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Avaliação - Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa - Turma_001 (Gabarito)

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Fazer teste: Avaliação Regimental - A1 
 
P E R G U N T A 1 
1. Sobre a relação entre práticas sociais e ensino da leitura e da escrita, leia os excertos de Boto (2017) e de Chartier (2016): 
“A escrita começava a ser necessária para efetivar algumas habilidades do mundo urbano de caráter mercantil. [...] A lógica do fortalecimento das habilidades básicas do 
ler, escrever e contar conjugava requisitos de uma cultura clerical – que solicitava do fiel a leitura – com a urgência da cultura urbana, que precisava da escrita; e, para a 
vida mercantil, pedia também o cálculo aritmético. (BOTO, 2017, p. 264) 
“Em 1700, eram designadas como iletradas as crianças suecas que não conseguiam ler as preces de seu catecismo; em 1900, essa designação aplicava-se aos alunos 
franceses que não conseguiam ler em voz alta, sem ajuda, uma narrativa e, em 2000, aos adultos incapazes de ler um texto curto ou preencher um formulário. Mesmo que, 
em uma determinada sociedade, coexistam múltiplas práticas de leitura (ler romances no século XVII e orações atualmente), o saber ler de uma época remete a um modelo 
dominante que pode ser imposto apenas por autoridades reconhecidas: a Igreja no século XVII, os ministros da instrução pública no século XIX, as instâncias internacionais 
de avaliação no final do século XX.” (CHARTIER, 2016, p.289) 
Relacionando os excertos, é correto afirmarmos que: 
 
a. A escola exerceu uma extrema influência na construção de uma sociedade letrada, sendo reconhecida, há muitos séculos, como agência de letramento por 
excelência. 
 
b. Observa-se um empobrecimento nas práticas de leitura e escrita desde o século XVII especialmente pela assunção de um caráter tecnicista da educação. 
 
c. A influência da Igreja no ensino da leitura restringiu-se às populações rurais e demonstrou pouco impacto no processo de letramento das populações 
urbanas. 
 
d. 
O que se ensina é sempre, necessariamente, vinculado às circunstancias sociais, econômicas e políticas de uma dada época.  
 
e. O processo de urbanização permitiu a coexistência de múltiplas práticas de ensino da leitura e da escrita, tanto que pode ser considerado o principal fator 
da democratização da alfabetização. 
0,6 pontos 
P E R G U N T A 2 
1. Leia o excerto a seguir em que há duas lacunas: 
A terceira operação de produção textual é a __________ em partes, pois um texto é uma sequência que apresenta uma organização. Os conteúdos temáticos seguem uma 
ordem e uma hierarquia particular. As partes são, ao mesmo tempo, separadas e articuladas. Há diferentes formas de _________ de acordo com os textos. Um conto, por 
exemplo, apresenta uma organização interna diferente da organização de uma carta de pedido ou de um editorial de jornal a respeito de um assunto polêmico. (DOLZ, 
GAGNON, DECANDIO, 2010, p.26) 
O termo que completa as duas lacunas é: 
 
a. 
Planificação  
 
b. contextualização 
 
c. edição 
 
d. textualização 
 
e. revisão 
0,6 pontos 
P E R G U N T A 3 
1. Leia o relato da pesquisadora Anne Marie Chartier 
Os métodos que tinham sido considerados satisfatórios entre os anos 1930 e 1960 tinham se tornado subitamente ineficazes nos anos 1970. Por quê? Alguns pesquisadores 
mostravam que esses métodos se apoiavam em princípios errados (a confusão entre letras e sons), em práticas contestáveis (a leitura em voz alta), em exercícios mecânicos 
tediosos (as linhas de escrita, as cópias); em resumo, mostravam que eles eram mais nocivos do que úteis, como provavam os índices de fracasso. Isso é verdade, mas 
por que eles tinham sido considerados eficazes antes, tanto por professores quanto por inspetores? Da mesma forma, na área da História, o método da soletração, que não 
era contestado por ninguém no século XVII, tinha se tornado alvo de queixas lancinantes no século XVIII (“a leitura é o flagelo da infância”, escrevia Rousseau). Por qual 
milagre os alunos principiantes do século XVII tinham conseguido aprender a ler? (CHARTIER, 2016, p. 280). 
Os questionamentos realizados pela pesquisadora remetem a uma premissa do ensino da leitura. Assinale a alternativa que corresponde a ela: 
 
a. O foco exacerbado no ensino da escrita em detrimento do ensino da leitura prejudicou diversas gerações na Europa. 
 
