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1 2 3 GESTÃO DA FROTA 4 Diretoria Executiva Nacional Educação Presencial Gestão da Frota Material do aluno Julho/2016 Fale conosco 0800.7282891 www.sestsenat.org.br Gestão da Frota: material do aluno. – Brasília: SEST/SENAT, 2016. 64 p. : il. 1. Frota. 2. Sistema de informação gerencial. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. http://www.sestsenat.org.br/ 5 Gestão da Frota Unidade 1 – Planejamento de transporte: frota própria ou contratada ................................................................................. 11 1 Estimativa de demanda ......................................................... 13 2 Dimensionamento da frota ..................................................... 14 3 Alternativa para aumento/redução do tamanho da frota ..... 19 3.1Como deve, então, proceder a empresa no caso de demanda oscilante, variável ao longo do tempo, para dimensionar sua frota racionalmente?................................. 20 Resumindo ................................................................................ 23 Consolidando conteúdos .......................................................... 24 Unidade 2 – Renovação da frota ........................................... 25 1 Conceitos importantes ............................................................ 26 1.1 Custo de depreciação......................................................27 1.2 Custo financeiro................................................................28 1.3 Custo de manutenção......................................................28 2 Método simplificado ................................................................ 29 2.1 Custo anual de depreciação...............................................29 2.2 Custo financeiro anual..........................................................31 2.3 Custo anual de manutenção...............................................32 3 Idade para renovar a frota .................................................... 33 Resumindo ................................................................................ 35 Consolidando conteúdos ............................................................ 36 Unidade 3 – Sistema de informação gerencial aplicado ao transporte de carga ................................................................. 39 1 Conceitos de sistema e de sistema de informação ........... 41 2 Sistema de informação gerencial ........................................ 43 6 3 SIG e transporte .................................................................... 45 Resumindo .................................................................................. 47 Consolidando conteúdos ............................................................ 48 Unidade 4 – Programação e controle de manutenção ....... 51 1 Custos operacionais .............................................................. 52 2 Acompanhamento e controle da manutenção .................... 54 Resumindo .................................................................................. 61 Consolidando conteúdos ............................................................ 62 Referências ................................................................................. 64 7 Comprometido com o desenvolvimento do transporte no País, o SEST SENAT oferece um programa educacional que contribui para a valorização cidadã, o desenvolvimento profissional, a qualidade de vida e a empregabilidade do trabalhador do transporte, por meio da oferta de diversos cursos que são desenvolvidos nas Unidades Operacionais do SEST SENAT em todo o Brasil. Sempre atento às inovações e demandas por uma educação profissional de qualidade, o SEST SENAT reestruturou todo o portfólio de materiais didáticos e de apoio aos cursos presenciais da instituição, adequando- os às diferentes metodologias e aos tipos de cursos, alinhando-os aos avanços tecnológicos do setor, às tendências do mercado de trabalho, às perspectivas da sociedade e à legislação vigente. Esperamos, assim, que este material, que foi desenvolvido com alto padrão de qualidade pedagógica, necessário ao desenvolvimento do seu conhecimento, seja um facilitador do processo de ensino e aprendizagem. Bons estudos! 8 9 APRESENTAÇÃO Desejamos boas-vindas ao Curso Gestão da Frota! Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que você já possui! No início de cada unidade você será informado sobre o conteúdo que será abordado e os objetivos que se pretende alcançar. O texto contém ícones com a finalidade de orientar o estudo, estruturar o texto e ajudá-lo na compreensão do conteúdo. Você encontrará também situações extraídas do cotidiano, conceitos e, ao final da unidade, você encontrará exercícios propostos para a consolidação dos conteúdos. O curso Gestão da Frota contém quatro unidades de 04 horas-aula cada, estruturadas conforme a tabela a seguir: Unidade Carga horária 1. Planejamento de transportes: frota própria ou contratada 4 horas-aula 2. Renovação da frota 4 horas-aula 3. Sistema de informação gerencial aplicado ao transporte de carga 4 horas-aula 4. Programação e controle de manutenção 4 horas-aula Esperamos que este Curso seja muito proveitoso para você! Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho. Bom trabalho! 10 11 UNIDADE 01 PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES: FROTA PRÓPRIA OU CONTRATADA? 1 Estimativa da demanda 2 Dimensionamento da frota 3 Alternativas para aumento/redução do tamanho da frota 12 UNIDADE 01 – Planejamento de transportes: frota própria ou contratada O planejamento da frota é uma atividade fundamental para evitar prejuízos, ou melhor, para aumentar o lucro da empresa. O uso de frota própria, ou de terceiros especializados, faz parte da tarefa de planejamento da frota da empresa transportadora de cargas. É melhor manter a própria frota ou contratar serviços de terceiros? Entende o motivo de se discutir tal escolha? Sabe realizar uma previsão de demanda? Consegue adequar o dimensionamento da frota à demanda do mercado? Normalmente, uma empresa pode adquirir meios de transporte (caminhão, avião, navio etc.) por meio de compra direta ou de aluguel (leasing). Leasing é um acordo entre um locatário e um locador. Esse acordo estipula que o locatário tem o direito de utilizar um ativo e, em troca, deve realizar pagamentos periódicos ao locador, ou seja, ao dono do ativo. 