Buscar

capitulo-03

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Contabilidade Societaria
Demonstração do Fluxo de Caixa - 
DFC
Desenvolvimento do material
Claudia Freire
1ª Edição
Copyright © 2022, Afya.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, 
transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, 
mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia 
autorização, por escrito, da Afya.
Sumário
Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC
Para início de conversa… ................................................................................ 3
Objetivos ......................................................................................................... 3
1. Conceitos, Objetivos e Importância - Legislação e Normas 
Aplicáveis ........................................................................................................ 4
1.1 A Classificação das Movimentações da DFC por Atividade ..... 6
2. Prática Contábil - Estrutura, Composição e Conteúdo ..................... 10
2.1 Estrutura da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) .............. 11
2.1.1 Método Direto ..................................................................................... 11
2.1.2 Método Indireto .................................................................................. 12
3. Evidenciação: Notas Explicativas, “Ética Contábil Aplicável” ........ 14
Referências ......................................................................................................... 15
Para início de conversa…
Esperamos que ao final deste capítulo você possa compreender o 
funcionamento da demonstração, identificar as informações necessárias 
para elaborá-la de forma correta e entender a importância desse 
processo para os usuários da contabilidade.
A DFC utiliza uma linguagem comumente adotada pelos investidores. Em 
finanças, o Fluxo de Caixa (designado em inglês como cash flow) refere-
se ao montante de caixa recebido e gasto por uma empresa durante um 
dado período de tempo, e pode ser utilizado até mesmo para o controle 
de entradas e saídas dos numerários de um projeto específico.
O controle do Fluxo de Caixa proporciona uma visão geral sobre todas 
as funções da empresa e que envolvam o recebimento e o desembolso 
de numerários. 
Objetivos 
 ▪ Compreender os princípios da contabilidade societária. 
 ▪ Analisar o Balanço de Pagamentos e as Demonstrações do Resultado 
e do Fluxo de Caixa. 
Contabilidade Societaria 3
1. Conceitos, Objetivos e Importância - 
Legislação e Normas Aplicáveis
Vamos visitar, neste momento, alguns conceitos fundamentais para o 
entendimento da Demonstração do Fluxo de Caixa, extraídos do CPC 03, 
item 7. São eles:
Caixa: Compreende numerário em espécie e depósitos bancários 
disponíveis.
Equivalentes de caixa: São aplicações financeiras de curto prazo (aquelas 
que vencem em até três meses) e de alta liquidez, que são prontamente 
conversíveis em um montante conhecido como caixa. Essas aplicações 
estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.
Fluxos de caixa: São as entradas e saídas de caixa e equivalentes de 
caixa.
Atividades operacionais: Envolvem as principais atividades geradoras de 
receita da entidade e outras práticas diferentes das de investimento e 
de financiamento.
Atividades de investimento: São referentes à aquisição e à venda de 
ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos 
equivalentes de caixa.
Atividades de financiamento: São aquelas que resultam em mudanças 
no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da 
entidade, não classificadas como atividade operacional.
Conforme dito anteriormente, o Fluxo de Caixa diz respeito ao 
movimento de entrada e saída de numerários. 
Outros dois conceitos considerados bastante importantes para 
construção da DFC são o regime de caixa e a sua diferença para o regime 
de competência. Vejamos a definição de cada um desses elementos a 
seguir:
 ▪ Regime de Competência: As receitas e despesas são reconhecidas 
no resultado, no momento da ocorrência, independentemente da 
existência de pagamento ou recebimento.
 ▪ Regime de Caixa: As receitas e despesas são registradas nas datas de 
recebimento e pagamento.
A seguir, será possível verificar, no Quadro 1, um modelo de Fluxo de 
Caixa bastante simples e de utilização habitual da tesouraria das 
empresas:
Contabilidade Societaria 4
Companhia
Fluxo de Caixa
 Exercício findo xx/xx/xx
Exercício atual Exercício anterior
Entradas
Recebimento de clientes
Total de entradas
Saídas
Pagamento a fornecedores
Pagamento de despesas
Total de saídas
Variação do período (entradas - 
saídas)
(+) Saldo do início do período
(=) Saldo do final do período
Quadro 1: Fluxo de caixa. Fonte: Elaborado pela autora.
