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COMPOSIÇÃO AULA 4- Gestalt

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COMPOSIÇÃO 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Eliza Yukiko Sawada Timm 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, vamos conhecer a teoria da Gestalt, seu surgimento e suas 
aplicações no mundo prático e descobrir qual é a sua importância na 
comunicação visual. 
CONTEXTUALIZANDO 
Por que algumas formas nos parecem confusas e pouco legíveis? Qual é 
o problema com elas? É justamente para responder a essas questões que 
utilizamos a Gestalt, ou a teoria da forma. Entender como processamos as 
imagens no cérebro faz toda a diferença na hora de realizar um projeto de 
design. 
TEMA 1 – O QUE É GESTALT? 
A Gestalt ou teoria da forma surgiu na psicologia experimental. Considera-
se que foi Von Ehrenfels, filósofo vienense, o precursor da psicologia da Gestalt 
no final do século XIX. Mais tarde, em 1910, teve início efetivo a Escola de 
Psicologia Experimental com Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka na 
Universidade de Frankfurt na Alemanha. 
A Gestalt contribuiu de forma relevante nos estudos da percepção, 
linguagem, inteligência, aprendizagem, memória, motivação, conduta 
exploratória e dinâmica de grupos sociais. Por meio de numerosos estudos e 
pesquisas experimentais, os gestaltistas formularam suas teorias. A teoria da 
Gestalt, extraída de uma rigorosa pesquisa, sugere uma resposta ao porquê de 
umas formas agradarem mais e outras não. Essa teoria vem se opor ao 
subjetivismo, pois a psicologia da forma se apoia na fisiologia do sistema 
nervoso, quando procura explicar a relação sujeito-objeto no campo da 
percepção (Gomes Filho, 2000). 
Em termos de composição, conhecer a teoria da Gestalt é muito 
importante, já que aborda de forma objetiva como percebemos todas as formas 
ao nosso redor, sejam elas objetos, paisagens ou imagens bidimensionais. 
 
 
 
 
 
3 
TEMA 2 – TEORIA DA GESTALT 
Segundo a teoria da Gestalt, o que acontece no nosso cérebro não é 
idêntico ao que acontece na nossa visão (retina). A excitação cerebral não se dá 
em pontos isolados, mas por extensão. Não existe na percepção da forma, um 
processo posterior da associação das várias sensações. A primeira sensação já 
é de forma, já é global e unificada (Gomes Filho, 2000). 
A excitação cerebral se dá em função da imagem total pela relação 
recíproca das suas várias partes dentro do todo. Observe as imagens de ilusão 
de ótica a seguir: na primeira, apesar de as linhas horizontais serem paralelas, 
a sensação que temos é que estão inclinadas e não paralelas; na segunda 
imagem, os dois círculos centrais são iguais e, embora pareçam diferentes, têm 
o mesmo tamanho. 
Figura 1 – Ilusão de ótica 1 Figura 2 – Ilusão de ótica 2 
 
Fonte: Gomes Filho, 2000. 
Não vemos quadrado por quadrado, linha por linha, ou então 
circunferência por circunferência, e sim as imagens como um todo. Isto é, não 
vemos partes isoladas, mas relações. Para a nossa percepção, que é resultado 
de uma sensação global, as partes são inseparáveis do todo e são outra coisa 
que não elas mesmas, fora desse todo (Gomes Filho, 2000). 
Todo o processo consciente, toda forma percebida está estreitamente 
relacionada com as forças integradoras do processo cerebral. A hipótese da 
Gestalt, para explicar a origem destas forças integradoras, é atribuir ao sistema 
nervoso central um dinamismo autorregulador que, à procura de sua própria 
estabilidade, tende a organizar as formas em todos unificados. Essa organização 
cerebral é espontânea, independente de nossa vontade e de qualquer 
aprendizado. A escola da Gestalt vem possibilitando respostas a muitas 
questões sobre o fenômeno da percepção (Gomes Filho, 2000). 
 
