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CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 1 CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 3 SUMÁRIO AULA 01 AULA 02 AULA 03 AULA 04 AULA 05 AULA 06 AULA 07 AULA 08 AULA 09 AULA 10 AULA 11 AULA 12 AULA 13 AULA 14 AULA 15 AULA 16 05 11 18 23 28 32 36 40 47 53 58 60 66 70 73 77 A GLOBALIZAÇÃO E MUNDO CONTÁBIL ÓRGÃOS REGULADORES RELACIONADOS A CONTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO: INTRODUÇÃO MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS E A CONTABILIDADE O IFRS E SUA ESTRUTURA OS FUNDAMENTOS E A ESTRUTURA DA CONTABILIDADE NO EUA: US GAAP OS FUNDAMENTOS E A ESTRUTURA DA CONTABILIDADE NO BRASIL: BR GAAP O COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS E SEUS PRONUNCIAMENTOS AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ANUAIS: BP, DRE E DRA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ANUAIS: DFC, DMPL E DLPA AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ANUAIS: DVA E NOTAS EXPLICATIVAS AS PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS EM BR GAAP O PROCESSO DE REPORTE E CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM IFRS E BR GAAP ADOÇÃO INICIAL AS NORMAS CONTÁBEIS BRASILEIRAS: A LEI 6.404/76 E SUAS ALTERAÇÕES GOVERNANÇA CORPORATIVA E CONTABILIDADE GOVERNANÇA CORPORATIVA E CONTABILIDADE: DESENVOLVIMENTO INTERNACIONAL E MODELOS ESTRUTURA DAS COMPANHIAS S/A’S: CONSELHOS CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4 INTRODUÇÃO A Contabilidade Internacional abrange vários conteúdos em função das atividades desenvolvidas pelas empresas a nível nacional e internacional. Neste caso, aborda um conjunto de normas e regras da contabilidade que devem ser seguidas e cumpridas pelas entidades. Portanto, serão apresentados vários temas para o entendimento das normas e regulamentos que regem as práticas contábeis pelo mundo em função da globalização e da abertura dos mercados. Neste contexto, vamos estudar vários temas essenciais para o entendimento da harmonização da contabilidade entre os países envolvidos neste processo. Sendo assim, conheceremos um pouco sobre a globalização, os órgãos reguladores da contabilidade no Brasil e no mundo, a relação do mercado financeiro neste ambiente, a IFRS no processo do padrão internacional. Além disso, também conhecer os Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos e no Brasil, bem como o CPC que vem fazer o papel de intermediação no processo da internacionalização da contabilidade. Em continuidade, abordar sobre os aspectos básicos sobre as Demonstrações Financeiras, a relação das práticas contábeis na visão do BR GAAP e as alterações na Lei nº 6.404/76 em virtude do processo de harmonização. Por fim, apresentar o papel da Governança Corporativa e das Sociedades Anônimas em todos esses contextos. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 AULA 1 A GLOBALIZAÇÃO E MUNDO CONTÁBIL As organizações necessitam de informações contábeis e financeiras para que seus negócios possam se expandir e sobreviver em um mercado globalizado. Dessa forma, para se manterem no mercado as empresas precisam de informações em tempo real para realização de investimentos e ampliação dos seus negócios. Neste contexto, entra a Contabilidade para gerir as informações necessárias para o processo de tomada de decisão empresarial. Todavia, a Contabilidade é munida de princípios, normas e procedimentos que orientam o processo da escrituração contábil realizada nas organizações. Deste jeito, através dos procedimentos nascem as Demonstrações Financeiras (Contábeis) que são as fontes de informações desejadas pelos diretores, acionistas e stakeholders. Portanto, para você entender a relação da globalização versus a contabilidade precisamos relembrar alguns assuntos básicos. Desse modo, a seguir veremos algumas abordagens sobre a Globalização e a Contabilidade. Fonte:https://pixabay.com/photos/businessman-internet-continents-2682712/ 1.1 A Globalização A globalização representa a integração dos segmentos sociais em grandeza mundial, assim, visa a conexão das diferentes sociedades existentes no mundo. Em outras palavras, significa a integração social, cultural e econômica entre as diversas CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 regiões do mundo. No entanto, não existe uma data que define o início da globalização, mas, conforme os marcos históricos, o termo “globalização” surgiu em meados da década de 1980 com a queda do Muro de Berlim e a finalização da Guerra Fria. Neste contexto, a globalização foi ganhando espaço e evoluindo em decorrência do desenvolvimento tecnológico. Desta maneira, o avanço tecnológico surge com os sistemas de informação através da disseminação dos equipamentos eletrônicos e a implantação da internet. Em vista disso, a globalização está em contínuo desenvolvimento e transformação em função da interação das sociedades existentes no mundo. Fonte: https://pixabay.com/photos/universe-human-faces-personal-2935936/ A globalização promove a evolução dos meios tecnológicos e do conhecimento, bem como o alastramento comercial. Assim, promovendo a expansão das organizações multinacionais que direcionam seus negócios para diversos países a procura de um mercado consumidor e da possibilidade de redução dos impostos. Por fim, a globalização é um assunto complexo, o seu desenvolvimento depende muito da cultura social, da economia, da tecnologia e das políticas internas de cada país. Dessa maneira, ela continua em pleno desenvolvimento em decorrência do crescimento das comunicações, aperfeiçoamento dos meios de transporte e da difusão das econômicas mundiais. 1.2 A Contabilidade A Contabilidade nasceu da necessidade do homem em controlar o seu patrimônio. Logo, a contabilidade é tão antiga quanto a origem do homem. Neste contexto, os homens das cavernas já realizavam os primeiros registros, controles dos animais e de outros bens como uma forma primária de contabilidade. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 A Contabilidade evoluiu de acordo com o crescimento das sociedades, assim, na era Medieval, o Frei Francisco Luca Pacioli desenvolve o “Método das Partidas Dobradas” que visava que todo lançamento deveria existir uma conta a débito e outra a crédito. Sendo assim, se estabelece um dos processos de escrituração contábil que ainda utilizamos nos dias de hoje. O objeto da Contabilidade é o estudo do patrimônio das entidades, assim, esse patrimônio é constituído pelo conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma empresa. Neste caso, a Contabilidade usa de várias técnicas para controlar o patrimônio das organizações. Dessa maneira, temos os princípios, normas e procedimentos que são os suportes necessários para a realização da escrituração contábil. Fonte: https://pixabay.com/photos/bookkeeping-accounting-taxes-615384/ A escrituração contábil tem a finalidade de registrar todas as operações que acontecem na empresadurante o exercício social, ou seja, registra todos os fatos administrativos e econômicos que possam realizar alterações no patrimônio das entidades. Porém, para realização da escrituração contábil é necessário seguir algumas regras, tais como: utilizar a escrita com base no idioma de origem do país onde se encontra a organização; apresentar os valores em moeda nacional; respeitar a ordem cronológica de acontecimento dos fatos; e por fim, os documentos (notas fiscais, contratos e entre outros) que comprovam todos os fatos que serão registrados. A partir da escrituração contábil, os contadores conseguem elaborar as Demonstrações Financeiras de acordo com cada exercício social. Assim, as CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 Demonstrações Financeiras representam relatórios que demonstram o desempenho da empresa de forma financeira e econômica. Portanto, a Lei 6.404/76 exige a entrega das seguintes demonstrações: Balanço Patrimonial, DRE, DRA, DLPA, DMPL, DFC, DVA e Notas Explicativas. 1.3 A Contabilidade na era da Globalização Com base nos conceitos anteriores, você pode relembrar os aspectos que envolvem a globalização e a contabilidade. Sendo assim, para Niyama (2005), a contabilidade é considerada a linguagem dos negócios porque elabora demonstrações financeiras objetivas que são fontes de informações para os usuários internos e externos. Neste contexto, os usuários utilizam essas informações para realização de negociações com diversas empresas, principalmente as estrangeiras. Em função da abertura dos mercados mundiais em virtude da globalização, a contabilidade precisou se adaptar para atender as exigências legais nos processos de negociações entre empresas. Sendo assim, houve a necessidade de realizar uma uniformidade nos processos contábeis do Brasil e de outros países em decorrência dos métodos e normas não serem universais. Em consequência a esse processo, tivemos a internacionalização da contabilidade envolvendo em torno de 120 países. Fonte: https://pixabay.com/photos/office-team-regulation-consultation-4249390/ De acordo com o CFC (2010), com o impacto da globalização na economia brasileira, a contabilidade passa pelo processo da convergência das Normas de Contabilidade aos padrões internacionais. Portanto, houve o alinhamento da contabilidade brasileira com a dos demais países que negociam com o Brasil. A contabilidade brasileira adaptou-se às normas internacionais onde as demonstrações financeiras passaram a evidenciar o patrimônio das organizações. Dessa forma, as demonstrações de empresas brasileiras podem CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 ser comparadas com os demonstrativos de outras instituições que atuam em países diferentes. Com a internacionalização da contabilidade, tivemos alguns benefícios, tais como: • Compreensibilidade: fácil compreensão das informações contábeis contidas nos demonstrativos financeiros. • Comparabilidade: condição de fazer uma comparação de demonstrativos de empresas de países diferentes. • Negociabilidade: abertura do mercado de capitais em função do padrão internacional. • Integração de informações: trouxe algumas vantagens para a contabilidade governamental em relação ao levantamento de dados para os indicadores econômicos, como o PIB – Produto Interno Bruto. • Previsibilidade: utilização de critérios ao longo do tempo em função do padrão internacional independente do país. • Empregabilidade do profissional contábil: abertura do mercado de trabalho para os contadores em função dos diferentes contextos para exercer a profissão. • Redução: menos ajustes e explicações nos demonstrativos financeiros das empresas estrangeiras no processo de conversão. No Brasil, em virtude do padrão internacional houve a necessidade de realizar algumas alterações na Lei nº 6.404/76, ou a denominada Lei das S.A. Desse modo, as primeiras alterações da lei foram as definições de forma mais objetiva sobre as companhias abertas e fechadas. Assim, as empresas de capital aberto ou fechado se fundamentam na disponibilidade ou não das ações na bolsa de valores. Neste contexto, houve a publicação da Lei 11.638/2007 com a finalidade de apresentar alguns critérios sobre o processo de divulgação das informações contábeis. Porém, com base nas normas internacionais de contabilidade também foi extinta a DOAR – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos que foi substituída pela DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa. Portanto, essa substituição foi realizada para valorizar a evidenciação das movimentações das contas Caixa e Equivalentes de caixa para apresentação das informações financeiras. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 ISTO ESTÁ NA REDE Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm A redação completa sobre a Lei 6.404/76 está disponível no portal do Planalto da Presidência da República na internet e pode ser acessada pelo link acima. Em relação às mudanças, também entrou em vigor a apresentação da DVA – Demonstração do Valor Adicionado, que visa à prestação de contas das atividades das empresas à sociedade. Neste contexto foi necessário realizar algumas alterações nos grupos do Ativo e Passivo em função da avaliação patrimonial. Desse modo, o Balanço Patrimonial passou por mudanças na sua estrutura, tais como: - Ativo e Passivo: divisão em apenas dois grandes grupos: Circulante e Não Circulante. - Ativo Não Circulante: grupos do realizável a longo prazo, investimentos, imobilizações e intangível. - Passivo Não Circulante: grupos do exigível a longo prazo e resultados não realizados. - Patrimônio Líquido: grupos do Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. ISTO ESTÁ NA REDE Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm A redação completa sobre a Lei 11.638/2007 está disponível no portal do Planalto da Presidência da República na internet e pode ser acessada pelo link acima. Enfim, a contabilidade do Brasil continua passando por muitas alterações em função das particularidades existentes nos regimes tributários do país. Contudo, a contabilidade deve-se inserir nesse novo contexto com base na IFRS. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 AULA 2 ORGÃOS REGULADORES RELACIONADOS A CONTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO: INTRODUÇÃO Nesta unidade, veremos os principais órgãos envolvidos com o processo da Contabilidade a nível internacional e nacional. Assim, essas instituições vêm acompanhando o desenvolvimento da uniformização de normas e procedimentos da Contabilidade no decorrer do processo de implantação da IFRS até os dias de hoje. 2.1 Órgãos internacionais Primeiramente, vamos conhecer o IFAC – International Federation of Accountants (Federação Internacional de Contadores) e o IASB – International Accounting Standards Board, órgão criado em 2001 que sucedeu ao IASC – International Accounting Standards Committee (Comitê de Normas Contábeis Internacionais). Assim sendo, são órgãos internacionais responsáveis pela elaboração e divulgação das normas internacionais. Neste contexto, a IFAC fica responsável pelas normas de Auditoria e a IASC fica incumbida da elaboração de normas de Contabilidade. O IFAC tem como objetivo o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da contabilidade com coordenação a nível mundial a partir de normas uniformes. De acordo com CFC (2021), o IFAC tem as seguintes atribuições: - Organização mundial da profissão de auditoria. - Objetiva fortificar a profissão e contribuir para o desenvolvimento de economias internacionais. - Determina normas internacionais de auditoria e segurança. - Determina normas de ética e outrasorientações para o setor governamental. - Direciona e encoraja o desempenho de alta qualidade para os profissionais auditores. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 Como membros participantes no IFAC, temos os seguintes brasileiros: - Idésio da Silva Coelho Junior – Membro do Board da IFAC. - Mônica Forester – Presidente do Small and Medium Practices Committee – SMPC. - Renata Simon Peppe – Assessora técnica do Small and Practices Committe – SMPC. - Fábio Moraes da Costa – Membro do International Panel on Accounting Education – IPAE. - Patrícia Siqueira Varela – Membro do International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB). ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://www.ifac.org/ No portal do IFAC você poderá conhecer um pouco mais sobre as atribuições dessa instituição e sua contribuição para o desenvolvimento da Contabilidade no mundo. Mundo Fonte: https://pixabay.com/vectors/international-world-flags-countries-1751293/ No contexto internacional, temos também o IASB que teve como precursor o IASC (1973-2001). O IASC nasceu em 1973 a partir do Congresso Internacional de Contadores em Melbourne (Austrália). Essa instituição foi criada pelos seguintes países: Austrália, Canadá, França, Alemanha, Japão, México, Holanda, Grã-Bretanha, Irlanda e Estados Unidos da América. https://pixabay.com/vectors/international-world-flags-countries-1751293/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 De acordo com Niyama (2008, p. 40), o IASB é: [...] órgão independente do setor privado que se destina ao estudo de padrões contábeis, com sede em Londres, Grã-Bretanha. É formado por um Conselho de Membros, constituído por representantes de mais de 140 entidades profissionais de todos o mundo, inclusive o Brasil, representado pelo Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON) e Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Neste sentido, o IASB tem os seguintes propósitos: - Desenvolver um único conjunto de normas contábeis globais de alta qualidade, inteligível, exequíveis que requeiram informações de alta qualidade, transparentes e compatíveis nas demonstrações financeiras (contábeis) e outros relatórios financeiros, para orientar os participantes do mercado de capital e outros usuários a nível mundial. - Promover o uso e a aplicação das normas. - Promover a convergência entre as normas contábeis locais e as Normas Internacionais de Contabilidade de alta qualidade. O IASB é subordinado à Fundação IASC, organização sem fins lucrativos, com sede em Delaware (Estados Unidos da América), sendo constituído por 19 (dezenove) curadores. Assim, os curadores são escolhidos por sua representatividade nos mercados de capital a nível mundial. Conforme o CFC (2021), o IASB é uma entidade independente, emissor de normas contábeis, fiscalizada por uma junta de profissionais de diversas áreas e países, que prestam contas ao Conselho de Monitoramento (Monitoring Board) constituído por autoridades representativas do mercado de valores mobiliários. Sendo assim, também é apoiado pelo Conselho Consultivo de IFRS (IFRS Advisory Council) e pelo Comitê de Interpretações de Relatório Financeiro Internacional (IFRS Interpretations Committee), ambos externos ao IASB, que visa orientações para tratar as divergências quanto à interpretação das normas emitidas. Logo, consiste em um processo de elaboração de normas sistemático, aberto, participativo e transparente, interagindo com investidores, reguladores, empresários e com os profissionais da contabilidade. No Brasil, temos os seguintes representantes no IASB (CFC, 2021): • Maria Helena Santana – Trustee da IFRS Foundation (31/12/2019). • Amaro Luiz de Oliveira Gomes – IASB Member (30/06/2019). CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 • Alexsandro Broedel Lopes – Representante do GLENIF no ASAF (Fórum Consultivo de Normas de Contabilidade) - reconduzido até 2017. • Vânia Maria da Costa Borgerth – Integrante do Conselho Consultivo da IFRS (Advisory Council) (31/12/2020). • Marta Cristina Pelucio Greco – Integrante do Grupo de Implementação de SME (SME Implementation Group) 30/06/2019. • Paulo Cesar Aragão – Integrante do Comitê Consultivo de Mercados de Capital (CMAC) (não há prazo para mandato). • Carlos Simas – Integrante do Comitê Consultivo de Mercados de Capital (CMAC) (não há prazo para mandato). • Carl Douglas – Integrante do Comitê de Interpretações das IFRS (Controller Corporativo da empresa CCR) (30/06/2020). • Luiz Murilo Strube Lima - Integrante do Forum Global de Preparadores (Global Preparers Forum) (não há prazo para mandato). Além dos órgãos citados acima, temos ainda as seguintes instituições que participam do processo das Normas Internacionais de Contabilidade conforme o CFC – Conselho Federal de Contabilidade (2021): • CILEA – Comitê de Integração Latino Europa-América: integrado por quatro países da Europa e da América de representante da Associação Interamericana de Contabilidade (AIC). Logo, visa a comunicação entre países latinos, e tem como objetivo a convergência da contabilidade. • ISAR – International Standards of Accounting and Reporting: tem a finalidade de auxiliar os países em desenvolvimento e economias emergentes nas melhores práticas de transparência corporativa e contabilidade, com o propósito de facilitar os fluxos de investimentos e desenvolvimento econômico. Assim, tem várias áreas de atuação, tais como: aplicação das IFRS, contabilidade de PME, divulgação de governança corporativa, relatório de responsabilidade corporativa e os relatórios ambientais. • GLENIF – Grupo latino-americano de Emisores de Normas de Información Financeira: visa trabalhar em parceria com o IASB no sentido dos aspectos técnicos, respeitando as regras de cada país membro, assim promovendo a adoção das convergências das normas internacionais emitidas pelo IASB; cooperar com governos, CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 reguladores e outras entidades regionais, nacionais e internacionais que possam contribuir para a melhoria da qualidade financeira das demonstrações; e colaborar com a difusão das normas emitidas pela IASB. • AIC – Associação Interamericana de Contabilidade: é a entidade de contabilidade internacional mais antiga do mundo, tem o objetivo de integrar os contadores do continente americano, assumir compromisso de sua representação e promover o aprimoramento da qualificação dos profissionais da contabilidade. Assim, com mais de 60 anos, a AIC tem contribuído para o fortalecimento das empresas contábeis nos países americanos que patrocinam, e bem como, participar no desenvolvimento harmônico da prática da contabilidade. Por fim, existem também outros órgãos internacionais que participam desse processo do padrão internacional da contabilidade. Porém, vimos apenas as entidades com mais relevância processo da IFRS. 2.1 Órgãos nacionais Brasil Fonte: https://pixabay.com/vectors/brazil-map-flag-geography-881119/ No Brasil, temos algumas entidades que participam do processo da internacionalização da contabilidade, tais como: CFC, CRC e o CPC. O CFC – Conselho Federal de Contabilidade é uma entidade brasileira que atual a mais de 70 anos na fiscalização do exercício profissional dos contadores, porém, também ajuda na prevenção e ampliação do mercado de trabalho da profissão. O CFC é composto por um representante de cada estado brasileiro, assim, no total são 27 conselheiros efetivos com a função de orientar, fiscalizar e normatizar o exercício CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 da contabilidade com o apoio do CRCs – Conselhos Regionais de Contabilidade. Neste contexto, o CRC – Conselho Regional de Contabilidade tem a funçãode realizar as fiscalizações junto com o CFC para verificar se os contadores estão utilizando as normas técnicas necessárias para o exercício da profissão. O CRC também tem a atribuição de emitir o registro e expedição da carteira profissional, assim, garante a credibilidade do contador e comprova que ele está apto para o cumprimento do exercício da profissão contábil. Portanto, os CRCs são criados através de resoluções do CFC. Por fim, o CFC e o CRC têm a função de normatizar e orientar a profissão contábil no Brasil de maneira que tudo que está determinado pelos órgãos tem a função de auxiliar o Contador a exercer a sua profissão. Neste cenário, temos o CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o mesmo foi idealizado a partir da união de várias entidades que regulam as normas contábeis no país, dentre eles estão: CFC, CVM e IBRACON. A Resolução CFC nº 1.055/05 criou o CPC que tem como objetivo o estudo, preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre os critérios utilizados pela Contabilidade. Além disso, também a divulgação de informações sobre os pronunciamentos para permitir a emissão de normas pelo órgão regulador brasileiro, visando a centralização e uniformização e a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões dos outros países. Desse modo, o CPC tem as seguintes atribuições: • Convergência internacional das normas contábeis. • Centralização nas emissões de normas. • Representação e processos democráticos na produção das informações que envolvem os elaboradores da informação contábil, os auditores, os usuários internos e externo, governos e entre outros. • Tem como objetivo o estudo, preparo e emissão de Pronunciamentos Técnicos, suas interpretações e orientações sobre os critérios de contabilidade societária e entre outros itens que visam a convergência da contabilidade do Brasil a nível internacional. Neste processo, também temos a CVM – Comissão de Valores Mobiliários, uma entidade autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda. Dessa forma, a CVM tem a missão de: desenvolvimento, regularização e fiscalização do Mercado de Valores Mobiliários, bem como instrumento de captação de recursos para as organizações, protegendo o interesse dos investidores e assegurando ampla divulgação das CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 informações sobre as emissões e seus valores mobiliários. Conforme CVM (2021), segue algumas atribuições dessa entidade: • Emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado. • A negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários. • A negociação e intermediação no mercado de derivativos. • A organização, o funcionamento e as operações das bolsas de valores. • A organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e Futuros. • A administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários. • A auditoria das companhias abertas. • Os serviços de consultor e analista de valores mobiliários Por último, o IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, criado em 1971 para dar maior representatividade aos auditores independentes e contadores. Assim, se tornou uma referência na área técnica e educacional para os auditores independentes e contadores e para toda a sociedade. Sendo assim, o IBRACON auxilia na atualização técnica, no fortalecimento da profissão e a função estratégica para as negociações no mercado nacional. Dessa maneira, o IBRACON atua em parceria com os órgãos reguladores do mercado brasileiro e demais organizações mundiais. Portanto, mantém ações nas áreas de comunicação, desenvolvimento profissional, técnica e mantém uma representatividade com outras entidades privadas e públicas (IBRACON, 2021). ISTO ESTÁ NA REDE Link: http://www.cpc.org.br/CPC No portal do CPC está disponível todos os Pronunciamentos referentes ao processo da IFRS no Brasil. Desse modo, até o momento, temos 49 Pronunciamentos de orientação a prática contábil e mais o CPC Liquidação e CPC PME. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 AULA 3 MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS E A CONTABILIDADE A Contabilidade é responsável por elaborar as demonstrações financeiras no final do exercício social das organizações, onde apresenta todas as informações necessárias para as tomadas de decisões empresariais. Desse modo, os participantes do mercado de capitais utilizam essas informações para realizar projeções de investimentos futuros. Neste contexto, vamos abordar resumidamente o que é o Mercado Financeiro e de Capitais, em seguida, a relação com a Contabilidade. Investimento Fonte: https://pixabay.com/photos/calculator-calculation-insurance-385506/ 3.1 Mercado Financeiro e de Capitais O Mercado Financeiro representa o ambiente onde acontece a compra e venda de valores mobiliários, ou seja, negociações de ações, títulos de renda fixa, fundos e entre outros negociáveis. Neste processo também acontece as negociações em torno do câmbio de moedas estrangeiras, minérios e produtos do ramo agrícola. No Mercado Financeiro existe a divisão entre quem empresta dinheiro e quem recebe a quantia emprestada. Porém, quem recebe a quantia emprestada deve devolver o valor emprestado adicionado com os juros sobre a operação. Neste contexto, existem entidades que fazem o papel de intermediação, tais como: Bolsa de Valores – B3 (Brasil), instituições financeiras e corretoras. Contudo, o mercado financeiro também contempla o de capitais. O mercado de CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 capitais é um campo de atuação que realiza a intermediação entre quem precisa de dinheiro para financiar projetos ou investir em outras áreas. Todavia, o mercado de capitais tem o foco na negociação de ativos, tais como ações e títulos de dívida. Neste contexto, o mercado financeiro e de capitais funciona com base nos seguintes segmentos: • Câmbio: visa a troca de moedas. Assim, as empresas exportadoras e pessoas estão sempre em viagens utilizam muito esse tipo de mercado. No Brasil as instituições que comanda essas operações é o Banco Central. • Monetário: visa às operações (transações) que ocorrem em até 24 (vinte quatro) horas. Neste mercado encontramos as taxas sobre operações de renda fixa, tais como: CDI – Certificado de Depósito Interbancário. Logo, as instituições financeiras dominam esse mercado. • Crédito: tem como finalidade as operações de empréstimos de dinheiro para empresas e pessoas físicas com a cobrança de taxas altíssimas. Assim, temos como exemplo os cartões de créditos e os cheques especiais. • Capitais: visa atender as organizações que necessitam de recursos financeiros para manter suas despesas. Desse modo, para obtenção de recursos é emitido títulos de dívida de Renda Variável e Fixa. Assim, existe o empréstimo de dinheiro para as empresas e as mesmas se comprometem a pagar de acordo com o prazo estipulado no contrato. Porém, dentro do Mercado Financeiro temos o Mercado de Capitais. Esse mercado é regulamentado e fiscalizado pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários. Sendo assim, o mercado de capitais é formado por entidades financeiras, Bolsa de Valores e corretoras de valores. Assim, esse mercado negocia os seguintes itens: Renda Fixa, Ações, Mercado Futuro, Debêntures e Títulos Privados. • Renda Fixa: visa um tipo de investimento que tem regras próprias que são definidas no ato da contratação. Ou seja, o investidor fica conhecendo o prazo, taxa de rendimento ou índice a ser usado na valorização do dinheiro. • Ações: representa uma fração do capital de uma entidade. Ou seja, o investidor ao comprar a ação de uma empresa, passa ser sócio da mesma. Desse modo, passa a participar das operações da empresa e também dos lucros e prejuízos. • Mercado Futuro: visa o comprometimento dos participantes na compra e venda de ativos por um preço determinadocom liquidação em data futura. Assim, existe o comprometimento em relação à liquidação dos compromissos assumidos. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 • Debênture: representam a emissão de título de dívida por entidades que oferecem direitos de crédito ao investidor. Ou seja, é um empréstimo realizado para empresas que necessitam de recursos para manutenção e expansão. • Títulos Privados: representa os ativos de renda fixa que são emitidos por entidades privadas, tais como: instituições bancárias, financeiras e empresas. Desse modo, é uma maneira de financiar capital de giro e empréstimos para as organizações poderem manter seus negócios. Por fim, é necessário saber trabalhar com o Mercado Financeiro e de Capitais para que tenha um bom êxito. Por isso, existem várias entidades que podem ajudar as empresas e as pessoas físicas a conhecerem e entenderem melhor as transações desses mercados. ISTO ESTÁ NA REDE Link: http://www.b3.com.br/pt_br/ No portal da B3 (Bolsa de Valores do Brasil), você poderá conhecer um pouco mais sobre o mercado financeiro, suas negociações, registros e participantes. 3.2 A Contabilidade versus o Mercado Financeiro A Contabilidade tem o papel fundamental de fornecer informações relevantes para o desenvolvimento das empresas. Neste contexto, gera informações sobre o patrimônio e suas variações que acontecem em cada exercício social. Desse modo, os contadores conseguem atender as necessidades das organizações fornecendo informações em tempo real para tomada de decisão empresarial. Demonstrações Fonte: https://pixabay.com/photos/calculator-calculation-insurance-1044172/ http://www.b3.com.br/pt_br/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 Em vista disso, a contabilidade realiza certo impacto no mercado financeiro em função da sua contribuição para a economia. Neste âmbito, existe uma relação entre a contabilidade e o mercado financeiro em virtude da elaboração das demonstrações financeiras e demais relatórios que geram informações necessárias para tomadas de decisões mediante dados sólidos, tais como os cálculos executados (ALMEIDA, 2020). No entanto, os membros do mercado financeiro usam as informações vindas da contabilidade para tomarem decisões sobre investimentos atuais e futuros. E além disso, até para o investidor se arriscar no mercado financeiro tem que ter o auxílio de contabilidade para fazer as projeções do investimento para ver se tornar um erro. De acordo com Almeida (2020), antes de entrar no mercado financeiro é preciso ter em mente se ele realmente se agrada de realizar funções que exigirão conhecimentos avançados sobre cinco aspectos principais: • Cálculos • Legislação • Números • Visão estratégica • Conhecimento de investimento. Todavia, a contabilidade precisa fornecer informações se o momento é bom para realização do investimento. Assim, o contador precisa realizar algumas atividades para avaliação do investimento, tais como: demonstrações financeiras, análise das demonstrações, debates e argumentações sobre as informações levantadas. Por conseguinte, temos a Contabilidade Financeira que é um dos ramos da contabilidade onde muitos profissionais estão migrando. Porém, para ingressar no mercado financeiro é necessário ter algumas atribuições que farão a diferença, que são (ALMEIDA, 2020): • CPA – 10: indicada para profissionais que atuam no ramo de distribuição de investimentos. Assim, essas operações acontecem em agências bancárias ou plataformas de atendimento. • CNPI – Certificação Nacional do Profissional de Investimento: necessário para os profissionais que atuam dentro do mercado financeiro. • CPA – 20: serve para os profissionais que trabalham em instituições financeiras como um todo, mês que não aderiram ao Código de Certificação. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 • CFP: é a certificação de maior relevância para quem deseja trabalhar como um planejador financeiro profissional. Porém, também é indicada para os profissionais que desejam expandir seus conhecimentos e ter possibilidades de crescimento na área de atuação. Enfim, o contador pode se tornar um consultor financeiro em função das atribuições da própria profissão. Porém, é necessário que se tenha as certificações corretas para poder atuar na área financeira. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://planejar.org.br/requisitos-da-certificacao-cfp/ No portal da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro, você poderá encontrar as informações necessárias sobre o mercado financeiro e as certificações necessárias para atuar na área. https://planejar.org.br/requisitos-da-certificacao-cfp/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 AULA 4 O IFRS E SUA ESTRUTURA O objetivo desta aula é apresentar o que é a IFRS e sua estrutura. Neste segmento, vamos conhecer alguns aspectos importantes para esse processo de harmonização contábil internacional. 