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Estudos Introdutórios da Psicopedagogia

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ESTUDOS INTRODUTÓRIOS DA PSICOPEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDOS INTRODUTÓRIOS DA 
PSICOPEDAGOGIA 
 
 
DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES 
 
editorafamart@famart.edu.br 
 
 
TUTORIA ONLINE 
 
Segunda a Sexta de 09:30 às 17:30 
Acesse a aba Tutoria EaD em seu portal do aluno.
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 O QUE É A PSICOPEDAGOGIA? .................................................................. 3 
2 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA ........................................... 5 
2.1 Quem é o psicopedagogo? ....................................................................... 6 
2.2 Alguns aspectos importantes de serem observados ............................. 6 
3 UMA BREVE HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA ....................................... 10 
3.1 A psicopedagogia no Brasil .................................................................... 15 
3.2 Formação do psicopedagogo na instituição ......................................... 19 
4 REEDUCAÇÃO ............................................................................................. 22 
4.1 A reeducação: a atenção às adversidades ............................................ 22 
5 PSICOPEDAGOGIA: MEDICINA E EDUCAÇÃO ........................................ 25 
5.1 Psicopedagogia e a patologia ................................................................. 26 
6 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA – ABPP ................. 29 
6.1 História ...................................................................................................... 29 
6.2 Código de ética da ABPp ......................................................................... 31 
7 REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE PSICOPEDAGOGIA ................ 39 
8 CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE OCUPAÇÕES (CBO) ......................... 43 
9 JUSTIFICAÇÃO ............................................................................................ 44 
ENCERRAMENTO ........................................................................................... 48 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 49 
 
 
 
 
3 
 
1 O QUE É A PSICOPEDAGOGIA? 
 
 
 
A Psicopedagogia é o campo que estuda a aprendizagem em suas 
diferentes relações e circunstâncias. Ela se ocupa do processo de aprendizagem 
e suas variações e da construção de estratégias para a superação do não 
aprender, tendo como um de seus focos principais a autoria do pensamento e 
da aprendizagem. 
A Psicopedagogia tem uma visão integrada da aprendizagem, entendendo 
que todas as dimensões do sujeito são coparticipantes de seus processos de 
aprendizagem, por meio do entrelaçamento e da manifestação dos processos 
cognitivos, afetivo-emocionais, sociais, culturais, orgânicos, psíquicos e 
pedagógicos, concebendo o sujeito como individual e coletivo. 
A Psicopedagogia transita entre os aspectos pedagógicos e psíquicos e 
entre os processos de desenvolvimento e aprendizagem dos sujeitos. Sua 
intervenção possibilita que indivíduos, grupos e instituições desenvolvam seus 
processos de aprendizagem de forma saudável, resgatando o prazer de 
aprender e descobrindo- se como autores de seus próprios processos. 
Nota-se, com base na experiência na área da Psicopedagogia, que é 
preciso diferenciá-la da Educação Especial, conforme o Artigo 58 da Lei nº 
12.796, de 2013: 
 
4 
 
Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a 
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede 
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação 
(BRASIL, 2013). 
 
Assim, pode-se dizer que a Psicopedagogia atende aos sujeitos que 
necessitam de um olhar articulador sobre seu processo de aprendizagem, 
criando estratégias para a superação do não aprender e a autoria. Já a Educação 
Especial, conforme a Lei n° 12.796 de 2013, tem o seu trabalho direcionado para 
os sujeitos com Necessidades Educativas Especiais. 
 
 
 
5 
 
2 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA 
 
A atuação da Psicopedagogia pode acontecer a partir da perspectiva 
Clínica, Institucional e da Pesquisa. 
A Psicopedagogia Clínica ocupa-se do entendimento do sujeito que 
aprende, através de sua história pessoal, de seus vínculos familiares, de sua 
modalidade de aprendizagem, compatibilizando conhecimento e saber. Procura 
compreender o sujeito a partir de seu processo de aprender e de não aprender, 
indagando como, o que e de que maneira ele pode aprender. 
A psicopedagogia clínica exerce suas funções nas dimensões 
terapêutica e institucional, buscando a compreensão das complexas relações 
de aprendizagem, dos lugares e papéis de sujeitos em suas redes históricas 
e pela formulação de espaços e dispositivos adequados ao resgate e à 
promoção da aprendizagem. 
Realiza também ações voltadas para o resgate da aprendizagem, através 
da formulação de espaço e vínculo de confiança e da proposição de recursos 
adequados e específicos. Busca possibilitar que o sujeito construa sua autoria na 
aprendizagem. 
A Psicopedagogia Institucional considera as amplas e intrincadas 
relações de aprendizagem de uma instituição, analisando as relações 
institucionais e buscando elaborar condições de articular a qualificação dos 
processos de aprendizagem. Objetiva fazer com que os sujeitos de um grupo 
possam se conceber e agir como protagonistas de seus próprios processos de 
aprendizagem. 
A psicopedagogia instituicional pode também ter como objetivo, na escola, 
a diminuição da incidência dos problemas de aprendizagem. Além disso, ela 
analisa e age em relação às questões da didática e da metodologia, através da 
intervenção: na formação permanente e na assessoria junto aos professores; no 
atendimento familiar; no diagnóstico de sujeitos; no relacionamento entre alunos 
e professores; nas relações afetivas envolvidas nos processos de aprender; no 
significado que os alunos e professores dão à aprendizagem; na elaboração de 
currículos e ações pedagógicas que tenham efetivo desempenho junto ao 
 
6 
 
processo de aprendizagem. 
A Psicopedagogia como área de Pesquisa compõe um conjunto de 
conhecimentos que auxiliam na investigação sobre os fenômenos dos processos 
de aprendizagem humana. 
 
2.1 Quem é o psicopedagogo? 
 
O Psicopedagogo é um especialista em Psicopedagogia. Sua formação 
ocorre, geralmente, através de cursos de Especialização, possibilitando o 
aprofundamento dos conhecimentos obtidos nos cursos de graduação e a 
ampliação da discussão sobre os aspectos da aprendizagem, de sua autoria e da 
superação do não aprender. Assim, se uma pessoa tem a graduação em 
Licenciatura em Matemática e a especialização em Psicopedagogia, ela será 
Licenciada em Matemática e Especialista em Psicopedagogia. Se a pessoa tem 
graduação em Pedagogia e Especialização em Psicopedagogia, ela será uma 
Pedagoga e Especialista em Psicopedagogia. Se ela tiver a graduação em 
Psicologia e Especialização em Psicopedagogia, ela será uma Psicóloga e 
Especialista em Psicopedagogia. 
O especialista em Psicopedagogia é um profissional habilitado a lidar com 
os processos de aprendizagem e suas dificuldades junto às crianças, aos 
adolescentes, aos adultos ou às instituições, instigando aprendizagens 
significativas, de acordo com suas possibilidades e interesses. Em sua prática, o 
especialista em Psicopedagogia pode auxiliar na busca do prazer de aprender, 
na construção de um novo significado para as formas de aprender, da 
compreensão, por parte dos sujeitos, da maneira como aprendem e de como 
utilizar suas estratégias em relação a novos conhecimentos. 
 
2.2 Alguns aspectos importantes de serem observados 
 
Entre os diferentes aspectos que precisam ser considerados ao longo de 
um atendimento psicopedagógico, seja institucional ou clínico, destacam-se 
alguns que necessitam de atenção, tais como o momento do diagnóstico,a 
 
7 
 
anamnese, a elaboração de hipóteses e a análise do processo de construção da 
lecto-escrita. 
O processo diagnóstico caracteriza-se como os primeiros encontros nos 
quais se interage de forma mais direta com o sujeito encaminhado e com sua 
família, procurando conhecer mais detalhes de sua história. Porém, não é um 
momento fechado, que tenha como objetivo atribuir um rótulo ao sujeito. Há 
diagnósticos como transtorno de hiperatividade e déficit de atenção, autismo, 
entre outros, que não podem ser dados por um especialista em Psicopedagogia, 
que pode sugerir para a família procurar um profissional como um psiquiatra ou 
um neurologista para avaliar e realizar tal diagnóstico. 
O especialista em Psicopedagogia deve sempre realizar os 
encaminhamentos que julgar necessários, mencionando que há outras questões 
que também atrapalham a aprendizagem do sujeito e que só podem ser 
avaliadas por outro profissional habilitado. Por isso, fala-se tanto das parcerias 
nos atendimentos psicopedagógicos e de um trabalho interdisciplinar. 
Na medida em que o trabalho interdisciplinar é fundamental na ação 
psicopedagógica, é importante conhecer as ferramentas que existem e são 
usadas pelos outros profissionais envolvidos, para saber entendê-las 
adequadamente, quando se recebe um diagnóstico. Porém, isso não significa 
que se possa utilizá-las, já que algumas ferramentas são de uso exclusivo do 
psicólogo, do fonoaudiólogo ou do médico. 
O diagnóstico psicopedagógico necessita concentrar-se nos processos de 
aprendizagem. Esse momento não pode estar focado apenas no sujeito, mas em 
todas as relações que ele mantém seja na família, na escola ou no grupo de 
amigos, dentre outros. O diagnóstico é um momento no qual se pode iniciar o 
levantamento de hipóteses sobre como e o que o sujeito aprende, bem como o 
que o impede de aprender. Nessa ocasião, já se inicia também o tratamento. 
Quando se analisa a situação do sujeito, é necessário propor desafios de 
superação, para que novas hipóteses possam ser levantadas e questões já 
possam ser superadas. Logo, não há uma separação rígida entre o período do 
diagnóstico e o do tratamento. Ao iniciar o diagnóstico, já se está começando o 
tratamento. 
 
