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Caso 2 1 Caso 2 Abdome Agudo Obstrutivo A obstrução do intestino delgado é um dos distúrbios mais comuns neste órgão. Impedimento do fluxo normal do conteúdo intraluminal, pode ser dividida em mecânica e íleo paralítico. Obstrução mecânica → obstáculo extrínseco ou intrínseco que impeça, total ou parcialmente, a progressão do conteúdo intestinal. Podendo ter obstrução com estrangulamento → impedimento do suprimento sanguíneo oq caus anecrose da parede intestinal. Obstrução Íleo paralítico → insuficiência da peristalse ETIOLOGIA mecânica: aderências intra-abdominais, hérnias e neoplasias → 3 causas mais comuns Aderencias: 60-75% dos casos de obstrução mecânica são secundários a aderências relacionadas com cirurgia abdominal prévia. hérnias: segunda causa mais comum em pacientes sem história de cirurgia abdominal. outras causas: doença de Crohn, volvo (como consequência de má rotação intestinal em crianças, ou de aderências nos adultos), corpos estranhos e cálculo biliar por meio de fístula colecistoduodenal. volvo: quando o intestino dá voltas ao redor dele mesmo brida (aderência): cordões de cicatriz e tecido fibroso que se formam após uma operação abdominal Caso 2 2 FISIOPATOLOGIA obstrução → acumulo de gases e líquidos → distensão das alças intestinais proximais ao local obstruído. Também vai ter liq do espaço extracelular preenchendo a luz proximal à obstrução. devido ao impedimento do fluxo bidirecional de água e sais As pressões intraluminal e intramural aumentam até que seja impedida a perfusão microvascular intestinal, levando a isquemia da parede intestinal e finalmente necrose A atividade da musculatura lisa do intestino delgado é aumentada na tentativa de propelir seu conteúdo e vencer a obstrução, consumindo todas as fontes de energia. translocação de bacterias da luz para os linfonodos mesentéricos e para a corrente sanguínea distensão abdominal eleva o diafragma e prejudica a respiração resultando em possíveis complicações pulmonares MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Deve-se distinguir entre obstrução mecânica e íleo, determinar a causa e diferenciar entre obstrução simples e estrangulamento. EM GERAL: náuseas, vômitos, dor abdominal em cólica e constipação. Na presença de estrangulamento, é frequente haver febre, e a dor abdominal em cólica se transforma em peritonite. Inicialmente, sinais vitais normais → taquicardia e hipotensão costumam ocorrer em razão de desidratação progressiva. Inspeção do abdome → pode revelar distenção que varia em função do local de obstrução. Peristalse geralmente está muito aumentada nas fases iniciais da OID mecânica. O toque retal é essencial para detectar lesões no reto e verificar se há presença de fezes. Caso 2 3 EXAMES LABORATORIAIS elevação do hematócrito → indica hemoconcentração leucocitose → resulta da desidratação e da resposta aguda ao estresse e não de infecção subjacente obstrução com estrangulamento: leucocitose importante e acidose metabólica EXAMES DE IMAGEM RX de abdome, decúbito e de pé → confirmam o diagnóstico clínico de OID. Revelam dilatação de alças do i. delgado e presença de nível hidroaéreo com aspecto de escada, além de redução do volume de gases no colo. TC → tc de abdome e pelve com contraste intravenoso e oreal é amplamente usada. É possível visualizar a localização especifica da obstrução. A TC pode revelar a etiologia e demosntrar sinais de estrangulamento TRATAMENTO reposição de volume e a correção de distúrbios eletrolíticos cateter urinario para monitorar o debito urinario sonda nasogástrica cirugia: depende da etiologia da obstrução PROGNÓSTICO maioria 80% causada por aderência não necessita de cirurgia. HÉRNIAS hérnia externa → é uma protrusão anormal de tecido intra-abdominal por meio de um defeito na parede abdominal. Caso 2 4 (75%) das hérnias em região ínguino-crural. hérnias incisionais proproção crescente (15-20%) Hérnia REDUTÍVEL → o conteúdo do saco retorna para o abdome espontaneamente ou com pressão manual quando o paciente está deitado. Hérnia IRREDUTÍVEL (ENCARCERADA) → conteúdo do saco não pode retornar para o abdome, em geral, pq está preso por um colo estreito. Inicialmente pode não haver interferência no suprimento de sangue → visto que a luz de um segmento intestinal dentro do saco herniário possa ficar obstruída. O comprometimento do suprimento sangúineo do conteúdo do saco resulta em uma HÉRNIA ESTRANGULADA. Incidência de estrangulamento é maior nas hérnias femorais do que nas inguinais → pode ocorrer em qualquer uma. HÉRNIA DE RICHTER → incomun e perigosa, ocorre