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Fundamentos de Ritmos e dança

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Unidade IV
Metodologias do ensino da dança 
Fundamentos de 
Ritmo e Dança
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
BRUNO SILVA JULIARI
LEANDRO AUGUSTO DE OLIVEIRA
AUTORIA
Bruno Silva Juliari
Olá. Sou graduado em Educação Física pelas Faculdades Associadas 
de Ensino (UniFae), pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela 
faculdade Campos Elíseos e pós-graduando em Treinamento Desportivo 
pela faculdade Campos Elíseos. Realizei os Cursos Complementares de 
Fisiologia do Treinamento Resistido, Fisiologia do Treinamento Desportivo 
e Nutrição para o Desporto. Sou apaixonado pelo que faço e adoro 
transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso, fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz por poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
Leandro Augusto de Oliveira
Olá. Sou bacharel em Educação Física pelo Centro Universitário 
de Araraquara (2011) e sou mestre (2015) e doutor (2020) em Ciências 
Fisiológicas pelo Programa Interinstitucional UFSCar/UNESP. Realizei 
Doutorado Sanduíche no Departamento de Farmacologia, Fisiologia e 
Neurociência da Universidade da Carolina do Sul (USC, Columbia, EUA), 
por meio da Bolsa Estágio e Pesquisa no Exterior (BEPE/FAPESP) em 
2018. Atuo em estudos que envolvem os mecanismos neurais na função 
cardiovascular durante o repouso e estresse. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando necessárias 
observações ou 
complementações 
para o seu 
conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas 
e links para 
aprofundamento do 
seu conhecimento;
REFLITA:
se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a ser 
refletido ou discutido;
ACESSE: 
se for preciso acessar 
um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada;
TESTANDO:
quando uma 
competência for 
concluída e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
As concepções teórico-metodológicas da dança ........................ 10
Teorias e metodologias no ensino da dança ............................................................. 10
A importância da dança para as aulas de educação física ....... 21
A dança na Educação Física .................................................................................................. 21
O improviso como método de ensino da dança ........................... 32
A dança e o improviso ................................................................................................................32
Práticas em ambientes educativos e de lazer na educação 
básica ..............................................................................................................42
O lazer ....................................................................................................................................................42
A dança como lazer na escola ............................................................................................ 49
7
UNIDADE
04
Fundamentos de Ritmo e Dança
8
INTRODUÇÃO
Nesta Unidade, vamos estudar as concepções teórico-
metodológicas da dança, além da sua inclusão nas aulas de Educação 
Física, bem como sobre a inserção de passos improvisados como 
processo de ensino-aprendizagem. Por fim, vamos nos aprofundar nas 
práticas pedagógicas utilizadas para o ensino da dança. Assim, ao final 
dessa Unidade, você será capaz de compreender as concepções teórico-
metodológicas da dança; discernir sobre a importância da dança para as 
aulas de Educação Física; entender a improvisação como processo de 
ensino-aprendizagem para a dança; e selecionar e identificar práticas 
pedagógicas em ambientes educativos e de lazer, nos diferentes níveis 
da Educação Básica. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai 
mergulhar neste universo!
Fundamentos de Ritmo e Dança
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4 – Metodologias do 
ensino da dança. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento 
das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de 
estudos:
1. Compreender as concepções teórico-metodológicas da dança.
2. Discernir sobre a importância da dança para as aulas de Educação 
Física. 
3. Entender a improvisação como processo de ensino-aprendizagem 
para a dança. 
4. Selecionar e identificar práticas pedagógicas em ambientes 
educativos e de lazer, nos diferentes níveis da Educação Básica. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
10
As concepções teórico-metodológicas da 
dança
OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos compreender as concepções 
teórico-metodológicas da dança. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!
Teorias e metodologias no ensino da dança 
Embora a maioria dos profissionais da área da Educação Física 
reconheça a dança como um conteúdo educacional que colabora 
para o desenvolvimento de maneira integral do indivíduo, docentes e 
pesquisadores ainda estão investigando a possibilidade de introduzir a 
dança nas escolas, desenvolvendo conceitos e estabelecendo estratégias 
metodológicas para ensinar essa modalidade (SOARES; SARAIVA, 1999).
Figura 1 – Ensino da dança
Fonte: Freepik .
Compreendendo a dança como um movimento cultural histórico, 
esses professores e pesquisadores buscaram compreender quais 
as possibilidades de dança deveriam ser inseridas nos contextos 
educacionais, visto que sua construção se dá de forma dinâmica com 
a edificação de relações, além de buscar a participação de meninos e 
meninas que possam dar foco sobre temas culturais desportivos que 
venham a colaborar para sua respectiva autonomia, desenvolvendo, 
assim, sua expressão, sensibilidade, criatividade e aptidão física (SOARES; 
SARAIVA, 1999).
Fundamentos de Ritmo e Dança
11
Logo, ainda segundo Soares e Saraiva (1999), a dança deverá 
colaborar para um autoconhecimento, de modo que o indivíduo venha a 
ter mais consciência das suas sensibilidades. Em seu conceito, expõe-se 
o termo “dança-experiência”, objetivando tornar a dança o conteúdo da 
cultura esportiva da escola, como corporificação do mundo sensível. 
IMPORTANTE:
Por meio da dança e dos movimentos há condições de fazer 
uma exploração da subjetividade do ser humano, em outras 
palavras, conhecer e compreender o próprio mundo interior e 
incorporá-lo na construção do mundo exterior, experimentar 
a infinita abertura da dança à capacidade e intenção de 
movimento, reconhecendo que se é um corpo sensível e 
abrindo um canal de percepção e expressão de si mesmo, 
bem como um canal de comunicação com o mundo.
Uma forma decisiva de os alunos desenvolverem essas habilidades 
é diversificar as possibilidades de ação, o que abre espaço para que 
os estudantes identifiquem suas expressões individuais e construam 
coletivamente expressões grupais, aprofundando seu potencial criativo 
e expressivo. Assim, a experiência da dança é apresentada em três 
momentos, sendo eles: percepção pelos sentidos, alcançando os 
sentimentos; construção, contemplando a elaboração de algo mediante 
a sensibilidade; e a experimentação, contemplando o conhecimento de si 
mesmo, bem como dos outros.
Figura 2 – A dança na aula de Educação Física
Fonte: Freepik .Fundamentos de Ritmo e Dança
12
Nas respectivas aulas da disciplina de Educação Física, os 
estudantes expressam suas emoções por meio do movimento, e a dança 
estética é um elemento importante do conteúdo e da temática dessas 
aulas. 
A estética na dança, além da forma graciosa, principalmente a 
sensibilidade, não é o movimento em si, mas o quão sensível ele é para 
quem o vivencia ou assiste. Nessa perspectiva, tanto professores quanto 
alunos devem abrir seus corações para uma experiência sensível, ou seja, 
a partir do sentimento (SOARES; SARAIVA, 1999).
VOCÊ SABIA?
A dança existe desde os primórdios do homem, quando 
as pessoas dançavam em todos os momentos solenes de 
sua existência, constituindo uma expressão cultural rítmica, 
impulsionada pelos mais diversos fatores, como religioso, 
fúnebre, comemorativo, entre outros.
Assim, de acordo com Basso (2001), a dança nasce da necessidade 
do homem de vivenciar e expressar sua relação com a natureza com 
máxima intensidade física. Assim, a dança é, antes de mais nada, criar uma 
relação positiva entre o homem e a natureza, participando e dominando-a. 
Figura 3 – Dança como expressão
Fonte: Freepik .
Fundamentos de Ritmo e Dança
13
A dança é fruto da necessidade humana de expressão, considerada 
antes da linguagem, como um modo de vida no mundo que integra 
conhecimento, arte e religião, constituindo-se em elemento de educação 
e parte da vida das pessoas.
