ENSAIO DE COMPRESSÃO CONFINADA

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ENSAIO DE COMPRESSÃO 
CONFINADA (DEFORMAÇÃO X 
ÍNDICE DE VAZIOS, PRESSÃO PRÉ-
ADENSAMENTO, ÍNDICE DE 
COMPRESSIBILIDADE)
Apresentação
Tão importante quanto realizar ensaios de caracterização é analisar os resultados para garantir a 
tomada de ações acertadas. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o ensaio de 
compressão edométrica (também conhecido como ensaio de compressão confinada ou ensaio de 
adensamento). Este ensaio permite obter os parâmetros de compressibilidade do solo que, 
corretamente interpretados, vão possibilitar o entendimento do comportamento do solo quando 
submetido a condições semelhantes em campo.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Interpretar o gráfico deformação x índice de vazios.•
Classificar o solo por meio de sua pressão de pré-adensamento.•
Determinar o índice de compressão de uma amostra.•
Desafio
Para a construção do Condomínio Veleiros, à beira de um lago, será necessário a implantação de 
um aterro no local. Para a análise dos recalques, uma amostra indeformada de solo foi retirada de 8 
m de profunidade para o ensaio de adensamento, a tensão efetiva nessa profundidade era de 40 
kPa. Registraram-se os índices de vazios do corpo de prova e a tensão aplicada em cada estágio de 
carregamento.
 
 
Efetue os cálculos correspondentes ao ensaio e responda as seguintes questões:
a) Qual é a tensão de pré-adensamento? 
b) Qual é a razão de sobreadensamento? Classifique o solo em normalmente adensado ou 
sobreadensado. 
c) Qual é o índice de compressão? 
d) Qual é o índice de recompressão? 
e) Existe dúvida quanto ao valor da tensão efetiva vertical de pré-adensamento. Comente os 
possíveis erros de projeto, caso σ'vm tenha sido definida com um valor maior que o real.
Infográfico
Veja no infográfico, as etapas de um ensaio de compressão confinada:
Conteúdo do livro
O ensaio de compressão confinada, ou compressão edométrica ou oedométrica, simula o 
comportamento do solo quando ele é comprimido pela ação do peso de novas camadas que sobre 
ele se depositam, como por exemplo, quando se constrói um aterro em grandes áreas. O ensaio 
consiste na compressão do solo contido dentro de um molde que impede qualquer deformação 
lateral. Por meio dele, podem-se obter parâmetros de deformabilidade do solo que irão auxiliar na 
previsão do comportamento do solo e no desenvolvimento de projetos. Acompanhe o trecho do 
Livro "Mecânica dos Solos Aplicada" que serve de base teórica para esta Unidade de Aprendizagem. 
Leia o capítulo "Ensaio de Compressão Confinada" (DEFORMAÇÃO X ÍNDICE DE VAZIOS, 
PRESSÃO PRÉ-ADENSAMENTO, ÍNDICE DE COMPRESSIBILIDADE).
Boa leitura.
MECÂNICA DOS 
SOLOS APLICADA
Ensaio de compressão 
confi nada (deformação X 
índice de vazios, pressão de 
pré-adensamento, índice 
de compressibilidade)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Entender como é o procedimento do ensaio edométrico (compressão 
confi nada).
 Identifi car o resultado dos ensaios para diferentes tipos de materiais.
 Reconhecer os principais parâmetros de projeto obtidos pelo ensaio 
edométrico.
Introdução
Neste capítulo, vamos estudar como é realizado o ensaio de adensamento 
(Edométrico), que é um ensaio de compressão confinada, identificando 
os resultados obtidos com maior atenção aos solos compressíveis. Uma 
vez conhecido o ensaio, sua interpretação é realizada a partir do gráfico 
deformação X índice de vazios, dessa maneira se obtêm os principais 
parâmetros geotécnicos que serão valores de entrada para os projetos 
de engenharia. Entre estes, destacam-se, neste capítulo, a pressão de 
pré-adensamento e o índice de compressibilidade.
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Amostragem deformada e indeformada
Antes de abordar qualquer tipo de ensaio de laboratório, deve-se sempre 
prestar a atenção na amostra do solo, como ela é retirada da natureza e qual 
sua representatividade.
Existe uma classificação básica das amostras que chegam ao laboratório 
que caracterizam as amostras em deformadas e indeformadas. 
