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LS BIOGÊNESE DA DENTIÇÃO O conhecimento dos padrões normais de desenvolvimento da oclusão é essencial para que desvios que saem do normal sejam detectados possibilitando a implantação de medidas preventivas, interceptativas ou corretivas. A dentição é dividida em 4 períodos: Período pré-natal Dentição decídua Dentição mista Dentição permanente INTRODUÇÃO Os recém-nascidos irão possuir: Roletes gengivais (ausência de dente e alvéolo) Pregas gengivais Abaulamentos (germes dos dentes decíduos). O freio labial será proeminente nessa fase. O objetivo das pregas é de aumentar e facilitar apreensão do bico do seio materno/mamadeira para a amamentação, ou seja, aumenta a área de atrito para facilitar a amamentação. Relação vertical: contactam-se somente na região posterior. Quando o bebê fecha a boca (eleva a mandíbula) irá ter contato apenas na região posterior e o rolete inferior ficar mais posterior que o rolete superior. A mandíbula por sua vez, será mais posterior (para trás). O bebê nasce com a mandíbula mais posterior justamente para facilitar a passagem pelo canal vaginal. Relação antero-posterior: rolete inferior 5-6mm para distal. INTRODUÇÃO Composta por 20 dentes (10 inferior e 10 superior), sendo eles: Incisivos centrais Incisivos laterais Caninos 1ºmolares 2ºmolares. DENTIÇÃO DECÍDUA NÃO TEM OS PRÉ-MOLARES ! Início (média): 6 meses (erupção dos incisivos inferiores). Término: 24 meses (erupção dos 2º molares decíduos). PRIMEIRA FASE Característica: sobremordida exagerada (incisivos superiores cobrem os inferiores), movimento de abertura e fechamento. Incisivos centrais inferiores: 6 meses Incisivos centrais superiores: 7 meses Incisivos laterais inferiores: 7 meses Incisivos laterais superiores: 9 meses Abaulamento gengival Pregas gengivais Transpasse vertical (overbite): valor normal de 0-20% (0 a 2mm) LS SEGUNDA FASE Característica: 1º levante da oclusão, redução da sobremordida; 1º sentido de oclusão. Ocorre o 1º levante de oclusão Erupção dos 1º molares Inferiores: 12 meses Superiores: 14 meses. Redução da sobremordida: quando começa a erupção dos primeiros molares, tendo contato posterior. 1º levante de oclusão: é o nome que se da quando há erupção dos molares e estabelecimento de contato com redução da sobremordida. É a fase em que a criança começa a treinar a mastigação. TERCEIRA FASE Característica: estabelecimento dos espaços primatas e estabelecimento da guia de caninos. Erupção dos caninos Inferiores: 16 meses Superiores: 18 meses Espaços primatas: ocorre na mesial do canino superior e distal do canino inferior. QUARTA FASE Característica: estabelecimento do plano terminal das faces distais dos 2ºmolares que podem ser reto, degrau mesial ou degrau distal. Erupção dos 2º molares: Inferiores: 20 meses Superiores: 24 meses O plano terminal é o plano formado pelas faces distais das coroas dos segundos molares. Na figura A (reto) e B (degrau mesial) possuem oclusão favorável. Em C (degrau distal) possui desarmonia. A diferença se da pelo tamanho dos dentes, como os molares que são um pouco maior. A desarmonia se da pela dificuldade da mandíbula crescer e ficar em harmonia com a maxila. CARACTERÍSTICAS DA DENTIÇÃO DECÍDUA Forma dos arcos: podem ser amplos, arredondados e superior circunscreve o inferior (superior é maior). O arco dentário permanente é mais longo e estreito que o arco dos dentes decíduos. LS Inclinação axial dos dentes: implantação vertical, paralelismo entre as raízes e ângulo interincisivo próximo a 180º. Diferente da dentição decídua, a dentição permanente terá a inclinação mesial/ anterior das coroas como é vista na imagem acima. Da dentição decídua os incisivos são verticais, já nos dentes permanentes os incisivos possuem inclinação da coroa para frente e raiz para trás (não tem implantação vertical). Além deles, todos os outros dentes possuem inclinação. Os dentes permanentes possuem essa inclinação surgindo a curva de Spee, essa curva deve existir para assim ter movimentos protrusivos da mandíbula (cortar