Podemos, então, dizer que os registros efetuados no Fluxo de 
Caixa são embasados nas entradas e saídas de numerários. Assim, 
uma venda efetuada em janeiro para recebimento em fevereiro, 
por exemplo, somente será registrada nesse modelo de fluxo 
no mês de fevereiro, ou seja, no momento do seu recebimento, 
respeitando, desse modo, o que entendemos por regime de caixa. 
Agora que sabemos os conceitos básicos do Fluxo de Caixa, vamos à 
Demonstração Contábil do Fluxo de Caixa (DFC).
A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) passou a ser obrigatória após 
os ajustes produzidos pela Lei nº 11.638/07 na Lei das Sociedades (SAs). 
Essa demonstração substituiu a Demonstração de Origens e Aplicações 
de Recursos (DOAR).
O objetivo da DFC é apresentar ao usuário da informação contábil 
informações relevantes relacionadas aos pagamentos e recebimentos de 
uma organização ocorridos em um dado período.
O usuário da informação, por sua vez, poderá identificar se a empresa 
possui a capacidade de gerar caixa e equivalentes de caixa (caixa, 
bancos e aplicações financeiras de curto prazo).
O CPC 03 (R2) é quem estabelece as normas a serem seguidas pelas 
instituições para divulgação da DFC.
O objetivo inicial da DFC é prover informações consideradas relevantes 
relacionadas aos pagamentos e recebimentos em dinheiro de uma 
empresa e ocorridos em um dado período. Essas informações ajudam os 
usuários das Demonstrações Contábeis durante a análise da capacidade 
de geração de caixa e equivalentes pelas empresas.
Contabilidade Societaria 5
Vejamos, a seguir, as informações que podem ser extraídas da DFC 
caso essa demonstração seja analisada em conjunto com as demais 
Demonstrações Contábeis:
As informações da DFC, principalmente quando analisadas em conjunto 
com as demais demonstrações financeiras, podem permitir que 
investidores, credores e outros usuários avaliem:
 ▪ A capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos de 
caixa.
 ▪ A capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar 
dividendos e retornar empréstimos obtidos.
 ▪ A liquidez, a solvência e a flexibilidade financeira da empresa.
 ▪ A taxa de conversão de lucro em caixa.
 ▪ A performance operacional de diferentes empresas, por eliminar os 
efeitos de distintos tratamentos contábeis para as mesmas transações 
e eventos.
 ▪ O grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de 
caixa.
 ▪ Os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações 
de investimento e de financiamento etc. (IUDÍCIBUS; MARTINS; 
GELBCKE, 2003, p.398)
A DFC deve atender aos seguintes requisitos:
 ▪ Evidenciar o efeito periódico das transações de caixa divididas pelas 
atividades operacionais, de investimentos e de financiamentos. Essa 
ordem de apresentação das atividades deverá ser respeitada.
 ▪ Conciliar o resultado líquido (lucro/prejuízo) com o caixa líquido 
gerado ou consumido nas atividades operacionais.
Então, é fácil concluir que a Demonstração de Fluxo de Caixa é um 
relatório contábil que objetiva informar transações ocorridas em 
um dado período e que provocaram variações no saldo de caixa das 
empresas.
Essa demonstração sintetiza fatos ocorridos queenvolveram o fluxo de 
dinheiro devidamente registrado a débito e a crédito da conta caixa.
1.1 A Classificação das Movimentações da DFC por Atividade
A DFC categoriza as movimentações das empresas por grupos e 
atividades. Assim, os pagamentos e recebimentos são classificados 
conforme a sua natureza. 
Exemplos:
A compra de mercadorias para a revenda é uma atividade operacional, 
a compra de móveis e utensílios para montagem de uma loja na qual 
Contabilidade Societaria 6
serão colocados produtos para revenda é uma atividade de investimento, 
e os empréstimos tomados para compor o capital de giro da empresa 
correspondem a uma atividade de financiamento.
A natureza da transação leva em consideração a finalidade do evento a 
ser classificado.
