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1 ACESSIBILIDADE E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 2. TECNOLOGIA ASSISTIVA ................................................................................... 5 2.1 Conceito e objetivo ......................................................................................... 5 3. Tecnologias assistivas - no uso pedagógico ....................................................... 10 3.1 Tecnologia assistiva - prática inclusiva ........................................................ 13 4. CATEGORIAS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA .................................................. 17 4.1 Auxílios para a vida diária e vida prática ...................................................... 17 4.2 Sistemas de controle de ambiente ................................................................... 18 4.3 Projetos arquitetônicos para acessibilidade ................................................. 19 4.4 Órteses e próteses ....................................................................................... 19 4.5 Adequação Postural ..................................................................................... 20 4.6 Auxílios de mobilidade ................................................................................. 20 4.7 Auxílios para ampliação da função visual e recursos que traduzem ............ 21 4.8 Auxílios para melhorar a função auditiva e recursos utilizados para traduzir os conteúdos de áudio em imagens, texto e língua de sinais ..................................... 21 4.9 Mobilidade em veículos ................................................................................ 22 4.10 Esporte e Lazer ............................................................................................ 22 5. TA E A POLÍTICA EDUCACIONAL ATUAL ........................................................ 24 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26 4 1. INTRODUÇÃO O uso das tecnologias assistivas é fundamental para promover práticas pedagógicas inclusivas, na busca de uma educação para todos, proporcionando ambientes educativos em que todos tenham possibilidades equalizadas ou tendentes à equalização de aprender e construir conhecimentos, ajudando alunos com limitações ou deficiências a superá-las. Nessa disciplina abordaremos o tema tecnologias assistivas, acessibilidade como forma de levar os alunos à melhor compreensão de suas características aplicadas ao ensino na escola; vai identificar diferentes alternativas que elas oferecem para o uso pedagógico e vai relacionar a tecnologia assistiva com a prática inclusiva. 5 2. TECNOLOGIA ASSISTIVA 2.1 Conceito e objetivo Tecnologia Assistiva - TA é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover vida independente e inclusão. (BERSCH & TONOLLI, 2006). Em um sentido amplo percebemos que a evolução tecnológica caminha na direção de tornar a vida mais fácil. Sem nos apercebermos utilizamos constantemente ferramentas que foram especialmente desenvolvidas para favorecer e simplificar as atividades do cotidiano, como os talheres, canetas, computadores, controle remoto, automóveis, telefones celulares, relógio, enfim, uma interminável lista de recursos, que já estão assimilados à nossa rotina e, num senso geral, “são instrumentos que facilitam nosso desempenho em funções pretendidas”. Introduzirmos o conceito da TA com a seguinte citação: “Para as pessoas sem deficiência a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis”. (RADABAUGH, 1993) Cook e Hussey definem a TA citando o conceito do ADA - American with Disabilities Act, como “uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas funcionais encontrados pelos indivíduos com deficiências”. (COOK & HUSSEY, 1995) A TA deve ser entendida como um auxílio que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência ou pelo envelhecimento. Podemos então dizer que o objetivo maior da TA é proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado e trabalho. 