No Brasil há uma riqueza de expressões rítmicas, como danças 
trazidas pelos africanos na época colonial, danças associadas aos 
mais diversos rituais, danças levadas com eles por imigrantes, danças 
aprendidas com vizinhos de fronteira, danças vistas na televisão, entre 
outros exemplos. Assim, a dança foi criada, fundida, transformada e 
multiplicada. 
Figura 4 – Dança africana
Fonte: Commons Wikimedia.
No que se refere à prática da dança nas escolas, uma das 
preocupações da Educação Física escolar é buscar desenvolver nas 
crianças a motivação e os hábitos de atividade física como manutenção da 
saúde ao longo da vida, aquisição e conscientização de hábitos saudáveis 
e integração social (BASSO, 2001).
Logo, o aluno deve entender o motivo pelo qual ele está fazendo 
exercício físico e ficar feliz com isso. Nesse processo motivacional, 
professores e pais têm a grande responsabilidade de orientar e instruir as 
Fundamentos de Ritmo e Dança
14
crianças em atividades condizentes com sua faixa etária e possibilidades, 
para que exercícios ou exigências excessivas não acabem frustrando ou 
até mesmo prejudicando os indivíduos.
Por meio da dança, os alunos serão capazes de compreender 
os atributos dos movimentos expressivos, por exemplo, lento e 
rápido, pesado ou leve, fraco ou forte, fluência/interrupção, duração e 
intensidade, podendo analisá-los a partir desses referenciais, entendendo 
alguma execução e usar as habilidades do movimento, sendo capaz de 
improvisar, coreografar e, por fim, adotar uma atitude de apreciação e 
valorização dessas manifestações. 
Dessa maneira, pessoas que praticam dança ou qualquer outra 
atividade física têm maiores oportunidades de engajamento social e, 
geralmente, vivem mais.
IMPORTANTE:
A disponibilidade de espaço para lazer e atividades 
recreativas e físicas é uma necessidade básica e, portanto, 
um direito de cidadania. Os alunos podem entender 
que esportes e outras atividades físicas não devem ser 
prerrogativas de atletas ou daqueles que podem pagar 
por uma academia ou clube. Dar valor a essas atividades 
e afirmar que estão disponíveis para todos é uma posição 
que pode ser assumida a partir do conhecimento adquirido 
na aula de ginástica (BASSO, 2001).
De acordo com Kunz et al. (2019), a partir da chamada “crise da 
Educação Física”, na década de 1980, a dança foi compreendida como 
uma das categorias que, juntamente com a Educação Física, a ginástica 
e o combate constituíram os blocos de conteúdo da disciplina. Tal 
classificação busca superar os paradigmas movimentistas e tecnocráticos 
que dominam o cenário esportivo brasileiro. Logo em seguida, houve 
a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais – Educação Física 
(PCN), reforçando o foco na diversidade de conteúdos.
Fundamentos de Ritmo e Dança
15
O processo epistemológico de recuperação de conteúdos de 
dança nas aulas de Educação Física a partir de abordagens teóricas após 
1980, sugere uma necessidade cada vez maior de ampliar as pesquisas 
relacionadas aos espaços e contextos educacionais para gerar novos 
conhecimentos, que ainda são poucos discutidos. Na prática cotidiana, 
no entanto, essa gama de tópicos entra em conflito com questões de 
formação profissional, tradição e consenso de que o esporte deve ser 
parte integrante do currículo. 
Muitas vezes, os professores de Educação Física formados acham 
que não dominam a linguagem da dança e, por isso, não a utilizam como 
estratégia nas aulas que ministram.
Figura 5 – Professores de Educação Física
Fonte: Freepik. 
Assim, é preciso construir novamente as possibilidades e espaços de 
trabalho da dança na escola, superando a representação como sinônima 
das coreografias em eventos de escola, para, assim, ser um elemento 
com presença nas aulas, estando inserida no currículo da Educação Física 
escolar (KUNZ et al., 2019).
Fundamentos de Ritmo e Dança
16
IMPORTANTE:
Segundo Cruz e Medeiros (2020), a dança também é usada 
para registrar eventos, que são representados por fatos 
constantemente atualizados. A dança é uma obra temporal, 
ou seja, nasce, desenvolve-se e morre no momento 
da sua execução, mas há sempre um substituto para o 
facto anterior. Constatou-se que a dança sempre esteve 
associada à vida social como expressão de diferentes 
culturas.
Ao longo dos séculos, essa manifestação evoluiu de uma fusão 
entre fatos históricos, além de diferentes raças e classes sociais. A dança, 
portanto, parece ser um feito coletivo, com cada participante envolvido 
com emoção, sentimento, ação e toda a comunidade. A dança é o 
processo de formação humana e, assim, a história da dança se entrelaça 
com a do ser humano, de modo que os movimentos básicos inerentes à 
existência humana são repensados e ressignificados.
O papel da escola é ser agente de mudança social e, nesse 
sentido, entende-se que a principal função da escola é a socialização 
do conhecimento, historicamente produzido e consolidado em diversos 
conteúdos escolares.
Figura 6 – Função social da escola
Fonte: Pixabay .
Fundamentos de Ritmo e Dança
17
Parte-se da ideia de que as relações sociais humanas ao longo da 
história interferiram diretamente no trabalho docente nas salas de aula, o 
que tem em vista a libertação das pessoas das disciplinas envolvidas no 
processo.
A emancipação humana só é efetiva na construção de uma forma 
social em que o poder humano possa dominar livre e conscientemente as 
objetivações produzidas pela sociedade para servir a todos e proporcionar 
a cada um o desenvolvimento multilateral da individualidade (CRUZ; 
MEDEIROS, 2020).
Portanto, é estratégico situar a dança no contexto da escola, 
estabelecendo um referencial teórico-metodológico para sua prática 
docente a fim de atingir os objetivos da escola. Essa abordagem deve 
tratar o aluno como um agente social que contempla e modifica a 
realidade em que vive.
Em alguns aspectos metodológicos, relacionados à forma com 
que o currículo os trata, o conteúdo é selecionado de acordo com 
princípios como a contemporaneidade dos conteúdos, relevância 
social, concordância da possibilidade de cognição social dos alunos, 
simultaneidade de conteúdo como dados reais e combinação espiral de 
referência de pensamento e conhecimento provisórios. Essa compreensão 
dos princípios de seleção de conteúdo fundamenta a concretização dos 
currículos escolares, organizados no processo de construção de um 
programa político de ensino (CRUZ; MEDEIROS, 2020).
Isso representauma intenção de intervir em uma determinada 
direção, refletindo sobre o comportamento das pessoas na realidade. 
Entende-se que a socialização do conhecimento não se dá apenas pela 
mera disseminação do conhecimento, mas também pela assimilação 
ativa dos alunos e a possibilidade de constante reavaliação crítica do que 
é estudado. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
18
VOCÊ SABIA?
A dança é apresentada na proposta da educação formal. 
Portanto, é importante deixar claro que, quando falamos de 
educação, nos referimos a um processo amplo e dinâmico 
que existe na vida humana, não apenas nas escolas. A 
educação é a transmissão ativa das aquisições culturais 
para as novas gerações.
Todavia, a opção pela instituição escolar justifica-se por ela ser, 
entre os ambientes formais de ensino, o local privilegiado no qual o ensino 
acontece de forma sistemática e intencional na sociedade capitalista. 
Dessa forma, a escola é nosso campo de análise, pois o conhecimento 
do mais sistemático e desenvolvido permite o entendimento do menos 
sistemático, do menos evoluído.
Segundo Basso (2001), o estímulo e o aconselhamento do professor 
são fundamentais, devendo ser compreendidos pelos alunos, mas, ao 
mesmo tempo, dinâmicos e felizes, desenvolvendo a dança escolar e os 
acadêmicos, uma vez que na dança escolar, o professor deve ter uma 
postura de pesquisador, devendo estar atento, receptivo e flexível.