Amostras deformadas
Representam uma porção de solo desagregado. Nesta situação, a estrutura 
original do solo foi alterada e o material sofreu deformações, distorções e 
variação de umidade diferentes das condições naturais do ponto de coleta. 
Embora ocorram estas alterações, preserva-se a representatividade de textura 
e de constituição mineralógica. 
Nas amostras deformadas pode ser realizada a identificação tátil-visual. 
Esse material pode ser utilizado para ensaios de caracterização e massa espe-
cífica dos grãos, para ensaios de compactação e demais ensaios com a intenção 
de obtenção de resultados com amostras remoldadas.
Normalmente, as amostras deformadas são obtidas através de ferramen-
tas manuais como pás escavadeiras. Em alguns casos, podem-se aproveitar 
amostras profundas por sonda como fornece o ensaio SPT. 
Amostras indeformadas
Representam uma porção de solo criteriosamente lapidado em formato cúbico 
ou sacado de dentro de cilindros especiais. Representam a estrutura e teor de 
umidade do solo nas condições do momento de retirada, além da preservação 
textural e de composição e organização dos minerais. 
Através de uma amostra indeformada podemos determinar as características 
reais do solo, como: índices físicos, coeficiente de permeabilidade, parâmetros 
de compressibilidade, parâmetros de resistência, sucção, entre outros.
A amostragem pode ser obtida de diversas formas a depender da profundi-
dade onde se quer retirar a amostra, da densidade do solo e também da posição 
do nível da água no local de retirada. 
Nos solos de argila mole saturada, onde o nível da água está no topo, utiliza-
-se amostradores de parede fina. Para os solos acima do nível da água e com 
densidades elevadas, como os solos residuais, realizam-se poços ou trincheiras 
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de acesso e esculpem-se blocos com dimensões: 30 x 30 x 30 cm inserindo-os 
em caixas de madeira com devida proteção interna para armazenamento de 
umidade e proteção contra danos mecânicos. 
A ABNT NBR 9604:2016 versa sobre a abertura de poço e trincheira de 
inspeção em solo, com retirada de amostras deformadas e indeformadas.
Uma vez realizado o procedimento adequado, pode-se realizar o ensaio 
em laboratório e interpretá-lo com as devidas considerações. A amostragem, 
portanto, é crucial para a compatibilidade do resultado do ensaio com o me-
canismo que ocorre no campo.
Muitas amostras, na tentativa de serem extraídas como indeformadas, são acidental-
mente deformadas. A partir disso, deve-se ter a consciência de que os resultados dos 
ensaios podem não apresentar representatividade desejada. Amostragens inadequadas 
também geram resultados. 
Procedimentos do ensaio edométrico
O ensaio de compressão edométrica ou ensaio de compressão confi nada, trata-
-se de um ensaio de laboratório, com equipamento específi co (ver Figura 1), 
onde coloca-se uma amostra indeformada de solo geralmente cilíndrica e com 
dimensões centimétricas (diâmetros de 5 a 12 cm por alturas de um terço 
do diâmetro) dentro de uma caixa metálica (célula edométrica) que impede 
qualquer movimentação lateral do solo. Apenas deformações verticais são 
permitidas.
A intenção deste ensaio é de representar as camadas confinadas de um 
solo compressível quando submetido a um carregamento externo na superfície. 
Para isso, acima e abaixo da amostra, coloca-se pedras porosas com saídas de 
drenagem pela base controlada por válvula e saída livre pelo topo. Através de 
um cabeçote, aplica-se um carregamento no topo da amostra e gradativamente 
mede-se os deslocamentos (através de um extensômetro) e controla-se o tempo 
(leituras em progressão geométrica: 15s, 30s, 1 min, 2 min, 4min, 8 min [...] 
24h). Em geral, o carregamento é feito por etapas (10, 20, 40, 80, 160, 320, 
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640 em kPa), com as medidas de tempo até que o adensamento termine para 
aquela carga. Após, aplica-se carga com o dobro do valor aplicado anterior-
mente e repete-se o procedimento. Em casos especiais, o valor da carga pode 
ser diferente e dependente das condições estabelecidas no projeto (cargas de 
aterros, tempos de carregamento, etc.).
Figura 1. Equipamentos de ensaio edométrico na Universidade Federal do Rio Grande 
do Sul (UFRGS). 
Fonte: Bertuol (2009).
