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Apg 6- Síndrome do túnel do carpo

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Bruna Melnik Bellandi – 5º Período 
 
Apg 6-Síndrome do Túnel do carpo
Objetivos: 
1- Revisar a morfofisiologa da mão (nervos e tendões); 
2. Compreender a fisiopatologia, etiologia, manifestações clínicas e fatores de risco da Síndrome do Túnel 
do Carpo; 
3. Discutir o tratamento e diagnóstico da Síndrome do Túnel do Carpo. 
Anatomia da mão 
Músculos 
Grupo tenar: abdutor curto do polegar, adutor do polegar, flexor curto do polegar, opositor do polegar 
Grupo hipotenar: abdutor do dedo mínimo, flexor do dedo mínimo, opopsitor do dedo mínimo, palmar curto 
Grupo metacarpal: lumbricais, interósseos palmar, interósseos dorsais 
Ossos 
Carpo: escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, trapezoide, capitato, hamato 
Metacarpo: base, diáfise, cabeça 
Falanges: falanges proximal, média, distal 
 
A articulação do punho é a articulação sinovial radiocarpal entre o rádio e um disco articular que recobre a 
parte distal da ulna e as superfícies articulares dos ossos escafoide, semilunar e piramidal (articulações 
radiocarpal e radiocarpal distal [ulnocarpal em alguns livros]), as quais permitem ampla faixa de 
movimentos. Embora as articulações carpais (intercárpicas e mediocárpicas) estejam no punho, elas 
promovem movimentos de deslizamento e significativa extensão e flexão do punho. 
Túnel do Carpo e Compartimentos Extensores 
O túnel do carpo é formado pelo alinhamento arqueado dos ossos do carpo e pelo espesso retináculo dos 
flexores (ligamento carpal transverso), que recobre o túnel em sua superfície anterior. As seguintes 
estruturas passam pelo túnel do carpo: 
 Bruna Melnik Bellandi – 5º Período 
 
• Quatro tendões dos flexores superficiais dos dedos 
• Quatro tendões do flexores profundos dos dedos 
• Um tendão do flexor longo do polegar 
• Nervo mediano. 
 
O tendão do flexor radial do carpo está fora do túnel do carpo, mas está envolto em sua própria fáscia em 
luva no retináculo lateral dos flexores. As bainhas sinoviais circundam os tendões musculares no túnel do 
carpo e permitem movimentos deslizantes à medida que os músculos se contraem e relaxam. O arco cárpico 
palmar e o retináculo dos flexores previnem o “arco-encordoamento” dos tendões ao atravessarem a face 
anterior do punho. 
Os tendões dos extensores e suas bainhas sinoviais inserem-se na mão passando na face medial, dorsal e 
lateral do punho abaixo do retináculo dos músculos extensores, o qual segrega os tendões em seis 
compartimentos. Esses tendões estão envoltos em bainhas sinoviais do carpo, que permitem que os tendões 
deslizem suavemente abaixo do retináculo extensor. 
 
 Bruna Melnik Bellandi – 5º Período 
 
 
Inervação 
Nervo mediano e seus ramos (nervos digitais palmares comum e próprio) inervam predominantemente os 
músculos tenares. 
Nervo radial fornece inervação cutânea ao longo da parte externa do polegar. 
Nervo ulnar e seus ramos (superficial, profundo e dorsal) inervam os grupos hipotenar e metacarpal 
 
 Bruna Melnik Bellandi – 5º Período 
 
 
Síndrome do Túnel do Carpo 
A síndrome do túnel do carpo é um conjunto de sinais e sintomas ocasionados pela compressão do nervo 
mediano no punho. É a síndrome compressiva mais frequente no organis-mo. 
O túnel do carpo é um espaço anatômico na face anterior do punho, constituído no seu assoalho côncavo 
pelos ossos do carpo, como uma canaleta, e fechado acima pelo forte e inextensível “ligamento carpal 
transverso”. Ele é limitado radialmente pelo tubérculo do escafoide e pela crista do trapézio e ulnarmente 
pelos pisiforme e hâmulo do hamato. Pelo interior do túnel, passam nove tendões e suas bainhas sinoviais 
(quatro flexores superficiais, quatro flexores pro-fundos dos dedos e o flexor longo do polegar) e o nervo 
mediano. A pressão no interior do túnel aumenta com a fle-xão ou com a extensão do punho. Ainda que 
possam existir diversas causas para a síndrome do túnel do carpo, a maioria é de natureza idiopática e afeta 
com mais frequência as mulheres entre 40 e 60 anos. É bilateral em mais da metade dos pacientes. 
 
 
 
 Bruna Melnik Bellandi – 5º Período 
 
Fatores de risco 
• Menopausa (em razão de alterações hormonais) 
• Gravidez (retenção de líquido nos tendões) 
• Ovário policístico / Endometriose 
• Má postura 
• Diabetes 
• Artrose 
• Artrite Reumatóide 
• Hipotireoidismo. 
• Pós-fratura do punho 
• Movimentos repetitivos / uso do computador ou celular 
 