Ainda, Basso (2001) afirma que é necessário diálogo e escuta, de 
forma a trocar experiências que constroem o conhecimento da dança. 
A criatividade do professor é muito importante, visto ser constituída por 
diferentes formas de abordagem dos conteúdos, que se dão por meio 
de estímulos, meios e estratégias, com exemplos como experiência de 
movimento, exploração da imaginação e engenhosidade.
Fundamentos de Ritmo e Dança
19
Figura 7 – Criatividade
Fonte: Freepik .
Logo, a performance livre e ativa proporciona imagens visuais e/
ou auditivas (pintura, literatura, poesia, pintura e outros estilos de dança), 
delineando o desenvolvimento composicional da coreografia e sua 
relação com o tipo de assunto (figurativo, abstrato etc.). 
Portanto, permitir a invenção por meio do engenho individual e/
ou grupal é essencial para a criatividade e o processo criativo, visto 
proporcionar uma exploração da estrutura fundamental da dança, 
necessária para o desenvolvimento da expressão estética por meio de 
um vocabulário formal.
Fundamentos de Ritmo e Dança
20
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
os aspectos teóricos e metodológicos da dança, abordando, 
principalmente, seu aspecto educacional. Assim, foi 
abordado sobre a inclusão da dança nas escolas, em que a 
maior parte dos colaboradores da área da Educação Física 
reconhecem a dança como um conteúdo educacional que 
contribui para o desenvolvimento integral do ser humano. 
Além disso, estudados sobre as opiniões dos profissionais 
de Educação Física, que, em muitas situações, não 
utilizam a dança nas aulas que ministram, por não achar 
que há uma formação suficiente para tal. Logo, é preciso 
construir possibilidades e espaços de trabalho da dança 
na escola, superando a representação como sinônima das 
coreografias em eventos de escola, para, assim, ser um 
elemento com presença nas aulas, estando inserida no 
currículo da Educação Física escolar. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
21
A importância da dança para as aulas de 
educação física
OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos discernir sobre a importância da 
dança para as aulas de Educação Física. E então? Motivado 
para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!
A dança na Educação Física 
De acordo com Dias e Oliveira (2017), a dança está presente desde 
a era das cavernas, tendo muitos significados como caça, colheita, alegria, 
tristeza, exorcismo, cerimônia de casamento, sacrifício aos deuses, natureza, 
entre outros. Assim, a dança é a primeira arte a vivenciar o nascimento. 
A dança, sendo uma maneira de se expressar e um formato de 
transformação da existência do mundo, evoluiu com o homem, e o 
relacionamento do ser humano com o mundo nos diferentes modos de 
vida tem se revelado ao longo da história. Logo, a dança vivencia muitas 
manifestações como magia, rituais, expressões populares, e até mesmo 
na alegria e diversão, sendo uma manifestação da experiência humana, 
influenciando o que o mundo lhe apresenta (DIAS; OLIVEIRA, 2017).
Figura 8 – Dança ritualística
Fonte: Freepik. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
22
A dança é apresentada como um grande desafio para os professores 
de Educação Física escolar, devido às dificuldades encontradas como 
o preconceito de pais e alunos, a influência da mídia que determina 
determinados ritmos, o desconhecimento que os professores têm sobre 
o assunto e as opiniões de alguns profissionais sobre o assunto, além 
da falta de interesse em trabalhar em conjunto. Logo, isso dificulta a 
compreensão de seus benefícios e seu importante papel no ambiente 
escolar (ARAÚJO, 2015).
Ainda segundo Araújo (2015), este tópico começou como um 
estudo acadêmico, ao perceber a exclusão da dança do conteúdo escolar 
e vê-la utilizada apenas em aniversários, Carnaval, dia do Índio, dia dos 
pais, dia das mães, entre outras datas comemorativas, ou como atividade 
extracurricular. 
Desde que foi incorporada ao PCN em 1997, a dança é conhecida 
por ajudar na socialização, no equilíbrio, na coordenação motora, 
na flexibilização, no raciocínio, na autoestima, entre outros fatores, 
dependendo do tipo da abordagem na qual é empregada (ARAÚJO, 2015).
Figura 9 – Dança no ambiente escolar
Fonte: Freepik. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
23
VOCÊ SABIA?
Os profissionais de Educação Física devem conscientizar 
pais, alunos e diretores sobre a importância do uso dessa 
arte no ambiente escolar, pois proporciona aos alunos 
experiências diversas por meio de situações em que criam, 
inventam, descobrem novos movimentos e compreendem 
o próprio corpo. Então, é necessário indagar questões 
como: por que há tanta resistência para os professores 
trabalharem essa modalidade nas escolas? 
A dança como conteúdo da Educação Física trata-se de um 
complemento, e os professores encontrarão mais subsídios da dança sendo 
uma linguagem artística. Por meio da dança com ritmo ilimitado no Brasil, 
os alunos poderão compreender diferentes movimentos expressivos, 
além de conhecer as habilidades de execução dos movimentos, além de 
aprender improvisação e coreografia e, acima de tudo, começar a apreciar 
e também dar valor a distintas formas de expressão (LISBOA, 2012).
Figura 10 – Danças brasileiras (Carnaval)
Fonte: Freepik. 
Ainda segundo Lisboa (2012), o conteúdo dos esportes, 
incluindo a dança, é projetado para a melhora do comportamento e do 
desenvolvimento físico e mental. Portanto, pode-se dizer que o esporte 
está inserido nas escolas como um campo de conhecimento cada vez 
Fundamentos de Ritmo e Dança
24
mais rico e diversificado, fazendo com que a dança seja reconhecida 
como um conteúdo importante no desenvolvimento de crianças e 
adolescentes, bem como no conteúdo dos esportes.
Figura 11 – Dança nos esportes
Fonte: Pixabay. 
Como forma de cultura física, a dança deve ser o conteúdo da 
Educação Física escolar, pois, embora seja algo que deve ser aprendido 
nas aulas de Educação Física, é ignorado pela maior parte dos professores 
e limitado aos festivais escolares.
Logo, a dança é um método de ensino que permite diversas 
maneiras de expressão, no qual as crianças sabem que a dança está 
relacionada à música e, geralmente, elas gostam de dançar. É por isso 
que a dança precisa ser integrada às aulas de Educação Física desde as 
séries iniciais, porque é uma maneira divertida de as crianças lidaremcom 
seus corpos e uma cultura corporal lúdica que ensina e aprende ao longo 
do tempo LISBOA (2012).
Fundamentos de Ritmo e Dança
25
IMPORTANTE:
Na década de 1920, a dança orientada ao esporte surgiu no 
Brasil, começando com a forma mais básica de ginástica. 
20 anos depois, passou a compor o conteúdo de formação 
dos docentes da Educação Física e, em 1980, foi reeditada 
como parte dos programas de licenciatura e bacharelado 
em resposta à necessidade dos docentes dessa área 
continuarem desenvolvendo seus conhecimentos e 
saberes relacionados às técnicas de dança e suas distintas 
manifestações. Assim, pode-se indagar questões como: o 
que se quer alcançar dançando na escola? Essa resposta 
significa que a dança pode ser utilizada como ferramenta 
para facilitar as interações internas e interpessoais entre 
os alunos, ao mesmo tempo em que melhora a saúde e a 
qualidade de vida destes.
Há diversos motivos que demonstram a importância e viabilidade 
do ensino da dança nas escolas, como: proporcionar o autoconhecimento; 
incentivar a vivência material nas escolas; permitir aos alunos uma relação 
estética com o outro e o mundo; estimular a expressão pessoal; encorajar 
o diálogo físico e a comunicação; e incitar a sensibilização das pessoas, 
ajudando-as a receber uma educação estética, promovendo uma relação 
mais equilibrada e harmoniosa com o mundo, desenvolvendo, assim, a 
valorização e a realização da dança (ABREU, 2017).