Os procedimentos são regidos por normas. A partir do ano de 2015 a 
ABNT NBR 12007:1190 MB-3336 que estabelecia o método do ensaio foi 
cancelada. Embora ainda esteja em vigor normas internacionais como a ASTM 
D2435M-11.
Vale ressaltar que existem duas condições de célula de adensamento, como 
mostra a Figura 2. A de anel fixo e a de anel flutuante. A primeira permite a 
execução de ensaios de permeabilidade, junto com o ensaio de adensamento 
e apresenta resultados melhores para o caso de argilas muito moles altamente 
compressíveis.
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Figura 2. Seções da célula de compressão unidirecional com a posição da amostra. À 
esquerda, do tipo anel fixo; à direita, do tipo anel flutuante. 
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1990).
Um ponto importante para obtenção de resultados coerentes é a adequa-
ção da amostra indeformada dentro da célula. O corpo de prova precisa ser 
inserido no anel de adensamento não permitindo que ocorra deformações ou 
amolgamentos. 
Resultados do ensaio edométrico
Comumente os resultados dos ensaios edométricos são apresentados em escala 
logarítmica. No eixo das abscissas onde se plota os valores de tensão vertical 
efetiva do solo. No eixo das ordenadas, mostra-se o índice de vazios numa 
escala natural. Por isso, chama-se este gráfi co de escala semilogarítmica. 
Um resultado típico do ensaio de adensamento está apresentado na Figura 3, 
mostrando o comparativo entre os resultados do gráfi co com tensões verticais 
efetivas naturais e com tensões verticais efetivas em escala logarítmica.
Não existe somente esta forma de representação, porém é a mais trabalhada. 
Nota-se que a escala logarítmica tem suas vantagens, pois a taxa de deforma-
ção do solo no início do ensaio é bastante rápida, mas, como o decorrer do 
ensaio, perde aceleração. Depois de transcorrido o tempo necessário para que 
as leituras se tornem constantes, os resultados de cada estágio são colocados 
em um gráfico em função do logaritmo do tempo.
O valor do índice de vazios ao final de cada estágio de carregamento pode 
ser obtido ao considerar a hipótese de carregamento confinado, a partir da 
relação da deformação volumétrica com o índice de vazios:
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Assim temos:
Onde:
ef- é o índice de vazios ao final do estágio da etapa de 
carregamento.
∆h- variação da altura total no fim do estágio.
h0- altura do corpo de prova no instante antes de iniciar o 
ensaio.
e0- índice de vazios inicial do corpo de prova no instante antes 
do início do ensaio.
εv- é a deformação volumétrica.
Já o índice de vazios inicial do corpo de prova pode ser obtido a partir da 
seguinte variação matemática:
Onde:
γs- é o peso específico real dos grãos.
γd - é o peso específico aparente seco na condição inicial.
O grau de saturação da amostra também pode ser definido para a condição 
inicial:
Onde:
hi- é o teor de umidade na condição inicial.
So - é o grau de saturação da amostra.
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Figura 3. Representação do resultado de um ensaio de adensamento.
Fonte: Adaptada de Taylor (1948).
Algumas argilas moles orgânicas que são extremamente adensáveis podem apresentar 
compressibilidade muito grande, pois apresentam e > 3. Para termos uma parametriza-
ção sobre o índice de vazios dos solos, podemos dizer que valores superiores a 1 são 
considerados muito altos; de 0,80 a 1 é considerado alto; de 0,55 a 0,80 é considerado 
médio; de 0,43 a 0,55 é considerado baixo; e abaixo de 0,43, muito baixo.
Resultados e parâmetros obtidos
Como já dito, os parâmetros obtidos do ensaio edométrico são mais comuns 
a partir do gráfi co com escala semilogarítmica, a partir deste resultado, os 
demais parâmetros podem ser correlacionados. A Figura 4 mostra três tipos 
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de gráfi cos com variações na forma de representação dos eixos e a Tabela 1 
as correlações entre os parâmetros de deformabilidade.
Figura 4. Representação de eixos no ensaio edométrico. 
Fonte: Floriano (2016).
 Fonte: Universidade Estadual do Rio de janeiro (2016). 
1- Módulo 
edométrico
1- Coef.
de variação 
volumétrica
2- Coef. de com-
pressibilidade
3 - Índice de 
compressão
1- Módulo 
edométrico
1- Coef. de 
variação 
volumétrica
2- Coef. de 
compressi-
bilidade
3 - Índice 
de com-
pressão
 Tabela 1. Correlações de parâmetros de compressibilidade. 
