1.1-5.1
A. Apaixonando-se 1.1-3.5
B. Unidos em Amor 3.6-5.l
11. Aprofundando o Amor 5.2-8.14
A. Lutando em Amor 5.2- 7.10
B. Crescendo em Amor 7.11-8.l4
163
-'
Localizações Geoeráficas
o texto de Cântico dos Cânticos menciona quinze localidades geográficas desde o Líbano e norte da
Síria ao sul do Egito. O termo "sulamita" que identifica a amada do Rei, aparece apenas em 6.13 e pode
ser um patronímico da cidade de Sunem a sudoeste do mar da Galiléia, na área da tribo de Issacar.
Veja o mapa "Localizações de Cântico dos Cânticos", abaixo:
Casais A.paixonados
Salomão e sua noiva mostram toda a afeição e romance que universalmente associamos com o estar
apaixonado (Cântico 2.6). Esta é uma das muitas histórias de amor romântico encontradas na Bíblia.
Isaque e Rebeca Um pai procura e acha uma esposa para seu filho, e o jovem casal ama profundamente
(Gn 24.1-67) um ao outro.
Jacó e Raquel Jacó trabalha para seu sogro durante 14 anos para receber Raquel como sua esposa.
(Gn 29.1-30)
Boaz e Rute Circunstâncias legais reúnem uma viúva moabita e um fazendeiro abastado de Belém,
(Rt 3-4) e deles descende um rei.
Elcana e Ana Uma mulher é amada por seu marido apesar de não ter filhos e Deus a abençoa com o
(1Sm 1 - 2) nascimento de uma criança que se torna um importante juiz em Israel.
Davi e Mical Um amor genuíno é manipulado por um rei ciumento mas, em vez de livrar-se de seu
(1Sm 18.20-30) castigo, o governante ganha um genro.
Salomão e a Sulamita As promessas e prazeres de dois apaixonados são contados num belo poema
(Cântico dos Cânticos) romântico.
Oséias e Gomer Deus ordena ao profeta Oséias que procure sua esposa adúltera e restaure c
(Os 1.1 - 3.5) relacionamento, apesar do seu comportamento.
Cristo e a Igreja Tendo conquistado a salvação de sua noiva do pecado, Cristo a ama e serve como a
(Ef 5.25-33) seu próprio corpo, estabelecendo, assim, um exemplo para todos os maridos humanos.
Localizações de Cânticos dos Cânticos
QUEDAR
(1.5)
À Monte Senir (4.8)
À Monte Amana (4.8) ARÃ
À Monte Hermom (4.8) • Damasco (7.4)
Mar Mediterrâneo
Monte Carmelo (7.5)
Suném (6.13) •
"Levanta-te vento norte, e vem tu,
vento sul; assopra no meu jardim,
para que se derramem os seus aromas"
(Ct 4:16)
Tirsa (6.4)· oál
i0 ~//'~","",,"
~ ~
§ Sião ou n:
c:J Jerusalém (3.11)~ .~ A ·Hesbom (7.4) e Bate-Rabim
$ Montes Mar
,§ Escabrosos Morto
<l: (2.17) RioAmom
• DESERTO
En-Gedi DA ARÁBIA
(1.14)
N
t
EDOM © 2002. Editora Cultura Cristã
164
,
LIVROS PROFETICOS
Os verdadeiros profetas do Antigo Testamento eram servos leais de Deus e adversários rigorosos
da idolatria. Freqüentemente, arriscavam a vida confrontando reis e príncipes iníquos com a Palavra
de Deus, e derramando sua alma nos apelos para que os pecadores se arrependessem e voltassem
para Deus.
Em Israel, encontramos uma longa história de homens que serviram como mensageiros do Senhor à
nação e ao mundo. Abraão funcionou como profeta quando intercedeu por um pecador (Gn 20.7),
mas Moisés foi o primeiro a quem o Senhor chamou e instruiu no papel ministerial de um profeta
(Êx 3.1 - 4.17). Moisés foi, de fato, o maior profeta do Antigo Testamento(Nm 12.6-8), e sua
experiência tomou-se paradigma para os profetas posteriores à medida que o vocabulário e os
relacionamentos da comunicação divina por meio de Moisés se tomaram padrão para as revelações
de Deus a outros profetas. Termos como "manda", "vai", "fala" e "eu estarei", eram comumente
usados pelo Senhor ao falar com um profeta, e eles mesmos freqüentemente advertiam suas audiências
dizendo. "Ouvi" porque "assim diz o Senhor".
Vários elementos caracterizavam o relacionamento entre Deus, o profeta e seus ouvintes: (1) a
autoridade do Senhor sobre ambos, o profeta e sua audiência; (2) a obediência dos profetas, embora,
algumas vezes, com um protesto inicial; (3) a autoridade dos profetas como representantes da soberania
de Deus; (4) a obrigação da audiência de escolher entre obediência ou desobediência ao pacto; (5) e
o profeta volta-se ao Senhor em forma de oração.
Os livros proféticos são, em grande parte, escritos no estilo de poesia hebraica. Embora os profetas
não expliquem a escolha que fazem do gênero poético, é provável que o tenham feito por algumas
razões: (1) a poesia fala mais poderosamente à vontade e às emoções; o objetivo dos profetas não
era simplesmente informar seus ouvintes, mas também movê-los à ação. (2) Poesia, com sua
ênfase no imaginário e no simbolismo é, as vezes, melhor que a prosa para comunicar as maravilhas
de Deus e do seu caráter, que se constituem no coração da mensagem profética. (3) a poesia pode
falar sobre o significado dos eventos futuros sem ter, necessariamente, que indicar os detalhes
literalmente.
É um erro pensarmos que a responsabilidade primária dos profetas bíblicos era predizer o futuro. Na
realidade, a predição era parte essencial da sua mensagem, mas a função primária dos profetas era
chamar o povo à obediência e à dependência total de Deus. O conteúdo das mensagens proféticas era
determinado pela aliança de Deus com seu povo e pelas circunstâncias históricas peculiares de cada
profeta. A aliança foi estabelecida para fazer de Israel uma nação santa, que adorasse apenas o
Deus único e verdadeiro. Mas, a história de Israel caracterizou-se por sua persistente rebelião contra
Deus, e tais rebeliões tinham um impacto marcante sobre como as mensagens proféticas eram
formuladas e apresentadas. Tais mensagens, muitas vezes tomavam a forma de um processo judicial
iniciado por Deus contra seu povo por quebra do pacto. Estes processos proféticos incluíam algumas
características: (1) citação para comparecer à corte divina; (2) acusações; (3) pronunciamento de
uma sentença judicial; (4) pronunciar o castigo; e, (5) promessa de restauração.
Samuel, Elias e Eliseu foram os mais importantes profetas do período dos reis (1050-586 a.c.),
embora vários outros profetas e profetisas sejam mencionados nos livros históricos. Os assim
chamados "profetas escritores" nos legaram dezesseis livros. Quatro deles - Isaías, Jeremias,
Ezequiel e Daniel - são os chamados profetas maiores. Outros doze são representados por livros
muito mais curtos e são chamados "profetas menores" - em referência à extensão de seus escritos,
e não à sua qualidade ou importância.
165
Examine a tabela "Livros Proféticos". Veja o mapa "Local de nascimento e ministério dos Profetas",
à página ao lado.
Quando os Profetas Maiores Escreveram
livros Proféticos
I
I Eliseu
II
Davi I Elias IZorobabel I I Esdras I I Neemias I
1000 a.C. 852 a.C. 500 a. C.
I Reino Unido Reino Dividido I Exílio I Retorno I
Israel I 722 a.C. 70 Três estágios de retorno
I
anos na 1° Zorobabel
Reino Unido 931 a. C.
Babilônia 2° Esdras
586 a.C. 3° Neemias
Judá I
Profetas Anteriores ao Exílio Profetas do Exílio Posteriores ao Exílio
Para Israel: Para Judá: Aos Judeus em Babilônia: Ao remanescente depois
do Retorno:
Amós (760)
Oséias (755)
Joel (835) Daniel (650) Ageu (520)
Isaías (740) Ezequiel (592) Zacarias (520)
Para Nínive: Miquéias (735) Malaquias (432)
Jonas (760)
Sofonias (630)
Naum (660)
Jeremias (627)
Habacuque (607)
Para Edom:
Lamentações (586)
Obadias (840)
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc.
166
Local de Nascimento e Ministério dos Profetas
" ... o Senhor Ihes enviou profetas
para os reconduzir a si;
estes profetas
testemunharam contra eles,
mas eles não deram ouvidos'
(2Cr 24.19).
N
t
GALlLÉIA
Mar
Mediterrâneo
SAMARIA
Samuel foi dedicado
ao Senhor e
cresceu em Siló
Locais onde Samuel
desenvolveu
seu ministério
• Betel
Mispa.
Samuel nascido
em Ramá
JUDÁ
Amós, nascido
em Tecoa
Isaías, Ezequiel,
Daniel, Joel,
Sofonias, Ageu,
Zacarias, Malaquias,
nascidos em Jerusalém.
GILEADE
----- I Naum, nascido II em Elcos ,
Jeremias, nascido
em Anatote
Mar
Morto
MOABE
© 2002. Editora Cultura Cristã
167 ,l
,
ISAIAS
•....~.-.. '.,. ~--=--- Isaías tem sido chamado "o príncipe dos profetas" devido ao magnífico alcance de seu livro e maneirapoderosa como ele desenvolvia os temas de justiça e redenção, culminando nas grandes profeciassobre o Messias e a era messiânica. Neste sentido, Isaías é como uma Bíblia em miniatura. Os
primeiros 39 capítulos são cheios de julgamento sobre o povo imoral e idólatra - tanto em Judá como
nas nações vizinhas. Porém os vinte e sete últimos capítulos declaram uma mensagem de esperança
e consolação.
O nome Isaías, do hebraico yeshaiah, significa "Javé é Salvação", um termo que resume
apropriadamente o conteúdo do livro.
Autor
~
Isaías, filho de Amoz, é apresentado como autor (1.1), e não existe sequer alusão a qualquer outro
~.. escritor. A unidade de Isaías tem sido objetada no período moderno por estudiosos que atribuem a
~ maior parte do material compreendido entre os capítulos 1- 39 ao próprio Isaías, mas atribuem os
capítulos 40 - 55 (chamado "Deutero- Isaias") a um profeta desconhecido na Babilônia,e os capítulos
56 - 66 (chamado "Trito-Isaías") a outro profeta desconhecido na Palestina (c. 460--455 a.Ci) O
argumento é de que existem significativas diferenças estilísticas, históricas e teológicas que
distinguem os capítulos 1 - 39 dos capítulos 40 - 66, e que este último grupo deve ser novamente
dividido em duas seções que reflete respectivamente um ambiente exílico e babilônico e um ambiente
palestino pós- exílio.
Embora os argumentos contra a unidade de Isaías tenham sido marcantes para alguns, outros
argumentos importantes podem, também, ser reunidos a favor da unidade do livro. Embora existam
algumas diferenças entre as duas seções, as semelhanças estilísticas ao longo do livro são maiores
que as alegadas diferenças. Entre elas incluem-se semelhanças de pensamento, imagens, ornamentos
retóricos, expressões características e colorido local. É verdade que a primeira seção é mais sóbria
e racional ao passo que a segunda é mais fluente e emocional, mas grande parte disto se deve à
diferença de assunto - à diferença entre condenação e consolação.
Porções do livro são atribuídas a um período posterior ao de Isaías, filho de Amoz, argumentando-se
que o profeta não poderia ter predito o cativeiro babilônico e a volta durante o governo de Ciro. Este
argumento, entretanto, está baseado na pressuposição dogmática de que a profecia de predição é
impossível. Tal teoria não explica a existência de profecias messiânicas cumpridas em Cristo. Depois
de tudo dito e pesado, a idéia de um único autor levanta menos dificuldades do que as teorias de
autoria múltipla.
Com boas razões, portanto, tradicionalmente tem sido mantido que Isaías, filho de Amoz, que profetizou.
em Jerusalém durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, é o autor do livro que recebe o
seu nome. O profeta, evidentemente, vinha de uma importante família judaica, e sua alta educação
pode ser constatada por meio de seu impressionante vocabulário e estilo. Isaías aparentemente mantinha
um estreito contato com a corte real, mas suas exortações contra alianças feitas com poderes
estrangeiros nem sempre eram bem recebidas. Sua esposa era uma profetisa, e ele teve pelo menos
dois filhos (7.3 e 8.3). Isaías passou a maior parte da vidaem Jerusalém, e a tradição judaica diz que
seus perseguidores o serraram ao meio durante o reinado do perverso rei Manassés (cf. Hb 11.37).
'\ 168
Data
o longo ministério de Isaías durou desde de cerca de 740 até 680 a.C. (1.1) e o livro de Isaías, sem
dúvida, contém escritos proféticos registrados ao longo de todo este período. O profeta começou seu
ministério no final do reinado de Uzias (790-739 a.C.) e continuou no decorrer dos reinados de Jotão
(739-731 a.C), Acaz (731-715 a.C.), e Ezequias (715-686 a.C.). Isaías sobreviveu a Ezequias por
alguns anos porque o capítulo 37.38 registra a morte de Senaqueribe em 681 a.C. Ezequias foi
sucedido em 686 por seu perverso filho Manassés, que aboliu o culto a Javé e, sem dúvida, opôs-se
ao trabalho de Isaías.
Durante o tempo de Isaías, a Assíria estava crescendo em poder sob o governo de Tiglate-Pileser que,
após suas conquistas no leste, dirigiu-se para o oeste, arrebanhando muitas nações pequenas ao
longo do Mediterrâneo, incluindo Israel, o reino do norte (722-21 a.C.) Como contemporâneo de
Oséias e Miquéias, Isaías profetizou durante os últimos anos de reino do norte, mas seu ministério
dirigiu-se ao reino do sul, que seguia após seu vizinho do norte nos pecados que cometia. Depois da
queda de Samaria e do reino do norte, o profeta advertiu Judá sobre seu julgamento, não pela Assíria,
a ameaça mais imediata, mas pela Babilônia.