4.1 IFRS Segundo Mackenzie et al. (2012), o objetivo principal da Fundação IFRS e do IASB – International Accounting Standards Board é desenvolver um conjunto único de normas para demonstrações contábeis de alta qualidade, compreensível, executável, aceito globalmente e com base nos princípios bem definidos. Contabilidade Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/conta-contabilidade-analise-pesquisa-6779226/ Em 2005, em virtude da globalização dos negócios, houve a necessidade da união de 30 países para a criação de regras para a elaboração de demonstrações contábeis para atender o mercado de capitais. Assim, 27 (vinte sete) estados-membros da União Europeia e outros países adotaram as Normas Internacionais de Relatório Financeiro - IFRS, tais como: África do Sul, Rússia, Nova Zelândia e Austrália. No decorrer do processo, outros países resolveram adotar o padrão internacional, como o Brasil, Argentina e Canadá. Em 2012, o México também adotou as normas. https://www.pexels.com/pt-br/foto/conta-contabilidade-analise-pesquisa-6779226/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 Porém, Japão e Estados Unidos estabelecem prazos para o processo de conversão as normas internacionais (Mackenzie et al., 2012). Em 2007 e 2008 houve uma crescente aceitação da IFRS em virtude da SEC – Securities and Exchange Commission eliminar as conciliações entre as normas locais e os princípios contábeis norte-americanos para as organizações estrangeiras registradas. Assim, as entidades que usassem as IFRS não haveria a necessidade de conciliar os valores do lucro e do patrimônio líquido com os que teriam sido apurados sobre os princípios contábeis norte-americanos. Neste contexto, facilitou o registro das organizações estrangeiras em função da adoção da IFRS. Em decorrência de vários fatores no decorrer do processo da IFRS, as empresas de auditoria privada nos Estados Unidos mudaram suas regras, e em 2008 passou a reconhecer o IASB como uma entidade capacitada para elaboração de normas contábeis. Para Mackenzie et al. (2012), o impulso de convergir normas contábeis historicamente díspares tem ocorrido em virtude da facilitação do fluxo livre de capital, de modo que investidores dos Estados Unidos terão mais interesse em financiar negócios na China ou na República Tcheca. Neste cenário, as demonstrações contábeis elaboradas na mesma linguagem liquida o risco presente em investimentos e cria certa confiança por parte dos investidores de outros países. De acordo com Mackenzie et al. (2012), acordado entre os órgãos normatizadores norte-americanos, FASB e IASB era esperado pela convergência dos respectivos conjuntos de normas, e inúmeras revisões tanto dos princípios contábeis norte-americanos quanto das IFRS que foram criadas para implementaresse processo. Assim, objetivo dos Conselhos era complementar as etapas de Memorando de Entendimento – ME até meados de junho de 2011. Logo, essas etapas eram: • Instrumentos financeiros • Consolidações • Desreconhecimento • Mensuração pelo valor justo • Reconhecimento de receita • Operações de arrendamento mercantil • Instrumentos financeiros com características de capital próprio • Apresentação das demonstrações contábeis • Outros Projetos de Memorandos de Entendimento – ME • Outros projetos conjuntos CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 Contudo, em função da complexidade de alguns assuntos, os mesmos foram adiados até que os órgãos cheguem a um consenso. Os assuntos mais complexos são: instrumentos financeiros (contabilidade de hedge e de teste de redução no valor recuperável de ativos – impairment); reconhecimento das receitas e as operações de arrendamento mercantil. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://www.ifrs.org/ Caro(a) aluno(a), no portal do IFRS poderá encontrar os assuntos abordados na unidade para entender melhor o processo de harmonização da contabilidade. 4.1.1 Estrutura da IFRS Organograma Fonte: https://pixabay.com/photos/mark-marker-hand-write-516279/ Em 2000, houve a formação da estrutura formal da Fundação IFRS, uma entidade com base em Delaware, com a pedra fundamental na Fundação IASC. Assim, os Curadores da Fundação IFRS tinham a necessidade de conseguir recursos para financiar a normatização e de denominar membros para o Conselho Internacional de Normas Contábeis (International Accounting Standards Board – IASB) para o Comitê Internacional de Interpretações de Demonstrações Contábeis (International Financial Reporting Interpretations Committee – IFRIC) e para o Conselho Consultivo de Normas (Standards Advisory Council – SAC). Todavia, em 2009 houve a mudança da estrutura com a inclusão e uma nova denominação do Grupo de Implementação para PME (SME Implementation Group). Desse modo, abaixo segue a estrutura em 2010 (Mackenzie et al., 2012): https://www.ifrs.org/ https://pixabay.com/photos/mark-marker-hand-write-516279/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 Figura 01 – Estrutura da IFRS Fonte: Mackenzie et al. (2012, p. 06) Com base na estrutura apresentada acima, seguem algumas considerações (Mackenzie et al., 2012): • Conselho de Monitoramento: tem o papel de garantir que os Curadores da Fundação IFRS executem suas funções conforme definidas pela Constituição da Fundação IFRS pela aprovação da designação ou redesignação de Curadores. O Conselho de Monitoramento é formado pelos Comitês Técnicos e de Mercados Emergentes da Organização Internacional de Comissões de Valores (IOSCO), pela Comissão Europeia, pela Agência de Serviços Financeiros do Japão e Pelas Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. E o Comitê da Basileia de Supervisão Bancária participa como observador. • Fundação IFRS: é formada por curadores e se reporta ao Conselho de Monitoramento. A Fundação IFRS tem a responsabilidade de obter fundos e de supervisionar a normatização e a estrutura e estratégia das IFRS. • Conselho Consultivo das IFRS (antigo SAC): é o órgão consultivo formal do IASB e é formado pelos Curadores da Fundação da Fundação IFRS. Assim, seus membros são grupos de usuários, preparadores, analistas financeiros, professores universitários, auditores, reguladores, associações de contadores profissionais e grupos de investidores. • IASB: órgão independente responsável apenas para estabelecer as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRS), com a inclusão da PMEs. O IASB tem a função também de aprovar novas interpretações. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 • Comitê de Interpretações das IFRS (IFRIC): é formado por sócios de empresas de auditoria, mas também preparadores e usuários. A função do IFRIC é responder as questões técnicas sobre como interpretar as IFRS. Contudo, também tem proposto modificações de normas ao IASB, em respostas às dificuldades operacionais observadas ou necessidades de melhorar a consistência. • Relações de Trabalho: é composto pelos órgãos normatizadores locais que adotaram ou convergiram, ou estão no processo de adoção ou convergência às Normas Internacionais de Relatório Financeiro – IFRS. Assim, define uma série de atividades que devem ser realizadas para facilitar a adoção e o uso das IFRS. No entanto, conforme Niyama (2008), o termo harmonização tem sido algumas vezes afiliado com “padronização” de normas contábeis. Assim, harmonização representa um processo que visa buscar preservar as particularidades inerentes a cada país, mas que também permita conciliar os sistemas contábeis com outros países, com o objetivo de melhorar a troca de informações a serem interpretadas e compreendidas. Porém, o termo padronização representa o processo de uniformização de critérios, não admitindo flexibilização. ISTO ESTÁ NA REDE Link: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Contribuicoes-Enviadas-ao- IASB No portal do CFC – Conselho Federal de Contabilidade podemos verificar algumas contribuições enviadas ao IASB. Vale apena verificar! http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Contribuicoes-Enviadas-ao-IASB http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Contribuicoes-Enviadas-ao-IASB CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 AULA 5 OS FUNDAMENTOS E A ESTRUTURA DA CONTABILIDADE NO EUA: US GAAP Quando falamos de harmonização da contabilidade precisamos entender alguns aspectos relevantes desse processo. Assim, vamos conhecer o Sistema contábil dos Estados Unidos, o US GAAP (Princípios Contábeis Geralmente Aceitos Norte- Americanos). 5.1 US GAAP A sigla GAAP é de origem inglesa que na tradução, melhor dizendo, representa os Princípios Contábeis Geralmente Aceitos. Assim, representa o conjunto de normas que devem ser seguidas pelos contadores na elaboração da escrituração contábil das empresas. Dessa forma, a contabilidade registra as operações das empresas conforme o padrão estabelecido pelo GAAP. Neste cenário, os Estados Unidos têm um sistema contábil denominado US GAAP (Princípios Contábeis Geralmente Aceitos Norte-Amercianos), dessa forma, representa um sistema exclusivo para a contabilidade. Em outras palavras, quer dizer, o padrão contábil adotado pelos Estados Unidos. Estados Unidos Fonte: https://pixabay.com/photos/usa-flags-stars-and-stripes-1149896/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 Consequentemente, o GAAP está relacionado com a legislação contábil de cada país. Para Leite (2001, p. 9-10), a contabilidade é vista como um serviço cujos conceitos derivam do processo empresarial, servindo não como uma disciplina como a economia, mas sendo uma disciplina independente, na qual se desenvolvem peças para julgamentos com base em tentativas e erros. Dessa forma, a contabilidade unida facilita o controle da economia pelo governo, tanto para as áreas fiscais no sentido de arrecadação tributária que impactam na economia. O GAAP corresponde ao termo técnico usado pela contabilidade financeira, ou seja, a contabilidade direcionada para os usuários externos. Sendo assim, acaba abrangendo as convenções, as regras e os procedimentos necessários para as práticas contábeis. À vista disso, os GAAP envolvem as orientações mais amplas sobre as aplicações gerais das práticas e procedimentos mais específicos da contabilidade. Os GAAP competem ao reconhecimento, à mensuração e à evidenciação das atividades econômicas dos agentes envolvidos, englobando a preparação e a apresentação das demonstrações. A AICPA (Código de Conduta Profissional do AICPA) rege a conduta dos membros do Instituto, assim, direciona duasnormas específicas para o US GAAP, que são: • Rule 202: determina o trabalho dos profissionais membros do AICPA – auditoria, revisão, compilação, consultoria empresarial ou tributária e entre outros serviços. • Rule 202: determina condições para que os pareceres dos associados ao AICPA acordar pela conformidade das informações contábeis repassadas aos US GAAP, assim nomeando os órgãos reconhecidos como hábeis para a elaboração dos padrões. ISTO ESTÁ NA REDE Link: http://usgaap.com.br/ No portal do US GAAP, você encontrará materiais que podem auxiliar na compreensão das principais diferenças das normas internacionais e brasileiras de contabilidade. http://usgaap.com.br/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 O FASB (Financial Accounting Standards Board) é o órgão responsável pela emissão de normas e princípios, e também pela regulamentação das práticas contábeis nos Estados Unidos. À vista disso, todas as organizações de outros países que realizam comercialização com empresas dos Estados Unidos devem usar as US GAAP. Para uma melhor compreensão do US GAAP, segue abaixo um quadro comparativo sobre a IFRS versus US GAAP em relação a algumas regras contábeis: REGRAS IFRS US GAAP Primeira aplicação de norma contábil Aplicação retroativa das IFRS em vigor na data de apresenta- ção das primeiras demonstra- ções financeiras de acordo com o padrão IFRS. Aplicação retroativa das nor- mas correspondentes. Base no valor contábil Utilização do custo histórico. Os ativos intangíveis, o ativo permanente e as propriedades para investimento podem ser reavaliados por valor justo. Não é permitido reavaliações, exceto em caso de instru- mentos financeiros deriva- tivos e outros que podem e devem ser avaliados ao valor justo. Moeda de apresentação O lucro seja mensurado utilizan- do a moeda funcional. Porém, as organizações podem apre- sentar as demonstrações finan- ceiras em uma moeda diferente. Conforme as regras do SEC, as organizações não ameri- canas registradas podem es- colher a moeda de apresen- tação das demonstrações financeiras. Componentes das de- monstrações financeiras Apresentação do Balanço Pa- trimonial, a DFC e informações referentes ao patrimônio líquido de dois anos, no mínimo. Parecido com a IFRS. A di- ferença está na questão das entidades com registro na SEC devem apresentar todas as demonstrações dos últi- mos três anos, com exceção do Balanço Patrimonial. Balanço Patrimonial Não existe um padrão definido, mas é necessário que haja a separação entre ativos e passi- vos correntes e não-correntes. Também a apresentação dos ativos e passivos por ordem de liquidez em relação a separação entre corrente e não-corrente quando apresenta informação mais confiável e relevante sobre a organização. Podem apresentar o Balanço Patrimonial classificado ou não. Em geral, as empresas podem apresentar o Balanço Patrimonial aparecendo em ordem decrescente de liqui- dez. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 Formato da demonstra- ção de resultado Não existe um formato padrão, mas os gastos devem ser evi- denciados. Porém, alguns itens devem ser apresentados sepa- radamente. As despesas são classifica- das por função e diretamente deduzidas das receitas totais ou por subtotal. As receitas e despesas são classificadas em grupos. DFC: formato e método Exigem classificação em con- tas padrão, mas são flexíveis quanto ao conteúdo das contas. Pode ser utilizado o método di- reto ou indireto. Classificação em contas de categorias similares em rela- ção às IFRS, mas são mais específicos no que diz res- peito à classificação em cada categoria. Pode ser usado os métodos direto ou indireto. Quadro 01 – Comparativo de regras da IFRS versus US GAAP Fonte: Adaptado de Camargo (2017, on-line). Com base no que foi apresentado acima é muito importante conhecer as diferenças entre as regras contábeis para que as organizações cumpram com as obrigações da melhor maneira possível. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://www.scielo.br/j/cest/a/mhK3KXjxcGk54jFGNSMZcGt/?lang=pt No link acima, você terá acesso a um artigo que apresenta o sistema de ensino da contabilidade nos Estados Unidos. Vale apena realizar a leitura! https://www.scielo.br/j/cest/a/mhK3KXjxcGk54jFGNSMZcGt/?lang=pt CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 AULA 6 OS FUNDAMENTOS E A ESTRUTURA DA CONTABILIDADE NO BRASIL: BR GAAP Na aula anterior, vimos o US GAAP que se tratava dos Princípios Contábeis Geralmente Aceitos Norte-Americanos. Em continuidade, vamos abordar os assuntos em torno do GAAP, mas agora estaremos relacionando com os princípios contábeis utilizados no Brasil. 6.1 BR GAAP O BR GAAP representa o conjunto de princípios contábeis que são aceitos no Brasil. Dessa forma, a sigla “BR GAAP” indica as regras, leis e normas que regulamentam a contabilidade brasileira. Brasil Fonte: https://pixabay.com/photos/brazil-flag-brazil-flags-3001462/ Em 2010, o Brasil aderiu as normas internacionais de contabilidade. Neste https://pixabay.com/photos/brazil-flag-brazil-flags-3001462/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 contexto, a regulamentação contábil brasileira é realizada pelo CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Desse modo, o CPC é o responsável pela emissão dos pronunciamentos em torno das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), onde as mesmas são aprovadas pelo CFC – Conselho Federal de Contabilidade. As regras são compostas por normas e orientações técnicas vindas de diversos órgãos, além disso, também existem as legislações pertinentes ao processo da escrituração contábil das organizações. Sendo assim, a seguir veremos os diversos órgãos e legislações que orientam a prática contábil brasileira: • Lei 6.404/1976 – Lei das Sociedades por Ações/Lei das S/A.: a principal lei que rege a contabilidade no Brasil. • Leis 11.638/2007 e 11.941/2009: em virtude da harmonização contábil, essas leis realizaram modificações na Lei 6.404/76. • Várias Resoluções, Circulares, Comunicados vindos de diversos órgãos e do CFC – Conselho Federal de Contabilidade. • Conselho Monetário Nacional (CMN). • Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). • Banco Central (BACEN). • Comissão de Valores Mobiliários (CVM). • Receita Federal do Brasil (RFB). • Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). ISTO ESTÁ NA REDE Link: http://www.susep.gov.br/setores-susep/seger/cnsp No portal do CNSP existem informações sobre diretrizes e normas da políticas que envolvem as operações dos seguros privados no Brasil. As práticas contábeis usadas no Brasil estão alinhadas com as IFRS. Assim, as empresas do país precisam cumprir com as normas contábeis englobando a compilação das demonstrações financeiras, a divulgação das notas explicativas e o atendimento aos quesitos das normas. Neste contexto, vamos apresentar um quadro comparativo sobre a IFRS versus BR GAAP em relação a algumas regras contábeis: http://www.susep.gov.br/setores-susep/seger/cnsp CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 REGRAS IFRS BR GAAP Primeira aplicação de norma contábil Aplicação retroativa das IFRS em vigor na data de apresenta- ção das primeiras demonstra- ções financeiras de acordo com o padrão IFRS. Não existe uma norma espe- cífica. Apenas exige a apli- cação retroativa de todas as práticas contábeis adotadas no Brasil em vigor na data das primeiras demonstra- ções financeiras da entidade. Base no valor contábil Utilização do custo histórico. Os ativos intangíveis, o ativo permanente e as propriedades para investimento podem ser reavaliados por valor justo. Utilização do custo histórico e itens do ativo imobilizado poder ser reavaliados.Moeda de apresentação O lucro seja mensurado utilizan- do a moeda funcional. Porém, as organizações podem apre- sentar as demonstrações finan- ceiras em uma moeda diferente. Demonstrações financeiras devem ser apresentadas na moeda do país. Componentes das demonstrações financeiras Apresentação do Balanço Pa- trimonial, a DFC e informações referentes ao patrimônio líquido de dois anos, no mínimo. Similar às IFRS. A diferença está na apresentação do de- monstrativo de fluxo de caixa que deve demonstrar as ori- gens e aplicações de recur- sos. Balanço Patrimonial Não existe um padrão definido, mas é necessário que haja a separação entre ativos e passi- vos correntes e não-correntes. Também a apresentação dos ativos e passivos por ordem de liquidez em relação a separação entre corrente e não-corrente quando apresenta informação mais confiável e relevante sobre a organização. Ativos e Passivos são segre- gados entre os grupos de circulante e não-circulante. Nestes grupos, os ativos e passivos são apresentados em ordem decrescente de li- quidez, com agrupamentos de contas visando facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da organi- zação. Formato da demonstração de resultado Não existe um formato padrão, mas os gastos devem ser evi- denciados. Porém, alguns itens devem ser apresentados sepa- radamente. Similar às IFRS, exceto pelo tratamento de alguns itens como “não-operacionais” e pelas despesas que devem ser apresentadas por função. DFC: formato e método Exigem classificação em con- tas padrão, mas são flexíveis quanto ao conteúdo das contas. Pode ser utilizado o método di- reto ou indireto. Não existe apresentação. Se voluntariamente apresenta- das, as regras assemelham- -se às IFRS. Quadro 02 – Comparativo de regras da IFRS versus BR GAAP Fonte: Adaptado de Camargo (2017, on-line). CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 De acordo com as informações acima, cabe aos contadores das empresas seguirem as normas e legislações pertinentes para que exista uma transparência nas informações vindas através das demonstrações financeiras. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://www.bcb.gov.br/ No portal do Banco Central do Brasil, você encontrará informações relevantes à política monetária do país e diversas outras informações. https://www.bcb.gov.br/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 AULA 7 O COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS E SEUS PRONUNCIAMENTOS O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC foi idealizado a partir da união de algumas entidades que regulam as normas contábeis no Brasil, tais como o CFC – Conselho Federal de Contabilidade, CVM – Comissão de Valores Mobiliários e o IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil. 7.1 CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis O CPC foi criado pela Resolução CFC nº 1.055/05 e tem como objetivo o estudo, o preparo e a emissão de pronunciamentos técnicos sobre a Contabilidade e também a divulgação de informações da mesma natureza, para permitir a emissão de normas pela organização reguladora do Brasil. Contudo, esse processo tem o foco na centralização e uniformização do processo de produção, bem como na convergência da Contabilidade do Brasil aos padrões internacionais (CPC, 2021). Normas Fonte: https://pixabay.com/illustrations/audit-tax-inspection-auditor-3929140/ O CPC tem sua autonomia em relação às entidades representadas, assim, disposto por 2/3 de seus membros, tais como: CFC – Conselho Federal de Contabilidade; as sete entidades que constituem o CPC; e os membros do próprio CPC, ou seja, dois por entidade, na maior parte Contadores (sem remuneração). https://pixabay.com/illustrations/audit-tax-inspection-auditor-3929140/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 Contudo, também são convidados outros órgãos a participarem das funções desempenhadas pelo CPC. Desse modo, podem ser formados comissões e grupos de trabalhos para estudo de temas específicos. Neste cenário, temos as seguintes entidades (CPC, 2021): • BACEN – Banco Central do Brasil • CVM – Comissão de Valores Mobiliários • RFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil • SUSEP – Superintendência de Seguros Privados • FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos • CNI – Confederação Nacional da Indústria • PREVIC – Superintendência Nacional de Previdência Complementar. ISTO ESTÁ NA REDE Link: http://www.cpc.org.br/CPC No portal do CPC existem várias informações sobre os pronunciamentos técnicos, interpretações, orientações e publicações. Vale apena conferir! O CPC foi criado em função de algumas necessidades decorrentes do processo de harmonização da contabilidade. Neste âmbito, temos as seguintes situações (CPC, 2021): • Convergências internacionais das normas contábeis: redução de custos de elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custos nas análises e decisões, redução de custos de capital. • Centralização na emissão de normas dessa natureza: no Brasil várias organizações fazem. • Representação e processo democrático nas produções dessas informações: contadores, auditor, usuários intermediários, governo e entre outros. Como produtos ofertados pelo CPC, temos os seguintes: • Comunicados • Orientações • Interpretações • Pronunciamentos técnicos (esses pronunciamentos são submetidos à audiência pública). Em 2010, houve os Pronunciamentos realizados pelo CPC que praticamente finalizaram o processo de convergência das Normas Brasileiras às Normas http://www.cpc.org.br/CPC CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 Internacionais de Contabilidade. Contudo, a partir de 2011 o CPC pretendia atuar na revisão ou na elaboração de normas internacionais. Até o momento, temos em torno de 49 CPCs editados e mais o CPC Liquidação e o CPC PME. Assim, cada pronunciamento engloba diversos assuntos da contabilidade. Neste contexto, segue abaixo um quadro resumo com o número do documento e o título de cada um dos CPCs: CPC 00 Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro CPC 01 Redução ao Valor recuperável de Ativo CPC 02 Efeitos das mudanças nas taxas de cambio e conversão de demonstrações contábeis CPC 03 Demonstração dos Fluxos de Caixa CPC 04 Ativo Intangível CPC 05 Divulgação sobre Partes Relacionadas CPC 06 Arrendamentos CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais CPC 08 Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) CPC 10 Pagamento Baseado em Ações CPC 11 Contratos de Seguro CPC 12 Ajuste a Valor Presente CPC 13 Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07 e da Medida Provisória nº 449/08 CPC 14 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação (Fase I) – Transformado em OCPC 03 CPC 15 Combinação de Negócios CPC 16 Estoques CPC 17 Contratos de Construção (revogado a partir de 1º/01/*2018 CPC 18 Investimentos em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto CPC 19 Negócios em Conjunto CPC 20 Custos de Empréstimos CPC 21 Demonstração Intermediária CPC 22 Informações por Segmento CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro CPC 24 Evento Subsequente CPC 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 CPC 27 Ativo Imobilizado CPC 28 Propriedade para Investimento CPC 29 Ativo Biológico e Produto Agrícola CPC 30 Receitas (revogado a partir de 1º/01/2018) CPC 31 Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada CPC 32 Tributos sobre o Lucro CPC 33 Benefícios a Empregados CPC 34 Exploração e Avaliação de Recursos Minerais (Não editado) CPC 35 DemonstraçõesSeparadas CPC 36 Demonstrações Consolidadas CPC 37 Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade CPC 38 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (revogado a partir de 1º/01/2018) CPC 39 Instrumentos Financeiros: Apresentação CPC 40 Instrumentos Financeiros: Evidenciação CPC 41 Resultado por Ação CPC 42 Contabilidade em Economia Hiperinflacionária CPC 43 Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPCs 15 a 41 CPC 44 Demonstrações Combinadas CPC 45 Divulgação de Participações em outras Entidades CPC 46 Mensuração do Valor Justo CPC 47 Receita de Contrato com Clientes CPC 48 Instrumentos Financeiros CPC 49 Contabilização e Relatório Contábil de Planos de Benefícios de Aposentadoria CPC Liquidação Entidade em Liquidação CPC PME Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas com Glossário de Termos Quadro 3 – Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo CPC Fonte: CPC (2021, on-line) Por fim, cabe aos profissionais da Contabilidade estar atualizados em relação aos Pronunciamentos Técnicos para realização da escrituração contábil das organizações. ISTO ESTÁ NA REDE Link: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Publicacoes-CPC No portal do CPC, você poderá acessar as publicações realizadas pela entidade, bem como baixar os arquivos para leitura. Faça uma visita no portal! http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Publicacoes-CPC CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 AULA 8 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ANUAIS: BP, DRE E DRA Nesta aula, vamos trabalhar os assuntos em torno das Demonstrações Financeiras de acordo com a Lei nº 6.404/76 e a Lei nº 11.638/07 que também estão em conformidade com o CFC, CVM e o Regulamento do Imposto de Renda. 8.1 Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial é uma demonstração que tem como objetivo demonstrar o patrimônio das organizações. Neste contexto, apresenta os saldos das contas que compõem o patrimônio de uma entidade ao final de um exercício social (a cada doze meses). Demonstrações Fonte: https://pixabay.com/photos/bookkeeping-accounting-taxes-615384/ De acordo com a Resolução nº 1.283/2010, “O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade”. Assim, essa demonstração vem apresentar os aspectos quantitativos e qualitativos referentes à posição patrimonial de uma determina organização. A Lei nº 6.404/76 diz que: “Balanço Patrimonial é composto por duas partes: Ativo e https://pixabay.com/photos/bookkeeping-accounting-taxes-615384/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 Passivo, onde o ativo representa os bens e direitos; e o passivo identifica as obrigações e o Patrimônio Líquido”. À vista disso, o balanço patrimonial abrange os bens, direitos e obrigações nos aspectos tangíveis e intangíveis, bem como as obrigações (dívidas) e o Patrimônio Líquido da entidade conforme o resultado (lucro ou prejuízo) apurado no final do exercício social. Em relação à estrutura do Balanço Patrimonial temos como referência a NBC TG 26 – do Balanço Patrimonial, que diz que essa demonstração é constituída pelo Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, e suas contas são classificadas em função dos elementos patrimoniais. Dessa maneira, o balanço patrimonial é representado em forma de gráfico, ou seja, simbolicamente um “T”. Esse “T” vem representar os dois lados da demonstração, o lado esquerdo o Ativo e o lado direito o Passivo. Neste contexto, temos a Lei 6.404/76 e a Lei 11.638/07, 11.941/09 e CPC PME que rege essa demonstração. Sendo assim, os bens, direitos e obrigações são substituídos pelas seguintes nomenclaturas abaixo: ATIVO PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido Quadro 4 – Apresentação gráfica do Balanço Patrimonial Fonte: elaborado pela autora Os bens e direitos compõem o Ativo são apresentados em ordem decrescente de grau de liquidez (maior ou menor prazo no qual os bens e direitos podem ser retratados em dinheiro) em relação aos elementos registrados no Ativo Circulante e Não Circulante. Portanto, o Passivo apresenta as obrigações, que são as dívidas da empresa com os terceiros e também os investimentos dos sócios para a entidade que são evidenciadas no Patrimônio Líquido. Assim, o Passivo é composto por Circulante, Não Circulante e Patrimônio Líquido. As contas que fazem parte do Passivo estão em ordem decrescente em função do grau de exigibilidade (maior ou menor prazo em que a obrigação deve ser paga) dos elementos que são registrados. Por fim, o Balanço Patrimonial foi a primeira demonstração financeira a ser abordada. Na sequência vamos conhecer a DRE - Demonstração do Resultado do Exercício. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://cfc.org.br/tecnica/perguntas-frequentes/nova-estrutura-do-balanco/ No portal do CFC, você poderá conferir a estrutura sintetizada do Balanço Patrimonial. Basta acessar o site acima. Vale apena conferir! 8.2 DRE A DRE – Demonstração do Resultado do Exercício é um relatório que demonstra os saldos de encerramento de todas as contas de resultado (receitas e despesas) referente a um período da escrituração contábil. Logo, esse encerramento é realizado mês a mês para depois realizar o fechamento anual. Para Ribeiro (2012, p. 347), “essa Demonstração evidencia o Resultado que a empresa obteve (Lucro ou Prejuízo) no desenvolvimento de suas atividades durante um determinado período, geralmente a um ano”. Na DRE, as receitas e despesas são reconhecidas em conformidade com o Princípio da Competência, assim para o CFC (2011), “O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente de recebimento ou pagamento”. Neste contexto, a receita demonstra a entrada de recursos, deste modo, acontece o aumento de ativos ou a diminuição de passivos que resultam em aumentos do Patrimônio Líquido da organização deste que não sejam oriundos da entrada de novo capital na entidade. E as despesas são incorridas quando acontece a diminuição de um ativo, o aumento de um passivo ou as duas. A DRE é um demonstrativo da contabilidade que visa apurar o resultado líquido do período (geralmente do ano) através da confrontação entre receitas (vendas de mercadorias e produtos) e despesas (salários, comissões de vendedores, aluguel, água, energia elétrica e entre outras). Em relação à receita, Montoto (2011, p. 179), diz que “a receita representa o ingresso bruto de benefícios econômicos, durante o período proveniente das atividades ordinárias da entidade, que resulta no aumento do seu Patrimônio Líquido, exceto as contribuições dos proprietários”. Assim, a receita deve ser reconhecida pelo valor justo em relação à contraprestação recebida. Em conformidade com o CPC 30 (R1), temos as seguintes receitas (CPC, 2017, on- line): https://cfc.org.br/tecnica/perguntas-frequentes/nova-estrutura-do-balanco/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 a) contratos de arrendamento mercantil (ver a NBC T 10.2 – Operações de Arrendamento Mercantil); b) dividendos provenientes de investimentos que sejam contabilizados pelo método da equivalência patrimonial (ver a NBC TS sobre Investimento em Coligada); c) contratos de seguro (ver a NBC T 19.16 – Contratos de Seguro); d) alterações no valor justo de ativos e passivos financeiros, ou da sua alienação (ver a NBC TS sobre Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração); e) alterações no valor de outros ativos circulantes; f) reconhecimento inicial e alterações no valor justo de ativos biológicos,relacionados com a atividade agrícola (ver a NBC T 19.29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola); g) reconhecimento inicial de produtos agrícolas (ver o NBC T 19.29); e h) a extração de recursos minerais. Porém, para um melhor entendimento sobre a relação das receitas comentadas acima, vamos ver o CPC 30 que apresenta alguns termos importantes sobre as receitas em conformidade com a BNC T 19.3 – Receitas (CPC, 2017, on-line): Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado ou um passivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória. 14. A receita proveniente da venda de bens deve ser reconhecida quando forem satisfeitas todas as seguintes condições: a) a entidade tenha transferido para o comprador os riscos e benefícios mais significativos inerentes à propriedade dos bens; b) a entidade não mantenha envolvimento continuado na gestão dos bens vendidos em grau normalmente associado à propriedade nem efetivo controle de tais bens; c) o valor da receita possa ser confiavelmente mensurado; CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 d) for provável que os benefícios econômicos associados à transação fluirão para a entidade; e e) as despesas incorridas ou a serem incorridas, referentes à transação, possam ser confiavelmente mensuradas. Em continuidade, as receitas podem ser provenientes de juros, royalties e dividendos, assim, são gerados por intermédio de terceiros, de ativos de entidades que geram os juros, royalties e dividendos que podem ser reconhecidos nas suas bases conforme as condições abaixo (CPC, 2017, on-line): a) for provável que os benefícios econômicos associados com a transação fluirão para a entidade; e b) o valor da receita puder ser confiavelmente mensurado. 