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Profa. MSc. Andrea Ferian UNIDADE II Fisioterapia Reumatológica A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica de etiologia desconhecida. Ela causa destruição articular irreversível pela inflamação da membrana sinovial devido a um estímulo que pode ser autoimune ou infeccioso. O comprometimento ocorre primariamente na sinóvia e leva a destruição óssea e cartilaginosa, além disso, acomete outros órgãos e sistemas. Artrite reumatoide (AR) Poliartrite simétrica de grandes e pequenas articulações. Rigidez articular matinal geralmente maior que 1 hora. Mais frequente em mulheres entre 30 e 50 anos. Artrite reumatoide – quadro clínico Algumas manifestações articulares: desvio ulnar dos dedos joelhos valgos, tornozelos valgos, hálux valgo pés planos dedos em martelo, dedos em pescoço de cisne Manifestações extra-articulares: nódulos reumatoides vasculite derrame pleural comprometimento ocular Artrite reumatoide – quadro clínico Fonte: Carvalho et al. (2019). A origem da AR é complexa e compõe fatores genéticos, hormonais e influências ambientais, principalmente o tabagismo. Podemos dividir a fisiopatologia da AR em três fases: Exsudação: edema na superfície interna da membrana sinovial, com formação do derrame articular. Infiltração: infiltrado inflamatório. Fase crônica: membrana sinovial hiperplásica com formação do tecido de granulação que recobre a cartilagem e o osso subcondral, o pannus, gerando destruição da cartilagem articular e erosão óssea, podendo chegar à anquilose. Artrite reumatoide – fisiopatologia Os critérios de classificação do American College of Rheumatology – ACR 1987 e ACR/European League Against Rheumatism – ACR/EULAR 2010 auxiliam no processo diagnóstico. Os critérios do ACR de 1987 incluem: 1) rigidez matinal 2) artrite de três ou mais áreas articulares 3) artrite de mãos 4) artrites simétricas A presença de quatro ou mais critérios por um período maior ou igual a 6 semanas é sugestivo de AR. Esses critérios não se aplicam nas fases iniciais da doença. Artrite reumatoide – diagnóstico 5) nódulos reumatoides 6) fator reumatoide positivo 7) alterações radiográficas Tratamento farmacológico: anti-inflamatórios não esteroidais (AINE), glicocorticoides, medicamentos modificadores do curso da doença, imunoinibidores de JAK (proteína com papel fundamental no desenvolvimento da AR). Orientação de proteção articular e conservação de energia. Dispositivos auxiliares para a marcha, se necessário. Artrite reumatoide – tratamento Fonte: adaptado de: Bianchin et al. (2010) Não utilize os dedos Use a palma da mão para abrir tampas e potes Prescrevemos exercícios na AR com o objetivo de prevenir ou minimizar a incapacidade funcional e manifestações sistêmicas, como o aumento do risco cardiovascular relacionado à doença. Os exercícios aeróbicos são de grande importância no desenvolvimento da aptidão cardiovascular e na melhora da qualidade de vida do paciente com AR. O exercício resistido diminui o comprometimento da capacidade funcional. As mobilizações articulares também são utilizadas com o objetivo de promover analgesia e melhorar a possibilidade de movimento articular. Artrite reumatoide – fisioterapia Meios físicos: Crioterapia: auxilia no combate à inflamação. Calor: as modalidades de calor profundo devem ser utilizadas com cautela, pois podem aumentar a inflamação. Artrite reumatoide – fisioterapia As espondiloartrites (EpA) são um grupo de doenças com características em comum: Inflamação crônica axial (coluna e articulações sacroilíacas). Entesopatias periféricas (inflamação do ponto de ancoragem de tendões e ligamentos). Soronegatividade para o fator reumatoide. Devido a essa soronegatividade, esse grupo de doenças era antigamente denominado “espondiloartropatias soronegativas”. Positividade para o antígeno HLA-B27. Pode haver ainda manifestações extra-articulares: comprometimento dos olhos, intestino e coração. Espondiloartrites A origem das espondiloartrites parece estar relacionada com a interação entre o sistema imunológico e bactérias do trato gastrointestinal (disbiose). Espondiloartrites Fonte: autoria própria. Artrite que se desenvolve logo após ou durante uma infecção bacteriana, geralmente genitourinária ou gastrointestinal. Forte predisposição genética (HLA-B27). O intervalo entre a infecção sintomática (geralmente diarreia) e início da artrite é de alguns dias há 4 semanas. Predomínio no indivíduo