IMPORTANTE:
A dança como uma proposta educacional pode e deverá 
oferecer aos professores diferentes possibilidades para 
atingir os objetivos estabelecidos em seus respectivos 
planos de aula. No entanto, para isso, as atividades 
propostas deverão proporcionar aos alunos a possibilidade 
de desenvolver habilidades para criar e realizar ações que 
expressem seus sentimentos e pensamentos. Com isso, 
eles poderão criar movimentos sobre temas relacionados ao 
cotidiano, principalmente às rotinas escolares (ABREU, 2017).
Fundamentos de Ritmo e Dança
26
A dança acompanha o processo contínuo de mudanças históricas 
da civilização, sendo uma espécie de herança cultural que foi transmitida, 
não limitada à repetição de maneiras acadêmicas e tradicionais, ousando 
e explorando padrões, contatos e movimentos, o que possibilitou a 
esse modo de expressão não verbal, cultural, corporal e artístico a não 
estagnação, se transformando segundo as necessidades e ideias em cada 
lugar e tempo, inserindo novas técnicas, ritmos, possibilidades, visuais e 
expressões, bem como linguagens variadas.
A importância e o significado do esporte implicam uma reflexão 
sobre seu paradigma, pois vivemos em uma sociedade dinâmica, e 
entende-se que este campo deve incluir os diversos saberes do corpo 
que são produzidos e utilizados pela sociedade.
A Educação Física é desenvolvida de forma consciente, respeitando 
as diferenças, ou seja, a individualidade de cada indivíduo, em vez de ser 
dicotômica, não separando o corpo do espírito, entendendo que ambos 
trabalham de forma holística (BERNARDINO et al., 2010).
Assim, a prática de Educação Física em sua completude equilibra o 
processo educativo e agrega todas as formas de dança como opção no 
campo, destacando-a como uma das atividades mais completas.
Figura 12 – Dança nas aulas de Educação Física
Fonte: Freepik. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
27
Portanto, pensar em uma escola libertadora é refletir em um local 
não só de escuta, mas um espaço permanente de expressão, construção 
e criação, procurando interagir por meio da linguagem corporal a 
prática da Educação Física com os diferentes saberes que a dança traz 
(BERNARDINO et al., 2010).
IMPORTANTE:
Nas escolas, essas diferentes linguagens podem e devem 
ser utilizadas na Educação Física. Os PCNs , introduzem 
o bloco de conteúdo “Ritmo e Atividade Expressiva”, 
compreendido como uma manifestação da cultura do corpo, 
com características comuns para fins de comunicação e 
expressão, que vão desde gestos e presença de voz, até 
estímulos como identificadores de movimentos físicos, ou 
seja, canto ou jogos de dança.
O PCN também confirma que há muitas expressões rítmicas e 
expressivas no Brasil, por exemplo, xaxado, baião, xote, maracatu, afoxé, 
frevo, catira, bumba meu boi, entre outras manifestações (ABREU, 2017).
Figura 13 – Xaxado
Fonte: Wikimedia Commons.
Fundamentos de Ritmo e Dança
28
Ainda de acordo com Abreu (2017), a combinação de dança escolar 
e Educação Física realiza uma função essencial na evolução de forma 
integral dos estudantes. A inclusão e persistência da dança na Educação 
Física escolar e sua prática efetiva como processo educativo facilita o 
desenvolvimento físico adequado, a educação do ritmo, a expressão não 
verbal, bem como a evolução do ser humano e a formação global dos 
estudantes, além de contribuir para o desenvolvimento social, expressivo 
e o desenvolvimento emocional e cognitivo.
IMPORTANTE:
De acordo com Souza (2013), a dança faz parte da 
construção da cultura humana, por isso, hoje, constitui 
tema dos exercícios físicos, entendido como o conteúdo 
do esporte escolar. Nesse sentido, tem um elemento que 
pertence à cultura corporal como continuidade. Portanto, 
o esporte, assim como outros campos da Educação, é 
muito importante, tendo em vista que desenvolve as 
competências e habilidades do indivíduo, sempre tendo 
um papel secundário na Educação.
O professor de Educação Física tem um papel preponderante 
no processo de ensino, pois cabe a ele auxiliar os alunos. No entanto, 
o educador deve estar atento ao tipo de ajuda prestada, ele tem 
conhecimentos específicos para realizar a ensino do diálogo, de acordo 
com a situação escolar.
VOCÊ SABIA?
A partir desses conteúdos, pode-se expressar a dança 
como a expressão física de cada pessoa. As danças da 
área escolar, muitas vezes, não têm credibilidade, sendo 
usadas apenas para festivais e apresentações de pais. As 
crianças que praticam dança são capazes de adquirir mais 
autoconhecimento sobre seus corpos, além de ter uma visão 
e entendimento sensível e crítico do mundo em que vivem.
De acordo com Souza (2013), a dança ajuda a desenvolver 
habilidades físicas como coordenação, equilíbrio, ritmo, pressão, postura 
Fundamentos de Ritmo e Dança
29
e socialização, além de possibilitar que os alunos explorem o espaço 
e manipulem os gestos e seus movimentos, promovendo a integração 
dos participantes, bem como o respeito, a diversidade e a convivência. 
A dança é realizada por meio da expressão física, o que exige que os 
praticantes experimentem, por meio da criatividade, emoção e outras 
formas de expressão. Dessa forma, é defendida que a dança pode fazer 
parte do currículo escolar e contribuir para o desenvolvimento e progresso 
humano (SOUZA, 2013).
Segundo Lima (2016), é perceptível que a dança na área da Educação 
Física escolar colabora para a formação de indivíduos autônomos, 
que reconhecem suas diversas habilidades, tendo a capacidade e a 
responsabilidade de assumir o destino e as responsabilidades das 
crianças disciplinadas. 
Assim, movimentos e expressões específicas vêm de cada 
indivíduo, pois esta dança para revelar seus traços mais íntimos. Por meio 
do movimento físico, pode-se aprender a conectar nosso “eu interior” com 
o mundo exterior, perceber estímulos externos que nos fazem responder 
e projetar nossos impulsos internos.
Ainda de acordo com Lima (2016), a dança auxilia a evolução 
da criatividade nas crianças. A atitude criativa inerente à evolução 
humana deve ser estimulada, pois desempenha um papel importante 
na transformação da personalidade. Portanto, fica claro que a falta de 
conhecimento de dança dos professores determina sua falta na aula de 
Educação Física.
VOCÊ SABIA?
A aplicação deste conhecimento de forma bem elaborada 
e criativa, a partir da primeira série do Ensino Fundamental, 
e não apenas esporadicamente, é essencial para a 
construção de uma educaçãoinovadora, como é possível 
ver na Educação Física escolar atual.
Dessa forma, a dança não existe no esporte escolar porque carece 
de uma abordagem teórica e interdisciplinar do ensino. Entende-se que, 
na maior parte das situações, a dança está voltada apenas para a sua 
Fundamentos de Ritmo e Dança
30
reprodução isolada. Nesse sentido, faltam profissionais qualificados para 
buscar novos recursos didáticos e metodológicos para mudar a realidade 
da Educação Física (LIMA, 2016).
A dança como uma experiência física permite que os alunos 
descubram sua linguagem corporal, expressando-se e comunicando-se 
em novas formas. Pode-se dizer que a dança, como processo educativo, 
não é apenas uma habilidade, mas pode ajudar a aprimorar habilidades 
básicas, padrões básicos de movimento, além de desenvolver a 
capacidade humana de conviver com o mundo.
A dança tem que ser viva, sentida, vivenciada, e ainda é 
extremamente importante para o ser humano animar, movimentar e dar 
prazer, desmistificando-a para que possa ser nutrida e compartilhada. 