Vamos analisar os elementos que constituem cada grupo de atividades 
(operacionais, investimentos e financiamentos) reproduzidos do CPC 03:
Atividades operacionais
O montante dos fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais 
é um indicador de como a operação da empresa têm gerado suficientes 
fluxos de caixa para amortizar empréstimos, manter a capacidade 
operacional da entidade, pagar dividendos e juros sobre o capital 
próprio e fazer novos investimentos sem recorrer a fontes externas 
de financiamento. Envolvem todas as atividades relacionadas com 
a produção e entrega de bens e serviços e os eventos que não 
sejam definidos como atividades de investimento e financiamento. 
Normalmente, relacionam-se com as transações que aparecem na 
Demonstração de Resultados.
Exemplos de Entradas:
a. recebimentos pela venda de produtos e serviços à vista; no caso de 
venda com prazos curtos normais praticados no mercado, o valor 
nominal recebido é dado como receita das atividades operacionais 
quando do recebimento; se for o caso de venda a longo prazo ou 
mesmo que a curto, em prazo anormal, em que as contas a receber 
foram ajustadas a valor presente, parte deve ser classificada, no 
recebimento, como receita de venda e parte como receita financeira. 
No caso de desconto de duplicatas, sugerimos considerar, no ato do 
desconto e recebimento do dinheiro pelo banco, como se fossem 
recebimentos de clientes; se, no vencimento, a empresa precisar 
ressarcir o banco por valor não pago pelo cliente, essa importância 
será considerada como redução dos recebimentos de clientes desse 
período (o recebimento de clientes, então, será o valor líquido 
recebido nesse período, descontando-se os pagamentos ao banco). 
Essa alternativa confronta com a forma de contabilização, já que 
nesta, os valores descontados são considerados como operações de 
empréstimos; mas, se não se proceder como sugerido, e se registrar, 
no fluxo de caixa, o desconto como empréstimo tomado, quando 
da liquidação da dívida pelo cliente junto ao banco a empresa 
nada registrará, porque não há alteração física no seu caixa (da 
empresa); assim, jamais aparecerão esses valores como recebimentos 
operacionais das vendas, o que não faz sentido. A rigidez das normas 
internacionais (e norte-americanas) na montagem do fluxo de caixa 
Contabilidade Societaria 7
faz com que não se admita o registro de fluxos virtuais de caixa, já 
que o mais correto seria, no desconto, considerar os valores recebidos 
do banco como empréstimos, e na liquidação pelos clientes junto 
aos bancos, dois fluxos de caixa virtuais: um como recebimento dos 
clientes, e outro como pagamento do empréstimo junto ao banco 
(com a subdivisão do que é principal e do que é despesa financeira);
b. recebimento de juros sobre empréstimos concedidos e sobre 
aplicações financeiras em outras entidades (embora também possa 
ser classificado nas atividades de investimento, conforme será 
discutido na seção 36.1.6.2);
c. recebimento de dividendos e juros sobre capital próprio pela 
participação no patrimônio de outras empresas (embora também 
possa ser classificado nas atividades de investimento, conforme será 
discutido na seção 36.1.6.2);
d. qualquer outro recebimento que não se origine de transações 
definidas como atividades de investimento ou financiamento, como: 
recebimentos decorrentes de sentenças judiciais; reembolso de 
fornecedores; indenizações por sinistros, exceto aquelas diretamente 
relacionadas a atividades de investimento, como o sinistro em uma 
edificação, por exemplo;
e. recebimentos de aluguéis, royalties, direito de franquia e vendas 
de ativos produzidos ou adquiridos para esse fim (como no caso da 
venda de carros destinados a aluguel).
Exemplos de Saídas:
a. pagamentos a fornecedores referentes ao suprimento de mercadorias 
ou de matérias-primas e outros materiais para a produção de bens 
para venda. Se a compra for a longo prazo ou mesmo que a curto, 
mas o prazo for anormal para o tipo de atividade, o pagamento do 
principal dos títulos a que se refere a compra deve ser classificado 
como saída de caixa das atividades operacionais e os excedentes 
devem ser considerados como pagamentos de despesas financeiras, 
e não de compras;
b. pagamentos aos fornecedores de outros insumos de produção, 
incluídos os serviços prestados por terceiros;
c. pagamentos aos governos federal, estadual e municipal, referentes a 
impostos, multas, alfândega e outros tributos e taxas, exceto quando 
especificamente identificados com as atividades de financiamento ou 
de investimento;
d. pagamentos dos juros (despesas financeiras) dos financiamentos 
(comerciais e bancários) obtidos (embora também possa ser 
classificado nas atividades de financiamento, conforme será discutido 
na seção 36.1.6.1);
e. pagamentos para a produção ou aquisição de ativos destinados a 
aluguel e subsequente venda (como no caso das compras de veículos 
destinados a aluguel e, na sequência, venda).