adulto do sexo masculino. Artrite reativa – Síndrome de Reiter Clinicamente manifesta-se com envolvimento do sistema articular, cutaneomucoso e ocular (conjuntivite e uveíte). Manifestação articular: poliartrite assimétrica de predomínio de membro inferior; pode haver fascite e dactilite. Artrite reativa – quadro clínico Fonte: Sousa et al. (2003). O prognóstico na maioria dos casos é bom, com a maioria recuperando-se gradualmente em poucos meses. Entretanto, 66% dos pacientes permanecem com desconforto articular, dor lombar baixa e sintomas de entesopatia depois da crise inicial, e cerca de 15%-30% desenvolvem doença inflamatória articular crônica. Tratamento farmacológico – anti-inflamatórios. A fisioterapia é importante para evitar sequelas, manter a mobilidade e a função articular, principalmente em casos de cronificação da doença. Artrite reativa – tratamento A artrite reumatoide é uma doença reumática de caráter inflamatório. Sobre a fisioterapia nessa patologia, podemos afirmar que: a) Não se deve realizar exercícios de força, mesmo na fase crônica, pois essa atividade pode gerar sobrecarga na articulação já fragilizada. b) Recursos de termoterapia, como ondas curtas, são boas opções para realizar antes dos exercícios, pois aumentam a extensibilidade do colágeno, facilitando a mobilização articular. c) Crioterapia tem contraindicação absoluta na artrite reumatoide, pois pode aumentar a rigidez articular. d) Exercícios passivos são os mais seguros e indicados para manter a capacidade funcional em pacientes com artrite reumatoide. e) Os exercícios aeróbicos são de grande importância no desenvolvimento da aptidão cardiovascular e na melhora da qualidade de vida do paciente com AR. Interatividade A artrite reumatoide é uma doença reumática de caráter inflamatório. Sobre a fisioterapia nessa patologia, podemos afirmar que: a) Não se deve realizar exercícios de força, mesmo na fase crônica, pois essa atividade pode gerar sobrecarga na articulação já fragilizada. b) Recursos de termoterapia, como ondas curtas, são boas opções para realizar antes dos exercícios, pois aumentam a extensibilidade do colágeno, facilitando a mobilização articular. c) Crioterapia tem contraindicação absoluta na artrite reumatoide, pois pode aumentar a rigidez articular. d) Exercícios passivos são os mais seguros e indicados para manter a capacidade funcional em pacientes com artrite reumatoide. e) Os exercícios aeróbicos são de grande importância no desenvolvimento da aptidão cardiovascular e na melhora da qualidade de vida do paciente com AR. Resposta A espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crônica das articulações sacroilíacas e da coluna vertebral, que pode estar associada a uma variedade de lesões extra-articulares. É mais prevalente em indivíduos brancos do sexo masculino, iniciando-se geralmente entre a segunda e a quarta décadas de vida. Espondilite anquilosante Os primeiros sintomas incluem rigidez na coluna (principalmente matinal) e lombalgia, que melhoram com o movimento e pioram com o repouso. A sacroileíte é um dos achados mais comuns e provoca dor nas nádegas. Fadiga é um sintoma comum e causada em grande parte por perturbações no sono em decorrência da dor. Outros sintomas incluem febre,perda de peso e diminuição do rendimento no trabalho. Espondilite anquilosante – quadro clínico Diminuição da excursão respiratória: com a evolução da doença pode ocorrer anquilose (fusão) de algumas ou de todas as articulações da coluna, inclusive as costovertebrais. Em muitos casos, o paciente desenvolve a chamada “postura do esquiador”: retificação da lordose lombar, hipercifose dorsal e retificação da cervical, com projeção da cabeça anteriormente. Espondilite anquilosante – quadro clínico Fonte: Carvalho (2019). A espondilite anquilosante traz danos estruturais que causam incapacidade e prejuízo nas atividades de vida diária. Como em qualquer outra doença crônica, a educação do paciente é vital para seu manejo. Um programa de exercícios personalizado, associado ao tratamento medicamentoso e educação são a chave para um bom prognóstico. Espondilite anquilosante – tratamento Algumas orientações incluem: Controlar o peso; Períodos prolongados de imobilidade devem ser evitados; Manter a coluna o mais ereta possível durante o dia, seja em pé ou sentado; É aconselhável realizar alguns períodos de repouso ao longo do dia de 10 a 15 minutos, em decúbito ventral; O repouso noturno deve ser