 
4 
De acordo com Gomes Filho (2000), para explicar por que vemos as 
coisas como as vemos, a Gestalt estabelece uma primeira divisão geral entre as 
forças externas e internas. 
As forças externas são constituídas pela estimulação da retina através da 
luz proveniente do objeto exterior. 
Figura 3 –Estimulação da retina pela luz 
 
Essas forças têm origem no objeto que olhamos, ou melhor, nas 
condições de luz em que se encontram. 
Já as forças internas têm a sua origem, segundo a hipótese da Gestalt, 
num dinamismo cerebral que se explicaria pela própria estrutura do cérebro. A 
maneira como se estruturam essas formas obedecem a uma certa ordem, isto é, 
essas forças internas de organização se processam mediante relações 
subordinadas as leis gerais. Para isso é necessária uma análise específica de 
alguns princípios básicos regendo as forças internas de organização (Gomes 
Filho, 2000). 
Essas constantes das forças de organização são o que os gestaltistas 
chamam de padrão, princípios básicos ou lei de organização da forma de 
percepção. São essas forças ou esses princípios que explicam por que vemos 
as coisas de uma determinada maneira e não de outra. 
As forças iniciais mais simples, que regem o processo da percepção da 
forma visual, são as forças de segregação e unificação. 
• Segregação: agem em virtude de desigualdade de estimulação; 
• Unificação: agem em virtude da igualdade de estímulos. 
 
 
 
 
5 
Figura 4 – Segregação Figura 5 – Unificação 
 
 
Para a formação de unidade, é necessário que haja descontinuidade de 
estímulos, ou que haja contraste. Se houver uma estimulação homogênea ou 
falta de contraste, nenhuma forma será percebida. 
Figura 6 – Contraste e falta de contraste 
 
No exemplo acima, o vermelho constitui fundo inseparável da unidade 
percebida. Não podemos perceber unidades visuais isoladas, mas sim relações. 
Um na dependência de outro (Gomes Filho, 2000). 
Na próxima imagem de ilusão de ótica, vemos o tamanho dos retângulos 
na dependência da sua posição dentro do ângulo. Para a nossa percepção não 
existe nenhuma qualidade absoluta de cor, brilho ou forma. Há apenas relações. 
Figura 7 – Ilusão de ótica – O primeiro retângulo parece maior que o segundo 
 
Fonte: Gomes Filho, 2000. 
 
 
 
6 
 Wertheimer explica um novo fator de organização da forma que é o 
fechamento, importante também para a formação de unidades (Gomes Filho, 
2000). As forças de organização dirigem-se espontaneamente para uma ordem 
espacial que tende para a unidade tão completamente quando possível do resto 
do campo, pois existe a tendência psicológica de unir intervalos e estabelecer 
ligações (Gomes Filho, 2000). 
Nos exemplos a seguir, apesar de os desenhos não estarem fechados, 
identificamos claramente cada uma das formas. 
Figura 8 – Fechamento da forma 
 
 
Outro fator de organização é a boa continuidade. Toda unidade linear 
tende, psicologicamente, a se prolongar na mesma direção e com o mesmo 
movimento 
Figura 9 – Boa continuidade 
 
 
No próximo exemplo com formas curvas, notamos que, no primeiro 
desenho não há uma boa continuidade, porém no segundo o seu arranjo 
proporciona uma boa continuidade. Esse exemplo ilustra o fato de sempre 
termos uma certa impressão de como as partes sucessivas se seguirão uma às 
outras, isto é, que a nossa organização tende a se orientar no sentido da boa 
continuidade (Gomes Filho, 2000). 
 