o alimento). Ausência de curva de Spee e de Wilson: possui proximidade, em altura, entre ATM e plano oclusal e tem pouco desenvolvimento da cavidade glenoide. Por isso que não há a curva de Spee e de Wilson na dentição decídua, pois a ATM está no mesmo plano que os dentes decíduos. Na figura é possível ver a linha sem curvatura, pois a dentição decídua é vertical. Quando faz uma linha tocando as cúspides dos molares elas ficam todas no mesmo plano e no sentido antero- posterior nas cúspides dos molares e bordas incisais terá uma linha reta. Ocorre ate os 2 anos. ATM, cavidade glenoide e côndilo estão na mesma altura que o plano oclusal. Tipos de arcos (Baume) Tipo I: com espaços interdentais (diastemas e é favorável). Tipo II: sem espaços (não tem diastemas e tende ao apinhamento) Ambos os tipos são normais. Espaços primatas: Arco superior: distal do incisivo lateral (entre lateral e canino) Arco inferior: distal do canino (entre canino e 1ºmolar) Canino superior ocluir para distal do canino inferior Dentição permanente Dentição decídua Permanente Decídua Decídua Permanente LS A diferença é que o tipo I terá mais espaço para erupção dos dentes permanentes. Relação distal dos segundos molares decíduos: Reto: faces distais dos 2º molares decíduos superiores e inferiores estão no mesmo plano vertical. Degrau mesial: face distal do 2ºmolar decíduo inferior está mesial à face distal do superior Degrau distal: face distal do 2ºmolar decíduo inferior está distal à face a face distal do superior. Importância: a face distal do 2ºmolar decíduo serve de guia para erupção dos primeiros molares permanentes. Degrau mesial: favorece a erupção dos molares permanentes e oclui em chave de oclusão. Reto: no primeiro momento os molares não ficarão em chave de oclusão. Os molares decíduos serão substituídos pelos pré-molares permanentes, que são dentes menores, e com isso, os pré-molares permanentes irão ajudar na oclusão dos molares permanentes já erupcionados. Leeway Space: espaço promovido ao arco dental pela diferença de tamanho entre os dentes decíduos e os dentes permanentes. Chave de oclusão: a cúspide mésio-palatino do dente superior oclui na fossa central do inferior. Na visão vestibular, a cúspide vestibular superior oclui no sulco mésio-vestibular inferior. INTRODUÇÃO Período de transição: presença simultânea de dentes decíduos e permanentes. Início: erupção do 1º dente permanente (incisivo inferior ou 1ºmolar inferior). Término: esfoliação do último dente decíduo. Dentes sucessores: substituem um dente decíduo (antecessor). Os dentes sucessores inclui de incisivos até o 2ºpré-molar permanente. Dentes adicionais: erupcionam sem a presença de um antecessor (os dentes adicionais inclui os molares permanentes). Os molares erupcionam atrás do dente decíduo (1ºmolar permanente erupciona atrás do 2ºmolar decíduo). Plano terminal reto Degrau mesial Degrau distal São normais Transpasse vertical (overbite): valor normal de 50% (4 a 5mm) LS ERUPÇÃO DOS DENTES PERMANENTES Erupção é o processo de desenvolvimento que movimenta um dente desde a sua posição na cripta óssea, no processo alveolar, até atingir sua posição na cavidade bucal ao ocluir com seu antagonista. O crescimento vertical do osso alveolar ocorre de forma intensa nessa fase da dentição mista. Equilíbrio muscular: língua, lábios,bochechas. A musculatura irá ajudar a guiar os dentes permanentes. Guias dos dentes permanentes: os dentes decíduos e o equilíbrio muscular. Estágio de Nolla: desenvolvimento do germe do dente permanente ate sua erupção. CRONOLOGIA DE ERUPÇÃO 6 anos: 1º molares superiores e inferiores Ocorre o 2º levante da oclusão (há contato oclusal dos molares). 7 anos: incisivo central inferior e superior. 