13 O locador pode ser o fabricante do ativo (a) ou uma companhia de leasing independente (b). Sob o enfoque do locatário, o que importa é o uso do ativo e não quem é o dono do ativo. Para uma discussão mais aprofundada sobre leasing, ver Brealey e Myers (1992) e Ross et al. (2007). Nesta unidade, veremos os processos básicos utilizados para dimensionar a frota própria e as situações em que as empresas podem operar com frota de terceiros. 1 Estimativa da demanda A primeira providência que devemos adotar para dimensionar a frota de veículos é estimar ou conhecer as características da demanda imposta pelo mercado — tarefa nem sempre de fácil execução! Diversos fatores influenciam a demanda. Primeiramente, o futuro é incerto, não sabemos como o mercado vai se comportar amanhã, devido a uma série de variáveis e circunstâncias. Cabe aqui destacar algumas: Os consumidores e instituições podem consumir menos produtos e serviços, reprimindo a demanda por transporte. Essa situação é típica de épocas em que as atividades econômicas (trocas entre indivíduos e organizações) estão em queda. Pode tambémocorrer o contrário: haver um superaquecimento da economia, provocando aumento da 14 demanda pelos serviços de transporte; Há muitas empresas concorrendo no mesmo mercado. Pode existir uma situação de excesso de oferta, quando a oferta é maior do que a demanda; Há outras modalidades de transporte que podem substituir o caminhão para executar determinado serviço de movimentação; As características da carga mudam com o passar do tempo (introdução de contêineres, pallets e outros artefatos de unitização, por exemplo) e tornam os veículos inadequados para executar o serviço; A organização das cadeias logísticas evolui com o tempo. Por exemplo, a forma de distribuição direta das fábricas aos clientes pode exigir determinado tipo de caminhão. Uma mudança de distribuição passando a carga por depósitos centrais antes de entregá-la ao cliente final, pode exigir caminhões com características bastante diferenciadas (tamanho e capacidade de carga do veículo, por exemplo). 2 Dimensionamento da frota Para resumir, podemos dizer que há duas situações distintas em que as empresas se defrontam por ocasião de um processo de dimensionamento da frota: a) Quando a demanda é desconhecida; b) Quando a demanda é conhecida. Evidentemente, a primeira situação é aquela que traz maiores problemas. Neste caso é necessário prever a demanda. Aqui diremos simplificadamente que a demanda corresponde à 15 quantidade, em peso ou em volume, de determinados bens, que devemos movimentar durante um período de tempo (pode ser um dia, uma semana, um mês, um ano ou um outro período mais longo). Você sabe o que fazer para prever a demanda? O que se pode dizer é que estamos tratando de um processo bastante complexo. É pequeno o número de profissionais que têm as competências e habilidades para estimar a demanda de forma estatisticamente correta. Em geral, são profissionais com sólida formação quantitativa, que possuem conhecimentos profundos em modelos matemáticos e estatísticos. Na maior parte dos casos, são economistas, engenheiros de tráfego e transporte, engenheiros de produção, estatísticos, entre outras categorias profissionais. 16 A previsão é usualmente efetuada com o uso de modelos matemáticos. Mas, antes de determinar qual é o modelo a ser utilizado, é conveniente realizar uma análise que contemple os seguintes principais passos (Valente, Passaglia e Novaes, 1997; Valente et al., 2008; Woiler e Mathias, 1992): Estudo das características operacionais, econômicas, financeiras de todo o setor para o qual se efetuará o cálculo da demanda; Identificação das informações (área geográfica considerada, tipos de consumidores, hábitos de consumo, tipos de indústria e comércio existentes etc.) que possibilitam decidir o que interessa ou não para planejar a demanda pelo transporte de carga; Estudo específico dos meios ou sistemas de transporte envolvidos, bem como de todas as variáveis (renda dos consumidores, aumento do consumo de bens manufaturados etc.) que possam afetar a procura por transportes. Somente após tudo isso é que se pode determinar a equação matemática mais adequada para calcular a demanda pelo serviço de transporte. Como dissemos anteriormente, é um estudo que ultrapassa os objetivos do nosso curso e, por isso, não o aprofundaremos, nem o trataremos com mais detalhes. É conveniente, antes de tudo, categorizar a demanda por transporte em função das distâncias a serem percorridas entre a origem e o destino das cargas. Esse fator determinará o tamanho e as características do veículo que será utilizado. 17 Há uma regra básica que diz o seguinte: o transporte de cargas em meio urbano, quando as distâncias são pequenas e o trânsito é complexo, deve ser realizado por caminhões com menor capacidade de carga. Já a operação de transporte de cargas por maiores distâncias é mais racional se for realizada por caminhões maiores, com capacidades superiores de carregamento. Assim, teríamos duas situações a considerar: Transporte de cargas de longo curso Em geral esse tipo de transporte é realizado na área rural, ligando duas cidades que não estão situadas na mesma aglomeração. É o caso de cidades situadas em estados diferentes, em regiões diferentes. Há nessa situação uma distância em quilômetros significativa entre o ponto de origem e o ponto de destino da carga. Não há um limite inferior estabelecido, mas supõe-se como razoável a distância de 200 quilômetros. Transporte de cargas no meio urbano São as entregas e coletas realizadas nos centros urbanos ou aglomerações. Se a empresa trabalhar nos dois tipos de mercado (urbano e de longo curso), ela precisa dimensionar uma frota com veículos de diferentes tamanhos e características para atender às necessidades dos dois 18 mercados. Caso