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ORQUIECTOMIA DE CÃES E GATOS COM CRIPTORQUIDISMO ABDOMINAL Membros : Eduardo Santana, Ana Paula Silva e Evillin Mourão Sá O QUE É O CRIPTORQUIDISMO EM CÃES E GATOS ▪ A condição acontece quando não ocorre a descida dos testículos do animal até o escroto, ficando na cavidade abdominal, na região inguinal ou pré-escrotal. Normalmente ocorre após o nascimento através de fibrose e contração do gubernáculo. ▪ O criptorquidismo pode ser classificado de duas formas: 1. congênito : ocorre durante o nascimento. 2. adquirido : ocorre após o nascimento, com o posicionamento inadequado dos testículos. ▪ O desenvolvimento dos testículos acontece, primeiramente, na cavidade abdominal e se desloca para a bolsa escrotal. Esse deslocamento se dá em três fases: iniciando pela migração intra- abdominal, seguida da intra-inguinal e, por último, o testículo migra para o escroto. Esse processo tem início por volta dos 5 (cinco) dias após o nascimento do animal, sendo concluído em 6 meses de idade com o fechamento do anel inguinal. ▪ função dos testículos : produção da testosterona e processo da espermatogênese. ▪ o animal pode ser parcialmente estéril (unilateral) ou totalmente estéril (bilateral), no entanto, continua funcional na produção de testosterona. ▪ Sendo assim, os animais acometidos podem ter libido exarcebada, urina com odor forte, comportamento territorial indesejado e, até mesmo, aumento da agressividade. ▪ Os cães têm testículos localizados em sacos escrotais externos à cavidade abdominal, o que possibilita temperaturas mais baixas à gônada. ▪ Nos gatos o escroto é perineal, fixo e comumente revestido por pelos. Localiza-se perto do ânus. COMO SABER SE OS TESTÍCULOS SÃO NORMAIS? CRIPTORQUIDISMO ABDOMINAL QUAIS OS FATORES DE RISCO PARA CRIPTORQUIDISMO ▪ Os testículos precisam estar na temperatura certa para que haja a produção de espermatozoides, por isso encontram-se fora da cavidade abdominal. Caso fiquem internos, a alta temperatura corporal prejudicará essa produção. ▪ Cães com testículos ectópicos (em lugares diferentes da bolsa testicular) possuem maior probabilidade de desenvolvimento neoplásico. ▪ animais acometidos podem desenvolver diversas complicações, como: 1. atrofia peniana ou testicular 2. infertilidade transitória ou permanente 3. neoplasias 4. sensibilidade e aumento de volume na região abdominal; 5. comportamento reprodutivo aumentado ou reduzido; DIAGNÓSTICO DE CRIPTORQUIDISMO EM CÃES E GATOS ▪ palpação a ausência testicular de forma unilateral ou bilateral ▪ exame ultrassonográfico : 1. confirmação do diagnóstico 2. tentativa de localização do testículo ectópico 3. auxiliar o cirurgião responsável pelo caso no planejamento cirúrgico. ▪ Caso não seja localizado o testículo faltante ou ambos, pode ser feita uma investigação por exame de dosagem de testosterona sanguínea. TRATAMENTO PARA O CRIPTORQUIDISMO EM CÃES E GATOS ▪ O tratamento deverá ser a orquiectomia, ou seja, a retirada cirúrgica dos testículos (que estão no escroto e na cavidade abdominal ou inguinal), para que o animal não se reproduza. Esse procedimento também evitará que neoplasias se desenvolvam no testículo que não realizou sua descida. ▪ hemograma, bioquímicos, cardiológicos e outros, poderão ser solicitados, de acordo com cada caso ou para avaliação pré-anestésica. ▪ Por ser um problema hereditário, não se considera ético realizar o tratamento medicamentoso ou cirúrgico para colocar o testículo no escroto, pois a condição será transmitida para os descendentes do animal com criptorquidismo. CASO CIRÚRGICO ▪ cão macho, com 7 anos, da raça Bichon Frisé, com hematúria, comportamentos agressivos e alta libido. O animal não tinha testículos palpáveis. O exame de ultrassonografia constatou que os testículos se encontravam em região abdominal e eram homogêneos e regulares. TÉCNICA CIRÚRGICA ▪ o animal posicionado em decúbito dorsal. ▪ tricotomia dos pelos da região abdominal até a face medial da coxa. ▪ a antissepsia no local da incisão/região tricotomizada com Clorexidine alcoólico e álcool 70%. ▪ Houve a primeira incisão, na região inguinal, a qual não obteve progresso em encontrar os testículos ▪ A segunda incisão, feita na linha média ventral, do umbigo até o púbis, a qual teve acesso ao testículo esquerdo, localizado na cavidade abdominal, cranial à bexiga. ▪ identificação do cordão espermático ocorreu com auxílio de uma pinça dente de rato e