Atividades de investimento
Relacionam-se normalmente com o aumento e a diminuição dos ativos 
de longo prazo (não circulantes) que a empresa utiliza para produzir 
bens e serviços. Incluem a concessão e o recebimento de empréstimos, a 
Contabilidade Societaria 8
aquisição e a venda de instrumentos financeiros e patrimoniais de outras 
entidades e a aquisição e alienação de imobilizados e de participações 
societárias classificadas como investimentos. Mas incluem também 
todas as aplicações financeiras, inclusive as de curto prazo (exceto as que 
geram ativos classificáveis como equivalentes de caixa), destinadas a 
dar remuneração a recursos temporariamente ociosos ou a especulação.
Exemplos de Entradas:
a. recebimentos resultantes da venda de imobilizado, intangível e de 
outros ativos não circulantes utilizados na produção;
b. recebimento pela venda de participações em outras empresas 
ou instrumentos de dívidas de outras entidades e participações 
societárias em joint ventures, exceto os recebimentos referentes a 
títulos classificados como equivalentes de caixa ou mantidos para 
negociação imediata ou futura;
c. resgates do principal de aplicações financeiras não classificadas como 
equivalentes de caixa;
d. recebimentos referentes a contratos futuros, a termo, de opções e 
swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação 
imediata ou venda futura ou quando classificados como atividades de 
financiamento;
e. recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou 
amortização de empréstimos concedidos a terceiros (exceto 
adiantamentos e empréstimos de uma instituição financeira).
Exemplos de Saídas:
a. pagamentos de caixa para aquisição de terrenos, edificações, 
equipamentos ou outros ativos fixos utilizados na produção 
(referentes à aquisição de ativo imobilizado), intangível e propriedade 
para investimento;
b. pagamentos pela aquisição de títulos patrimoniais de outras empresas 
ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações 
societárias em joint ventures, exceto os desembolsos referentes a 
títulos classificados como equivalentes de caixa ou mantidos para 
negociação imediata ou futura;
c. desembolsos dos empréstimos concedidos pela empresa e pagamento 
pela aquisição de títulos deinvestimento de outras entidades;
d. pagamentos de contratos futuros, a termo, de opções e swap, exceto 
quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata 
ou venda futura, exceto quando classificados como atividades de 
financiamento (quando um contrato é contabilizado como hedge de 
uma posição identificável, os fluxos de caixa do contrato devem ser 
classificados da mesma forma como foram classificados os fluxos de 
caixa da posição que está sendo protegida);
e. adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto 
adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira).
Contabilidade Societaria 9
Atividades de financiamento
Os fluxos de caixa provenientes das atividades de financiamento são 
úteis para prever as exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos 
fornecedores de capital à entidade, bem como da capacidade que a 
empresa tem, utilizando recursos externos, para financiar as atividades 
operacionais e de financiamento. Relacionam-se com os empréstimos 
de credores e investidores da entidade. Incluem a obtenção de 
recursos dos proprietários e o pagamento a estes de retornos sobre 
seus investimentos ou do próprio reembolso do investimento; incluem 
também a obtenção de empréstimos junto a credores e a amortização 
ou liquidação destes, bem como a obtenção e pagamento de recursos 
de/a credores via créditos de longo prazo.
Exemplos de Entradas:
a. venda de ações emitidas;
b. empréstimos obtidos no mercado, via emissão de letras hipotecárias, 
notas promissórias, debêntures ou outros instrumentos de dívida, de 
curto ou longo prazos;
c. recebimento de contribuições, de caráter permanente ou temporário, 
que, por expressa determinação dos doadores, têm a finalidade estrita 
de adquirir, construir ou expandir a planta instalada, aí incluídos 
equipamentos ou outros ativos de longa duração necessários à 
produção.