ela opere somente em um único mercado, poderá ter uma frota mais homogênea em termos de capacidade. PASSO 1 Determinar a demanda mensal de carga, especificando a unidade de carga (volume, peso etc.). PASSO 2 Fixar os dias de trabalho durante o mês, e as horas de trabalho por dia. PASSO 3 Verificar as rotas a serem utilizadas, analisando o relevo, as condições de tráfego, as condições do pavimento, o tipo de pavimento etc. PASSO 4 Determinar a velocidade média de deslocamento durante o percurso. PASSO 5 Determinar os tempos de carga, descarga, paradas em filas, paradas para refeição e descanso dos motoristas, as horas em manutenção etc. PASSO 6 Pesquisar e analisar junto aos fabricantes as especificações técnicas de cada modelo de veículo disponível no mercado, a fim de escolher o que melhor atende às exigências necessárias para o transporte desejado. PASSO 7 Identificar a capacidade de carga útil do veículo escolhido. Há, porém, outros parâmetros que devem ser observados para o dimensionamento da frota. Um roteiro para o dimensionamento da frota de veículos é proposto a seguir, segundo Valente, Passaglia e Novaes (1997) e Valente et al. (2008). 19 PASSO 8 Calcular o número de viagens/mês que cada veículo pode realizar. PASSO 9 Determinar a quantidade de carga (peso, volume) transportada por veículo durante o mês. PASSO 10 Calcular o número de veículos necessários dividindo- se a demanda mensal de carga pela quantidade de carga transportada por veículo durante o mês. PASSO 11 Ao número de veículos calculado é conveniente acrescentar alguns veículos adicionais para substituir os caminhões que entram em manutenção, que são avariados etc. 3 Alternativas para aumento/redução do tamanho da frota Todos nós sabemos que a demanda por alguns tipos de bens e serviços é variável, oscila ao longo do tempo, principalmente em função do desempenho da economia do país, que pode estar aquecida em determinado momento e apresentar queda de consumo em outro. Evidentemente, a demanda por serviços de transporte acompanhará as oscilações da economia. Assim, caso o transportador ou a empresa que tem frota própria dimensione o número e tipos de seus veículos observando a maior demanda que terá durante um mês do ano, por exemplo, poderá ter uma parte de seus veículos desocupada (capacidade ociosa) em determinado período do ano. Isso não é bom para a empresa, porque aumenta seus custos. 20 3.1 Como deve, então, proceder a empresa no caso de demanda oscilante, variável ao longo do tempo, para dimensionar sua frota racionalmente? Pois bem, na prática as empresas usam alguns artifícios ou técnicas de gestão que lhes permitem ampliar ou diminuir o número de veículos necessários para adequar a frota à demanda variável, sem que ocorram períodos de ociosidade ou insuficiência de veículos para a empresa. Algumas dessas técnicas podem ser destacadas (Valente et al., 2008): Parcerias Franquias Terceirização a) Parcerias As parcerias ocorrem entre duas ou mais empresas que se unem para realizardeterminado serviço de transporte. As 21 demandas por serviços das empresas participantes da parceria são reunidas, assim como as frotas de veículos. Desta maneira, podem ser racionalizados os esforços e os recursos das empresas. Por exemplo: há casos em que duas empresas movimentam produtos entre pontos de origem e destino das cargas que são coincidentes. A demanda de cada empresa não completa a capacidade de carga do caminhão. Ao se unirem em parceria, as cargas das duas empresas podem ser colocadas no mesmo caminhão, completando a sua capacidade. Dessa forma, um caminhão de uma empresa pode atuar num mercado e o caminhão da outra empresa, em um mercado diferente. Na parceria procura-se otimizar o uso da frota, dando maior aproveitamento aos veículos e, em consequência, reduzindo os custos com transporte (combustível, mão de obra, manutenção etc.). Com as frotas unidas, pode-se até reduzir o número de veículos de cada empresa, para realizar o mesmo serviço. b) Terceirização Você sabia que muitas das empresas de transporte de cargas fazem uso da terceirização de serviços? O que isso significa? A técnica de terceirização diz respeito ao uso de serviços de terceiros por uma empresa de transporte. Quando uma empresa tem uma demanda elevada de serviços e não tem uma frota de veículos suficiente para atender todas as solicitações, ela pode contratar um transportador autônomo, por exemplo, para realizar parte do transporte. 22 Esse procedimento é bastante conhecido e muito utilizado no setor de transporte, principalmente, por meio da contratação de transportadores autônomos, conhecidos como agregados, para prestar serviços de transporte por um período determinado. c) Franquias ou Franchising (em inglês) O sistema de franquias é muito utilizado pelas empresas de transporte para expandir sua área de atuação no mercado. Há transportadoras que possuem atuação em todo o território nacional e abrem filiais nos estados por meio de franquias dadas a interessados que tenham experiência, conhecimentos e contatos acumulados no setor. Assim, um agente de carga, ou mesmo um outro transportador, podem adquirir uma franquia e trabalhar em mercados ainda não explorados pela empresa. A terceirização evita que a empresa tenha de adquirir veículos novos quando a demanda é elevada, e depois tenha de vendê-los, quando a demanda volta ao nível normal. Saiba mais sobre terceirização da frota. Acesse: http://www.economia.terra.com.br/veja-como-escolher-entre- logistica-propria-ou- terceirizada,b328c655e276b310VgnCLD200000bbcceb0aRC RD.html http://www.economia.terra.com.br/veja-como-escolher-entre-logistica-propria-ou-terceirizada,b328c655e276b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html http://www.economia.terra.com.br/veja-como-escolher-entre-logistica-propria-ou-terceirizada,b328c655e276b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html http://www.economia.terra.com.br/veja-como-escolher-entre-logistica-propria-ou-terceirizada,b328c655e276b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html http://www.economia.terra.com.br/veja-como-escolher-entre-logistica-propria-ou-terceirizada,b328c655e276b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html 23 RESUMINDO Vimos nesta primeira unidade que uma empresa de transporte de cargas ou um transportador autônomo podem trabalhar com frota própria, com frota terceirizada, ou com frota própria e de terceiros. Para dimensionar a quantidade de veículos em qualquer uma das situações, é fundamental que se faça um estudo para conhecer a demanda pelo serviço de transporte. Isso proporcionará racionalidade e economia na prestação de serviços à empresa. 