Isaías em Relance
ÊNFASE
PROFECIAS DE CONDENAÇÃO
PARÊNTESE
PROFECIAS DE CONFORTO
HISTÓRICO
TEXTO 1.1 13.1 24.1 28.1 36.1 40.1 49.1 58.1 - 66.24
,
PROFECíAS CONTRA PROFECIAS DE SALVAÇÃO,
SALVAÇÃO SALVADOR GLORIOSO
DIVISÃO
DIA DO IJULGf'MEN}O
DOENÇA E
DE ISRAEL DE ISRAEL FUTURO
JUDÁ I AS PECAOODE DE ISRAEL
NAÇÕES SENHOR E BENÇAO EZEQUIAS
PROFÉTICO HISTÓRICO MESSIÂNICO
TÓPICOS
JULGAMENTO TRANSiÇÃO ESPERANÇA
LOCAL ISRAEL E JUDÁ
OCASIÃO c. 740 - 680 a. C.
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc .
. Quando Isaías Profetizou
169
J
Temas e Estrutura Literária
o livro de Isaías tem três seções principais: profecias de condenação (caps. 1- 35), um parêntese ou
interlúdio histórico (caps. 36 - 39), e profecias de conforto e consolação (caps. 40- 66).
A mensagem de Isaías é apresentada contra o pano de fundo do maior período de prosperidade de
Israel após a Época de Ouro de Davi e Salomão. Prosperidade, sucesso comercial e agrícola, além de
sucesso militar, eram acompanhados pela imoralidade, bebida excessiva, idolatria, opressão do pobre,
ganância, e a presença de falsos profetas que exploravam os desejos do povo. Em resposta a esta
situação, Isaías enfatizava. (1) salvação pela fé (7.9; 28.16; 30.15), (2) a santidade de Deus e a
necessidade de uma vida ética (6.1-8; 37.23), (3) a ofensa do pecado humano e a certeza do julgamento
divino (caps. 1 - 35), e, (4) a certeza de redenção para um remanescente fiel (1.9,19; 10.19-22; 46.3,
4; 65.5-8).
O tema básico deste livro pode ser encontrado no próprio nome de Isaías, que significa "a salvação
é do Senhor". A palavra salvação aparece vinte e seis vezes em Isaías, e apenas sete vezes em todos
os outros profetas reunidos.
De todos os livros do Antigo Testamento, apenas Salmos contém um número maior de profecias
messiânicas do que Isaías. O profeta apresenta todos os aspectos da glória e do ministério de Cristo.
sua encamação (7.14; 9.6); sua infância (7.15; 11.1; 53.2); sua maneira gentil de ser (42.2); sua
obediência (50.5); sua mensagem (61.1,2); seus milagres (35.5,6); seu sofrimento, rejeição e morte
vicária (50.6; 53.1-12); e sua exaltação (52.13).
ESBOÇO DE ISAíAS
Primeira Parte: Profecias de Condenação (1.1 - 35.10)
I. Profecias .Contra Judá 1.1 - 12.6
A. Julgamento de Judá 1.1-31
B. O Dia do Senhor 2.1-4.6
C. A Parábola da Videira 5.1-30
D. O Comissionamento de Isaías 6.1-13
E. Destruição de Israel pela Assíria 7.1-10.4
F. Destruição da Assíria por Deus 10.5-12.6
11. Profecias Contra as Nações 13.1 - 23.18
A. Profecias contra a Babilônia 13.1-14.23
B. Profecias contra a Assíria 14.24-27
C. Profecias contra a Filístia 14.28-32
D. Profecias contra Moabe 15.1-16.14
E. Profecias contra Damasco e Samaria 17.1-14
F. Profecias contra a Etiópia 18.1-7
G. Profecias contra a Egito 19.1- 20.6
H. Profecias contra a Babilônia 21.1-10
I. Profecias contra Edom 21.11,12
J. Profecias contra a Arábia 21.13-17
K. Profecias contra Jerusalém 22.1-25
L. Profecias contra Tiro 23.1-18
111. Profecias do Dia do Senhor 24.1- 27.13
A. Julgamentos da Tribulação ó ••••••••••••••••••••• 24.1-23
B. Triunfos do Reino 25.1-27.13
170
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IV. Profecias de Julgamento e Bênção 28.1 - 35.10
A. Ai de Efraim 28.1-29
B. Ai de Jerusalém 29.1-24
C. Ai da Aliança com o Egito 30.1 - 31.9
D. Eis o Rei que Vem 32.1-20
E. Ai Saqueador de Jerusalém (Assíria) 33.1-24
F. Ai das Nações 34.1-17
G. Eis o Reino que Vem 35.1-10
Segunda Parte: Parêntese Histórico (36.1 - 39.8)
I. Ezeq uias Salvo da Assíria 36.1- 37.38
A.AAssíriaDesafia Deus ~ 36.1-22
B. Deus Destrói a Assíria 37.1-38
11. Ezequias Salvo da Doença 38.1-22
111. O Pecado de Ezequias 39.1-8
Terceira Parte: Profecias de Conforto (40.1 - 66.24)
I. Profecias sobre a Salvação de Israel 40.1- 48.22
A. Conforto por causa da Salvação de Israel 40.1-11
B. Conforto por causa do Caráter de Deus 40.12-31
C. Conforto por causa da Grandeza de Deus 41.1-29
D. Conforto por causa do Servo de Deus 42.1-25
E. Conforto por causa da Restauração de Israel 43.1-44.28
F. Conforto porque Deus Usou Ciro 45.1-25
G. Conforto por causa da Destruição da Babilônia 46.1-48.22
11. Profecias sobre o Salvador de Israel 49.1- 57.21
A. A Missão do Messias 49.1-26
B. A Obediência do Messias 50.1-11
C. Israel Incentivado pelo Messias 51.1- 52.12
D. A Expiação do Messias 52.13 - 53.12
E. O Messias Promete a Redenção de Israel 54.1-17
F. O Convite do Messias ao Mundo 55.1- 56.8
G. O Messias Repreende os Perversos 56.9 - 57.21
111.Profecias sobre o Futuro Glorioso de Israel 58.1- 66.24
A. Bênçãos do Verdadeiro Culto 58.1-14
B. Pecados de Israel 59.1-21
C. Glória de Israel no Reino 60.1-22
D. Advento do Messias 61.1-11
E. Futuro de Jerusalém 62.1-12
F. Vingança de Deus 63.1-6
G. Oração pelo Remanescente 63.7 -64.12
H. A Resposta do Senhor ao Remanescente 65.1-16
I. A Consumação Gloriosa da História 65.17 - 66.24
171
A Vinda do Messias
Como um impressionante exemplo das muitas profecias messiânicas em Isaías, o trecho do capítulo
11.1-12 apresenta uma perspectiva precisa da vinda do Messias e seu Reino. Ele deveria ser um
descendente do rei Davi (Mt 1.1); deveria ser cheio do Espírito Santo (cf. Mt 3.16); seria um juiz
misericordioso e justo da humanidade (Ap 19.11). O reino do Messias é apresentado em termos de
seu significado universal. É caracterizado pela paz e reconciliação (Is 11.6-9), pela vinda dos gentios
ao Messias (11.10), e a reunião do remanescente fiel de Israel (11.11,12).
-
Isaías antevê as qualificações do rei ideal, cujo governo contrastaria com o reinado sombrio do rei Acaz.
O retrato permaneceu sem cumprimento até a vinda de Jesus, o Messias.
"O reino de Deus está dentro de vós", foi a sua mensagem.
O Messias Seu Reino
O Renovo, um descendente de Davi, Os gentios o buscarão ..................................... 11.10
um rebento de Jessé ................................ 11.1,10
O Espírito do Senhor repousará sobre ele .... 11.2 O remanescente de Israel será reunido ..... 11.11-16
Ele temerá ao Senhor .................................... 11.3 Haverá alegria na salvação de Deus ............ 12.1- 6
Ele julgará a terra com justiça .................... 11.4,5
o Juleamento das Nações
Semelhante a outros livros proféticos do Antigo Testamento, Isaías contem oráculos contra inimigos
estrangeiros de Israel e elementos infiéis dentro do próprio Israel (cap. 13-23). Começando com a
Babilônia, o futuro inimigo que destruiria Judá (13.1 - 14.23), Isaías continua profetizando julgamento
sobre a Assíria (14.24-27), Filístia (14.28-32), Moabe(15.1 - 16.14), Síria e Israel (17.1-11), todas
as nações (17.12 - 18.7), Egito (19.1 - 20.6), Babilônia e seus aliados (21.1-16), Jerusalém e seus
líderes infiéis (22.1-25) e a cidade de Tiro (23.1-18).
Veja o Mapa. "Julgamento das Nações" à página 173.
o Servo Sofredor em Isaías
Isaías apresenta quatro Cânticos do Servo (42.1-4; 49.1-6; 50.4-9) que chega a sua conclusão no
cântico final do Servo Sofredor (52.13 - 53.12). A figura do servo sofredor ocupa um lugar central
na seção do livro devotada às profecias de consolação (caps. 4O-----ó6),e é apresentada em cinco
estrofes, cada uma retratando um aspecto da obra salvadora do Servo. Sua humilhação e exaltação
(52.13-15); Sua experiência de rejeição (53.1-3); Seu sofrimento vicário (53.4-6); Sua morte
sacrificial (53.7-9); Sua expiação e ressurreição reconciliadoras (53.10-12).
Argumenta-se, algumas vezes, que o Cântico do Servo Sofredor apresenta um retrato ideal do povo
de Israel como um todo. O sujeito do cântico, entretanto, não pode ser reduzido a uma representação
ideal como esta, pois ele apresenta uma pessoa concreta que age como mediador entre Deus e os
seres humanos pecadores. Além disso, as muitas correspondências entre o Servo Sofredor e a pessoa
de Cristo não podem ser ignoradas.
Veja o quadro "Cumprimento das Profecias de Isaías", à página 174.
172
Jull!amento das Nações
lÍDIA
N
t Mar Mediterrâneo
ETIÓPIA
AssíRIA
"Naquele dia,
o Senhor castigará,
no céu,
as hostes celestes,
e os reis da terra,
na terra"
(Is 24.21).
• Damasco
Nebo
PENíNSULA
DO SINAl
QUEDAR
ARÁBIA
• Tema
• Dedam
Mar' Vermelho
© 2002. Editora Cultura Cristã i
173
Cumprimento das Profecias de Isaías
PROFECIA CUMPRIMENTO
O MESSIAS ... JESUS CRISTO ...
Nascerá de uma virgem Nasceu de uma virgem chamada Maria
(Is 7.14) (Lc 1.26-31)
Terá um ministério na Galiléia Ministrou na Galiléia dos gentios
(Is 9.1,2) (Mt 4.13-16)
Será herdeiro do trono de Davi Foi-lhe dado o trono de Davi seu pai
(Is 9.7) (Lc 1.3233)
Terá seu caminho preparado Foi anunciado por João Batista
(Is 40.3-5) (Jo 1.19-28)
Será cuspido e açoitado - Cuspiram nele e o açoitaram
(Is 50.6) (Mt 26.27)
Será exaltado Foi exaltado por Deus e pelo povo
(Is 52.13) (Fp 2.9,10)
Ficará desfigurado pelo sofrimento Foi escarnecido pelos soldados que lhe deram uma coroa
(Is 52.14;53.2) de espinhos (Mc 15.15-19)
Fará uma expiação de sangue Derramou seu sangue para expiar nossos pecados
(Is 53.5) (1Pe 1.2)
Será fortemente rejeitado Muitos não o aceitaram
(Is 53.1,3) (Jo 12.37, 38)
Levará sobre si nossos pecados e tristezas Morreu por causa de nossos pecados
(Is 53.4,5) (Rm 4.25; 1Pe 2.24 25)
Será nosso substituto Morreu em nosso lugar
(Is 53. 6,8) (Rm 5.6, 8; 2Co 5.21)
Voluntariamente aceitará nossas culpas e nossos Silenciou a respeito de nossos pecados
castigos (Is 53.7, 8) (Mc 15.4, 5; Jo 10.11; 19.30)
Será enterrado na tumba de um homem rico Foi enterrado na tumba de José, um homem rico de
(Is 53.9) Arimatéia (Mt 27.57-60; Jo 19.38-42)
Salvará a nós que cremos nele Concedeu salvação a todos os que crêem
(Is 53.10,11) (Jo 3.16; At 16.31)
Morrerá com transgressores Foi contado com os transgressores
(Is 53.12) (Mc 15.27, 28; Lc 22.37)
Curará os de coração abatido Curou os de coração abatido
(Is 61.1,2) (Lc 4.18,19)
174
JEREMIAS
e··
'(.' '
o livro de Jeremias apresenta a profecia de um homem divinamente chamado em sua mocidade em
Anatote, a cidade sacerdotal. Um profeta de coração angustiado com uma mensagem angustiante,
Jeremias exerceu seu ministério durante mais de quarenta anos, proclamando uma mensagem de
condenação e destruição ao povo obstinado. Desprezado e perseguido por seus compatriotas, Jeremias
banha em lágrimas de compaixão suas duras profecias. Seu coração sofrido o faz escrever um livro
sofrido, difícil de classificar, quer cronologicamente, quer por assunto. Mas, no decorrer de seus
sermões e sinais, ele declara fielmente que a submissão à vontade de Deus é o único meio de evitar
a calamidade.
Autor
rt' o livr? declara especificamente que Jeremias é o seu autor (l.I). Ele ditou todas as profecias a seu~« secretário, Baruque, desde o começo de seu ministério até o quarto ano de Jeoaquim, e as seções~ . posteriores também foram compostas. Apenas o capítulo 52, um suplemento quase idêntico a 2Rs 24.18-
-, 25.30, evidentemente não foi escrito pelo profeta.
Jeremias era filho de Hilquias o sacerdote, e vivia distante quatro quilômetros ao norte de Jerusalém,
na cidade de Anatote. Sendo sua vida uma lição objetiva endereçada a Judá, foi impedido de casar-
se (16.2). Por causa de sua mensagem indesejável sobre o julgamento divino que viria com a invasão
da Babilônia, foi ameaçado e aprisionado. O profeta sobreviveu ao cerco babilônico a Jerusalém e
foi posteriormente levado para o Egito, onde morreu.
Data
De acordo com o capítulo 36.1-3, algumas porções dos escritos de Jeremias podem ser datadas com
certa precisão no quarto ano de Jeoaquim (605 a.Ci), quando Deus ordenou ao profeta que escrevesse
as mensagens proféticas que havia declarado ao povo ao longo dos vinte anos anteriores. Este material
provavelmente corresponde aos capítulos 1-20. Os capítulos restantes contêm profecias e registros
históricos em ordem de assunto, e não cronológica, cobrindo o segundo período de vinte ou vinte e
cinco anos de seu ministério.