8 
 
Ao longo do processo diagnóstico, é importante ser realizada uma 
entrevista de anamnese, que se constitui numa técnica de investigação e análise, 
a partir da retomada da história de vida do sujeito através de uma conversa com 
a família. Ela é utilizada para auxiliar a compreender o funcionamento familiar, 
no sentido de se observar como o sujeito é visto por esse grupo, qual o seu 
papel, como o veem e compreendem sua situação ao longo da vida e como 
descrevem a dificuldade de aprendizagem. 
A anamnese auxilia o especialista em psicopedagogia a compreender o 
processo de aprendizagem do sujeito em diferentes momentos de sua vida. Por 
isso, suas perguntas devem se centrar mais no “como” do que no “quando”, 
como, por exemplo: Como foi que ele começou a andar? Como foi que ele 
aprendeu a falar? O quando traz uma questão mais relacionada com a 
temporalidade, o que tem importância, mas não tanto quando o processo de 
cada aprendizagem. 
A elaboração de hipóteses sobre como o sujeito aprende e o que o impede 
é de suma importância para o atendimento, pois é a partir dela que a ação do 
especialista em psicopedagogia é planejada e organizada. Ao longo de todo o 
tratamento, as hipóteses são elaboradas, superadas e redefinidas. A partir da 
superação de uma questão, outra poderá ser elaborada pelo especialista em 
Psicopedagogia. É significativo sempre partir do que o sujeito sabe fazer, o que 
conhece, aquilo no que tem sucesso. Além de reforçar suas possibilidades, com 
essa perspectiva também se consegue, muitas vezes, observar e analisar as 
estratégias utilizadas e lhe ajudar a usá-las nas situações de dificuldades. 
Outro aspecto relevante tem relação com as inúmeras vezes em que os 
especialistas centram a investigação psicopedagógica na leitura e na escrita 
quando o encaminhamento ocorre devido a uma dificuldade nessa área. Porém, 
é importante sempre se lembrar de também analisar questões relativas ao 
pensamento lógicomatemático. 
Várias vezes recebe-se dos educadores a avaliação de que o sujeito 
domina as questões relacionadas ao conhecimento matemático, mas o que ele 
consegue fazer são cálculos mecanizados, sem compreensão. A construção do 
pensamento lógico-matemático é estruturante da construção da leitura e da 
 
9 
 
escrita, ou seja, é a base para a aprendizagem da leitura e da escrita. A testagem 
do nível de leitura e escrita precisa ser realizada juntamente com a observação, 
pois é importante observar as estratégias que o sujeito utiliza para ler e escrever 
sua própria produção. 
 
 
 
10 
 
3 UMA BREVE HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA 
 
O novo dicionário Aurélio da língua portuguesa conceitua o termo 
psicopedagogia como “aplicação da psicologia experimental à pedagogia”. 
Os autores que tratam da psicopedagogia enfatizam o seu caráter 
interdisciplinar, cujo significa admitir a sua especificidade enquanto área de 
estudos, buscando conhecimentos em outros campos, criando seu próprio 
objeto. Ela nasceu com o objetivo de trabalhar na área clínica e foi ampliando 
para a escolar, ou seja, vai da prioridade curativa à preventiva. 
Contudo, Bossa (2007), relata que “a psicopedagogia enquanto produção 
de um conhecimento científico nasceu da necessidade de uma melhor 
compreensão do processo de aprendizagem, não basta como aplicação da 
psicologia à pedagogia” (p.19). E assim a psicopedagogia é tratada apenas como 
aplicação da psicologia à pedagogia. 
Ainda que se tratasse de recorrer apenas a estas duas disciplinas para 
solucionar os problemas de aprendizagem, não seria uma aplicação de uma à 
outra, mas sim como constituição de uma nova área que recorrendo aos 
conhecimentos dessas, pensa o seu objeto de estudo a partir de um corpo 
teórico próprio que busca se formar. 
A psicopedagogia tem procurado sistematizar um corpo teórico próprio, 
definir seu objeto de estudo (só que ainda não delimitou seu campo de atuação 
e com isso procura outros profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, entre 
outros). 
A autora traz o pensamento de Golbert apud Bossa (2007), que diz “o 
objeto de estudo da psicopedagogia deve ser entendido a partir de dois enfoques: 
preventivo e terapêutico” (p.22). O enfoque preventivo considera como objeto de 
estudo da psicopedagogia, o ser humano em desenvolvimento enquanto 
educável. Seu objeto é a pessoa a ser educada, seus processos de 
desenvolvimento e as alterações de tais processos. Focaliza as possibilidades 
do aprender num sentido amplo. Não deve se restringir a uma só agência como 
a escola, mas ir também à família, comunidade. 
A psicopedagogia poderá esclarecer de forma mais ou menos sistemática 
 
11 
 
a professores, pais e administradores sobre as características das diferentes 
etapas do desenvolvimento, sobre o progresso nos processos de aprendizagem, 
sobre as condições determinadas de dificuldades de aprendizagem. E o enfoque 
terapêutico considera o objeto de estudo a identificação, análise, elaboração de 
uma metodologia de diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem. 
Entre diversos conceitos de psicopedagogia, Bossa (2007), identifica-se com 
seguinte escrita de Golbert: “não devemos nos limitar a uma escola” (p.22), ou 
seja, devemos ampliar nosso campo de visão, não devemos nos focar a um 
único diagnóstico e sim há vários até chegarmos a uma solução do caso em 
questão e não podemos deixar de participar a família para que o apoio da mesma 
ajude num melhor tratamento. Jorge Visca por sua vez relata: 
 
A psicopedagogia foi uma ação subsidiária da medicina e da 
psicologia, perfilou-se como um conhecimento independente e 
complementar, possuidora de um objeto de estudo – o processode 
aprendizagem – e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos 
próprios” (Visca apud Bossa, 2007, p.23). 
 
A autora também nos trás alguns questionamentos, tais como: é função 
da psicopedagogia pensar: o que é educar? O que é ensinar e aprender? Como 
se desenvolvem as atividades? Quais as problemáticas estruturais que intervém 
no surgimento do transtorno da aprendizagem? E sua resposta é: “temos em 
mente que é o sujeito que aprende, por isso é motivo de pergunta para os 
psicopedagogos” (Id, p.23). 
A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, de uma demanda 
– o problema de aprendizagem que é pouco explorado e evoluiu devido a alguns 
recursos raros, mas que atendiam a essa demanda, constituindo assim a prática. 
Portanto, a psicopeagogia estuda as características da aprendizagem humana: 
como se aprende? Como essa aprendizagem varia gradativamente e está 
condicionada por vários fatores? Como se produzem as alterações na 
aprendizagem? Como reconhecê-las, tratá-las e previni-las? Esse objeto, que é 
um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire características específicas a 
depender do trabalho clínico ou preventivo, como diz Golbert apud Bossa (2007), 
“a definição do objeto de estudo de psicopedagogia passou por fases distintas 
 
12 
 
em diferentes momentos históricos que repercutiam nas produções científicas, 
pois ele era entendido de várias maneiras” (p.23). 
Primeiramente, o trabalho psicopedagógico priorizava a reeducação, o 
processo de aprendizagem era avaliado em função dos seus déficits e o trabalho 
era para vencer esses déficits. O objeto em questão era o sujeito que não 
aprendia, concebendo-o a “não-aprendizagem”. Com isso, buscava estabelecer 
as semelhanças entre grandes grupos de sujeito, ou seja, o esperado para 
determinada idade. 
Mais tarde, a psicopedagogia passou a se chamar o “não-aprendizagem” 
de o “não-aprender”. Essa fase era fundamentada na psicanálise e na psicologia 
genética, porque essa nova concepção levava em conta a singularidade do 
sujeito no grupo, buscando o sentido particular de suas características de acordo 
com sua própria história e seu mundo sociocultural. Alicia Fernandez apud Bossa 
(2007) refere que o processo evolutivo pelo qual essa nova área de estudo se 
estruturou, entende-se que o objeto de estudo é sempre o sujeito “aprendendo”. 
E essa concepção mudou conforme a visão do homem em cada momento 
histórico, relacionando-o à concepção de aprendizagem. 
Hoje, a psicopedagogia trabalha com uma concepção de aprendizagem 
com um equipamento biológico com disposições afetivas e intelectuais que 
interferem na forma de relação do sujeito com o meio, sendo que essas 
disposições influenciam e são influenciadas pelas condições socioculturais do 
sujeito e do seu meio. 
Sua origem deu-se na Europa no séc. XX onde foram verificados os 
problemas de aprendizagem. Neste século tínhamos o avanço do capitalismo 
industrial e com ele os ideais burgueses de igualdade e fraternidade, o que ficava 
mais distante a possibilidade de uma sociedade fraterna e igual para todos. 
Surge também a necessidade de justificar as desigualdades das sociedades de 
classes que seda por meio dos avanços científicos e concepções teóricas. Ao 
longo do séc. XIX surgem teorias relacionadas à ciência e a teoria evolucionista 
de Charles Darwin que enquadra o homem dentro do esquema da evolução 
biológica, abolindo as linhas divisórias das ciências naturais, humanas e sociais 
(Bossa, 2007). 
 