Assim, a dança em si é um exercício puramente emocional, no qual o 
aluno expressa seus sentimentos e sentimentos por meio da influência do 
movimento e do ritmo (DIAS; OLIVEIRA, 2017). 
A dança reconhece que os pares são organizados e que grupos 
equivalentes são formados. Com o ritmo das músicas e movimentação 
corporal, o desenvolvimento ocorre à medida que o indivíduo se orienta, 
avança, retorna, se aproxima, se movimenta e aprende a analogia da 
expansão da mente (DIAS; OLIVEIRA, 2017).
Fundamentos de Ritmo e Dança
31
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
sobre a importância da inclusão da dança nas aulas de 
Educação Física, em que identifica-se que a combinação de 
dança escolar e Educação Física tem uma função essencial 
na evolução dos estudantes, e sua inclusão e persistência 
facilita o desenvolvimento físico adequado, a educação do 
ritmo, a expressão não verbal, o desenvolvimento humano 
e a formação global dos alunos, além de contribuir para o 
desenvolvimento social, expressivo, emocional e cognitivo. 
Logo, percebe-se que a dança na Educação Física escolar 
contribui para a formação de indivíduos autônomos, 
que reconhecem suas diversas habilidades, têm a 
capacidade e a responsabilidade de assumir o destino e as 
responsabilidades das crianças disciplinadas. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
32
O improviso como método de ensino da 
dança 
OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos entender a improvisação como 
processo de ensino-aprendizagem para a dança. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá. 
Avante!
A dança e o improviso 
Na contemporaneidade, a dança improvisada configura-se como 
um campo infinitamente fértil de desenvolvimento, ensino e criação 
artística. Pode-se pensar na relação entre bailarinos e improvisação, 
abrangendo quatro contextos específicos, a saber: o improviso, sendo 
um processo de evolução poética e técnica do bailarino; a improvisação 
como procedimento de ensino para o ensino da dança; a improvisação 
como procedimento de trabalho coreográfico; e a improvisação como 
linguagem espetacular (ELIAS, 2015).
Figura 14 – Dança improvisada
Fonte: Freepik. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
33
A dança de improvisação vem antes da nomeação ou mesmo 
invenção de qualquer etapa de codificação. Dizer que queremos improvisar 
na dança não é uma ruptura com esta ou aquela forma tradicional de 
dança, mas um reencontro com suas origens históricas (ELIAS, 2015).
VOCÊ SABIA?
A chamada “dança criativa” é uma variante da denominada 
“dança educativa”, que teve sua fundação no continente 
europeu no ano de 1926, por meio de Rudolf Laban. A 
proposta original de Laban era ir além da dança pela dança 
e, como tal, seu método tinha a intenção de tornar mais 
fácil o encontro holístico do ser humano com o corpo e, 
assim, a consciência da existência do corpo. O público 
recomendado por Laban são crianças e adultos. Em 
âmbito nacional, com o decorrer do tempo, o termo “dança 
educativa” ficou conhecido como “dança criativa”. Outra 
inovação dessa abordagem é a combinação de técnicas de 
composição e improvisação derivadas da dança moderna 
(NASCIMENTO, 2022).
Figura 15 – Rudolf Laban
Fonte: Wikimedia Commons .
Fundamentos de Ritmo e Dança
34
Ainda de acordo com Nascimento (2022), na dança criativa, as 
tarefas de improvisação são projetadas para estimular as habilidades 
criativas dos alunos que se cristalizam a partir de sua própria linguagem 
corporal. O processo criativo é baseado em comandos verbais fornecidos 
pelo professor, que, de acordo com o tema central, encontra seus 
próprios movimentos que representam o conteúdo teórico da sala de aula 
por meio de sugestões de tarefas de dança. Dessa maneira, o estudante 
passa a ter o estímulo ao desenvolvimento de seu “eu criador” de forma 
espontânea e gradual. Esse processo é contínuo e cumulativo, pois a 
experiência anterior reforça e define a evolução do trabalho.
IMPORTANTE:
Nas aulas de dança criativa, crianças e adolescentes são 
treinados para imaginar e criar cenários reais do cotidiano. 
Ao mesmo tempo, enquanto os alunos improvisavam, 
constroem um banco de dados que poderia ser chamado 
de “eu-dança”. Essa forma de consciência do corpo 
dançante é construída e refinada no diálogo estabelecido 
entre a percepção e movimento. 
O corpo físico pode ser entendido como um conjunto de saberes 
corporificados a partir da experiência do corpo/eu no mundo. No caso da 
dança, a reflexão sobre o “eu dançante” ajuda a construir um corpo que 
pensa, ou seja, um corpo que se reconhece quando o movimento físico é 
exigido (NASCIMENTO, 2022).
Fundamentos de Ritmo e Dança
35
Figura 16 – Corpo e dança
Fonte: Freepik. 
Assim, são propostas quatro atitudes docentes: apreciação, criação, 
realização e improvisação. No que diz respeito à composição, que também 
pode ser entendida como coreografia, esta pode ser definida como toda a 
forma do corpo constituída pela bailarina durante a dança. Improvisação, 
nesse contexto, significa a liberação da imaginação. Tal comportamento 
significa descobrir as possibilidades do corpo, misturar impulsos e deixar-
se enfeitiçar pela exteriorização das emoções e desejos (NÓBREGA, 2015).
A improvisação, no que diz respeito ao campo específico do fazer 
artístico, é um elemento integrante do processo criativo e existe desde 
que a arte esteja intimamente relacionada às necessidades expressivas 
do indivíduo criativo. 
IMPORTANTE:
A improvisação é, portanto, um ato espontâneo 
caracterizado pela prontidão do performer em trazer ao 
corpo movimentos cheios de informações no momento em 
que o movimento ocorre, por inspiração do aqui e do agora 
(NÓBREGA, 2015).
Fundamentos de Ritmo e Dança
36
Logo, a improvisação, ao contrário da composição a partir de 
uma forma pré-desenhada, permite a origem de elementos da dança 
não apenas do corpo, mas do corpo do aluno, para que este tenha a 
possibilidade de se aproximar do seu próprio corpo.
A coreógrafa, dançarina e diretora alemã Pina Bausch desenvolveu 
um exemplo de prática criativa de dança derivada do corpo em seu trabalho 
na Wuppertal Dance Theatre Company. O método de improvisação 
corresponde a uma estratégia de movimento cognitivamente consciente 
utilizada por profissionais de dança, coreógrafos, performers e professores 
para desenvolver respostas de movimento abertas, criativas e intuitivas 
(NASCIMENTO, 2022).
Figura 17 – Pina Bausch
Fonte: Wikimedia Commons.
Segundo Alves (2012), como prática comum no ensino de dança 
menos formal, tentamos enfatizar as implicações pedagógicas da 
improvisação, como forma de incentivar os professores de dança a usar 
esse método de exploração do movimento, especialmenteaqueles que 
exigem respostas de movimento fechado.
Ainda de acordo com Alves (2012), o uso da dança improvisada 
trouxe mudanças em sua prática, tanto na produção coreográfica quanto 
Fundamentos de Ritmo e Dança
37
no pensamento pós-ativo na apreciação de obras de arte, o que teve um 
claro impacto no ensino-aprendizagem da dança. 
Portanto, a dança de improvisação muda a prática da dança da 
seguinte forma: 
 • Enriquece a coreografia com efeitos na performance.
 • Desloca o foco da dança como objeto de apreciação do 
espectador, por meio de sua aparência, para os movimentos que 
ocorrem entre os bailarinos durante a evolução do processo de 
trabalho.
 • Muda a escolha e o uso dos espaços de performance por meio do 
efeito da dança improvisada.
 • Induz uma mudança no pensamento das pessoas sobre a decisão 
de realizar satisfatoriamente.