Jeremias foi contemporâneo de Sofonias, Habacuque, Daniel e Ezequiel, e seu ministério estendeu-
se desde cerca de 627 a cerca de 580 a.c. Há três estágios no ministério de Jeremias. De 627 a 605
a.c., ele profetizou no período em que Judá estava sendo ameaçado pela Assíria e pelo Egito. De
605 a 586 a.c., Jeremias proclamou o julgamento de Deus no tempo em que Judá foi ameaçado e
cercado pela Babilônia. De 586 até cerca de 580 a.C. ministrou em Jerusalém e no Egito depois da
queda de Judá.
175 J
j
....
Temas e Estrutura Literária
Embora Jeremias não seja facilmente organizável nem cronológica nem tematicamente, sua
mensagem básica é clara: o julgamento de Deus sobre Israel por sua rebelião e desobediência é
inevitável e inescapável. O livro pode ser dividido em quatro seções principais: o chamado do
profeta Jeremias (cap.l) profecias sobre Judá (2.1-45.5), profecias contra os gentios (46.1-
51.64), e queda de Jerusalém (cap. 52).
Conhecido como "profeta chorão", Jeremias proclamou fielmente, durante quarenta anos, a
condenação divina sobre a rebelde Judá. A simpatia e preocupação que sentia por sua nação levou-
o a entristecer-se profundamente com a rebeldia e iminente destruição de seu povo.
Muitas vezes Jeremias desejou renunciar sua missão profética por causa da dureza de sua mensagem
e da resposta hostil que provocava. Jeremias tinha a tarefa delicada e dificil de confrontar um povo
que parecia tomar-se mais insanamente confiante à medida que o perigo crescia. Eles criam que
Deus não permitiria a queda de Jerusalém porque ali estava o templo e a única religião verdadeira.
Jeremias foi ordenado a lhes dizer que os termos da aliança divina exigiam a punição por
desobediência.
A bem conhecida porção do livro sobre a nova aliança (caps. 30 - 33) reflete o interesse especial de
Jeremias pela aliança. Todos os profetas basearam sua acusações e apelos no relacionamento da
aliança existente entre Israel e Deus, mas Jeremias o faz de modo muito mais explícito. Ele não
critica o conteúdo do velho pacto, mas reconhece que ele deve ser intemalizado para ser vivido. Por
isso, profetiza a vinda de uma nova aliança que será escrita no coração do povo de Deus (31.31-34).
jeremtas em Relance
ÊNFASE VOCAÇÃO DE PROFECIAS AJUDÁ PROFECIAS QUEDA DE
JEREMIAS AOS GENTIOS JERUSALÉM
TEXTO 1.1 2.1 26.1 30.1 34.1 46.1 52.1 52.34
DIVISÃO COMISSIONAMENTO CONDENAÇÃO CONFLITOS RESTAURAÇÃO ATUAL CONDENAÇÃO CONCLUSÃO
PROFÉTICO DE JUDÁ DE JEREMIAS FUTURA DE QUEDA DE DE NOVE HISTÓRICA
JERUSALÉM JERUSALÉM NAÇÕES
TÓPICO ANTES DA QUEDA A QUEDA DEPOIS DA QUEDA
VOCAÇÃO MINISTÉRIO RETROSPECTO
LOCAL JUDÁ NAÇÕES BABILÔNIA
VIZINHAS
OCASIÃO c. 627 - 580 a.C.
Nelson s Complete Book o/ Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.
176
Quando Profetizou Jeremias
ESBOÇO DE JEREMIAS
Primeira Parte: A Vocação de Jeremias (1.1-19)
I. A vocação de Jeremias 1.1-10
11. As visões de Jeremias 1.11-16
111. A Promessa feita a Jeremias 1.17-19
Segunda Parte: Profecias sobre Judá (2.1- 45.5)
I. Condenação de Judá 2.1-25.38
A. Primeiro Sermão. Judá Pecou Conscientemente 2.1-3.5
B. Segundo Sermão. Judá será Julgado 3.6-6.30
C. Terceiro Sermão. O Culto Hipócrita de Judá 7.1-10.25
D. Quarto Sermão. A Quebra da Aliança 11.1-12.17
E. Quinto Sermão. Relacionamento Refeito 13.1-27
F. Sexto Sermão. A Seca em Judá 11.1- 12.17
G. Sétimo Sermão. A Vida Solitária de Jeremias 16.1-17.27
H. Oitavo Sermão. A Casa do Oleiro 18.1-20.18
L Nono Sermão. Contra os Reis de Judá 21.1-23.8
1. Décimo Sermão. Contra os Falsos Profetas 23.9-40
K. Déc. Primeiro Sermão. As duas Cestas de Figos 24.1-10
L. Déc. Segundo Sermão. Setenta Anos de Cativeiro 25.1-38
11. Os Conflitos de Jeremias 26.1 - 29.32
A. Conflito com a Nação 26.1-24
B. Conflito com os Falsos Profetas 27.1-22
C. Conflito com Hananias 28.1-17
D. Conflito com Semaías 29.1-32
111. Futura Restauração de Jerusalém 30.1- 33.26
A. Restauração da Terra 30.1-24
B. Restauração da Nação 31.1-40
C. Reconstrução de Jerusalém 32.1-44
D. Reconfirmação da Aliança 33.1-26
IV. A Queda Imediata de Jerusalém 34.1- 45.5
A. Mensagens Antes da Queda 34.1 - 36.32
B. Acontecimentos Antes da Queda 37.1- 38.28
C. Acontecimentos Durante a Queda 39.1-18
D. Mensagem Depois da Queda 40.1-44.30
E. Mensagem a Baruque 45.1-5
Terceira Parte: Profecias Contra os Gentios (46.1- 51.64)
I. Profecias Contra o Egito 46.1-28
11. Profecias Contra a Filístia 47.1-7
111. Profecias Contra Moabe 48.1-47
177
IV. Profecias Contra Amom 49.1-6
V. Profecias Contra Edom 49.7-22
VI. Profecias Contra Damasco 49.23-27
VII. Profecias Contra Quedar e Hazor 49.28-33
VIII. Profecias Contra Elam 49.34-39
IX. Profecias Contra Babilônia 50.1- 51.64
A. Derrota de Babilônia .................................................................................••••.............. 50.1-20
B. Desolação de Babilônia 50.21-46
C. Destino de Babilônia 51.1-64
Quarta Parte: Queda de Jerusalém (52.1-34)
I. Captura de Jerusalém 52.1-11
11. Destruição de Jerusalém 52.12-23
111. O Exílio na Babilônia 52.24-30
IV. A Libertação de Joaquim 52.31-34
A Vocação de jeremías
Assim como muitos outros chamados proféticos (cf. Is 6), o chamado de Jeremias foi resultado de
um diálogo com Deus. Jeremias iria encontrar muitos falsos profetas, sendo importante que ele
tivesse certeza de que sua vocação tinha vindo diretamente de Deus. Embora Jeremias fosse jovem
quando Deus o chamou, a vocação dependia do poder de Deus e não de fragilidades humanas
como idade.
Veja a Tabela "O Chamado de Jeremias", abaixo:
o Chamado de jeremías
Quem? Filho de Hilquias (1.1)
Anatote, de Benjamim (1.1)
Durante o reinado de Josias, 626 a.C. (1.2)
Ordenado Profeta diante das nações (1.5)
Antes do nascimento (1.5)
"Sou uma criança" (1.6)
"Eu estarei convosco" (1.7, 8)
Deus dá palavras de poder (1.9,10)
Onde?
Quando?
Porquê?
Origem?
Resposta de Jeremias
Deus o Corrige
Deus o Capacita
O caráter dramático do chamado de Jeremias enfatiza o princípio de que, quando Deus chama uma pessoa para uma
tarefa, ele também a prepara para realizá-Ia. Como Jeremias, apresentamos nossas fraquezas e limitações, mas
Deus promete sua presença fortalecedora. Como Jeremias, antecipamos situações perigosas, mas Deus promete nos
livrar. Deus não nos chama para uma tarefa para qual ele não seja capaz de nos ajudar a cumprir.
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. lnc.
178
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Jornada de jeremías no E~ito
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Babilônia Invade a Palestina
Babilônia conquistou. Nínive, capital da Assíria, em 612 a.C., e passou rapidamente a estabelecer
controle sobre muito do antigo Oriente Médio. Derrotando os egípcios na batalha de Carquemis em
605 a.C., Nabucodonosor dirigiu-se para a Palestina, e deportou pessoas importantes, como Daniel,
para a Babilônia. O rei Jeoaquim de Judá tomou-se, assim, um vassalo dos conquistadores. Entretanto,
rejeitando os avisos de Jerernias ele se rebelou em 601 a.C. Joaquim tomou-se o próximo rei de
Judá em 597 a.c. mas foi substituído por Zedequias três meses mais tarde, quando Nabucodonosor
capturou Jerusalém e deportou Jeoaquim para a Babilônia. Zedequias foi o último rei de Judá; sua
tentativa de aliança com o Egito levou abucodonosor a ocupar e destruir Jerusalém em 586 a.c.
179
Babilônia Invade a Palestina
Nabucodonosor marcha contra o Egito
atravessando a Palestina em 604 a.C.,
--- após sua vitória na Batalha de Carquemis.
Conquista Asquelom e avança até o Ribeiro do Egito
Os babilônios cercam Jerusalém (599 a.C.).
_ Os edomitas aproveitam a situação e atacam pelo sul.
O Templo é saqueado.
Cidades da Judéia são sistematicamente destruídas.
Jerusalém é conquistada em 587 a.C.
- O rei Zedequias foge para Jericó,
é capturado e deportado.
Mar Mediterrâneo
"Por isso,
o Senhor fez subir
contra ele o rei dos caldeus,
o qual matou seus jovens à espada,
na casa do seu santuário;
e não teve piedade nem dos jovens
nem das donzelas,
nem dos velhos
nem dos mais avançados em idade;
a todos os deu nas suas mãos"
(2Cr 36.17).
EGITO
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180
© 2002, Editora Cultura Cristã
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-LAMENTACOES,
Lamentações retrata o funeral da cidade. É um retrato coberto de lágrimas sobre a anteriormente
orgulhosa Jerusalém, agora reduzida a ruínas pelas hordas invasoras da Babilônia. Num réquiem
composto por cinco poemas, o autor expressa a profunda emoção de quem viu muitos de seu povo
ser trucidados, outros, escravizados e o desespero dos poucos sobreviventes.
Autor
~
Tradicionalmente, Lamentações tem sido atribuído ao profeta Jeremias, embora ele não seja nomeado
~
~ / no texto. A tradução grega do Antigo Testamento (Septuaginta) apresenta Jeremias como autor, e os
~ primeiros pais da igreja, como Origenes e Jerônimo concordaram. Sua localização atual imediatamente
~ após o livro de Jeremias nos textos atuais reflete este julgamento. Similaridades estilísticas entre os
dois livros também indicam que muito possivelmente o autor tenha sido Jeremias.
Data
o tom vigoroso e apaixonado do autor mostra o impacto forte de alguém que acabou de experimentar
os horrores da destruição da Cidade Santa e do templo. Este fato sugere um tempo logo após 586 a.
C. como sendo a data da composição.
Lamentações em Relance
ÊNFASE
DESTRUiÇÃO DE IRA DE JAVÉ PRECE POR CERCO DE PRECE POR
JERUSALÉM MISERICÓRDIA JERUSALÉM RESTAURAÇÃO
TEXTO, 1.1 2.1 3.1 4.1 5.1 5.22
DIVISÃO CIDADE ENLUTADA POVO PROSTRADO PROFETA REINO ARRUINADO NAÇÃO PENITENTE
SOFREDOR
TÓPICOS -LAMENTO CAUSA ESPERANÇA ARREPENDIMENTO ORAÇÃO
LOCAL JERUSALÉM
OCASIÃO c. 586 a. C.
Nelson s Complete Book 01 Bible Maps and Charts ~ 1993 by Thomas elson. Inc.
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Quando Ocorreram os Eventos em Lamentações
181
Temas e Estrutura Literária
Os cinco capítulos de Lamentações consistem de cinco poemas pesarosos que podem ser intitulados:
(1) a destruição de Jerusalém, (2) a ira de Javé, (3) prece por misericórdia, (4) o cerco de Jerusalém,
(5) oração pela recuperação.
Cada poema forma um capítulo e os primeiros quatro têm uma estrutura acróstica - uma forma
literária que segue o alfabeto: o primeiro verso de um grupo de versos começa com a primeira letra
do alfabeto, o segundo começa com a segunda letra, e assim por diante. aturalmente, é impossível
reproduzir-se tal estruturanuma tradução.
Os primeiros quatro capítulos (poemas) são poemas fúnebres, carregados de dor e agonia à exceção
de dois breves arroubos de fé e esperança em 3.19-42 e 3.55-60. O capítulo 5 não é tão intenso,
porém, mesmo assim o soluço de profundo sofrimento está presente. Em todo o poema podemos
aquilatar as percepções teológicas típicas de Jeremias. Contrastes marcantes e vívidas comparações
são, muitas vezes, repetidas, sendo a linguagem figurada abundante.
ESBOÇO DE LAMENTAÇÕES
I. A destruição de Jerusalém 1.1-22
A. Lamento do Profeta Jeremias 1.1-11
B. Lamento da Cidade de Jerusalém l.l2-22
11. A Ira de Deus 2.1-22
A. A Ira de Deus 2.1-9
B. A Agonia de Jerusalém 2.10-17
C. O Apelo de Jerusalém 2.18-22
111. Oração por Misericórdia ; 3.1-66
A. O Grito de Desespero de Jererruas 3.1-18
B. Confissão de Fé de Jeremias 3.19-39
C. A Condição de Necessidade do Profeta : 3.40-54
D. Confiança de Jeremias em Deus 3.55-66
IV. O Cerco de Jerusalém 4.1-22
A. As Condições Durante o Cerco 4.1-10
B. Causas do Cerco 4.11-22
C. Conseqüências do Cerco 4.21,22
V. Oração pela Restauração 5.1-22
A. Necessidade de Restauração 5.1-15
B. Arrependimento do Pecado 5.16-18
C. Pedido de Restauração 5.19-22
o Tema da Renovação
Ao longo de todo o livro o autor de Lamentações combina o reconhecimento do pecado humano e
suas conseqüências com a profunda esperança em Deus e orações para que Deus traga seu povo de
volta para si pelos caminhos de sofrimento, arrependimento, esperança e fé.
Pecado - Sofrimento (1.8)
Tristeza ++Arrependimento (1.20)
Oração ++Esperança (3.19-24)
Fé ++Restauracâo (5.21)
182
EZEQUIEL
Escrito por um exilado que foi levado para a Babilônia antes do assalto final a Jerusalém, Ezequiel
usa profecias, parábolas, sinais e símbolos para dramatizar a mensagem de Deus a seu povo exilado.