 
 
 
7 
Figura 10 – Boa continuidade 
 
 
Fonte: Gomes Filho, 2000. 
É em função da boa continuidade que organizamos uma ou mais formas. 
É por isso que na imagem a seguir vemos um retângulo com uma linha no meio 
e não dois quadriláteros irregulares, porque as linhas do retângulo teriam que se 
quebrar, forçando a boa continuidade. Já na outra imagem, vemos dois 
hexágonos juntos pela boa continuidade. 
Figura 11 – Boa continuidade 
 
 
 
Fonte: Gomes Filho, 2000. 
A lei da boa continuidade, de acordo com a Gestalt, explica não só as 
formas bidimensionais, mas também as tridimensionais ou a percepção do 
espaço. 
Observe as figurasa seguir: a figura A nos parece bidimensional, por suas 
linhas apresentarem continuação e pela regularidade das diagonais. A figura B 
é ambígua, pois pode parecer bi ou tridimensional. Perceba que a continuação 
da vertical impede uma percepção mais definida do espaço. Na figura C, a 
percepção é claramente tridimensional, pois há quebra e irregularidade nas 
linhas, sendo difícil uma organização em continuidade. 
 
 
 
 
 
8 
Figura 12 – Percepção da forma tridimensional pela boa continuidade 
 
 
Fonte: Gomes Filho, 2000. 
Há ainda dois fatores de organização que são os mais elementares: a 
proximidade e a semelhança. 
Proximidade: elementos próximos uns aos outros tendem a ser vistos 
como uma unidade. Quanto menor a distância entre dois pontos, maior será a 
unificação (Gomes Filho, 2000). 
 No exemplo a seguir, é possível identificar os grupos de três estrelas pela 
sua proximidade. 
Figura 13 – Proximidade 
 
 
Semelhança: a igualdade de forma e cor desperta a tendência dinâmica 
de constituir unidades, de estabelecer agrupamento das partes semelhantes. 
Figura 14 – Unidades por semelhança de cor e forma 
 
 
A semelhança exerce fator mais forte de organização que a proximidade. 
Somente a proximidade não basta para explicar o agrupamento de elementos. É 
 
 
9 
necessário que estes tenham qualidades em comum. Semelhança e 
proximidade são dois fatores que agem em comum, e muitas vezes se reforçam 
ou se enfraquecem (Gomes Filho, 2000). 
Neste exemplo, não existe um agrupamento ou uma unidade, apesar da 
proximidade do hexágono e do ponto. Semelhança e proximidade são dois 
fatores que agem em comum. 
Figura 15 – Não há agrupamento ou unidade 
 
 
Fonte: Gomes Filho, 2000. 
No exemplo a seguir, vemos filas bem definidas de formas maiores e 
menores, que se reforçam mutuamente, que nos mostram que há uma ordem no 
agrupamento das partes dentro do todo. 
Figura 16 – Unidades por semelhança e proximidade 
 
Fonte: Gomes Filho, 2000. 
A Gestalt constata ainda um princípio geral que abrange todos os outros. 
É o princípio da pregnância da forma ou força estrutural. De acordo com esse 
princípio, as forças de organização da forma tendem a se dirigir tanto quanto o 
permitirem as condições dadas no sentido da clareza, da unidade, do equilíbrio 
e da boa forma. 
 
 
10 
Foi mediante um grande número de experimentos do gênero, em que 
foram empregadas figuras simples que a teoria da Gestalt foi fundamentada, 
estabelecendo de modo nítido o valor da experiência no fenômeno da percepção 
(Gomes Filho, 2000). 
TEMA 3 – LEIS DA GESTALT 
Por meio do sistema de leitura visual da forma, agora avançar um pouco 
nas leis da Gestalt sobre o objeto, entendendo objeto como qualquer 
manifestação visual concreta passível de ser lida, analisada e interpretada 
formalmente. 
Com base nessas leis, foi criado o suporte sensível e racional da leitura 
visual, que permite e favorece todo e qualquer analítica e interpretativa da forma 
do objeto (Gomes Filho, 2000). 
3.1 Unidade 
A unidade pode ser a junção de vários elementos em uma só, ou como 
parte de um todo. As unidades formais são geralmente percebidas por meio da 
relação entre os elementos que as constituem. 
 Na imagem a seguir, conseguimos identificar uma unidade formada pelo 
grupo de pessoas, pela proximidade entre os elementos e pelas similaridades. 
Por outro lado, podemos considerar cada pessoa como uma unidade ou como 
uma subunidade, dentro do todo. 
Figura 17 – Unidade 
 
Fonte: G-Stock Studio/Shutterstock. 
 