expôs o testículo. ▪ pinçamento para transecção das veias testícular e o ductor deferente. Em seguida, é feita a ligadura dupla do cordão espermático, com Poliglecaprone 3.0. ▪ - transecção das veias testículares e ductos do testículo direito, que se encontrava lateral, em relação ao esquerdo, na parte cranial da bexiga. O testículo apresentava atrofia. ▪ Feito os procedimentos com o testículo direito, de forma semelhante ao testículo esquerdo, com o afastador Faeabeuf e duas pinças Allis, afastando cranialmente da bexiga. TÉCNICA CIRÚRGICA ▪ identificação do cordão espermático, fazendo uma ligadura dupla no mesmo, verificando que não havia nenhum ponto de hemorragia ▪ iniciou – se o processo de sutura da incisão. primeiramente pela musculatura, com fio Poliglecaprone 3.0, sutura simples contínua, com ancoragem (Ponto de fixação da sutura) a cada três espaçamentos. ▪ Depois, subcutâneo, com o mesmo fio e utilizando sutura simples contínua também com pontos de fixação. ▪ Em seguida, a pele, com fio nylon 3.0., através de sutura simples separada. ▪ pós-operatório: colar elizabetano. Meloxicam : um comprimido SID durante 4 dias. Dipirona, BID durante 3 dias. Enrofloxacina BID durante 7 dias. Omeprazol SID durante 7 dias epomada Furanil em cada troca de curativo BID até retirada da sutura, 15 dias após a cirurgia. TÉCNICA CIRÚRGICA / PÓS OPERATÓRIO ▪ felino, macho, SRD, pesando 3 kg. Com ausência de ambos os testículos na bolsa escrotal e região inguinal do mesmo. ▪ exame ultrassonográfico : constatou-se a presença de ambos os testículos na cavidade abdominal. ▪ O testículo direito estava localizado caudal e lateral à bexiga (com a mesma repleta) e o testículo esquerdo adjacente ao cólon descendente, ambos superficiais e próximos a parede abdominal. CASO CIRÚRGICO ▪ paciente posicionado em decúbito dorsal ▪ tricotomia do arco costal até a face medial das coxas e posterior antissepsia com clorexidine degermante seguido de clorexidine alcoólico. ▪ A cavidade abdominal foi acessada por meio de incisão mediana retroumbilical. ▪ Posteriormente, o testículo esquerdo foi visualizado e tracionado, após a retroflexão da bexiga, e efetuou-se o pinçamento triplo, secção e ligadura circular dupla dos componentes do cordão espermático com fio poliglecaprone 3.0. ▪ Repetiu-se o procedimento no testículo contralateral e os mesmos não foram enviados para exame histopatológico. TÉCNICA CIRÚRGICA ▪ realizou-se o fechamento da cavidade abdominal em três planos ▪ sendo a aproximação da linha alba em padrão contínuo simples ▪ aposição do subcutâneo em zig-zag ▪ dermorrafia em padrão contínuo intradérmico com o fio absorvível poliglecaprone 3.0. ▪ tratamento pós-operatório: dipirona BID, durante três dias, meloxicam, SID, durante dois dias. ▪ paciente permaneceu com o uso de colar elizabetano por um período de 10 dias e posteriormente foi encaminhado para adoção. TÉCNICA CIRÚRGICA / PÓS OPERATÓRIO ▪ MOYA, Carla Fredrichsen et al. Criptorquidismo bilateral em cão: relato de caso. PUBVET, Guarapuava, v. 15, n. 11, p. 1–6, 2021. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/355823326_Criptorquidismo_bilateral_em_c ao_Relato_de_caso. Acesso em: 03 ago. 2022. ▪ Borges, T.B. et al. Criptorquidismo em gato: relato de dois casos. Enciclopédia Biosfera. Centro Científico Conhecer, 2014. Disponível em https://www.conhecer.org.br/enciclop/2014b/AGRARIAS/criptorquidimos%20em%20g atos.pdf. Acesso em 27/07/2023. ▪ Ramos, P.R.C. Distúrbios comportamentaissecundários em um felino criptorquida: Relato de caso. Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – UNICEPLAC, 2019. Disponível em https://dspace.uniceplac.edu.br/bitstream/123456789/201/1/Priscila_Ramos_0000661 .pdf. Acesso em 27/07/2023. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Slide 1: ORQUIECTOMIA DE CÃES E GATOS COM CRIPTORQUIDISMO ABDOMINAL Slide 2: O que é o criptorQUIDISMO em CÃES e GATOS Slide 3: Como saber se os testículos SÃo normais? Slide 4: CRIPTORQUIDISMO ABDOMINAL Slide 5: Quais os fatores de risco para criptorquidismo Slide 6: Diagnóstico de criptorquidismo em cães e gatos Slide 7: Tratamento para o criptorquidismo em cães e gatos Slide 8: Caso cirúrgico Slide 9: TÉCNICA CIRÚRGICA Slide 10: TÉCNICA CIRÚRGICA Slide 11: TÉCNICA CIRÚRGICA / PÓS OPERATÓRIO Slide 12: Caso cirúrgico Slide 13: Slide 14: TÉCNICA CIRÚRGICA / PÓS OPERATÓRIO Slide 15: Referências bibliográficas
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