30. A receita deve ser reconhecida nas seguintes bases: a) os juros devem ser reconhecidos utilizando-se o método da taxa efetiva de juros tal como definido na NBC TS sobre Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração; b) os royalties devem ser reconhecidos pelo regime de competência de acordo com a essência do acordo; e c) os dividendos devem ser reconhecidos quando for estabelecido o direito do acionista de receber o respectivo valor. Portanto, para as organizações brasileiras, a DRE é obrigatória de acordo com a Lei nº 11.638/07 e deve apresentar a seguinte estrutura: Receita Bruta (-) Deduções e Abatimentos (=) Receita Líquida (-) CMV/CPV/CSP (=) Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais (=) Resultados antes do IRPJ e CSLL (-) Provisões IRPJ e CSLL (=) Resultado Líquido (Lucro ou Prejuízo) Quadro 5 – Estrutura sintética da DRE Fonte: elaborado pela autora CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 Afinal, a DRE tem o objetivo de evidenciar a composição do resultado das operações que acontecem nas empresas referentes ao um período determinado. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://www3.crcpr.org.br/crcpr/conteudo/downloads/05-demonstracoes- contabeis-aspectos-praticos-elaboracao-e-apresentacao-conceitual-de-acordo-com- o-ifrs.pdf No portal do CRC PR – Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, você pode encontrar a estrutura e outras informações sobre a DRE e a DRA. 8.3 DRA A DRA – Demonstração do Resultado Abrangente é uma demonstração que visa apresentar as alterações no patrimônio líquido de uma entidade durante um determinado período. Porém, essas alterações são decorrentes de transações e vários outros eventos não originados dos sócios da empresa. Assim, aborda as mudanças no patrimônio líquido exceto aquelas resultantes de investimentos dos sócios e distribuição aos donos da organização. Neste contexto, tanto o CPC 26 (R3) quanto a NBC TG 26 (R4) abordam que as variações derivadas das receitas realizadas e despesas incorridas no período devem ser evidenciadas na Demonstração do Resultado. Todavia, ao mesmo tempo em que essas variações que interferem no Patrimônio Líquido derivam de fatos que não transitam pela Demonstração do Resultado e que não correspondem às ações diretas entre os donos e a organização devem ser evidenciadas na DRA – Demonstração do Resultado Abrangente. Neste contexto, a DRA tem o objetivo de apresentar de forma atualizada a divisão do que pertence ao patrimônio e o que é realmente dos donos da entidade. Dessa forma, também é uma informação relevante para os investidores, para saber se a empresa tem condições de receber futuros investimentos. De acordo com o CPC 26 (R3), existem alguns itens obrigatórios na elaboração de uma DRA, com base nos lucros líquidos obtidos pela DRE, mesmo que a obrigatório não esteja disposta na Lei nº 6.4041/76. Dessa forma, seguem abaixo os itens necessários para a construção da DRA: https://www3.crcpr.org.br/crcpr/conteudo/downloads/05-demonstracoes-contabeis-aspectos-praticos-elaboracao-e-apresentacao-conceitual-de-acordo-com-o-ifrs.pdf https://www3.crcpr.org.br/crcpr/conteudo/downloads/05-demonstracoes-contabeis-aspectos-praticos-elaboracao-e-apresentacao-conceitual-de-acordo-com-o-ifrs.pdf https://www3.crcpr.org.br/crcpr/conteudo/downloads/05-demonstracoes-contabeis-aspectos-praticos-elaboracao-e-apresentacao-conceitual-de-acordo-com-o-ifrs.pdf CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 • Resultado líquido do período. • Descrição dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza. • Demais resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do método de equivalência patrimonial. • Resultado abrangente total do período. Neste contexto, o resultado abrangente total do período, ainda adiciona: • Avaliação patrimonial ajustada. • Variações da reserva de reavaliação. • Ganhos e perdas em planos de pensão. • Ganhos e perdas oriundos de conversão de demonstrações de operações no exterior. Por fim, a DRA dever ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro da DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47 AULA 9 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ANUAIS: DFC, DMPL E DLPA Em continuidade aos assuntos sobre as Demonstrações Financeiras, vamos abordar nesta aula a DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa, a DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e a DLPA – Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados. 9.1 DFC A DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa é uma demonstração da Contabilidade que visa a evidenciação das modificações ocorridas na conta Caixa e Equivalentes de Caixa em função das operações diárias que acontecem nas empresas. Assim, para Ribeiro (2013, p. 393), “a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório contábil que tem por fim evidenciar as transações ocorridas em um determinado período e que provocam modificações no saldo de caixa e equivalentes de caixa”. Demonstrações Fonte: https://pixabay.com/photos/coins-banknotes-money-currency-1726618/ Neste segmento, a DFC informa os fatos administrativos em torno do fluxo (entrada e saída) de dinheiro que acontece em virtude das operações que são registradas por meio da escrituração contábil das entidades. Logo, esse fluxo interfere nos saldos das seguintes contas contábeis: Caixa, Banco conta Movimento e Aplicações Financeiras https://pixabay.com/photos/coins-banknotes-money-currency-1726618/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 de Curto Prazo. De acordo com Montoto (2011, p. 763), “esse relatório também tem que demonstrar as origens das mudanças no saldo do Caixa. O usuário da informação precisa entender se o Caixa se alterou em função da atividade principal (operacional), se a alteração foi em funçãoda venda de imóvel [...]”. Conforme o art. 188 da Lei nº 6.404/76, a DFC deve demonstrar: I. demonstração dos fluxos de caixa - as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei nº 11.638 de 2007) a) das operações; (Redação dada pela Lei nº 11.638 de 2007) b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.638 de 2007) c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº 11.638 de 2007). Nesta abordagem, a Lei nº 6.404/76 passou a reger a DFC por meio do art. 176. Porém, em função da IFRS houve algumas alterações que foram feitas pela Lei nº 11.638/07, onde desobriga a DOAR, passando a exigir a DFC e a DVA. Para melhor entendimento, segue um trecho do art. 176 da Lei nº 6.404/76: Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I. balanço patrimonial; II. demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III. demonstração do resultado do exercício; e IV. demonstração das origens e aplicações de recursos. IV. demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638 de 2007); V. se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638 de 2007) §1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 A DFC não é obrigatória para todas as entidades. Dessa forma, uma organização que tenha o patrimônio líquido menor que R$ 2.000.000 no seu fechamento do Balanço Patrimonial fica desobrigada da entrega e publicação da DFC. Em relação à estrutura da DFC, não existe um modelo padrão para ser seguido pelos contadores das entidades. Assim, a Lei nº 6.404/76 determina em seu inciso I do art. 188, que a DFC deve apresentar as alterações que acontecem no decorrer do exercício social em relação as contas contábeis Caixa e Equivalentes de Caixa. Logo, essas alterações devem ser separadas em três fluxos, que são: das operações, dos financiamentos e dos investimentos. Desse modo, segue o inciso I do art. 188 sobre os três grupos de atividades (Lei nº 6.404/76): Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades que não são de investimento e tampouco de financiamento. Atividades de investimento são os referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no capital de terceiros da entidade (BRASIL, Lei n. 6.404/76). Para a elaboração da DFC, existem dois métodos para a estruturação que são: indireto e direto. Assim, o método indireto consiste nas adições das despesas e exclusão das receitas reconhecidas na apuração do resultado que não realizaram alterações no caixa da empresa e que não representaram as saídas e entradas de dinheiro. Porém, também há a exclusão das receitas consideradas no exercício e recebidas no exercício anterior, e a adição de receitas recebidas de forma antecipada que não foram consideradas na apuração do resultado e entre outras situações. Por fim, o método considera os ajustes e as variações positivas e negativas do período nos itens das contas operacionais a receber e a pagar em decorrência das operações que não representam despesas e receitas, e também nos itens do estoque. No entanto, pelo método direto, os recursos das operações das empresas são indicados a partir dos recebimentos e pagamentos decorrentes das operações normais que ocorreram durante o exercício social. Assim, as atividades operacionais são demonstradas por intermédio das principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50 9.2 DMPL A DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, é um relatório contábil que deve apresentar as modificações em contas que são componentes do Patrimônio Líquido. Segundo Ribeiro (2013, p. 389), “a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é um relatório contábil que visa evidenciar as variações ocorridas em todas as contas que compõem o Patrimônio Líquido em um determinado período”. Assim, os fatos registrados pela escrituração contábil provocam acréscimos ou decréscimos no patrimônio líquido. Diante disso, essa demonstração pode apresentar os ajustes credores e devedores do patrimônio líquido em decorrência de erros ou modificações de critérios por parte da contabilidade, e também em função de exercícios sociais anteriores. A Lei nº 6.404/76 não determina um modelo padrão de DMPL, ficando a cargo do contador a elaboração de uma estrutura. Porém, para a elaboração da DMPL é necessário usar o livro-razão para verificar as movimentações realizadas de acordo com a escrituração contábil. Desse modo, as empresas que vão elaborar a DMPL devem fazer um gráfico com duas colunas, em que cada coluna apresenta uma conta que constitui o Patrimônio Líquido. Logo, em relação a sua estrutura, a DMPL pode ter quantas linhas possíveis para apresentar as movimentações, tais como: saldos iniciais das contas e apresentação de saldos finais. 9.3 DLPA A DLPA - Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulado é uma demonstração que visa evidenciar o saldo inicial da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Além disso, vem apresentar os ajustes de exercícios anteriores, as reversões de reservas, o lucro líquido do exercício e sua destinação. Demonstrações Fonte: https://pixabay.com/photos/coins-money-finances-business-4608033/ https://pixabay.com/photos/coins-money-finances-business-4608033/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51 Contudo, essa demonstração não engloba o conjunto de demonstrações financeiras obrigatórias para as empresas de grande porte conforme o CFC e o CPC 26 (R3). Neste segmento, Montoto (2011, p. 728) expõe algumas considerações sobre a DLPA: O item 3.8 do mesmo CPC-PME permite que a Entidade apresente a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados no lugar da demonstração do Resultado Abrangente e da demonstração das mutações do Patrimônio Líquido, se as únicas alterações no seu Patrimônio Líquido durante os períodos para os quais as demonstrações contábeis são apresentadas derivarem do resultado, do pagamento de dividendos ou da distribuição outra de lucro, correção de erros de períodos anteriores e mudanças de políticas contábeis. Todavia, a Lei nº 11.638/07 realiza a exclusão do grupo do Patrimônio Líquido a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados e mantendo somente a conta Prejuízos Acumulados. Desse modo, as organizações devem realizar a destinação do lucro líquido do exercício, usando a compensação de prejuízos acumulados, na constituição de reservas, no aumento de capital ou a distribuição aos sócios. A DLPA pode ser trocada pela DMPL em virtude da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ser mais abrangente. Desse modo, a DMPL realiza a exposição das variações que aconteceram durante o exercício social em relação a todas as contas do Patrimônio Líquido, inclusive o Lucro ou Prejuízos Acumulados. A DLPA dever ser elaborada em conformidade com as orientações do art. 186 da Lei nº 6.404/76: I. o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II. as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; III. - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fimdo período. §1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. §2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52 O Contador deve retirar os dados para elaboração da DLPA no livro razão em função das movimentações que foram registras no decorrer da escrituração contábil das organizações. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://www3.crcpr.org.br/crcpr/conteudo/downloads/05-demonstracoes- contabeis-aspectos-praticos-elaboracao-e-apresentacao-conceitual-de-acordo-com- o-ifrs.pdf No portal do CRC PR – Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, você poderá encontrar a estrutura e outras informações sobre a DFC, DMPL e DLPA. Vale apena conferir! https://www3.crcpr.org.br/crcpr/conteudo/downloads/05-demonstracoes-contabeis-aspectos-praticos-elaboracao-e-apresentacao-conceitual-de-acordo-com-o-ifrs.pdf https://www3.crcpr.org.br/crcpr/conteudo/downloads/05-demonstracoes-contabeis-aspectos-praticos-elaboracao-e-apresentacao-conceitual-de-acordo-com-o-ifrs.pdf https://www3.crcpr.org.br/crcpr/conteudo/downloads/05-demonstracoes-contabeis-aspectos-praticos-elaboracao-e-apresentacao-conceitual-de-acordo-com-o-ifrs.pdf CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53 AULA 10 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ANUAIS: DVA E NOTAS EXPLICATIVAS Para finalizarmos os assuntos em torno das Demonstrações Financeiras, vamos abordar a DVA – Demonstração do Valor Adicionando e as Notas Explicativas. 10.1 DVA A DVA – Demonstração do Valor Adicionado é uma demonstração que tem o objetivo de evidenciar quantos recursos uma organização gerou em um determinado período. Ou seja, o quanto foi adicionado de valor aos seus fatores de produção, quanto e de que maneira a riqueza gerada foi distribuída entre os acionistas, governo, funcionários e dentre outros, e também a relação da parcela da riqueza que não realizou a distribuição. Assim, de acordo com a Lei nº 6.404/76, no art. 88, em seu inciso II, a DVA é: “II. demonstração do valor adicionado - o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída”. Demonstrações Fonte: https://pixabay.com/photos/accounting-report-credit-card-761599/ Neste contexto, depois da alteração da Lei nº 6.404/76, em seu art. 176, inciso V, e revisada pela Lei nº 11.638/07, a DVA passou a ser obrigatória no Brasil para as sociedades por ações de capital aberto. Dessa forma, o CPC 09 vem orientar os https://pixabay.com/photos/accounting-report-credit-card-761599/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54 critérios para elaboração dessa demonstração financeira, assim como, as empresas que devem entregar esse relatório. De acordo com o CPC 09, seguem algumas determinações sobre a DVA: A entidade, sob forma jurídica de sociedade por ações, com capital aberto, e outras entidades que a lei assim estabelecer, devem elaborar a DVA e apresentá-la com parte das demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada exercício social. É recomendado, entretanto, a sua elaboração por todas as entidades que divulgam demonstrações contábeis. Para Ribeiro (2013, p. 402), “o valor adicionado que é demonstrado na DVA representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros”. Assim, é incluído o valor adicionado recebido em transferência, ou melhor, gerado por terceiros e transferido para a entidade. Porém, para uma melhor compreensão sobre o assunto, segue um exemplo na visão de Ribeiro (2013, p. 403): [...] consideramos que uma determinada unidade de mercadoria, adquirida do fornecedor por R$ 20, tenha sido vendida pela empresa comercial por R$ 30. Nesse caso, o valor adicionado pela empresa comercial corresponde a R$ 10 (R$ 30 - R$ 20). Note bem, embora a receita bruta de vendas dessa empresa comercial tenha sido de R$ 30, ela agregou à economia do país apenas R$ 10, uma vez que os outros R$ 20 representam riquezas geradas por empresas integrantes da cadeia produtiva, porém em outras etapas (agricultura, indústria, comércio atacadista e serviços). O valor adicionado de R$ 10, portanto, corresponde à remuneração dos esforços que a empresa despendeu no desenvolvimento de suas atividades. Entre esses esforços, incluem-se os financiadores (fonte de mão de obra), os investidores (fonte de Capital próprio), os financiadores (fonte de capitais de terceiros) e o governo, que será remunerado por meio dos impostos como contrapartida dos benefícios sociais que oferece a toda a sociedade, inclusive às empresas. Neste cenário, o valor adicionado de cada empresa representa o quanto a organização ajudou na formação do PIB – Produto Interno Bruto de um país. Ou seja, o PIB representa o indicador de atividade econômica de uma determinada área, sendo a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55 de acordo como período estipulado. Dessa forma, através da DVA os usuários da informação conseguem promover o conhecimento a partir dos dados de natureza econômica e social, com o objetivo de contribuir com a melhoria de avaliação das operações das organizações que estão inseridas no mercado. A DVA dever ser elaborada com base nos dados da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, ou seja, os dados são retirados das contas de resultado (receitas e despesas), bem como, das contas patrimoniais (ativo e passivo). Dessa forma, as contas patrimoniais representam as contas de participação de terceiros, os tributos sobre o lucro líquido (IRPJ e CSLL), debentures, salários e mais encargos e pró-labore. A Lei nº 6.404/76 rege as informações básicas sobre a estrutura da DVA, assim, com base no art. 188 as informações são: o valor da riqueza gerada pela companhia; a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e entre outros; e a parcela da riqueza não distribuída. Por fim, recomenda-se usar o modelo de DVA aprovado pela Resolução CFC nº 1.010/2005, com as respectivas orientações para a sua elaboração com base no ofício circular da CVM nº 01/2000. 