quando apenas parte da circunferência do intestino fica encarcerada ou estrangulada no defeito da fáscia. → Essa hérnia estrangulada pode sofrer redução espontânea e a porção intestinal com gangrena pode não ser identificada na cirurgia. O intestino pode perfurar e resultar em peritonite. HÉRNIAS DA REGIÃO ÍNGUINO-CRURAL ANATOMIA Canal inguinal → porção inferior do abdome Caso 2 5 importate saber que ali existe o canal inguinal e o canal femoral → oq separa os dois seria o LIGAMENTO INGUINAL Caso 2 6 Caso 2 7 Caso 2 8 Todas as hérnias da região ínguino-crural fazem protrusão por meio do ORIFÍCIO MIOPECTÍNEO DE FRUCHAUD (sendo delimitado medialmente pelo músculo reto do abdome, inferiormente pelo ligamento pectíneo, Caso 2 9 lateralmente pelo músculo psoas maior e superiormente pelos músculos transverso do abdome e oblíquo interno). Uma hérnia inguinal INDIRETA, resulta quando não ocorre a obliteração do processo vaginal que é uma extensão peritoneal que acompanha os testículos em sua descida até o escroto. O saco herniário resultante passa pelo anel inguinal interno. O saco está localizado anteromedialmente dentro do cordão espermádico e pode se estender parcialmente ao longo do canal inguinal ou acompanhar o cordão para fora, por meio do anel inguinal externo. Uma hérnia que passa completamente para o esroto é chamada de HÉRNIA COMPLETA Outra estrutura importante para compreender a formaçáo das hérnias → TENDÃO CONJUNTO (uma fusão dos mm. transverso do abdome e oblíquo interno LIGAMENTO INGUINAL (DE POUPART), formado pela borda mais inferior da aponeurose do oblíquo externo à medida que ela dobra sobre si mesma e forma um cordão espesso. Caso 2 10 Paralelamente ao ligamento inguinal, passa o TRATO ILIOPÚBICO, uma faixa de tecido conjuntivo que se estende a partir da fáscia do iliopsoas, cruza abaixo do anel inguinal profundo e se insere no ramo púbico superior para formar o LIGAMENTO LACUNAR (de GIMBERNAT). O LIGAMENTO LACUNAR está relacionado ao estrangulamento das hérnias femorais. LIGAMENTO PECTÍNIO (ou de Cooper) → faixa forte e fibrosa que se estende lateralmente ao longo da linha iliopectinia sobre o aspecto superior do ramo púbico superior, iniciando na base lateral do ligamento lacunar. TRIÂNGULO DE HESSELBACH → é delimitado pelo ligamento inguinal, os vasos epigástricos inferiores e a borda lateral do músculo reto. Uma fraqueza ou defeito na fáscia transversalis, que forma o assoalho desse triângulo, resulta em uma HÉRNIA INGUINAL DIRETA. CAUSAS qualquer condição que aumente cronicamente a pressão intra-abdominal pode contribuir para o surgimento e progressão de uma hérnia Obesidade, esforço abdominal por exercícios ou levantamento de peso, tosse, constipação com esforço evacuatório e prostatismo com esforço miccional. Cirrose com ascite, gestação, diálise peritoneal ambulatorial crônica e tumores pélvicos ou [órgãos pélvicos cronicamente aumentados podem contribuir támbem. HÉRNIAS INGUINAIS INDIRETAS E DIRETAS ACHADOS CLÍNICOS maioria assintomática até que o paciente observa um nódulo ou tumefação na virilha. embora alguns pacientes possam descrever uma dor súbita e o aumento de volume ocorrendo ao levantar peso ou fazer esforço. Caso 2 11 Paciente pode se queixar de uma sensação de fisgada, no caso das hérnias inguinais indiretas, irradiação da dor para o escrototbm pode aparecer A partir que a hérnia aumenta, pode aumentar o desconforto ou dor constante. As hérnias diretas em geral produzem menos sintomas e têm menos chance de ficar encarceradas ou estranguladas. SINAIS paciente deve ser examinado em decubito dorsal e de pé, e também tossindo e fazendo esforço abdominal. O exame da região ínguinal revela uma tumoração que pode ou não ser redutível. uma hérnia que desce para o escroto, quase certamente é indireta. Ao exame com o paciente ereto e fazendo esforço, uma hérnia direta mais comumente aparece como uma tumefação circular e simétrica no anel externo. À palpação, a parede posterior do canal inguinal é firme e resistente em uma hérnia indireta, mas é relaxada ou ausente em uma hérnia direta. TRATAMENTO As hérnias assintomáticas ou pouco sintomáticas podem ser seguramente observadas em idosos, pacientes sedentários ou naqueles com elevada morbidade cirúrgica. Porém, uma elevada porcentagem de pacientes se torna sintomática durante o período de observação. Todas as hérnias sintomáticas na virilha devem ser corrigidas se o paciente puder tolerar a cirurgia. Paciente com Hiperplasia prostática significativa → primeiro resolver isso dps a hérnia. risco de retenção urinária e infecção do trato urinário Devido a