feito em colchão firme, com travesseiro baixo; Ao acordar, uma ducha quente prolongada pode aliviar a rigidez matinal; Executar diariamente e disciplinadamente exercícios físicos para mobilização da coluna e treino respiratório, de preferência após o banho. Espondilite anquilosante – tratamento Cinesioterapia: exercícios de alongamento e mobilidade são os pilares do tratamento da espondilite anquilosante, de forma a prevenir a rigidez (principalmente da coluna), evitar alterações posturais (postura do esquiador), combater a dor e manter a capacidade funcional. Exercícios de fortalecimento da musculatura paravertebral também são importantes para prevenir a hipercifose. Os movimentos de membros superiores com ênfase na adução de escápulas ajudam no bom controle postural. Espondilite anquilosante – fisioterapia Os exercícios aquáticos terapêuticos são uma opção interessante para pacientes com EA. A flutuação e o calor da água diminuem a sobrecarga articular, favorecem o relaxamento muscular e auxiliam a analgesia. Recursos como massoterapia e pompages auxiliam no relaxamento, na melhora da dor e no ganho de mobilidade. Espondilite anquilosante – fisioterapia A artrite psoriásica é uma artrite inflamatória associada à psoríase cutânea. Considera-se que 2%-3% da população mundial tenham psoríase cutânea isolada, e a artrite pode incidir até 42% desses pacientes. Mais prevalente em população branca. Origem multifatorial (fatores genéticos associados a fatores ambientais). 75% dos casos: doença de pele precede à artrite (as manifestações articulares costumam surgir de 5 a 12 anos após as lesões de pele iniciais). 15% dos casos: a doença de pele é posterior. 10%: os quadros cutâneo e articular são simultâneos. Artrite psoriásica Dactilite. Tenossinovite. Entesite. Artrite (manifestações variáveis). Manifestações extra-articulares: uveíte, colite a anormalidades cardíacas. Artrite psoriásica – quadro clínico Fonte: Menter (2016). Para atingir um bom controle sobre a atividade da doença e melhorar o desfecho articular, a detecção precoce é fundamental. De forma geral, o objetivo do tratamento é controlar a atividade inflamatória da doença, prevenir a destruição articular, controlar a dor e melhorar a mobilidade. Maior mortalidade devido às doenças cardiovasculares associadas: controle do estilo de vida. Tratamento farmacológico (AINH, glicocorticoides, DMARDs e agentes biológicos). Artrite psoriásica – tratamento Técnicas de proteção articular, conservação de energia. Dispositivos auxiliares de marcha podem ser indicados, como bengalas e andadores, e o treino de seu uso deve ser incluído na terapia. Fase aguda: crioterapia pode ser utilizada; mobilidade deve ser preservada pela mobilização passiva ou exercícios ativos leves; exercícios isométricos suaves ajudam a evitar ou minimizar a atrofia muscular. Algumas atividades aeróbicas podem ser realizadas com moderação e respeitando a capacidade individual, como natação, hidroterapia, hidroginástica e caminhadas (auxiliam o combate à depressão, cansaço e ajudam a saúde do sistema cardiovascular). Artrite psoriásica – tratamento As espondiloartrites são um grupo de doenças com características em comum. Sobre essas patologias, assinale a alternativa correta: a) Fazem parte desse grupo a artrite reumatoide, a espondilite anquilosante, a artrite psoriásica e a síndrome de Reiter. b) O principal acometimento musculoesquelético das espondiloartrites é a artrite simétrica de articulações periféricas, como mãos, pés e dedos. c) Nesse grupo de doenças não há manifestações extra-articulares, como em outras doenças reumáticas. d) As espondiloartrites eram antigamente denominadas espondiloartropatias soronegativas, devido à soronegatividade para o fator reumatoide na maioria dos pacientes. e) A espondilite anquilosante é a principal representante desse grupo de doenças e o seu sintoma mais marcante é a dor lombar e sacroilíaca que piora com o movimento. Interatividade As espondiloartrites são um grupo de doenças com características em comum. Sobre essas patologias, assinale a alternativa correta: a) Fazem parte desse grupo a artrite reumatoide, a espondilite anquilosante, a artrite psoriásica e a síndrome de Reiter. b) O principal acometimento musculoesquelético das espondiloartrites é a artrite simétrica de articulações periféricas, como mãos, pés e dedos. c) Nesse grupo de doenças não há manifestações extra-articulares, como em outras doenças