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Contabilidade Societaria Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC Desenvolvimento do material Claudia Freire 1ª Edição Copyright © 2022, Afya. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Afya. Sumário Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC Para início de conversa… ................................................................................ 3 Objetivos ......................................................................................................... 3 1. Conceitos, Objetivos e Importância - Legislação e Normas Aplicáveis ........................................................................................................ 4 1.1 A Classificação das Movimentações da DFC por Atividade ..... 6 2. Prática Contábil - Estrutura, Composição e Conteúdo ..................... 10 2.1 Estrutura da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) .............. 11 2.1.1 Método Direto ..................................................................................... 11 2.1.2 Método Indireto .................................................................................. 12 3. Evidenciação: Notas Explicativas, “Ética Contábil Aplicável” ........ 14 Referências ......................................................................................................... 15 Para início de conversa… Esperamos que ao final deste capítulo você possa compreender o funcionamento da demonstração, identificar as informações necessárias para elaborá-la de forma correta e entender a importância desse processo para os usuários da contabilidade. A DFC utiliza uma linguagem comumente adotada pelos investidores. Em finanças, o Fluxo de Caixa (designado em inglês como cash flow) refere- se ao montante de caixa recebido e gasto por uma empresa durante um dado período de tempo, e pode ser utilizado até mesmo para o controle de entradas e saídas dos numerários de um projeto específico. O controle do Fluxo de Caixa proporciona uma visão geral sobre todas as funções da empresa e que envolvam o recebimento e o desembolso de numerários. Objetivos ▪ Compreender os princípios da contabilidade societária. ▪ Analisar o Balanço de Pagamentos e as Demonstrações do Resultado e do Fluxo de Caixa. Contabilidade Societaria 3 1. Conceitos, Objetivos e Importância - Legislação e Normas Aplicáveis Vamos visitar, neste momento, alguns conceitos fundamentais para o entendimento da Demonstração do Fluxo de Caixa, extraídos do CPC 03, item 7. São eles: Caixa: Compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis. Equivalentes de caixa: São aplicações financeiras de curto prazo (aquelas que vencem em até três meses) e de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido como caixa. Essas aplicações estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. Fluxos de caixa: São as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa. Atividades operacionais: Envolvem as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras práticas diferentes das de investimento e de financiamento. Atividades de investimento: São referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. Atividades de financiamento: São aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade, não classificadas como atividade operacional. Conforme dito anteriormente, o Fluxo de Caixa diz respeito ao movimento de entrada e saída de numerários. Outros dois conceitos considerados bastante importantes para construção da DFC são o regime de caixa e a sua diferença para o regime de competência. Vejamos a definição de cada um desses elementos a seguir: ▪ Regime de Competência: As receitas e despesas são reconhecidas no resultado, no momento da ocorrência, independentemente da existência de pagamento ou recebimento. ▪ Regime de Caixa: As receitas e despesas são registradas nas datas de recebimento e pagamento. A seguir, será possível verificar, no Quadro 1, um modelo de Fluxo de Caixa bastante simples e de utilização habitual da tesouraria das empresas: Contabilidade Societaria 4 Companhia Fluxo de Caixa Exercício findo xx/xx/xx Exercício atual Exercício anterior Entradas Recebimento de clientes Total de entradas Saídas Pagamento a fornecedores Pagamento de despesas Total de saídas Variação do período (entradas - saídas) (+) Saldo do início do período (=) Saldo do final do período Quadro 1: Fluxo de caixa. Fonte: Elaborado pela autora. Podemos, então, dizer que os registros efetuados no Fluxo de Caixa são embasados nas entradas e saídas de numerários. Assim, uma venda efetuada em janeiro para recebimento em fevereiro, por exemplo, somente será registrada nesse modelo de fluxo no mês de fevereiro, ou seja, no momento do seu recebimento, respeitando, desse modo, o que entendemos por regime de caixa. Agora que sabemos os conceitos básicos do Fluxo de Caixa, vamos à Demonstração Contábil do Fluxo de Caixa (DFC). A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) passou a ser obrigatória após os ajustes produzidos pela Lei nº 11.638/07 na Lei das Sociedades (SAs). Essa demonstração substituiu a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). O