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Carboidratos Instituto Federal de Rondônia - IFRO Campus Jaru Profa.: Dra. Marilene Maciel Curso: Nutrição Animal Jaru, 2023 Situação problema Por que os momogastricos não digerem a celulose e os herbívoros conseguem efetuar digestão e o aproveitamento metabólico desse carboidrato? Classificação dos Animais em função do Trato gastrointestinal Peixe Conceito ❑Açúcares, glicídios, hidratos de carbono ❑Compostos orgânicos que contêm moléculas de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O). Fórmula geral: CnH2n0n Conceito ❑Das moléculas orgânicas o carboidrato é o mais presente na natureza. ❑Por este motivo, possui diferentes funções: ➢Fonte de energia da dieta para muitos organismos; ➢Componente estrutural das células; ➢Reserva energética. Funções dos carboidratos ❑Fonte de energia ➢ A degradação dos carboidratos representa a mais importante via de fornecimento de energia para o organismo (glicose e frutose); ➢Cada grama de carboidrato fornece 4 Kcal Funções dos carboidratos ❑Função estrutural ➢Funcionam como elementos de sustentação e estrutura para vários organismos. ▪ DNA – desoxiribose ▪ RNA – ribose ▪ Parede celular das plantas – celulose ▪ Carapaça de artrópodes – quitina Funções dos carboidratos ❑Reserva energética ➢Vegetais – amido ➢Amimais – glicogênio Após uma refeição rica em carboidratos, a glicose é armazenada especialmente no fígado e músculos - GLICOGÊNIO Principal fonte de energia na dieta dos animais Carboidratos da planta Conteúdo celular Ác. orgânicos Açúcares Amido Frutosanas Parede celular Pectina Hemicelulose Celulose Lignina Carboidratos não estruturais Carboidratos estruturais Carboidratos não fibrosos FDN FDA FDN – fibra em detergente neutro FDA – fibra em detergente ácido Estrutura química de carboidratos Carboidratos fibrosos Classificação dos carboidratos ❑Os carboidratos são classificados de acordo com o número de ligações glicosídicas: ➢Monossacarídeos – carboidratos simples, não podem ser hidrolisados em compostos mais simples; ➢Dissacarídeos – compostos por dois monossacarídeos; ➢Oligossacarídeos – 3 a 10 unidades de monossacarídeos; ➢Polissacarídeos – mais de 10 unidades de monossacarídeos. Classificação ❑Oligossacarídeos – são polímeros relativamente pequenos que constituem de dois a dez monossacarídeos. Dissacarídeo Composição Fonte Maltose Glicose + Glicose Cereais Sacarose Glicose + Frutose Cana de açúcar Lactose Glicose + Galactose Leite Classificação ❑Polissacarídeos – Formadas por várias unidades de monossacarídeos ligadas entre si por ligações glicosídicas, unidas em longas cadeias lineares ou ramificadas. Polissacarídeos de armazenamento ❑Amido - é a forma armazenada dos açúcares nas plantas e é composto de uma mistura de dois polissacarídeos, amilose e amilopectina (ambos são polímeros da glicose). Amilose (80 a 85%) Amilopectina (15 a 20%) Polissacarídeos estruturais ❑Celulose – é o carboidrato mais abundante na natureza. Este tipo de ligação glicosídica confere a molécula uma estrutura espacial muito linear, que forma fibras insolúveis em água e não digeríveis pelos animais monogástricos (ligações β glicosídicas). Fracionamento dos carboidratos ❑A = Solúvel em detergente neutro e de rápida degradação no rúmen, formada basicamente de açucares simples. ❑B1 = Solúvel em detergente neutro e também de rápida degradação no rúmen, formada basicamente por amido e pectina. ❑B2 = Fibra potencialmente degradável com degradação ruminal mais lenta e constituída basicamente de celulose e hemicelulose. ❑C = Fibra indisponível, formada de lignina e fibra associada a lignina. Sistema