6 2.2 Caraterísticas As tecnologias ganham espaço cada vez maior no cotidiano de qualquer pessoa, pois facilitam a vida e ajudam a resolver problemas em casa, no ambiente profissional ou no ambiente escolar. Em diferentes contextos sociais, econômicos ou culturais, as tecnologias, de alguma forma, influenciam o dia-a-dia das pessoas e da sociedade. É importante ressaltar que, a partir da evolução das tecnologias digitais, vivenciamos a democratização do acesso à informação e infinitas possibilidades de construir conhecimento no ciberespaço. Em específico para nosso interesse, temos as tecnologias assistivas, frequentemente referidas, em textos técnicos como “TA”. De modo geral, elas facilitam o dia-a-dia de pessoas com limitações impostas por algum tipo de deficiência ou dificuldade que interfere em suas capacidades físicas, cognitivas, intelectuais ou de algum órgão sensorial, visual, auditivo ou tátil. É importante considerar que essas limitações podem ser congênitas ou adquiridas durante a vida. Qualquer pessoa pode sofrer ou desenvolver limitações, em consequência de uma doença ou de um acidente, por exemplo. Nessa perspectiva, o relatório “Tecnologia Assistiva”, da Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2009, p. 11) aponta que “[...] a aplicação de tecnologia assistiva abrange todas as ordens do desempenho humano, desde as tarefas básicas de autocuidado até o desempenho de atividades profissionais.” A citação anterior foi extraída do relatório da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (extinta pelo Governo Federal em 2015, incorporada hoje no Ministério de Direitos Humanos, em conjunto com a Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência). O documento teve, como base, pesquisa realizada pelo IBGE em 2008, em que se verificou que 14,5% da população brasileira tem algum tipo de deficiência. O trabalhodivulgou o conceito de tecnologias assistivas e como elas podem contribuir para uma sociedade mais inclusiva (BRASIL, 2009). É importante ressaltar que as políticas públicas que buscam o desenvolvimento de uma sociedade inclusiva são planejadas com base na garantia de direitos adquiridos ao longo dos anos, o que justifica ações para minimizar a exclusão em nossa sociedade a partir do que já é estabelecido pela Constituição Federal de 1988, 7 em seu art. 5o: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (BRASIL, 1988, documento on--line). A Constituição complementa, no art. 6o, que [...] são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” (BRASIL, 1988, documento on-line). Assim, é fundamental que as políticas públicas fomentem estratégias e ações para a inclusão, objetivando a construção de uma sociedade inclusiva em todos os ambientes, começando pela escola, espaço em que as estratégias de ensino devem estar focadas em práticas pedagógicas voltadas a promover um ambiente propício de aprendizagem para todos. Esse entendimento provoca uma mudança na escola, a fim de buscar um ambiente inclusivo. O uso das tecnologias assistivas pode ser uma estratégia de construção de ambientes acessíveis, em que todos os alunos tenham condições básicas para desenvolver suas capacidades e habilidades físicas, cognitivas e emocionais, contribuindo assim para desenvolvimento integral de cada indivíduo. Para Guijarro (2005, p. 8): A educação inclusiva aspira fazer efetivos o direito à educação, a igualdade de oportunidades e de participação. O direito de todas as crianças à educação encontra-se consagrado na Declaração dos Direitos Humanos e reiterado nas políticas educacionais dos países; porém, ainda existem milhões de crianças e adultos que não têm acesso à educação ou recebem uma de menor qualidade. O relatório da Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência ainda aponta que o processo de valorização, integração e inclusão dessas pessoas tem sido promovido por meio do desenvolvimento de recursos e outros elementos de tecnologia assistiva: [...] a Tecnologia Assistiva (TA) é fruto da aplicação de avanços tecnológicos em áreas já estabelecidas. É uma disciplina de domínio de profissionais de várias áreas do conhecimento, que interagem para restaurar a função humana. Tecnologia Assistiva diz respeito à pesquisa, fabricação, uso de equipamentos, recursos ou estratégias utilizadas para potencializar as habilidades funcionais das pessoas com deficiência (BRASIL, 2009, p. 11). 8 Desse modo, é notável que as tecnologias assistivas devem estar presentes para favorecer a inclusão, promover espaços acessíveis, auxiliando professores na organização do trabalho pedagógico em ambientes escolares inclusivos. Varela e Oliver (2013) observam que a deficiência pode passar a fazer parte da vida de um indivíduo a qualquer momento, portanto é necessário que a escola e os professores tenham consciência de que o tema da inclusão deve ser contemplado como pauta no projeto político pedagógico. A escola deve estar sempre preparada para atender os alunos de maneira inclusiva. Assim, não vai estar despreparada para dar acesso ao novo aluno com deficiência, ou a um aluno que