13 
 
Independente, surge a psicologia neste período, como ciência que 
exemplifica algumas áreas do conhecimento, utilizando os princípios da biologia 
na construção do seu corpo, o corpo humano, objeto de estudo da psicologia. A 
partir dessa ideia começaram a serem desenvolvidos nas escolas testes que 
procuravam explicar as diferenças de rendimentos dos alunos e o acesso 
diferenciado a diversos graus de escolarização. E assim, esse conhecimento 
científico foi à base do pensamento dos psicólogos e educadores daquela época. 
Aos poucos, o conceito de anormalidade ia sendo deslocado das 
psiquiatrias para as escolas. A criança que não conseguia aprender era chamada 
de “anormal”, sua causa era atribuída a anormalia anatomofisiológica. 
Na França surgiu Janine Mery, psicopedagoga que apresentou em seus 
trabalhos algumas considerações e ideias sobre o termo psicopedagogia e 
adotou este termo para caracterizar uma ação terapêutica, onde apresentavam 
dificuldades de aprendizagem. E também o francês George Mauco, que foi o 
fundador do primeiro centro médico-psicopedagógico na França e que se 
percebeu as primeiras tentativas de articulação entre medicina, psicologia, 
psicanálise e pedagogia para a solução dos problemas de comportamento e de 
aprendizagem (Bossa, 2007). 
Meados do séc. XIX Janine começou a apontar diferentes sensoriais, 
debilidade mental e outros problemas associados com a aprendizagem a partir 
dela surgiram educadores como Pestalozzi, Pereire, Itard e Seguin que 
começaram a se dedicar às crianças que apresentavam problemas de 
aprendizado. 
Jean Itard realizou estudos sobre percepção e retardo mental. Pestalozzi 
inspirado por Rousseau fundou na Suíça um Centro de educação onde abrigava 
crianças pobres. Seu método era intuitivo e natural, estimulava a percepção. 
Pereire se preocupou com a educação dos sentidos, em especial a visão e o 
tato. Seguin fundou na França a primeira escola de reeducação, denominou o 
método fisiológico de educação em 1837, fundou uma escola para crianças com 
deficiência mental. Suas técnicas de treinamento dos sentidos e dos músculos 
são usadas até hoje. Esses educadores foram os pioneiros no tratamento dos 
problemas de aprendizagem, porém eles se preocupavam mais com as 
 
14 
 
deficiências sensoriais e com a debilidade mental do que com a desadaptação 
infantil. 
Aos poucos foram surgindo educadores voltados para crianças com 
deficiência e que se aprimoravam e buscavam formas para tratamento deles. E 
então no séc. XX é que surgiu os primeiros Centros de Reeducação para 
deficientes infantis. Nos EUA e na Europa cresceu o número de escolas 
particulares com ensino individualizado para aquelas que tinham aprendizagem 
lenta. 
Em 1930, na França, surgem os primeiros Centros de Orientação 
Educacional Infantil com equipes formadas por médicos, psicólogos, educadores 
e assistentes sociais. Conforme Mery apud Bossa (2007) foram fundados em 
1946, por J. Boutonier e George Mauco os primeiros Centros Psicopedagógicos, 
nos quais se buscava a união de conhecimentos da psicologia, psicanálise e 
pedagogia para tratar comportamentos sociais impróprios a crianças tanto na 
escola como em casa. 
Eles procuravam utilizar os conhecimentos originais da psicologia, 
psicanálise e pedagogia através das crianças com dificuldade de comportamento 
tanto na escola quanto na família, visando manter uma readaptação por meio de 
um acompanhamento psicopedagógico. Através dessa união esperava obter um 
resultado total da criança, o que tornaria possível a compreensão do caso. Com 
isso, a ação reeducadora poderia ser determinada e prevista de acordo com a 
orientação e gravidade do caso. Contudo, o Centro Psicopedagógico teve desde 
o início a ideia de direção: médica e pedagógica, dando abrangência a outros 
centros inaugurados a partir deste (Bossa, 2007). 
Finalmente no ano de 1948, o termo psicopedagogia passa a ser definido 
com o objetivo de atender crianças e adolescentes desadaptados, embora 
inteligentes, que tinham dificuldades. Vejamos qual é a definição do objeto de 
estudo da psicopedagogia segundo alguns teóricos: 
 
O objetivo do tratamento psicopedagógico é o desaparecimento do 
sintoma e a possibilidade do sujeito aprender normalmente em 
condições melhores enfatizando a relação que ele possa ter com a 
aprendizagem, ou seja, que o sujeito seja o agente da sua própria 
 
15 
 
aprendizageme que se aproprie do conhecimento” (Páin apud Bossa, 
2007, p.21). 
 
A psicopedagoga argentina, relata que: 
 
A psicopedagogia é uma disciplina na qual encontramos a confluência 
do psicólogo, a subjetividade, os seres humanos enquanto tais, como 
educacional, atividade especificamente humana, social e cultural, 
implica uma síntese: os seres humanos, seu mundo psíquico individual 
e grupal, em relação à aprendizagem e aos sistemas e processos 
educativos” (Muller apud Bossa , 2007, p.22). 
 
E Scoz define: “a psicopedagogia como uma área que estuda e lida com 
o processo de aprendizagem e suas dificuldades e que em uma ação 
profissional, deve englobar vários campos do conhecimento, integrando-os e 
sistematizando-os” (p.22). Esses diversos sentidos relacionados à 
psicopedagogia falam-nos de um processo que está sendo estruturado, cuja 
identidade se encontra em maturação. Como afirma Macedo apud Bossa (2007), 
“a psicopedagogia é uma (nova) área de atuação profissional que busca uma 
identidade que requer uma formação de nível interdisciplinar” (p.34). 
 
3.1 A psicopedagogia no Brasil 
 
O movimento da psicopedagogia no Brasil remete ao seu histórico na 
Argentina, devido ao acesso fácil à literatura, as ideias argentinas têm 
influenciado a prática dos brasileiros. 
Antigamente os problemas de aprendizagem eram considerados como 
fatores orgânicos e determinava a forma de tratamento, inclusive no Brasil. Só 
na década de 70 é que foi difundida a ideia de que esses problemas eram 
causados devido a uma disfunção neurológica não detectável em exame clínico, 
chamada de disfunção cerebral mínima (DCM). Cypel apud Bossa (2007) relata 
que em curto espaço de tempo pais e professores adotaram o rótulo DCM para 
qualquer problema de aprendizado sem antes terem o diagnóstico médico. 
A autora Nadia Bossa (2007), é uma das grandes historiadoras da 
Psicopedagogia no Brasil. Vejamos alguns dos principais fatos e descobertas que 
 
16 
 
ela destaca: No início da década de 80, começa a se configurar uma teoria 
sóciopolítica a respeito do “problema de aprendizagem escolar”, que passou a 
ser chamado de “problema de ensinagem”. 
Em 1970, surgiram os primeiros cursos de especialização em 
psicopedagogia no Brasil, idealizados para complementar a formação dos 
psicólogos e educadores que buscavam solucionar certos problemas. Eles foram 
estruturados com base em conhecimentos científicos e dentro de um contexto 
histórico. 
Entretanto, antes desses cursos, surgiram alguns grupos de profissionais 
que atuavam com a problemática de aprendizado no sentido de organizar os 
núcleos para estudos e aprofundamentos, como o professor Júlio Bernaldo de 
Quirós, médico e professor de Buenos Aires, dedicou aos estudos de leitura-
escrita durante muitos anos e realizou pesquisas na Argentina e publicou-os nas 
décadas de 50 e 60 e essas foram baseadas em sua experiência. Em 1967, foi 
desenvolvido pelo CPOE um curso com duração de dois anos para professores 
especializados no atendimento psicopedagógico das clínicas de leitura, 
supervisionado por ele, que publicou vários livros e seu objetivo era focar 
questões relacionados à linguagem e a aprendizagem. E em 70, fez uma 
conferência pelo Brasil. 
Em Porto Alegre profissionais organizaram umcentro de estudos 
destinados à formação em psicopedagogia. O professor Nilo Fichtner fundou o 
Centro de Estudos Médicos e Psicopedagógicos no Rio grande do sul. Essa 
formação dá-se um quadro de referências baseado em um modelo médico de 
atuação. 
Em 1954, foi patrocinado pelo Centro de Pesquisas e Orientação 
Educacional (CPOE) da Secretaria de Educação e Cultura, o primeiro registro de 
um curso de orientação psicopedagógica pelas coordenadoras Aracy Tabajara e 
Dorothy Fossati e foi criado o Departamento de Educação Especial, orientado 
para o atendimento com crianças excepcionais. 
Em 1969, o RS havia uma distinção: os psicomotricistas trabalhavam com 
a parte corporal e os fonoaudiólogos com a linguagem oral, audição, voz e 
leitura- escrita. E devido a isso no ano de 1970 iniciaram os cursos de formação 
 
17 
 
de especialistas em psicopedagogia na Clínica Médico – Pedagógica de Porto 
Alegre com duração também de dois anos. Em seguida foi desenvolvido o 
FACED com nível de especialização, pelo coordenador Nilo Fichtner, o curso 
enfatizava duas especializações: uma era a área de deficiências específicas da 
aprendizagem e a outra era a área dos excepcionais (deficiência menta, auditiva 
e visual). 
A PUCRS realizou cursos de especialização relacionados a um curso de 
reeducação em linguagem em 1979/80 e um curso de psicoeducação em 
1982/83. Ela mantém desde 1972 a área de concentração em aconselhamento 
psicopedagógico dentro do curso de pós-graduação em Educação. 
Outro fato importante na história da psicopedagogia foi o primeiro 
encontro de psicopedagogia em SP, em novembro de 1984, com Clarissa 
Golbert e Sônia Kiguel que apresentaram trabalhos direcionados as atividades 
dos psicopedagogos de Porto Alegre. A partir deste evento foi fundado o grupo 
Livre de Estudos em Psicopedagogia (como era chamado), agora passou a ser 
Associação de Psicopedagogos com o objetivo de discutir as questões 
psicopedagógicas mensalmente. 
Em setembro do mesmo ano aconteceu o primeiro seminário de estudos 
em psicopedagogia, organizado pelos integrantes da Associação dos 
Psicopedagogos, onde foram discutidos os trabalhos apresentados em SP. 
Segundo Sonia Kiguel apud Bossa (2007), diz que “embora a psicopedagogia 
seja uma área interdisciplinar, teve uma ampliação considerável nos últimos 
anos, ela está ligada historicamente à Educação, mais do que a Medicina e a 
psicologia” (p.55). 
Com isso, em 1970, surgiram no âmbito institucional cursos com enfoques 
psicopedagógicos, antecedendo a criação dos cursos formais de especialização 
e aperfeiçoamento. Esses cursos tratavam de temas como “a criança problema 
em uma classe comum”, “dificuldades escolares”, “pedagogia terapêutica”, 
“problemas de aprendizagem escolar”. Eram oferecidos para psicólogos, 
pedagogos e professores na área da educação com o objetivo de conter 
conhecimentos específicos para atuar com as crianças na sala de aula. 
Em 1979, foi criado o primeiro curso de psicopedagogia no Instituto Sedes 
 