detergente Composição, degradação ruminal e digestão intestinal das frações de carboidratos Fração Composição Degradabilidade ruminal, %/hora Digestibilidade intestinal, % A Açúcares e ácidos orgânicos 200 a 350 Chega muito pouco (100%) B1 Amido, pectinas e glucanas 20 a 40 75% B2 Fibra disponível, celulose e hemicelulose 2 a 10 20% C Lignina e fibra associada à lignina 0 0 Ruminantes O rúmen é considerado um ecossistema microbiano diverso e único. ❑Seu meio é anaeróbio (baixa concentração de oxigênio); ❑Temperatura em torno de 39 a 42 °C; ❑pH varia normalmente entre 6,0 e 7,0; ❑Presença permanente de substratos e de atividade fermentativa. Ruminantes Habitam o interior do rúmen três tipos de microrganismos ativos: ❑Bactérias – constituem de 60 a 90% da biomassa bacterina ❑Protozoários – cerca de 10% da biomassa bacteriana ❑Fungos – cerca de 8% da biomassa bacteriana Ruminantes ❑As bactérias podem ser agrupadas (consórcios) em função de sua estratégia nutricional ou característica fermentativa comum (sintropia): ➢Fermentadoras de carboidratos fibrosos - Ruminococcus albus, Ruminococcus flavefaciens e Fibrobacter succinogenes; ➢Fermentadoras de carboidratos não fibrosos – Streptococcus bovis, Ruminobacter amylophilus, Lactobacillus sp. e Prevotella sp.; ➢Proteolíticas (aminolíticas) – Peptostreptococci sp. e Clostridium sp.; ➢Láticas – Succinivibrio dextrinosolvens; Ruminantes ❑As bactérias podem ser agrupadas (consórcios) em função de sua estratégia nutricional ou característica fermentativa comum (sintropia): ➢Pectinolíticas – Megasphaera elsdenii e Selenomonas ruminantium; ➢Lipolíticas – Anaerovibrio lipolytica; ➢Ureolíticas – Enterococcus faecium; ➢Metanogênicas – Methanobacterium sp. Methanobrevibacter sp. Digestão extracelular (aderência microbiana) Proteína Grandes peptídios Oligopeptídeos Aminoácidos Aminoácidos Proteína microbiana Polissacarídeos Oligossacarídeos Dissacarídeos Monossacarídeos Monossacarídeos AGV Membrana celular bacteriana Meio externo Citoplasma ATP ATP ATPADP NH3 NH3 ADP ATP NAD+ NADHNAD+ NADH Degradação dos carboidratos ❑A maior parte da energia normalmente consumida pelos ruminantes é derivada de polissacarídeos presentes na parede da células vegetais: ➢Carboidratos fibrosos: celulose e hemicelulose, principalmente; ➢Carboidratos não fibrosos: amido e pectina, principalmente. Degradação dos carboidratos Concentração aproximada (% na matéria seca) dos diferentes carboidratos nos principais grupos de plantas forrageiras Tipo de carboidrato Leguminosas temperadas Gramíneas temperadas Gramíneas tropicais Carboidratos não fibrosos Amido 2 – 5 3 – 6 1 – 5 Açúcares solúveis 1 – 11 0 – 2 1 – 5 Frutosanas - 3 – 10 - Carboidratos fibrosos Celulose 20 – 35 15 – 45 22 – 40 Hemicelulose 4 – 17 12 – 40 25 – 40 Pectina 4 – 12 1 – 2 1 – 2 Degradação dos carboidratos Polissacarídeos (celulose, hemicelulose, amido, pectina, frutosanas) Oligossacarídeos Monossacarídeos (glicose, frutose, galactose, ribose, xilose,...) AGV Meio externo Citoplasma Monossacarídeos Membrana celular bacteriana Piruvato Pectina Ácidos urônicos Xilulose Ciclo das pentoses GLICOSE Hemicelulose Celulose Amido Oligassacarídeos (Frutosanas) Sacarose Xilobiose Pentose Celobiose Dextrinas Maltose Frutose Amilose + amilopectina microbiana Piruvato Formato CO2 CH4 Acetil-CoA Acetato Etanol Butirato Propionato Ácidos graxos voláteis (AGVs) ❑Fermentação dos carboidratos ➢Acético ➢Propiônico ➢Butírico Ácido % mistura dos AGVs Acético 60 – 70 Propiônico 15 – 20 Butírico 10 – 15 Metabolismo do acetato É utilizado principalmente pelos tecidos extrahepático Metabolismo do propionato ❑Principal percursor de glicose em ruminantes ❑Metabolizado principalmente no fígado Metabolismo do Butirato Ácidos graxos voláteis (AGVs) ❑Em termos de quilocalorias (Kcal) por molécula grama a medição do potencial energético dos AGVs: ➢Acético = 209 Kcal ➢Propiônico = 367 Kcal ➢Butírico = 524 Kcal Glicose = 673 Kcal Ácidos graxos voláteis (AGVs) ❑A maioria dos AGVs são absorvidos no epitélio ruminal, mas também no retículo,omaso e intestino delgado. ❑Dietas ricas em volumosos ➢Acido acético (convertido em CoA e gorduras corporal e leite ) ❑Dietas ricas em amido ➢Ácido propiônico (entra no ciclo de Krebs via succinato e forma glicose via oxalacetato e fosfoenolpiruvato) ❑Dietas ricas em proteínas ➢Ácido butírico (transforma-se em corpos cetônicos) Ácidos graxos voláteis (AGVs) ❑Outros ácidos graxos voláteis: ➢Valérico ➢Capróico ➢Fórmico ➢Isobutírico ➢Isovalérico Alimentação e os tipos de AGVs produzidos Acetato Butirato Propionato Alimentação e os tipos de AGVs produzidos Relação Volumoso:concentrado Relação molar (%) Acetato Propionato Butirato 100:0 71,4 16,0 7,9 75:25 68,2 18,1 8,0 50:50 65,3 18,4 10,4 40:60 59,8 25,9 10,2 20:80 53,6 53,6 10,7 Fonte: PHILIPSON (1970) Fatores que afetam a digestão das plantas ❑Lignina ➢Ligações complexas à hidrólise ➢Maturidade fisiológica da planta ➢Teor de lignina e digestibilidade da planta ❑Ácidos fenólicos ➢Tóxicos, diminui os microrganismos ➢Diminui a digestibilidade da celulose Fatores que afetam a digestão das plantas ❑Alcaloides ➢Inibe bactérias celulolíticas ➢Diminui digestibilidade da celulose ➢Diminui a produção de AGVs ➢Diminui a disponibilidade de energia ❑Taninos ➢Inibidores de enzimas digestivas (ligam-se às proteínas) ➢Deprime o valor nutritivo da matéria seca ➢Redução da ingestão voluntária Limitação do uso de carboidratos na nutrição animal ❑Ruminantes ➢Limites de uso de carboidratos para maximização da fermentação ruminal • Nível adequado de fibra efetiva: ✓20 a 22% de FDN efetivo na dieta ✓75% proveniente da forragem ✓Máximo de 19% FDA (Fibra em detergente ácido) ✓Mínimo de 17% de FB (Fibra bruta) ▪ Carboidratos não estruturais (amido e açúcares) ✓33 – 38% da matéria seca ❑Não ruminantes ➢Máximo de 15 – 18% de FB (variando entres espécies) Próxima aula! Slide 1: Carboidratos Slide 2: Situação problema Slide 3 Slide 4: Conceito Slide 5: Conceito Slide 6: Funções dos carboidratos Slide 7: Funções dos carboidratos Slide 8: Funções dos carboidratos Slide 9: Principal fonte de energia na dieta dos animais Slide 10 Slide 11: Classificação dos carboidratos Slide 12: Classificação Slide 13: Classificação Slide 14: Polissacarídeos de armazenamento Slide 15: Polissacarídeos estruturais Slide 16: Fracionamento dos carboidratos Slide 17: Sistema detergente Slide 18: Ruminantes Slide 19: Ruminantes Slide 20: Ruminantes Slide 21: Ruminantes Slide 22: Digestão extracelular (aderência microbiana) Slide 23: Degradação dos carboidratos Slide 24: Degradação dos carboidratos Slide 25: Degradação dos carboidratos Slide 26 Slide 27: Ácidos graxos voláteis (AGVs) Slide 28: Metabolismo do acetato Slide 29: Metabolismo do propionato Slide 30: Metabolismo do Butirato Slide 31: Ácidos graxos voláteis (AGVs) Slide 32: Ácidos graxos voláteis (AGVs) Slide 33: Ácidos graxos voláteis (AGVs) Slide 34: Alimentação e os tipos de AGVs produzidos Slide 35: Alimentação e os tipos de AGVs produzidos Slide 36 Slide 37: Fatores que afetam a digestão das plantas Slide 38: Fatores que afetam a digestão das plantas Slide 39: Limitação do uso de carboidratos na nutrição animal Slide 40: Próxima aula!
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