b. A leitura como estratégia, referindo-se especialmente ao desenvolvimento da decodificação. 
 
c. A leitura entendida como objeto de ensino que precisa de métodos escolares específicos, já construídos na cultura escolar há muitos séculos. 
 
d. A leitura como estratégia, referindo-se especialmente ao desenvolvimento da inferência. 
 
e. 
A leitura como prática social, variável de acordo com os contextos e os sujeitos em uma dada época.  
0,6 pontos 
P E R G U N T A 4 
1. Leia o excerto extraído do Documento Curricular Referencial do Ceará: 
“Assim, contextualizar a Educação ou o currículo, preceito previsto na LDB nº 9394/96, art. 26, exige um movimento mais elaborado do que “incluir na parte diversificada, 
características regionais e locais, da sociedade, da cultura, da economia e da clientela”. Exige de cada sistema, de cada rede, de cada instituição de ensino e de cada 
educador(a), professor(a), a construção de um conhecimento que RESULTA da síntese (metódicdos diferentes saberes que embasam a cultura, o trabalho e a prática social 
dos sujeitos (art. 1º LDB 9394/96). Trata-se da construção, do reconhecimento e da valorização do saber endógeno, que emerge da realidade e da produção da vida dos 
sujeitos que aprendem, porque é essa vida que está sendo aprendida e apreendida. O contexto não é apenas físico e objetivo, nem fixo. Ele abrange componentes materiais 
invisíveis, móveis, subjetivos. O pensamento ou as formas de pensar, as ideias, os valores, todos esses elementos constituem o CONTEXTO que deve ser a referência 
para a construção e desconstrução pedagógica no processo ontológico do ensinar-aprender. Afinal, contextualizar significa dizer “o universo em que se está inserido”. 
“(SEDUC, 2019, p.41) 
CEARÁ. Secretária da Educação do Estado do Ceará. Documento Curricular Referencial do Ceará: educação infantil e ensino fundamental / Secretária da Educação do 
Estado do Ceará. - Fortaleza: SEDUC, 2019. 
A partir dos estudos realizados sobre os documentos norteadores nacionais, como os PCN e a BNCC, podemos afirmar que o trecho acima faz menção: 
 
a. ao caráter norteador dos documentos para a construção dos currículos, pois estabelecem o que é básico/comum e abrem espaço para as especificidades 
locais.  
 
b. ao modo como a BNCC desvincula os contextos locais, diferentemente dos PCN que respeitavam os regionalismos. 
 
c. à obrigatoriedade em seguir a Base Nacional Curricular Comum como um currículo padrão pois estabelece os conteúdos mínimos. 
 
d. à valorização do contexto brasileiro que precisa ser garantido como único, independentemente da região do país a fim de que alcancemos a identidade 
nacional. 
 
e. às formas como se organizam os currículos estaduais e municipais e as prerrogativas que devem ser seguidas por todos. 
0,6 pontos 
P E R G U N T A 5 
1. Analise os seguintes excertos: 
“Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e 
valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.” (BNCC, 2018, p.8) 
“O centro da atividade escolar não é o professor nem os conteúdos disciplinares, mas sim o aluno, como ser ativo e curioso. O mais importante não é o ensino, mas o 
processo de aprendizagem. Em oposição à Escola Tradicional, a Escola Nova destaca o princípio da aprendizagem por descoberta e estabelece que a atitude de 
aprendizagem parte do interesse dos alunos, que, por sua vez, aprendem fundamentalmente pela experiência, pelo que descobrem por si mesmos.” (PCN, 1997, p. 31) 
A partir da leitura dos excertos é correto afirmar que 
 
a. 
há um diálogo entre a BNCC e os PCN,pois o ensino por competências desloca o papel tradicional do professor e a função dos conteúdos.  
 