Exemplos de Saídas:
 ▪ pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio ou outras 
distribuições aos donos, incluindo o resgate de ações da própria 
empresa (embora também possa ser classificado nas atividades 
operacionais, conforme será discutido na seção 36.1.6.1);
 ▪ pagamento dos empréstimos obtidos (exceto juros);
 ▪ pagamentos do principal referente a imobilizado adquirido a prazo, 
pagamento do principal do arrendamento mercantil financeiro. (CPC, 
s.d.)
Vamos entender, agora, como estruturar uma DFC.
2. Prática Contábil - Estrutura, Composição 
e Conteúdo
Assim como na elaboração das demonstrações contábeis, tais como 
Balanço Patrimonial (BP), Demonstrativo de Resultado do Exercício 
(DRE), Demonstrações dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), na DFC a 
elaboração da demonstração dependerá da extração de informações dos 
registros contábeis e financeiros da empresa.
Contabilidade Societaria 10
As demonstrações mais simples (BP, DRE, DLPA, DMPL) serão elaboradas 
apenas a partir do saldo do livro-razão, mas, para a elaboração da DFC, 
é importante confeccionar mapas ou outras memórias que auxiliem no 
agrupamento de dados a serem indicados nesse demonstrativo contábil.
2.1 Estrutura da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)
Assim como ocorreu com as outras demonstrações vistas até aqui, a Lei 
n° 6.404/76 não definiu um modelo fixo da DFC a ser praticado por todas 
as empresas. A estrutura básica da Demonstração do Fluxo de Caixa é 
formada por três grandes grupos: atividades operacionais, atividades de 
investimentos e atividades de financiamentos.
Existem dois métodos de elaboração da Demonstração de Fluxo de 
Caixa: método direto e método indireto.
2.1.1 Método Direto
Pelo método direto, os recursos derivados das operações de recebimentos 
e pagamentos decorrentes das operações normais de um dado período 
registradas nas tesourarias das empresas são evidenciados.
Modelo:
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
Exercício Findo XX/XX/XX
Companhia:
Demonstração Fluxos de Caixa - DFC DIRETO
Fluxos de caixa originados de:
1- Atividades Operacionais
Valores recebidos de clientes
Imposto de renda e contribuição social pagos
Pagamento de contingências
Recebimento de reembolso de seguros
Recebimento de lucros e dividendos de subsidiárias
Outros recebimentos (pagamentos) líquidos
Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais
2- Atividades de Investimentos
Compras de imobilizado
Aquisição de ações/cotas
Recebimento por venda de ativos não circulantes
Juros recebidos de contratos mútuos
Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de investimentos
3- Atividades de Financiamentos
Integralização de capital
Contabilidade Societaria 11
Pagamentos de lucros e dividendos
Juros recebidos de empréstimos
Juros pagos por empréstimos
Empréstimos tomados
Pagamentos de empréstimos/debêntures
Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de financiamentos
4- Aumento (Redução) nas Disponibilidades (1+2+3)
5- Disponibilidades - início do período
6- Disponibilidades - final do período (4+5)
Quadro 2: Modelo de método direto. Fonte: Elaborado pela autora.
Nesse modelo, inicia-se o fluxo e a classificação das contas diretamente 
nos grupos operacional, de investimento e de financiamento.
O método direto, portanto, explica as entradas e saídas brutas de 
dinheiro dos principais componentes das atividades operacionais. 
Exemplos:
 ▪ Os recebimentos pelas vendas das produtos e serviços.
 ▪ Pagamentos a fornecedores.
Agora, vejamos o método indireto.
2.1.2 Método Indireto
Pelo método indireto, os recursos derivados das atividades operacionais 
são evidenciados a partir do lucro líquido do exercício ajustado pela 
adição de receitas e despesas consideradas na apuração do resultado, 
e que não afetam o caixa das empresas, isto é, não incorrem em 
desembolso. Na sequência, todas as variações patrimoniais (período 
atual – período anterior) registradas no Balanço Patrimonial (BP) 
são levantadas, com exceção do grupo de disponibilidades, que será 
demonstrado nas últimas linhas da DFC.