Embora sejam como ossos secos ao sol, Deus os reunirá e soprará nova vida sobre a nação. O
julgamento atual será seguido pela glória futura. O nome hebraico transliterado "Ezequiel", significa
"Deus Fortalece" ou "Fortalecido por Deus". O nome aparece duas vezes no livro e em nenhum
outro lugar do Antigo Testamento.
Autor
fi'Os três primeiros versículos citam Ezequiel, filho de Buzi como tendo recebido as visões de Deus~' é·Y registradas nos capítulos 1 - 3. Daí em diante o livro continua na primeira pessoa, sem dúvida~. referindo-se ao mesmo profeta Ezequiel. A unidade do estilo, as frases peculiares a Ezequiel presentesW neste livro, e a constante atenção devotada a seus grandes temas convenceram a maioria dos eruditos
de que o livro é resultado dos encontros de Ezequiel com Deus.
Como Jeremias, Ezequiel era um sacerdote chamado para ser profeta do Senhor. Sua esposa faleceu
como sinal aos judeus exilados de que Jerusalém não seria poupada (24.16-24). Seu ministério profético
demonstra uma ênfase sacerdotal em sua preocupação com o templo, o sacerdócio, sacrificios e a
Shekinah (a glória de Deus manifestada no templo). Ezequiel teve o privilégio de receber várias
visões impressionantes e foi cuidadoso e artístico na apresentação destas visões.
Data
Ezequiel foi levado para o exílio na Babilônia depois que a cidade caiu pela segunda vez diante de
Nabucodonosor em 597 a.C. Sua primeira visão pode ser datada provavelmente de 593-92 a.C. e a
data do último oráculo registrado no livro é, provavelmente 571-70 a.C., o que marca um ministério
de aproximadamente vinte anos de duração. O livro, como o temos hoje, deve ter sido completado
imediatamente após este período. O trigésimo ano (1.1) refere-se, com toda probabilidade, à idade de
Ezequiel, quando recebeu o chamado, idade em que os sacerdotes entravam integralmente em seus
deveres no templo. Como o exílio havia privado Ezequiel do privilégio de servir como sacerdote no
templo, Deus graciosamente lhe deu o ministério profético registrado neste livro.
É o livro mais fácil de datar do Antigo Testamento, em razão da seqüência bem ordenada de datas
peculiar a Ezequiel. Cada seção de oráculos proféticos inicia com o ano, o dia e o mês em que a
mensagem foi recebida. O profeta Ezequiel foi contemporâneo de Jeremias e Daniel, e algumas de
suas profecias parecem ser extensões da mensagem de Jeremias. Daniel é mencionado três vezes
no livro (14.14,20; 28.3).
Temas e Estrutura Literária
O livro de Ezequiel pode ser dividido em quatro seções: chamado e comissionamento de Ezequiel
(caps. 1-3),julgamento de Judá (caps. 4-24),julgamento dos gentios (caps. 25 -32), e restauração
de Isràel (caps. 33 - 48).
183
Ezequiel em Relance
ÊNFASE COMISSIONAMENTO DE EZEQUIEL JULGAMENTO DE JULGAMENTO RESTAURAÇÃO DE ISRAEL
JUDÁ DOS GENTIOS
TEXTO 1.1 2.1 4.1 25.1 33.1 40.1 48.35
EZEQUIELVÊ EZEQUIELÉ SINAIS, JULGAMENTO RETORNO DE RESTAURAÇÃO
DIVISÃO A GLÓRIA COMISSIONADO MENSAGENS DAS NAÇÕES ISRAEL PARA O DE ISRAEL
PARA A OBRA VISÕES,E VIZINHAS SENHOR NO REINO
PARÁBOLAS DE
JULGAMENTO
ANTES DO CERCO DURANTE DEPOIS DO CERCO
TÓPICOS
e. 592 - a.C. OCERCO (e. 585-570 a. C.)
(e. 586 a. C.)
QUEDA DE JUDÁ OS INIMIGOS O FUTURO DEJUDÁ
DEJUDÁ
LOCAL BABILÕNIA
OCASIÃO e. 592 - 570 a. C.
Nelson :\.Com lere Book o Bible Ma s and Charts © 1993 b Thomas Nelson lnc.p 1 p y
Como os livros de Daniel e Apocalipse, Ezequiel pertence ao gênero de escritos "apocalipticos".
Características deste tipo de literatura incluem o uso de simbolismo, visão, alegorias, parábolas e
ações simbólicas. Ezequiel usa muitos desses meios de expressão para incutir em seus companheiros
exilados o fato de que o julgamento de Deus sobre Jerusalém ainda não havia terminado. O cálice
de iniqüidade de Jerusalém estava, finalmente, transbordando; o tempo da ação de Deus havia
chegado. A certeza do julgamento divino foi simbolizada pela retirada da glória de Deus do templo
(8.l-11.25).
Ezequiel enfatiza também a convicção do julgamento de Deus sobre as nações que rodeavam Israel.
O livro mostra o círculo completo de julgamento sobre as nações vizinhas de Judá, mencionando-as
no sentido horário. Amom, Moabe, Edom, Filístia, Tiro e Sidom (caps. 25 - 28). Os oráculos contra as
nações concluem com o Egito, uma nação que continuaria a existir, mas nunca recuperaria sua antiga
glória (29.15).
Com a queda de Jerusalém, a atenção de Ezequiel virou-se para a futura restauração de Israel. A
visão do vale de ossos secos (37.1-14) retrata intensamente a reanimação da nação pelo Espírito de
Deus. A restauração de Israel é ainda mais desenvolvida quando Ezequiel retoma à cidade destruída
numa visão e recebe especificações detalhadas sobre a reconstrução do templo, da cidade e da terra
(capsAO-48). Após uma descrição do novo pátio exterior, o pátio interior, e o templo (caps. 40 -42),
Ezequiel vê o retomo da glória do Senhor ao templo vindo do leste (43.1-12).
As visões escatológicas sobre a restauração de Israel têm, claramente, uma dimensão messiânica. O
título "filho do homem" ocorre cerca de noventa vezes em Ezequiel e, embora o título seja aplicado
ao próprio Ezequiel, foi usado por Jesus como sua auto-identificação favorita. Portanto, Ezequiel
pode ser considerado um tipo de Cristo. Como tal, Ezequiel recebeu poder para ser uma voz profética
da era messiânica quando o "Espírito do Senhor caiu" sobre ele (11.5). A descida do Espírito Santo
sobre Jesus no rio Jordão deu-lhe poder para proclamar o advento do reino messiânico (Lc 4.18, 19).
Além disso, a visão do Senhor Deus como Pastor divino que reúne seu rebanho desgarrado (34.11-
16) evoca a imagem de Jesus como o Bom Pastor (Jo. 10.11-16). O santuário restaurado no meio de
um povo novamente reunido, cuja cabeça é o Rei-sacerdote, o Messias Davídico (37.22-28), prefigura
o tabemáculo restaurado de Davi, a igreja (Am 9.11; At 15.16).
184
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ESBOÇO DE EZEQLJIEL
Primeira Parte: O Comissionamento de Ezequiel (1.1 - 3.27)
I. Ezequiel Vê a Glória de Deus 1.1-28
A. Ocasião da Visão 1.1-3
B. As Quatro Criaturas Viventes 1.4-14
C. As Quatro Rodas 1.15-21
D. O Firmamento 1.22-25
E. O Aparecimento de um Homem 1.26-28
11. Ezequiel É Comissionado à Palavra de Deus2.1 - 3.27
A. Ezequiel É Enviado a Israel 2.1-3.3
B. Ezequiel É Instruído sobre seu Ministério 3.4-27
Segunda Parte: Julgamento de Judá (4.1 - 24.27)
I. Quatro Sinais do Julgamento que se Aproxima 4.1 - 5.17
A. O Sinal do Tijolo de Barro 4.1-3
B. Sinal de Ezequiel Deitando-se sobre o seu Lado 4.4-8
C. Sinal do Pão Sujo 4.9-17
D. Sinal da Navalha e do Cabelo 5.1-4
E. Explicação dos Sinais 5.5-17
11. Duas Mensagens sobre o Julgamento que se Aproxima 6.1 - 7.27
A. Destruição por causa da Idolatria 6.1-14
B. Descrição da Conquista Babilônica 7.1-27
111.Visão em Quatro Partes do Julgamento Próximo 8.1- 11.25
A. Visão da Glória de Deus 8.1-4
B. Visão da Abominação no Templo 8.5-18
C. Visão do Extermínio em Jerusalém 9.1-11
D. A Glória de Deus se Levanta e Coloca-se à Porta 10.1-8
E. Visão das Rodas e dos Querubins 10.9-22
F. Visão dos Vinte e Cinco Chefes Perversos 11.1-12
G. Promessa de Restauração do Remanescente 11.13-21
H. A Glória de Deus Deixa o Monte das Oliveiras 11.22-25
IV. Sinais, Parábolas e Mensagens de Julgamento 12.1 - 24.27
A. Sinal da Bagagem para o Exílio 12.1-6
B. Sinal do Tremor 12.17-28
C. Mensagem contra os Falsos Profetas 13.1-23
D. Mensagem contra os Anciãos 14.1-23
E. Parábola da Vinha 15.1-8
F. Parábola do Casamento de Israel.. 16.1-63
G. Parábola das Duas Águias 17.1-24
H. Mensagem sobre Julgamento Pessoal para Pecado Pessoal 18.1-32
1. Lamento pelos Príncipes de Israel 19.1-9
1. Parábola da Videira Seca 19.10-14
K. Mensagem de Julgamento sobre Jerusalém 20.1-24.27
185
Terceira Parte: Julgamento sobre os Gentios (25.1 - 32.32)
I. Julgamento sobre Amom 25.1-7
11. Julgamento sobre Moabe 25.8-11
111. Julgamento sobre Edom 25.12-14
IV. Julgamento sobre a Filístia 25.15-17
V. Julgamento sobre Tiro 26.1 - 28.19
A. Destruição de Tiro 26.l-21
B. Lamento sobre Tiro 27.1-36
C. Queda do Príncipe de Tiro 28.l-19
VI. Julgamento sobre Sidom 28.20-26
VII. Julgamento sobre o Egito 29.1 - 32.32
A. O Egito Será Desolado 29.1-16
B. O Egito Será Tomado pela Babilônia 29.17-21
C. O Egito Será Destruído 30.1-26
D. O Egito Será Cortado como a Assíria 31.1-18
E. Lamento sobre o Egito 32.1-16
F. Egito no Sheol 32.17-32
Quarta Parte: Restauração de Israel (33.1 - 48.35)
I. O Retorno de Israel à Terra Prometida 33.1 - 39.29
A. Designação de Ezequiel como Atalaia 33.l-33
B. Mensagem aos Pastores 34.1-31
C. Julgamento de Edom 35.1-15
D. Profecias sobre lsrael.. 36.l- 37.28
E. Profecias sobre Gogue e Magogue 38.l- 39.29
11. Restauração de Israel no Reino 40.1 - 48.35
A. O ovo Templo 40.l-43.27
B. O Novo Culto 44.1-46.24
C. A Nova Terra 47.l-48.35
o Templo de Ezequiel
O capítulo 40 apresenta um plano detalhado para um novo complexo do templo em Jerusalém.
Alguns interpretam esta profecia como uma planta exata de um templo tísíco a ser construido
perto ou em Jerusalém no futuro. Outros vêem o templo restaurado de Ezequiel não como um
projeto, mas como uma visão que enfatiza a pureza e vitalidade espiritual de um lugar ideal de culto
e daqueles que adorarão neste lugar. Neste caso, a visão não pretende se referir a um cumprimento
físico, terreno, mas deseja expressar a verdade encontrada no nome da nova cidade: O SENHOR
ESTÁ ALI (48.35).
186
Cozinha
Cozinha dos
Sacerdotes
Edifício na
Extremidade
Oeste
Cozinha dos
Sacerdotes
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Sala para
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Porta do Sul
© 2002, Editora Cultura Cristã
Veja o mapa" O Oriente Médio no Tempo de Ezequiel", à página 190.
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Cozinha
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Câmaras de Armazenagem
O escopo geográfico das visões proféticas do livro de Ezequiel é surpreendente. Escrito no exílio,
na Babilônia, as profecias de Ezequiel tratam de Israel e das nações vizinhas (caps. 25 - 32).
Também mencionam um grande número de cidades e áreas do antigo mundo mediterrâneo (por
exemplo, capo 27). Talvez o mais intrigante seja a referência a Gogue, um governante estrangeiro
e agressivo da terra de Magogue, identificado como príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal (38.1, 2).
Gogue e seu país Magogue nunca foram satisfatoriamente identificados. Magogue talvez tenha
sido localizado no que é hoje a moderna Turquia, porque Tubal e Meseque são bem citados nos
registros gregos e assírios como sendo localizados nesta área.
187
o Oriente Médio no Tempo de Ezequiel
CITAS
Mar Mediterrâneo ~
CAFTOR
Harã
Carquemis e e
Tarso
e
'1eAlepo
~ Hamate e e Tadmor
SITIM~ Arvad ~ e Ribla
Sidom ,~BibIOS
Tiro .i e Damasco
Megido/.er
Jerusalém : Samaria
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;:::!
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e Eziom Geber -$
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Barca ,...---; Cirene
e e
LíBIA
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"Saberão que eu sou o Senhor,
quando eu os dispersar entre as nações
e os espalhar pelas terras."
Ez 12.15
© 2002, Editora Cultura Cristã
A Visão de Ezequiel sobre a Restauração da Terra
As fronteiras da nação restaurada de Israel aproximavam-se das fronteiras da terra durante o
reinado de Davi e Salornão. Entretanto, a área a leste do Jordão - Gileade e Transjordânia - não
farão parte desta nova herança. Esta porção não fazia parte da terra que havia sido prometida.
As tribos não serão arranjadas como eram historicamente, sob o governo de Josué (Js 13-19).
Deus fará algo novo na restauração.
A parte central da terra ao redor de Jerusalém será colocada à parte para propósitos religiosos e
de governo.
Ao norte do distrito central estarão sete tribos. Dã, Aser, Naftali, Manassés, Efraim, Rúben e
Judá. Ao sul, as cinco tribos restantes. Benjamim, Simeão, Issacar, Zebulom e Gade.
Veja o mapa "Restauração da Terra", à página 191.