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Figura 5. Representação do resultado do ensaio de adensamento com os principais parâ-
metros utilizando a curva semilogarítmica. 
Fonte: Floriano (2016).
Na Figura 5 estão indicados os seguintes coefi cientes:
  Cr- Corresponde ao coeficiente de recompressão, ou seja, o trecho onde a 
argila encontra-se pré-adensada. Neste patamar até o encontro da tensão 
efetiva de pré-adensamento do solo, durante o ensaio, sofrerá a mesma 
carga a que esteve submetido historicamente. Nesse patamar o solo tem 
um comportamento praticamente elástico. Dessa forma, carregamentos 
que ficam neste nível de carga não condicionam adensamento primário. 
Seria como se o solo argiloso recebesse carga, mas sendo incapaz de 
causar recalques a longo prazo. 
  Cc - Corresponde ao coeficiente de compressão primária, ou seja, o 
trecho onde a argila encontra-se normalmente adensada. Também 
chamada, na escala semilogarítmica, de “reta virgem”. Ultrapassando 
a tensão de pré-adensamento, ultrapassamos também as condições 
de tensão normais em que o solo estava submetido. Isso significa que 
os recalques vão acontecer com redução de índice de vazios (redução 
volumétrica) em deformações permanentes.
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  Cs - Corresponde ao coeficiente de descompressão, a histerese gerada 
pelas deformações permanentes acumuladas no trecho normalmente 
adensado. O trecho de descompressão é praticamente paralelo ao tre-
cho de recompressão. Isso significa que quando descomprimimos, 
realizando o percurso ao longo da reta virgem, teremos um novo patamar 
de recompressão. O patamar antigo não voltará mais, pois o índice de 
vazios já fora reduzido durante o percurso de carregamento no trecho 
de compressão primária, ou seja, ocorreram deformações plásticas 
(permanentes).
  Tensão de pré-adensamento (σPA)- A tensão de pré-adensamento repre-
senta o histórico de tensões pelo qual o solo já tenha sido submetido 
no passado. Também pode ser visto como a maior pressão vertical 
já sofrida pelo solo naquele ponto amostrado. Por exemplo, se uma 
determinada camada desolo depositado de argila saturada mole 
(normalmente adensada) é soterrada por uma camada de areia com 
espessura de 2 m, e centenas de anos depois esta areia é removida 
pelo vento, deixando novamente exposta a camada de solo argiloso 
saturado, então teremos uma sobrecarga de aproximadamente 40 kPa 
que a longo prazo (centenas de anos) fez com que o solo comprimisse 
e modificasse sua condição normal. Para que possamos deformar de 
forma permanente mais uma vez, deve-se ultrapassar a carga que 
correspondia à espessura de areia no passado. Este é somente um 
exemplo, mas podemos ter diversas situações como: variação de nível 
freático, erosões, etc. 
O coeficiente de compressão Cc será muito importante para a definição da magni-
tude dos recalques, pois esta é a constante que define a compressibilidade dos solos 
argilosos adensáveis.
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Métodos para obtenção da tensão de 
pré-adensamento
Existem mais de um método para obtenção da tensão de pré-adensamento, 
todos desenvolvem alguma técnica que na verdade é uma aproximação para 
a sua defi nição, visto que a transição entre a curva de recompressão e a reta 
virgem normalmente não se expressa como infl exão. Assim, os métodos grá-
fi cos são muito úteis e simples, como os de Pacheco Silva (1970) e o método 
de Casagrande (1936 apud PINTO, 2012). 
Como exemplo, citamos o método de Pacheco Silva (1970), no qual se 
define a tensão de pré-adensamento a partir de uma reta horizontal, que define 
a condição de índice de vazios inicial com a projeção da reta virgem. O ponto 
de encontro entre estas duas retas (reta 1 e reta 2 da Figura 6) marcam o ponto 
1 na figura. O ponto 2 é aquele que corresponde a mesma tensão efetiva do 
ponto 1, quando este encontrar a curva de recompressão. Por fim, se traça 
uma reta com mesmo índice de vazios até a reta de projeção (reta 2) e pronto, 
está definido o ponto onde está a tensão de pré-adensamento (σPA).
Figura 6. Obtenção da tensão de pré-adensamento.
Fonte: Pacheco Silva (1970).