18 
 
Sapientiae em SP pela pedagoga e psicodramatista Maria Alice e pela diretora 
do Instituto Madre Cristina Sodré. O objetivo desse curso era valorizar a ação do 
educador. 
Este curso começou abordando o tema da reeducação em 
psicopedagogia, depois assumiu um caráter terapêutico com aprofundamento 
nos aspectos afetivos da aprendizagem. Daí em diante, as mudanças continuam 
e com espaço para refletir e praticar a psicopedagogia. Hoje o curso privilegia as 
diferenças no papel do psicopedagogo, buscando análises mais rígidas da 
identidade profissional. 
A abordagem deste curso reflete na mudança de conceber o problema do 
fracasso escolar e a busca pela identidade do professor brasileiro, que nasce 
como reeducador e aos poucos amplia seu compromisso, sua responsabilidade 
de diminuir os problemas de aprendizagem nas escolas e assim reduz os altos 
índices de fracasso escolar. 
Devemos enfatizar os estados de SP e RS, pois foram os grandes pioneiros 
em formação de profissionais em psicopedagogia, formando cursos em nível de 
escolarização e mestrado em Educação, como a PUC-SP, por exemplo, inclusive 
na UFRGS no RS, vem sendo desenvolvido desde 1984 o curso de 
especialização em aconselhamento psicopedagógico no programa de pós-
graduação na FACED. 
Somente na década de 90, os cursos de especialização em Lato Sensu, 
multiplicaram, surgindo cursos por mais estados brasileiros. 
De acordo com Bossa (2007), a psicopedagogia, enquanto área implica o 
exercício de uma profissão (que ainda não está registrada legalmente), ou seja, 
uma forma específica de atuação. Ela surge como compromissode contribuir 
para a compreensão do processo de aprendizagem e identificação dos fatores 
facilitadores e comprometedores do processo. A grande necessidade de uma 
ação efetiva fica evidenciada no interesse que tem havido pela psicopedagogia 
no país. 
Há treze anos existe a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), 
órgão responsável pela organização de eventos de dimensão nacional, através 
de publicações com temas que retratam as preocupações e tendências na área. 
 
19 
 
As temáticas dos encontros e congressos refletem a trajetória da atuação 
psicopedagógica dos primórdios até os dias de hoje. A Associação visa como 
principal objetivo, tornar conhecido o campo de atuação de um psicopedagogo. 
Conforme Scoz apud Bossa (2007), “a psicopedagogia no Brasil é a área que 
estuda e lida com o processo de aprendizagem e suas dificuldades” (p.56). E 
numa ação profissional deve englobar vários campos do conhecimento, 
integrando-os e sintetizando-os. 
 
3.2 Formação do psicopedagogo na instituição 
 
A psicopedagogia vem atuando em vários campos: escolar, clínica, como 
pesquisa científica, entre outros. Contudo, esta parte da apostila será destinada 
a uma pesquisa acerca da psicopedagogia escolar. 
Vasconcellos apud Bossa (2007), diz que “a concepção entre docentes se 
dão por um processo de “reconstrução em ação” – que se dá pela ação de 
mediadores que organizam situações de problematização entre os professores”. 
É preciso fornecer informações que os ajudem a progredir até a auto-
aprendizagem, oferecendo-lhes recursos do estado em que se encontram. 
Trazendo o enfoque acima para a psicopedagogia, a questão da 
formação, o psicopedagogo assume um papel de grande importância na medida 
em que a partir dela inicia-se um percurso para a formação de identidade desse 
profissional, ou seja, o profissional que esteja estudando nível de especialização 
tem que modificar sua práxis. 
A psicopedagogia auxilia na qualidade do ensino, que vem crescendo no 
âmbito escolar, atendendo em especial os problemas de educação no Brasil. Na 
escola ele utiliza instrumentos específicos de avaliação e estratégias capazes de 
atender os alunos em sua individualidade e auxiliá-los na produção escolar e para 
isso os coloca em contato com suas reações diante da tarefa e vínculos com o 
objeto do conhecimento, resgatando assim o ato de aprender. 
 
Cabe ao psicopedagogo assessorar a escola no sentido de alertá-la 
para o papel que lhe compete, seja redimensionando o processo de 
aquisição e incorporação do conhecimento dentro do espaço escolar, 
 
20 
 
seja reestruturando a atuação da própria instituição junto a alunos e 
professores e seja encaminhado a alunos e outros professores” 
(Bossa, 2007, p.67). 
 
E como psicopedagogo escolar, ele promove: 
 O levantamento, a compreensão e a análise das práticas 
escolares e suas relações com a aprendizagem; 
 O apoio psicopedagógico a todos os trabalhos realizados no 
espaço da escola; 
 A reesignificação da unidade ensino/aprendizagem, a partir das 
relações que o sujeito estabelece entre o objeto do conhecimento e suas 
possibilidades de conhecer, observar e refletir, a partir das informações que já 
possui; 
 A prevenção de fracassos na aprendizagem e a melhoria da 
qualidade do desempenho escolar. 
Esse trabalho pode ser desenvolvido em diferentes níveis, propiciando 
aos educadores conhecimentos para reconstruir seus próprios modelos de 
aprendizagem, identificar diferentes etapas do desenvolvimento evolutivo dos 
alunos, preparar o diagnóstico no próprio âmbito escolar e se necessário 
encaminhá-lo para fora da escola, perceber se processou a evolução dos 
conhecimentos nos alunos, compreender melhor o processo de construção de 
conhecimento, saber intervir na melhoria da qualidade do ambiente escolar, 
compreender a competência técnica e do compromisso político em todas as 
dimensões do sujeito. 
Portanto, a formação em psicopedagogia envolve diversos profissionais 
em diferentes áreas e com isso enfrenta dificuldades em construir sua identidade 
por ser recente numa área de estudos, pelas suas origens teóricas, mas os 
profissionais envolvidos nessa busca estão mobilizados pelo desejo de contribuir 
para tal processo contínuo de construção. 
De acordo com a LDB 9394/96, no artigo 2º: “A Educação, dever da família 
e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideiais de solidariedade 
humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo 
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (p.2). 
 
21 
 
O psicopedagogo deve ser capaz de investir em sua formação pessoal de 
maneira contínua e significativa, estando apto a desenvolver um papel 
profissional inovador, no qual quem ensina deve ter aprendido e vivenciado o 
que vai ensinar. “Trata-se de um compromisso ético entre aqueles que 
propuserem a experiência de inclusão e aqueles que devem experimentá-la no 
cotidiano difícil de uma sala de aula.” (Baptista, 2002, p.75). 
 
 
 
22 
 
4 REEDUCAÇÃO 
 
Entre 1938 e 1956 foi criado o Centro Brasileiro de Pesquisa Educacional 
e outros centros regionais. Na segunda metade da década de 60 havia dois tipos 
de trabalho psicopedagógico: um desenvolvido por psicomotricistas, os quais 
priorizavam a parte corporal e outro que trabalhava a linguagem oral, voz, audição, 
leitura e escrita. 
De 1965 a 1970, a produção acadêmica da psicologia, da pedagogia e os 
estudos psicopedagógicos focavam seus interesses em instrumentos de 
medição psicológica, principalmente de habilidades específicas e, de alguma 
maneira, aplicá-los às dificuldades de aprendizagem. 
Na década de 70, surge a modalidade de trabalho preventivo que tem 
como objetivo evitar que os alunos chegassem a precisar frequentar clínicas por 
causa de problemas de aprendizagem. Nos anos 80, ocorre um aumento 
significativo do número de vagas nas escolas, porém o ensino não tinha 
qualidade o suficiente para que o problema de evasão e fracasso escolar não 
tomasse conta do cenário brasileiro. Coincidia com as camadas mais pobres o 
maior número de repetência e de evasão nesse momento do nosso estudo siga 
para o tópico a seguir e conheça o enfoque da Reeducação. 
 
