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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Professora Esp. Sandra R. Letrinta Barrozo Fialho REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Giani Andrea Linde Colauto DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling Caroline da Silva Marques Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Eduardo Alves de Oliveira Jéssica Eugênio Azevedo Kauê Berto Marcelino Fernando Rodrigues Santos PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt Vitor Amaral Poltronieri ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos Pedro Vinícius de Lima Machado FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP F439a Fialho, Sandra R. Letrinta Barrozo Avaliação nutricional / Sandra R. Letrinta Barrozo Fialho. Paranavaí: EduFatecie, 2023. 127 p.: il. Color. 1. Nutrição. 2. Nutrição - Avaliação. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD: 23 ed. 612.3 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 As imagens utilizadas neste material didático são oriundas dos bancos de imagens Shutterstock e Freepik. 2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie. O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. https://www.shutterstock.com/pt/ https://br.freepik.com/ 3 AUTORA Professora Sandra R. Letrinta Barrozo Fialho ● Graduada em Nutrição - Licenciatura e Bacharelado.Unipar - Universidade Paranaense; ● Pós-Graduada em Nutrição e Oncologia - Faculdade Unyleya; ● Especialista em alimentação funcional e saudável; ● Nutricionista e palestrante Clínica Nutricional Grupo Medida Certa por 10 anos; ● Atualmente é nutricionista responsável pela empresa Viva Leve Refeições Saudáveis Congeladas; ● Tutora curso nutrição - Unopar - Universidade do Oeste do Paraná; ● Tutora curso Nutrição - Unipar - Universidade Paranaense. CURRICULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/4166363787731172 http://lattes.cnpq.br/4166363787731172 4 Caro (a) aluno (a) é com grande prazer que iniciaremos nossa caminhada rumo ao conhecimento da matéria de avaliação nutricional. Se hoje você me perguntasse que conselho eu daria ao aluno que irá introduzir seus estudos nessa matéria, sem dúvida diria: Se dedique a aprender e tire todas as dúvidas possíveis.Pois certamente considero essa matéria a base para a carreira profissional do nutricionista. Por isso te convido a mergulharmos nesse universo de conhecimento. Na unidade I conheceremos os princípios da avaliação nutricional, os diferentes tipos de circunferências e pregas cutâneas assim como suas funções e modo como devem ser aferidos. Conheceremos também alguns materiais utilizados na prática de avaliação nutricional e suas funções. Na unidade II conheceremos os métodos retrospectivos e prospectivos e suas devidas ferramentas como: recordatório 24 horas, anamnese, questionários de frequência alimentar, questionários de história dietética, etc. Já na unidade III aprofundaremos nosso conhecimento na avaliação antropométrica de indivíduos saudáveis, conheceremos e faremos uso das diferentes fórmulas que pode- mos utilizar para obter resultados mais concretos acerca do estado nutricional do paciente. Em continuidade na unidade IV também conheceremos as fórmulas que nos dão parâmetros para resultados avaliativos, porém nesse caso em grupos de pacientes em situações especiais, como: crianças, adolescentes, idosos, gestantes, acamados. Como podem ver, essa matéria requer total dedicação em seu estudo, mas te ga- ranto que ao término dela, você olhará para seu futuro profissional com enérgicos olhos de expectativa em aplicar todo conteúdo digerido ao longo de sua jornada acadêmica. No mais deixo-lhes a frase de Thomas Edison:-Gênio é um por cento de inspiração e noventa e nove por cento de transpiração. Bons Estudos ! APRESENTAÇÃO DO MATERIAL SUMÁRIO 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Introdução ao Estudo da Avaliação Nutricional; • Índice de Massa Corporal (IMC); • Pregas Cutâneas; • Composição corporal; • Bioimpedância elétrica (BIA); • Parâmetros Bioquímicos para Avaliação Nutricional. Objetivos da Aprendizagem • Apresentar a avaliação nutricional de maneira profunda e assertiva para a carreira do nutricionista; • Identificar métodos e técnicas de avaliação nutricional, a fim de contribuir para promover, manter e/ou recuperar o estado nutricional de diferentes indivíduos; • Dar ao aluno ferramentas necessárias para conhecer e aplicar a avaliação nutricional na prática. 1UNIDADEUNIDADEAVALIAÇÃOAVALIAÇÃODO ESTADO DO ESTADO NUTRICIONALNUTRICIONALProfessora Esp. Sandra R. Letrinta Barrozo Fialho 7 INTRODUÇÃO UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Caro (a) aluno (a), é com prazer que nos encontramos para o estudo dessa matéria singular na vida do nutricionista, a avaliação nutricional. De início pode parecer tudo meio confuso e um tanto quanto complexo, mas conforme avançarmos em nossos estudos, vocês verão como cada peça desse quebra-cabeça se encaixa e tudo fará mais sentido, gerando desejo em absorver esses conhecimentos referentes à prática nutricional. Assim, em Nutritotal Pro, destaca-se que a “avaliação nutricional é a abordagem para a definição do estado nutricional de um indivíduo por meio de seu histórico médico, alimentar e medicamentoso, das medidasantropométricas, exames bioquímicos e do exa- me físico. Tudo isso deve ser analisado, direcionado e julgado quais medidas e parâmetros adotar como prescrição por um profissional habilitado”. Segundo a Lei nº 8.234/91, do Ministério do Trabalho, que regulamenta a profissão, é atribuição do nutricionista a realização da avaliação nutricional na prática clínica, estabe- lecendo o diagnóstico nutricional (BRASIL, 1991). A avaliação nutricional possibilita o acompanhamento e o redirecionamento de in- tervenção ao quadro clínico do paciente, quando for necessário. É o ponto de partida para o atendimento nutricional, seja quais forem as áreas de atuação do nutricionista (academia, unidade hospitalar, unidade básica de saúde, consultórios etc.). O nutricionista promove uma ação nutricional adequada em cada caso de forma específica, seja com objetivos de manter ou recuperar a saúde. Gostaria de chamar sua atenção para o fato de que não há um único método de avaliação nutricional que seja suficiente para estabelecer o diagnóstico do estado nutri- cional de um indivíduo. E sim um conjunto de ferramentas para que o profissional possa gerir um diagnóstico e atuar com segurança na área que escolher trabalhar. Sobre essas ferramentas falaremos nos próximos capítulos deste livro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA AVALIAÇÃO NUTRICIONALTÓPICO UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 1.1 Estado Nutricional O estado nutricional reflete o equilíbrio entre a ingestão e a necessidade de nu- trientes de um indivíduo. É através da aplicação da Avaliação do estado nutricional que o nutricionista consegue visualizar seu real estado e assim definir as terapêuticas a serem adotadas para um melhor tratamento. De acordo com Sampaio (2012, p. 16): Para a avaliação do estado nutricional de um indivíduo ou grupo populacio- nal, é necessária a utilização de métodos de coleta e procedimentos diagnós- ticos que possibilitem determinar o estado nutricional, assim como as causas prováveis que deram origem ao(s) problema(s) nutricional(is), para que medi- das de intervenção sejam planejadas, executadas e monitoradas nos âmbitos individual ou coletivo. Conheça quais os métodos de avaliação do estado nutricional: Métodos Objetivos ● Antropometria; ● Composição corporal; ● Parâmetros Bioquímicos; ● Consumo Alimentar. Métodos Subjetivos ● Exame físico; ● Avaliação Subjetiva Global. 9UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 1.2 Antropometria Pode ser definida como uma medida do tamanho do corpo e suas respectivas proporções. Através de suas aferições é possível estudar a composição do corpo humano e seus diversos componentes. Normalmente, a massa corporal total é expressa em termos de porcentagens de gordura e massa magra, e o resultado permite indicar quais desses componentes estão relacionados aos processos de saúde, doença e qualidade de vida do indivíduo em questão. As aferições mais utilizadas na antropometria são: peso, estatura, circunferências da cintura, quadril, abdômen, braço e as pregas cutâneas bicipital, tricipital, subescapular e suprailíaca. Por trazer dados reveladores sobre o estado nutricional de um indivíduo, é de extrema importância que o profissional que irá realizar as aferições antropométricas tenha segurança e certeza de como realizar o processo, para que não haja instabilidade de resultados. 