24 1 A empresa de transporte pode trabalhar com a frota de veículos nas seguintes configurações: frota própria, mista ou terceirizada: ( ) Falso ( ) Verdadeiro 2 Franquias, parcerias e alianças são formas utilizadas para se aumentar a frota da empresa em situações de queda da demanda: ( ) Certo ( ) Errado 3 Há dois tipos de situações com as quais a empresa deve trabalhar para dimensionar sua frota de veículos: (a) demanda conhecida; (b) demanda incerta: ( ) Certo ( ) Errado 4 A técnica de terceirização diz respeito ao uso de serviços de terceiros por uma empresa de transporte. ( ) Certo ( ) Errado 5 As parcerias ocorrem entre duas ou mais empresas que se unem para realizar determinado serviço de transporte. ( ) Certo ( ) Errado 25 UNIDADE 02 RENOVAÇÃO DA FROTA 1 Conceitos importantes 2 Método simplificado 3 Idade para renovar a frota 26 UNIDADE 02 – Renovação de frota Quase sempre a decisão a respeito de renovação da frota de caminhões (ou equipamentos) é conduzida somente por aspectos técnicos. Em geral, as decisões baseadas exclusivamente em aspectos técnicos tendem a provocar prejuízos, sobretudo se os aspectos econômicos relativos à frota não forem levados em conta. 1 Conceitos importantes Os métodos de determinação da época econômica de renovação da frota de caminhões baseiam-se em três custos: Depreciação Financeiro ou de capital Manutenção Você sabe quando a frota deve ser renovada? Conhece os métodos utilizados para essa determinação? Sabe os motivos que levam à renovação da frota? 27 1.1. Custo de depreciação No decorrer do tempo, com a obsolescência natural ou desgaste com o uso dos ativos na produção (prestação de serviço), eles perdem valor. Tal perda de valor é apropriada pela contabilidade, periodicamente, até que tenham valor reduzido a zero (Hirschfeld, 2000; Valente, Passaglia e Novaes, 1997; Valente et al., 2008). Em termos contábeis, o cálculo da depreciação deverá obedecer aos critérios determinados pelo governo, por meio da Secretaria da Receita Federal, art. 305 do RIR/99, que estipula o prazo de 10 anos para depreciar as máquinas, 5 anos para veículos, 10 anos para móveis e 25 anos para os imóveis (Souza e Clemente, 2009). Os critérios de depreciação comumente utilizados são os listados a seguir: Por depreciação entende-se como o custo decorrente do desgaste ou da obsolescência dos ativos imobilizados (máquinas, veículos, móveis, imóveis e instalações) da empresa. Os critérios de depreciação comumente utilizados são os listados a seguir: Linear; Decrescente com a idade dos veículos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Contabilidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Governo http://pt.wikipedia.org/wiki/Secretaria_da_Receita_Federal http://pt.wikipedia.org/wiki/Custo http://pt.wikipedia.org/wiki/Ativo 28 O segundo critério divide-se em: exponencial; soma dos anos; taxa média. Para uma discussão sobre esses critérios, veja Valente, Passaglia e Novaes (1997). Para o critério linear recomenda-se a utilização das seguintes taxas anuais: Bem Taxa anual Caminhões off-road 25% Veículos de passageiros ou de carga 20% Computadores e periféricos 20% Móveis e utensílios 10% Maquinários 10% Chatas e rebocadores 5% Edifícios e construções 4% Fonte: Souza e Clemente (2009, p. 111). 1.2. Custo financeiro O custo financeiro refere-se à remuneração do capital (dinheiro) empregado para a aquisição do caminhão, por exemplo. Destaca-se que a taxa de juros tem papel importante no cálculo do custo financeiro. 1.3. Custo de manutenção Esse custo normalmente é dividido em custo de: inspeção; manutenção preventiva e corretiva; limpeza; material de oficina. 29 2. Método simplificado Aqui, calcularemos os custos de depreciação, financeiro e de manutenção. Depois disto, determinaremos a época econômica de renovação da frota de caminhões. Adotaremos uma vida útil de 10 anos para o caminhão. 2.1. Custo anual da depreciação Pois bem, primeiramente calcularemos a depreciação. Paratanto, empregaremos as seguintes taxas anuais de depreciação: Ano Taxa (%) Taxa acumulada (%) 1 30 30 2 20 50 3 15 65 4 15 80 5 5 85 6 3 88 7 3 91 8 3 94 9 3 97 10 3 100 Repare que a taxa de depreciação não é linear. Se a taxa fosse linear a depreciação seria de 10% ao ano. Merece ser dito que esta parte do texto é baseada em Valente et al. (2008). 30 Suponha que o caminhão novo foi adquirido por R$ 200.000,00, a sua depreciação será como segue, usando as taxas anuais de depreciação que acabamos de mostrar: Ano Depreciação (R$) Depreciação acumulada (R$) Depreciação média anual (R$) 1 60.000,00 60.000,00 60.000,00 2 40.000,00 100.000,00 50.000,00 3 30.000,00 130.000,00 43.333,33 4 30.000,00 160.000,00 40.000,00 5 10.000,00 170.000,00 34.000,00 6 6.000,00 176.000,00 29.333,33 7 6.000,00 182.000,00 26.000,00 8 6.000,00 188.000,00 23.500,00 9 6.000,00 194.000,00 21.555,56 10 6.000,00 200.000,00 20.000,00 Então, se a transportadora usar o caminhão por apenas um ano, ele sofrerá uma depreciação de 30%, ou no valor de R$ 60 mil (ver segunda coluna da tabela). Se a empresa continuar utilizando o caminhão por mais um ano, ele sofrerá uma depreciação média de 25%, ou de R$ 50.000,00, anualmente. Se a empresa usar o caminhão por três anos, a depreciação acumulada será de 65% e a depreciação média será de 22% aproximadamente. O valor médio da depreciação, nesse caso, será de R$ 43.333,34. Note-se que ao final dos 10 anos, o caminhão estará totalmente depreciado (ver terceira coluna da tabela). 