venha a adquiri-la. Em ambos os casos, o despreparo resultaria na busca de soluções imediatistas e sem respaldo pedagógico. Varela e Oliver (2017, p. 1774) destacam ainda: [...] a TA é um fator ambiental e inclui produtos e tecnologias para uso pessoal na vida diária, facilitação da mobilidade e transporte pessoal, comunicação, educação, trabalho, cultura, atividades recreativas e desportivas, prática religiosa, espiritualidade e arquitetura. Assim, esses recursos, de acordo com as pesquisadoras, oportunizam desenvolvimento físico, social e psíquico a partir do convívio social em ambientes inclusivos, dentro e fora da escola, facilitando a vida cotidiana e ofertando autonomia e independência. 9 O que é a tecnologia assistiva? Acesse o link a seguir e descubra. https://goo.gl/FFfKbU 10 3. TECNOLOGIAS ASSISTIVAS - NO USO PEDAGÓGICO A escola tem o compromisso social de formar cidadãos ativos, comprometidos e reflexivos. Para isso, é indispensável favorecer a aprendizagem de todos os alunos, promovendo o acesso à oferta educacional qualificada a quem tenha alguma dificuldade ou limitação. É primordial a preocupação com a oferta de condições para um desenvolvimento autônomo e ativo, a partir da possibilidade de construção de conhecimento. As tecnologias assistivas podem favorecer a organização de práticas pedagógicas inclusivas. Assim, aponta-se que o professor precisa compreender a importância de sua formação continuada, a partir de cursos, eventos e também a partir da reflexão sobre sua prática cotidiana como docente, especialmente no uso das tecnologias assistivas na escola. Sobre isso, Manzini (2005, p. 82) destaca: [...] estão muito próximos do nosso dia-a-dia. Ora eles nos causam impacto devido à tecnologia que apresentam, ora passam quase despercebidos. Para exemplificar, podemos chamar de tecnologia assistiva uma bengala, utilizada por nossos avós, para proporcionar conforto e segurança no momento de caminhar, bem como um aparelho de amplificação utilizado por uma pessoa com surdez moderada ou mesmo veículo adaptado para uma pessoa com deficiência física. No quadro a seguir, Manzini apresenta a classificação de recursos e serviços de tecnologias assistivas que devem ser incorporados à vida da escola. 11 A partir da reflexão da escola e dos professores sobre o que são recursos e serviços de tecnologias assistivas, Manzini (2005) contribui também para o entendimento quanto aos passos necessários para a adaptação de um recurso pedagógico, conforme seus estudos com Santos (MANZINI; SANTOS, 2002, p. 6 apud MANZINI, 2005, p. 84). 12 São propostos sete passos, descritos a seguir. Entender a situação que envolve o estudante: escutando seus desejos, identificando características físicas e psicomotoras, observando a dinâmica do estudante no ambiente escolar, reconhecendo o contexto social. Gerar ideias: conversando com usuários (estudante/família/colegas), bus-cando soluções existentes (família/catálogo), pesquisando materiais que podem ser utilizados, pesquisando alternativas para confecção do objeto. Escolher a alternativa viável: considerando as necessidades a serem atendidas (questões do educador/aluno), considerando a disponibilidade de recursos para a construção do objeto, materiais, processo para confecção e custos. Representar a ideia (por meio de desenhos, modelos, ilustrações): definindo materiais e as dimensões do objeto, assim como formas, peso, textura, cor, etc. Construir o objeto para experimentação: experimentando na situação real do uso. Avaliar o uso do objeto: considerando se atendeu o desejo e necessidade da pessoa no contexto determinado, verificando se o objeto facilitou a ação do aluno e do educador. Acompanhar o uso: verificando se as condições mudam com o passar do tempo, reavaliando o uso da tecnologia assistiva utilizado, verificando se a tecnologia continua beneficiando o aluno ou deve ser substituída por outra; verificando se o aluno continua necessitando desse suporte. Bersch e Schirmer (2005, p. 92) sugerem que “[...] a aplicação da tecnologia assistiva na educação vai alémde simplesmente auxiliar o aluno a ‘fazer’ tarefas pretendidas. Nela, encontramos meios de o aluno ‘ser’ e atuar de forma construtiva no seu processo de desenvolvimento.” Destacam, ainda, (BERSCH; SCHIRMER, 2005, p. 87) que “[...] para a educação, o debate principal sobre a inclusão não deve estar centrado unicamente no aluno com deficiência ou na deficiência em si, mas em como educar na diversidade, que é a expressão legítima da natureza e da condição 13 humana”. Bersch e Schirmer (2005) defen-dem a exigência de um projeto educacional que valorize a diversidade, com um ambiente escolar inclusivo para todos. Santos e Dantas (2017), em uma pesquisa realizada com um aluno surdo, numa instituição pública, no Nordeste do Brasil, sobre a sua inclusão no ensino superior a partir do uso das tecnologias assistivas, apontam a falta de preparo dos professores para planejarem aulas inclusivas (neste caso, para alunos surdos). A pesquisa destaca que, após insistir muito na necessidade de aulas mais inclusivas, o aluno foi orientado a utilizar um programa de computador que transcreve as palavras do professor, por meio de um microfone. O estudante destaca que tem um bom relacionamento com os colegas e professores, porém a comunicação com eles se fazia basicamente utilizando papel, caneta e o bloco de notas do celular. Com o uso da tecnologia inclusiva proposta, segundo a pesquisa, o aluno relata que se sentiu mais participativo e entendido nas aulas. No entanto, destacou que o uso do programa para traduzir a voz do professor exige a utilização de um microfone e nem todos os professores ficam à vontade utilizando esse recurso. O uso das tecnologias assistivas, portanto, exige uma interação entre alunos e professores. É preciso que todos estejam envolvidos nas práticas pedagógicas. O professor precisa ter consciência da importância de ser flexível e de buscar novas formas de ensinar, mudar sua atuação, se adaptando a novas exigências. 3.1 Tecnologia assistiva - prática inclusiva As tecnologias assistivas devem fazer parte das práticas inclusivas da escola, consideradas no projeto político pedagógico da instituição, utilizadas como um instrumento para mediar e facilitar a aprendizagem. Para tanto, deve-se considerar 14 que a TA é composta por recursos e serviços destinados a avaliar, prescrever e orientar sua utilização, visando maior independência funcional da pessoa com deficiência na atividade de seu interesse (BERSCH; SCHIRMER, 2008, p. 88) [...] os recursos que favorecem a comunicação; a adequação postural e mobilidade; o acesso independente ao computador; a escrita alternativa; o acesso diferenciado ao texto; os projetos arquitetônicos para acessibilidade; os utensílios variados que promovem independência em atividades como alimentação, vestuário e higiene; o mobiliário e material escolar modificado; são exemplos e modalidades da TA. Garcia e Galvão Filho (2012) complementam essa ideia ao afirmar que, embora a tecnologia assistiva seja um termo relativamente novo e em pro-cesso de construção e sistematização, a utilização de recursos dessa natureza remonta aos tempos mais antigos da história da humanidade. A existência de possibilidades de criação de tecnologias assistivas é reforçada neste trecho: Existe um número incontável de possibilidades, de recursos simples e de baixo custo, que podem e devem ser disponibilizados nas salas de aula inclusivas, conforme as necessidades específicas de cada aluno com neces- sidades educacionais especiais presente nessas salas, tais como: suportes para visualização de textos ou livros; fixação do papel ou caderno na mesa com fitas adesivas; engrossadores de lápis ou caneta confeccionados com esponjas enroladas e amarradas, ou com punho de bicicleta ou tubos de PVC “recheados” com epóxi; substituição da mesa por pranchas de madeira ou acrílico fixadas na cadeira de rodas; órteses diversas, além de inúmeras outras possibilidades (grifos nossos) (GARCIA; GALVÃO FILHO, 2012, p. 12). Um recurso importante é dado pelos softwares que podem ser utilizados na escola para facilitar a aprendizagem dos alunos. A seguir, citamos alguns desses programas, que podem ser utilizados pelos professores. Dosvox (deficiência visual): desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem como finalidade possibilitar às pessoas com deficiência visual o uso de computadores e o acesso à internet. A comunicação com o usuário é realizada através de uma síntese de voz em português, que faz a leitura da tela do usuário. O programa utiliza uma configuração simples, amigável, considerando as especificidades e limitações desses alunos. NVDA (deficiência visual): também faz a leitura da tela do usuário para pessoas com deficiência visual. É um programa de código aberto, gratuito e disponível em diversas línguas, inclusive em português. Pode ser utilizado por usuários iniciantes, como também pelos mais avançados, com conhecimentos e noções de informática. 