4.1 A reeducação: a atenção às adversidades 
 
 
 
A primeira escola preocupada em resolver problemas de aprendizagem 
foi fundada no final do século XIX em Séguin, França. Esta escola atendia 
 
23 
 
crianças com deficiência intelectual que eram submetidas ao que os profissionais 
chamavam de REEDUCAÇÃO. 
A reeducação consistia em um trabalho que focava o lado disfuncional da 
criança, ou seja, a pessoa por traz daquela deficiência era colocada em segundo 
plano. O sujeito da aprendizagem não era a principal preocupação, mas sim a 
sua limitação orgânica que limitava sua capacidade de aprender. 
Era um trabalho de natureza adaptativa e chamado de Reeducação 
Psicopedagógica ou Psicopedagogia Adaptativa, o qual visava ao 
desenvolvimento de funções cognitivas por meio da adaptação do indivíduo ao 
lugar que o sistema educacional o designou. 
Conforme aponta Rubinstein (1999), muito antes de se começar a falar 
sobre Psicopedagogia, Educação Especial, Pedagogia Terapêutica, a 
reeducação já se fazia presente. Sua principal preocupação era dar suporte aos 
profissionais que lidavam com as pessoas que não se enquadravam ao que era 
minimamente esperado. Reeducar significava apontar e tratar as dificuldades de 
aprendizagem cujas causas eram consideradas de natureza orgânica ou social. 
Para definir o quadro da dificuldade, os profissionais buscavam informações 
relevantes que diziam respeito à: 
 Investigação clínica; 
 Vida familiar (relacionamento dos pais, condições financeiras, 
formas de educação); 
 Interpretação dos testes de QI da pessoa. 
Partindo-se de tais informações, eram classificadas as disfunções de 
comportamento e, posteriormente,se selecionavam as devidas mediações. O 
reeducador, portanto, dava a orientação sobre o tipo de tratamento necessário, o 
qual melhor permitiria a adequação do sujeito ao ambiente educativo. 
As crianças e adolescentes em dificuldade apresentavam limitações 
orgânicas, daí a necessidade de trata-las, não só com a intervenção reeducativa 
do psicopedagogo, mas também com intervenções medicamentosas. 
As crianças e adolescentes com limitações orgânicas não eram as únicas 
que demandavam a atenção dos reeducadores. Havia também, estudantes 
 
24 
 
considerados inteligentes (fisicamente normais), porém não conseguiam 
aprender conforme era esperado. Como não se tratava de pessoas com 
deficiências orgânicas, mentais, sensoriais, o principal objetivo dos profissionais 
era o desaparecimento da dificuldade de aprendizagem, a qual era interpretada 
como um sintoma. 
A atuação com crianças que apresentavam o sintoma de dificuldade de 
aprendizagem era denominada “Psicopedagogia curativa” ou “Pedagogia 
Curativa”. O trabalho era desenvolvido visando à reeducação e aos exercícios 
de readaptação. Drouet (1995). Os reeducadores embasavam seus 
conhecimentos em diferentes áreas: Psicologia, Psicanálise, Pedagogia e 
Medicina. 
 
 
 
25 
 
5 PSICOPEDAGOGIA: MEDICINA E EDUCAÇÃO 
 
A influência da medicina no campo da Psicopedagogia é muito relevante. 
Então, por causa disso, na década de 70, eram recorrentes as interpretações 
psiconeurológicas do desenvolvimento humano, o que reduziam a dificuldade de 
aprendizagem a uma patologia orgânica não relevando os aspectos emocionais, 
afetivos, ou seja, o componente psicológico de tal dificuldade. 
Sabe como a medicina respondia aos casos de dificuldades de 
aprendizagem que não estavam atrelados a limitações orgânicas. Era 
considerado que as disfunções neurológicas eram tão pequenas e, por isso, não 
eram identificadas nos exames clínicos, muito embora causassem alterações de 
comportamento. 
Patologizar a dificuldade de aprendizagem era tão comum que até as 
escolas adotaram uma postura de rotular os estudantes sem critérios científicos 
rigorosos. Bossa (1994) afirma que alguns termos como dislexia, disritmia, 
disfunção cerebral mínima tornaram-se recorrentes em ambientes escolares. 
O que complicou a situação foi que, devido à massificação do sistema 
educacional brasileiro da época sugerida pela democratização do ensino no 
país, os rótulos patologizantes das dificuldades de aprendizagem camuflavam e 
justificavam os gravíssimos problemas da educação brasileira. 
O problema cresceu ainda mais quando os pais e professores começaram 
a se iludir com o cientificismo dos diagnósticos e passaram a recorrer aos 
médicos em casos de dificuldade de aprendizagem. Procurar os médicos, muitas 
vezes, dá aos pais certa tranquilidade, uma vez que se sentem atuantes no 
problema acadêmico de seus filhos. 
Scoz (1994) aponta que os termos diagnósticos recorrentes na época 
viabilizaram a aceitação dos pais e professores no que tange à dificuldade de 
aprendizagem, porém desmotivou o investimento na educação de tais crianças 
e adolescentes. 
 
 
 
 
26 
 
5.1 Psicopedagogia e a patologia 
 
Uma discussão muito interessante gira entorno das patologias. Geralmente vêm 
algumas ideias negativas, que remetem e exclusivamente a algo que nos 
prejudica, como: 
 
 Doença; 
 Problemas; 
 Anormalidade; 
 Deficiência; 
 Sofrimento; 
 Mal-estar; 
 Dor, etc. 
 
Entretanto, a Psicologia remete ao PATHOS de uma forma que lhe é 
peculiar. Esta é uma questão importante porque há uma enorme confusão que se 
desenvolveu sobre este conceito, uma vez que se reduz a noção de PATHOS à 
doença. 
Se observarmos a origem do termo PATHOLOGIA, perceberemos que 
não se está falando de algo exclusivamente relacionado à área médica, mas 
também à Psicologia, Humanismo, Psicanálise, Educação, Antropologia, 
Sociologia, etc. 
É fundamental que tomemos bastante cuidado no trato com o termo 
pathologico, já que todos nós possuímos a Disposição afetiva fundamental, o que 
não significa que tal termo se relaciona unicamente com o que é doente. Muito 
pelo contrário, podemos estar nos referindo à saúde. 
O estudo da psicopathologia, por exemplo, não é o mesmo que acumular 
e descrever sintoma, ou pesquisar o CID 10 ou o DSM IV para encontrar o código 
que melhor convém a nossa situação. A pathologia qualifica o pathos enquanto 
disposição fundamental, a qual move o sujeito, constituindo-o na sua 
humanidade; está relacionado a sentimento, afeição, sofrimento, padecer, 
 
27 
 
deixar-se levar por, deixar-se convocar por. Está na essência do ser humano e 
não só na excepcionalidade do adoecer. 
Dentro deste contexto que os primeiros cursos de Psicopedagogia no 
Brasil surgiram com o intuito de complementar a formação do psicólogo e do 
educador. Os cursos eram oferecidos em diferentes regiões: 
 Clínica Médico-Pedagógica de Porto Alegre (1971); 
 PUC-RS, com mestrado em Aconselhamento Psicopedagógico 
(1972); 
 Instituto Sedes Sapientiae em São Paulo, com o primeiro curso de 
especialização em Psicopedagogia inicialmente chamado de Curso de 
Reeducação Psicopedagógica (1979). 
Andrade (2004) afirma que a escola paulista, em vez de optar pela 
legalização do curso, preferiu não validar os certificados, porém formava 
profissionais mais comprometidos com o caráter humano do ser. São Paulo 
passou concentrar muitos cursos de conteúdo psicopedágogico nas Faculdades 
de Educação, com o passar do tempo, outras regiões também passaram a 
oferecer formações similares, principalmente na década de 90. 
No Brasil, conforme mencionado anteriormente, a formação do 
psicopedagogo é mais rápida e, até que a nova resolução seja aprovada, pode ser 
ministrada em cursos de, no mínimo, 360 horas de duração. 
De forma similar a outros países, a Psicopedagogia no Brasil teve seu 
caráter reeducativo, isto é, a aprendizagem era avaliada em função de seus 
déficits e a reeducação brasileira visava à redução da distância entre o que os 
alunos estavam de fato aprendendo e o que eles deveriam aprender. Além disso, 
tinha-se a ideia de uniformizar o ato de aprender, para que, dessa forma, o 
ataque aos problemas educacionais brasileiros fosse mais assertivo. 
Com tais objetivos em mente, o Psicopedagogo possuía um viés mais 
terapêutico, mais clínico, já que tratava exclusivamente dos problemas de 
aprendizagem. Com o tempo, este profissional comprometeu-se com aspectos 
preventivos, o que o aproximou do ambiente escolar. 
Já na década de 50, alguns grupos profissionais, muitas vezes por 
 
28 
 
iniciativas isoladas, atuavam com a problemática da aprendizagem. Com isso, 
ficou constatado que a Psicopedagogia surgiu antes na prática, depois na teoria. 
O primeiro registro de curso nesta área data de 1954, um “Curso de Orientação 
Psicopedagógica” em Porto Alegre, patrocinado pela Secretaria de Educação e 
Cultura. 
 
 
 
29 
 
6 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA – ABPP 
 
 
 
Discutiremos a Associação Brasileira de Psicopedagogia e seu papel. A 
Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) iniciou suas atividades em 
1980, com o nome de Associação Estadual de Psicopedagogos de São Paulo. 
As atividades giravam entorno de encontros para reflexão e troca de 
experiências dos profissionais. 
A ABPp é uma entidade de caráter científico-cultural, sem fins lucrativos, 
que congrega profissionais militantes na área da Psicopedagogia. Desde sua 
fundação tem promovido conferências, mesas-redondas, cursos, seminários, 
congressos, bem como a divulgação de trabalhos sobre sua área de atuação, 
através da Revista Psicopedagogia. 
 