31 2.2. Custo financeiro anual O custo financeiro é uma função do tempo de uso do veículo. A variável-chave é a taxa de juros. Suponha que a taxa de juros seja de 8% ao ano. Os juros representam os custos, em dinheiro, da imobilização do capital num dado período. As contas referentes ao custo anual financeiro médio do nosso exemplo aparecem na tabela abaixo. Tempo de uso (ano) Valor no início do período (%) Juros no período (R$) Juros acumulados (R$) Custo financeiro médio anual (R$) 1 100 16.000,00 16.000,00 16.000,00 2 70 11.200,00 27.200,00 13.600,00 3 50 8.000,00 35.200,00 11.733,34 4 35 5.600,00 40.800,00 10.200,00 5 20 3.200,00 44.000,00 8.800,00 6 15 2.400,00 46.400,00 7.733,34 7 12 1.920,00 48.320,00 6.902,86 8 9 1.440,00 49.760,00 6.220,00 9 6 960,00 50.720,00 5.635,56 10 3 480,00 51.200,00 5.120,00 A conta é simples. Primeiro calcule o custo da imobilização do capital (veículo) para cada ano. Depois, acumule os juros anualmente. Finalmente, você deve dividir os juros acumulados pelo corresponde número de anos em que o caminhão é utilizado. 32 2.3. Custo anual de manutenção VCNCM jj onde jCM é o custo de manutenção no ano j ; e j representa a relação entre o custo de manutenção e o valor do caminhão novo (VCN ) no ano j ( j é extraído de dados históricos da contabilidade de custos da empresa). Então, os custos médios de manutenção são retratados na tabela a seguir. Repare que os j que aparecem na tabela abaixo são fictícios e que crescem com o tempo, pois, em tese, o custo de manutenção aumenta quando o veículo (caminhão) envelhece. Tempo de uso (ano) j (%) Custo anual de manutenção (R$) Custo acumulado (R$) Custo anual médio de manutenção (R$) 1 11,20 22.400,00 22.400,00 22.400,00 2 12,30 24.600,00 47.000,00 23.500,00 3 13,50 27.000,00 74.000,00 24.666,66 4 15,70 31.400,00 105.400,00 26.350,00 5 17,80 35.600,00 141.000,00 28.200,00 6 20,10 40.200,00 181.200,00 30.200,00 7 22,30 44.600,00 225.800,00 32.257,14 8 25,50 51.000,00 276.800,00 34.600,00 Saiba que há diferentes maneiras de expressar o custo de manutenção. Costuma-se expressar o custo de manutenção assim: 33 9 28,80 57.600,00 334.400,00 37.155,56 10 32,40 64.800,00 399.200,00 39.920,00 3 Idade para renovar a frota Já temos quase todos os ingredientes para calcular a idade econômica do caminhão. Temos os custos anuais: De depreciação Financeiro De manutenção Resta-nos obter a quilometragem percorrida do caminhão. É natural supor que a quilometragem rodada tende a cair com a idade do veículo. Suponha que a quilometragem percorrida pelo nosso caminhão, a cada ano, é como segue. Ano Distância percorrida (km) 1 196.800 2 187.944 3 179.486 4 171.410 5 163.696 6 156.330 7 149.296 8 142.576 9 136.160 10 130.034 Agora, estamos aptos para calcular a idade recomendada para renovar a frota. Veja a tabela abaixo. Note-se que o custo total médio atinge seu valor mínimo para a vida útil de seis anos. Recomenda-se, portanto, renovar o caminhão ao final do sexto ano (conforme destacado na tabela abaixo). 34 Ano CMD CMF CMM CMT Km CMT (R$) (R$) (R$) (R$) percorrida (R$/Km) 1 60.000,00 16.000,00 22.400,00 60.000,00 196.800,00 0,5 2 50.000,00 13.600,00 23.500,00 50.000,00 187.944,00 0,46 3 43.333,34 11.733,34 24.666,66 43.333,34 179.486,00 0,44 4 40.000,00 10.200,00 26.350,00 40.000,00 171.410,00 0,45 5 34.000,00 8.800,00 28.200,00 34.000,00 163.696,00 0,43 6 29.333,34 7.733,34 30.200,00 29.333,34 156.330,00 0,43 7 26.000,00 6.902,86 32.257,14 26.000,00 149.296,00 0,44 8 23.500,00 6.220,00 34.600,00 23.500,00 142.576,00 0,45 9 21.555,56 5.635,56 37.155,56 21.555,56 136.160,00 0,47 10 20.000,00 5.120,00 39.920,00 20.000,00 130.034,00 0,5 CMD = custo médio de depreciação. CMF = custo financeiro médio. CMM = custo médio de manutenção. CMT = custo total médio. Valente et al. (1997, p. 156) observa que poderão ocorrer outros custos quando a frota envelhece como, por exemplo: se o veículo quebra durante o serviço, há custos adicionais de socorro mecânico, reboque, atrasos no serviço, que impactam negativamente a imagem da empresa. Tais custos certamente deveriam ser, também, tomados em conta, embora sejam de difícil quantificação. Saiba mais sobre depreciação. Acesse o seguinte portal na Internet: http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/depreciacao.htm http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/depreciacao.htm 35 RESUMINDO Se fôssemos usar apenas o aspecto técnico, renovaríamos a frota no décimo ano. A análise econômica recomenda que a frota deve ser renovada no sexto ano, conforme visto no exemplo acima. A partir desse ano, os custos médios totais por quilômetro rodado são crescentes. 36 1. Os métodos de determinação da época econômica de renovação da frota de caminhões baseiam-se em três custos. São eles: ( ) Custo de deterioração, financeiro e de manutenção ( ) Custo de depreciação, financeiro e de manutenção ( ) Custo de depreciação, contábil e de manutenção ( ) Nenhuma das respostas anteriores 2. Os critérios de depreciação comumente utilizados são: ( ) Depreciação linear e depreciação crescente com a idade dos veículos ( ) Depreciação decrescente com a idade dos veículos e depreciação exponencial ( ) Depreciação linear e depreciação decrescente com a idade dos veículos ( ) Nenhuma das respostas acima 3. O custo de manutenção é, normalmente, dividido em: ( ) Custo de inspeção ( ) Custo de limpeza e material de oficina ( ) Custo de manutenção preventiva e corretiva ( ) Todas as respostas anteriores 37 4 Se fôssemos usar apenas o aspecto técnico, renovaríamos a frota no décimo ano. Essa afirmação é: ( ) Correta ( ) Incorreta 5 O custo de manutenção, normalmente, é dividido em custo de: inspeção; manutenção preventiva e corretiva; limpeza; material de oficina. ( ) Certo ( ) Errado 38 39 UNIDADE 03 SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL APLICADO AO TRANSPORTE DE CARGA 1 Conceitos de sistema e de sistemade informação 2 Sistema de informação gerencial 3 SIG e transporte 40 Você conhece os conceitos relacionados ao Sistema de Informação Gerencial? Sabe como utilizar esse sistema? No ambiente de negócios de hoje, mutável e muitas vezes desconcertante, não se pode prescindir da aplicação de sistemas de informação que ajudem a otimizar o desempenho econômico da empresa, como observam os gurus da administração e da estratégia empresarial (Peter Drucker, Pankaj Ghemawat, Michael Porter, Coimbatore K. Prahalad, Alfred Rappaport, Henry Mintzberg, Donald J. Bowersox, Ronald Ballou, Robert Kaplan e David Norton, para citar alguns). 