 • Leva à dissipação do conceito de repertório no sentido tradicional.
VOCÊ SABIA?
A improvisação é a composição sem fronteiras linguísticas, 
sem manual, em que o improvisador aprende tocando, 
tocando para criar e vivenciar seu próprio programa, criando 
como improvisador em ação. Improvisar dançando é uma 
improvisação, mas não apenas um movimento inscrito 
no espaço e no tempo que pode ser visto, mas outro 
movimento, definido como “movimento total” (ELIAS, 2015).
Segundo Elias (2015), o movimento que convoca o corpo inteiro, um 
corpo que não é apenas físico, mas, como sugere Espinosa, um conjunto 
de partes interligadas. As partes são invisíveis ou visíveis, perceptíveis ou 
materiais, porém todas igualmente existentes, compondo um plano de 
imanência em que esses corpos vão dançar com todas as possibilidades 
de improvisação, pensar e pensar de todo pensamento, movimento e 
inatividade, imaginação imaginária e inimaginável etc.
Portanto, independentemente da faixa etária, as tarefas de 
improvisação permitem que os indivíduos desenvolvam seu próprio 
Fundamentos de Ritmo e Dança
38
vocabulário físico. Isso significa uma melhora nos hábitos de movimento 
criativo, que são importantes para o desenvolvimento de um estilo de 
dança individual (NASCIMENTO, 2022). 
Improvisações criadas durante as dinâmicas de dança também 
podem gerar novas ideias para coreografias. Outro fator a ser levado em 
consideração é na improvisação, na qual os alunos são estimulados a 
não se sentirem como um dançarino, mas como o próprio criador. Dessa 
forma, cada aluno contribui para o desempenho do grupo.
Ainda de acordo com Nascimento (2022), a improvisação também 
permite que os dançarinos aprendam a se adaptar às circunstâncias, 
pessoas e situações inesperadas da vida. 
Outra característica da dança criativa é sua natureza conversacional. 
Isso significa que, enquanto dança, o aluno faz a interação não somente 
com seus amigos, mas também com diferentes informações sobre o 
mundo. 
Portanto, nos pontos em comum da dança, , os alunos ganham uma 
variedade de experiências integradas que decorrem da sobreposição de 
experiências atléticas com as culturas locais. 
IMPORTANTE:
A relação existente entre cultura, corpo e movimento não 
se trata de uma categoria biológica ou sociológica, mas um 
elemento essencial do firmamento natural da existência 
individual (NASCIMENTO, 2022).
Neste cenário, as atividades de improvisação servem como uma 
técnica que valoriza a criação de movimentos espontâneos que permitem 
que os alunos se expressem e liberem emoções. 
A improvisação é uma técnica que o professor utiliza para facilitar 
a aprendizagem do aluno, de maneira que ele encontre equilíbrio e 
segurança ao descobrir novas formas de movimento.
Fundamentos de Ritmo e Dança
39
Figura 18 – O improviso
Fonte: Wikimedia Commons . 
Dessa maneira, um aluno criativo é considerado um indivíduo que 
resolve uma tarefa de dança, encontra sua própria solução, sabe que não 
existe certo ou errado, bonito ou feio, apenas seus próprios movimentos. 
Vale destacar que o processo criativo da dança escolar, além do corpo, 
também é altamente sensual e imaginativo, o que é um atributo cognitivo 
(NASCIMENTO, 2022).
VOCÊ SABIA?
A improvisação contrasta fortemente com os métodos 
tradicionais de ensino, pois o centro do movimento não 
vem apenas do professor, mas prioriza, principalmente, a 
experiência, o movimento e a expressão que cada indivíduo 
traz enquanto dança.
Assim, a improvisação ajuda a desconstruir modelos 
de movimento padronizados, aumentando o repertório 
de movimentações, orientando seus praticantes a criar, 
imaginar, construir e desconstruir movimentos simples do 
cotidiano, traduzindo-os em dança.
Fundamentos de Ritmo e Dança
40
Além disso, atende às mais diversas formas de comunicação 
e expressão humana, que podem ser realizadas em todas as idades, 
na Educação, tanto de meninos quanto de meninas, respeitando a 
diversidade.
Portanto, como método e conteúdo do ensino da dança nas escolas, 
a improvisação pode ser um meio viável e eficaz de inserir e implementar 
novas consciências da dança na Educação (LIMA, 2009).
Ainda de acordo com Lima (2009), a improvisação permite 
ao indivíduo criar novas formas de movimento (na verdade, novas 
combinações), ou em outro espaço, com outro estímulo, resgatar seu 
próprio movimento e cotidiano, dando-lhes outra dimensão.
Nesse sentido, a improvisação proporciona uma desadaptação do 
movimento entregue por meio de formas tradicionais de trabalho nas 
quais os indivíduos regulam o movimento.
Assim, a improvisação, além de proporcionar uma ampliação 
do repertório atlético, pode também ampliar a consciência da vida, 
orientar suas diretrizes para além das necessidades da sociedade de 
consumo, proporcionar uma experiência que supere as limitações da 
experimentação padronizada etc. (LIMA, 2009).
Fundamentos de Ritmo e Dança
41
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido sobre o improviso na dança, em que foi 
apresentado que a dança improvisada é configurada como 
um campo infinitamente fértil de desenvolvimento, ensino 
e criação artística. A improvisação é um ato espontâneo 
caracterizado pela prontidão do performer em trazer ao 
corpo movimentos cheios de informações no momento 
em que ocorrem, por inspiração do aqui e do agora. Logo, 
a improvisação, ao contrário da composição a partir de uma 
forma pré-desenhada, permite a origem de elementos 
da dança não apenas do corpo, mas do corpo do aluno, 
para que este tenha a possibilidade de se aproximar do 
seu próprio corpo. Estudamos, ainda, que, como método e 
conteúdo do ensino da dança nas escolas, a improvisação 
pode ser um meio viável e eficaz de inserir e implementar 
novas consciências da dança na Educação.
Fundamentos de Ritmo e Dança
42
Práticas em ambientes educativos e de 
lazer na educação básica 
OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos selecionar e identificar práticas 
pedagógicas em ambientes educativos e de lazer, nos 
diferentes níveis da Educação Básica. E então? Motivado 
para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!
O lazer 
O estudo do lazer permite a compreensão da integração social, uma 
vez que o lazer em sua pratica, geralmente envolve atividades coletivas 
e não individuais, sendo importante frente a uma sociedade repleta de 
traços de violência e desrespeito, quando muitos valores são subvertidos, 
e o sujeito vive cada vez mais sua individualidade e não mais se preocupa 
com a sociedade coletiva (SILVA; MARCONCIN, 2013).
Figura 19 – O individualismo
Fonte: Freepik .
Fundamentos de Ritmo e Dança
43
De acordo com Silva e Marconcin (2013), a maior parte dos 
indivíduos esquece o que realmente significa lazer e se concentra 
apenas em eventos ditos “da moda” que, em uma sociedade marcada por 
inovações tecnológicas, impactam de maneira direta os hábitos de vidaexperenciados durante o tempo livre, ou seja, o tempo de folga.
IMPORTANTE:
O lazer é um conceito complexo que precisa ser definido 
no campo da Ciência. Para muitos autores, o lazer existe 
desde a Antiguidade, com brincadeiras e jogos. Outros 
autores, no entanto, dizem que o lazer é a consequência 
da sociedade pós-industrial da sociedade moderna, pois 
suas características permeiam conceitos e significados 
surgidos em um contexto binário com tempo de trabalho 
e lazer. Assim, este precisa ser compreendido como um 
momento para vivenciar os valores que contribuem para a 
mudança moral e cultural necessária para romper o tecido 
social atual.
Como resultado das sociedades capitalistas, o lazer é, muitas 
vezes, visto como o consumo de atividades recreativas. Nesse sentido, as 
atividades culturais, educacionais e de lazer são cada vez menores. 