reumáticas. d) As espondiloartrites eram antigamente denominadas espondiloartropatias soronegativas, devido à soronegatividade para o fator reumatoide na maioria dos pacientes. e) A espondilite anquilosante é a principal representante desse grupo de doenças e o seu sintoma mais marcante é a dor lombar e sacroilíaca que piora com o movimento. Resposta O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma patologia autoimune crônica, que acomete predominantemente mulheres em fase reprodutiva (9 mulheres para 1 homem). A principal marca do LES é a diversidade de sinais e sintomas, que pode variar ao longo do curso da doença, com períodos de exacerbações e remissões. De etiologia não totalmente esclarecida, o desenvolvimento da doença está ligado à predisposição genética e fatores ambientais, como luz ultravioleta e alguns medicamentos. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) A base da doença é uma reação generalizada de autoimunidade, com produção de anticorpos contra componentes da própria célula. Entre todos os anticorpos encontrados no soro dos pacientes com lúpus, aqueles direcionados contra componentes do núcleo celular (anticorpos antinucleares) são os mais característicos e encontrados em 95% dos indivíduos com lúpus. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) Sistemas e órgãos mais comumente acometidos: Pele e mucosas Sistema renal Sistema nervoso central e periférico/desordens psiquiátricas Sistema cardiovascular Sistema pulmonar Sistema musculoesquelético Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) – manifestações clínicas Artrite: principalmente em mãos, punhos e joelhos (simétrica); geralmente transitória, mas em 10% dos casos pode tornar-se crônica. Não é erosiva ou deformante como na AR. Mialgia e fraqueza muscular: associadas ao período de atividade da doença, acometendo principalmente os músculos quadríceps e deltoide. Muitos pacientes com LES podem desenvolver miopatias pelo uso prolongado de glicocorticoides e antimaláricos. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) – manifestações musculoesqueléticas Embora não haja cura, os portadorespodem experimentar extensos períodos de remissão, sem manifestações clínicas, até mesmo com o desaparecimento dos autoanticorpos. Algumas medidas incluem: Fotoproteção. Controle rigoroso de condições que podem agravar a aterosclerose, como hiperglicemia, hipertensão arterial, dislipidemia, obesidade e tabagismo. Tratamento medicamentoso de acordo com órgãos e sistemas acometidos. Glicocorticoides (ação imunossupressora e anti-inflamatória) e antimaláricos. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) – tratamento A atividade física regular auxilia na redução do risco cardiovascular, pois contribui para o controle do peso, da glicemia, da pressão arterial e dos níveis lipídicos, além de combater a fadiga e melhorar a qualidade de vida. Podem ser realizados exercícios aeróbicos leves, como caminhadas, natação ou hidroginástica. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) – fisioterapia Exercícios de fortalecimento muscular: pacientes com lúpus podem apresentar perda de força considerável em determinados grupos musculares, principalmente após um período de atividade da doença. Podem ser usadas faixas elásticas, resistência manual, peso do próprio paciente, halteres e exercícios funcionais. Na presença de artrite: repouso relativo em fases agudas (principalmente se há sinais inflamatórios). A fisioterapia deve incluir exercícios de mobilização passiva ou exercícios ativos leves. Exercícios isométricos suaves ajudam a evitar ou minimizar a atrofia muscular. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) – fisioterapia A esclerodermia é uma doença autoimune caracterizada pelo enrijecimento da pele com fibrose dos tecidos envolvidos. Como em outras doenças autoimunes, acredita-se que um fator ambiental, em um indivíduo geneticamente predisposto, ativaria o sistema imunológico com a liberação de citocinas, proliferação dos fibroblastos, produção de colágeno e fibrose. Esclerodermia Esclerodermia Fonte: Klippel (2008). Fonte: autoria própria. Como regra geral, a esclerodermia localizada é uma doença autolimitada. Às vezes, lesões novas podem aparecer, mas, ao final, a doença regride. Fisioterapia regular é essencial, especialmente nos casos de esclerodermia localizada do tipo linear, para prevenir o desenvolvimento de contraturas e deformidades. Esclerodermia localizada – fisioterapia Fonte: Zancaro et al. (2009). Uso de hidratante nas mãos e evitar a exposição ao frio. Visitas regulares ao dentista devido à microstomia (“boca pequena”). Evitar o tabaco (vasoespasmo). Tratamento farmacológico: imunossupressores são utilizados para regular a autoimunidade e vasodilatadores que buscam melhorar a circulação dos tecidos. Fisioterapia: manutenção da ADM (alongamentos, exercícios ativos e passivos, de acordo com as necessidades de cada indivíduo), calor, hidroterapia. Exercícios para os músculos da face. Esclerose sistêmica – tratamento Com relação à esclerodermia, assinale a alternativa correta: a) A base dessa patologia é uma proliferação exagerada dos fibroblastos, com consequente produção de colágeno e formação de fibrose. b) O Fenômeno de Raynaud é um dos primeiros sintomas da esclerose sistêmica e consiste na vasodilatação capilar, que torna os dedos avermelhados. c) Morfeia, Golpe de Sabre e esclerodermia linear são subtipos da esclerose sistêmica. d) Como se trata de uma patologia que acomete a pele, a fisioterapia não tem um papel relevante. e)Tanto na esclerodermia localizada quanto na esclerose sistêmica, não há acometimento de outros órgãos ou sistemas, sendo a pele o foco da fibrose. Interatividade Com relação à esclerodermia, assinale a alternativa correta: a) A base dessa patologia é uma proliferação exagerada dos fibroblastos, com consequente produção de colágeno e formação de fibrose. b) O Fenômeno de Raynaud é um dos primeiros sintomas da esclerose sistêmica e consiste na vasodilatação capilar, que torna os dedos avermelhados. c) Morfeia, Golpe de Sabre e esclerodermia linear são subtipos da esclerose sistêmica. d) Como se trata de uma patologia que acomete a pele, a fisioterapia não tem um papel relevante. e)Tanto na esclerodermia localizada quanto na esclerose sistêmica, não há acometimento de outros órgãos ou sistemas, sendo a pele o foco da fibrose. Resposta Faz parte de um grupo de patologias denominadas miopatias inflamatórias idiopáticas (MII). A etiologia das miopatias inflamatórias ainda não está totalmente esclarecida, mas são consideradas doenças autoimunes, com componente genético e ambiental. A DM é uma doença rara na infância, sendo mais comum na fase adulta. Quando ocorre antes dos 16 anos, o termo dermatomiosite juvenil é empregado. A principal manifestação é a fraqueza proximal e simétrica de cinturas escapular e pélvica e de musculatura cervical. Dermatopolimiosite (DM) Outras manifestações incluem: Lesões de pele. Acometimento pulmonar (pneumonia aspirativa, hipoventilação por fraqueza muscular). Acometimento cardíaco (pericardite, insuficiência cardíaca). Disfagia. Fenômeno de Raynaud. Artralgia e artrite não erosiva. Risco aumentado para desenvolvimento de neoplasias. Dermatopolimiosite (DM) Fonte: Chu (2019). Dosagem sérica de enzimas musculares (CK, LDH, TGO, TGP). Biópsia muscular: inflamação e necrose. Eletroneuromiografia: é usada para estudar a atividade funcional dos músculos, que está alterada em até 90% dos pacientes. Exame de autoanticorpos: o fator antinuclear (FAN) é positivo em 80% dos pacientes; a presença de alguns autoanticorpos específicos, como o Anti-Mi-2, também é indicativa da dermatomiosite. Dermatopolimiosite – diagnóstico Tratamento farmacológico: imunossupressores (corticoides, metotrexato, entre outros). Acompanhamento fonoaudiológico. Acompanhamento com nutricionista. Fisioterapia respiratória e motora. Obs.: a avaliação minuciosa da função muscular (principalmente de músculos da cintura escapular e pélvica) é importante para conhecer o grau de fraqueza do paciente e verificar a presença de possíveis encurtamentos. A base do programa de exercícios é o fortalecimento, que deve ser realizado dentro da tolerância do paciente. Dermatopolimiosite – tratamento Artrite idiopática juvenil É definida como artrite de etiologia desconhecida, porém fatores genéticos e ambientais estão relacionados com a doença que também acomete outros órgãos, como a pele, os olhos e o coração. O início se dá antes dos 16 anos de idade com persistência de pelo menos 6 semanas. Pode haver sintomas sistêmicos, como febre, anorexia, fadiga e atraso no crescimento. Exame laboratoriais: níveis elevados de VHS e PCR; FA e FAN positivos. Exames de imagem: osteopenia, erosões ósseas. Tratamento: anti-inflamatórios, DMARDs. Fisioterapia. Doenças inflamatórias da infância Febre reumática É uma doença autoimune aguda que ocorre por