41 1 Conceitos de sistema e de sistema de informação Há diversos conceitos de sistemas (Albertão, 2001). Adotaremos o seguinte conceito, aplicado à atividade empresarial: um sistema é um conjunto de elementos que interagem em busca de um só objetivo, a maximização do valor da empresa. Para uma discussão sobre a teoria do valor da empresa, ver Copeland et al. (2002) e Martin e Petty (2004). Os dados e informações fornecidos pelos sistemas de informação visam balizar a tomada de decisão por parte dos gestores. O mecanismo de feedback é de vital importância para a sobrevivência do SI, pois a partir dele torna-se possível exercer mais facilmente ajustes de rumo nos planos estratégicos da organização. Um sistema de informação (SI) é uma série de elementos inter-relacionados que, mantida uma ordem lógica, coletam, manipulam, armazenam e disseminam dados e informações, além de serem providos de mecanismos de retroalimentação (feedback). 42 Autores como Albertão (2001) e Laudon e Laudon (1999) notam que os sistemas de informação também auxiliam as empresas que resolvem delegar poder de decisão a seus empregados (empowerment). Por empowerment entende- se a disponibilização dos SI aos colaboradores situados nas camadas inferiores do processo decisório empresarial. Geralmente, os SI possibilitam estabelecer alçadas para a tomada de decisão. 43 2 Sistema de informação gerencial Ballou (1999, p. 278) define sistema de informação gerencial (SIG) assim: O SIG refere-se a todo equipamento, procedimentos e pessoal que criam um fluxo de informações utilizadas nas operações diárias de uma organização e no planejamento e controle global das atividades da mesma. Atualmente, os sistemas de informação gerencial utilizam o processamento eletrônico de dados. Os componentes dos SIG informatizados são: hardware; software; banco de dados; pessoas; procedimentos; telecomunicações. Vale assinalar que os SIG informatizados são atualmente conhecidos por Planejamento dos Recursos da Empresa ou Enterprise Resource Planning –ERP (Albertão, 2001; Bowersox et al., 2006; Haberkorn, 1999). O hardware é composto pelos dispositivos de entrada, processamento, e de saída de dados e informações. O software Quase sempre os sistemas de informação gerencial abarcam e mantêm interligadas as seguintes áreas da organização: Produção/serviço Recursos humanos Contabilidade e finanças Inventário/suprimentos Vendas 44 consiste nos programas e nas instruções recebidas pelo computador. O bando de dados, a parte mais valiosa do SIG, é definido como sendo uma coleção organizada de fatos e informações disponíveis para acesso. As pessoas incluem todas as que gerenciam, executam, programam, fazem a manutenção do hardware e software e as que tomam decisões com base no SIG. Os procedimentos dizem respeito aos métodos de trabalho, estratégias, políticas, normas e regras estabelecidas e seguidas pela organização. As telecomunicações referem-se às conexões de rede. Uma importante vantagem dos SIG informatizados é o fornecimento de informação padronizada, não importa o nível hierárquico do usuário do sistema. Cabe dizer ainda que os SIG propiciam também maior acurácia na tomada de decisão. Outros benefícios do emprego de SIG informatizados para os gestores são: Obtenção de informação contínua e imediata; Redução dos custos de obtenção de dados e informação; Aumento na integridade e consistência dos dados e informação; Descentralização da informação. 45 3 SIG e transporte Os sistemas do tipo ERP são largamente utilizados pelas empresas de transporte, observam os autores Bowersox et al., 2006. Na verdade, nos dias que correm, os sistemas ERP começaram a incorporar novas funcionalidades, do tipo: a) Relacionamento direto com os clientes; Como observado antes, os sistemas ERP referem-se aos aplicativos informatizados que gerenciam: os pedidos; as operações de armazenamento de cargas; os inventários; o transporte; as transações financeiras. Lembre-se que os ERP costumam incluir também as operações contábeis e de recursos humanos da empresa. 46 b) Relacionamento direto com o transporte da fábrica para o depósito e do depósito para o cliente, por exemplo. A funcionalidade (a), acima, facilita o compartilhamento de informações entre a força de vendas, o depósito e os clientes. As informações relevantes que podem ser fornecidas ou extraídas do sistema referentes à funcionalidade (a) são, entre outras: (a) histórico de vendas; (b) detalhes de embarques; status do pedido. Já a funcionalidade (b) facilita a troca de dados e informações entre áreas funcionais no interior de uma empresa de transporte e os seus veículos. A comunicação entre a empresa e o veículo pode dar-se via satélite, radiofrequência, Internet etc. Nesse contexto, cabe ainda mencionar a tecnologia denominada Intercâmbio Eletrônico de Dados - EDI). O EDI é definido com uma troca entre empresas e entre empresas e veículos, computador a computador, de documentos comerciais em formatos-padrão para facilitar um alto volume de transações. Nota-se que a efetivação dessa operação requer capacitação profissional. As chamadas tecnologias embarcadas têm papel de importância na operação de comunicação entre a empresa e o veículo, podendo, inclusive, atuar na redução de incidência de roubo de cargas. Os recursos eletrônicos e computadores instalados nos veículos de carga são conhecidos como tecnologia embarcada. 