8 anos: incisivo lateral inferior e superior. Terá o período de descanso. Perímetro do arco: terá maior incliação vestibular dos incisivos permanentes, utilização do espaço primata (incisivos), aumento da distância intercaninos e crescimento em largura da mandibula. Na radiografia mostra se o individuo pode ou não ter o dente Já inicia o movimento eruptivo O dente já aparece na cavidade oral Estágios importantes LS Fase do patinho feio: diastemas ente os incisivos superiores, inclinação axial dos incisivos laterais superiores para distal, sobremordida profunda e transpasse horizontal (overjet) aumentado. É normal os incisivos permanentes erupcionarem tortos na cavidade oral, pois quando eles estavam intraoral o espaço era limitado. Ao erupcionar, aos poucos eles irão se acomodar na cavidade oral com a ajuda da musculatura (lingua, lábio e bochecha). A fase do patinho feio terá presença de dentes inclinados para frente, com coloração mais amarelados, e sobremordida profunda por causa da coroa dos incisivos superiores serem maiores. As diastemas existem pois existe o germe do canino que ainda não erupcionou. As raizes dos incisivos laterais permanentes ficam convergindo para linha média e a coroa fica para distal para poder acomodar o germe do canino. Isso melhora quando o canino erupciona. 9 anos: reabsorção radicular dos caninos e molares decíduos. 11 anos: erupção quase simultânea dos caninos inferiores, 1º pré-molares inferiores e 1º pré-molares superiores. 12 anos: erupção dos caninos superiores, 2º pré-molares e 2º molares superiores. Ocorre o 3º levante da oclusão (erupção dos molares e diminuição da sobremordida). ESTABELECIMENTO DA CHAVE DE OCLUSÃO Será influenciado por: Aproveitamento do Leeway space Plano terminal dos 2º molares Ajuste molar Plano terminal reto Degrau mesial Degrau distal LS Leeway Space: espaço promovido ao arco dental pela diferença de tamanho entre os dentes decíduos e os dentes permanentes (caninos e molares decíduos/caninos permanentes e pré-molares). Os espaços são aproveitados com a mesialização dos molares permanentes, fechando-os. A sobra de espaço do arco superior é menor que a sobra de espaço inferior. A sobre do espaço inferior é maior, então o molar inferior irá mesializar mais que o molar superior, ajustando a oclusão. Em média, existe “sobra” de 1,8mm de espaço no arco superior (0,9mm de cada lado) e 3,4mm no arco inferior (1,7mm de cada lado). Molar permanente: cúspide mésio-vestibular superior ocluindo na direção da ponta da cúspide do molar inferior (plano terminal reto). Molar permanente: molar erupcionou na oclusão correta. O molar inferior sempre está mais a frente que o molar superior (oclusão normal). INTRODUÇÃO A dentição permanente possui 32 dentes, sendo 8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares (contando com os 3ºmolares/sisos). A dentição permanente fica completa entre 11 e 12 anos de idade. FORMA DOS ARCOS A forma do arco varia em comprimento, largura e formato de acordo com a arquitetura craniofacial de cada indivíduo. Na ortodontia deve preservar essa arquitetura do crânio e arco dentário. LINHA DE OCLUSÃO É uma linha imaginária através da qual, em forma e posição, os dentes devem estar em harmonia quando em oclusão normal. A linha de oclusão no arco superior: passará pelos pelo cíngulo (dentes anteriores) e pelos sulcos centrais (dentes posteriores). É onde os dentes inferiores ocluem. A linha de oclusão no arco inferior: passará pelas bordas incisais (dentes anteriores) e pelas cúspides de trabalho/vestibulares (dentes posteriores). Figura 1: normalmente os dentes ântero-superiores sobrepõem os dentes anteriores inferiores em quase a metade do comprimento de suas coroas (sobremordida/overbite). Figura 2: relação interarco normal dos dentes anteriores mostrando dois tipos de transpasse (horizontal (TO) e vertical (TV)). Overjet. Plano terminal reto (oclusão de topo) Degrau mesial (chave de oclusão) Pré-molar permanente Molar decíduo LS Chave de oclusão: na visão vestibular, a cúspide mésio-vestibular do 1ºmolar superior oclui no sulco mesio- vestibular do 1ºmolar inferior. Na visão oclusal/lingual a cúspide mésio-palatina superior do 1ºmolar superior (trabalho) oclui na fossa central do antagonista. CONTORNO DOS ARCOS DENTÁRIOS Linha imaginária na vestibular dos dentes. A linha será de forma irregular devido às diferenças anatômicas (volume) dos