15 Teclado virtual (deficiência física): facilita a digitação na tela, ou por cliques. O Google, a partir de uma ferramenta do Google Chrome, disponibiliza um teclado virtual, assim como o Windows e o Mozilla, sistemas operacionais que disponibilizam um teclado virtual. JECRIPE (síndrome de Down): é uma iniciativa que disponibiliza jogos eletrônicos de estímulo para crianças com síndrome de Down. Easy Voice (problemas na fala): aplicativo que auxilia pessoas com paralisia cerebral, com dificuldades ou ausência de fala. Converte texto em fala, possibilitando conversas pelo Skype. Foi desenvolvido por Paulo Condado, doutor pela Universidade do Algarve, em Portugal. ETM (paralisia cerebral): é um software que reúne um conjunto de funções para permitir que o usuário utilize teclado, mouse por sensores (que são ligados, por exemplo, à cadeira de rodas ou ao corpo da pessoa com paralisia cerebral). O programa é gratuito. Hand Talk (surdos): foi criado em 2012 e disponibiliza um aplicativo tradutor em libras, que pode ser utilizado no celular, possibilitando a comunicação entre surdos e ouvintes. A interface do aplicativo é simples e amigável. O intérprete virtual, Hugo, é um personagem 3D que faz a tradução, promovendo a compreensão de forma interativa com o usuário. SCALA: é a sigla para “sistema de comunicação alternativa para letramento de pessoas com autismo”, criado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Este recurso tem como finalidade incluir sujeitos com autismo não oralizados, possibilitando a construção de histórias com imagens, texto, ou pictogramas de pranchas de comunicação, contribuindo para o desenvolvimento da fala. Santos e Dantas (2017) destacam o uso do teclado virtual para a escrita da língua brasileira de sinais (LIBRAS), que proporciona ao aluno a produção de textos de sinais associados às letras do teclado. Barth et al. (2009) realizaram uma investigação com quatro crianças de 7 a 12 anos, em uma escola de surdos, com o objetivo de analisar o uso dessa tecnologia no processo de alfabetização, na construção da escrita e na leitura da língua de sinais. O uso desse recurso possibilitou o desenvolvimento dos alunos, cada um com tempo e ritmo de aprendizagem próprios, demonstrando a importância fundamental de incorporar tecnologias assistivas a partir do uso de computadores, celulares, tablets, entre outros (BARTH et al., 2009). 16 Santos e Dantas (2017) citam o uso de outras tecnologias assistivas que podem ser utilizadas no ensino de surdos e pessoas com deficiência auditiva: Videofone VPAD (para a comunicação em LIBRAS com mediação de intérprete); Virtual Vision (programa que faz a leitura da tela); Poli-Libras (ferramenta que permite a tradução automática de um texto em português para a língua brasileira desinais — LIBRAS); ProDeaf (ferramenta que realiza a tradução de texto e voz na língua portuguesa para LIBRAS, promovendo comunicação e interação entre surdos e ouvintes). Além desses, o projeto Rybená tem como objetivo converter qualquer conteúdo de uma página da Internet em um texto em LIBRAS. As tecnologias assistivas estão muito presentes nas salas destinadas ao atendimento educacional especializado (AEE). Nas escolas públicas, esses espaços ganham essa denominação. Já nas escolas privadas, podem sem ofertadas de outra forma, dependendo da intenção pedagógica da instituição. De qualquer forma, a partir das garantias expressas nas leis brasileiras, todas as escolas devem promover o uso de recursos que facilitem o atendimento educacional aos alunos, com limitações e dificuldades de aprendizagem. De acordo com Galvão Filho: [...] cada escola do país, pública ou privada, necessita buscar, no suporte que deve ser oferecido pelo AEE, os meios para efetivar o ingresso, o aprendizado e o sucesso dos alunos com deficiência que começam a frequentar, obrigatoriamente, segundo a legislação vigente, ou seja, além de preocupar-se com a acessibilidade física, com a eliminação de barreiras arquitetônicas, é indispensável que disponha de recursos de TA que tornem possível que pessoas com os mais diferentes tipos de deficiência possam utilizar os seus computadores e a internet (GALVÃO FILHO, 2009 apud GARCIA; GALVÃO FILHO, 2012, p. 8). É importante mencionar que esses são alguns dos recursos disponíveis na web, considerados tecnologias assistivas, a partir do uso de computadores, celulares, laptop entre outros dispositivos, que podem contribuir para a aprendizagem de alunos que apresentam alguma limitação ou deficiência. O uso dessas tecnologias deve estar sempre condicionado ao planejamento do professor, que deve ter uma postura flexível, criativa e inclusiva, com o objetivo de proporcionar um ambiente escolar focado na inclusão e na promoção de condições de ensino para que todos os alunos tenham possibilidades de aprender. 