188
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Restauração da Terra
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O 60km
189
Vida e Época de Ezequiel
1- Ezequiel
cresce durante
as reformas
efetuadas
por Josias
(c. 622-621
a.C.; 2Rs 23).
5 - Jeoiaquim, com 18 anos, rende-
se a Nabucodonosor,
é levado para o exílio
junto com outros líderes da
nação, inclusive, provavelmente,
Ezequiel (c. 599-597 a.C.;
2Rs 24.12). Zedequias é
designado governante
em Jerusalém.
8 - Tem início o cerco
final de Jerusalém;
a esposa de
Ezequiel morre, mas
ele não pode
pranteá-Ia (588
a.C.; Ez 24.1-18)
~
. 10 - Ezequiel tem uma,visão
,:' '. '::," . da Nova Jerusalem
," ., , • e do novo templo
~~ (573 «.c: Ez 40-48).
640 a.C. 630 a.C. 620 a.C.
4 - Babilônia derrota o Egito em
feroz combate homem
a homem em Carquemís
(c. 605 a.C.).
7 - Ezequiel tem uma
visão sobre as
idolatrias cometidas
em Jerusalém (592
a.C.; Ez8).
3 - Josias morre em batalha
(c. 609 a.C.).
6 - Aos 30 anos Ezequiel
recebe seu chamado
para ser profeta nas
planícies da Babilônia
(593 a.C.; Ez 1 - 3).
9 - Profecia sobre o
braço quebrado
de Faraó (587 a.C.;
Ez 30.20-26).
Tiro~
JJ::::~'"Morto
Delta do Nilo
11 - Profecia da vitória
de Nabucodonosor
sobre Tiro e sobre
o Egito (571 a.C.;
Ez 19.17-21).
Reis de Judá
610 a.C. 600 a.C. 590 a.C. 580 a.C.
Jeoacaz - 3 meses(690)
Jeoiaquim - 3 meses
C. 598 exilado (2Rs 25.27-30)
I
570 a.C.
I Josiasc.640-609 Jeoiaquim609-598 111 Zedequias I'I 598-587 a.C. I
Reis da Babilônia
Nabopolasar
c. 626-605 a.C.
Nabucodonosor 11
c. 605-562 a. C.
Reisdo Egito Psamético 11594-589
Psamético
c.664-610
Neco
610-594
Hofra
589-570 A. C.
:'-"
190
=
Parábolas de Ezequiel
Parábola é uma verdade envolvida em uma história bem composta, ou numa figura de linguagem.
Pode ser fictícia, dramatizada, ou resultado de uma visão. Jesus anunciou muitos ensinamentos
por meio de parábolas (veja "Parábolas de Jesus Cristo" em Lucas 8.4).
O mesmo fizeram vários dos profetas do Antigo Testamento, inclusive Ezequiel.
3 - As Águias e o
Cedro (Ez 17)
Ilustrava a tolice
do rei Zedequias,
cuja rebeliãó
traria as tropas de
Nabucodonosor
para destruir
Jerusalém.
7 - O Naufrágio
(Ez 27)
Ilustrava o
julgamento
que cairia
sobre Tiro.
1- A Madeira da Vinha
(Ez 15.1-8)
Simbolizava a maneira
pela qual Judá havia se
tornado inútil para o
Senhor e já não servia
para nenhum outro
propósito a não ser
queimar em julgamento.
2 - A Criança Enjeitada (Ez 16)
Ilustrava a traição de Judá
ao amor e compaixão de
Deus..,
6 - A Panela de Cozer
(Ez 24.1-14)
Simbolizava a
maneira como Deus
aumentaria o fogo
contra Jerusalém
para limpá-Ia de
suas impurezas.
4 - A Fornalha Ardente
(Ez 22.17-22)
Explicava a maneira
pela qual Deus
purificaria seu povo
através do "calor" do
cerco a Jerusalém.
Jeremias e Zacarias foram outros dois profetas que
utilizaram parábolas para comunicar sua mensagem.
Veja Jeremias 18.1-10 e Zacarias 5.1-4.
5 - As Duas
Meretrizes
(Ez 23)
Simbolizava o
adultério
espiritual de
Israel e Judá.
8 - Os Pastores
Irresponsáveis
(Ez 34)
Retratava os
líderes inúteis de
Jerusalém e
como Deus
lidaria com eles.
9 - Os Ossos
Secos (Ez 37)
Simbolizava a
renovação
espiritual da
nação de Israel.
191
DANIEL
Três das mais famosas histórias da Bíblia estão registradas no livro de Daniel. Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego na fornalha, o escrito na parede durante o banquete de Belsazar, e Daniel na cova dos
leões. Entretanto, para além destas histórias, o livro é um mistério para muitos - relatando sonhos,
visões e suas interpretações dificeis de entender. A mensagem central do poder de Deus e de seu
triunfo final é clara, e tão relevante hoje quanto foi no tempo de Daniel.
O nome "Daniel" significa "Deus é meu Juiz" e o livro recebe o nome de seu autor e principal personagem.
Autor
~
A autoria e data de Daniel são duas das mais controvertidas questões no campo dos estudos
~
~. bíblicos (v~ja Data). Daniel .afi~a ter escrito seu livro (12.4) e usa o pr~nom~ na p.rimeira p~ssoa
.~ de 7.2 em diante. O Talmude judaico concorda com este testemunho, tambem Cnsto citou o versículo
. ~ 9.27 (Mt 24.15), e o atribuiu a "Daniel, o profeta". .
Daniel era umjovemjudeu nascido de uma família nobre, levado para a Babilônia no primeiro cativeiro
sob Nabucodonosor em 605 a.c. Logo no princípio de seu cativeiro, tomou-se membro do conselho
real da Babilônia e passou a maior parte de sua carreira como conselheiro de alto nível de
Nabucodonosor. Daniel parece ter gozado de menor proeminência durante o reinado dos sucessores
de Nabucodonosor, mas, depois que a Babilônia foi conquistada pelos persas, Daniel atingiu novamente
considerável importância durante o reinado de Dario.
Daniel é um dos poucos personagens bíblicos bem conhecidos a respeito de quem não se escreveu
nada de negativo. Sua vida caracterizou-se pela fé, oração, coragem, consistência e nenhuma
transigência. Este homem "muito amado" (9.23; 10.11, 19) foi mencionado três vezes por Ezequiel,
seu contemporâneo do 6º século a.c., como um exemplo de retidão.
192
b
Data
A Babilônia rebelou-se contra o império Assírio em 626 a.c., destruiu Nínive, a capital assíria, em 612
a.C. e tomou-se amaior potência do antigo Oriente Médio, quando venceu o Egito na batalha de Carquemis,
em 605 a. C. No final deste mesmo ano o rei babilônio, Nabucodonosor, conquistou Jerusalém e levou
importantes cidadãos da cidade como reféns para a Babilônia. Neste grupo estava o jovem Daniel.
Ele ministrou como profeta emembro do governo durante todo o cativeiro babilônico e continuou em suas
funções depois que a Babilônia foi conquistada pelos Medos e Persas, em 539 a.c. Seu ministério profético
foi dirigido à corte gentia da Babilônia e da Pérsia, assim como a seus compatriotas judeus. Zorobabel
dírigiu um retomo de judeus a Jerusalém no primeiro ano do reinado de Ciro, e Daniel viveu e ministrou
pelo menos até o terceiro ano deCiro (536 a.c.; 10.1).Tomando as afirmações do livro literalmente, o livro
de Daniel teria sido escrito, provavelmente, ao redor do nono ano do reinado de Ciro (c. 530 a.C.)
Especialmente em razão das extensas visões registradas em Daniel a respeito dos impérios que sucederam
à Babilônia e da convicção de que a profecia de predição é impossível, muitos críticos têm afirmado que
Daniel é um livro fraudulento, escrito no período dos Macabeus no 2º século a.c., e não no 6º século
como o livro afirma. Há, entretanto, fortes razões para aceitar a data do 6º século.
Os argumentos de que profecia de predição é impossível e, portanto, que a seqüência de impérios
retratados nos capítulos 7 e 8 teriam sido escritos durante o 2º século a.C., no período da dominação
grega, envolve uma rejeição dogmática ao sobrenatural. Além disso, o argumento do 2º século para
a data de composição do livro assume que os quatro impérios retratados são Babilônia, Média, Pérsia,
e Grécia. É claro, entretanto, que Daniel considera o império Medo-Persa (5.28) em conjunto, e que
a descrição do quarto império ajusta-se não à Grécia, mas a Roma, que atingiu o domínio do mundo
muito depois do alegado 2º século a.C. como data para o livro.
Embora se argumente que a porção aramaica de Daniel (caps. 2-7) seja escrita num aramaico
tardio, estudos recentes mostraram que o escrito de Daniel é, realmente, um exemplo do aramaico
imperial inicial - uma forma consistente com a data do 6º século a. C. Além disto, a presença de
fragmentos do texto de Daniel entre os Rolos do Mar Morto - fragmentos que aparentemente datam
do período dos Macabeus - não fornecem tempo suficiente para que um trabalho escrito no período
dos Macabeus tivesse se tomado amplamente aceito como Escritura.
Embora alguns argumentem que há erros históricos em Daniel, e que tais erros apontam para uma data
tardia, evidências recentes têm demonstrado a exatidão histórica do livro. Embora algumas questões
permaneçam, nenhuma delas põe dificuldades insuperáveis à aceitação do 6º século a.C. como data da
sua composição.
Temas e Estrutura Literária
Daniel, o "Apocalipse do Antigo Testamento", apresenta uma visão surpreendentemente abrangente
da história profética. Após um capítulo introdutório em hebraico, Daniel muda para o aramaico nos
capítulos 2-7 para apresentar o futuro dos poderes do mundo gentílico. Depois, nos capítulos 8-12,
Daniel volta ao hebraico para examinar o futuro da nação judaica sob dominação gentílica.
O tema do controle soberano de Deus sobre os acontecimentos da história do mundo emerge
claramente, confortando tanto a futura igreja como os judeus cuja nação fora destruída pelos babilônios.
Babilônios, Persas, Gregos e Romanos virão e passarão, mas Deus estabelecerá seu reino eterno
com o seu povo redimido.
Outro tema encontrado no livro é a ênfase da separação em obediência a Deus, da qual Daniel é o
exemplo máximo. Desde sua decisão de não comer a comida do rei (1.8-16), à sua recusa de orar ao
rei (6.4-24) Daniel mostra um espírito tão fiel às suas convicções que abre excelentes oportunidades
para Deus demonstrar seu poder em favor de Daniel.
Daniel em Relance
ÊNFASE HISTÓRIA DE PLANO PROFÉTICO PARA OS GENTIOS PLANO PROFÉTICO PARA ISRAEL
DANIEL
TEXTO 1.1 2.1 5.1 6.1 7.1 8.1 9.1 10.1 12.13
VIDA VISÕES DE VISÁODE DECRETO QUATRO VISÁODEUM VISÁO DAS VISÁODO
DIVISÃO PESSOAL DE NABUCO- BELSAZAR DEDARIO ANIMAIS CARNEIRO SETENTA FUTURO DE
DANIEL DONOSOR EUMBODE SEMANAS ISRAEL
ANTECEDENTES DANIEL INTERPRETA O SONHO DE GABRIEL INTERPRETA OS SONHOS DE DANIEL
TÓPICOS
DEDANIEL OUTRAS PESSOAS
HEBRAICO ARAMAICO HEBRAICO
LOCAL BABILÔNIA OU PÉRSIA
OCASIÃO c. 605 - 536 a. C
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Carreira Profética de Daniel
193
ESBOÇO DE DANIEL
Primeira Parte. História Pessoal de Daniel (1.1-21)
I. Deportação de Daniel para a Babilônia 1.1-7
11. Fidelidade de Daniel na Babilônia 1.8-16
111. A Reputação de Daniel na Babilônia 1.17-21
Segunda Parte. Plano Profético para os Gentios (2.1-7.28)'
I. Nabucodonosor Sonha com uma Grande Estátua 2.1-49
A. Nabucodonosor Dissimula seu Sonho 2.1-13
B. Deus Revela o Sonho 2.4-23
C. Daniel Interpreta o Sonho 2.24-45
D. Nabucodonosor Promove Daniel 2.6-49
11. A Imagem de Ouro de Nabucodonosor 3.1-30
A. A Imagem de Nabucodonosor É Erigida 3.1-7
B. Os Amigos de Daniel Recusam-se a Adorar 3.8-12
C. Os Amigos de Daniel Confiam em Deus 3.13-18
D. E São Protegidos na Fornalha 3.19-25
E. Os Amigos de Daniel São Promovidos 3.26-30
111. A Visão de uma Grande Árvore 4.1-37
A. A Proclamação de Nabucodonosor 4.1-3
B. A Visão de Nabucodonosor 4.4-18
C. Danie1 Interpreta a Visão 4.19-27
D. A Humilhação de Nabucodonosor 4.28-33
E. A Restauração de Nabucodonosor 4.34-37
IV. Belsazar e a Escrita na Parede 5.1-31
A. Belsazar Profana os Utensílios do Templo 5.1-4
B. Be1sazar Vê a Escrita 5.5-9
C. Daniel Interpreta a Escrita 5.10-29
D. Belsazar É Morto 5.30,31
V. O Decreto Tolo de Dario 6.1-28
A. Daniel É Promovido 6.1-3
B. Daniel Assina um Decreto Tolo 6.4-9
C. Daniel Ora Fielmente 6.10-15
D. Daniel É Salvo da Cova dos Leões 6.6-24
E. O Decreto Sábio de Dario 6.25-28
VI. Visão de Daniel Sobre os Quatro Animais 7.1-28
A. A Revelação da Visão 7.1-14
B. A Interpretação da Visão 7.14-28
194
Terceira Parte: Plano Profético para Israel (8.1 - 12.13)
I. Visão de Daniel sobre o Cordeiro e o Bode 8.1-27
A. A Revelação da Visão 8.1-12
B. A Duração da Visão 8.13,14
C. A Interpretação da Visão 8.15 -27
11.Visão de Daniel sobre as Setenta Semanas 9.1-27
A. A Compreensão de Daniel 9.1,2
B. A Intercessão de Daniel 9.3-19
C. A Intervenção de Gabriel 9.20-23
D. A Revelação das Setenta Semanas 9.24-27
111. Visão de Daniel sobre o Futuro de Israel 10.1-12.13
A. A Preparação de Daniel 10.1-21
B. A Revelação das Sessenta e Nove Semanas 11.1-35
C. Revelação da Septuagésima Semana 11.36-12.3
D. Conclusão das Visões de Daniel 12.4-13
Sonhos e Visões em Daniel
A futura situação histórica do povo de Deus é comunicada em visões proféticas por meio de uma
estátua (cap. 2), de quatro animais (cap. 7) e de dois animais (cap. 8). O sonho da estátua no
capítulo 2 e a visão 'dos quatro animais no capítulo sete referem-se a quatro impérios gentílicos
.sucessivos sob os quais o povo de Deus viveria. Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma.