dentes, como os incisivos, caninos e molares (mais volumoso). Diferenças no volume dentário V-L. Reentrâncias: in set (incisivo lateral superior). Saliências: off set (canino superior,1ºmolar superior ; canino, 1ºpré e 1º molar inferior ). IMPLANTAÇÃO DOS DENTES PERMANENTES Na dentição permanente a parte anterior das coroas há uma inclinação para mesial. Incisivos até caninos terão uma inclinação maior. Essa inclinação das coroas para frente faz surgir a linha de Spee e a curva de Wilson. Curva de Spee: possibilita os movimentos protrusivos da mandíbula ao cortar um alimento. Essa curva existe devido a inclinação dos dentes permanentes e a raiz que é distalizada. É a curvatura no sentido ântero-posterior, passando pelas bordas incisais dos dentes anteriores e cúspides vestibulares dos dentes posteriores. Estebelece uma proporção adequada da sobremordida na região anterior. Fornece o poder cortante dos dentes anteriores Promove uma separação mais uniforme e paralela dos planos inclinados oclusais superiores e inferiores quando a mandíbula é movimentada para baixo e torna a se elevar para restabelecer o contato oclusal. Permite a manutenção de uma superfície oclusal de contato quando a mandíbula é movimentada para frente. Inclinações axiais: Superior: coroa inclinada para vestibular. Inferior: coroa inclinada para lingual. No sentido vestíbulo-lingual as coroas dentárias são inclinadas. No ápice superior a coroa é inclinada para vestibular e no ápice inferior a face vestibular da coroa é inclinada para lingual. Essa inclinação é para fazer o surgimento da curva de Wilson, que é no sentido latero-lateral (frontal). Ápice inferior (coroa p/lingual) Ápice superior (coroa p/vestibular) LS Curva de Wilson: facilita o movimento de lateralidade. É a linha imaginária no sentido transversal, de concavidade voltada para a base do crânio, que passa pelas cúspides vestibulares e linguais dos dentes posteriores. Lateralidade para direita: o lado esquerdo não pode haver contato entre os dentes, se não interfere no movimento mastigatório. Lateralidade para esquerda: o lado direito não pode haver contato entre os dentes. Ex.: o paciente está mastigando o alimento do lado esquerdo, e com isso não pode ter contato dos dentes do lado direito. O que possibilitada os movimentos mastigatórios livres de interferências são as curvaturas de Spee e a curvatura de Wilson, que existem devido aos dentes permanentes terem inclinações. A curva de Wilson serve para ter: Resistência à carga mastigatória Função mastigatória (acomodação das cúspides palatinas superiores no sulco principal dos dentes inferiores); Permitir osmovimentos de lateralidade. Contatos proximais: importantes para a estabilização dos arcos dentários pelo contato recíproco dos dentes e pela distribuição de forças. O que mantem em posição é o equilíbrio de forças. Quando uma pessoa perde um elemento dentário e não reabilita imediatamente, os dentes vizinhos irão se inclinar em direção ao espaço a fim de ter um ponto de contato. Visão oclusal: o ponto de contato está para vestibular (incisivos próximos a face vestibular e dentes posteriores estão entre o terço vestibular e médio). SOBREMORDIDA (overbite) É o transpasse vertical dos incisivos superiores sobre os incisivos inferiores quando as arcadas estão fechadas. Valor normal (dentição permanente): os incisivos superiores cobrem um terço da coroa dos incisivos inferiores (20 a 30% - 3 a 4 mm). Dentição decídua: 0% a 20% (0 a 2 mm). Dentição mista: 50% (4 a 5 mm). SOBRESSALIÊNCIA (overjet) É o transpasse no sentido horizontal dos incisivos superiores sobre os incisivos inferiores. Valor normal: 2 a 3 mm / 3 a 4mm. CONSIDERAÇÕES FINAIS A oclusão dentária normal implica no correto relacionamento entre os dentes. Os dentes tem sua posição ideal com relação a maxila e mandibula (base ósseas). Das bases ósseas com a anatomia craniana (da maxila a base crânio). Crescimento e desenvolvimento, posição e correlação normais de todos os tecidos e estruturas adjacentes.
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