resposta decorrente de faringite causada pelo Streptococcus pyogenes, também conhecido como estreptococo do grupo A (EGA), em um indivíduo com predisposição genética. Em países em desenvolvimento, a FR continua sendo importante problema de saúde pública, porém é rara nos países desenvolvidos. A FR afeta especialmente crianças e adultos jovens. Manifestações clínicas: acomete principalmente as articulações, o coração e o sistema nervoso central (SNC). O acometimento de cada articulação geralmente não ultrapassa uma semana e não costuma deixar sequelas. Doenças inflamatórias da infância As artrites microcristalinas, também chamadas de doenças por deposição de cristais, são caracterizadas por processo inflamatório articular e periarticular em resposta aos microcristais formados e depositados nos tecidos. A gota é a artrite microcristalina mais comum, associada à deposição de cristais de urato monossódico (UMS). Porém, existem outras condições associadas ao acúmulode diferentes cristais, como cristais de pirofosfato de cálcio (PFC), cristais de apatita, cistina, tirosina, colesterol, oxalato de cálcio e fosfato de alumínio (descritos em pacientes dialisados por muito tempo). Artropatias microcristalinas Está associada à hiperuricemia, ou seja, aumento dos níveis de ácido úrico no sangue, além de seu ponto de saturação. A gota ocorre principalmente em homens e mulheres na pós-menopausa. Diferentes hábitos de vida podem interferir no nível sérico do ácido úrico e no risco de gota: Alimentos como carne vermelha, peixes, frutos do mar e miúdos (fígado e rim). Aumento do consumo de álcool. Obesidade. Gota Fatores que facilitam a precipitação do urato: baixas temperaturas acidose exposição a traumas mecânicos Presença dos cristais de urato: reação inflamatória. O quadro clínico da crise de gota aguda é uma artrite com sinais clássicos inflamatórios de dor. O hálux é a articulação mais frequentemente envolvida na primeira crise, quadro denominado podagra. Gota Fonte: Santos (2016). Também pode haver formação de cálculos, produzindo cólicas renais e depósitos de cristais de ácido úrico debaixo da pele, formando protuberâncias localizadas nos dedos, cotovelos, joelhos, pés e orelhas, denominados tofos. Quase sempre a crise de gota é autolimitada, resolvendo em uma a duas semanas. A destruição da cartilagem articular e erosão óssea observadas à radiografia é um processo tardio na gota crônica. Gota Educação e orientação. Tratamento farmacológico: anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), corticoesteroides, colchicina e alopurinol. Controle do peso e dieta adequada (redução do consumo de frutos do mar, sardinhas, carne vermelha, miúdos e feijão). Redução do consumo de álcool. Gota – tratamento Fase aguda: repouso relativo é recomendado, evitando toda e qualquer sobrecarga que aumente a dor na região acometida. Crioterapia é contraindicada, pois pode causar a precipitação de cristais. No caso de doença crônica, a avaliação e o acompanhamento articular são imprescindíveis. Exercícios para manter a mobilidade, força e função devem fazer parte da reabilitação, sempre de forma individualizada para as necessidades de cada paciente. Gota – tratamento Sobre a dermatopolimiosite, assinale a alternativa correta: a) É uma doença reumática comum, que tem como principal característica o acometimento cutâneo. b) Sua principal manifestação é a fraqueza proximal e simétrica da musculatura escapular e pélvica. c) Seu tratamento é não medicamentoso, com fisioterapia e orientações. d) É mais prevalente em crianças, e os primeiros sintomas se iniciam por volta dos 3 anos. e) A biópsia muscular e os exames laboratoriais não evidenciam alterações, sendo o diagnóstico exclusivamente pela história clínica e pelo exame físico. Interatividade Sobre a dermatopolimiosite, assinale a alternativa correta: a) É uma doença reumática comum, que tem como principal característica o acometimento cutâneo. b) Sua principal manifestação é a fraqueza proximal e simétrica da musculatura escapular e pélvica. c) Seu tratamento é não medicamentoso, com fisioterapia e orientações. d) É mais prevalente em crianças, e os primeiros sintomas se iniciam por volta dos 3 anos. e) A biópsia muscular e os exames laboratoriais não evidenciam alterações, sendo o diagnóstico exclusivamente pela história clínica e pelo exame físico. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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