b. a BNCC rompe com os preceitos dos PCN por recolocar o professor no centro do processo didático. 
 
c. ambos documentos destacam que a centralidade do papel do professor é fundamental para articular o contato dos alunos com os conteúdos. 
 
d. a valorização das questões cotidianas propostas pela BNCC empobrece o caráter da experiência científica proposta pelos PCN. 
 
e. a aprendizagem pela experiência não é garantida pela BNCC, por conta de seu foco exclusivo no desenvolvimento das competências. 
0,6 pontos 
P E R G U N T A 6 
1. Abordando o processo de Transposição Didática, Schneuwly faz as seguintes considerações: 
“A seleção, a construção e a organização destes conteúdos no interior das disciplinas não depende unicamente da adequação à realidade de referência, mas igualmente 
da eficácia, em um dado contexto social e histórico, para a aprendizagem de novos modos de apropriação. A gramática escolar, por exemplo, não é a cópia da descrição e 
da análise linguísticas concebidas pelos linguistas, mas uma construção altamente original que franqueia o acesso e o domínio da língua em situações formais, orais ou 
escritas. Os gêneros escolares tradicionais, como a redação ou a dissertação não são adaptações arbitrárias de gêneros literários, mas formas de textos, produzidas pela 
escola, concebidas para a apropriação da redação em um dado momento da história escolar. (SCHNEUWLY, 2009, p. 32) 
Fundamentando-se no excerto, analise as seguintes assertivas sobre o processo de transposição didática quanto à veracidade – V para VERDADEIRO ou F para FALSO: 
I. Embora os conteúdos das disciplinas tenham como base os saberes científicos de referência, eles sofrem transformações em virtude tanto do contexto sócio-histórico 
quanto de questões oriundas da própria forma escolar. 
II. As adaptações dos saberes de referência, realizadas pelos sistemas escolares implicam em mudanças necessárias para o processo de ensino, ou seja, os saberes 
precisam ser didatizados. 
III. O saber ensinado em sala de aula sofre um longo e complexo processo de transformação e assume uma forma simplificada e, necessariamente, equivocada quando 
ensinado na escola. 
As assertivas I, II e III são, RESPECTIVAMENTE: 
 
a. V, F, V 
 
b. F, F, F 
 
c. V, V, V 
 
d. F, V, V 
 
e. 
V, V, F  
 0,6 pontos 
P E R G U N T A 7 
1. Leia o excerto: 
“O que estou chamando de gramática do texto e no texto diz respeito ao conjunto de conhecimentos e habilidades dos falantes que lhes possibilita interagir linguisticamente 
produzindo e interpretando textos, falados e escritos, nas diversas situações de sua vida; noutros termos, diz respeito ao saber internalizado dos falantes que os habilita a 
lidar com os recursos linguísticos – gramaticais – na produção e na compreensão dos textos que circulam nas práticas sociais de linguagem. É a gramática que “funciona” 
nesses textos.” (VAL, 2002, p.110) 
Fonte: VAL, M. C. Rev. Est. Ling., Belo Horizonte, v.10, n. 2, p.107-133, jul./dez. 2002 
O excerto descreve, majoritariamente, um dos Eixos previstos na BNCC. A qual deles o excerto se refere? 
 