10.2 Notas Explicativas As Notas Explicativas representam as explicações que complementam as Demonstrações Financeiras, isto é, são informações a respeito da composição dos saldos das contas contábeis, dos métodos e critérios utilizados no decorrer da escrituração contábil. Demonstrações Fonte: https://pixabay.com/photos/calculator-scientific-numbers-791831/ https://pixabay.com/photos/calculator-scientific-numbers-791831/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56 Dessa forma, as notas explicativas devem ser apresentadas logo após as demonstrações financeiras. Portanto, a NBC TG 26 (R5), nos itens 112 a 116, as notas explicativas devem apresentar 112. As notas explicativas devem: a) apresentar informação acerca da base para a elaboração das demonstrações contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas de acordo com os itens 117 a 124; b) divulgar a informação requerida pelas normas, interpretações e comunicados técnicos que não tenhasido apresentada nas demonstrações contábeis; e c) prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão. 113. As notas devem ser apresentadas, tanto quanto seja praticável, de forma sistemática. Cada item das demonstrações contábeis deve ter referência cruzada com a respectiva informação apresentada nas notas explicativas. 114. As notas explicativas são normalmente apresentadas pela ordem a seguir, no sentido de auxiliar os usuários a compreender as demonstrações contábeis e a compará-las com demonstrações contábeis de outras entidades: a) declaração de conformidade com as normas, interpretações e comunicados técnicos do CFC (ver item 16); b) resumo das políticas contábeis significativas aplicadas (ver item 117); c) informação de suporte de itens apresentados nas demonstrações contábeis pela ordem em que cada demonstração e cada rubrica sejam apresentadas; e d) outras divulgações, incluindo: i) passivos contingentes (ver NBC TG 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes) e compromissos contratuais não reconhecidos; e ii) divulgações não financeiras, por exemplo, os objetivos e políticas de gestão do risco financeiro da entidade (ver NBC TG 40 – Instrumentos Financeiros: Evidenciação). CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57 115. Em algumas circunstâncias, pode ser necessário ou desejável alterar a ordem de determinados itens nas notas explicativas. Por exemplo, a informação sobre variações no valor justo reconhecidas no resultado pode ser divulgada juntamente com a informação sobre vencimentos de instrumentos financeiros, embora a primeira se relacione com a demonstração do resultado e a última se relacione com o balanço patrimonial. Contudo, até onde praticável, deve ser mantida uma estrutura sistemática das notas. 116. As notas explicativas que proporcionam informação acerca da base para a elaboração das demonstrações contábeis e as políticas contábeis específicas podem ser apresentadas como seção separada das demonstrações contábeis. Em conclusão, as Notas Explicativas são diferentes para cada empresa em função do regime tributário, critérios e práticas contábeis e entre outros fatores. As notas devem ser apresentadas com base na estrutura e ordem do Balanço Patrimonial. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://www3.crcpr.org.br/crcpr/conteudo/downloads/05-demonstracoes- contabeis-aspectos-praticos-elaboracao-e-apresentacao-conceitual-de-acordo-com- o-ifrs.pdf No portal do CRC PR – Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, você poderá conhecer a estrutura e outras informações sobre a DVA e Notas Explicativas. Vale apena conferir! https://www3.crcpr.org.br/crcpr/conteudo/downloads/05-demonstracoes-contabeis-aspectos-praticos-elaboracao-e-apresentacao-conceitual-de-acordo-com-o-ifrs.pdf https://www3.crcpr.org.br/crcpr/conteudo/downloads/05-demonstracoes-contabeis-aspectos-praticos-elaboracao-e-apresentacao-conceitual-de-acordo-com-o-ifrs.pdf https://www3.crcpr.org.br/crcpr/conteudo/downloads/05-demonstracoes-contabeis-aspectos-praticos-elaboracao-e-apresentacao-conceitual-de-acordo-com-o-ifrs.pdf CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58 AULA 11 AS PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS EM BR GAAP 11.1 Práticas Contábeis em BR GAAP Em aulas anteriores houve a abordagem sobre o conceito em torno do BR GAAP. Porém, para lembramos, o BR GAAP representa o conjunto de princípios contábeis que são aceitos no Brasil. Ou seja, representam os grupos de regras, leis e normas que regem a contabilidade brasileira. Neste contexto, vamos apresentar as principais práticas contábeis com base no BR GAAP. Assim, através de um quadro vamos apresentar as práticas utilizadas pela contabilidade: TEMAS PRÁTICAS CONTÁBEIS BRASILEIRAS (BR GAAP) 1 - VALORIZAÇÃO DE ESTOQUES Adota o custo médio ponderado, porém, admite a aplicação do método PEPS. Não exige a alocação das despesas gerais indiretas de produção. 2 - IMPOSTO DE RENDA Conforme o US GAAP. Admite a provisão de passivos com pouca chance de realização. É comum o registro de ativo de prejuízos fiscais em empresas sem perspectiva imediata de lucro. 3 - DEPRECIAÇÃO Conforme o IFRS, porém, adota-se na prática os critérios definidos na legislação tributária. 4 - DESPESAS DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO Admite o diferimento de quase todas as despesas para as quais algum benefício futuro possa ocorrer, porém, adota-se na prática os critérios definidos na legislação tributária. 5 - CONTRATOS DE LONGO PRAZO O reconhecimento de receita também pode ser efetuado em proporção às condições de pagamento do contrato. 6 - IMOBILIZADO Registro pelo custo histórico. Custos de financiamento atribuíveis diretamente à construção de imo- bilizado são capitalizados. Admite a reavaliação do imobilizado, porém, exige que seja incluída a categoria inteira dos ativos. Superávits de reavaliação são creditados a uma reserva de reavaliação, a menos que estes revertam numa deficiência previamente debitada na demonstração do resultado[...] O superávit da reavaliação deve ser transferido para lucros acumulados quando da baixa de ativos. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59 7 – INCENTIVOS GOVERNAMENTAIS Os incentivos governamentais devem ser registrados quando recebi- dos e não são associados com a vida do projeto ou ativo. O incentivo mais comum, o incentivo fiscal do imposto de renda, não transita por lucros e perdas. 8 - ARRENDAMENTO – LEASING - Arrendatário: Todos os leases são considerados operacionais. A receita de venda numa transação de leaseback é registrada pelo valor nominal, não im- portando as circunstâncias. - Arrendador: Todos os leases são considerados operacionais. O modelo de contabilização está definido na Portaria n. 140 do Ministério da Fazenda*. *Instituída em 27 de julho de 1984 estabelecendo normas às contra- prestações de arrendamento mercantil no tocante à computação no lucro líquido do período-base em que foram exigíveis. 9 - CONSOLIDAÇÃO E INVESTIMENTOS EM SUBSIDIÁRIAS E AFILIADAS Conforme o IFRS, exceto: - a consolidação é mandatória somente se mais de 30% do patrimônio líquido da controladora foram representa- dos pelos investimentos em subsidiárias. - a equivalência patrimonial é utilizada para todas as afiliadas e subsi- diárias não consolidadas. Uma afiliada é definida normalmente quando 20% a 50% do capital social é controlado (com ou sem direito a voto). Esta definição também pode ser aplicada para participações entre 10% e 20% do capital da afiliada. 10 - EMPREENDIMENTOS EM FASE PRÉ- OPERACIONAL Todos os custos de um empreendimento em fase pré-operacional, além daqueles capitalizados normalmente como ativos fixos, são capi- talizados como ativos diferidos, a serem amortizados a partir da data de início das atividades. Não existe um período de amortização prede- terminado. Quadro 6 – Práticas contábeis pelo BR GAAP Fonte: Adaptado de Júnior e Dias (2005, p. 22-26). Por fim, com base nos dez temas apresentados acima, pode-se verificar as práticas contábeis adotadas pelo BR GAAP. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/normas- completas/ No portal do CFC – Conselho Federal de Contabilidade você poderá ter acesso as Normas Brasileiras de Contabilidade. Vale apena conferir! https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/normas-completas/ https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/normas-completas/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60 AULA 12 PROCESO DE REPORTE E CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM IFRS E BR GAAP Anteriormente, nas aulas 4 e 6 apresentamos os conceitos em torno da IFRS – InternationalFinancial Reporting e BR GAAP. A partir desse contexto, vamos trabalhar nesta aula com os dois temas, visando abordagem das diferenças das práticas contábeis adotadas por cada um desses segmentos. 12.1 BR GAAP e IFRS Para iniciarmos, vamos relembrar alguns aspectos importantes em torno da BR GAAP e IFRS. Neste segmento, a sigla GAAP é a abreviação para o termo Generally Accepted Accounting Principles, ou seja, traduzindo seria “Princípios Contábeis Geralmente Aceitos”. Assim, no Brasil denominados BR GAAP – Princípios Geralmente Aceitos no Brasil. Neste contexto, as BR GAAP estão em consonância com a doutrina contábil como o conjunto de normas que regem a contabilidade no Brasil. Portanto, as normas são provenientes de diversos órgãos, tais como: Lei nº 6.404/76 e suas alterações; a Lei nº 11.638/07 e 11.941/09; e diversos outros instrumentos normativos. Todavia, a IFRS representa o conjunto de normas emitidas pelo IASB – International Accounting Standards Board, que é a entidade supranacional que visa o estudo e a emissão de Normas Contábeis a serem observadas por todos os países membros da harmonização internacional. Dessa forma, houve a criação do CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis para ser o intermediário do processo de harmonização, assim, tem a finalidade de analisar, traduzir e adaptar as IFRS a realidade do Brasil. Sendo assim, após esse processo o CPC ficará responsável pela elaboração, publicação de suas diretrizes que são denominados como Pronunciamentos Técnicos, Orientações ou Interpretações. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61 No Brasil existem alguns órgãos que são responsáveis pelas normatizações, tais como: CFC, CVM, SUSEP e entre outros. Neste contexto, as organizações a eles subordinadas devem apresentar as demonstrações contábeis no padrão BR GAAP, mas também visando o padrão IFRS. De forma geral, as BR GAAP representam o conjunto de normas contábeis vigentes no Brasil e seus princípios fundamentais, quando, as IFRS visam as normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB, que podem ser adotadas ou não no Brasil de acordo com a regulamentação dos órgãos internos, tais como: CPC, CFC, CVM e outros. Nesta conjuntura, vamos apresentar abaixo um quadro comparativo em relação as práticas contábeis do BR GAAP versus IFRS. TEMAS PRÁTICAS CONTÁBEIS BRASILEIRAS (BR GAAP) PRÁTICAS CONTÁBEIS INTERNACIONAIS (IFRS) 1 - VALORIZAÇÃO DE ESTOQUES Adota o custo médio ponderado, porém, admite a aplicação do mé- todo PEPS. Não exige a alocação das despe- sas gerais indiretas de produção. Custo histórico ou o valor realizável lí- quido, dos dois o menor, pelo método PEPS ou Média Ponderada. Admite o método UEPS, porém, exige a divulgação em paralelo de um dos métodos citados anteriormente. Não é obrigatória a alocação de todas as despesas gerais indiretas de pro- dução de estoques. 2 - IMPOSTO DE RENDA Conforme o US GAAP. Admite a provisão de passivos com pouca chance de realização. É comum o registro de ativo de prejuízos fiscais em empresas sem perspectiva imediata de lucro. Os impostos devem ser registrados nas demonstrações financeiras utili- zando base de competência, método de diferimento ou método de passivo. Admite a adoção da base de caixa para diferenças temporais que não deverão reverter num futuro previsí- vel. Saldo de crédito fiscal produzido em função de diferenças temporais só pode ser contabilizado se existir pers- pectiva razoável de realização. 3 - DEPRECIAÇÃO Conforme o IFRS, porém, adota-se na prática os critérios definidos na legislação tributária. Deve ser alocada numa base siste- mática a cada um dos períodos con- tábeis durante a vida útil dos ativos. Escolhido um determinado método de depreciação este deve ser aplica- do consistentemente. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62 4 - DESPESAS DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO Admite o diferimento de quase to- das as despesas para as quais al- gum benefício futuro possa ocorrer, porém, adota-se na prática os crité- rios definidos na legislação tributá- ria. Devem ser registrados como despe- sa, exceto quando: - o produto/processo esteja definido claramente e os custos atribuíveis a ele possam ser identificados separa- damente; - a viabilidade técnica do produto já tenha sido demonstrada; - exista uma indicação clara de mer- cado futuro para o produto/proces- so[...]; etc. Os custos de desenvolvimento diferi- dos devem ser limitados ao que se es- pera recuperar em termos razoáveis das receitas futuras relacionadas[...]. 5 - CONTRATOS DE LONGO PRAZO O reconhecimento de receita tam- bém pode ser efetuado em propor- ção às condições de pagamento do contrato. Contratos de longo prazo devem ser registrados pelo método do “percen- tual de acabamento” ou pelo método do “contrato acabado”. O método do “percentual de acaba- mento” deve ser utilizado quando o resultado do contrato pode ser pre- visto com razoável segurança. A perda relacionada a um contrato deve ser provisionada assim que for identificada, abrangendo as perdas incorridas até a data e as per- das futuras até o fim do contrato. 6 - IMOBILIZADO Registro pelo custo histórico. Custos de financiamento atribuí- veis diretamente à construção de imobilizado são capitalizados. Admite a reavaliação do imobiliza- do, porém, exige que seja incluída a categoria inteira dos ativos. Superávits de reavaliação são cre- ditados a uma reserva de reavalia- ção, a menos que estes revertam numa deficiência previamente de- bitada na demonstração do resul- tado[...] O superávit da reavaliação deve ser transferido para lucros acumula- dos quando da baixa de ativos. Conforme o IFRS. O passivo fiscal diferido, resultado de reavaliação, deve ser registrado a menos que seja coberto por prejuízos fiscais existentes. Em IFRS, o efeito do imposto diferido so- mente precisa ser divulgado. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63 7 – INCENTIVOS GOVERNAMENTAIS Os incentivos governamentais de- vem ser registrados quando rece- bidos e não são associados com a vida do projeto ou ativo. O incentivo mais comum, o incenti- vo fiscal do imposto de renda, não transita por lucros e perdas. Os incentivos fiscais relacionados com ativos podem ser apresentados no balanço como re- ceita diferida ou deduzidos do valor registrado do ativo. Caso este incentivo figure como com- pensação para despesas ou perdas já incorridas [...], deve-se creditar o valor à demonstração de resultado. [...] O repagamento de um incentivo relacionado com um ativo deve ser registrado aumentando-se o valor existente do ativo ou reduzindo- -se o saldo da receita diferida. A de- preciação cumulativa adicional, que teria sido debitada se o incentivo não existisse, deve ser debitada a lucros e perdas imediatamente. 8 - ARRENDAMENTO – LEASING - Arrendatário: Todos os leases são considerados operacionais. A receita de venda numa transação de leaseback é registrada pelo valor nominal, não importando as circunstâncias. - Arrendador: Todos os leases são considerados operacionais. O modelo de contabilização está definido na Portaria n. 140 do Ministério da Fazenda*. *Instituída em 27 de julho de 1984 estabelecendo normas às contra- prestações de arrendamento mer- cantil no tocante à computação no lucro líquido do período-base em que foram exigíveis. - Arrendatário: Deve ser refletido no balanço do ar- rendatário pelo registro de um ativo e um passivo em valores iguais no iní- cio do lease, no valor de mercado do ativo arrendado ou, se menor, no valor presente das prestações. As prestações do bem arrendado de- vem ser alocadas entre a despesa fi- nanceira e a redução do passivo em aberto [...] O débito nos resultados num leasing operacional deve ser despesa de alu- guel parao período contábil. Existe distinção entre leasing finan- ceiro e leasing operacional, sendo a prática contábil a ser adotada diferen- te em cada caso. - Arrendador: Leasing financeiro – registrado em Contas a receber [...]; Leasing operacional - contabilizado como ativo imobilizado depreciável [...]. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64 9 - CONSOLIDAÇÃO E INVESTIMENTOS EM SUBSIDIÁRIAS E AFILIADAS Conforme o IFRS, exceto: - a conso- lidação é mandatória somente se mais de 30% do patrimônio líquido da controladora foram representa- dos pelos investimentos em subsi- diárias; e - a equivalência patrimonial é utili- zada para todas as afiliadas e sub- sidiárias não consolidadas. Uma afiliada é definida normalmente quando 20% a 50% do capital social é controlado (com ou sem direito a voto). Esta definição também pode ser aplicada para participações entre 10% e 20% do capital da afiliada. Uma controladora, que não é em si uma subsidiária, deve preparar De- monstrações financeiras consolida- das. Todas as subsidiárias devem ser con- solidadas, exceto quando: a) o controle seja temporário (subsi- diária adquirida e controlada exclusi- vamente para venda subsequente no futuro próximo); ou b) a subsidiária opere sobre restri- ções severas a longo prazo, as quais afetem significativamente sua capa- cidade de transferir recursos à con- troladora. Subsidiárias excluídas devem ser re- gistradas como investimentos a lon- go prazo. Nas demonstrações financeiras se- paradas da controladora, as sub- sidiárias são registradas como in- vestimentos a longo prazo ou como afiliadas pelo método de equivalência patrimonial. Investimentos em afiliadas em de- monstrações financeiras consoli- dadas devem ser valorizados pelo método de equivalência patrimonial, a menos que as circunstâncias (a) e (b) acima sejam aplicáveis à sub- sidiária, ou se o investidor deixar de ter influência significativa, embora continue com o investimento. Nestes casos, registra-se a afiliada como in- vestimento de longo prazo. Uma subsidiária é definida como um empreendimento ou empresa contro- lada pela controladora. Uma afiliada é definida como uma empresa sobre a qual a controladora tem influência significativa. 10 - EMPREENDIMENTOS EM FASE PRÉ-OPERACIONAL Todos os custos de um empreen- dimento em fase pré-operacional, além daqueles capitalizados nor- malmente como ativos fixos, são capitalizados como ativos diferi- dos, a serem amortizados a partir da data de início das atividades. Não existe um período de amorti- zação predeterminado. Despesas incorridas por um empreen- dimento em fase pré-operacional devem ser registradas imediatamen- te no resultado, a menos que sejam despesas de natureza que possa ser capitalizada como ativos fixos. Quadro 7 – Comparação das práticas contábeis pelo BR GAAP versus IFRS Fonte: Adaptado de Júnior e Dias (2005, p. 22 – 26). CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65 Resumidamente, a partir do quadro acima, verificamos as diferenças das aplicações das práticas contábeis pelo BR GAAP e IFRS. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://www.capitalaberto.com.br/wp-content/uploads/2012/06/Extra_Hora_ do_Rescaldo.pdf No portal do Capital Aberto, você poderá ter acesso a outras informações em relação às diferenças do BR GAAP e IFRS. https://www.capitalaberto.com.br/wp-content/uploads/2012/06/Extra_Hora_do_Rescaldo.pdf https://www.capitalaberto.com.br/wp-content/uploads/2012/06/Extra_Hora_do_Rescaldo.pdf CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66 AULA 13 ADOÇÃO INICIAL AS NORMAS CONTÁBEIS BRASILEIRAS: A LEI 6.404/76 E SUAS ALTERAÇÕES Nesta aula, vamos trabalhar os assuntos voltados ao processo de adoção inicial às normas contábeis no Brasil. Porém, também verificaremos as mudanças que ocorreram na Lei nº 6.404/76 em virtude do processo de convergências às normas internacionais e vários outros aspectos. 13.1 Adoção Inicial as Normas Contábeis Brasileiras O processo de convergência da contabilidade no Brasil ocorreu no início nos anos 90 a partir das alterações realizadas na Lei nº 6.404/76, a denominada Lei das S.A. pelas comissões criadas pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários. Neste contexto, Almeida e Braga (2008, p. 6) diz: É importante ressaltar que a Lei 11.638/07 introduz importantes modificações nas regras contábeis brasileiras, sendo o seu principal objetivo a convergência aos pronunciamentos internacionais de contabilidade, em especial os emitidos pelo IASB (International Accounting Standards Board), através dos IFRS (International Financial Reporting Standards) e dos IAS (International Accounting Standards). Porém, em 2008 foi criada a Medida Provisória MP 449, que visava alguns ajustes na Lei 11.638/07 e essa MP 449/08 foi aprovada para a Lei nº 11.941/09, que preparava a legislação do Brasil para o processo de convergência aos padrões internacionais. O CFC criou em outubro de 2005, por meio da Resolução nº 1.055 o CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis que visava o estudo, preparação e emissão de Pronunciamentos Técnicos para aplicação das Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, sobre os procedimentos contábeis necessários para a convergência às normas internacionais de contabilidade. Após a criação do CPC, a entidade emitiu mais de 40 Pronunciamentos Técnicos, CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67 Orientações e Interpretações Técnicas como forma de orientar o registro, mensuração e evidenciação contábil. Sendo assim, conforme Iudícibus et al. (2010, p. 21), as Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pelo IASB e implantadas no Brasil pelo CPC, CFC e CVM têm as seguintes características de acordo com o quadro abaixo: Quadro 8 – Caraterísticas das Normas Internacionais implantadas no Brasil São baseadas muito mais em princípios do que em regras: não possuem previsões e respostas para todos os ca- sos concretos. Com isso, faz-se necessária uma maior análise e um maior julgamento, exigindo uma maior preparação dos profissionais responsáveis pela con- tabilidade. Os contadores brasileiros estavam acostu- mados apenas em cumprir as regras mecanicamente e, atualmente, terão que olhar mais os princípios con- tábeis, permitindo que se produzam informações con- tábeis com maior qualidade e utilidade. São baseadas na Prevalência da Essência sobre a Forma: o profissional que contabiliza ou audita qual- quer operação deve conhecer muito bem to- dos os procedimentos e as circunstâncias que a cercam, não basta simplesmente contabilizar o ób- vio, é relevante conhecer e ter certeza de que o documento formal represente, de fato, a essên- cia econômica dos fatos a serem registrados. O conceito da Prevalência da Essência sobre a For- ma é o pilar básico das Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pelo IASB, e tem como gran- de objetivo: maior transparência, que redunda em menor custo do capital e menores riscos nas decisões (IUDÍCIBUS et.al., 2010b, p. 13). São muito mais importantes os conceitos de controle, de obtenção de benefícios e de incorrência em riscos do que a proprieda- de jurídica para registro de ativos, passi- vos, receitas e despesas: há a prevalência da transferência do controle, dos ris- cos e dos benefícios sobre a titularidade jurídica. A contabilidade passa a ser de toda a em- presa, não só do Contador: em virtude das alterações na Lei das S.A., para a reali- zação de alguns procedimentos contábeis, a contabili- dade, hoje, necessita do envolvimento de toda a empre- sa (Diretoria, Conselho Administrativo, Conselho Fiscal, etc.) e não apenas do Departamento de Contabilidade ou contador responsável. Fonte: Adaptado de Iudícibus et al. (2010, p. 21). No entanto, a adoção inicial das Normas Internacionaisfoi definida pelo Pronunciamento Técnico CPC 37 – Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade, onde visa a orientação as empresas no processo de elaboração das suas demonstrações contábeis em conformidade com os conceitos das IFRS, assim, CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68 certificando que as demonstrações evidenciassem informações de qualidade e que demonstrassem transparência para os usuários no processo de comparação a período anteriores. E por fim, em 2009 houve a emissão pelo IASB, um documento voltado para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs). Consequentemente, o CPC elaborou o Pronunciamento Técnico PME – “Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas”, aprovado pela Resolução CFC nº 1.255/09, com a denominação de NBC TG 1000, que resume os procedimentos dos CPCs, apresentando apenas os documentos e procedimentos conforme a realidade das organizações. ISTO ESTÁ NA REDE Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm A redação completa sobre a Lei 11.638/07 está disponível no portal do Planalto da Presidência da República na internet e pode ser acessada pelo link acima. 13.1.1 A Lei nº 6.404/76 e suas alterações De uma forma resumida, vamos apresentar no quadro abaixo as principais alterações que aconteceram na Lei nº 6.404/76 em conformidade com as Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09. De acordo com a Lei nº 11.638/07: - As companhias não são obrigadas a apresentar a Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos (DOAR). Assim, passa ser obrigatória a apresentação da DFC - Demonstração dos Fluxos de Caixa e para companhias de capital aberto a DVA - Demonstração do Valor Adicionado (art. 176, IV e V). - A DFC deve apresentar as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa. (art. 188, I). - A DVA - Demonstração do Valor Adicionado deve apresentar o valor da riqueza gerada pela companhia e a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza (art. 188, II). - As companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a 2 milhões não são obrigadas a elaborar e publicar as demonstrações dos fluxos de caixa (art. 176; §6). De acordo com a Lei 11.941/09: Segundo o art. 178; § 1º; I e II, o ativo passa a ser dividido em: • ativo circulante e • ativo não circulante, composto por: - ativo realizável a longo prazo, - investimentos, - imobilizado e - intangível. Os valores que estiverem alocados no Ativo Diferido (ao final do exercício de 2008), que não puderem ser realocados em outras contas do ativo, poderão permanecer sob essa classificação até sua completa amortização. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69 Fonte: Adaptado das Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09. ISTO ESTÁ NA REDE Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm A redação completa sobre a Lei 11.941/09 está disponível no portal do Planalto da Presidência da República na internet e pode ser acessada pelo link acima. Segundo o art. 178; § 2; I, II e III o passivo passa a ser dividido em: • passivo circulante, • passivo não circulante e • patrimônio líquido, dividido em Segundo o art. 178; § 1º; I e II, o ativo passa a ser dividido em: • ativo circulante e • ativo não circulante, composto por: - ativo realizável a longo prazo, - investimentos, - imobilizado e - intangível. Os valores que estiverem alocados no Ativo Diferido (ao final do exercício de 2008), que não puderem ser realocados em outras contas do ativo, poderão permanecer sob essa classificação até sua completa amortização. Segundo o art. 178; § 2; I, II e III o passivo passa a ser dividido em: • passivo circulante, • passivo não circulante e • patrimônio líquido, dividido em - Capital social, - Reservas de capital, - Ajustes de avaliação patrimonial, - Reservas de lucros, - Ações em tesouraria e - Prejuízos acumulados. Com a revogação do artigo 181, os valores classificados como Resultados de Exercício Futuro ao final do exercício de 2008 deverão ser alocados ao Passivo não circulante em conta representativa de receita diferida. As obrigações da companhia serão classificadas no passivo circulante quando vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante quando o vencimento for no prazo maior. (art. 180). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70 AULA 14 GOVERNANÇA CORPORATIVA E CONTABILIDADE Nesta aula, vamos trabalhar os assuntos introdutórios sobre a Governança Corporativa. À vista disso, vamos abordar o conceito da governança e também o papel da contabilidade neste processo. 14.1 Governança Corporativa A governança corporativa representa um sistema pelo qual as organizações usam para monitorar e gerir suas atividades. Neste contexto, envolve todos os integrantes da empresa, desta forma, temos o envolvimento dos acionistas, diretores, empregados entre outros. Governança Fonte: https://pixabay.com/photos/paper-business-finance-document-3213924/ Neste sentido, a governança visa um conjunto de regras, práticas e instrumentos que são usados para controlar as organizações com foco em diferentes objetivos. Assim, esse processo engloba não apenas o conselho administrativo da empresa, mas também os stakeholders, investidores, funcionários e vários outros agentes. Sendo assim, quanto melhor for a integração desses agentes envolvidos, melhor será os resultados em relação ao alcance dos objetivos e metas. Neste processo, é importante a participação do conselho de administração e seus subcomitês em função de ditar as regras gerais de administração da companhia. https://pixabay.com/photos/paper-business-finance-document-3213924/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71 Dessa forma, os agentes envolvidos devem direcionar as regras de governança, alocando as responsabilidades para cada um dos envolvidos no processo de acordo com o papel individual que cada um na estrutura organizacional. Portanto, a governança tem como princípios básicos os seguintes itens: • Transparência: disponibilidade de informações de interesse geral, sem a limitação das obrigadas por lei ou regulamento. • Equidade: tratamento justo a todos os sócios, funcionários e outros agentes. • Responsabilidade corporativa: visa a viabilidade econômica da empresa para o cumprimento da sua finalidade social para a geração de resultados positivos. • Accountability (Prestação de Contas): a parte da prestação de contas por parte dos agentes envolvidos no processo da governança. A governança corporativa tem a finalidade de delimitar as responsabilidades dentro do ambiente organizacional. Desse modo, tem a visão de organizar o dia a dia da empresa e também realizar o alinhamento do sistema de gestão da entidade. Todas as empresas, independente do seu porte, seja de pequeno, médio ou grande podem utilizar a governança corporativa. Desde uma organização de pequeno porte que tenha processos simples, pode usar a governança para organizar seus negócios. 14.2 Contabilidade na Governança Corporativa A contabilidade tem um papel fundamental no processo da governança corporativa. Desta forma, ela tem a finalidade de fornecer informações financeiras para todos os agentes envolvidos no processo da governança. Assim, se tornando uma ferramenta para manutenção do controle dos diversos aspectos internos das empresas. Contabilidade Fonte: https://pixabay.com/photos/startup-start-up-notebooks-creative-593324/ https://pixabay.com/photos/startup-start-up-notebooks-creative-593324/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVASANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72 Neste contexto, a contabilidade começou a contribuir com esse processo nas entidades através da emissão de relatórios contábeis que auxiliam no processo do desenvolvimento da governança corporativa dentro das organizações. À vista disso, os administradores podem conduzir o processo de acordo com os interesses dos agentes envolvidos, tais como os investidores. Portanto, a informação contábil se torna um produto que viabiliza a divulgação dos resultados da entidade para o mercado, sustentando o controle interno. Assim, realizando a integração com as tecnologias recentes usadas pelas empresas. Por fim, a principal contribuição da contabilidade na governança é o papel da informação gerada por ela na criação de contratos de remuneração e incentivos dos executivos. Assim, a contabilidade fornece evidencias que a informação apresentada nos relatórios vem minimizar os conflitos em relação ao processo de tomada de decisão, tanto pelos diretores, quanto pelo outros agentes. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://www.ibgc.org.br/ No portal do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, você poderá conhecer um pouco mais sobre esse universo da governança. Vale apena conferir! https://www.ibgc.org.br/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73 AULA 15 GOVERNANÇA CORPORATIVA E CONTABILIDADE: DESENVOLVIMENTO INTERNACIONAL E MODELOS (PRÁTICAS) Vimos na aula anterior, que a Governança Corporativa visa à credibilidade e a transparência nos fluxos de informação dentro das empresas. E a Contabilidade tem o papel de fornecer informações financeiras através das Demonstrações Financeiras que devem estar em conformidade com as Normas Internacionais de Contabilidade. Sendo assim, vamos contextualizar o desenvolvimento internacional e modelos envolvendo a governança e a contabilidade. 