17 4. CATEGORIAS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA 4.1 Auxílios para a vida diária e vida prática Materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo e independente em tarefas rotineiras ou facilitam o cuidado de pessoas em situação de dependência de auxílio, nas atividades como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais. São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios domésticos, roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro, recursos para transferência, barras de apoio, etc. Também estão incluídos nesta categoria os equipamentos que promovem a independência das pessoas com deficiência visual na realização de tarefas como: consultar o relógio, usar calculadora, verificar a temperatura do corpo, identificar se as luzes estão acesas ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão arterial, identificar chamadas telefônicas, escrever etc. Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar, escrever e/ou compreender. Recursos como as pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica (BLISS, PCS e outros), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário da CAA para expressar suas questões, desejos, sentimentos, entendimentos. A alta tecnologia dos vocalizadores (pranchas com produção de voz) ou o computador com softwares específicos e pranchas dinâmicas em computadores tipo tablets, garantem grande eficiência à função comunicativa. Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para tornar o computador acessível a pessoas com privações sensoriais (visuais e auditivas), 18 intelectuais e motoras. Inclui dispositivos de entrada (mouses, teclados e acionadores diferenciados) e dispositivos de saída (sons, imagens, informações táteis). São exemplos de dispositivos de entrada os teclados modificados, os teclados virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, software de reconhecimento de voz, dispositivos apontadores que valorizam movimento de cabeça, movimento de olhos, ondas cerebrais (pensamento), órteses e ponteiras para digitação, entre outros. Como dispositivos de saída podemos citar softwares leitores de tela, software para ajustes de cores e tamanhos das informações (efeito lupa), os softwares leitores de texto impresso (OCR), impressoras braile e linha braile, impressão em relevo, entre outros. Teclado expandido e programável IntelliKeys, diferentes modelos de mouse e sistema EyeMax para controle do computador com movimento ocular, Linha Braille 4.2 Sistemas de controle de ambiente Através de um controle remoto as pessoas com limitações motoras, podem ligar, desligar e ajustar aparelhos eletroeletrônicos como a luz, o som, televisores, ventiladores, executar a abertura e fechamento de portas e janelas, receber e fazer chamadas telefônicas, acionar sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. O controle remoto pode ser acionado de 19 forma direta ou indireta e neste caso, um sistema de varredura é disparado e a seleção do aparelho, bem como a determinação de que seja ativado, se dará por acionadores (localizados em qualquer parte do corpo) que podem ser de pressão, de tração, de sopro, de piscar de olhos, por comando de voz etc. As casas inteligentes podem também se auto ajustar às informações do ambiente como temperatura, luz, hora do dia, presença de ou ausência de objetos e movimentos, entre outros. Estas informações ativam uma programação de funções como apagar ou acender luzes, desligar fogo ou torneira, trancar ou abrir portas. No campo da Tecnologia Assistiva a automação residencial visa a promoção de maior independência no lar e também a proteção, a educação e o cuidado de pessoas idosas, dos que sofrem de demência ou que possuem deficiência intelectual Representação esquemática de controle de ambiente a partir do controle remoto 4.3 Projetos arquitetônicos para acessibilidade Projetos de edificação e urbanismo que garantem acesso, funcionalidade e mobilidade a todas as pessoas, independentemente de sua condição física e sensorial. Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas, elevadores, adequações em banheiros, mobiliário entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas. 4.4 Órteses e próteses Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo. Órteses são colocadas junto a um segmento corpo, garantindo-lhe um melhor posicionamento, estabilização e/ou função. São normalmente confeccionadas sob medida e servem no auxílio de mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação, utilização de talheres, manejo de objetos para higiene pessoal), correção postural, entre outros. 