1.3 Peso O peso é a somatória de todos os componentes corporais. Pode ser realizado em balanças ou estimado a partir das equações de Chumlea; Roche; Mukherjee (1985). Importante ressaltarmos algumas variações presentes em seu termo: ● Peso atual: Recebido no momento da avaliação. Normalmente deve ser reali- zado com roupas leves. É importante lembrar que caso seja necessário repetir esta medição, a vestimenta deve ser a mesma do momento anterior para que não haja inconsistência de dados. ● Peso usual ou habitual: é aquele declarado pela pessoa e pode ser utilizado nos casos em que não seja possível verificar o peso que pode corresponder ao peso atual. ● Peso ideal ou desejável: é o considerado ideal para que a pessoa mantenha um bom estado de saúde, de acordo com as características do indivíduo. Para calculá-lo, utilizamos a fórmula do IMC . Peso ideal = IMC desejado x estatura(m²) ● Adequação do peso: reflete a porcentagem de peso acima ou abaixo do ideal. Utilizamos a seguinte fórmula: Adequação de peso (%) = peso atual × 100/peso ideal. 10UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Observe na Tabela 1.1 a classificação do estado nutricional de acordo com a ade- quação do peso. ● Peso ajustado: é obtido a partir da correção do peso ideal para a determinação das necessidades energéticas e de nutrientes do indivíduo, quando a adequa- ção do peso for inferior a 95% ou superior a 115%. É obtida por meio da seguinte equação: peso ajustado = (peso ideal – peso atual) × 0,25 + peso atual ● Peso ideal para amputados:É peso ideal corrigido ao subtrair a porcentagem de peso relativa a extremidade amputada. Observe na Tabela 1.2 as divisões de porcentagem referentes a cada parte do corpo. ● Mudança de peso: Usado para avaliar a perda de peso como uma porcen- tagem. De grande importância, pois as mudanças agudas de peso refletem principalmente as flutuações no estado de hidratação individual. Além disso, alterações como visceromegalia, carcinoma ou presença de edema e/ou as- cite devem ser observadas ao exame físico, que superestimam o peso dos indivíduos e interferem no diagnóstico nutricional. No caso de edema e ascite, é possível estimar o peso atribuído a essas condições e desclassificá-los de acordo com a gravidade desses problemas (veja Tabela 1.3). Essa medida é um parâmetro importante, pois a rápida perda de peso está associada a altas taxas de morbidade e mortalidade. A determinação da variação de peso é realizada pela fórmula: perda de peso (%) = (peso usual – peso atual) × 100/ peso usual. ● Estimativa de Peso: Traz a possibilidade de estimar o peso por meio das se- guintes equações de Chumlea; Roche; Mukherjee (1985): Homem: [(0,98 × CP) + (1,16 × AJ) + (1,73 × CB) + (0,37 × PCSE) – 81,69] Mulher: [(1,27 × CP) + (0,87 × AJ) + (0,98 × CB) + (0,4 × PCSE) – 62,35] Em que: CP: circunferência da panturrilha ; AJ: altura do joelho ; CB: circunferência do braço; PCSE: prega cutânea subescapular 11UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL TABELA 1.1 - CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE ACORDO COM ADEQUAÇÃO DO PESO Adequação do peso (%) Estado nutricional ≤ 70 Desnutrição grave 70,1 – 80 Desnutrição moderada 80,1 – 90 Desnutrição leve 90,1 – 110 Eutrofia 110,1 – 120 Sobrepeso >120 Obesidade Fonte: Blackburn e Thorton (1979 apud KAMIMURA et al., 2014, p. 133). TABELA 1.2 - PORCENTAGEM DE PESO CORRESPONDENTE AOS MEMBROS DO CORPO Parte do corpo Porcentagem em relação ao peso Parte do corpo Porcentagem em relação ao peso Braço inteiro 5,0% Perna inteira 16,0% Braço 2,7% Perna 4,4% Antebraço 1,6% Coxa 10,1% Mão 0,7% Pé 1,5% Fonte: Adaptada de: Osterkamp (1995, p. 215). TABELA 1.3 - CLASSIFICAÇÃO DA PERDA DE PESO EM RELAÇÃO AO TEMPO Tempo Perda significativade peso(%) Perda grave de peso(%) 1 semana 1-2 > 2 1 mês 5 > 5 3 meses 7,5 > 7,5 6 meses 10 > 10 Fonte: Blackburn et al. (1977 apud KAMIMURA et al., 2014, p. 113). 1.4 Estatura / Altura Estatura é a altura do ser humano. Deve ser realizada com um estadiômetro. A forma como é realizada deve respeitar as seguintes normas: ● A pessoa deve ficar descalça e ereta, braços estendidos ao longo do corpo, palmas das mãos voltadas para as coxas, cabeça erguida e voltada para o horizonte. 12UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL ● Manter calcanhares, ombros e nádegas em contato com o antropômetro ou a parede. ● Os pés devem estar próximos, em ângulo reto com as pernas. ● O profissional deve abaixar a parte móvel do estadiômetro sobre a cabeça e apertar o cabelo (as presilhas e demais acessórios devem ser retirados antes da medição). ● A pessoa deve ser retirada do local e o controle de altura deve ser realizado sem mover a parte móvel do equipamento. CURIOSIDADE.: A partir da quarta década de vida há redução dos discos in- tervertebrais, achatamento das vértebras e/ou aumento da cifose dorsal, escoliose e lordose, o que contribui para uma diminuição da estatura de aproximadamente 1,0 a 2,5 cm por década para mais vida. FIGURA 01 - IMAGEM DEMONSTRATIVA DE UM ESTADIÔMETRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL - IMCTÓPICO UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL É um indicador de estado nutricional, realizado através da relação da massa corpo- ral e altura.Criada por Lambert Quételet, no século XIX, é obtido pela fórmula: IMC = Peso (Kg) / Altura (m)2 O IMC é um parâmetro comumente utilizado na avaliação do estado nutricional de indivíduos ou populações. É um método comprovado cientificamente por diversos estudos com a taxa de morbimortalidade, mas ainda apresenta limitações como a não distinção entre gordura corporal e massa muscular e a não consideração do sexo do examinado. Por existirem essas barreiras ao seu uso, o IMC não deve ser utilizado como única fonte de diagnóstico do estado nutricional, devendo seu uso ser criterioso. Para uma avaliação com maior eficácia, sugerimos utilizar os pontos de corte do IMC em conjunto com outros fatores de risco. 14UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL TABELA 2.1 - CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL SEGUNDO O IMC Fonte: Portal Contexto. 2.1 Circunferências As circunferências, apesar de serem um instrumento simples e de baixo custo, pois utiliza-se apenas uma fita inelástica como material de realização, podem ter grande eficácia quando utilizadas para a verificação do risco metabólico. A localização da gordura corporal pode ser mais importante do que a quantidade de gordura corporal total. Diversos estudos relatam a relação da gordura localizada na região abdominal com o risco de doenças car- diovasculares, resistência à insulina, diabetes tipo 2, hipertensão, hiperlipidemia e acidente vascular encefálico. Por isso explicaremos mais sobre esse assunto a fim de abrangermos nossos conhecimentos nutricionais. FIGURA 02 - CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB) Fonte: Rossi et al. (2015, p. 163). 15UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Esta medida é resultado da soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseo, muscular e gorduroso do braço. É importante citarmos que ela deve ser realizada de forma correta para que tenha um resultado satisfatório. O indivíduo deve estar ereto, com o corpo voltado para o avaliador. Flexiona-se o braço do indivíduo em direção ao tórax, formando um ângulo de 90° com o cotovelo; locali- za-se e marca com um pequeno sinal de caneta o ponto médio entre o processo acromial e a extremidade do olécrano. Após marcar o ponto médio, o indivíduo deverá esticar o braço ao longo do corpo com a palma da mão voltada para a coxa. O avaliador deverá contornar o braço com a fita no ponto marcado de forma ajustada, evitando compressão ou folga da pele. A leitura é realizada no milímetro mais próximo (LOHMAN et al., 1988). FIGURA 03 - CIRCUNFERÊNCIA DO PUNHO Fonte: Rossi et al. (2015, p. 163). Utilizado como ferramenta indicadora de crescimento, fornece o tamanho da ossa- tura. Para isso, essa medida deve ser aliada à estatura. O avaliado deve permanecer com os braços ao longo do corpo, com a palma da mão voltada para a frente. O avaliador deve delimitar as extremidades ósseas com as mãos e colocar a fita ao redor do punho nos processos estiloides radial e ulnar (LOHMAN et al., 1988). FIGURA 04 - CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA Fonte: Rossi et al. (2015, p. 163). 16UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A circunferência da cintura é comumente usada para prever a gordura corporal e agora é ainda mais usada do que a relação cintura-quadril. No entanto, a Organização Mundial da Saúde recomenda que seu uso seja avaliado à luz de novos estudos ava- liando diferentes grupos populacionais, pois os resultados variam entre esses e seus respectivos valores de corte. A medição deve ser realizada sem roupas na região, no plano horizontal . O sujeito deve estar em posição ereta, com abdômen relaxado, braços estendidos e pernas juntas. O avaliador deve estar de frente para a pessoa a ser avaliada, então o ponto médio deve estar localizado entre a última costela e a crista ilíaca e uma fita métrica deve ser passada ao redor do ponto na mesma altura por todo o comprimento sem causar pressão no local aferido. A pessoa que está sendo examinada deve receber um comando para inspirar e expirar completamente, momento em que a medição deve ser feita (LOHMAN et al., 1988). FIGURA 05 - CIRCUNFERÊNCIA DO ABDÔMEN Fonte: Rossi et al. (2015, p. 163). É um importante indicador de obesidade subcutânea e visceral. Essa medição deve ser feita sem roupa na região abdominal. O avaliado deve ficar de pé com os braços esticados ao longo do corpo e as pernas juntas. O examinador deve estar de frente para o examinado e a medida deve ser feita no plano horizontal, posicionando a fita na maior extensão do abdômen e passando pela parte posterior do examinado, acompanhando-a em toda a sua extensão sem comprimir a pele. A medição é feita no final da expiração e registrada em cerca de 0,1 centímetros (LOHMAN et al., 1988). 17UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL FIGURA 06 - CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL Fonte: Rossi et al. (2015, p. 163). A CQ serve como indicador de gordura subcutânea e tipo de distribuição de gordura, geralmente se relaciona ao risco de enfermidades, como diabetes e doenças cardiovasculares. Essa circunferência deve ser realizada com roupas finas ou roupas íntimas, com o indivíduo ereto, abdômen relaxado, braços estendidos ao longo do corpo e pernas fecha- das. O avaliador deve se posicionar ao lado do avaliado de forma que a máxima extensão glútea possa ser visualizada. A fita inelástica deve ser passada ao redor do quadril, em plano horizontal, sem comprimir a região, observando o nivelamento em toda a extensão da região (LOHMAN et al., 1988). FIGURA 07 - CIRCUNFERÊNCIA DA COXA Fonte: Rossi et al. (2015, p. 163). As medidas de coxa são utilizadas como indicadores úteis de massa magra e/ou adiposidade . 18UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL “Para ser realizada o avaliador deve posicionar a fita inelásticano ponto médio entre a linha inguinal e a borda superior da patela. Os pés devem estar levemente afastados e o peso corporal deverá ser distribuído de forma igual entre os mesmos” (FARIA, 2011, p. 11). FIGURA 08 - A CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA Fonte: Rossi et al. (2015, p. 163). Essa circunferência pode ser utilizada como indicador de adiposidade em adultos, assim como desenvolvimento muscular. Entretanto, existem poucos estudos validando a técnica para a determinação de risco nutricional ou desnutrição. É aferida na parte mais robusta da musculatura da panturrilha. Ao ser realizada, o profissional deve se posicionar ao lado do avaliado, que deverá estar em pé ou sentado, com os pés afastados cerca de 20 centímetros um do outro de maneira que o peso esteja distribuído igualmente entre eles. A fita deve ser posicionada na circunferência máxima no plano perpendicular à linha longitudinal da panturrilha (geral- mente é a parte mais robusta da musculatura da panturrilha) passando por toda a extensão desta região, sem fazer compressão (LOHMAN et al., 1988). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 3 PREGAS CUTÂNEAS (PC)TÓPICO UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL As pregas ou dobras cutâneas são úteis para a determinação dos depósitos de gordura subcutânea. Elas geram como resultado a delimitação do compartimento de gordura corporal. A mensuração da espessura da dobra cutânea é prática e útil, porém requer prática e sutileza do profissional que irá realizar as aferições, caso contrário pode resultar em instabilidade de dados. Importante ressaltar que na obesidade, principalmente na obesidade mórbida e na presença de edema, as pregas cutâneas não são fidedignas. As PC tricipital, bicipital, subescapular, suprailíaca e parte superior da coxa são locais que resultam em maior conteúdo adiposo. E a soma destas medidas pode estimar o percentual de gordura corporal. Cita-se também que as dobras tricipital e subescapular são de grande importância, uma vez que têm valores de referência isolados e relação significativa com a gordura corporal total e o percentual de gordura determinado por outros métodos. Para proceder a aferição, as seguintes orientações devem ser consideradas: ● Identificar e marcar o local no qual será aferida a prega cutânea. ● Pegar e segurar a prega formada pela pele e tecido adiposo com os dedos po legar e indicador da mão esquerda, como uma pinça, a 1 cm do ponto marcado. ● Pinçar a prega com o adipômetro exatamente no local marcado e mantê- -la entre os dedos até finalizar a aferição. ● Realizar a leitura no milímetro mais próximo por cerca de 2 a 3 segundos. ● Realizar três aferições e utilizar a média destas (KAMIMURA et al., 2014, p. 111). 20UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL FIGURA 9 - DIFERENTES PLICÔMETROS OU ADIPÔMETROS ENCONTRADOS NO MERCADO A. Digital Fat Track Pro. B. Lange. C.Body Caliper. D. Sanny clínico. E. Sanny científico. F. Cescorf clínico. G. Cescorf científico. Fonte: RossiI et al. (2015, p. 169). QUADRO 3.1 - DEMONSTRATIVO DE LOCALIZAÇÃO DAS AFERIÇÕES DE DOBRAS CUTÂNEAS TRÍCEPS Realizada no posterior do braço, no ponto médio entre processo acromial da escápula e olécrano da ulna. É uma das medidas mais comuns, por ser de fácil localização e apresentar forte correlação ao percentual de gordura corporal e gordura corporal total. BÍCEPS A aferição deve ser mensurada no ponto médio do braço, conforme medida de tríceps, no ponto mais abundante do braço. A dobra bicipital, em combinação com outras medidas de dobras cutâneas, é um preditor útil de gordura corporal total. 21UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL SUBESCAPULAR Está relacionado ao estado nutricional e em combinação com outras dobras, serve como estimativa da gordura corporal total. Junto com a tricipital, pode ser usado como referência para estimar o percentual de gordura. Deve ser realizado dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula. ABDOMINAL Geralmente utilizada em equações que determinam composição corporal, é de grande importância, pois apresenta relação com as mudanças do peso corporal. Para ser realizada deve se posicionar o adipômetro a três centímetros da borda direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal. AXILAR MÉDIA Essa aferição é importante na determinação da quantidade de tecido adiposo na região do tronco. Porém, apresenta menor associação à gordura corporal total do que a subescapular. É realizada no ponto de interseção entre a linha axilar média e a linha imaginária, na altura do processo xifóide PEITORAL Por estar diretamente ligada à densidade corporal determinada pela pesagem hidrostática, é utilizada em várias equações com o objetivo de revelar o percentual de gordura. Nas mulheres sua realização deve ser: primeiro terço da linha entre a linha axilar anterior e o mamilo. Homens: ponto médio entre a linha axilar anterior e o mamilo. 22UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL SUPRAILÍACA Serve para determinar índices de adiposidade corporal em conjunto com outras dobras. Esta aferição é muito utilizada em estudos de distribuição do tecido subcutâneo, por estar geralmente relacionada com os riscos de doença Sua aferição é na linha axilar média, logo acima da crista ilíaca COXA Essa aferição é muito utilizada em equações para medir a densidade corporal a partir de valores antropométricos. É feita Ponto médio entre a dobra inguinal e a borda superior da patela PANTURRILHA Apresenta alta correlação à gordura corpo- ral total e a avaliação do padrão de gordura. Deve-se posicionar o adipômetro na pantur- rilha medial no ponto interno da circunferên- cia mais abundante da perna. Fonte: Adaptado de: Rossi et al. (2015, p. 164). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 4 COMPOSIÇÃO CORPORALTÓPICO UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Podemos separar a massa tecidual humana em dois grupos: massa gorda (gordura corporal) e massa magra (massa livre de gordura). A massa magra se obtém através da retirada da gordura corporal do peso total do indivíduo que, por sua vez, é constituída por água intra e extracelular, conteúdo mineral ósseo e proteínas. A avaliação da composição corporal tem como objetivo identificar possíveis disfuncio- nalidades nutricionais, resultando em dados mais seguros perante as aferições nutricionais. O entendimento sobre composição corporal e suas divisões entre massa magra e gordura corporal traz maior esclarecimento sobre suas modificações resultantes de várias alterações metabólicas, além disso nos dá a oportunidade de identificar precocemente os riscos à saúde associadosa níveis excessivamente altos ou baixos de gordura corporal total e a perda de massa muscular. TABELA 4.1 - VALORES DE REFERÊNCIA PARA PERCENTUAIS DE GORDURA CORPÓREA % gord Homens % gord Mulheres Risco de doenças e distúrbios associados à desnutrição ≤ 5 ≤8 Abaixo da média 6 a 14 9 a 22 Média 15 23 Acima da média 16 a 24 24 a 31 Risco de doenças associadas à obesidade. ≥25 ≥ 32 Fonte: Lohman et al. (1988). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 5 BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA)TÓPICO UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A BIA se define por diferentes níveis de condução elétrica dos tecidos, expostos a várias frequências de correntes elétricas. Esse método baseia-se em um modelo de trans- missor rotativo (comparação questionável, pois a composição corporal não é homogênea), onde os líquidos intra e extracelulares agem como condutores, e as membranas celulares como elementos condensadores. Levando em consideração esse exemplo, é possível ter a quantidade de água corporal, as quantidades de massa gorda e de massa livre de gordura. Alguns cuidados devem ser tomados para a realização desse procedimento: o indivíduo deve estar deitado (para reduzir o risco da água corporal paralisar nas extremi- dades inferiores), as pernas e braços devem estar distanciados do corpo. Ao utilizar a BIA tetrapolar, adere-se a dois eletrodos na mão direita e outros dois eletrodos no pé direito. Os eletrodos devem ser acoplados na porção superior da mão e do pé, nas proximidades da cabeça do terceiro metacarpo e do terceiro metatarso, respectivamente. Por meio dos ele- trodos distais, correntes elétricas imperceptíveis percorrem e são captadas pelos eletrodos proximais, resultando em dados de resistência e reatância, que darão bases para cálculos quantitativos de água corporal, massa gorda e massa magra. No mercado é possível en- contrar diferentes modelos de aparelhos de bioimpedância, como bipolares, tetrapolares, acoplados à balanças etc. Ao se escolher qual o melhor aparelho, há que se garantir que ele tenha passado por avaliações técnicas e científicas criteriosas e que seus resultados possam oferecer exatidão e confiança para serem reproduzidos. 25UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Apesar de não apresentar risco ao indivíduo avaliado, deve-se evitar: ser gestante, estar em período pré-menstrual, possuir marca-passo, praticar atividade física intensa nas últimas 12 horas que antecedem o exame, ter se alimentado nas últimas 4 horas. É acon- selhável evitar também: ingestão de bebidas cafeinadas ou alcoólicas nas últimas 24 horas e medicamentos diuréticos antes do exame. Recomendações importantes: urinar 30 minutos antes do teste, ficar calmo e em repouso, no mínimo, por cinco minutos precedentes ao exame. FIGURA 10 - LOCALIZAÇÃO E POSICIONAMENTO CORRETO DOS ELETRODOS PARA EXAME DE BIOIMPEDÂNCIA Fonte: Rossi et al. (2015, p. 180). 5.1 Força de preensão manual Dinamômetro é o instrumento utilizado para avaliar a força da pressão manual. Podendo ser digital ou hidráulico. Esse instrumento é utilizado para avaliação de massa muscular e estado funcio- nal de indivíduos, além de mensurar a dominância lateral e a força total, no momento da avaliação é importante levar em consideração o gênero e a idade, uma vez que esses itens trarão influência direta aos resultados finais. Esse método é utilizado com maior frequência em idosos, aliás sabe-se que com o avançar da idade se perde parte da força de pressão manual, o que pode trazer aos idosos maior dificuldade na execução de tarefas do dia a dia, assim como na prática de atividades físicas que requeiram maior uso das mãos. Ao realizar este procedimento o indivíduo tenta aproximar as duas barras com as forças de uma das mãos, e seu uso deve ser feito de acordo com as especificações da Associação Americana de Terapeutas da Mão (ASHT): o indivíduo deve permanecer sentado, com o ombro abduzido e neutramente rodado, cotovelo fletido a 90° e antebraço em posição neutra e punho entre 0° a 30° de extensão e 0° a 15° de desvio ulnar (ASHTON, 2004, p. 02). 26UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL As mãos são avaliadas alternadamente, anotando cada aferição. O avaliador dá um comando verbal e o avaliado aplica o máximo de força. O ideal é repetir o processo três vezes, com um minuto de descanso entre elas e de forma alternada. Dos resultados obtidos, considera-se o maior dentre as 3 aferições. Os resultados são expressos em quilo- grama-força (kg/f). Não só o sedentarismo, como a perda de massa magra, alterações nas fibras musculares, doenças crônicas e desnutrição podem resultar da redução da força de preensão (GUMBREVICIUS, 2018). FIGURA 11 - IMAGEM DINAMÔMETRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 6 PARÂMETROS BIOQUÍMICOS PARA AVALIAÇÃO NUTRICIONALTÓPICO 27UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL As análises bioquímicas oferecem medidas objetivas das alterações do estado nu- tricional, oferecendo como principais vantagens: Identificar a existência de déficits, excessos nutricionais ou quaisquer outros problemas antes mesmo da existência de qualquer sinal ou sintoma clínico nutricional, resultando no monitoramento do indivíduo em tratamento. No entanto, tais indicadores possuem limitações por sofrerem influência de várias doenças, por sua baixa especificidade para os problemas nutricionais, pela interação droga/nutriente, entre outros. Por isso, não é aconselhado utilizar somente os parâmetros bioquímicos para estabelecer o diagnóstico nutricional. Caro (a) aluno (a), uma dúvida muito frequente é sobre a solicitação de exames laboratoriais pelos nutricionistas, por isso citamos a Lei no 8.234/91, que regulamenta a profissão de nutricionista, o inciso VIII do art. 4º indica que o nutricionista tem o direito de solicitar os exames laboratoriais necessários à dietoterapia, desde que relacionados à alimentação e nutrição humana. Ainda, no art. 1º da Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) no 306/2003, que dispõe sobre a solicitação de exames laboratoriais na área de Nutrição Clínica, consta “compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e à evolução nutricional do paciente/ cliente, não especificando os exames a serem solicitados, cabendo ao profissional solicitar os exames necessários ao acompanhamento dietoterápico e diagnóstico nutricional”. Com isso, é importante dizer que já que podemos prescrever os exames laboratoriais, é necessário termos conhecimento sobre sua importância e seu modo de aplicabilidade. 28UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL6.1 Aprofundando Conhecimento ● Hemograma O sangue é composto por células (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) e plasma. O hemograma é um exame para avaliar eritrócitos (parte vermelha), leucócitos (parte branca) e plaquetas. Por meio de sua aplicação, avalia-se o número e a aparência dos eritrócitos, que em estado patológico podem apresentar alterações de tamanho, forma e cor. A análise desse exame inclui a quantidade de informações sobre anemia, infecção, inflamação, leucemia e alguns distúrbios de coagulação. Dos componentes sanguíneos formados, os eritrócitos ou hemácias são os mais numerosos, pois são 500 eritrócitos, para um leucócito e cerca de 30 plaquetas. Os eritrócitos maduros têm aproximadamente 7 μm de diâmetro, em forma de disco bicôncavo sem núcleo e são ricos em hemoglobina, que representa 32% de seu peso (ROSSI et al., 2015, p. 170). ● Hemoglobina O O2 é necessário para o metabolismo das células aeróbias, mas é incapaz de se solubilizar no sangue. A proteína hemoglobina, além de estar presente nos eritrócitos, é res- ponsável pelo transporte de O2, com isso, ela potencializa em muitas vezes a capacidade do sangue em transportar o O2. Um litro de sangue contém cerca de 15g de hemoglobina; 1g de hemoglobina pode transportar 1,34 mℓ, de O2, ou seja, 1 ℓ, de sangue pode transportar cerca de 200 mℓ, de O2 (ROSSI et al., 2015, p. 170). É importante observar que no sangue a concentração de hemoglobina varia entre gênero e idade e define qual o tipo de anemia (ferropriva, talassêmica etc.) ● Hematócrito O volume de células concentradas ou hematócrito demonstra o número total de células sanguíneas por unidade de volume. Ele depende do volume ocupado pelos eritró- citos, pois são mais abundantes que os leucócitos e as plaquetas. É difícil definir um valor ideal para o hematócrito e se faz importante ressaltar que plaquetas e leucócitos possuem diâmetro bem menor. De acordo com Rossi et al. (2015), o hematócrito mede a porcenta- gem de glóbulos vermelhos que pode ser reduzida devido à diminuição da síntese (doença renal, sangramento) e/ou perdas (sangramento, hemólise, queimaduras). 29UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL ● Índices hematimétricos O tamanho e o conteúdo de hemoglobina dos glóbulos vermelhos são definidos pelo índice de eritrócitos. Esses são identificados para apontar os diferentes tipos de ane- mia existentes. Importante ressaltar que esses índices devem ser analisados em conjunto com a hemoglobina e o hematócrito evitando serem avaliados isoladamente. Os mais importantes índices usados estão descritos abaixo de acordo com ROSSI et al. (2015, p. 170). ► Volume corpuscular médio.Representa a dimensão individual dos glóbulos vermelhos e é o mais preciso índice para classificar a anemia ► Hemoglobina corpuscular média. Representa uma média de hemoglobina por eritrócito, podendo se apresentar reduzida na microcitose e mais volumo- sa na macrocitose ► Concentração da hemoglobina corpuscular média. Representa a concen- tração de hemoglobina presente em 100 ml de hemácias e permite avaliar o grau de saturação da hemoglobina nos eritrócitos. Uma saturação normal de hemoglobina indica a presença dos chamados glóbulos vermelhos normocrô- micos. Quando há diminuição, temos hemácias chamadas hipocrômicas, e quando há aumento, temos hemácias hipercrômicas. ► Índice de variação de volume de células dentro da população de eritró- citos. Serve como padrão indicativo para anisocitose (variação de tamanho) das hemácias e resultam em variação na porcentagem dos volumes obtidos A interpretação, segundo Duarte (2007), deve ser feita da seguinte forma: 1º) Primeiro, interprete o VCM e defina se está presente anemia normocítica, micro- cítica ou macrocítica (anemia megaloblástica). 2º) Interprete o HCM para determinar se está presente normocromia ou hipocromia. A hipercromia sinaliza uma alteração no formato das hemácias, como nos casos de esfero- citose hereditária. 3º) Interprete o RDW na dúvida ao apresentar um quadro de microcitose ou altera- ção na estrutura das hemácias em talassemia. 4º) Nomeie a anemia na seguinte ordem: primeiro mudanças de tamanho (VCM) e depois mudanças de cor (CHCM). Exemplos: anemia normocítica, normocrômica ou microcítica, hipocrômica ou megaloblástica. A ferritina, uma glicoproteína que armazena de 20% a 25% do ferro do organismo, também é mensurada na anemia ferropriva, sendo este o melhor indicativo para diagnóstico da anemia ferropriva e monitoramento/resposta ao seu tratamento. Os valores de referência são 10-200 µg/L (10-200 ng/mL) para mulheres e 30-300 µg/L (30-300ng/mL) para homens. Os níveis podem estar exacerbados na sobre- carga de ferro, câncer, processos inflamatórios e doença hepática; ou podem ser reduzidos quando os estoques de ferro tecidual forem eliminados, como na anemia por deficiência de ferro, principalmente com níveis abaixo de 10 µg/L (SOARES et al., 2002). 30UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL O FERRO SÉRICO é tido como sinalizador no diagnóstico de anemias. Os valores de referência (30-160 µg/dL [5,4 a 28,7 µmol/L]) podem estar elevados em casos onde os eritrócitos se apresentem reduzidos (talassemia, anemia por deficiência de piridoxina, anemia perniciosa em recidiva), destruição aumentada de eritrócitos (anemia hemolítica), algumas doenças hepáticas, entre outras condições clínicas. Os valores podem estar dimi- nuídos em casos de anemias normocrômicas (normocíticas ou microcíticas) das infecções e doenças crônicas, anemia perniciosa na fase inicial de remissão (SOARES et al., 2002). Sua dosagem é importante no controle da reposição medicamentosa, a fim de evitar intoxi- cação (DUARTE, 2007). A TRANSFERRINA se apresenta como uma glicoproteína sintetizada, principal- mente no fígado e geralmente tem meia-vida de, aproximadamente, 7 dias. Sua principal função é fazer o transporte do ferro utilizando a medula óssea e, em condições normais, 20% a 45% dos sítios de ligação do ferro da transferrina são ocupados. Os valores podem ser reduzidos nos quadros de anemias ferroprivas e de infecções ou doenças crônicas, no entanto podem ser elevados em casos de talassemia. Caso o paciente apresente sintomas e ou sinais de anemia, exames como: Ca- pacidade Total de Combinação do Ferro (CTCF) e saturação da transferrina podem ser solicitados. A CTFC representa a porção total de ferro que pode estar ligada à trans- ferrina, sendo que concentrações aumentadas estão relacionadas à anemia ferropriva. Os valores de referência são de 300 a 400 µg/dL para homens e 250 a 350 µg/ dL para mulheres. A saturação da transferrina relaciona a quan- tidade de ferro sérico com a CTCF e é um índice utilizado na diferenciação das causas comuns de anemias. Seus valores de referência são de 20% a 50%. Normalmente, o CTCF aumentado ocorre em resposta ao decréscimo de ferro sérico e, geralmente, é normal em doenças inflamatórias crônicas (DUARTE, 2007, p. 508). O exame de ácido fólico sérico geralmente é solicitado para casos de suspeita de anemia megaloblástica. Os valores utilizados para referência são de 5 a 15 mg/mL. 31UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Segundo a Portaria no 337/99, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), posteriormente re- vogada pela Resolução n 63/00, compete ao nutricionista, como membro da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN), “realizar avaliação do estado nutricional do paciente, utilizando indicadores nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo pré estabelecido, de modo a identificar o risco ou a deficiência nutricional [...] e a adequar a prescrição dietética, em consenso com o médico, com base na evolução nutricional e tolerância digestiva”… Fonte: Conselho Regional de Farmácia do Estado do Ceará (1999). Disponível em: https://crfce.org.br/ wp-content/uploads/2018/09/Portaria-n%C2%BA-337_MS-de-14-de-abril-de-1999.pdf.Acesso em: 25 jul. 2022. https://crfce.org.br/wp-content/uploads/2018/09/Portaria-n%C2%BA-337_MS-de-14-de-abril-de-1999.pdf. https://crfce.org.br/wp-content/uploads/2018/09/Portaria-n%C2%BA-337_MS-de-14-de-abril-de-1999.pdf. 32UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A avaliação do estado nutricional é o começo, o meio e o fim de tudo o que se faz em nutrição para indiví- duos e populações, sejam saudáveis ou doentes. Fonte: Mussoi (2014). 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Chegamos ao fim de nossa primeira unidade. Espero que você tenha entendido o conteúdo aplicado e tenha o desejo de buscar mais profundamente os aprendizados acerca da avaliação nutricional. Em nosso primeiro capítulo conhecemos sobre a avaliação nutricional, sua impor- tância e objetivos na ciência da nutrição. No decorrer dela aprofundamos os conhecimentos através de índices importantes como IMC e pregas cutâneas. E conseguimos imergir nessas ferramentas que nos darão parâmetros para avaliar de maneira mais precisa o quadro clínico de nossos pacientes. Através do capítulo 4 identificamos a composição corporal como instrumento de avaliação e possíveis mudanças que podem ocorrer resultantes de várias alterações me- tabólicas. Além disso, vimos que ela nos dá a oportunidade de identificar precocemente os riscos à saúde associados a níveis excessivamente altos ou baixos de gordura corporal total e a perda de massa muscular. Outra ferramenta muito importante para o trabalho do profissional da nutrição é a Bioimpedância. Que nos permite saber as possíveis quantidades de água corporal, massa magra e massa livre de gordura, por isso não poderíamos deixar de conhecê-la nesta uni- dade de ensino. E, não menos importante, em nosso último capítulo estudamos sobre a importância de conhecer e saber aplicar os parâmetros bioquímicos na anamnese nutricional. Te desafio a partir de agora a aprofundar sua compreensão nutricional com leituras extras de artigos, livros e outros materiais que possam lhe ajudar a abranger mais seus conhecimentos técnicos e teóricos acerca desta matéria tão importante. Nos vemos no próximo capítulo! Até breve. 