6.1 História 
 
Em 1984 um evento de grande relevância ocorreu em São Paulo: o 
Primeiro Encontro de Psicopedagogos. O enfoque foi as abordagens terapêuticas 
e preventivas das intervenções psicopedagógicas. Com o intuito de aprimorara 
atuação psicopedagógica, promoveram-se cursos, palestras, conferências, 
seminários com profissionais de áreas variadas de atuação: psiquiatras, 
neuropsicologistas, arteterapeutas, psicologia, pedagogia, e, obviamente, 
Psicopedagogia. 
Em 1986 já havia vários núcleos associativos em diferentes estados e o 
núcleo de São Paulo transformou-se em Associação Brasileira de 
 
30 
 
Psicopedagogia. Nesse ano, foi realizado o 2º Encontro com o tema: 
Psicopedagogia - O Caráter Interdisciplinar na Formação e Atuação 
Profissional, o qual abriu espaço para um vasto número de profissionais com 
conhecimentos científicos diversificados. Foram promovidas trocas de 
experiências muito relevantes para a Psicopedagogia e, com isso, se passou a 
ter uma visão ainda mais abrangente do processo de aprendizagem. 
Com a expansão da área da Psicopedagogia, a associação, até então 
denominada Associação Estadual de Psicopedagogos de São Paulo, passou 
a ser chamada Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Em 1988, 
ocorreu o I Congresso e o III Encontro de Psicopedagogos com o tema: 
Processo de Integração Ensino/Aprendizagem. O foco da atenção neste 
encontro foi a necessidade de se desenvolver uma abordagem mais 
convergente no sentido de promover uma integração de conhecimentos para a 
compreensão da aprendizagem humana. 
O IV Encontro ocorreu em 1990 com o tema: A Identidade do 
Psicopedagogo - Formação e Atuação Profissional. A ABPp aproveitou a 
oportunidade para divulgar e aprofundar alguns pontos importante sobre a 
identidade profissional do Psicopedagogo, bem como os objetivos da 
Psicopedagogia a partir da delimitação de seu campo de estudos e atuação 
psicopedagógica. 
O II Congresso e V Encontro aconteceram em 1992 com o tema: A Práxis 
Psicopedagógica na Realidade Educacional Brasileira. Fica selada a prática 
psicopedagógica como sendo capaz de oferecer alternativas de ação no sentido 
de uma transformação, o que geraria uma melhora significativa no processo de 
aprendizagem frente à instituição escolar e nos resultados dramáticos da 
educação brasileira. 
O VI Encontro ocorreu em 1994. O principal ponto discutido foi o trabalho 
do psicopedagogo nas instituições, já que o tema foi definido como: A 
Psicopedagogia Institucional. Já o III Congresso e o VII Encontro solidificaram 
a ideia da Psicopedagogia como uma prática que se sobrepõe ao cartesianismo 
das interpretações dos problemas de aprendizagem oferecendo uma concepção 
 
31 
 
mais humana, global, relacional que considera o sujeito como o centro das 
atenções. 
Considera-se, desde então, que não há nenhuma verdade absoluta no 
processo de aprendizagem, ou seja, todos os indivíduos do processo devem ser 
relativizados, bem como sua inserção no mundo da aprendizagem. 
Com a crescente expansão da Psicopedagogia no Brasil, temos seções nos 
seguintes estados: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Pará, 
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Aracaju, Mato Grosso do 
Sul. 
Um documento de muita importância foi elaborado ao longo da história da 
ABPp, o Código de Ética. A ética profissional deve ser uma constante na prática 
psicopedagógica, devendo o Psicopedagogo atuar somente nas questões que 
lhe dizem respeito, devendo o mesmo ter o bom senso de fazer os devidos 
encaminhamentos, para outros profissionais tais como, médicos, 
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicomotricistas, psicólogos, sempre 
que achar necessário. A seguir, apresentamos o Código de Ética do 
psicopedagogo: os princípios, as responsabilidades do psicopedagogo, as 
relações com outras profissões, etc. 
 
6.2 Código de ética da ABPp 
 
Elaborado pelo Conselho Nacional do biênio 91/92 e reformulado pelo 
Conselho Nacional e Nato do biênio 95/96. Foi desde então reformulado diversas 
vezes sendo elas o triênio de 2008/2010, o triênio 2011/2013 e a mais recente 
até a data deste trabalho o triênio 2017/2019 aprovado em assembléia no dia 26 
de Outubro de 2019. 
Disponível em https://www.abpp.com.br/Codigo-de-Etica-do-
Psicopedagogo-2019.pdf (acessado em 11 de Março de 2021) nele ficam 
definidos alguns parâmetros. Para o presente trabalho houve utilizamos como 
base o texto aprovado no triênio de 2011/2013 disponível em versão anterior 
pela abpppara no site: http://www.abpppara.com.br/wp-
content/uploads/2012/03/C%C3%B3digo-de-%C3%89tica-%C3%BAltima-
https://www.abpp.com.br/Codigo-de-Etica-do-Psicopedagogo-2019.pdf
https://www.abpp.com.br/Codigo-de-Etica-do-Psicopedagogo-2019.pdf
http://www.abpppara.com.br/wp-content/uploads/2012/03/C%C3%B3digo-de-%C3%89tica-%C3%BAltima-revis%C3%A3o-Simp%C3%B3sio.pdf
http://www.abpppara.com.br/wp-content/uploads/2012/03/C%C3%B3digo-de-%C3%89tica-%C3%BAltima-revis%C3%A3o-Simp%C3%B3sio.pdf
 
32 
 
revis%C3%A3o-Simp%C3%B3sio.pdf (acessado em 11 de Março de 2021) 
Para uma leitura mais atualizada sugerimos ao leitor a busca pelo texto 
do triênio mais atual no site da associação. 
Segundo o código de ética: 
 
O Código de Ética tem o propósito de estabelecer parâmetros e 
orientar os profissionais da Psicopedagogia brasileira quanto aos 
princípios, normas e valores ponderados à boa conduta profissional, 
estabelecendo diretrizes para o exercício da Psicopedagogia e para os 
relacionamentos internos e externos à ABPp – Associação Brasileira 
de Psicopedagogia. A revisão do Código de Ética é prevista para que 
se mantenha atualizado com as expectativas da classe profissional e 
da sociedade. 
 
CAPITULO I- DOS PRINCÍPIOS 
 
Artigo 1º 
A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa 
do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a 
sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, 
fundamentados em diferentes referenciais teóricos. 
 
Parágrafo 1º 
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento, 
relacionada com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os 
processos de aprendizagem e as suas dificuldades. 
 
Parágrafo 2º 
A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em 
diferentes âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre 
o institucional e o clínico. 
 
Artigo 2° 
A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza métodos, 
instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de 
http://www.abpppara.com.br/wp-content/uploads/2012/03/C%C3%B3digo-de-%C3%89tica-%C3%BAltima-revis%C3%A3o-Simp%C3%B3sio.pdf
 
33 
 
aprendizagem, cabíveis na intervenção. 
 
Artigo 3º 
A atividade psicopedagógica tem como objetivos: 
a) promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão 
escolar e social; 
b) compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem; 
c) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia; 
d) mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem. 
 
Artigo 4º 
O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e elaborar a 
organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde no 
que concerne às questões psicopedagógicas. 
 
CAPÍTULO II – DA FORMAÇÃO 
 
Artigo 5º 
A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em curso de 
pós-graduação – especialização “lato sensu” em Psicopedagogia -, ministrados 
em estabelecimentos de ensino devidamente reconhecidos e autorizados por 
órgãos competentes, de acordo com a legislação em vigor. 
 
CAPÍTULO III – DO EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES PSICOPEDAGÓGICAS 
 
Artigo 6º 
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais 
graduados e/ou pós-graduados em Psicopedagogia – especialização “lato 
sensu” - e os profissionais com direitos adquiridos anteriormente à exigência de 
titulação acadêmica e reconhecidos pela ABPp. É indispensável ao 
psicopedagogo submeter-se à supervisão psicopedagógica e recomendável 
processo terapêutico pessoal. 
 
34Parágrafo 1º 
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, 
deverá fazê-lo de acordo com as normas do Estatuto da ABPp e os princípios 
deste Código de Ética. 
 
Parágrafo 2º 
Os honorários deverão ser tratados previamente entre o cliente ou seus 
responsáveis legais e o profissional, a fim de que: 
a) representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando 
condições socioeconômicas da região, natureza da assistência prestada e tempo 
despendido; 
b) assegurem a qualidade dos serviços prestados. 
 
Artigo 7º 
O psicopedagogo está obrigado a respeitar o sigilo profissional, protegendo a 
confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do exercício de sua 
atividade e não revelando fatos que possam comprometer a intimidade das 
pessoas, grupos e instituições sob seu atendimento. 
 
Parágrafo 1º 
Não se entende como quebra de sigilo informar sobre o cliente a especialistas 
e/ou instituições, comprometidos com o atendido e/ou com o atendimento. 
 
Parágrafo 2º 
O psicopedagogo não revelará como testemunha, fatos de que tenha 
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor 
perante autoridade judicial. 
 
Artigo 8º 
Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros interessados, 
mediante concordância do próprio avaliado ou de seu representante legal. 
 
 
35 
 
Artigo 9º 
Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos cujo acesso não 
será franqueado a pessoas estranhas ao caso. 
 
Artigo 10º 
O psicopedagogo procurará desenvolver e manter boas relações com os 
componentes de diferentes categorias profissionais, observando para esse fim, 
o seguinte: 
a) trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas; 
b) reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização, 
encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento. 
 
CAPÍTULO IV – DAS RESPONSABILIDADES 
 
Artigo 11º 
São deveres do psicopedagogo: 
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que 
tratem da aprendizagem humana; 
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito, pela 
atitude crítica e pela cooperação com outros profissionais; 
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos 
parâmetros da competência psicopedagógica; 
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia; 
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição clara do seu 
parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de documento 
pertinente; 
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a título de 
exemplos e estudos de casos; 
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da 
classe e a manutenção do conceito público. 
 
 
 
36 
 
CAPÍTULO V – DOS INSTRUMENTOS 
 
Artigo 12º 
São instrumentos da Psicopedagogia aqueles que servem ao seu objeto de 
estudo – a aprendizagem. Sua escolha decorrerá de formação profissional e 
competência técnica, sendo vetado o uso de procedimentos, técnicas e recursos 
não reconhecidos como psicopedagógicos. 
 
CAPÍTULO VI – DAS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS 
 
Artigo 13º 
Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes 
normas: 
a) as discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em discussão e 
não ao seu autor; 
b) em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase aos 
autores e seguir normas científicas vigentes de publicação. Em nenhum caso o 
psicopedagogo se valerá da posição hierárquica para fazer publicar, em seu 
nome exclusivo, trabalhos executados sob sua orientação; 
c) em todo trabalho científico devem ser indicadas as referências bibliográficas 
utilizadas, bem como esclarecidas as ideias, descobertas e as ilustrações 
extraídas de cada autor, de acordo com normas e técnicas científicas vigentes. 
 