objetivo da DFC é apresentar ao usuário da informação contábil informações relevantes relacionadas aos pagamentos e recebimentos de uma organização ocorridos em um dado período. O usuário da informação, por sua vez, poderá identificar se a empresa possui a capacidade de gerar caixa e equivalentes de caixa (caixa, bancos e aplicações financeiras de curto prazo). O CPC 03 (R2) é quem estabelece as normas a serem seguidas pelas instituições para divulgação da DFC. O objetivo inicial da DFC é prover informações consideradas relevantes relacionadas aos pagamentos e recebimentos em dinheiro de uma empresa e ocorridos em um dado período. Essas informações ajudam os usuários das Demonstrações Contábeis durante a análise da capacidade de geração de caixa e equivalentes pelas empresas. Contabilidade Societaria 5 Vejamos, a seguir, as informações que podem ser extraídas da DFC caso essa demonstração seja analisada em conjunto com as demais Demonstrações Contábeis: As informações da DFC, principalmente quando analisadas em conjunto com as demais demonstrações financeiras, podem permitir que investidores, credores e outros usuários avaliem: ▪ A capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa. ▪ A capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar dividendos e retornar empréstimos obtidos. ▪ A liquidez, a solvência e a flexibilidade financeira da empresa. ▪ A taxa de conversão de lucro em caixa. ▪ A performance operacional de diferentes empresas, por eliminar os efeitos de distintos tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos. ▪ O grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de caixa. ▪ Os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimento e de financiamento etc. (IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKE, 2003, p.398) A DFC deve atender aos seguintes requisitos: ▪ Evidenciar o efeito periódico das transações de caixa divididas pelas atividades operacionais, de investimentos e de financiamentos. Essa ordem de apresentação das atividades deverá ser respeitada. ▪ Conciliar o resultado líquido (lucro/prejuízo) com o caixa líquido gerado ou consumido nas atividades operacionais. Então, é fácil concluir que a Demonstração de Fluxo de Caixa é um relatório contábil que objetiva informar transações ocorridas em um dado período e que provocaram variações no saldo de caixa das empresas. Essa demonstração sintetiza fatos ocorridos queenvolveram o fluxo de dinheiro devidamente registrado a débito e a crédito da conta caixa. 1.1 A Classificação das Movimentações da DFC por Atividade A DFC categoriza as movimentações das empresas por grupos e atividades. Assim, os pagamentos e recebimentos são classificados conforme a sua natureza. Exemplos: A compra de mercadorias para a revenda é uma atividade operacional, a compra de móveis e utensílios para montagem de uma loja na qual Contabilidade Societaria 6 serão colocados produtos para revenda é uma atividade de investimento, e os empréstimos tomados para compor o capital de giro da empresa correspondem a uma atividade de financiamento. A natureza da transação leva em consideração a finalidade do evento a ser classificado. Vamos analisar os elementos que constituem cada grupo de atividades (operacionais, investimentos e financiamentos) reproduzidos do CPC 03: Atividades operacionais O montante dos fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais é um indicador de como a operação da empresa têm gerado suficientes fluxos de caixa para amortizar empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e juros sobre o capital próprio e fazer novos investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento. Envolvem todas as atividades relacionadas com a produção e entrega de bens e serviços e os eventos que não sejam definidos como atividades de investimento e financiamento. Normalmente, relacionam-se com as transações que aparecem na Demonstração de Resultados. Exemplos de Entradas: a. recebimentos pela venda de produtos e serviços à vista; no caso de venda com prazos curtos normais praticados no mercado, o valor nominal recebido é dado como receita das atividades operacionais quando do recebimento; se for o caso de venda a longo prazo ou mesmo que a curto, em prazo anormal, em que as contas a receber foram ajustadas a valor presente, parte deve ser classificada, no recebimento, como receita de venda e parte como receita financeira. No caso de desconto de duplicatas, sugerimos considerar, no ato do desconto e recebimento do dinheiro pelo banco, como se fossem recebimentos de clientes; se, no vencimento, a empresa precisar ressarcir o banco por valor não pago pelo cliente, essa importância será considerada como redução dos recebimentos de clientes desse período (o recebimento de clientes, então, será o valor líquido recebido nesse período, descontando-se os pagamentos ao banco). Essa alternativa confronta com a forma de contabilização, já que nesta, os valores descontados são considerados como operações de empréstimos; mas, se não se proceder como sugerido, e se registrar, no fluxo de caixa, o desconto como empréstimo tomado, quando da liquidação da dívida pelo cliente junto ao banco a empresa