a. Eixo da Oralidade 
 
b. 
Eixo da Análise Linguística/semiótica  
 c. Eixo de Produção de textos 
 
d. Eixo de Produção de textos orais 
 
e. Eixo de Leitura e escuta 
0,6 pontos 
P E R G U N T A 8 
1. Leia o trecho extraído do verbete “analfabetismo” 
“Em 1968, no exílio, Paulo Freire denunciou uma série de concepções distorcidas, que concebiam o analfabetismo como erva daninha a ser erradicada; doença contagiosa 
ou chaga deprimente a ser curada; vergonha; manifestação de incapacidade, de pouca inteligência, de proverbial preguiça etc. Ao contrário de tudo isso, para Freire o 
analfabetismo é uma das múltiplas expressões concretas de uma realidade social injusta: uma forma de injustiça social. Nessa concepção crítica, alfabetizar não poderá 
reduzir-se ao ensino da técnica de ler e escrever, nem à memorização de sílabas, palavras e frases; deverá ser processo de reflexão crítica sobre o próprio processo de ler 
e escrever e sobre o significado da linguagem, pondo ao alcance dos alfabetizandos um poderoso instrumento de libertação dessa injustiça social chamada analfabetismo. 
Tratou-se aqui do analfabetismo absoluto, mas há outras formas de analfabetismo, como o funcional, o matemático, o digital.” 
Fonte: FERRARO, Alceu Ravanello. “Analfabetismo”. Glossário Ceale. 
A partir da leitura do excerto, o processo de alfabetização implica: 
 
a. Uma transformação nos modos de conceber o ensino da língua escrita, aproximando-a da realidade social dos alunos para que estes compreendem seu 
valor e função na sociedade.  
 
b. Um ensino das diferentes áreas curriculares de modo que o aluno saiba ler o mundo. Nessa perspectiva, o ensino da leitura e da escrita é considerado 
irrelevante. 
 
c. Uma educação de qualidade para todos, seguindo métodos cientificamente comprovados como a silabação e a soletração que garantem o domínio da 
correspondência letra-som. 
 
d. Um maior esforço por parte dos alunos oriundos das classes populares que apesar de ter acesso a escola não conseguiam aprender a ler e a escrever. 
 
e. Que o analfabetismo é algo natural no interior de uma sociedade e que sempre teremos pessoas com habilidades mais técnicas e menos reflexivas. 
0,6 pontos 
P E R G U N T A 9 
1. Considerando as transformações ocorridas ao longo da história da constituição da disciplina Língua Portuguesa, vimos como os instrumentos de ensino, 
disponíveis ao professor, foram sendo modificados e, consequentemente, modificaram as práticas de ensino da língua. Dentre essas modificações, por volta de 1950, 
observa-se a integração dos manuais – antes separados em gramática, composição e leitura – em um único livro, que ainda continha a proposição de tarefas, o que 
ocasionou: 
 
a. movimentos em prol de programas de distribuição de livros didáticos pelo governo. 
 
b. mais flexibilidade ao professor por propiciar acesso a novas metodologias de ensino 
 
c. uma melhor possibilidade de programar o ensino de Língua Portuguesa, que à época era marcado por uma ampla irregularidade no cumprimento dos 
currículos. 
 
d. 
a valorização docente pela constituição de um instrumento de trabalho mais coerente com as necessidades da época.  
 
e. uma fragilização do trabalho de ensino, ao suprimir parte da autoria do professor. 
0,6 pontos 
P E R G U N T A 1 0 
1. Leia duas estrofes da música “Ensino errado” de Gabriel O pensador. 
Manhê! Tirei um dez na prova 
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova 
Decorei toda lição 
Não errei nenhuma questão 
Não aprendi nada de bom 
Mas tirei dez (boa filhão!) 
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci 
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi 
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci 
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi 
Decoreba: esse é o método de ensino 
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino 
Não aprendo as causas e consequências só decoro os fatos 
Desse jeito até história fica chato. 
Fonte: Gabriel O Pensador - As Melhores 
Relacionando as estrofes da música com as reflexões abordadas na unidade, assinale a asserção INCORRETA: 
 
a. A falta de relação entre os conteúdos e as vivências dos alunos causa desmotivação no processo de aprendizagem. 
 
b. 
O estudo realizado de maneira contínua por meio da transmissão de conhecimentos, cópias e memorização garantem boas performances dos alunos.  
 c. A rotina escolar, do modo como se coloca na música, se transforma em um mero processo de ‘receber notas’, sem garantir a aprendizagem. 
 
d. O cantor assinala a falta de sentido na maneira em que os saberes são colocados aos alunos na escola. 
 
e. As práticas pedagógicas tradicionais não garantem o efetivo aprendizado do aluno.

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