A visão do capítulo 8 trata das experiências do povo de Deus sob o poder dos Medos e Persas,
representados pelo cordeiro, e as experiências sob o poder dos gregos representado pelo bode. O
"grande chifre" de 8.8 simboliza Alexandre, o Grande, que morreu com a idade de 33 anos, e
cujo reino foi dividido em quatro partes governadas por quatro generais gregos - os "quatro
notáveis" de 8.8. O "pequeno chifre" de 8.9 representa Antíoco IV Epifanes, que profanou o
templo em Jerusalém.
Correlação de Sonhos e Visões em Daniel
ESTÁTUA - CAPo 2 ANIMAIS - CAPo 7 ANIMAIS - CAPo 8 REINO REPRESENTADO
Cabeça de ouro Como um leão com
Babilônia
asa de águia
I/)
.2 Peito e braços de prata Como um urso Carneiro com dois chifres Medo-Pérsia
'E
Ql
o
I/) Barriga e Como um leopardo, com Bode com um grande chifre,
Gréciao coxas de bronze quatro asas e quatro cabeças quatro chifres e chifre pequeno'O
o
Q.
E Pernas de ferro, Animal incomparável com dez{!!.
pés de ferro e barro chifres e um pequeno chifre
Roma
O
Pedra que se transforma Messias e santos
Reino de Deus
numa grande montanha recebem o reino
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195
..__. _.__.. __ . •••.•._ .•._._ .•••-'.• ""f'"!'_e'"~ .~ •
Os Pequenos Chifres em Daniel
Embora semelhantes na descrição, o pequeno chifre de 7.8 é diferente do pequeno chifre de 8.9. O pequeno
chifre de 7.8 ocorre no contexto do quarto reino (Roma), enquanto o pequeno chifre de 8.9 aparece no
contexto do terceiro reino (Grécia). Dentro de um consenso geral, este segundo pequeno chifre refere-se a
Antíoco IV Epifanes, que governou a Síria de l75-M3 a.c. e que atacou Jerusalém e profanou o templo.
A identidade do pequeno chifre de 7.8 é de certa forma discutível. Muitos intérpretes o entendem
como uma referência ao Anticristo, que reinaria sobre um ressurgimento do império romano no
futuro. Outros o interpretam como uma referência a um dos antigos césares romanos.
É importante notar que os pequenos chifres dos capítulos 7 e 8 referem-se a duas pessoas distintas.
Vários fatores deixam clara esta distinção.
Pequeno chifre do capo 7 Pequeno chifre do capo 8
Viria de Roma (quarto reino) Viria da Grécia (terceiro reino)
Seria um décimo primeiro chifre, arrancando três dos dez chifres Seria um quinto chifre, saindo de um dos quatro chifres
Perseguiria o povo de Deus por 42 meses ou três anos e meio Perseguiria o povo de Deus por 2300 dias, ou mais que seis anos.
Império GreJlO de Alexandre
.Sardes zg
~.Ninive~
Sidom Damasco
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• Samaria
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• Jerusalém
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ARÁBIA
o 200 Mi
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o 200 km
N
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© 2002, Editora Cultura Cristã
196
:-e= A
OSÉIAS
o livro de Oséias foi escrito para o reino do norte, Israel, quando este se achava à beira do desastre.
Exteriormente a nação gozava de um período de prosperidade e crescimento, mas internamente a
corrupção moral e o adultério espiritual contaminavam a vida do povo.
O profeta Oséias foi instruído por Deus para casar-se com uma mulher infiel, experimentando assim,
em sua própria vida, uma ilustração nítida da infidelidade do povo e da fidelidade de Deus. Oséias
faz ouvir repetidas vezes sua tríplice mensagem. Deus abomina o pecado de seu povo; o julgamento
é certo; o amor de Deus continua inabalável.
Oséias, cujo nome significa "Salvação", tem o mesmo nome que o último rei de Israel.
Autor
f( Além do seu casamento calamitoso, pouco se sabe a respeito da vida do profeta Oséias. Sua terra
~
..~ .. natal não é mencionada, mas a familiaridade que demonstra e sua preocupação com o reino do norte
~ indicam que ele viveu em Israel e não em Judá. Era filho de Beeri (1.1), marido de Gomer (1.3), e pai
, de dois filhos e uma filha (1.4,6,9).
Oséias demonstra uma compaixão real por seu povo, e seu sofrimento pessoal, em razão do
comportamento de sua esposa, deu a ele uma profunda percepção da tristeza de Deus com o pecado
de Israel. Por isso suas palavras sobre o julgamento iminente são apaixonadas, mas amenizadas por
um coração compassivo.
Data
Evidentemente o profeta compilou seu livro durante os primeiros anos do rei Ezequias, e seu ministério
estendeu-se de cerca de 755 a.c. até cerca de 710 a.C. Quando Oséias começou seu ministério,
Jeroboão 11(782-753) ainda reinava sobre Israel. O ministério de Oséias compreendeu os reinados
dos últimos seis reis de Israel de Zacarias (753-752 a.Ci) a Oséias (732-722 a.c.)
No início do seu ministério, Israel estava passando por um período temporário de prosperidade
política e econômica sob o governo de Jeroboão 11. Entretanto, a nação começou a desmoronar
depois que Tiglate-Pileser Il (745-727 a.C.) fortaleceu a Assíria.
O reinado dos últimos seis reis de Israel foram relativamente breves, pois quatro foram assassinados
e o quinto foi levado cativo para a Assíria. Confusão e declínio caracterizaram os últimos anos do
reino do norte, e o povo recusou-se a ouvir a admoestação de Oséias sobre o julgamento iminente.
Temas e Estrutura Literária
O livro de Oséias conta a história de um amor e uma fidelidade unilaterais, o que representa o
relacionamento entre Deus e Israel. Assim como Gomer é casada com Oséias, Israel é desposada
com Deus. Ambos os relacionamentos se desintegram gradualmente - Gomer corre atrás de outros
homens e Israel procura outros deuses.A idolatria espiritual de Israel é ilustrada pelo adultério físico
de Gomer. O desenvolvimento do livro pode ser traçado em duas partes: a esposa adúltera e o marido
fiel (caps. 1 - 3), o Israel adúltero e o Senhor fiel (caps. 4 - 14).
197
Oséias em Relance
ÊNFASE ESPOSA ADÚLTERA E MARIDO FIEL ISRAEL ADÚLTERO E SENHOR FIEL
TEXTO 1.1 2.2 3.1 4.1 6.4 9.1 11.1 14.9
CASAMENTO GOMER RESTAURAÇÃO ADULTÉRIO
ISRAEL DEUS
DIVISÃO RECUSA
DEUS JULGA
PROFÉllCO APLICADA A DEGOMER ESPIRITUAL ISRAEL
RESTAURA
ISRAEL DE ISRAEL ARREPENDER- ISRAEL
SE
TÓPICOS
CASAMENTO DE OSÉIAS MENSAGEM DE OSÉIAS
PESSOAL NACIONAL
LOCAL REINO DO NORTE -ISRAEL
OCASIÃO c. 755 - 710 a. C.
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Carreira Profética de Oséias
A mensagem do profeta reflete a terrível fascinação de Israel pelo culto a Baal. Baal significa
"marido", "senhor", e seu culto envolvia ritos de fertilidade, inclusive prostituição ritual. Baal era o
outro amor a quem a infiel Israel freqüentemente procurava.
Oséias nos dá uma das mais eloqüentes expressões da misericórdia de Deus que podemos encontrar
no Antigo Testamento. Este sentimento está englobado na palavra hebraica hesed, comumente traduzida
por "misericórdia", "bondade tema" ou "amor imutável". Este sentimento envolve uma lealdade
amorosa aos compromissos da aliança, bem ilustrado pelos votos matrimoniais. Mas, do ponto de
vista de Oséias, o amor fiel de Deus não lhe permitiria divorciar-se facilmente de seu povo.
Veja o quadro. "Apostasia de Israel e Casamento de Oséias", à .página ao lado.
198
ESBOÇO DE OSÉIAS
I. Esposa Adúltera e Marido Fiel 1.1-3.5
A. Introdução ao Livro de Oséias 1.1
B. Casamento Profético de Oséias e Gomer 1.2-2.1
C. Aplicação do Adultério de Gomer 2.2-23
D. Restauração de Gomer 3.1-5
11. O Israel Adúltero e o Senhor Fiel 4.1-14.9
A. Adultério Espiritual de Israel 4.1-6.3
B. Israel Recusa Arrepender-se de seu adultério : 6.4-8.14
C. Deus Julga Israel 9.1-10.15
D. Deus Restaura Israel 11.1-14.9
Apostasta de Israel e o Casamento de Oséias
Os estágios do relacionamento entre Israel e Deus são retratados nas profecias de Jeremias e Ezequiel,
bem como no relacionamento entre Oséias e Gomer
Estágio Profetas de Israel Casamento de Oséias
~ -
Noivado Jeremias 2.2 Oséias 1.2
-
Casamento EzequieI16.8-14 Oséias 1.3
Adultério Jeremias 5.7; EzequieI16.15-34 Oséias 3.1
1-
Separação Jeremias 3.8-10; EzequieI16.35-52 Oséias 3.3,4
I, -- ~
Restauração EzequieI16.53-63 Oséias 3.5
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Que Si~nifi(a o Nornet
(Oséias 1)
Os nomes representam um papel significativo para a compreensão de Oséias,
como demonstra o quadro abaixo:
Nome Significado
Jezreel (Os 1.4)
Lo-Ruama (Os 1.6)
Lo-Ami (Os 1.9)
Oséias (Os 1.1, relacionado também a Josué)
(Nm 13.16, e a Jesus, Mt 1.21)
Deus Dispersa
Desfavorecida
Não Meu Povo
Javé É Salvação
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199
•"'",'~-\," v~ h
JOEL
o desastre abateu-se sobre o reino do sul, Judá, na forma de uma nuvem de gafanhotos. Em questão
de horas os campos ficaram arrasados e o profeta Joel aproveitou a oportunidade para proclamar a
mensagem de Deus. A praga dos gafanhotos foi vista como um prenúncio da vinda do dia do Senhor.
A partir desta perspectiva o livro adverte para o julgamento que se aproxima, chama o povo ao
arrependimento e dá ao povo de Deus a esperança da vinda do dia da salvação, que se seguirá ao
julgamento. O nome hebraico Yo 'el significa "Javé é Deus", um nome apropriado para um livro que
enfatiza a obra soberana de Deus na História.
Autor
~
Embora haja vários personagens bíblicos com este mesmo nome, o profeta Joel é conhecido apenas
~
"~ v. por este livro. Joel se identifica como filho de Petuel (1.1), e suas freqüentes referências a Sião e à
~ casa do Senhor sugerem, provavelmente, que ele viveu perto de Jerusalé~. ~m razão de suas
~ afirmações sobre o sacerdócio, em 1.13,14; e 2.17, alguns pensam que Joel tena SIdoum sacerdote,
bem como um profeta. Qualquer que seja o caso, ele foi um pregador claro, conciso e intransigente
do arrependimento.
Data
Desde que o livro não inclui nenhuma referência à ocasião histórica, não é possível datá-lo
com segurança. Tradicionalmente, o livro tem sido datado de cerca de 835 a.C., quando Joás
foi colocado no trono aos 7 anos de idade, e o sacerdote Joiada funcionou como o verdadeiro
governador (2Rs 11;12). Este período parece encaixar-se ao texto de Joel, uma vez que a
influência do sacerdócio parece ser forte, e não há nenhuma menção de um rei. Por causa
desta proeminência dos sacerdotes, alguns argumentam que Joel deve ser datado bem mais
tarde, do período pós-exílio.
A evidência aponta também para um material comum entre Joel e Amós. Embora alguns
creiam que Joel tenha emprestado de Amós, é mais provável que Amós, um profeta do século
8º, tenha utilizado material de Joel. Além disso, o estilo de Joel é mais parecido com o de
Oséias e Amós do que com o estilo dos profetas pós-exílios. Desde que Joel não menciona a
idolatria, o livro pode ter sido escrito após o expurgo do culto a Baal, no início do reinado de
Joás, sob a liderança do sacerdote Joiada. Sendo um profeta mais antigo em Judá, Joel teria
sido contemporâneo de Elias, de Israel.
Temas e Estrutura Literária
O livro de Joel é, freqüentem ente, considerado como o trabalho literário mais refmado entre os
escritos proféticos. Suas figuras literárias cuidadosas e bem desenvolvidas, especialmente no relato
da praga dos gafanhotos nos capítulos 1 e 2, e a estrutura clara do livro confirmam esta avaliação.
Joel pode ser dividido em duas seções principais: O dia do Senhor em retrospecto (cap. 1); e o futuro
dia do Senhor (caps. 2; 3).
200
•
Este pequeno livro desenvolve o tema crucial da vinda do dia do Senhor (1.15; 2.1,2,11,31; 3.14,18)-
uma ocasião de terrível julgamento sobre o povo e as nações que se rebelaram contra Deus. Mas
também uma ocasião de bênçãos futuras sobre aqueles que confiaram nele. O tema do desastre está
presente ao longo de todo o livro (praga de gafanhotos, fome, fogo devorador, exércitos invasores,
fenômenos (celestiais), porém as promessas de esperança estão entremeadas com o pronunciamento
do julgamento iminente.
ESBOÇO DE JOEL
I. O Dia do Senhor em Retrospecto 1.1-20
A. O Dia Passado do Gafanhoto 1.1-12
B. O Dia Passado da Seca 1.13-20.
11. O Futuro Dia do Senhor 2.1-3.21
A. O Iminente Dia do Senhor 2.1-27
B. O Último Dia do Senhor 2.28-3.21
joel em Relance
ÊNFASE DIA DO SENHOR EM RETROSPECTO O FUTURO DIA DO SENHOR
TEXTO 1.1 13 2.1 2.28 3.21
DIVISÃO O DIA ANTERIOR I
O DIA ANTERIOR O IMINENTE DIA
I
O ÚLTIMO DIA
DO GAFANHOTO DA SECA 00 SENHOR DO SENHOR
INVASÃO HISTÓRICA INVASÃO PROFÉTICA
TÓPICOS
JULGAMENTO PASSADO DE JUDÁ JULGAMENTO FUTURO E RESTAURAÇÃO DE JUDÁ
LOCAL REINO DO SUL - JUDÁ
OCASIÃO c. 835 d. C.