 
11 
3.2 Segregação 
Segregação é a capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar 
ou destacar unidades formais em um todo compositivo. 
Para efeito de leitura visual, podem-se estabelecer níveis de segregação. 
Por exemplo, identificam-se apenas as unidades principais de um todo mais 
complexo, desde que isso seja suficiente para o objeto desejado de análise ou 
interpretação da forma do objeto (Gomes Filho, 2000). 
Na imagem a seguir, conseguimos identificar e separar com facilidade 
cada uma das unidades: a água, a grama, o pedalinho e as duas pessoas. 
Figura 18 – Segregação 
 
Fonte: acervo Eliza Sawada Timm, 2005. 
3.3 Unificação 
A unificação se verifica quando os fatores de harmonia, equilíbrio, 
ordenação visual e sobretudo a coerência da linguagem formal das partes ou do 
todo estão presentes no objeto ou composição. 
O símbolo do ying-yang sintetiza exemplarmente o fator de unificação da 
figura pelo seu equilíbrio simétrico, com os pesos visuais contrabalanceados e 
distribuídos homogeneamente. Sua harmonia é plena, e o contraste dos seus 
elementos valoriza e torna a figura mais expressiva plasticamente. Outro 
exemplo é a Torre Eiffel, cuja unificação é notável pelos fatores de proximidade 
e semelhança, predominante em muitas das suas unidades compositivas e pelo 
seu equilíbrio perfeito, em função dos pesos visuais simetricamente 
contrabalanceados e distribuídos homogeneamente. A harmonia da figura como 
 
 
12 
um todo apresenta alto grau de ordenação. O contraste de verticalidade presente 
confere leveza e sentido de elevação à torre (Gomes Filho, 2000). 
Figura 19 – Unificação – Ying-yang 
 
Fonte: Oligo22/Shutterstock. 
Figura 20 – Unificação – Torre Eiffel 
 
3.4 Fechamento 
O fechamento é importante para a formação de unidades. A sensação de 
fechamento se dá pela continuidade da ordem estrutural, por meio do 
agrupamento de elementos de maneira a construir uma figura total (Gomes Filho, 
2000). 
 
 
13 
Observe a marca da WWF, que utiliza muito bem a lei de fechamento da 
Gestalt. 
Figura 21 – Fechamento – Marca da WWF 
 
Fonte: Kametaro/Shutterstock. 
Figura 22 – Fechamento 
 
 
 
3.5 Continuidade 
A boa continuidade é a impressão visual de como as partes se sucedem 
por meio da organização perceptiva da forma de modo coerente, sem quebras 
ou interrupções na sua trajetória ou na sua fluidez visual. 
A boa continuidade atua ou concorre no sentido de se alcançar a melhor 
forma possível do objeto, a mais estável (Gomes Filho, 2000). 
 O círculo é evidentemente a configuração formal de melhor continuidade, 
uma vez que o percurso não sofre nenhuma interrupção ou desvio no seu 
percurso. No exemplo, apesar de as cores apresentarem uma mudança, formam 
unidades com boa continuação. 
 
 
14 
Figura 23 – Boa continuidade 
 
Figura 24 – Boa continuidade 
 
Fonte: Blackday/Shutterstock. 
3.6 Proximidade 
Elementos próximos tendem a ser vistos como um conjunto e constituem 
um todo ou unidades dentro do todo. Em condições iguais, os estímulos estão 
mais próximos entre si, seja por forma, cor, tamanho, textura, brilho, peso ou 
direção. 
 Proximidade e semelhança são dois fatores que muitas vezes agem em 
comum e se reforçam mutuamente, tanto para constituírem unidades quanto 
para unificarem a forma (Gomes Filho, 2000). 
 Na imagem a seguir, consideramos uma unidade formada por peixes pela 
sua proximidade e pela semelhança cromática e formal. 
 