47 RESUMINDO Os sistemas de informação gerencial aplicados ao transporte de carga produzem, decerto, diferenciais competitivos, melhorando as performances comercial e financeira da empresa transportadora. Os clientes das empresas transportadoras também se beneficiam dos SIG. Os clientes têm expectativas quanto à disponibilidade, ao desempenho operacional e à confiabilidade dos serviços prestados. Os SIG facilitam o monitoramento do desempenho do fornecedor, com relação a cada uma das dimensões. Saiba mais sobre sistemas de informação gerencial. Acesse: http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/sistema -de-informacao-gerencial/23741/. http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/sistema-de-informacao-gerencial/23741/ http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/sistema-de-informacao-gerencial/23741/ 48 1. Os sistemas de informação gerencial costumam abarcar e interligar as seguintes áreas da organização: ( ) Produção/serviço ( ) Recursos humanos e inventário/suprimentos ( ) Contabilidade e finanças ( ) Todas as respostas anteriores 2. Assinale as respostas corretas. Atualmente, os sistemas ERP têm incorporado funcionalidades do tipo: (a) Relacionamento direto com os clientes (b) Relacionamento direto com os concorrentes (c) Relacionamento direto com o transporte da fábrica para o depósito e do depósito para o cliente 3. São benefícios do emprego de SIG informatizados para os gestores de empresas: ( ) Obtenção de informação contínua e imediata ( ) Redução dos custos de obtenção de dados e informação ( ) Aumento na integridade e consistência dos dados e informação ( ) Todasas respostas anteriores 49 4. Os sistemas ERP começaram a incorporar novas funcionalidades do tipo: Relacionamento direto com os clientes. Relacionamento direto com o transporte da fábrica para o depósito e do depósito para o cliente, por exemplo. ( ) Certo ( ) Errado 5. O EDI é definido como uma troca entre empresas, e entre empresas e veículos, computador a computador, de documentos comerciais em formatos-padrão para facilitar um alto volume de transações. ( ) Certo ( ) Errado 50 51 UNIDADE 04 PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE MANUTENÇÃO 1 Custos operacionais 2 Acompanhamento e controle da manutenção 52 UNIDADE 04 – Programação e controle de manutenção Um tema de vital importância para o sucesso da transportadora de cargas é o que diz respeito à programação e controle de manutenção, e o conhecimento dos seus custos operacionais. Por falta de conhecimento sobre as formas de realizar a manutenção, uma empresa poderá incorrer em severos prejuízos financeiros. 1. Custos operacionais Os custos relativos à operação do caminhão se dividem em: fixos e variáveis. Veja exemplo a seguir de custos fixos e variáveis relativos a um veículo de carga. Custo fixo Custo variável Depreciação Combustível Remuneração do capital Lubrificantes Mão de obra (motorista) Rodagem Licenciamento Peças e acessórios Seguros Mão de obra para manutenção dos veículos Você sabe como se dá a manutenção dos veículos da frota? Sabe quais são os custos relacionados a essas manutenções? Sabe como é feito o planejamento das manutenções? 53 Os custos fixos têm de ser pagos independentemente do nível de serviço que a empresa transportadora tenha. Os custos variáveis mudam de acordo com o volume de serviço (Maher, 2001). Na unidade 3 deste curso, você teve a oportunidade de estudar como se calculam o custo de depreciação e a remuneração do capital (caminhão). O custo mensal com o motorista é igual ao salário mais os encargos trabalhistas pagos. O custo mensal do licenciamento (CMLC ) é obtido assim: 12 SEGOIPVA CMLC onde IPVA = imposto sobre propriedade de veículo SEGO = seguro obrigatório Se a empresa transportadora tiver contratado seguro contra terceiros, de roubo de carga etc., ela deve calcular o valor mensal do seguro dividindo o respectivo valor por 12 meses. Você precisa saber que os custos variáveis dependem, por exemplo, dos seguintes fatores (Valente, Passaglia e Novaes, 1997; Valente et al., 2008): Da quilometragem desenvolvida Do tipo de tráfego Tipo de via (estrada) Da região onde a transportadora atua Do porte do veículo 54 O aumento da velocidade certamente impactará o consumo de combustível, de pneus e de manutenção. Em áreas urbanas, os veículos tendem a gastar mais combustível por quilômetro rodado e costumam apresentar maior desgaste relativo. A superfície de rolamento, a condição de conversão da via, a topografia e sinuosidade também tendem a influenciar os gastos com combustível e manutenção do caminhão. Os impostos, os salários, os preços dos combustíveis etc. diferem de região para região. Sem surpresa, o custo por tonelada/quilômetro diminui à medida que se aumenta a capacidade de carga do caminhão. Finalmente, devemos dizer que os cálculos dos itens de custos variáveis não serão apresentados porque fogem ao escopo deste curso. Todavia, para o aluno treinado em matemática, sugerimos a leitura de Valente et al. (1997). 2. Acompanhamento e controle da manutenção O trabalho de manutenção divide-se em: manutenção de operação; manutenção preventiva; manutenção corretiva; reforma corretiva. 55 Manutenção Descrição De operação É a manutenção primária. O bom desempenho do caminhão depende deste tipo de manutenção. O principal responsável por ela é o motorista. Manutenção preventiva Saiba que o uso do veículo provoca desgastes e, assim, gera necessidades de regulagem e ajustes periódicos, a fim de evitar falhas. Manutenção corretiva A manutenção corretiva é realizada, normalmente, após uma falha. Este tipo de manutenção é usado para corrigir as causas e efeitos de ocorrências constatadas. Reforma corretiva Refere-se à reforma de caminhões. A reforma deve ser conduzida se for, economicamente, mais interessante. Deve-se dizer que a manutenção preventiva subdivide-se em: Manutenção sistemática, efetuada de acordo com o tempo de uso do caminhão. Manutenção condicional, executada de acordo com o estado do caminhão após a evolução de um sintoma significativo. 