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Carreira Profética de Joel
201
AMÓS
o livro de Amós dirige-se à impiedade vista na excessiva busca de luxo, auto-indulgência e opressão
dos pobres que caracterizaram o período de prosperidade e sucesso no reino do norte, Israel, sob o
governo de Jeroboão II. A mensagem de destruição pregada por Amós, parecia incongruente com a
primorosa aparência exterior da época. Mas, com uma percepção divinamente concedida, Amós viu
a corrupção sob o exterior brilhantemente colorido e anunciou que a nação estava podre até o âmago.
O livro permanece como um eloqüente testemunho contra aqueles que subordinam a necessidade e
a dignidade humanas à busca do prazer e da riqueza.
O nome Amós deriva dos termos hebraicos que significam "levantar um fardo". Portanto, Amós
significa "Fardo" ou "Carregador de Fardo". O profeta fez jus ao significado do seu nome, suportando
o fardo divinamente colocado sobre ele de declarar julgamento ao rebelde Israel.
Autor
~
Amós não era um profeta profissional (7.14)como os numerosos profetas institucionais ou cúlticos
~
~ ') do seu tempo. De sua origem rústica em Tecoa, a cerca de dez quilômetros ao sul de Belém, no reino
~ do sul, Judá, Amós foi chamado por Deus para ir ao reino do norte e ser seu porta-voz (7.15).
~ O profeta era um homem comum, ocupando-se de gado e colher sicômoros para garantir uma renda
suplementar (7.14). Sua sensibilidade moral ficou chocada com a perversão do culto em Israel,
observada por ele em Betel, um dos mais importantes santuários do país.
202
Data
Conforme 1.I,Amós profetizou durante os reinados de Uzias, rei de Judá (767-739 a.C.), e Jeroboão,
rei de Israel (782-753 a.C.), deixando, assim, um possível período de atuação de 767 a 753 a.C. A
profecia de 7.9-11, parece indicar um período tardio no reinado de Jeroboão, e a data provável do
registro seria 760-753 a. C.
Amós ministrou depois do tempo de Joel e Jonas, e imediatamente antes de Oséias, Miquéias e
Isaías. Na ocasião, Uzias reinava sobre um Judá próspero e militarmente bem-sucedido. No norte,
Israel era governado pelo competente rei Jeroboão 11. As circunstâncias econômicas e militares eram
quase ideais, mas a prosperidade apenas incentivava o materialismo, a imoralidade e a injustiça.
Durante este período, Assíria, Babilônia, Síria e Egito estavam relativamente fracos. Por isso, o povo
de Israel achou dificil imaginar a vinda do desastre predito por Amós - um desastre que ocorreu
apenas três décadas depois.
Temas e Estrutura Literária
Embora Amós enfatize suas raízes rústicas e sua falta de status profissional como profeta, seu estilo
vigoroso e o caráter literário de seu livro sugerem que ele era instruído.O livro pode ser
convenientemente dividido em quatro seções de oito profecias (caps. 1,2), três sermões (caps. 3 - 6),
cinco visões (caps. 7.1 - 9.10), e cinco promessas (9.11-15).
Amós traz, basicamente, uma mensagem de julgamento. profecias de julgamento sobre as nações,
oráculos e visões de julgamento divino contra Israel. Amós inicia com uma série de acusações contra
sete inimigos de Israel, inclusive Judá, e contra o próprio Israel (caps. 1- 2). Cada nação estrangeira
deve ser punida por ofensas específicas contra Israel ou contra alguma outra nação. Este julgamento
sobre as nações ensina que Deus é um monarca universal, e todas as nações devem responder diante
dele por suas agressões a outras nações e povos.
A pregação de Amós enfatiza a retidão e justiça de Deus e sua exigência de que os relacionamentos
humanos de seu povo devem ser também caracterizados porretidão ejustiça. Os ricos são condenados
por causa de sua opressão ao pobre e sua hipocrisia religiosa. Religião é mais do que a observação de
dias festivos e reuniões sagradas. a verdadeira religião exige uma vida de retidão, e a maneira como
o povo trata seus vizinhos reflete seu relacionamento com Deus.
Amós termina seu livro com uma nota de consolação. Após o exílio e o julgamento, Deus restaurará
seu povo, o trará de volta à terra e o abençoará.
Arnós em Relance
ÊNF-ASE OITO PROFECIAS TRÊS SERMÕES CINCO VISÕES CINCO PROMESSAS
TEXTO 1.1 3.1 7.1 9.1 9.15
DIVISÃO JULGAMENTO DE ISRAEL PECADO DE ISRAEL: IMAGENS DO RESTAURAÇÃO
E NAÇÕES VIZINHAS PRESENTE, PASSADO JULGAMENTO DE ISRAEL
E FUTURO DE ISRAEL
PRONUNCIAMENTOS DE PROVOCAÇÕES AO JULGAMENTO FUTURO PROMESSAS APÓS O
TÓPICOS JULGAMENTO JULGAMENTO JULGAMENTO
JULGAMENTO ESPERANÇA
LOCAL NAÇÕES VIZINHAS REINO DO NORTE, ISRAEL
OCASIÃO c. 760 - 753 a. C.
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Carreira Profética de Amós
203
ESBOÇO DE AMÓS
I. Introdução 1.1,2
11. Oito Julgamentos 1.3-2.16
A. Julgamento sobre Damasco 1.3-5
B. Julgamento sobre Gaza 1.6-8
C. Julgamento sobre Tiro 1.9,10
D. Julgamento sobre Edom : 1.11,12
E. Julgamento sobreAmom 1.13-15·
F. Julgamento sobre Moabe 2.1-3
G. Julgamento sobre Judá 2.4,5
H. Julgamento sobre Israel 2.6-16
111.Três Sermões de Julgamento 3.1- 6.14
A. Primeiro Sermão. O Presente de Israel 3.1-15
B. Segundo Sermão. O Passado de Israel 4.1-13
C. Terceiro Sermão. O Futuro de Israel 5.1-6.14
IV. Cinco Visões de Julgamento 7.1- 9.10
A. Visão dos gafanhotos 7.1-3
B. Visão do fogo 7.4-6
C. Visão do prumo 7.7-9
D. Oposição de Amazias (Parêntese Histórica) : 7.10-17
E. Visão dos frutos de verão 8.1-14
F. Visão das colunas atingidas .: 9.1-10
V. Cinco Promessas de Restauração de Israel 9.11-15
A Preservação do Remanescente
No século 8º a.C., Amós profetizou a ruína de Israel (8.1,2), mas também declarou a possibilidade de
salvação para um "remanescente de José" (5.15). Ao longo da História Deus sempre preservou um
remanescente do seu povo, como mostra o quadro abaixo.
Povo ou Grupo Referência
I Noé e família no dilúvio Gn7.1
José no Egito, durante a fome Gn45.7
Israel para sua terra prometida Dt4.27-31
Sete mil que não haviam adorado a Baal 1Rs19.18
Porção de Judá após o cativeiro Is 10.20-23
Remanescente para Sião Mq2.12,13
A igreja - judeus e gentios Rm.9.22-27
204
OBADIAS
Com apenas vinte e um versículos, Obadias é o menor livro do Antigo Testamento. Trata da amarga
rivalidade entre Edom, descendentes de Esaú, irmão gêmeo de Jacó, e o povo de Israel.
Obadias, cujo nome significa "Adorador de Javé" ou "Servo de Javé" anuncia condenação contra
Edom e profetiza sua total destruição, por causa de sua persistente oposição contra o povo esco-
lhido de Deus.
~i!lAutor .
~~ Obadias foi um profeta obscuro e viveu possivelmente no reino do sul, Judá.
~ Nada se sabe sobre sua cidade natal ou sobre sua família, mas é provável que não descendia de
linhagem real ou sacerdotal, pois seu pai não é mencionado em 1.1.
Há treze Obadias mencionados no Antigo Testamento, mas a nenhum deles pode ser atribuída, com
absoluta certeza, a autoria deste livro.
Data
Há várias opiniões a respeito da data. A cooperação de Edom junto aos estrangeiros no saque a
Jerusalém (vs. 10-14), fato que propicia o ambiente histórico da profecia, podendo relacionar-se a
vários incidentes, dos quais dois seriam os mais prováveis. O primeiro pode ter ocorrido cerca de 850
a.C., no reinado de Jeroboão II (veja 2Cr 21.8-10,16,17), durante o período de revolta de Edom,
quando Judá estava sendo ameaçada também por invasores filisteus e árabes.
Outra possibilidade é a referência existente de cumplicidade entre edomitas e babilônios na conquista
de Jerusalém em 586 a.c. De acordo com o Salmo 137.7, os edomitas aplaudiram a destruição de
Jerusalém por Nabucodonosor.
A preferência por esta data mais tardia é reforçada pelo fato de Obadias parecer citar Jeremias 49
(confira. vs. 1-4 com Jr 49.14-16; vs. 5,6 com Jr 49.9,10; vs. 8 com Jr 49.7; e vs. 16 com Jr 49. 12).
Portanto, as datas possíveis para a composição de Obadias são cerca de 840 a.C. , ou entre a queda
de Jerusalém em 586 a.c. e o édito de Ciro em 539 a.C.
Temas e Estrutura Literária
Embora sendo o mais curto livro do Antigo Testamento, Obadias traz uma das mais fortes mensagens
de julgamento. Como conseqüência de sua longa história de oposição ao povo de Deus, o destino de
Edom está selado e não há nenhuma possibilidade de livramento. Deus trará total destruição sobre
Edom e não haverá remanescentes. Obadias retrata o comparecimento de Edom, perante a corte
divina num processo integral com citação, acusação e sentença. Este profeta da justiça poética prevê
como o Juiz da terra destruirá o orgulho de Edom, restaurando a casa de Jacó. As duas seções deste
pequeno livro são: o julgamento de Edom (vs. 1-18), e a restauração de Israel (vs. 19-21).
205
o tema profético do dia do Senhor é salientado nos versículos 15-21. Como na profecia de Joel, este
ponto culminante da História trará tanto julgamento como salvação. Para Edom é um pronunciamen-
to de destruição (vs. 15,16), mas, para Judá haverá livramento e o povo experimentará bênção e
restauração para sua terra (vs. 17-21).
Obadias em Relance
ÊNFASE JULGAMENTO DE EDOM RESTAURAÇÃO DE
ISRAEL
TEXTO 11 10 15 19 21
DIVISÃO PREDiÇÕES DE RAZÕES DO RESULTADOS DO CONQUISTA DE EDOMPOR
JULGAMENTO JULGAMENTO JULGAMENTO ISRAEL
DERROTA DE ISRAEL VITÓRIA DE ISRAEL
TÓPICOS
PREDiÇÃO DO JULGAMENTO PREDiÇÃO DA CONQUISTA
LOCAL EDOM E ISRAEL
OCASIÃO c. 890 a. C. ou 586 - 539 a.C.
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Carreira Profética de Obadias
ESBOÇO DE OBADIAS
I. Predições do Julgamento de Edom vs. 1-9
11. Razões para o Julgamento de Edom vs. 10-14
IH. Resultados do Julgamento de Edom vs. 15-18
IV. Conquista de Edom por Israel · vs. 19-21
206
JONAS
•
o interesse e preocupação amorosos de Deus pelos gentios não são uma verdade afirmada apenas
no Novo Testamento. Mais de sete séculos antes de Cristo, Deus comissionou o profeta hebreu,
Jonas, para proclamar a mensagem de arrependimento à cidade assíria de Nínive. O nacionalismo
judaico, entretanto, cegou não só o profeta como o povo da aliança, que não perceberam o propósito
de Deus em salvar pessoas do mundo todo. A história de Jonas é uma das mais claras demonstrações,
nas Escrituras, do amor e da misericórdia de Deus para com todos os povos.
Autor
~
Não se menciona o autor do livro de Jonas, embora a tradição o atribua a Jonas, um profeta do reino
~ do norte, que viveu durante o século 8º a.c. É razoável supor-se que o próprio Jonas tenha registrado
~ as experiências excepcionais relatadas no livro. Este homem, cujo nome significa "pomba", era filho
~ de Amitai, nascido em Gate-Hefer (2Rs 14.25), em Zebulom, cidade cerca de quatro quilômetros ao
norte de Nazaré. Jonas é apresentado como uma pessoa real e suas experiências como verdadeiras
e históricas.
Data
Jonas foi contemporâneo de Jeroboão II de Israel (782-753 a.C.), e ministrou depois do tempo de
Eliseu e imediatamente antes de Amós e Oséias. Israel passava por um período de desenvolvimento
e prosperidade, e o fervor nacionalista estava provavelmente alto.
AAssíria, nação que havia alcançado uma reputação quase legendária por sua crueldade, encontrava-
se, durante este período, num declínio lento, mas, ainda representava uma ameaça. O arrependimento
de Nínive ocorreu, provavelmente, no reinado de Asurdã III (773-755 a.C.). Duas pestes (765 e 759)
e um eclipse solar podem ter preparado o povo para a mensagem de julgamento levada por Jonas.
Embora alguns argumentem que o livro de Jonas foi escrito no período pós-exílio, com o objetivo de
contradizer o particularismo judaico de Esdras, Neemias e Malaquias, o ensino de que o plano de
Deus inclui os gentios não é, de forma nenhuma, exclusivo de Jonas no Antigo Testamento (Gn 9.27;
12.3; Lv 9.33; Is 2.2; J12.28-32), e outros argumentos para a data pós-exílio não são convincentes.
Temas e Estrutura Literária
A interpretação que damos ao livro de Jonas depende do tipo de literatura que o consideramos ser.
Muitos eruditos, entendendo que a história de Jonas ser engolido por um grande peixe é inverossímil,
têm firmado a posição de que o livro seria um exemplo de mito, alegoria ou parábola. Mas, há pouca
razão para não o considerarmos verdadeiro. A não ser pelo lamento no capítulo dois, o restante do
material é apresentado em prosa direta, em contraste com as histórias lendárias e poéticas do período.
As Escrituras o apresentam como histórico, e a aplicação da experiência de Jonas à ressurreição de
Cristo (Mt.l2.40) exige que encaremos o registro com muita seriedade.