CAPÍTULO VII – DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL 
 
Artigo 14º 
Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá fazê-lo com 
exatidão e honestidade. 
 
 
 
 
 
37 
 
CAPÍTULO VIII - DOS HONORÁRIOS 
 
Artigo 15º 
O psicopedagogo, ao fixar seus honorários, deverá considerar como parâmetros 
básicos as condições socioeconômicas da região, a natureza da assistência 
prestada e o tempo despendido. 
 
CAPÍTULO IX – DA OBSERVÂNCIA E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE 
ÉTICA 
 
Artigo 16º 
Cabe ao psicopedagogo cumprir este Código de Ética. 
 
Parágrafo único 
Constitui infração ética: 
a) utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua; 
b) permitir que pessoas não habilitadas realizem práticas psicopedagógicas; 
c) fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática 
psicopedagógica; 
d) encaminhar ou desviar, por qualquer meio, cliente para si; 
e) receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços 
psicopedagógicos que não tenha efetivamente realizado; 
f) assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros, ou 
solicitar que outros profissionais assinem seus procedimentos. 
 
Artigo 17º 
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar, orientar pela fiel observância dos 
princípios éticos da classe e advertir infrações se necessário. 
 
Artigo 18º 
O presente Código de Ética poderá ser alterado por proposta do Conselho 
Nacional da ABPp, devendo ser aprovado em Assembleia Geral. 
 
38 
 
CAPÍTULO X – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Artigo 19º 
O Código de Ética tem seu cumprimento recomendado pelos Conselhos 
Nacional e Estaduais da ABPp. 
O presente Código de Ética foi elaborado pelo Conselho Nacional da ABPp do 
biênio 1991/1992, reformulado pelo Conselho Nacional do biênio 1995/1996 , 
passa por nova reformulação feita pelas Comissões de Ética triênios 2008/2010 
e 2011/2013, submetida para discussão e aprovado em Assembleia Geral em 05 
de novembro de 2011. 
 
 
 
39 
 
7 REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE PSICOPEDAGOGIA 
 
Os cursos brasileiros têm atualmente as modalidades presencial, 
semipresencial e a distância. Desde 1997 tramita pelo congresso um novo capítulo 
da nossa Psicopedagogia está prestes a acontecer: está tramitando no 
Congresso Nacional, desde 1997, a nova Resolução que regulamentará a 
profissão. Veja o Projeto de Lei que defende essa regulamentação. Desde lá 
muita coisa aconteceu como o reconhecimento da profissão como parte das 
profissões da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) entre outros que 
serão tratados após vermos o projeto de lei que tramita e atualmente está 
segundo o site da câmara legislativa e do senado federal aguardando a 
apreciassão do senado, tendo o texto aprovado em 2010. 
Disponiveis em: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-
/materia/96399 e 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=3
98499 para consulta. 
(Para consulta do texto inicial mais atualizado em tramite sugerimos ao 
leitor o acesso pelo link: https://legis.senado.leg.br/sdleg-
getter/documento?dm=4378260&ts=1594031608979&disposition=inline 
Acessado em 11 de Março de 2021) 
(Para consulta do texto aprovado pela câmara dos deputados sugeresse 
ao leitor o acesso em: 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsession
id=node05010type5zmw1gwjf0tp6n82s2113392.node0?codteor=748765&filena
me=Tramitacao-PL+3512/2008 Acessado em 11 de Março de 2021) 
 
PROJETO DE LEI Nº 31, 2010. (Do Senhor Neilton Mulim) 
 
Dispõe sobre a regulamentação da profissão de Psicopedagogo com abertura 
para atuação nas especificidades tangentes à Qualidade da Humanização 
Hospitalar em Setores Infantis e à Preservação de Incapacidade Proteção à 
Independência de Idosos. 
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/96399
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/96399
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=398499
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=398499https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4378260&ts=1594031608979&disposition=inline
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4378260&ts=1594031608979&disposition=inline
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=node05010type5zmw1gwjf0tp6n82s2113392.node0?codteor=748765&filename=Tramitacao-PL+3512/2008
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=node05010type5zmw1gwjf0tp6n82s2113392.node0?codteor=748765&filename=Tramitacao-PL+3512/2008
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=node05010type5zmw1gwjf0tp6n82s2113392.node0?codteor=748765&filename=Tramitacao-PL+3512/2008
 
40 
 
O Congresso Nacional decreta: 
 
Art. 1º É reconhecido em todo território nacional o exercício da atividade de 
Psicopedagogia, observadas as disposições da lei; 
Art. 2º Poderão exercer a atividade de Psicopedagogia no país: 
I. Os portadores de diploma em curso de graduação em Psicopedagogia 
expedido por escola ou instituições devidamente autorizadas ou 
credenciadas nos termos da legislação pertinente; 
II. Os portadores de diploma em Psicologia, Pedagogia ou licenciatura que 
tenham concluído curso de especialização em Psicopedagogia, com 
duração mínima de 600 horase carga horária de 80% na especialidade; 
III. Os portadores de diploma de curso superior que já venham exercendo ou 
tenham exercido, comprovadamente, atividades profissionais de 
psicopedagogia em entidade pública ou privada, até a data da publicação 
desta lei. 
IV. Art. 3º São atividades e atribuições dos profissionais da Psicopedagogia: 
V. Intervenção psicopedagógica, visando a solução dos problemas de 
aprendizagem, tendo por enfoque o indivíduo ou a instituição de ensino 
público ou privado ou outras instituições onde haja a sistematização do 
processo de aprendizagem na forma da lei; 
VI. Realização de diagnóstico e intervenção psicopedagógica, mediante a 
utilização de instrumentos e técnicas próprios de Psicopedagogia; 
VII. Utilização de métodos, técnicas e instrumentos psicopedagógicos desde 
que amparados pelos preceitos básicos da multidisciplinaridade da área, 
com vistas à neurociências, psicologia, pedagogia, fonoaudióloga, entre 
outros; 
VIII. Consultoria e assessoria psicopedagógicas, objetivando a identificação, a 
compreensão e a análise dos problemas no processo de aprendizagem; 
IX. Apoio psicopedagógico aos trabalhos educacionais realizados em 
espaços institucionais; 
X. Supervisão de profissionais em trabalhos teóricos e práticos de 
Psicopedagogia; 
 
41 
 
XI. Orientação, coordenação e supervisão de cursos de Psicopedagogia; 
XII. Direção de serviços de Psicopedagogia em estabelecimentos públicos ou 
privados. 
 
Art. 4º Agrega-se a Psicopedagogia institucional a responsabilidade 
concernente a Qualidade de Humanização em ambientes Hospitalares nos 
Setores Infantis, seguindo os preceitos: 
I. Valorização da compreensão harmônica entre familiares a cerca da 
importância dos aspectos afetivos e emocionais para recuperação e 
reestabelecimento da saúde física, psicológica e emocional do paciente; 
II. Entendimento da necessidade de assistência aos responsáveis e 
familiares para maior aceitação e facilitação do processo de assimilação 
e acomodação da realidade vivenciada. 
 
Art. 5º Constitui-se a possibilidade de atuação efetiva direcionada aos Idosos, 
sob o aspecto: 
I. Da Prevenção de Incapacidade Psíquicas, Cognitivas e Emocionais, que 
proteja e assegura a situação da motivação através de formação de 
hábitos, criação insight e pensamento reflexivo, preservando assim a 
possibilidade de maior independência e qualidade de vida aos idosos. 
 
Art. 6º Para o exercício da atividade de Psicopedagogia é obrigatória à inscrição 
do profissional junto ao órgão competente que deve por sua vez estar ligado ao 
Ministério da Educação. 
 
Parágrafo único – São requisitos para a inscrição: 
I. A satisfação das exigências de habilitação profissional previstas nesta lei; 
II. Ausência de impedimentos legais para o exercício de qualquer profissão; 
III. Inexistência de conduta desabonadora no âmbito educacional. 
 
Art. 7º São consideradas infrações disciplinares: 
I. Transgredir preceito de ética profissional; 
 
42 
 
II. Exercer a profissão quando impedido de fazê-la ou facilitar, por qualquer 
meio, o seu exercício aos não inscritos ou impedidos; 
III. Praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como 
crime; 
IV. Descumprir determinações dos órgãos competentes depois de 
regularmente notificado; 
V. Deixar de pagar, na data prevista, as contribuições e as taxas devidas ao 
órgão competente. 
 
Art. 8º As infrações disciplinares estão sujeitas à aplicação das seguintes penas 
de acordo com a gravidade do ocorrido: 
I. Advertência; 
II. Multa; 
III. Censura; 
IV. Suspensão do exercício profissional até trinta dias; 
V. Cassação do exercício profissional. 
 
Art. 9º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Além deste texto com as devidar revisões e alterações feitas na câmara dos 
deputados aprovadas disponível em: 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=no
de05010type5zmw1gwjf0tp6n82s2113392.node0?codteor=748765&filename=T
ramitacao-PL+3512/2008 Acessado em 11 de Março de 2021, gostaríamos de 
ressaltar um dos grandes marcos para a psicopedagogia, o reconhecimento 
como profissão na CBO. 
 