dificuldade de diferenciar as hérnias em indireta e direta, é aconselhavel o repato de TODAS AS HÉRNIAS INGUINAIS SINTOMÁTICAS. Caso 2 12 Hérnia encarcerada, dolorosa ou sensível → cirurgia de emergencia, pode ser tentada uma redução não cirurgica primeiro. Objetivo da cirurgia é a redução do conteúdo da hérnia para dentro do abdome e o fechamento do defeito da fáscia no assoalho inguinal. → TELA SINTÉTICA. REPARO DE BASSINI (com tecido autólogo) → método mais amplamente utilizado. Para reduzir a recorrência de hérnias → materiais protéticos TELAS. A técnica mais amplamente usada é a de Lichtenstein, um reparo aberto com tela que permite um retorno precoce às atividades normais e uma baixa taxa de complicações e de recorrência. TRATAMENTO NÃO CIRURGICO uso de uma FUNDA compressão externa adequada sobre o defeito na parede abdominal. Deve ser retirada a noite e colocada pela manhã. Prognóstico Tosse crônica, prostatismo e constipação, má qualidad dos tecidos e técnica cirúrgica ruim pode contribuir para a recorrência de hérnias inguinais. HÉRNIA INGUINAL POR DESLIZAMENTO hérnia inguinal indireta em que a parede da víscera forma uma porção da parede do saco herniário lado direito: o ceco é mais comumente envolvido lado esquerdo: é o colo sigmoide desenvolvimento: re relaciona ao grau variável de fixação posterior do intestino grosso ou de outros componentes deslizantes (bexiga, ovários) e sua proximidade com o anel inguinal interno. Caso 2 13 deve ser suspeitada em qualquer hérnia grane que não possa ser reduzida E extremamente necessario reconhecer a variação na hora da cirurgia, se não foi percebido, pode haver entrada inadvertida na luz do instestino ou bexiga. as hérnias de deslizamento tem maior taxa de recorrência em comparação com hérnias inguinais não complicadas. HÉRNIA FEMORAL desce pelo canal femoral abaixo do ligamento inguinal. colo estreito: mais propensa a encarceramento e estrangulamento. femoral: mais comum em mulheres, mas em ambos os sexos a femoral e menos comum que a inguinal SINTOMAS: assintomaticas ate que ocorra encarceramento ou estrangulamento mesmo com obstrução ou encarceramento o paciente pode ter mais desconforto no abdome que na região femoral dor abdominal de cólica, sinais de obstrução intestinal → m. iniciais SINAIS: pequena e n complicada (pequeno abaulamento na porção superior medial da coxa). D. DIFERENCIAL: variz de safena e adenopatia femoral. TTO: cirurgia, costuma ser de dificil redução HÉRNIAS UMBILICAIS EM ADULTOS HÉRNIA EPIGÁSTRICA Protusão por meio da linha alba acima do nível do umbigo pode-se desenvolver por um dos forames de saíde dos nervos e vasos paralelos à linha média ou por uma área de fraqueza congênita na linha alba. mais comum em homens 20-50 anos SINTOMAS: maioria indolor Caso 2 14 sintomaticas, dor epigastrica leve a profunda em queimacao com irradiação para o dorso ou quadrantes abdominais inferiores. nauseas e vomitos podem estar associados SINAIS: tumoração palpavel confirmado com qualquer manobra que aumentara a pressão intra-abdominal TC, USG podem ser necessario no paciente muito obeso TTO: maioria deve ser corrigida, as pequenas tem risco de estrangulamento e as grandes costumam ser sintomaticas e de aspecto indesejavel. alta taxa de recorrencia → devido a falha em reconhecer e reparar multiplos defeitos pequenos. HÉRNIA INCISIONAL (HÉRNIA VENTRAL) Cerca de 10% das cirurgias abdominais resultam em hérnias incisionais. CAUSAS tecnica cirurgica ruim (tensao nas margens da fascia, passagens inadequadas pela fascia ou fechamento muito apertado infecção an ferida no pos operatorio → infecção na ferida aumenta o risco de hernia em 80% idade: idosos cicatrização mais lenta e o fechamento menos firme debilidade feral: cirrose, carcinoma e doenças debilitantes cronicas afetam na cicatrizacao da ferida obesidade: devido aumento da pressao intrabadominal complicações pulmonares pos operatorias: tensionam o reparo como resultado de tosse vigorosa. colocacao de drenos ou estomas por meio do defeito cirurgico primario na fascia perda sanguinea intraoperatoria maior que 1l falha em fechar a fascia dos locais de trocarte laparoscopico com tamanho maior que 10mm Caso 2 15 defeitos no colageno ou na matriz de mateloproteases TRATAMENTO: incisionais pequenas tratar precocemente, podem causar obstrução intestinal. candidato cirurgico ruim → cinta elastica (controle dos sintomas) defeitos grandes de mais podem ser deixados sem reparo cirurgico se forem assintomaticos PROG reparos com tela sao superiores ao reparo primario com sutura.
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