nada registrará, porque não há alteração física no seu caixa (da empresa); assim, jamais aparecerão esses valores como recebimentos operacionais das vendas, o que não faz sentido. A rigidez das normas internacionais (e norte-americanas) na montagem do fluxo de caixa Contabilidade Societaria 7 faz com que não se admita o registro de fluxos virtuais de caixa, já que o mais correto seria, no desconto, considerar os valores recebidos do banco como empréstimos, e na liquidação pelos clientes junto aos bancos, dois fluxos de caixa virtuais: um como recebimento dos clientes, e outro como pagamento do empréstimo junto ao banco (com a subdivisão do que é principal e do que é despesa financeira); b. recebimento de juros sobre empréstimos concedidos e sobre aplicações financeiras em outras entidades (embora também possa ser classificado nas atividades de investimento, conforme será discutido na seção 36.1.6.2); c. recebimento de dividendos e juros sobre capital próprio pela participação no patrimônio de outras empresas (embora também possa ser classificado nas atividades de investimento, conforme será discutido na seção 36.1.6.2); d. qualquer outro recebimento que não se origine de transações definidas como atividades de investimento ou financiamento, como: recebimentos decorrentes de sentenças judiciais; reembolso de fornecedores; indenizações por sinistros, exceto aquelas diretamente relacionadas a atividades de investimento, como o sinistro em uma edificação, por exemplo; e. recebimentos de aluguéis, royalties, direito de franquia e vendas de ativos produzidos ou adquiridos para esse fim (como no caso da venda de carros destinados a aluguel). Exemplos de Saídas: a. pagamentos a fornecedores referentes ao suprimento de mercadorias ou de matérias-primas e outros materiais para a produção de bens para venda. Se a compra for a longo prazo ou mesmo que a curto, mas o prazo for anormal para o tipo de atividade, o pagamento do principal dos títulos a que se refere a compra deve ser classificado como saída de caixa das atividades operacionais e os excedentes devem ser considerados como pagamentos de despesas financeiras, e não de compras; b. pagamentos aos fornecedores de outros insumos de produção, incluídos os serviços prestados por terceiros; c. pagamentos aos governos federal, estadual e municipal, referentes a impostos, multas, alfândega e outros tributos e taxas, exceto quando especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de investimento; d. pagamentos dos juros (despesas financeiras) dos financiamentos (comerciais e bancários) obtidos (embora também possa ser classificado nas atividades de financiamento, conforme será discutido na seção 36.1.6.1); e. pagamentos para a produção ou aquisição de ativos destinados a aluguel e subsequente venda (como no caso das compras de veículos destinados a aluguel e, na sequência, venda). Atividades de investimento Relacionam-se normalmente com o aumento e a diminuição dos ativos de longo prazo (não circulantes) que a empresa utiliza para produzir bens e serviços. Incluem a concessão e o recebimento de empréstimos, a Contabilidade Societaria 8 aquisição e a venda de instrumentos financeiros e patrimoniais de outras entidades e a aquisição e alienação de imobilizados e de participações societárias classificadas como investimentos. Mas incluem também todas as aplicações financeiras, inclusive as de curto prazo (exceto as que geram ativos classificáveis como equivalentes de caixa), destinadas a dar remuneração a recursos temporariamente ociosos ou a especulação. Exemplos de Entradas: a. recebimentos resultantes da venda de imobilizado, intangível e de outros ativos não circulantes utilizados na produção; b. recebimento pela venda de participações em outras empresas ou instrumentos de dívidas de outras entidades e participações societárias em joint ventures, exceto os recebimentos referentes a títulos classificados como equivalentes de caixa ou mantidos para negociação imediata ou futura; c. resgates do principal de aplicações financeiras não classificadas como equivalentes de caixa; d. recebimentos referentes a contratos futuros, a termo, de opções e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura ou quando classificados como atividades de financiamento; e. recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos de uma instituição financeira). Exemplos de Saídas: a. pagamentos de caixa para aquisição de terrenos, edificações, equipamentos ou outros ativos fixos utilizados na produção (referentes à aquisição de ativo imobilizado), intangível e propriedade para investimento; b. pagamentos pela aquisição de títulos patrimoniais de outras empresas ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures, exceto os desembolsos referentes a títulos classificados como equivalentes de caixa ou mantidos para negociação imediata ou futura; c. desembolsos dos empréstimos concedidos pela empresa e pagamento pela aquisição de títulos deinvestimento de outras entidades; d. pagamentos de contratos futuros, a termo, de opções e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, exceto quando classificados como atividades de financiamento (quando