207
jonas em Relance
ÊNFASE PRIMEIRO SEGUNDO
COMISSIONAMENTO DE JONAS COMISSIONAMENTO DE JONAS
TEXTO 1.1 1.4 2.1 2.10 3.1 3.5 4.1 4.4 - 4.11
DIVISÃO DESOBEDIÊNCIA EXIGIDO O ORAÇÃO DE
LIBERTAÇÃO
OBEDIÊNCIA SUSPENSO o ORAÇÃO QUEIXADE
AO JULGAMENTO JONAS AO SEGUNDO JULGAMENTO DE JONAS JONAS
PRIMEIRO DE JONAS DENTRO DO DE JONAS CHAMADO DE NíNIVE ADEUS
CHAMADO PEIXE
TÓPICO MISERICÓRDIA DE DEUS SOBRE JONAS MISERICÓRDIA DE DEUS SOBRE NíNIVE
"EU NÃO IREI" "EU IREI" "ESTOU AQUI" "NÃO DEVIA TER VINDO"
LOCAL O GRANDE MAR A GRANDE CIDADE
OCASIÃO c. 760 a. C.
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc,
Carreira Profética de Jonas
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De uma perspectiva literária, o livro de Jonas apresenta uma simetria estrutural excelente,
desenvolvendo-se em dois ciclos paralelos que exigem constantes comparações. Ainda mais, o livro
é rico em ironia. A desobediência do profeta em contraste com a espantosa fé dos marinheiros (cap.
1); e a preocupação mesquinha de Jonas a respeito da planta, em contraste com o cuidado e preocupação
graciosos de Deus para com o povo pagão de Nínive (caps. 3 e 4).
O livro de Jonas pode ser dividido em duas partes: o primeiro comissionamento de Jonas (caps. 1; 2),
e o segundo comissionamento de Jonas (caps. 3; 4).
Como já foi notado, o tema que informa todo o livro é a disposição amorosa de Deus estendendo sua
misericórdia às nações gentílicas, mas outros temas importantes também são evidentes. A soberania
de Deus sobre a vida, os elementos, e as circunstâncias, é claramente enfatizada no relato da tempestade
(1.4), do peixe (1.17), da planta (4.6) , e da lagarta (4.7).
Jonas serve também como um desafio ao orgulho nacionalista de Israel em sua incapacidade de
compreender a natureza de sua tarefa missionária e o propósito de Deus de derramar sua bondade
sobre todos os povos,
A mudança na atitude de Jonas é simbólica da mudança que Deus requer de Israel como um todo.
A experiência de três dias dentro do peixe vivida por Jonas pode ser vista como um tipo de morte,
sepultamento e ressurreição de Cristo (Mt 12.39-41). Neste ponto seria importante notar que a
expressão hebraica "trê~ dias e três noites" exige apenas uma parte do primeiro e do terceiro dias.
208
ESBOÇO DE JONAS
I. Primeiro Comissionamento de Jonas 1.1 - 2.10
A. Desobediência ao Primeiro Chamado 1.1-3
B. Exigido o Julgamento de Jonas 1.4-17
C. Oração de Jonas 2.1-9
D. Salvamento de Jonas 2.10
11. Segundo Comissionamento de Jonas 3.1 - 4.11
A. Obediência ao Segundo Chamado 3.1-4
B. Suspenso o Julgamento de Nínive 3.5-10
C. Oração de Jonas 4.1-3
D. Queixa de Jonas diante de Deus .4.4-11
A Geografla de jonas
ESPANHA
ÁSIA
siciu«
ÁFRICA DO NORTE
o 250 500Mi
I I i I
500 km
o Senhor mandou Jonas
ir a Nínive (Jn 1.2), a
capital da Assíria, cerca
de 880 km a nordeste de
Israel. Em vez disso,
Jonas embarcou em um
navio com destino a
Tarsis, que devia ficar
cerca de 4.000 km na
direção oposta.
Jope (Jn 1.3; veja At 9.24),
o único porto natural
de Israel ao sul de Aco,
e provavelmente o mais
próximo disponível
para o profeta fugitivo.
Társis (Jn 1.3),
muitos crêem que Társis
tenha sido um porto
de mar ou uma região
no sul da Espanha Nínive (Jn 1.2), capital do
império assírio no tempo
de Jonas.
© 2002. Editora Cultura Cristã
209
jonas e os Marinheiros
o primeiro capítulo mostra um contraste irônico entre Jonas e os marinheiros. Apesar destes últimos
não possuírem experiências anteriores com o Deus verdadeiro, eles apresentam, aparentemente, maior
sensibilidade a Deus e mais compaixão humana que o profeta Jonas.
Jonas Marinheiros
Era um hebreu com uma rica história de Javé - Fidelidade de Deus. Eram gentíos, sem nenhum histórico do Deus Javé.
Era monoteísta, crendo em um único Deus verdadeiro (v.9). Eram politeístas, crendo em muitos falsos deuses.
Não conheciam o verdadeiro Deus.
Tinha um relacionamento com o verdadeiro Deus. Eram espiritualmente sensíveis, caminhando na direção de Deus.
Eles oravam. (v.5).
Era espiritualmente insensível, indo na direção contrária à de Deus (v.5). Eram espiritualmente sensíveis movendo-se na direção certa (v.5).
Era indiferente à vontade de Deus, apesar de conhecê-lo. Eram respeitosos diante de Deus,
apesar de conhecerem pouco ou nada sobre ele.
Não sentia compaixão por Nínive (v.3). Sentiam compaixão por Jonas (vs.11-14).
Jonas foi rebelde, por isso foi disciplinado, mas não destruído (v.17). Foram levados ao culto e ao compromisso (v.16).
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jorras e a Planta
o interesse de Jonas pela planta é contrastado pelo interesse de Deus por Nínive. Deus mostra a
Jonas que ele não criou nem sustenta a planta com a qual está preocupado. Milhares de ninivitas,
entretanto, haviam sido criados e eram constantemente sustentados por Deus. E este Deus, que sabe
quando um pardal cai, se interessa até mesmo pelo gado da cidade.
A perspectiva de Jonas não estava certa, pois era diferente da perspectiva de Deus.
Deus e Nínive Jonas e a planta
Deus se interessava pelo povo de Nínive Jonas se preocupou com uma planta
Deus se preocupava com o bem-estar dos outros Jonas preocupou-se consigo mesmo
Deus criou tudo o que havia em Nínive Jonas não criou a planta
Deus cuidou de Nínive Jonas nada fez pela planta
O povo de Nínive tem um valor eterno A planta era passageira
O cuidado de Deus foi e é para com a vida humana A preocupação de Jonas era com seu conforto pessoal
e interesse egoísta
A preocupação de Deus por nós é apropriada A preocupação de Jonas com a planta é inapropriada;
e' demonstra seu amor demonstra egoísmo e uma perspectiva errônea da vida
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210
===
MIQUÉIAS
Indignado com a corrupção, a hipocrisia e com o tratamento abusivo dispensado aos pobres, o livro de
Miquéias repreende qualquer pessoa disposta a usar o poder político ou posição social para seu ganho
pessoal. Um terço de Miquéias expõe os pecados de seus compatriotas, outro terço anuncia o castigo
que Deus está prestes a enviar; e o terço final sustenta a esperança de restauração, uma vez terminada
a disciplina. Ao longo de todo o livro, são claras as exigências de Deus para que seu povo viva com
retidão. " ... pratiques a justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (6.8).
Autor
~
o profeta Miquéias, cujo nome significa "quem é como o Senhor?" foi um dos profetas do 8º século, ao
~
~ ') lado de Oséias, Amós, Isaías e Jonas, sendo mencionado em Jeremias 26.18. A terra natal de Miquéias
~ era Moresete-Gate (1.14), cidade localizada provavelmente a uns 35quilômetros a sudoeste de Jerusalém.
~ Como Amós, Miquéias era homem do campo, com tempo para pensar e uma visão clara. Abençoado
com a paixão por justiça de Amós e o coração amoroso de Oséias, o espírito de Miquéias queimava
de indignação pela maneira como os habitantes das cidades oprimiam os homens do campo. Entretanto,
seus ensinamentos não são inteiramente originais; ele ecoa grandes verdades proclamadas por seus
antecessores, especialmente Isaías, de Jerusalém.
Data
o primeiro versículo indica que Miquéias profetizou nos dias de Jotão (739-731 a.c.), Acaz (731-715
a.C.) e Ezequias (715-686 a.C}, reis de Judá. Embora Miquéias se dirija primariamente a Judá, fala
também ao reino do norte, Israel, predizendo a queda de Samaria (1.6). Grande parte do seu ministério,
portanto, ocorreu antes do cativeiro assírio de Israel, em 722 a.c. Suas violentas denúncias contra a
idolatria e a imoralidade também sugerem que seu ministério antecedeu muito as reformas religiosas
radicais de Ezequias. Assim, as profecias de Miquéias abrangeram o período de cerca de 735-710 a.C.
Durante o ministério do profeta o reino do norte continuou a desmoronar, tanto interna como externamente,
até seu colapso em 722 a.C. O império assírio alcançou o ponto culminante do seu poder e se tomou
uma ameaça constante para Judá. Babilônia ainda estava sob domínio assírio e uma predição de Miquéias
sobre o futuro cativeiro babilônico de Judá (4.10) devia ter soado como improvável.
Temas e Estrutura Literária
O livro de Miquéias é, de certa forma, difícil de analisar, por causa de sua organização muito flexível.
Entretanto, alguns temas importantes são claramente evidentes. A destruição de Samaria é certa e
Judá não fica muito longe disto. O povo planeja perversidade e oprime o pobre sem nenhuma
preocupação a respeito do julgamento divino sobre seus atos. A corrupção dos líderes políticos e
religiosos de Judá também é enfatizada (3).
Deus restaurará seu povo e lhe dará um verdadeiro governante, que o dirigirá com vitória. Mas esta
esperança se encontra além do julgamento que virá porque o povo não honrou as responsabilidades
como povo escolhido de Deus.
211
Miquéias pode ser dividido em três seções: predição de julgamento (caps. 1-3), predição de restauração
(caps. 4-5) e apelo ao arrependimento (caps.6-7).
A predição de Miquéias de que o Messias nasceria na cidade de Belém é uma das mais claras e
importantes profecias messiânicas de todo o Antigo Testamento. Além disso, Miquéias 2.12-13, 4.1-
8 e 5.4,5 propiciam fatos vívidos do justo reinado de Cristo sobre todo o mundo.
Miquéias em Relance
ÊNFASE PREDiÇÃO DE JULGAMENTO PREDiÇÃO DE RESTAURAÇÃO APELO AO ARREPENDIMENTO
TEXTO 1.1 3.1 4.1 4.6 5.2 6.1 6.10 7.7 7.20
DIVISÃO
JULGAMENTO JULGAMENTO PROMESSA PROMESSA DA PROMESSA PRIMEIRO SEGUNDO PROMESSA
DO POVO DOS LíDERES DA VINDA DO VOLTA DOS DA VINDA DO APELO DE APELO DE FINAL DE
REINO CATIVOS REI DEUS DEUS SALVAÇÃO
PUNiÇÃO PROMESSA PERDÃO
TÓPICOS
RETRIBUiÇÃO RESTAURAÇÃO ARREPENDIMENTO
LOCAL JUDÁ - ISRAEL
OCASIÃO c. 735 - 710 a. C.
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc.
Carreira Profética de Miquéias
ESBOÇO DE MIQLJÉIAS
I. Predição de Julgamento 1.1 - 3.12
A. Introdução ao Livro de Miquéias 1.1
B. Julgamento do Povo 1.2-2.13
C. Julgamento da Liderança 3.1-12
11. Predição de Restauração 4.1- 5.15
A. Promessa da Vinda do Reino 4.1-5
B. Promessa da Volta dos Cativos 4.6-5.1
C. Promessa da Vinda do Rei 5.2-15
111. Apelo ao Arrependimento 6.1- 7.20
A. Primeiro Apelo de Deus 6.1-9
B. Segundo Apelo de Deus 6.10- 7.6
C. Promessa Final de Salvação 7.7-20
212
NAUM
Ao contrário de seu antecessor, Jonas, cujo ministério redundou em arrependimento dos ninivitas, o
profeta Naum proclama a derrota de Nínive, a grande cidade da Assíria. Os ninivitas tinham-se
esquecido do reavivamento porque haviam passado e retomado a seus hábitos de violência, idolatria
e arrogância. Como resultado Babilônia destruiria a cidade, de tal forma, que nenhum traço
permaneceria - uma profecia cumprida em todos os seus dolorosos detalhes.
Autor
ft O non;-e"Naum" significa "conforto", "consolação", e a mensagem de destruição de Nínive foi, sem
~
~ v: dúvida, uma fonte de conforto para os habitantes de Judá, que sofriam com a crueldade dos assírios.
~ De acordo com l.1, o profeta era chamado "o elcosita". Embora a localização específica de Elcos
~ seja desconhecida, muitos eruditos acreditam que se tratava de uma cidade ao sul de Judá (mais tarde
chamada Elcesei), entre Jerusalém e Gaza. Isto faria de Naum um profeta do reino do sul; podendo
explicar seu interesse pelo triunfo de Judá (1.15; 2.2).
Data
Sendo que a mensagem do livro é uma predição da ruína de Nínive, deve ter sido proferida em algum
momento antes de 612 a.c., quando a cidade foi destruída pelos babilônios, Certamente foi escrita
depois de 663 a.c., o ano em que Tebas, capital do Egito (chamada Nô-Amon em 3.8), foi capturada
pela Assíria. Uma vez que Tebas readquiriu sua independência em 654 a.c., e Naum não faz alguma
referência ao fato, pode ser que o livro tenha sido escrito entre 663 e 654 a.C.
Temas e Estrutura Literária
Naum unilateralmente proclama a ruína de Nínive. Entre as razões para a condenação da cidade
estão as desumanidades do exército assírio (2.12), e os vícios da cidade (3.4). A natureza de Deus,
especificamente sua ira, sua santidade, sua justiça e seu poder, tomam inevitável o fato de que seus
inimigos perecerão (l.2-10).
O breve livro de Naum pode ser dividido em três palies: o decreto da destruição de Nínive (cap.l), a
narração da destruição de Nínive (cap. 2) e a merecida destruição de Nínive (cap. 3).
213
Naum em Relance
ÊNFASE DECRETADA A DESTRUiÇÃO REFERÊNCIA À DESTRUICÃO DE A DESTRUiÇÃO DE NíNIVE
DE NíNIVE NíNIVE > ÉMERECIDA
TEXTO 1.1 1.9 2.1 2.3 3.1 3.12 3.19