15.1 Governança Corporativa no contexto internacional e suas práticas Governança Corporativa refere-se às interações das corporações e partes interessadas a estas, concentra-se como ideia central e subjacente de que as empresas estão incluídas em diversas configurações institucionais, e de que os stakeholders e seus conflitos podem influenciar os resultados das mesmas (AGUILERA; JACKSON, 2003). Neste contexto, a governança corporativa visa os processos, regras e práticas pelas quais as organizações são administradas e controladas com o intuito de conservar a equidade dos agentes que participam desse processo. Dessa forma, independentemente do porte da empresa, a governança corporativa vem aperfeiçoar o desempenho financeiro, assim, contribuindo através de ferramentas no aumento de incentivos aos diretores, funcionários e entre outros. Governança Fonte: https://pixabay.com/photos/paper-business-finance-document-3213924/ https://pixabay.com/photos/paper-business-finance-document-3213924/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74 Conforme Silveira e Barros (2008), a governança corporativa configura-se importante processo de internacionalização empresarial, pois incentiva a mitigação da assimetria informacional das organizações. Dessa forma, as entidades que usam boa práticas de governança corporativa devem prestar informações de qualidade, o que reduz as incertezas dos investidores no decorrer do processo de avaliação e risco. Neste segmento, para Silva (2010), é através das boas práticas de governança corporativa, a minimização dos riscos otimiza o preço das ações e incentiva novas aberturas de capital, reforçando o mercado acionário como alternativas de investimentos e financiamentos empresarial, assim, assumindo a redução do custo de capital nas empresas. À vista disso, vários estudos têm evidenciado que o ambiente organizacional tem conseguindo conduzir a gestão da governança no que se refere à função da proteção aos credores e acionistas minoritários. A nível Brasil existem várias iniciativas em relação aos modelos de governança, assim, em destaque temos o Código Melhorias Práticas do Instituto Brasileiro Governança Corporativa – IBGC, também o Mercado de Ações, Bolsa, Balcão (B3) e o Manual de GC da CVM. Contudo, com a reformulação da Lei nº 6.404/76, por meio da Lei nº 11.638/07 e da Lei nº 10.303/01 contribuiu para o avanço da governança corporativa, bem como a Deliberação CVM nº 527 de 11/07/07 e a Instrução da CVM nº 457 de 13/07/07. Conforme Stulz (1999), as organizações podem optar por listar as suas práticas em bolsa de valores mais eficientes, a fim de otimizar o custo de transação, e assim, obter mais capital. Neste cenário, para Correia, Amaral e Louvet (2011) posicionam que esses modelos de ferramentas de GC, sob visão do controle dos problemas de agência, envolvem: (1) estrutura de propriedade e controle; (2) composição do conselho de administração; (3) proteção aos acionistas minoritários; (4) transparência das informações publicadas; e (5) modalidades de incentivo aos administradores. Assim, para o IBGC (2009), as boas práticas de GC transformam princípios em recomendações objetivas, e equalizando interesses com o final de otimizar e preservar o valor da corporação, contribuindo para sua longevidade e oportunizando seu acesso aos recursos. Portanto, a internacionalização da governança corporativa ocorre em função do direcionamento das boas práticas aplicadas às organizações. Assim, visa os seguintes aspectos: internacionalização do capital social da organização – parcela dos acionistas estrangeiros; internacionalização das receitas – receitas estrangeiras; CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75 internacionalização dos mercados – número de países onde atua a entidade. 15.2 Governança Corporativa e as Normas Internacionais de Contabilidade Como vimos anteriormente, a governança corporativa precisa das informações financeiras da contabilidade para que possa atender as necessidades dos seus agentes. Assim, para uma boa gestão de governança, as empresas precisam agir com transparência em suas ações e seus membros devem seguir padrões de conduta, comportamento, políticas e práticas para que possam evitar conflitos de interesses na entidade. Neste contexto, a governança corporativa representa um sistema que regula a maneira de como as organizações são controladas e as IFRS – International Financial Reporting Standards normatizam suas demonstrações. Desse modo, as empresas que seguem os padrões internacionais de contabilidade e trabalham com boas práticas de governança corporativa se destacam no mercado nacional e internacional. A governança corporativa é implantada nas empresas brasileiras e em outros diversos países, porém, o Estados Unidos têm uma grande influência no mercado. Sendo assim, os Estados Unidos criaram uma lei de grande relevância sobre as questões corporativas. A lei é denominada Sarbanes-Oxley (SOX), que visa a recuperação da credibilidade do mercado de capitais norte americano após várias situações envolvendo entidades renomadas no país. Neste contexto, a Lei Sarbanes-Oxley (SOX) criou um organismo regulador das organizações de auditoria, assim, determinando as responsabilidades dos executivos no intuito de recuperar o equilíbrio do mercado de capitais. Para entendermos um pouco melhor este contexto, vamos apresentar um comparativo entre a legislação dos Estados Unidos versus a do Brasil: CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76 Sarbanes-Oxley (EUA) Consequências Jurídicas (Brasil) Certificação pelo presidente da Empresa (CEO) e pelo diretor financeiro (CFO) dos relatórios anuais. Administradores e controladores devem assi- nar os balanços. Os administradores assumem as responsabilidades pela precisão das decla- rações. Todas as empresas deverão ter comitês de auditoria formados apenaspor membros independentes. Para as empresas estrangeiras, a SEC permite que o con- selho fiscal substitua o comitê de auditoria. Não há exigência para formação de comitês de auditoria, apenas uma recomendação da CVM na cartilha de governança corporativa. Existem os conselhos fiscais, cujos membros não per- tencem necessariamente ao conselho de ad- ministração e não precisam ser independentes. Empresas estarão proibidas de conceder emprésti- mos a executivos. Não há proibição de empréstimos para conse- lheiros e auditores, se contratados a taxas de mercado. Controles internos deverão ser divulgados em relató- rios específicos, junto com os relatórios anuais. Não há previsão para divulgação de controles internos. Empresas terão de informar se adotaram ou não um código de ética para administradores financeiros se- niores. Caso não deverão explicar por quê. A formulação de um código de ética não é obri- gatória. Auditores de empresas abertas não poderão forne- cer serviços de consultoria e outros serviços proibi- dos pela legislação às empresas por eles auditadas. A CVM estabelece que auditores não podem oferecer serviços que prejudiquem a objetivida- de e independência da atividade de auditoria. Empresas serão obrigadas a revezar o socioauditor a cada cinco anos. Empresas são obrigadas a revezar as empre- sas de auditoria a cada cinco anos. Advogados que venham a saber de uma violação le- gal por parte de seus clientes terão de relatar o ocor- rido ao diretor jurídico, CEO e ao comitê de auditoria ou outros conselheiros. Não há previsão legal da obrigatoriedade do relato. Quadro 10 – Comparativo entre as leis do Estados Unidos e do Brasil Fonte: CORDEIRO, Cláudio Marcelo Rodrigues; Auditoria e Governança Corporativa. Curitiba; IESDE Brasil S.A., 2011, p. 164. Em conclusão pode-se verificar que a lei dos Estados Unidos representa uma postura mais rígida do que a do Brasil. Neste contexto, os Estados Unidos exige o comitê de auditoria para realizar a auditoria dos fatos das organizações, sendo que no Brasil não existe essa necessidade. Assim, a Lei Sarbanes-Oxley acaba sendo mais rigorosa com as empresas, porém, promove mais transparência para os seus investidores. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/10055 No portal do BNDES – O Banco Nacional do Desenvolvimento, você poderá conhecer um pouco mais sobre a Lei Sarbanes-Oxley. https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/10055 CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77 AULA 16 ESTRUTURA DAS COMPANHIAS S/A’S: CONSELHOS Nesta última aula, vamos conhecer um pouco sobre as empresas S/A’s. Assim, vamos abordar alguns aspectos relevantes sobre sua constituição e estrutura. 16.1 Sociedade Anônima (S.A.) e sua Estrutura A Sociedade Anônima ou a denominada S.A., representa uma sociedade empresarial que é dividida por ações. Assim, a Lei nº 6.404/76 faz toda regulamentação para essas entidades. Neste contexto, o sócio ou acionista tem responsabilidade limitada sobre a empresa em função do preço de emissão das ações que foram compradas. Desse modo, o patrimônio da organização não se mistura com o patrimônio pessoal do acionista. Empresa Fonte: https://pixabay.com/photos/session-conference-meeting-teamwork-2548826/ Neste segmento, as empresas que são S/A.’s podem ser constituídas de duas formas. Primeiro, pode ser capital fechado, ou seja, não é permitido vender as ações na bolsa de valores. Porém, as entidades de capital aberto podem vender suas ações https://pixabay.com/photos/session-conference-meeting-teamwork-2548826/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78 no mercado de valores mobiliários, isto é, na bolsa de valores e mercado de balcão. Todavia, é necessário solicitar autorização ao governo, e essa permissão é concedida pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários. As sociedades anônimas têm seu capital social dividido em ações ordinárias e preferenciais. Dessa forma, as ações ordinárias representam o poder de voto no momento de tomada de decisão da companhia. Entretanto, as ações preferenciais concedem primeiro os direitos em receber os lucros distribuídos aos acionistas. Neste contexto, seguem alguns direitos dos acionistas nesse tipo de entidade: • Participação dos lucros da companhia e a divisão dos bens no caso de venda. • Fiscalização da gestão da empresa. • Conceder a preferência na compra de outros valores mobiliários da empresa (debêntures e bônus de subscrição). • Retirada da sociedade e outros direitos de acordo com a Lei nº 6.404/76. Neste universo, existem diferenças entre os tipos de acionistas que participam de uma S.A., que são: • Acionista Controlador: representa um acionista, um grupo ou uma entidade que é escolhida por meio de votação para ser o responsável pela organização. • Acionista Majoritário: representa o acionista que possui a maioria das ações ordinárias, ou seja, pelo menos 50%. • Acionista Minoritário: quem possui menos ações dentro da empresa. As Sociedades Anônimas possuem uma estrutura complexa em virtude das particularidades da sua constituição, principalmente por serem divididas em ações. Assim, a Lei nº 6.404/76 detalha a forma legal dessas empresas em função de evitar o beneficiamento dos acionistas. Dessa forma, seguem os órgãos específicos que devem constar nessas organizações: • Assembleia Geral: representa o órgão que tem o maior poder de decisão dentro da empresa. Assim, realiza a reunião dos acionistas para discussão das decisões e interesses da entidade. • Conselho de Administração: representa o aconselhamento direcionado à diretoria. Sendo assim, é constituído por pelo menos 3 membros eleitos pela Assembleia Geral com prazo determinado pela gestão. Contudo, caso a entidade tenha poucos acionistas, a formação do conselho é opcional. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79 • Diretoria: visa a administração da empresa e a representação formal de seus interesses. Assim, sua composição tem que ter pelo menos dois diretores (acionista ou não) que são eleitos pelo Conselho de Administração. Caso não tenha Conselho, pode ser pela Assembleia Geral. • Conselho Fiscal: seria como um assessor da Assembleia Geral, assim, tem a função de analisar as contas prestadas pelos diretores nos quesitos de gestão, financeiro e contábil. Logo, esse conselho precisa ter de 3 a 5 membros, sejam acionistas ou não eleitos pela Assembleia. Por fim, no Brasil as sociedades anônimas são regulamentas pela Lei nº 6.404/76, por ser um tipo de entidade que tem facilidade na capitação de investimentos e porque aparenta um futuro promissor em relação ao seu crescimento no mercado. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://sociedade-anonima.info/ No portal da Sociedade Anônima poderá conhecer um pouco mais sobre esse tipo de empresa e suas particularidades. Vale apena conferir! https://sociedade-anonima.info/ CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80 ELEMENTOS COMPLEMENTARES LIVRO Título: IFRS na Prática Autor: Anderson Fumaux Mendes de Oliveira Editora: Freitas Bastos Editora Sinopse: O Brasil teve que adotar as Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS, para que as práticas contábeis brasileiras se adequassem aos outros países. Dessa forma, o livro aborda de forma simples os principais aspectos em torno das Normas Internacionais de Contabilidade que são usadas pelas organizações e também tem a finalidade de repassar para os demais profissionais e acadêmicos os principais temas sobre a IFRS. Título: Mercado de Capitais Autor: Nelson Eizirik, A; Ariádna B. Gaal; Flávia Parente; Marcus de Freitas Henrique. Editora: Quartier Latin Sinopse: O livro trata sobre o mercado de capitais no âmbito jurídico, assim, a obra vem apresentar uma linguagem objetiva,com poucas citações e sempre trazendo referência à doutrina regional e de outros países. Neste contexto, vem abordar normas e regulamentos que estão apresentados em rodapé para facilitar a leitura. O livro contextualiza temas analisados e também toda a produção doutrinária local e mais relevante no direito comparado. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81 CONCLUSÃO Sabemos da importância da informação contábil para as empresas, para que as mesmas possam atingir as suas metas e objetivos. No entanto, é necessário que as instituições estejam em cumprimento com as várias normas e procedimentos da contabilidade para que possam atender as exigências dos mercados que atuam. Neste contexto, buscamos nesse estudo contextualizar os principais assuntos em torno da Contabilidade Internacional. Na generalidade, a Contabilidade desempenha um papel fundamental no mundo dos negócios. Em virtude disso, para atender as exigências do mercado, houve a necessidade da conversão da contabilidade para o padrão internacional. Assim, aconteceu a internacionalização da contabilidade através da implantação da IFRS, possibilitando para as empresas uma melhoria nos processos de negociação. À vista disso, para o entendimento de todo esse processo, abordamos os principais temas que visam à compreensão da internacionalização da contabilidade. Deste modo, vimos à globalização, os órgãos necessários para o padrão internacional, a estrutura do mercado financeiro, US GAAP, BR GAAP, as Demonstrações Financeiras, as alterações da legislação brasileira e a relação da contabilidade na governança corporativa, tal como conhecer as S.A.’s. CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Guilherme. Contabilidade: qual sua importância para o mercado financeiro? Disponível em: https://www.certifiquei.com.br/contabilidade/. Acesso em: 11 jul. 2021. ALMEIDA, Marcelo C., BRAGA, Hugo da Rocha. Mudanças Contábeis na Lei Societária – Lei no 11.638, de 28/12/2007. São Paulo, Editora Atlas, 2008. AGUILERA, R. V.; DESENDER, K. A. Challenges in the Measuring of Comparative Corporate Governance: A Review of the Main Indices Research Methodology In Strategy And Management, Emerald Group Publishing Limited, v. 7, p. 39, jan./dez. 2012. BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 15 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm. Acesso em: 18 jul. 2021. BRASIL. Lei n° 11.638, de Dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei n° 6.404, de 15 de Dezembro de 1976, e da Lei n° 6.385 de 7 de Dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm. Acesso em: 18 jul. 2021. CAMARGO, Renata Freitas de. IFRS x BR GAAP x US GAAP: como as normas da Contabilidade Internacional influencial na gestão orçamentário? 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COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/ Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=40. Acesso em: 21 jul. 2021. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 26 (R3) - Apresentação das Demonstrações Contábeis. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57. Acesso em: 21 jul. 2021. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 30 (R1) - Receitas. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/ Pronunciamento?Id=61. Acesso em: 21 jul. 2021. CORDEIRO, Cláudio Marcelo Rodrigues. Auditoria e Governança Corporativa. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2011. IUDÍCIBUS, Sérgio de e equipe de professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. Contabilidade Introdutória – Atualizada de acordo com as Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09. São Paulo: Atlas, 2010. JÚNIOR, Mauro Miranda Loureiro; DIAS, Rogério Paim. BR GAAP, US GAAP e IFRS: análise das divergências entre os resultados das CST no exercício de 2003. Disponível em: http://legado.fucape.br/premio_excelencia_academica/upld/trab/6/rogerio_ http://www.cpc.org.br/CPC/CPC/Conheca-CPC http://www.cpc.org.br/CPC/CPC/Conheca-CPC CONTABILIDADE INTERNACIONAL PROF. TATIANE GARCIA DA SILVA SANTOS FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84 mono04.pdf. Acesso em: 18 jul. 2021. LEITE, J. da S. J. Normas Contábeis Internacionais – Uma Visão Para o Futuro. In: 17ª CONVENÇÃO DOS CONTABILISTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. set. 2001, São Paulo/SP. Disponível em: http://ix.congresso.iscap.ipp.pt/resumos/brasil/ tendencias_actuais_da_contabilidade/normas15 _contabeis_internacionais_uma_ visao_para_o_futuro.pdf. Acesso em: 11 jul. 2021. MACKENZIE, Bruce. et al. IFRS 2012: interpretação e aplicação. São Paulo: Bookman: 2012. MONTOTO, Eugenio. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011. NIYAMA, Jorge Katsumi. Contabilidade internacional. 1. ed. 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