um contrato é contabilizado como hedge de uma posição identificável, os fluxos de caixa do contrato devem ser classificados da mesma forma como foram classificados os fluxos de caixa da posição que está sendo protegida); e. adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira). Contabilidade Societaria 9 Atividades de financiamento Os fluxos de caixa provenientes das atividades de financiamento são úteis para prever as exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à entidade, bem como da capacidade que a empresa tem, utilizando recursos externos, para financiar as atividades operacionais e de financiamento. Relacionam-se com os empréstimos de credores e investidores da entidade. Incluem a obtenção de recursos dos proprietários e o pagamento a estes de retornos sobre seus investimentos ou do próprio reembolso do investimento; incluem também a obtenção de empréstimos junto a credores e a amortização ou liquidação destes, bem como a obtenção e pagamento de recursos de/a credores via créditos de longo prazo. Exemplos de Entradas: a. venda de ações emitidas; b. empréstimos obtidos no mercado, via emissão de letras hipotecárias, notas promissórias, debêntures ou outros instrumentos de dívida, de curto ou longo prazos; c. recebimento de contribuições, de caráter permanente ou temporário, que, por expressa determinação dos doadores, têm a finalidade estrita de adquirir, construir ou expandir a planta instalada, aí incluídos equipamentos ou outros ativos de longa duração necessários à produção. Exemplos de Saídas: ▪ pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio ou outras distribuições aos donos, incluindo o resgate de ações da própria empresa (embora também possa ser classificado nas atividades operacionais, conforme será discutido na seção 36.1.6.1); ▪ pagamento dos empréstimos obtidos (exceto juros); ▪ pagamentos do principal referente a imobilizado adquirido a prazo, pagamento do principal do arrendamento mercantil financeiro. (CPC, s.d.) Vamos entender, agora, como estruturar uma DFC. 2. Prática Contábil - Estrutura, Composição e Conteúdo Assim como na elaboração das demonstrações contábeis, tais como Balanço Patrimonial (BP), Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), Demonstrações dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), na DFC a elaboração da demonstração dependerá da extração de informações dos registros contábeis e financeiros da empresa. Contabilidade Societaria 10 As demonstrações mais simples (BP, DRE, DLPA, DMPL) serão elaboradas apenas a partir do saldo do livro-razão, mas, para a elaboração da DFC, é importante confeccionar mapas ou outras memórias que auxiliem no agrupamento de dados a serem indicados nesse demonstrativo contábil. 2.1 Estrutura da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) Assim como ocorreu com as outras demonstrações vistas até aqui, a Lei n° 6.404/76 não definiu um modelo fixo da DFC a ser praticado por todas as empresas. A estrutura básica da Demonstração do Fluxo de Caixa é formada por três grandes grupos: atividades operacionais, atividades de investimentos e atividades de financiamentos. Existem dois métodos de elaboração da Demonstração de Fluxo de Caixa: método direto e método indireto. 2.1.1 Método Direto Pelo método direto, os recursos derivados das operações de recebimentos e pagamentos decorrentes das operações normais de um dado período registradas nas tesourarias das empresas são evidenciados. Modelo: DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Exercício Findo XX/XX/XX Companhia: Demonstração Fluxos de Caixa - DFC DIRETO Fluxos de caixa originados de: 1- Atividades Operacionais Valores recebidos de clientes Imposto de renda e contribuição social pagos Pagamento de contingências Recebimento de reembolso de seguros Recebimento de lucros e dividendos de subsidiárias Outros recebimentos (pagamentos) líquidos Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais 2- Atividades de Investimentos Compras de imobilizado Aquisição de ações/cotas Recebimento por venda de ativos não circulantes Juros recebidos de contratos mútuos Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de investimentos 3- Atividades de Financiamentos Integralização de capital Contabilidade Societaria 11 Pagamentos de lucros e dividendos Juros recebidos de empréstimos Juros pagos por empréstimos Empréstimos tomados Pagamentos de empréstimos/debêntures Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de financiamentos 4- Aumento (Redução) nas Disponibilidades (1+2+3) 5- Disponibilidades - início do período 6- Disponibilidades - final do período (4+5) Quadro 2: Modelo de método direto. Fonte: Elaborado pela autora. Nesse modelo, inicia-se o fluxo e a classificação das contas diretamente nos grupos operacional, de investimento e de financiamento. O método direto, portanto, explica as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais componentes das atividades operacionais. Exemplos: ▪ Os recebimentos pelas vendas das produtos e serviços. ▪ Pagamentos a fornecedores. Agora, vejamos o método indireto. 