Dessa forma, diante de uma sociedade que é marcada por inovações 
nas tecnologias que não veem a cultura como alternativa de mudança e 
perspectivas educacionais, pesquisas sobre esse tornam-se necessárias. 
O lazer visto nos métodos educativos pode ser obtido em 
pequenas tarefas, sendo parte dos métodos de trabalho. Democratizá-lo 
é oportunizar sua inserção no meio social, explorar os espaços possíveis 
de sua vivência e discutir a função social e do poder público nessa 
democratização (SILVA; MARCONCIN, 2013).
No Brasil, os principais escritos e conceitos sobre lazer são baseados 
nas implicações teóricas do sociólogo francês Joffre Dumazedier. 
Joffre Dumazedier conceitua o lazer como uma série de ocupações 
que um indivíduo é livre para exercer, seja descanso, recreação, 
entretenimento ou desenvolvimento. Sua informação ou treinamento 
Fundamentos de Ritmo e Dança
44
altruísta, sua participação social voluntária ou sua capacidade de criar 
livremente após ou livre de obrigações profissionais, familiares e sociais 
(CARVALHO, 2010).
Coerente com Dumazedier, por exemplo, é o conceito de lazer, 
definido como qualquer atividade não profissional ou doméstica, uma série 
de atividades livres, prazerosas, voluntárias e libertadoras, caracterizadas 
por atividades culturais, físicas, intelectuais, artísticas e associativas, 
realizado no tempo livre roubado, ou no decorrer do trabalho profissional 
e doméstico (CARVALHO, 2010).
VOCÊ SABIA?
As pessoas procuram compreender o lazer a partir de 
uma perspectiva psicossocial, apresentando-o como 
tempo livre que os indivíduos utilizam em suas realizações 
pessoais como fins em si mesmos. Assim, o indivíduo é livre 
para se libertar da fadiga, descansar do tédio, desfrutar da 
especialização funcional e desenvolver conscientemente 
suas habilidades físicas e mentais. Portanto, uma questão 
importante sobre o lazer, hoje, é que a melhoria das 
condições de vida das pessoas é fundamental para pensar 
o desenvolvimento do lazer (CARVALHO, 2010).
Segundo Corrêa (2019), uma das importâncias do lazer na Educação 
Física faz parte da compreensão do contexto de nossas relações sociais 
de produção, pois, ao contrário do trabalho, o lazer é entendido como 
tempo inútil ou perda de tempo que pode ser gasto. Como tal, a confusão 
sobre o lazer é comum e, muitas vezes, pensada em termos de uma face 
do tempo livre. Portanto, o conceito de tempo livre precisa ser considerado 
para cada época histórica nele habitada para não ficar fora de lugar.
Na Grécia, por exemplo, o tempo livre era chamado de “skolé”, 
conceito que justificava a lógica social da escravidão na sociedade 
grega, com uma elite no topo de sua pirâmide social ávida por manter 
esse status. A tradição greco-romana só permitia aos escravos o trabalho 
manual, considerado incompatível com a dignidade da elite, e o trabalho 
que exigia reflexão, raciocínio, ou seja, trabalho intelectual, era aceitável 
(CORRÊA, 2019).
Fundamentos de Ritmo e Dança
45
Desde a década de 1970, o lazer foi desvinculado das oportunidades 
de descanso e recreação, tornando-se um direito social de todos, 
promovendo a formação da moral pessoal, e o serviço social dos 
negócios, especializado na sociologia do lazer. Ao enfatizar descanso, 
diversão e desenvolvimento, Joffre Dumazedier descreve o lazer como 
uma terceira categoria de atividades fundamentalmente distintas das 
tarefas de trabalho e responsabilidades sociais.
VOCÊ SABIA?
Ao abordar essas questões, Dumazedier chama a atenção 
para a necessidade de mudar o senso comum que existe 
no lazer. O tempo livre vinculado à iniciativa pessoal é 
errado porque algumas horas de trabalho e outras tarefas 
não estão relacionadas a obrigações, mas acontecem no 
tempo livre quando, na verdade, não acontecem. 
Figura 20 – Tempo livre
Fonte: Freepik.
Assim, segundo Côrrea (2019), é preciso considerar que lazer e 
tempo livre não são a mesma coisa, e o aspecto educativo do lazer é vê-
lo como um possível campo contra-hegemônico e, da mesma forma, ao 
tentar aproximá-lo, em uma visão educacional popular, a partir da ideia de 
Fundamentos de Ritmo e Dança
46
Paul F. Leary, esboçando uma pedagogia crítica do lazer como uma nova 
proposta. 
Assim, compreender a dimensão histórica do lazer possibilita vê-
lo como uma prática livre para percebê-lo crítica e conscientemente, 
questioná-lo e buscar intervenções da educação do lazer e de grupos 
sociais para licerça-lo por meio da visão humana e do desenho de mundo.
Portanto, o ensino do lazer estará na intersecção da teoria e da 
prática, procurando estabelecer um método concreto para incorporar 
um método na prática do ensino político, diagnosticar o reconhecimento 
dos grupos, vincular o lazer ao seu contexto e promover diálogo. Tudo 
isso é feito por agentes de lazer ou educadores que consigam maximizar 
o aspecto educativo da atividade, trabalhando pela emancipação das 
massas, ou seja, dos emancipados, por meio de uma relação pedagógica 
e hegemônica indissociável da teoria da luta pelo lazer (CORRÊA, 2019).
De acordo com Silva e Marconcin (2013), embora o conceito de 
“instituição escolar” tenha mudado nas últimas décadas, ele permaneceu 
atrelado à produção e reprodução do trabalho cultural. Nesse sentido, 
porém, falta espaço de lazer. Essa falta não se limita a uma discussão 
sobre sua importância, mas a confunde com a falta de espaço, horários, 
pessoal, enfim, resume a visão da escola sobre o lazer como nada ou 
quase nada. 
Logo, a Educação Física oferece, portanto, uma oportunidade de 
reverter isso gradativamente, pois em seu conteúdo, permite maior foco 
nessas atividades, sua elaboração para uma sociedade que precisa salvar 
padrões culturais, sociais e morais (SILVA; MARCONCIN, 2013).
Os PCNs apontam para a importância de educar o lazer, 
questionando e buscando melhores condições de vida. Portanto, esse 
tema deve ser explorado nas aulas de Educação Física para democratizar 
a experiência de lazer para todos (SILVA; MARCONCIN, 2013).
Fundamentos de Ritmo e Dança
47
IMPORTANTE:
Na realidade educacional existente, é importante destacar 
que a Educação Física tem a função de proporcionar a 
expansão cultural física do movimento humano e, assim, 
contribuir para a formação de sujeitos críticos e autônomos 
na sociedade. Se isso for analisado em escala de lazer, irá 
proporcionar uma análise de maneira crítica de políticas 
públicas da região, viabilizando as reivindicações e lutas 
desses direitos que são de todos (SILVA; MARCONCIN, 2013).
Ainda de acordo com Silva e Marconcin (2013), o que se observa 
nas escolas, hoje, é a cultura pop que foi esquecida pelo tempo, festas, 
jogos, danças, enfim, esses momentos fazem da tarefa um espaço de 
educação divertido, haja vista que nessas práticas é possível salvar uma 
grande tradição.
Dessa forma, a escola desempenha um papel importante na 
democratização do lazer, pois permite que o aluno se envolva mais, 
tornando-o um indivíduo autônomo e crítico. A Educação Física das 
escolas necessita pautar essas diretrizes e estar preparadapara cumprir 
uma de suas principais funções, a de adquirir expressões de cultura, 
formando, de maneira crítica, indivíduos que percebam a democratização 
do lazer.
