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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CURSO DE ENGENHARIA AGRICOLA DOCENTE: KAMILLA ANDRADE DE OLIVEIRA DISCENTE: SAMARA SOUSA DE LIMA Mudanças climáticas no nordeste do Brasil e impactos na agricultura CHAPADINHA-MA 2022 A complexidade das alterações do clima tem sido discutida em vários âmbitos da sociedade, devido as suas implicações ambientais, sociais, econômicas e políticas que podem afetar a humanidade. As mudanças climáticas são fenômenos naturais que permitiram a evolução da vida na Terra, com períodos de aquecimento e de esfriamento, moldando a biosfera terrestre e tiveram influência decisiva sobre a biodiversidade. Embora a alteração do sistema climático seja natural, as atividades antrópicas têm acelerado esse processo. As principais preocupações sobre esse tema se referem as suas causas, em que velocidade se processa e quais impactos podem causar no modo de vida na Terra O Brasil será um dos países mais afetados pelas mudanças climáticas porque sua economia depende diretamente dos recursos naturais. Dentre as atividades econômicas, a agricultura é uma das esferas econômicas mais importantes do país, sendo determinadas pelas condições do tempo e do clima. O clima interfere na agricultura, definindo que tipo de atividade agrícola deve ser empregada em cada local, além de intervir no planejamento agrícola e ambiental da cultura O meio ambiente tem sido considerado pela teoria econômica um típico recurso de uso comum, do qual a atividade humana extrai benefícios e o afeta com subprodutos dessa atividade (lixo e poluição). Se classificado como um recurso de uso comum, seu preço seria nulo e o acesso permitido a toda atividade econômica, de pessoas e empresas. Ar e água seriam então exemplos típicos de bens livres, disponíveis em quantidades ilimitadas e a preço zero. No caso de recursos de uso comum, o conhecido exemplo da “tragédia dos comuns” mostraria o efeito do uso livre desses recursos: há uma tendência à superutilização do recurso e diminuição dos benefícios coletivos. As externalidades cruzadas negativas dos diversos agentes na utilização destes recursos comuns (meio ambiente) podem implicar que, no longo prazo, o meio ambiente, como sistema de suporte à vida no planeta, esteja comprometido, gerando perdas irreparáveis às futuras gerações. Um dos efeitos mais discutidos da atividade econômica sobre o meio ambiente são as mudanças climáticas originadas pela acumulação de Gases de Efeito Estufa (GEE) . Ao longo dos anos, fortaleceram se as evidências empíricas de que a atividade humana alterou de maneira significativa a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Essa acumulação de GEE tem sido vista como a causa mais provável da elevação da temperatura e de outras mudanças climáticas observadas no século XX. As mitigações dos efeitos das mudanças climáticas e de adaptação de cultivos pode ocasionar o deslocamento de plantações para áreas nas quais, atualmente, não se verifica sua ocorrência, como forma de aproveitar as condições climáticas mais adequadas. A atividade agrícola, afetada diretamente pela mudança climática, repercute sobre diversos setores econômicos. Por exemplo, aumenta o custo de produção agrícola e da pecuária, eleva o custo dos insumos para o setor de alimentos e para o consumo das famílias. Assim, gera queda de atividade econômica em vários setores, que acabam espalhando seu impacto no sistema econômico. Algumas regiões, beneficiadas pela introdução ou ampliação de cultivos, podem atrair fatores produtivos (capital e trabalho) e serviços, deslocando a atividade econômica de outras regiões. A degradação das terras é atribuída à agricultura, cujo desenvolvimento tradicionalmente ocorre por meio do desmatamento, somada as características climáticas de altas temperaturas, com períodos de secas levaram a um histórico de deterioração dos solos, salinização e tendências à desertificação. Outro fator climático que favorece a vulnerabilidade no Nordeste é a deficiência hídrica. A irregularidade pluviométrica dessa região ocorre devido às oscilações das temperaturas dos oceanos Pacífico e Atlântico, juntamente com o El Niño, a Oscilação Sul (ENOS) e o Dipolo do Atlântico Tropical afetam diretamente o posicionamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) influenciando a distribuição das chuvas. As discussões sobre as mudanças climáticas e seus efeitos nas zonas rurais do semiárido e os prováveis impactos relatam um comprometimento de forma expressiva na atividade agropecuária. Entre as possíveis implicações são relatadas reduções na disponibilidade e no abastecimento de água e maior variabilidade interanual da precipitação no Semiárido. Além disso, pode ocorrer o aumento da temperatura e consequente aumento da evapotranspiração, com substituição da vegetação semiárida por outra de ambientes mais áridos. E ainda agravar o quadro de salinização e desertificação das terras agrícolas. Isso poderá afetar o calendário agrícola e colocar em risco a segurança alimentar da população e também reduzir produtos destinados à exportação REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMBRAPA. Aquecimento global e a nova geografia da produção agrícola no Brasil. SÃO PAULO. 2008. ASSAD, E. D.; PINTO, H. S. Aquecimento global e a nova geografia da produção agrícola no Brasil. Embrapa, São Paulo, 2008, 84p SILVA, V. P.; FRANÇA, G. L S. Percepção de mudanças do clima, impactos e adaptação para sertanejos do semiárido. Revista Brasileira de Climatologia, v. 22, p. 229-248, 2018.
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