56 Geralmente, realiza-se a manutenção sistemática ou programada em intervalos fixos. Especialistas recomendam que ela deve ser adotada somente se sua utilização criar uma oportunidade para reduzir falhas que não são detectáveis antecipadamente, ou se ela for imposta por exigência de produção ou segurança. Um exemplo de manutenção preventiva em intervalos fixos é a troca de óleo por quilometragem rodada. Já a manutenção corretiva pode ser dividida em manutenção de melhoramento e manutenção corretiva geral. A manutenção de melhoramento é um tipo de manutenção corretiva que reúne ações corretivas para a melhoria dos caminhões, que passam a não precisar de tanta manutenção devido ao aumento da confiabilidade e desempenho. Ocorre antes da peça ou do caminhão quebrar, quando o motorista comunica que está observando um barulho estranho. A manutenção corretiva geral acontece quando o caminhão quebra durante a operação. Este é o tipo de correção mais cara para a empresa, pois além de quebrar a peça, o caminhão fica parado e a carga não chega ao local combinado, deixando o cliente insatisfeito. Observa-se que os custos da quebra não são apenas os da peça a ser trocada. Os custos são compostos pelo valor do guincho, da assistência técnica, do custo de outro veículo ter de completar a viagem, da mão de obra extra, dos custos da insatisfação do cliente, entre outros. Enfim, recomenda-se que a transportadora busque a manutenção de melhoramento. 57 Para terminar, apresentamos conceitos de falha (Slack, Chambers e Johnston, 2009). Falha representa o término da capacidade do caminhão de efetuar a sua operação (viagem). Ou, alternativamente, falha é qualquer problema que impeça o caminhão de continuar operando, seja por paralisação seja por comprometer a segurança do condutor ou da carga. Sempre existe a possibilidade de que as coisas saiam erradas, observam Slack, Chambers e Johnston (2009). Aceitar que podem ocorrer falhas não é a mesma coisa que ignorá-las. 58 Exemplos de falhas são: Quanto à velocidade ou forma de manifestação, as falhas podem ser: Falhas que ocorrem progressivamente; Falhas que ocorrem de forma repentina. Quanto ao momento de aparecimento, podem aparecer falhas durante: O funcionamento do veículo; Após o veículo parar de funcionar. Quanto ao grau de importância, podemos ter: Falhas parciais, comprometendo parcialmente o funcionamento do veículo; Falhas completas, aquelas que param completamente o veículo. Quanto à velocidade de aparecimento e grau de importância, podem ser: Por degradação, e ao mesmo tempo progressivas e parciais; Catalíticas, ao mesmo tempo repentinas e totais. Quanto à origem, podem ser: As falhas podem ser quanto: à forma de manifestação; ao momento de aparecimento; ao grau de importância; à origem; às consequências; às características das falhas. 59 Internas: relacionadas à falha de um dos componentes do caminhão; Externas: causadas por agente externo, por exemplo, um acidente. Quanto às consequências, as falhas podem ser: Críticas: suscetíveis a danos corporaisou de consequências inaceitáveis; Maiores: de importância vital para a continuidade da prestação dos serviços; Menores: sem grandes consequências para a continuidade dos serviços. Quanto às características das falhas, estas podem ser classificadas em: Intermitentes: perda repetitiva momentânea, completa ou parcial de função; Fugitivas ou transitórias: perda de curta duração não repetitiva, completa ou parcial de uma função requisitada; Sistemáticas: ligadas de maneira segura a uma causa não eliminável, a não ser por modificação ou substituição de um determinado componente; Reproduzíveis: que podem ser provocadas à vontade, simulando-se as suas causas; De causa comum: que podem influenciar vários componentes do veículo. Devemos, enfim, evitar o reaparecimento do defeito. Para isso, é necessário verificar as causas das falhas e sua natureza (mecânica, elétrica, eletrônica, hidráulica, pneumática). Quanto às causas, elas podem ser: 60 Por falta de qualidade ou falha na concepção de fabricação; Por má utilização; Por má conservação; Por envelhecimento e desgaste; Primárias: provocadas por falha de apenas um componente; Secundárias: ocorridas em um componente e causadas por outro. Sabe-se, ainda, que cada modelo de falha degrada um item mecânico de maneira particular, mas geralmente os modos de falhas evoluem da seguinte forma: A iniciação acontece com um defeito de concepção, de fabricação e/ou uma causa externa, como a sobrecarga; A propagação geralmente acontece por modo de falhas em funcionamento; A ruptura (perda do bom funcionamento) ocorre frequentemente de maneira acelerada após a propagação no tempo. Dentre os modos de falhas mecânicas em funcionamento, os principais são: Choque, geralmente provocado por acidente de comportamento; Sobrecarga: por transportar acima do permitido, levando a ruptura ou deformação; Fadiga: esforços alternados e repetitivos que levam à ruptura; Desgaste pelo uso: devido ao atrito, gera perda do material das superfícies; 61 Abrasão: riscos por um corpo de dureza superior; Erosão: devido a impacto de partículas em grandes velocidades; Corrosões, de todas as naturezas (química, elétrica, bacteriana, etc.); Fluência: deformação por tensão mecânica e térmica, que vira permanente. RESUMINDO Aprendemos nesta unidade a reconhecer os vários tipos de custos em uma empresa de transporte de cargas. Vimos que os custos podem ser divididos em fixos e variáveis. Também vimos que a manutenção da frota pode ser para corrigir problemas ou para evitar problemas mecânicos e acidentes com os veículos. 62 1. Assinalar a(s) resposta(s) correta(s). São custos variáveis relativos à operação de um caminhão: (a) Peças e assessórios (b) Combustíveis e lubrificantes (c) Salário do motorista 2. São tipos de manutenção: (a) Preventiva e corretiva. (b) Corretiva e de operação. (c) Preventiva e de reforma de caminhão. (d) Todas as respostas anteriores. 3 As falhas podem ser classificadas em: Intermitente Fugitiva Sistemática Reproduzível De causa comum Todas as respostas anteriores. 4 As falhas podem ocorrer progressivamente ou repentinamente. Essa afirmação está: ( ) Correta ( ) Incorreta 63 5 As falhas completas são aquelas que param completamente o veículo, ou seja, impossibilitam seu funcionamento. ( ) Certo ( ) Errado 64 REFERÊNCIAS ALBERTÃO, S. E. Sistemas de gestão empresarial. São Paulo: Iglu, 2001. BALLOU, R. H. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006. BREALEY, E. F.; MYERS, S. C. 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