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Razão de sobre adensamento (RSA ou OCR)
A Razão de Sobreadensamento (RSA) ou Over Consolidation Ratio (OCR) 
representa o histórico pelo qual foi submetido a camada de argila adesável. 
Comparando o valor de σ’PA com a tensão vertical atuante na camada 
pode-se verificar se o solo já suportou uma sobrecarga maior ao longo da sua 
história de tensões. Assim, temos que:
  σ’ = σ’PA: argila normalmente adensada;
  σ’ < σ’PA: argila pré-adensada;
  σ’ > σ’PA: argila sub-adensada.
A Razão de Sobreadensamento (RSA ou OCR) é definida como:
Onde:
σ’PA - é a tensão de pré-adensamento.
σ’- é a tensão geostática na profundidade de remoção da 
amostra.
Na Figura 7, é mostrado um esquema indicativo de um pré-adensamento que 
proporcionou que a argila após 2000 anos estivesse em condição de OCR > 1, 
ou seja, a tensão de pré-adensamento σ’PA verificada no ensaio edométrico 
após 2000 anos (ponto M2) tornou-se maior que a tensão geostática calculada 
para o ponto M em qualquer situação. 
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Figura 7. Esquema demonstrativo da existência do OCR. 
Fonte: Floriano (2016).
Mesmo que a argila estiver em profundidade, não significa que ela está adensada, 
pois na verdade deve haver carregamento externo, e enquanto, na sua vida geoló-
gica, a argila estiver saturada (nível freático no topo) sem receber carga, as tensões 
geostáticas correspondem à tensão de pré-adensamento. Quando encontramos 
uma argila normalmente adensada devemos adensá-la para podermos realizar 
nossas obras ou então construir estruturas com estacas que ultrapassem a camada 
de argila e as cargas da estrutura sejam descarregadas em solos não deformáveis 
abaixo da camada adensável.
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AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D2435M: standard test 
methods for one-dimensional consolidation properties of soils using incremental 
loading. West Conshohocken: ASTM, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12007:1990 MB 336. Solo 
- Ensaio de adensamento unidimensional - Método de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 
1990. Cancelada em 20/07/2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9604:2016. Abertura 
de poço e trincheira de inspeção em solo, com retirada de amostras deformadas e 
indeformadas — Procedimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.
BERTUOL, F. Caracterização geotécnica da sensibilidade de um depósito sedimentar do Rio 
Grande do Sul com o uso de ensaios de laboratório. 2009. 204 f. Dissertação (Mestrado 
em Engenharia) – Escola de Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia 
Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.
FLORIANO, C. Mecânica dos solos. Porto Alegre: SAGAH, 2016.
PACHECO SILVA, F. Uma nova construção gráfica para a determinação da pressão de 
pré-adensamento de uma amostra de solo. In: CONGRESSO BRASILEIRA DO MECÂNICA 
DOS SOLOS, 4., 1970, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: [s.n.], 1970. v. 2, n. 1, p. 219-223.
PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos em 16 Aulas. 3. ed. São Paulo: Oficina 
de Textos, 2012.
TAYLOR, D. W. Fundamentals of soil mechanics. New York: John Wiley & Sons, 1948.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO. Faculdade de Engenharia. Site. Rio de 
Janeiro: FEN/UERJ, 2016. Disponível em: <www.eng.uerj.br/>. Acesso em: 01 set. 2016.
Leituras recomendadas
ALMEIDA, M. S. S.; MARQUES, M. E. S. Aterros sobre solos moles: projeto e desempenho. 
São Paulo: Oficina de Textos, 2010.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 1987. 
MASSAD, F. Mecânica dos solos experimental. São Paulo: Oficina de Textos, 2016.
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Dica do professor
Neste vídeo você acompanhará passo-a-passo a determinação da tensão de pré-adensamento 
pelos métodos de Casagrande e de Pacheco Silva, e, também, vai conhecer a importância da 
qualidade da amostra para que o ensaio de adensamento possa fornecer parâmetros corretos para 
o solo em estudo.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/4091252c3a21025f072b1f55b4c16da4
Exercícios
1) O ensaio de compressão edométrica é realizado dentro de um molde que permite a 
deformação apenas na direção paralela ao carregamento aplicado. Sobre este ensaio pode-
se afirmar que: 
A) É realizado a carga constante, medindo-se as deformações do solo.
B) Possibilita a determinação da resistência do solo por meio do índice de compressão.
