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Anah Zanetti TRAUMA RAQUIMEDULAR— - C - Trauma Raquimedular: ➜ é qualquer agressão à medula espinhal que pode ocasionar danos neurológicos como déficits sensitivos, motores e autonômicos. Principais causas: ➜ acidentes automobilísticos, queda de altura e mergulho em águas rasas. Localização: ➜ 55% dos casos de lesões traumáticas na coluna acontecem na região cervical. ● Abordagem: *** Devemos sempre investigar lesão de coluna vertebral em pacientes com traumas múltiplos. Abordagem inicial: ➜prancha rígida e colar cervical (restringir o movimento da coluna adequadamente); ➜NÃOmanipular excessivamente o paciente (evitar danos neurológicos adicionais). ***A prancha rígida deve ser utilizada apenas para o transporte do paciente! a. Pacientes responsivos SEM dor ou hipersensibilidade ao longo da coluna: ➜ pode-se excluir virtualmente lesão vertebral significativa. b. Pacientes comatosos ou com rebaixamento do nível de consciência: ➜ Deve-se obter radiografia para excluir lesões vertebrais. ***na suspeita: sempre imobilizar o paciente e utilizar ferramentas clínicas para excluir diagnóstico! Anah Zanetti COLUNA VERTEBRAL: 1. Coluna cervical mais móvel e exposta, sendo amais vulnerável às lesões 2. Coluna torácica: mobilidade muito mais restrita, além da proteção adicional da caixa torácica, a incidência de fraturas é menor. 3. Junção toracolombar: eixo entre a região torácica inflexível e os níveis lombares mais móveis local vulnerável para lesões. MEDULA ESPINHAL: ➜ Origina-se na extremidade caudal do bulbo e em adultos, geralmente termina em L1 como conemedular, onde dá início à cauda equina (mais resistente às lesões). ➜ Apenas 3 tratos podem ser avaliados clinicamente Anah Zanetti DERMÁTOMOS: ➜ Área inervada pelos axônios sensoriais dentro de uma raiz nervosa e muitas vezes pode diferir nos dois lados do corpo. ➜ Essas áreas sensoriais transportam informações sobre tato, dor, temperatura e vibração desde a pele até a medula espinhal. ➜ No exame (ASIA) usamos a classificação da sensibilidade em uma escala (ausente, formigamento e normal). ➜ Na tabela temos os níveis medulares e suas áreas de inervação. MIÓTOMOS: ➜ Cada raiz nervosa inerva mais de um músculo e a maioria dos músculos e inervado por mais de uma raiz nervosa (geralmente duas); ➜ Para simplificar o exame (ASIA) certos músculos ou grupos musculares são representado por uma única raiz nervosa ➜ Osmúsculos devem ser testados quanto a força em ambos os lados, e são graduados em uma escala de 5 pontos ➜ Alem disso o esfíncter anal externo deve ser testado quanto a contração voluntaria. ➜O reflexo é muito importante na avaliação do TRM que apresenta choquemedular. ** ASIA ( American Spinal Injury Association): ➜ Padrão internacional para classificação neurologica de lesão medular; ➜ O exame da sensibilidade é realizado por meio da avaliação da sensibilidade tátil e dolorosa do paciente, pesquisada nos 28 dermátomos de ambos os lados; ➜ Avaliação da função motora é realizada pelo exame, de ambos os lados, de músculos denominados “músculos-chave”, em 10 pares de miótomos. Escala de Frankel: 1. Lesão completa (A): sem funçãomotora ou sensitiva (S4 A S5) 2. Lesão incompleta (B): com sensibilidade e sem força motora abaixo do nível neurológico (até S4 a S5) 3. Lesão incompleta (C): com funçãomotora abaixo do nível neurológico (os músculos-chave abaixo deste nível possuem grau de força 1 - 2. 4. Lesão incompleta (D): com função motora abaixo do nível neurológico (os músculos-chave abaixo deste nível possuem graumaior ou igual a 3.) 5. Normal (E): sensibilidade e força motora normais. Anah Zanetti ● CHOQUE NEUROGÊNICO X CHOQUEMEDULAR: 1. Choque neurogênico: ➜ Perda do tônus vasomotor e da irrigação simpática do coração (lesões acima de T6). Com isso, o paciente evolui com hipotensão e bradicardia, ou a incapacidade de responder com taquicardia. ➜ Tratamento: Volêmica + Drogas vasoativas, se bradicardia refratária usar atropina. 2. Choquemedular: ➜ Perda do tônus muscular e perda de reflexos que ocorrem imediatamente após a lesão namedula espinhal. Após o período de 24-48h ocorre espasticidade ● Lesão Medular: ➜ A Lesão Medular (LM) é uma condição de insuficiência parcial ou total do funcionamento damedula espinhal. ➜ É decorrente da interrupção dos tratos nervosos motor e sensorial deste órgão, podendo levar a alterações nas funções motoras e déficits sensitivos, superficial e profundo nos segmentos corporais localizados abaixo do nível da lesão, além de alterações viscerais, autonômicas, disfunções vasomotoras, esfincterianas, sexuais e tróficas. ➜ A lesão medular é uma agressão à medula espinhal, que pode resultar em perda parcial ou total das funções motoras e/ou sensitiva, comprometendo os sistemas urinário, intestinal, respiratório, circulatório, sexual e reprodutivo. Esse comprometimento ocorre em consequência da morte dos neurônios da medula e da quebra de comunicação entre os axônios que se originam no cérebro e suas conexões, que