2.1.2 Método Indireto Pelo método indireto, os recursos derivados das atividades operacionais são evidenciados a partir do lucro líquido do exercício ajustado pela adição de receitas e despesas consideradas na apuração do resultado, e que não afetam o caixa das empresas, isto é, não incorrem em desembolso. Na sequência, todas as variações patrimoniais (período atual – período anterior) registradas no Balanço Patrimonial (BP) são levantadas, com exceção do grupo de disponibilidades, que será demonstrado nas últimas linhas da DFC. Modelo: DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Exercício Findo XX/XX/XX Companhia: Demonstração Fluxos de Caixa - DFC INDIRETO Resultado do exercício/período Ajustes para conciliar o resultado às disponibilidades geradas pelas atividades operacionais Depreciação e amortização Contabilidade Societaria 12 Resultado na venda de ativos permanentes Equivalência patrimonial Recebimento de lucros e dividendos de subsidiárias Fluxo de caixa - atividades operacionais (variações nos ativos e passivos) (Aumento) Redução em contas a receber (Aumento) Redução nos estoques Aumento (Redução) em fornecedores Aumento (Redução) em contas a pagar e provisões Aumento (Redução) no imposto de renda e contribuição social Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais Fluxos de caixa das atividades de investimentos Compras de imobilizado Aquisição de ações/cotas Recebimentos por vendas de ativos permanentes Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de investimentos Fluxos de caixa das atividades de financiamentos Integralização de capital Pagamentos de lucros dividendos Empréstimos tomados Pagamentos de empréstimos/debêntures Juros recebidos de empréstimos Juros pagos por empréstimos Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de financiamentos Aumento (Redução) nas disponibilidades No início do período No final do período Quadro 3: Modelo de método indireto. Fonte: Elaborado pela autora. Note que em ambos os modelos ocorre a separação do fluxo em três grandes grupos: operacional, de investimento e de financiamento. Nos dois métodos, o saldo final apresentado no Fluxo de Caixa expressa o valor líquido obtido ou consumido pelas operações da empresa em um dado período. Contabilidade Societaria 13 3. Evidenciação: Notas Explicativas, “Ética Contábil Aplicável” As notas explicativas que fazem referênciaà DFC devem reportar separadamente as transações de investimento e de financiamento que afetam a posição patrimonial da empresa, mas que não tenham impacto direto nos Fluxos de Caixa do período. Esse é o caso das transações de investimentos e de financiamentos, que não possuem efeito no caixa. São exemplos: ▪ Dívidas convertidas em aumento de capital. ▪ Bens obtidos por doação. ▪ Troca de Ativos e Passivos por outros Ativos e Passivos. As transações de investimentos e financiamentos que afetam Ativos e Passivos, mas que não impactam o caixa, devem ser evidenciados em Nota Explicativa. A Demonstração de Fluxo de Caixa é um relatório contábil que objetiva informar transações ocorridas em um dado período que provocaram variações no saldo de caixa das empresas. Essa demonstração sintetiza fatos ocorridos que envolveram o fluxo de dinheiro devidamente registrado a débito e a crédito da conta caixa. Existem dois métodos de elaboração da Demonstração de Fluxo de Caixa: o direto (evidencia as entradas e saídas de recursos com base nos movimentos de tesouraria); e o indireto (considera as movimentações com base nos registros, no balanço e demais aberturas contábeis). A DFC considera a estruturação dos registros em três grupos de atividades, independentemente do método a ser adotado pela empresa: ▪ Atividades operacionais: São as principais atividades geradoras de receita da entidade. ▪ Atividades de investimento: São as atividades referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo. ▪ Atividades de financiamento: São aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade. A DFC é de grande valia para investidores e gestores financeiros, pois auxilia a tomada de decisões gerenciais. Contabilidade Societaria 14 Referências BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l6404compilada.htm. Acesso em: 29 out. 2019. BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 29 out. 2019. CPC. CPC 03 (R2) - Demonstração dos Fluxos de Caixa. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/ Pronunciamento?Id=34. Acesso em: 29 out. 2019. IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade: das sociedades por ações. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2003. Contabilidade Societaria 15 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=34 http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=34 Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC Para início de conversa… Objetivos 1. Conceitos, Objetivos e Importância - Legislação e Normas Aplicáveis 1.1 A Classificação das Movimentações da DFC por Atividade 2. Prática Contábil - Estrutura, Composição e Conteúdo 2.1 Estrutura da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) 2.1.1 Método Direto 2.1.2 Método Indireto 3. Evidenciação: Notas Explicativas, “Ética Contábil Aplicável” Referências
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