 
 
15 
Figura 25 – Proximidade 
 
Fonte: Coz/Shutterstock. 
3.7 Semelhança 
A igualdade de forma e de cor desperta a tendência de se construir uma 
unidade, isto é, de estabelecer agrupamentos de partes semelhantes. As 
semelhanças podem ser de forma, cor, tamanho, peso, direção etc. Os estímulos 
originados por semelhança e em maior proximidade terão maior tendência a 
serem agrupados e constituírem unidades. 
Semelhança e proximidade são fatores que, além de concorrerem para a 
formação de unidades, concorrem também para promoverem a unificação do 
todo, no sentido da harmonia, ordem e equilíbrio visual (Gomes Filho, 2000). 
No exemplo a seguir, vejam que as formas e as cores são harmoniosas, 
têm ordem e equilíbrio, formam uma coleção pelas semelhanças de linguagem 
forma e cor. 
Figura 26 – Semelhança 
 
Fonte: Elena Zolotukhina/Shutterstock.16 
3.8 Pregnância da forma 
De acordo com Gomes Filho (2000), a pregnância é a lei básica da 
percepção visual da Gestalt. 
De acordo com gomes Filho (2000), “Qualquer padrão de estímulo tende 
a ser visto de tal modo que a estrutura resultante é tão simples quanto o 
permitam as condições dadas” e “As forças de organização da forma tendem a 
se dirigir tanto quanto o permitam as condições dadas, no sentido da harmonia 
e do equilíbrio visual”. 
Uma boa pregnância pressupõe que a organização formal do objeto 
tenderá a ser sempre a melhor possível, do ponto de vista estrutural. Assim, para 
efeito desse sistema, pode-se afirmar e estabelecer o seguinte critério de 
qualificação ou julgamento organizacional da forma: 
• Quanto melhor for a organização visual da forma do objeto, em termos de 
compreensão e rapidez de leitura ou interpretação, maior será o seu grau 
de pregnância; 
• Quanto pior ou mais confusa for a organização visual da forma do objeto, 
menor será o grau de pregnância. Para facilitar o julgamento da 
pregnância, pode-se estabelecer um grau, ou um índice de pontuação 
como baixa, média e alta pregnância (Gomes Filho, 2000). 
Figura 27 – Cartaz pregnante Figura 28 – Cartaz não pregnante 
 
Fonte: Ajaibs/Shutterstock. 
 
 
17 
Figura 29 – Imagem pregnante Figura 30 – Imagem não pregnante 
 
Fonte: Pipas Imagery/Shutterstock; Trekandshoot/Shutterstock. 
Figura 31 – Pregnante, média pregnância e baixa pregnância 
 
TEMA 4 – CATEGORIAS CONCEITUAIS 
 Além das leis da Gestalt, foram acrescentadas duas classes de categorias 
conceituais para complementarem esses sistemas de leitura visual. Essas 
categorias (harmonia, contraste e equilíbrio visual) têm como finalidade, além de 
darem embasamento e consistência às leis da Gestalt, concorrem também como 
poderosas forças de organização formal nas estratégias compositivas (Gomes 
Filho, 2000). 
 A harmonia diz respeito à disposição formal bem organizada no todo ou 
entre as partes de um todo. Na harmonia, predominam os fatores de equilíbrio, 
de ordem e de regularidade visual, possibilitando uma leitura simples e clara. A 
 
 
18 
harmonia é, em síntese, o resultado de uma perfeita articulação visual na 
integração e coerência formal das unidades ou partes daquilo que é visto 
(Gomes Filho, 2000). 
 Na imagem a seguir, a ênfase do fator harmonia se caracteriza 
principalmente na organização formal como um todo, na qual o equilíbrio é 
contrabalanceado em função dos pesos visuais originados pelas cores em 
tonalidades claras e escuras, sobrepostas a um fundo difuso, que realçam a 
figura feminina, valorizada pelo posicionamento na composição. 
Figura 32 – Composição harmoniosa 
 
Fonte: Adam Jan Figel/Shutterstock. 
Outro fator importante na leitura visual é a clareza, que pode se 
manifestar, independentemente se o objeto apresenta uma estrutura formal 
simples, com poucas unidades, ou complexa, com muitas unidades compositivas 
(Gomes Filho, 2000). 
Observe os exemplos a seguir: a primeira imagem apresenta apenas duas 
unidades visuais, o que lhe confere simplicidade; já a segunda imagem é 
complexa, apresenta muitas unidades e requer mais tempo para identificar os 
elementos da imagem. 
 