compromete a locomoção, ocasionando repouso prolongado, entre outras complicações. ➜ As lesões na medula espinal ocorrem quando uma força física direta lesa vértebra, ligamentos ou discos da coluna espinal, causando hematoma, esmagamento ou ruptura do tecido da medula espinal; e quando a medula espinal é penetrada. ➜ Essas lesões também podem produzir lesão vascular que resulta em isquemia ou hematoma (normalmente extradural), levando a danos posteriores. Todas as formas de lesão podem causar edema na medula espinhal, diminuindo posteriormente o fluxo sanguíneo e a oxigenação. A lesão pode ser mediada pela liberação excessiva de neurotransmissores das células lesadas e por resposta inflamatória imunitária com liberação de citocinas, acúmulo de radicais livres e apoptose. Efeitos da lesãomedular em outros sistemas: ➜ PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO: possibilidade de insuficiência respiratória (hipoventilação por paralisia dos mm. intercostais ou do diafragma). ➜ Sinais de abdome agudo ou dor pélvica associados à fraturas da bacia, por exemplo, podem ser mascarados pela incapacidade de perceber os estímulos dolorosos. Logo, deve-se investigar lesões potencialmente graves em qualquer parte do corpo vindo desse trauma. Anah Zanetti ● CLASSIFICAÇÃO- NÍVEIS: 1. Ósseo 2. Neurológico 3. Sensitivo 4. Motor ** Frequentemente, há discrepância entre os níveis ósseo e neurológico de lesão. ** Zona de preservação parcial: área abaixo do nível de lesão, onde algumas funções estão presentes. ● lesões medulares podem ser divididas em duas categorias funcionais: 1. tetraplegia: Refere à paralisia do tronco e músculos respiratórios e dos quatro membros, sendo resultado de lesões da medula cervical: a. parcial b. completa (lesão cervical) 2. paraplegia: de parte ou de ambos os membros inferiores e do tronco, resultante de lesões na medula torácica, lombar ou sacral. Refere a uma paralisia: a. parcial b. completa (lesão torácica) ** Qualquer funçãomotora ou sensorial abaixo do nível da lesão constitui uma lesão incompleta. ● Prognóstico funcional: será determinado após a fase aguda e incluirá as determinações do nível e grau da lesão e a avaliação. ● Asmanifestações clínicas dependerão do nível e grau da lesão: Em relação ao grau, as lesões podem ser classificadas como: 1. completas: Nas lesões completas existe perda sensitiva e paralisia motora total abaixo do nível da lesão devido à interrupção completa dos tratos nervosos. 2. não complexas: Em uma lesão incompleta estão preservados grupos musculares e áreas sensitivas que não foram afetados. ● Também em relação aos graus da lesão, são identificadas algumas síndromesmedulares: 1. Síndrome centromedular: ➜ os membros superiores são mais afetados que os membros inferiores; 2. Síndrome Brown-Séquard: ➜ apenas um lado damedula é seccionado resultando em perda motora e proprioceptiva homolateral à lesão e perda da sensibilidade térmica e dolorosa contralateral à lesão; Anah Zanetti 3. Síndromemedular anterior: ➜ ocorre perda motorae da sensibilidade térmica e dolorosa estando preservada a propriocepção; 4. Síndromemedular transversa: ➜ lesão acima do cone medular com perda motora (paralisia espástica) e sensitiva completa (anestesia superficial e profunda); 5. Síndrome do conemedular: ➜ lesão da medula sacral e das raízes lombares com perda motora (paralisia flácida) e sensitiva dos dermátomos lombossacros correspondentes; 6. Síndrome da cauda equina: ➜ Lesão de raízes lombossacras abaixo do cone medular com perda motora (paralisia flácida) e sensitiva correspondentes às raízes lesionadas. ● A lesãomedular pode ter causas de origens: 1. traumáticas: Entre as causas de etiologia traumática, as mais frequentes estão relacionadas a acidentes automobilísticos, ferimentos por armas de fogo, mergulho em águas rasas, acidentes esportivos e quedas. Entre essas causas, os ferimentos penetrantes por arma de fogo produzem lesões graves com perda de substância, fístulas, infecções e meningites. 2. não traumáticas. Podem estar relacionadas a tumores, infecções, alterações vasculares, malformações e processos degenerativos ou compressivos. ● A instalação da Lesãomedular pode ser: 1. abrupta: originando o quadro clínico denominado choquemedular; No choquemedular observa-se paralisia flácida e anestesia abaixo do nível da lesão, além de alterações esfincterianas, sexuais e na termorregulação. 2. progressiva: cujas alterações surgem gradualmente. ● CONDUTA GERAL: Segundo o ATLS 10a edição, os 3 pilares do atendimento do paciente com suspeita de lesão na coluna vertebral são: 1. Imobilização adequada 2. Reposição volêmica e Medicações 3. Transferência, se indicado Anah Zanetti QUANDO SUSPEITAR DE LESÃO NA COLUNA CERVICAL OU TOROCOLOMBAR? ➜ Sinais de instabilidade da coluna vertebral: Presença ou ausência de paraplegia, tetraplegia, alterações no exame neurológico e perda de sensibilidade. ➜ Protocolo Nexus e CCR ( risco ) ➜ Avaliação do estado geral do paciente
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