Em um mundo em que o “tempo é dinheiro”, onde as atividades 
diárias são rotineiras, desfrutar do lazer é uma conquista. Por isso é 
importante encontrar descontração, diversidade cultural, valorização e 
sentimento de pertencimento a diferentes lugares e espaços. O lazer é 
uma necessidade de brincar, uma prática cultural que pode ser vivenciada 
de diversas formas, levando em consideração os valores e interesses de 
cada sujeito e grupo (DORNELLAS; NEVES; REZENDE, 2022).
Logo, é um fenômeno histórico, social e cultural indispensável no 
processo de formação do sujeito. Geralmente, está associado à recreação 
e ao esporte, mas precisa de atenção para não se tornar um problema, 
pois quando as atividades de lazer são limitadas, corre-se o risco de 
ignorar a relação entre lazer e educação e seu potencial como esporte. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
48
VOCÊ SABIA?
Segundo Dornellas, Neves e Rezende (2022), mesmo 
sabendo que o lazer é multidisciplinar, são muitas as 
possibilidades para os professores de Educação Física 
nesse sentido proporcionarem experiências de lazer em 
ambiente escolar. Isso ocorre porque lazer e esporte têm 
histórias coexistentes, não apenas devido à atividade física, 
mas também por conta de restrições históricas e culturais 
de longa data em ambos.
Desse modo, ao analisar os conceitos de lazer, constatando que 
eles exigem uma série de conceitos e seus sucessivos significados, é 
uma área que requer muita pesquisa e reflexão, em que são relatadas 
quatro categorias principais, a saber: condições sociais, bem-estar físico, 
relaxamento e oposição ao trabalho.
Esse tema é amplamente discutido na sociedade porque poucas 
pessoas têm esse direito. Na conjuntura social atual, ainda acaba 
prevalecendo a “nova” cultura, ou seja, a inovação tecnológica, que torna 
os jovens alienados e simples atividades são esquecidas, como a visita 
de amigos, passear nos finais de semana, visitar museus, assistir óperas 
e participar de grupos de dança. Enfim, as infinitas possibilidades, em sua 
maioria, são esquecidas (SILVA; MARCONCIN, 2013).
VOCÊ SABIA?
Assim, não existe um melhor local para que essa definição 
seja aprendida do que as escolas, sendo uma empresa 
capaz de mudar mentes, aproveitando momentos e 
reivindicando direitos.
Portanto, o lazer tem um papel importante, pois pode ser feito 
no tempo livre, fora do tempo obrigatório, no qual as pessoas podem 
se expressar, sentir alegria, ser criativas para se divertir, descansar e se 
desenvolver. Isso pode agregar tópicos com desejos e necessidades 
semelhantes em um mesmo ambiente. 
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O lazer, nessa visão, é o resultado de uma condição social em 
que é necessário um bom emprego, boa educação, moradia e saúde. A 
questão perde o seu real significado porque o lazer deve ser livre, não 
dependendo de condição social ou econômica, é uma questão pessoal, 
cada um pode usufruir dele de maneiras diferentes, prática que pode ser 
feita de várias formas. Portanto, inclui atividades de descanso, recreação 
e prática pessoal e social (SILVA; MARCONCIN, 2013).
A dança como lazer na escola 
Como forma de recreação nas escolas, a dança intervém ativamente 
no desenvolvimento físico, social, emocional, motor e cognitivo dos 
participantes, além de estimular a criatividade e, como produto final, 
muitos objetivos podem ser alcançados. Nesse contexto, questões 
relacionadas à qualidade de vida e saúde são, geralmente, discutidas na 
mídia, assim como grande número de preocupações atuais das pessoas e 
questões decorrentes de sintomas da vida moderna, como trabalho diário, 
estresse, sedentarismo, obesidade etc., portanto, recomenda-se que no 
ambiente escolar pratique a dança regularmente (SILVANO; SILVA, 2015). 
Figura 21 – Dança no contexto escolar
Fonte: Freepik. 
Como atividade física regular, a dança pode ser uma importante 
ferramenta para a manutenção da saúde e, assim, melhorar a qualidade 
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de vida, pois proporciona um bom condicionamento físico, ajuda a 
desenvolver habilidades físicas, cognitivas e sociais, além de ser uma 
atividade muito prazerosa que irá incentivar até os mais sedentários. 
IMPORTANTE:
Segundo Toneli (2007, p. 13), “a dança faz parte da natureza 
humana, pois é uma expressão instintiva que pode ser 
definida como a arte de movimentação corporal em um 
ritmo específico, expressando sentimentos e emoções por 
meio do movimento”. 
É uma atividade física regular, que pode ser uma importante 
ferramenta para a manutenção da saúde e, consequentemente, para a 
melhoria da qualidade de vida, pois proporciona boas condições físicas, 
auxilia no desenvolvimento de capacidades físicas, possibilitando uma 
ampla flexibilização e coordenação, além de benefícios psicológicos. 
Portanto, a dança é mais do que uma expressão de diversão e 
arte, torna-se uma poderosa aliada à saúde, sendo praticada como uma 
atividade física, de integração social ou lazer.
IMPORTANTE:
O objetivo da dança é utilizar um mecanismo de coordenação 
que respeite os estados emocionais, fisiológicos; 
desenvolva habilidades motoras; exercite a possibilidade 
de autoconhecimento; e alcance benefícios como: 
prevenir e combater situações de estresse, estimulando a 
oxigenação cerebral; melhorar a função das glândulas, o 
fortalecimento dos músculos e a proteção das articulações, 
proporcionando a consciência corporal; melhorar as 
habilidades motoras, a capacidade cognitiva, a memória, 
o foco e a concentração, proporcionando a cooperação 
e colaboração, como contato social, criatividade, melhora 
da autoestima e autoimagem e estímulo à recuperação 
cultural. Dessa maneira, são conhecidas as vantagens da 
dança como uma atividade física, sendo elas: flexibilidade, 
melhora das condições aeróbicas e da coordenação 
motora e perda de peso (GOBBO; CARVALHO, 2005). 
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Considerando que a dança é uma atividade que engloba três 
domínios da natureza humana (fisiológico, social e cognitivo), é uma 
importante ferramenta para a melhoria da qualidade de vida. Além de ser 
uma atividade física que contribui para a saúde, permite que os praticantes 
se compreendam melhor, proporcionem uma melhor consciência corporal 
e ajudem a aprender fatores como lidar com os erros de outros e também 
com os próprios, melhorando a integração e a comunicação.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
sobre o lazer e a dança e sua integração no ambiente 
escolar. Logo, estudamos que a dança é uma forma de lazer 
que auxilia o indivíduo a melhorar suas habilidades físicas, 
sociais e cognitivas, além de contribuir com a flexibilidade e 
a coordenação, ajudando a quebrar estereótipos sociais. A 
prática também ajuda o aluno a entender melhor seu corpo, 
pois aumenta seu equilíbrio, flexibilidade e habilidades de 
comunicação. A atividade física regular melhora a saúde 
geral e permite que os indivíduos tenham uma vida com 
mais qualidade. Conhecendo diferentes tipos de exercícios 
e danças, as pessoas podem incorporá-los em sua rotina 
diária. Isso adiciona variedade à rotina, além de ajudar 
a prevenir muitas doenças. Os alunos, em particular, 
podem se beneficiar da incorporação desses exercícios 
em sua rotina, pois criam uma condição muito relaxada 
e agradável. Sendo assim, a dança cria uma linguagem 
própria, proporcionando autoconhecimento e consciência 
do mundo a quem pratica.
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Fundamentos de Ritmo e Dança
	As concepções teórico-metodológicas da dança
	Teorias e metodologias no ensino da dança 
	A importância da dança para as aulas de educação física
	A dança na Educação Física 
	O improviso como método de ensino da dança 
	A dança e o improviso 
	Práticas em ambientes educativos e de lazer na educação básica 
	O lazer 
	A dança como lazer na escola

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