 
 
19 
Figura 33 – Estrutura formal simples – com poucas unidades compositivas 
 
Fonte: acervo Eliza Sawada Timm, 2007. 
Figura 34 – Estrutura formal complexa – com muitas unidades compositivas 
 
Fonte: Anton Ivanov/Shutterstock. 
A ambiguidade é outro fator que concorre para a identificação geométrica 
ou orgânica da forma, podendo induzir a interpretações diferentes daquilo que é 
visto, podendo comprometer a clareza da informação ou configuração do objeto. 
É uma forma utilizada para produzir efeitos interessantes do ponto de vista da 
instigação visual (Gomes Filho, 2000). 
 
 
20 
A primeira imagem é clássica: a ambiguidade entre um vaso central e o 
perfil de duas pessoas frente a frente. Na segunda imagem, a ambiguidade 
acontece em função do efeito de ilusão de ótica: a configuração que o desenho 
transmite é uma representação impossível. 
Figura 35 – Ambiguidade Figura 36 – Ambiguidade e ilusão de ótica 
 
 
TEMA 5 – LEITURA VISUAL DA FORMA 
 Vamos fazer agora uma análise do cartaz a seguir de acordo com as leis 
da Gestalt e verificar se ele é pregnante ou não. 
 Acompanhe: 
Figura 37 – Análise do cartaz 
 
Fonte: Decobrush/Shutterstock. 
 
 
21 
• Unidade – apesar de haver vários elementos no cartaz, eles estão 
agrupados em unidades bem definidas por semelhança e proximidade. 
Depois dessa primeira leitura, identificamos cada elemento também de 
forma fácil e clara; 
• Segregação – é possível destacar os vários elementos que compõem 
cartaz com facilidade; 
• Unificação – existe a unificação com base na aproximação dos 
elementos e na sua leitura diferenciada; 
• Fechamento – esse conceito é composto em função da distinção dos 
elementos com base na leitura de suas formas; é o que se enxerga na 
circunferência central e nos grupos de texto; 
• Continuidade – compreendemos qualquer padrão como contínuo, 
mesmo que ele se interrompa. É o que nos faz ver a circunferência; 
• Proximidade – elementos próximos são considerados partes de um 
mesmo grupo, como no caso da circunferência e dos grupos de texto; 
• Semelhança – agrupamos elementos parecidos, instintivamente. 
Perceba que, por mais que você tente evitar, a circunferência é clara no 
cartaz; 
• Pregnância – embora a imagem pareça confusa, ela possui uma boa 
pregnância, pois o cartaz tem organização formal, é claro e objetivo. A 
circunferência é facilmente destacada, mesmo que formada por uma série 
de outros elementos. 
TROCANDO IDEIAS 
Pesquise e selecione um cartaz que você considere pregnante e um não 
pregnante e realize análises em grupo. 
NA PRÁTICA 
 Que tal fazer a análise da forma agora? Observe a imagem a seguir e 
realize a sua análise de acordo com as leis da Gestalt. 
• Unidade; 
• Segregação; 
• Unificação; 
• Fechamento; 
 
 
22 
• Continuidade; 
• Proximidade; 
• Semelhança; 
• Pregnância. 
Figura 38 – Cartaz para análise 
 
Fonte: Lukeruk/Shutterstock. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, entendemos um pouco mais como o nosso cérebro percebe 
as formas e sua organização, e como dominar as leis da Gestalt é importante 
para o designer no desenvolvimento de projeto. Na comunicação é essencial que 
haja clareza e rapidez na sua mensagem, e a Gestalt apresenta meios para se 
atingir esse objetivo. 
 
 
 
 
23 
REFERÊNCIAS 
DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1997. 
MUNARI, B. Design e comunicação visual. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
GOMES FILHO, J. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. São 
Paulo: Escrituras, 2000.

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