C) Não deve ser realizado em areias pois estes solos não sofrem adensamento.
D) Possibilita a determinação de propriedades de compressibilidade dos solos.
E) A tensão horizontal aplicada na amostra deve ser o dobro da tensão vertical.
2) Após a realização de ensaios de compressão confinada, foi determinado que a amostra 1 
possui Cc = 1 e a amostra 2 possui Cc = 3. Isso significa dizer que: 
A) A amostra 1 é normalmente adensada e a amostra 2 é sobreadensada.
B) Se as amostras forem submetidas ao mesmo carregamento, sob as mesmas condições, a 
amostra 2 apresentará maiores deformações.
C) Ambas as amostras são normalmente adensadas.
D) A amostra 2 é normalmente adensada e a amostra 1 é sobreadensada.
E) Se as amostras foremsubmetidas ao mesmo carregamento, sob as mesmas condições, a 
amostra 1 apresentará maiores deformações.
3) Um dos aspectos de maior interesse para a Engenharia Geotécnica é a determinação das 
deformações provocadas por carregamentos verticais na superfície do terreno. Essas 
deformações podem ser avaliadas por intermédio de ensaios de laboratório. Com relação aos 
ensaios para a determinação da deformabilidade dos solos, tem-se que o: 
A) Tempo do ensaio edométrico em argilas saturadas é relativamente curto.
B) Os grãos de argila tendem a quebrar se submetidos a tensões elevadas.
C) Quando compactadas os recalques em areias diminui.
D) Normalmente, os solos argilosos, em seu estado natural, estão em adensamento, ou seja, OCR 
<1.
E) Nas areias, o OCR sempre será maior que a unidade, pois elas não apresentam grandes 
deformações.
4) Uma amostra de solo de altura igual a 2cm foi submetida ao ensaio edométrico e 
apresentava índice de vazios inicial de 3,4. Ao final do carregamento, a amostra apresentou 
o índice de vazios de 3,1. Qual foi a variação de altura do corpo de prova? 
A) 0,068 cm.
B) 0,3 cm.
C) 0,176 cm.
D) 0,136 cm.
E) 1,864 cm.
5) O conhecimento do valor da tensão de pré-adensamento é extremamente importante para o 
estudo do comportamento dos solos, pois é a fronteira entre deformações relativamente 
pequenas e muito grandes. Sobre a tensão de pré-adensamento, pode-se afirmar que: 
A) Quanto maior for a tensão de pré-adensamento, menor será a deformação do solo.
B) Quando a tensão efetiva atuante no solo for menor que a tensão de pré-adensamento diz-se 
que este solo é normalmente adensado.
C) Se a tensão aplicada no solo for maior que a tensão de pré-adensamento, o solo se 
comportará segundo a reta de recompressão.
D) Se a tensão aplicada no solo for menor que a tensão de pré-adensamento o solo se 
comportará segundo a reta virgem.
E) Se a tensão de pré-adensamento é igual à tensão efetiva existente no solo, isso indica que 
este solo nunca esteve submetido anteriormente a maiores tensões.
Na prática
Para a implantação de uma indústria de Polímeros no Distrito Industrial de uma cidade, será 
necessária a construção de um extenso aterro no local, sobre solos compressíveis. Veja o 
detalhamento:
 
 
Com isso, foi possível a reprodução do comportamento da obra e a obtenção de respostas em 
termos do recalque que o terreno irá apresentar.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
SOIL MECHANICS LABORATORY TESTS: 
CONSOLIDATION TEST.
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CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DE UMA MISTURA DE 
SOLOS PARA UTILIZAÇÃO COMO CAMADA 
IMPERMEABILIZANTE DE BASE DE ATERRO SANITÁRIO.
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INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA E ESTUDO DE 
ADENSAMENTO DA CAMADA DE ARGILA MUITO MOLE 
EXISTENTE NO DISTRITO INDUSTRIAL DE ITAGUAÍ-RJ.
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https://www.youtube.com/embed/LRoA-4qEHWA
http://www.prp.rei.unicamp.br/pibic/congressos/xxicongresso/paineis/104977.pdf
https://www.abms.com.br/links/bibliotecavirtual/cobramseg/2014/599988_80_Investigacao_Geotecnica_e_Estudo_de_Adensamento_da_Camada_de_Argila_Muito_Mole_Existente_no_Distrito_Industrial_de_Itaguai_RJ.pdf