Modelo:
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
Exercício Findo XX/XX/XX
Companhia:
Demonstração Fluxos de Caixa - DFC INDIRETO
Resultado do exercício/período
Ajustes para conciliar o resultado às disponibilidades geradas pelas atividades operacionais
Depreciação e amortização
Contabilidade Societaria 12
Resultado na venda de ativos permanentes
Equivalência patrimonial
Recebimento de lucros e dividendos de subsidiárias
Fluxo de caixa - atividades operacionais (variações nos ativos e passivos)
(Aumento) Redução em contas a receber
(Aumento) Redução nos estoques
Aumento (Redução) em fornecedores
Aumento (Redução) em contas a pagar e provisões
Aumento (Redução) no imposto de renda e contribuição social
Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais
Fluxos de caixa das atividades de investimentos
Compras de imobilizado
Aquisição de ações/cotas
Recebimentos por vendas de ativos permanentes
Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de investimentos
Fluxos de caixa das atividades de financiamentos
Integralização de capital
Pagamentos de lucros dividendos
Empréstimos tomados
Pagamentos de empréstimos/debêntures
Juros recebidos de empréstimos
Juros pagos por empréstimos
Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de financiamentos
Aumento (Redução) nas disponibilidades
No início do período
No final do período
Quadro 3: Modelo de método indireto. Fonte: Elaborado pela autora.
Note que em ambos os modelos ocorre a separação do fluxo em três 
grandes grupos: operacional, de investimento e de financiamento.
Nos dois métodos, o saldo final apresentado no Fluxo de Caixa expressa 
o valor líquido obtido ou consumido pelas operações da empresa em um 
dado período.
Contabilidade Societaria 13
3. Evidenciação: Notas Explicativas, “Ética 
Contábil Aplicável”
As notas explicativas que fazem referênciaà DFC devem reportar 
separadamente as transações de investimento e de financiamento que 
afetam a posição patrimonial da empresa, mas que não tenham impacto 
direto nos Fluxos de Caixa do período. Esse é o caso das transações de 
investimentos e de financiamentos, que não possuem efeito no caixa. 
São exemplos:
 ▪ Dívidas convertidas em aumento de capital.
 ▪ Bens obtidos por doação.
 ▪ Troca de Ativos e Passivos por outros Ativos e Passivos.
As transações de investimentos e financiamentos que afetam Ativos e 
Passivos, mas que não impactam o caixa, devem ser evidenciados em 
Nota Explicativa.
A Demonstração de Fluxo de Caixa é um relatório contábil que objetiva 
informar transações ocorridas em um dado período que provocaram 
variações no saldo de caixa das empresas.
Essa demonstração sintetiza fatos ocorridos que envolveram o fluxo de 
dinheiro devidamente registrado a débito e a crédito da conta caixa.
Existem dois métodos de elaboração da Demonstração de Fluxo de 
Caixa: o direto (evidencia as entradas e saídas de recursos com base nos 
movimentos de tesouraria); e o indireto (considera as movimentações 
com base nos registros, no balanço e demais aberturas contábeis).
A DFC considera a estruturação dos registros em três grupos de 
atividades, independentemente do método a ser adotado pela empresa:
 ▪ Atividades operacionais: São as principais atividades geradoras de 
receita da entidade.
 ▪ Atividades de investimento: São as atividades referentes à aquisição 
e à venda de ativos de longo prazo. 
 ▪ Atividades de financiamento: São aquelas que resultam em mudanças 
no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento 
da entidade.
A DFC é de grande valia para investidores e gestores financeiros, pois 
auxilia a tomada de decisões gerenciais.
Contabilidade Societaria 14
Referências
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as 
Sociedades por Ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l6404compilada.htm. Acesso em: 29 out. 2019.
BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga 
dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 
6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande 
porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações 
financeiras. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 29 out. 2019.
CPC. CPC 03 (R2) - Demonstração dos Fluxos de Caixa. Disponível em: 
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/
Pronunciamento?Id=34. Acesso em: 29 out. 2019.
IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade: das 
sociedades por ações. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Contabilidade Societaria 15
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=34
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=34
	Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC
	Para início de conversa…
	Objetivos 
	1. Conceitos, Objetivos e Importância - Legislação e Normas Aplicáveis
	1.1 A Classificação das Movimentações da DFC por Atividade
	2. Prática Contábil - Estrutura, Composição
e Conteúdo
	2.1 Estrutura da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)
	2.1.1 Método Direto
	2.1.2 Método Indireto
	3. Evidenciação: Notas Explicativas, “Ética Contábil Aplicável”
	Referências

Outros materiais