 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=node05010type5zmw1gwjf0tp6n82s2113392.node0?codteor=748765&filename=Tramitacao-PL+3512/2008
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=node05010type5zmw1gwjf0tp6n82s2113392.node0?codteor=748765&filename=Tramitacao-PL+3512/2008
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=node05010type5zmw1gwjf0tp6n82s2113392.node0?codteor=748765&filename=Tramitacao-PL+3512/2008
 
43 
 
8 CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE OCUPAÇÕES (CBO) 
 
Segundo o ministério do trabalho a Classificação Brasileira de Ocupações 
- CBO, instituída por portaria ministerial nº. 397, de 9 de outubro de 2002, tem 
por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho, para fins 
classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares. 
Os efeitos de uniformização pretendida pela Classificação Brasileira de 
Ocupações são de ordem administrativa e não se estendem as relações de 
trabalho. Já a regulamentação da profissão, diferentemente da CBO é realizada 
por meio de lei, cuja apreciação é feita pelo Congresso Nacional, por meio de 
seus Deputados e Senadores, e levada à sanção do Presidente da República. 
Assim sendo o documento é um documento normalizador da nomeação 
de títulos e conteúdo das ocupações do mercado de trabalho brasileiro. 
Segundo a CBO a profissão de psicopedagogo passou a ser reconhecida 
como pertencente ao quadro de técnicos em educação fazendo parte da família 
/ ocupação 2394-25 que pode ser encontrada no site: 
http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf Acessado em 09 de Janeiro 
de 2021. 
Segundo a CBO os psicopedagogos tem como descrição sumária: 
 
Implementam, avaliam, coordenam e planejam o desenvolvimento de 
projetos pedagógicos/instrucionais nas modalidades de ensino 
presencial e/ou a distância; participam da elaboração, implementação 
e coordenação de projetos de recuperação de aprendizagem, 
aplicando metodologias e técnicas para facilitar o processo de ensino 
e aprendizagem. Atuam em cursos acadêmicos e/ou corporativos em 
todos os níveis de ensino para atender as necessidades dos alunos, 
acompanhando e avaliando os processos educacionais. Viabilizam o 
trabalho coletivo, criando e organizando mecanismos de participação 
em programas e projetos educacionais, facilitando o processo 
comunicativo entre a comunidade escolar e as associações a ela 
vinculadas. Atuam no contexto clínico, avaliandoas funções cognitivas, 
motoras e de interação social dos clientes e promovendo a reabilitação 
das funções prejudicadas dos mesmos. 
 
Além disso, é reconhecido a profissão como atuante como 
programadores, avaliadores e orientadores de ensino. 
 
http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf
 
44 
 
9 JUSTIFICAÇÃO 
 
Decorridos mais de uma década desde o início da busca pela 
regulamentação e reconhecimento da importância da Psicopedagogia como 
profissão, que assume a imprescindível tarefa de mediar o processo complexo 
de aquisição e estabelecimento de novos saberes, o assunto continua atual e 
digno de providências. 
Em referência ao autor da primeira proposta, o então Deputado Babosa 
Neto, trazemos o caráter emergencial da questão: “Assim, tendo em vista que a 
formação do Psicopedagogo em ocorrendo em caráter oficial nas Universidades 
com muita procura, e a grande quantidade de profissionais formados desde a 
década de sessenta, a regulamentação da profissão torna-se não só legítima, 
mas urgente”. Deputado Barbosa Neto, 1997. 
Durante todo esse longo tramitar a proposta vem recebendo emendas que 
apenas evidenciam seu pujante caráter. As relações humanas são constantes e 
o processo de aquisição e construção de novos saberes é unipresente e 
inevitável, daí a importância da extensão da proposta para todas as faixas 
etárias, já que esse processo é uma constante. 
Ressaltamos no aspecto clínico a assistência aos idosos vistos as 
patologias cada vez mais constantes em atualidade. Exercitar, estimular o 
raciocínio lógico com certeza motivará a produção de modificações nas estruturas 
cognitivas dos indivíduos expandindo e potencializando a aprendizagem, 
aumentando a eficiência mental e melhorando a qualidade do desempenho 
intelectual. 
Da mesma forma, a atuação institucional do profissional de 
Psicopedagogia trará uma resposta de fato considerável no processo de 
assimilação e desenvolvimento favorável em casos de internações de pacientes 
infantis por períodos prolongados. 
Manter a relação com o mundo exterior através do compartilhar 
conhecimentos contemporâneos, voltados para seus interesses com a 
participação dos entes mais próximos providenciará subsídios para aumento da 
autoestima, tirando a atenção demasiada antes dedicada somente à 
 
45 
 
enfermidade. A qualidade da Humanização em ambientes hospitalares é uma 
forma de contribuir para o desenvolvimento de defesas orgânicas essenciais para 
recuperação. 
Os atributos para realização de tais ações são preenchidos pelos 
profissionais de Psicopedagogia que trazem na essência de sua formação a 
multipluridade necessária para contribuir de forma decisiva no desenvolvimento 
da aprendizagem em suas diversas instâncias. Sala de Sessões, de 2010. 
NEILTON MULIM Deputado Federal 
Não menos importante do que a texto do Projeto de Lei é a justificativa 
que a deputada e professora Raquel Teixeira, autora e principal representante 
da luta pela regularização da profissão de Psicopedagogo, apresenta para que 
fique clara a importância da profissão do Psicopedagogo. 
Apesar do muito que se tem estudado e discutido sobre a educação 
brasileira, o fracasso escolar impõe-se de forma alarmante e persistente em 
nossas estatísticas mostrando que o sistema ampliou o número de vagas, mas 
não desenvolveu uma política que o tornasse eficiente na garantia do bom 
desempenho no processo de aprendizagem, possibilitando aos aprendizes o 
acesso à cidadania. A escola, que deveria ser local de promoção do 
desenvolvimento das potencialidades de todos os indivíduos, torna-se, para 
muitos, palco de fracassos ou de desenvolvimento insatisfatório e precário. 
Esse quadro exige uma urgente revisão do projeto educacional brasileiro, 
de modo a melhorar a qualidade do que se ensina e de como se ensina; do que 
se aprende e de como se aprende. Essa situação só poderá ser enfrentada se o 
processo de aprendizagem for analisado sob uma perspectiva que considere não 
só o contexto social em que esta prática se dá, mas simultaneamente com a visão 
global da pessoa que aprende e de suas dificuldades nesse processo. 
A resposta para tal desafio é a prática psicopedagógica exercida por um 
profissional especializado, o Psicopedagogo, cuja atuação visa não apenas a 
sanar problemas de aprendizagem, considerando as características 
multidisciplinares da pessoa que aprende, mas também busca melhorar seu 
desempenho e aumentar suas potencialidades de aprendizagem. 
Tendo adquirido conhecimentos multidisciplinares e manuseio de 
 
46 
 
instrumentos psicopedagógicos específicos que lhes permitem uma atuação 
eficaz junto aos alunos, os Psicopedagogos são, hoje, os profissionais que 
apresentam as melhores condições de atuar na melhoria da forma de 
aprendizagem e na resolução dos problemas decorrentes desse processo. Na 
relação com o aprendiz, o Psicopedagogo estabelece uma investigação 
cuidadosa, que permite levantar uma série de hipóteses indicadoras das 
estratégias capazes de criar a situação mais adequada para que a aprendizagem 
ocorra. 
Além de ter fundamental atuação na área educacional, os 
Psicopedagogos avançaram também na pesquisa cientifica, pois, a partir da 
eficiência constatada na prática clínica, estruturaram um corpo de 
conhecimentos psicopedagógicos abrindo, ao mesmo tempo, um vasto campo 
de investigação de fenômenos envolvidos no processo da aprendizagem. Assim, 
a Psicopedagogia conta, em todo o mundo, inclusive no Brasil, com um grande 
acervo de trabalhos científicos publicados em revistas, livros e boletins, bem 
como dissertações de mestrado e teses de doutorado, que já constituem um 
conjunto consistente de conhecimentos, no qual está embasada a atuação 
psicopedagógica. 
Dessa forma, justifica-se a necessidade de um novo profissional com 
formação psicopedagógica, a partir de um curso de especialização em nível de 
pós-graduação, capaz de desempenhar um papel especifico nas dificuldades do 
processo de aprendizagem com uma sólida fundamentação centrada no 
conhecimento científico, o qual deve ser trabalhado por um conjunto de 
disciplinas que possibilitem a compreensão dos problemas no processo de 
aprendizagem de forma global e não fragmentada, constituindo uma estrutura 
com programação inter-relacionada e com processo conjunto de avaliação. 
Assim, tendo em vista a quantidade de crianças e adolescentes que 
necessitam urgentemente de ajuda e a existência de profissionais que buscam, 
cada vez mais, a formação oferecida pelos cursos de Psicopedagogia em 
instituições e universidades brasileiras e desenvolvem uma pesquisa científica 
pujante, a regulamentação da profissão torna-se não só legitima, mas urgente. 
Ao ler o Projeto de Lei e a sua justificativa, fica claro que o Psicopedagogo 
 
47 
 
tem ocupado uma posição importantíssima no que tange à educação brasileira. 
É esperado que este profissional tenha profundo comprometimento e 
desempenhe muito bem suas funções: 
 Sanar problemas de aprendizagem, 
 Considerar sempre as características multidisciplinares da pessoa que 
aprende; 
 Oferecer alternativas para melhorar o desempenho acadêmico; 
 Compreender diferentes estilos de aprendizagem e, dessa forma, 
aumentar as potencialidades de aprendizagem. 
 Oferecer alternativas para melhorar o desempenho acadêmico; 
Quando a deputada Raquel Teixeira menciona a produção acadêmica 
brasileira, ela se refere a diversos cursos que são oferecidos atualmente no 
Brasil, o que fortalece seus argumentos frente à regulamentação da profissão. 
Fontes (2006) reforça a ideia de que a Psicopedagogia vem escrevendo sua 
história criando outros cursos: de formação, de mestrado, de doutorado o que 
aumente significativamente o número de produções teóricas genuinamente 
brasileiras. 
Enquanto não regularizar a profissão de Psicopedagogo, este profissional 
é considerado componente da equipe de “Programadores,

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