34 LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Conforme você aprofundar seus conhecimento algumas dúvidas podem aparecer. Para solucionar algumas delas, consulte os links a seguir, que esclarecem perguntas frequentes: Exames laboratoriais Essa página lhe ajudará a conhecer um pouco mais sobre alguns nomes mais técnicos e como são realizados alguns tipos de exames laboratoriais, lhe oferecendo assim mais segurança para fazer as solicitações necessárias aos pacientes de acordo com cada particularidade. MANUAL de Exames. Laboratório Fleury. Disponível em: https://www.fleury.com. br/medico/exames. Acesso em: 15 jun. 2022. Para saber o que é o exame, procedimento de coleta e comentários a respeito dos mais variados exames bioquímicos, consulte o site do Laboratório Adolfo Lutz. Disponível em: https://www.laboratorioadolfolutz.com/. Acesso em: 15 jun. 2022. Bioimpedância Para conhecer um pouco mais sobre, a importância da avaliação de bioimpedância no quadro clínico do paciente, durante o processo de avaliação nutricional. Acesse o mate- rial abaixo e leia com atenção o conteúdo oferecido. EICKEMBERG, M. et al. Bioimpedância elétrica e sua aplicação em avaliação nutricional. Revista de Nutrição, Campinas, v. 24, n. 6, p. 873- 882, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rn/a/kK3Hghhg78B8fcBV38QgZSn/?format=pdf&lang=pt.Acesso em 05 jun. 2022. Você também poderá consultar uma revisão feita sobre os métodos de avaliação da composição corporal, com base na BIA, circunferência e pregas cutâneas. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcdh/a/CcsCykM9Jv9VMwd5hKYDf6B/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 29 maio. 2022. https://www.fleury.com.br/medico/exames https://www.fleury.com.br/medico/exames https://www.laboratorioadolfolutz.com/ https://www.scielo.br/j/rn/a/kK3Hghhg78B8fcBV38QgZSn/?format=pdf&lang=pt https://www.scielo.br/j/rbcdh/a/CcsCykM9Jv9VMwd5hKYDf6B/?format=pdf&lang=pt. 35 Métodos de estimativa do percentual de gordura corporal, incluindo o IAC. No material a seguir você encontrará um artigo de grande aproveitamento sobre a importância de usar o índice de adiposidade, como instrumento de avaliação em mulheres. DIAS, J. et al. Aplicabilidade do índice adiposidade corporal na estimativa do per- centual de gordura de jovens mulheres brasileiras. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 20, n. 1, p. 17-20, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbme/a/NGRzd- CXVRfXSJsF4d6kygYN/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 29 maio. 2022. Como fazer as aferições das circunferências Técnica para tomada de circunferência, nutrição em foco. Disponível em: https:// www.youtube.com/user/SistemaNEF. Acesso em 29 maio. 2022. UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL https://www.scielo.br/j/rbme/a/NGRzdCXVRfXSJsF4d6kygYN/?format=pdf&lang=pt. https://www.scielo.br/j/rbme/a/NGRzdCXVRfXSJsF4d6kygYN/?format=pdf&lang=pt. https://www.youtube.com/user/SistemaNEF https://www.youtube.com/user/SistemaNEF 36 MATERIAL COMPLEMENTAR UNIDADE 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL LIVRO Título: Avaliação Nutricional na prática clínica. da gestação ao envelhecimento Autor: Thiago Durand Mussoi. Editora: Guanabara. Sinopse: Este livro apresenta, por meio de linguagem clara, a avaliação e a classificação do estado nutricional na prática clínica. Em um único volume, são reunidas diversas formas disponíveis na literatura concernentes ao processo de avalia- ção nutricional de crianças, adolescentes, gestantes, adultos, idosos e pacientes hospitalizados. Seu conteúdo engloba equações, tabelas e classificações utiliza- das na avaliação e na classificação de medidas antropométricas convencionais e não convencionais, análise da composição cor- poral,avaliação bioquímica, clínica, dietética, recomendações nutricionais, cálculo de requerimento energético, triagem e diagnóstico nutricionais, interação fármaco-nutriente e clas- sificação internacional de doenças no contexto da Nutrição. Em suma, esta obra apresenta todos os instrumentos e meios necessários para definição do diagnóstico nutricional de um indivíduo nos diferentes ciclos da vida, da gestação ao envelhe- cimento, incluindo o paciente hospitalizado. FILME / VÍDEO Título: Muito Além do Peso Ano: 2012. Sinopse: É um documentário brasileiro que apresenta a epidemia de obesidade infantil que se espalha pelo país. O filme questiona sobre quem é o “culpado” por esse problema de saúde pública, aborda sobre a publicidade de alimentos, a ausência de políticas públicas, entre outras problemáticas que envolvem as razões para que, pela primeira vez na história da humanidade, as crianças apresentem sintomas de doenças comuns em adultos, como problemas cardiovasculares, respi- ratórios, diabetes etc. Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=8UGe5GiHCT4 https://www.youtube.com/watch?v=8UGe5GiHCT4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos• Anamnese; • Métodos Retrospectivos; • Métodos Prospectivos; • Instrumentos de Avaliação Nutricional em Pacientes Hospitalizados. Objetivos da Aprendizagem • Conhecer consumo alimentar do indivíduo, assimilando seus hábitos alimentares ao seu estado nutricional; • Compreender os diferentes tipos de instrumentos utilizados nos métodos retrospectivos e prospectivos para conhecer o estado atual do paciente; • Entender a importância da escolha correta dos objetos de estudo do indivíduo, para a aplicação da terapêutica nutricional. 2UNIDADEUNIDADEMÉTODOS DE MÉTODOS DE AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVASE PROSPECTIVASProfessora Esp. Sandra R. Letrinta Barrozo Fialho 38 INTRODUÇÃO UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS Olá, prezado (a) aluno (a)! Que bom saber que estamos avançando em nossa busca pelo conhecimento. E agora iremos iniciar a segunda Unidade da nossa disciplina de Avaliação Nutricional. Nesta unidade iremos imergir em conhecer meios que nos levem a ter uma visão mais horizontal acerca dos hábitos alimentares de nossos pacientes e como estes podem refletir em seu possível estado nutricional. Para que essa percepção ocorra, utilizaremos diferentes ferramentas de avaliação, oriundos dos métodos retrospectivos e prospectivos, sendo métodos de inquéritos dietéti- cos que visam investigar o consumo alimentar de maneira quantitativa e qualitativa, assim como o estado atual de indivíduos em tratamentos e as possíveis consequências de seus hábitos e costumes. Na prática clínica não existe um método ou fórmula que seja capaz de avaliar e dar resultados inertes de erros acerca do estado do paciente. Por isso a importância do conhecimento acerca dos diferentes tipos de objetos de estudos, para que através da aplicabilidade de cada um destes, possa haver a capacidade do profissional da nutrição discernir qual será a melhor terapêutica nutricional aplicada a cada indivíduo. Espero que ao fim deste capítulo, você consiga se imaginar escolhendo o melhor meio de avaliação para utilizar em sua prática clínica. Conte comigo e não esqueça… O conhecimento é um muro que deve ser construído tijolo a tijolo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 1 ANAMNESETÓPICO 39UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS Para que haja sucesso em uma terapêutica nutricional, é importante que haja uma intervenção dietoterápica adequada. Porém, para que um plano alimentar seja administrado de maneira correta é necessário um diagnóstico nutricional prévio do indivíduo. Diagnóstico esse que pode ser alcançado através de uma avaliação nutricional associada a métodos corretos. Na Avaliação Nutricional, conhecer o consumo dietético é indispensável tam- bém para estudar a relação entre alimentação e doença, investigando a participação dos nutrientes na manutenção da saúde e, consequentemente, na prevenção de morbidades; para identificar indivíduos ou grupos em risco nutricional (vigilância alimentar); para avaliar a ingestão alimentar de forma qualitativa e/ou quantitativa; para direcionar a prescrição dietética, avaliando a eficiência da intervenção; para monitorar tendências de ingestão; para pro- mover a educação alimentar e para planejar e avaliar políticas públicas de alimentação e nutrição (SAMPAIO, 2012, p. 17). A anamnese é um dos primeiros métodos de contato com o paciente. Através dela podemos ter um raio x sobre quem estamos lidando. De acordo com Porto (2004, p. 15): A palavra anamnese origina-se do grego aná (recordar) e mnesis (memória), portanto, pode ser definida como uma entrevista que possibilita o levanta- mento detalhado dos antecedentes fisiológicos, patológicos e socioeconômi- co-culturais do paciente e de seus familiares. O método ainda conta com acréscimo de dados antropométricos, dietéticos, bioquí- micos e de composição corporal. Dados esses que facilitam o diagnóstico e podem ser apontados como a parte crucial no processo e coleta de dados sobre o estado de saúde do paciente, pois ao ouvi-lo, o entrevistador tem materiais para levantar hipóteses sobre as queixas relatadas. 40UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS Ainda durante essa entrevista é possível haver uma humanização na relação pro- fissional-paciente fazendo com que esse fortalecimento de vínculo possa tornar o processo da colheita de dados, a decisão de qual terapêutica administrar ao paciente, assim como a adesão à terapêutica proposta pelo nutricionista mais bem sucedida. A seguir disponibilizamos um exemplo de anamnese nutricional, lembrando que ao longo da prática clínica você, caro aluno, como profissional irá identificar quais são os dados necessários acrescentar ou excluir de seu questionário para melhor atender a sua realidade. EXEMPLO DE ANAMNESE NUTRICIONAL DIRECIONADA PARA ADULTOS Nome: ________________________________________________________________ Gênero: M ( ) F ( ). Nascimento: ____ /____ /____ Idade: ____ ____ Endereço: _____________________________________________________________ Condições de saneamento: ( ) adequadas ( ) inadequadas Profissão: ____________ Horas de trabalho: ____________ Nível de instrução: ( ) fundamental ( ) médio ( ) superior ( ) pós-graduação Estado civil: ( ) solteiro ( ) casado ( ) viúvo ( ) separado Com quantas pessoas reside? ___________ Quem são? _______________________ Meios de locomoção: __________ Tempo gasto com locomoção: _________________ Horas de sono: __________ Característica do sono: ___________________________ Atividade física? ___________ Frequência:___________________________________ Tem religião? ( ) sim ( ) não- Exige mudança de hábitos? ( ) sim ( ) não Faz uso de algum medicamento? ( ) sim ( ) não Qual(is)_________________________ Faz uso de algum suplemento? ( ) sim ( ) não Qual(is)___________________________ Álcool: Há quanto tempo? ___________ Tipo e quantidade:___________________ Fumo: Há quanto tempo? ___________ Quantidade:__________________________ Motivo pelo qual procurou assistência nutricional: ________________________________ ______________________________________ HISTÓRICO FAMILIAR___________________________________________________ HISTÓRICO CLÍNICO Histórico de doenças pregressas___________________________________________ Doenças atualmente associadas:___________________________________________ Exames laboratoriais: ____________________________________________________ Estado emocional: ( ) bom ( ) regular ( ) ruim Por quê? __________________________ Sistema digestório ( ) bom ( ) regular ( ) ruim Por quê? __________________________ 41UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS Deglutição: ( ) boa ( ) regular ( ) ruim -Mastigação:( ) boa ( ) regular ( ) ruim HISTÓRICO NUTRICIONAL Peso atual:________________ kg Peso habitual: _______ kg Tempo: _____________ Já fez dieta? ( ) não ( ) sim Quem orientou? __________________________________ Quais os resultados? ____________________________________________________ HISTÓRICO DIETÉTICO Número de refeições por dia _______________ Tempo de duração: ______________ Quem prepara as refeições? _____________ Quem faz as compras?_____________ Alimentos que não gosta:_________________________________________________ Intolerância ou alergiasalimentares: ________________________________________ Mitos ou tabus alimentares: _______________________________________________ O que muda nos finais de semana, feriados e férias? ___________________________ Ingestão de líquidos dia: ____________________ Quantidade ___________________ Preferência: ( ) doces ( ) salgados- Faz uso de alimentos diet ou light? ( ) não ( ) sim Qual(is)? __________________________ Por quê? ___________________________ AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Análise de bioimpedância:________________________________________________ Aferições antropométricas:________________________________________________ Outros:________________________________________________________________ Fonte: A Autora (2023). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 2 MÉTODOS RETROSPECTIVOSTÓPICO 42UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS Dando continuidade ao estudo dos objetos de análise de avaliação nutricional, entraremos agora no método retrospectivo. Os meios de pesquisa retrospectivos colhem a informação do passado imediato ou em longo prazo e estão associados com a dieta habitual, ou seja, com um consumo padrão que o indivíduo mantém rotineiramente em um período de tempo prolongado. Para essa investigação, utilizam-se o questionário de frequência alimentar, a história dietética e os recordatórios periódicos de 24 horas (SAMPAIO, 2012). 2.1 Recordatório Alimentar O recordatório alimentar é um método muito simples de investigação, uma vez que o entrevistado relata ao nutricionista sua rotina alimentar, baseada nos horários, quantidades e tipos de alimentos que ingeriu ao longo das últimas 24 horas. Esse objeto de pesquisa é muito interessante, pois permite ao entrevistador conhecer melhor seu paciente, além de conseguir quantificar o que esse paciente ingere e ter uma ideia dos valores calóricos ingeridos diariamente. Mas como todo método investigativo, esse não é perfeito. Na tabela a seguir podemos visualizar as vantagens e desvantagens desse material. 43UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS QUADRO 01 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DO RECORDATÓRIO 24H VANTAGENS DESVANTAGENS Baixo custo, fácil e rápida aplicação. Depende da memória do entrevistado. Quando realizado em série, fornece estimativa da ingestão usual do indivíduo. Requer treinamento do investigador para evitar indução. Pode ser utilizado para estimar a ingestão energética e de macronutrientes. Não reflete diferenças entre a ingestão de dias da semana e fim de semana. Não altera a dieta usual. Dificuldade em estimar o tamanho das porções. Descreve hábitos culturais. Bebidas e lanches tendem a ser omitidos. Fonte: Kamimura et al. (2014, p. 130) 2.2 Questionário de Frequência Alimentar (QFA) Nesse modelo de questionário o paciente descreve os alimentos que são ingeridos usualmente, baseando-se em uma lista de variados alimentos consumidos repetidamente durante a semana, mês, ano ou, ainda, na impossibilidade de consumo. Nesse investigatório o objetivo desejado é de ter informações qualitativas da fre- quência alimentar e não quantitativa. Incluso a essa avaliação está a frequência alimentar semiquantitativa, que determi- na as porções alimentares estimadas por intermédio das medidas caseiras. Observando a tabela abaixo podemos entender algumas vantagens e desvanta- gens desta ferramenta. QUADRO 02 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DO QFA NA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL VANTAGENS DESVANTAGENS Pode ser autoadministrado ou utilizado por outros profissionais não apresenta dados sobre a quantidade consumida Tem baixo custo É rápido não é possível saber o horário ou em que conjuntura o alimento foi consumido Pode delinear padrões de consumo alimentar Gera resultados padronizados Lista compilados para população geral, podem não ser úteis para grupos com diferentes padrões alimentares. Pode ser utilizado para estudar a associação de alimentos ou nutrientes específicos com alguma doença Pode haver subestimação, visto que pode ocorrer de nem todos os alimentos consu- midos pelo indivíduo constarem na lista. Análise fica difícil sem o uso de computado- res e programas especiais Fonte: Kamimura et al. (2014, p. 132). 44UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS 2.3 História Dietética (HD) No questionário de história dietética são colhidas informações sobre tratamentos dietéticos anteriores, informações referentes ao seu apetite, horários e frequências das refei- ções, seus gostos alimentares como aversões, dificuldades, intolerâncias e ou preferências. Para se adquirir uma riqueza maior de dados, o avaliador pode utilizar o recordatório 24h, assim como QFA e o registro alimentar do paciente em estudo. Na tabela a seguir podemos visualizar um demonstrativo das vantagens e desvan- tagens desse método. QUADRO 3 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DO QUESTIONÁRIO DE HISTÓRIA DIETÉTICA VANTAGENS DESVANTAGENS Leva em consideração modificações sazonais. Requer um nutricionista altamente treinado. Fornece uma completa e detalhada descrição qualitativa e quantitativa da ingestão alimentar. Depende da memória. Minimiza as variações que ocorrem dia a dia. Fornece uma boa descrição da ingestão usual. Exige tempo. Fonte: Adaptado de: Kamimura et al. (2014, p.133). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 3 MÉTODOS PROSPECTIVOSTÓPICO UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS De acordo com Sampaio (2012), as ferramentas de estudo dos métodos prospectivos registram informações recentes e estão associadas à dieta atual, ou seja,com a média do consumo alimentar em um curto período de tempo corrente. Os métodos utilizados dentro desta categoria são o registro alimentar diário e pesa- gem direta . QUADRO 04 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS MÉTODOS PROSPECTIVOS VANTAGENS DESVANTAGENS Os alimentos consumidos são anotados no exato momento de ingestão O consumo pode ser modificado, pois o investigado tem consciência de que está sendo estudado Independe da memória Requer domínio de leitura e escrita Risco de erro é menor porque o registro é detalhado Apresenta certa dificuldade para estimar as porções consumidas Mensura consumo atual Exige tempo, muita motivação e colaboração por parte do investigado Identifica todos os tipos de alimentos e preparações ingeridas, assim como os respectivos horários das refeições Menor adesão de investigados do gênero masculino. O avaliado deve conhecer as medidas caseiras dos alimentos. As sobras são contadas como alimento consumido. Fonte: Kamimura et al. (2014, p. 134). 46UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS3.1 Registro Alimentar Estimado Este tipo de registro leva o avaliado a descrever todos os alimentos que comeu ou bebeu no período de três dias alternados, incluindo um dia do final de semana. É muito importante que ao relatar sua ingestão diária se dê o máximo de atenção possível para não esquecer de citar nenhum tipo de alimento. Caso contrário, o nutricionista não terá resultados reais em sua pesquisa. Com os dados concretos em mãos o profissional irá converter as quantidades alimentares em gramas. QUADRO 5 - MODELO DE REGISTO ALIMENTAR ESTIMADO HORÁRIO SEGUNDA HORÁRIO QUINTA HORÁRIO SÁBADO CAFE MANHA LANCHE MANHÃ ALMOÇO CAFÉ TARDE JANTAR CEIA ATENÇÃO: ● É necessário que todas as refeições sejam anotadas fielmente de acordo com o que foi ingerido ao longo do dia. ● Ao transcrever os alimentos ingeridos, se atente para passar para a ficha de anotações, as medidas caseiras, porções e quantidades de forma que essas sejam mais fidedignas possível. Fonte: A autora (2023). 3.2 Registro Alimentar Pesado Apesar de ser uma ferramenta pouco utilizada por ser mais trabalhosa e exigir muita prática e esforço pelo avaliado, essa ferramenta é de grande valia por resultar em precisão significativa ao fim da avaliação. Aqui o avaliado faz seu registro alimentar de maneira precisa, pois ele pesa todos os alimentos que ingere durante o dia. Esse trabalho irá oferecer ao nutricionista a oportunidade de, após converter esses dados em gramas, usá-las para calcular a exata ingestão calórica diária, graças à riqueza de detalhes da avaliação. 47UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS QUADRO 06 - MODELO DE REGISTRO ALIMENTAR PESADO SEGUNDA – ALIM – QTD GRAMAS TERÇA – ALIM – QTD GRAMAS QUARTA – ALIM – QTD GRAMAS QUINTA – ALIM – QTD GRAMAS SEXTA – ALIM – QTD GRAMAS SÁBADO – ALIM – QTD GRAMAS DOMINGO – ALIM – QTD GRAMAS CAFE MANHA LANCHE MANHÃ ALMOÇO CAFÉ TARDE JANTAR CEIA ATENÇÃO: ● É necessário que todas as refeições sejam anotadas fielmente de acordo com o que foi ingerido ao longo de cada dia. ● Antes de pesar os alimentos, é importante tirar a tara da balança. ● Ao transcrever os alimentos ingeridos, se atente em passar para a ficha de anotações, os peso porções e quantidades de forma que essas sejam mais fidedignas possível. Fonte: A Autora (2023). QUADRO 07 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS MÉTODOS PROSPECTIVOS VANTAGENS DESVANTAGENS Os alimentos consumidos são anotados no exato momento de ingestão O consumo pode ser modificado, pois o investigado tem consciência de que está sendo estudado Independe da memória Requer domínio de leitura e escrita Risco de erro é menor porque o registro é detalhado Apresenta certa dificuldade para estimar as porções consumidas Mensura consumo atual Exige tempo, muita motivação e colaboração por parte do investigado Identifica todos os tipos de alimentos e preparações ingeridas, assim como os respectivos horários das refeições O avaliado deve conhecer as medidas caseiras dos alimentos As sobras são contadas como alimento consumido Fonte: Adaptado de: Gumbrevicius, Lara (2018, p. 93). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 4 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PACIENTES HOSPITALIZADOSTÓPICO UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS Prezado (a) aluno (a), até aqui estudamos diferentes tipos de avaliações para indivíduos saudáveis. A partir daqui conheceremos alguns meios de triagem e avaliação nutricional para pacientes hospitalizados. Esses instrumentos nos proporcionam como profissionais a oportunidade de ter mais clareza em um diagnóstico. A Avaliação Subjetiva Global (ASG) e a avaliação subjetiva global produzida pelo próprio paciente (ASG-PPP), além da Miniavaliação Nutricional (MAN®) serão os métodos discorridos nesta unidade. A importância da triagem e da avaliação nutricional é reconhecida pelo Ministério da Saúde, que tornou obrigatória a implantação de protocolos para pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como condicionante para pagamento de terapia nutricional enteral e parenteral (NORMA BRASIL, 1998). Com isso, vale salientar que a triagem nutricional de um paciente pode ser aplicada por qualquer profissional da saúde que seja capacitado e componha a equipe multidiscipli- nar. Porém, é dada ao nutricionista a missão de aplicar a avaliação do estado nutricional ao paciente, se referenciando em protocolos pré-estabelecidos que resultem em meios de identificação de possíveis riscos ou deficiência nutricional. 49UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS 4.1 Avaliação Subjetiva Global (ASG) A ASG é uma ferramenta de simples aplicabilidade, custo baixo e que proporciona ao profissional que a está utilizando uma oportunidade de ter resultados concretos rela- cionados à desnutrição. Por ser de simples entendimento e uso, pode ser realizada por qualquer membro da equipe multidisciplinar. Baker et al. (1982) validaram o uso da avaliação clínica como método capaz de identificar pacientes cirúrgicos de risco nutricional. Este método clínico obteve boa correla- ção com a morbidade pós-operatória, assim como com os dados antropométricos e labora- toriais comumente utilizados para a avaliação nutricional. Detsky et al. padronizaram este método essencialmente clínico, criando uma versão em forma de questionário, denominado avaliação subjetiva global ou avaliação nutricional subjetiva (ANS) do estado nutricional. Caro aluno, se atente à explicação de como alcançar os resultados necessários da ASG. Após o correto preenchimento da ficha (quadro 8), com base nas respostas as- sinaladas que variam de zero a três pontos, é possível ter uma pontuação. Com essa pontuação é possível classificar o paciente de acordo com a interpretação da ASG com base na pontuação total da ASG (quadro 8.1). QUADRO 08 - AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (ASG) Fonte: Avaliação subjetiva global segundo Detsky et al 1984. 50UNIDADE 2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVAS E PROSPECTIVAS QUADRO 8.1 - INTERPRETAÇÃO DA ASG COM BASE NA PONTUAÇÃO TOTAL DA ASG PONTUAÇÃO ESTADO NUTRICIONAL < 17 pontos Bem nutrido 17 ≤ pontos ≤ 22 Desnutrido leve ou moderado > 22 pontos Gravemente desnutrido Fonte: adaptado de: Detsky et al. (1984 apud MIRANDA; CASTELLANI e OUTEIRAL, 2007, p. 34). 4.2 Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente(ASG- PPP) Este método é muito utilizado para pacientes oncológicos e renais, assim como em instituições de longa permanência (ILP) podendo também ser aplicada em pacientes que exibem risco de desnutrição. Por ser de fácil entendimento, a primeira parte desta é feita pelo paciente (e essa é a grande diferença da ASG), seguida pelo profissional de saúde. A Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente (ASG-PPP) permite uma rápida avaliação do estado nutricional, identificação de sinto- mas de impacto nutricional, facilitando a implementação da terapia nutricional adequada . A pontuação da ASG-PPP pode ser utilizada como medida de resultado da intervenção nutricional e identificar mudanças sutis no estado nutricional, o que a torna uma ferramenta de elevada sensibilidade e especi- ficidade (GOMES, 2015, p. 235). No quadro abaixo temos um exemplo de avaliação