Manifestações clínicas 
A queixa principal é dormência seguida de dor e fraqueza na mão. A dormência tem característica de ser 
noturna e, em geral, é o sintoma inicial da patologia. É comum o paciente acordar do sono muitas vezes à 
noite com parestesia. A dormência é localizada no território do nervo mediano, isto é, na face palmar dos 
dedos polegar, indicador, médio e metade radial do anular. Com a progressão da compressão, a dormência 
passa a ocorrer também durante o dia, em atividades que requeiram segurar objetos a certa altura, como 
volante de automóvel, revistas, telefone e secador de cabelo. É frequente a queixa de coceira na palma da 
mão. Em etapas mais tardias, podem ocorrer alterações motoras, como fraqueza de oponência do polegar e 
hipotrofia tenar por comprometimento do ramo motor do mediano para o músculo abdutor curto do polegar. 
Diagnóstico 
No exame físico, dois testes são típicos para o diagnóstico clínico da síndrome do túnel do carpo: a 
percussão do nervo mediano na face volar do punho (teste de Tinel), cuja resposta é a sensação de choque 
elétrico irradiada até os dedos, e o teste de Phalen. Este consiste em manter flexão forçada do punho por 1 a 
2 minutos. Caso o paciente refira dormência nos dedos, sobretudo no dedo médio, é provável que ele 
apre-sente a síndrome. O teste pode ser realizado também com extensão do punho (Phalen invertido). Nas 
duas posições, a pressão no interior do túnel aumenta e reproduzem-se os sintomas. 
Um exame importante nesse diagnóstico diferencial é o da sensibilidade na região tenar. O ramo nervoso 
sensitivo para essa área emerge do mediano proximalmente ao túnel do carpo. Portanto, na síndrome do 
túnel do carpo, a sensibilidade na região tenar está normal, ao passo que, nas compressões mais altas, ela 
está alterada. 
A eletroneuromiografia é um excelente exame para ajudar a confirmar a compressão nervosa. Nos casos 
típicos e de longa duração, não há necessidade desse exame complementar para estabelecer o diagnóstico. 
Ele é útil quando se deseja conhecer a intensidade da compressão e na presença de comprometimento motor, 
assim como para auxiliar na pre-visão do tratamento cirúrgico. Apesar de ser um exame de alta sensitividade 
e especificidade, existe porcentagem de positividade em pacientes assintomáticos (falso-positivo) ou de 
negatividade (falso-negativo) em indivíduos sintomáticos. 
Tratamento 
Tanto o tratamento conservador quanto o cirúrgico têm indicações precisas. O conservador deve ser 
empregado em situações em que o fator causal da compressão for transitório, como na gravidez, ou quando 
os sintomas forem leves e recentes (até seis meses) ou, ainda, na presença de comprometimento sensitivo 
evidenciado pela eletroneuromiografia. O tratamento consiste, principalmente, no uso de órtese (tala gessada 
ou de Orthoplast), à noite, que deve ser feita para manter o punho em posição neutra (0°) para não aumentar 
a pressão dentro do túnel. Não havendo contraindicação (gravidez, gastrite), recomenda-se anti-inflamatório 
 Bruna Melnik Bellandi – 5º Período 
 
não hormonal. Em caso de gravidez, deve-se consultar sempre o obstetra. A combinação de 
infiltração de corticoide no túnel (apenas uma), imobilizaçãocom tala gessada por duas semanas e 
anti-inflamatório não hormonal tem apresentado resultados satisfatórios. Além dessas medidas, o paciente é 
orientado a observar a postura dos punhos, evitando movimentos ou trabalhos em posições de muita flexão 
ou posições que mantenham o punho e os dedos flexionados por período prolongado. 
A abordagem cirúrgica é indicada para os casos de fracasso do tratamento conservador ou para aqueles de 
longa duração, nos quais já exista, além das alterações sensitivas, comprometimento motor. Este, muitas 
vezes, só é detectado pela eletroneuromiografia, mas, em alguns casos, nota-se acentuada atrofia da região 
tenar. O tratamento cirúrgico clássico consiste em incisão curvilínea paralela à prega tenar, com pequena 
prolongação proximal à prega do punho, evitando cruzá-la em um ângulo reto. Há uma tendência atual pela 
“microincisão”, que não cruza a prega volar do punho. 
O túnel do carpo é aberto por incisão no forte ­“liga­mento carpal transverso”, tomando cuidado para 
proteger o nervo mediano. Essa incisão é do lado ulnar do nervo, para evitar lesão do ramo motor que 
emerge do lado radial do -mediano. Em geral, existe hipertrofia da sinóvia dos tendões flexores, cu-ja 
remoção é controversa e op-cional. É comum haver no nervo uma área estreitada de cerca de 2 cm, 
isquêmica, com dilatação proximal, proporcionando ao nervo o aspecto de ampulheta. 
A liberação endoscópica do túnel do carpo tem sido preconizada por muitos autores, e diversos endoscópios 
e equipamentos estão sendo descritos. É um tratamento promissor, mas ainda há obstáculos para tornar-se 
um procedimento de rotina. Apesar da pouca agressividade do método quanto às incisões cirúrgicas, 
obstáculos, como o custo do equipamento e a curva de aprendizado, ainda existem. As maiores vantagens, 
além das incisões diminutas, são o retorno mais rápido às atividades e os fatores relacionados à cicatrização. 
No entanto, parece apresentar um índice de complicação maior do que nos métodos abertos, como abertura 
incompleta do túnel, lesão do arco palmar superficial e lesões nervosas ou do nervo mediano ou de seu ramo 
motor. 
 
Referências: 
Hansen, John T. Netter Anatomia Clínica. Disponível em: Minha Biblioteca, (4th edição). Grupo GEN, 
2019. 
Ortopedia e Traumatologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Grupo A, 2017. 
Norris, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (10th edição). Grupo GEN, 
2021.

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