20 4.5 Adequação Postural Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se consiga um bom desempenho funcional. Fica difícil a realização de qualquer tarefa quando se está inseguro com relação a possíveis quedas ou sentindo desconforto. Um projeto de adequação postural diz respeito à seleção de recursos que garantam posturas alinhadas, estáveis, confortáveis e com boa distribuição do peso corporal. Indivíduos que utilizam cadeiras de rodas serão os grandes beneficiados da prescrição de sistemas especiais de assentos e encostos que levem em consideração suas medidas, peso e flexibilidade ou alterações musculoesqueléticas existentes. Recursos que auxiliam e estabilizam a postura deitada e de pé também estão incluídos, portanto, as almofadas no leito ou os estabilizadores ortostáticos, entre outros, fazem parte deste grupo de recursos da TA. Quando utilizadosprecocemente os recursos de adequação postural auxiliam na prevenção de deformidades corporais. 4.6 Auxílios de mobilidade A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, carrinhos, cadeiras de rodas manuais ou elétricas, scooters e qualquer outro veículo, equipamento ou estratégia utilizada na melhoria da mobilidade pessoal. 21 4.7 Auxílios para ampliação da função visual e recursos que traduzem São exemplos: Auxílios ópticos, lentes, lupas manuais e lupas eletrônicas; os softwares ampliadores de tela. Material gráfico com texturas e relevos, mapas e gráficos táteis, software OCR em celulares para identificação de texto informativo, etc. 4.8 Auxílios para melhorar a função auditiva e recursos utilizados para traduzir os conteúdos de áudio em imagens, texto e língua de sinais Auxílios que incluem vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, sistemas com alerta táctil-visual, celular com mensagens escritas e chamadas por vibração, software que favorece a comunicação ao telefone celular transformando em voz o texto digitado no celular e em texto a mensagem falada. Livros, textos e dicionários digitais em língua de sinais. Sistema de legendas (close-caption/subtitles). Avatares LIBRAS 22 4.9 Mobilidade em veículos Acessórios que possibilitam uma pessoa com deficiência física dirigir um automóvel, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores para cadeiras de rodas (utilizados nos carros particulares ou de transporte coletivo), rampas para cadeiras de rodas, serviços de autoescola para pessoas com deficiência. 4.10 Esporte e Lazer Recursos que favorecem a prática de esporte e participação em atividades de lazer. 23 24 5. TA E A POLÍTICA EDUCACIONAL ATUAL O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece entre as suas metas uma específica para Educação inclusiva. A Meta 4 normatiza o atendimento educacional especializado (AEE) e orienta a comunidade educativa e as políticas públicas voltadas para educandos com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades. Vale fazer um parênteses aqui sobre o uso do termo para designar esse grupo: o correto é "pessoa com deficiência". O uso de termos como "deficiente" ou "portador de deficiência" remetem a uma ideia que resume a pessoa à deficiência. O que diz a Meta 4 do PNE sobre tecnologias assistivas: “Manter e ampliar programas suplementares que promovam a acessibilidade nas instituições públicas, para garantir o acesso e a permanência dos (as) alunos (as) com deficiência por meio da adequação arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da disponibilização de material didático próprio e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando, ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e modalidades de ensino, a identificação dos (as) alunos (as) com altas habilidades ou superdotação; O documento deixa claro em suas metas o papel da Educação enquanto direito e um meio essencial para que todos os outros direitos se concretizem. A escola detém um papel essencial de fomentar espaços e proporcionar inclusão, convivendo com 25 todas as diversidades e propiciando também trabalhos pedagógicos que tratem da Educação inclusiva. Esta, porém, não é uma tarefa fácil. Sabemos que o tema ainda é muito delicado por conter diversas fragilidades, como salas com muitos alunos, ausência de funcionários e falta de formação docente específica voltada para inclusão. Há necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola, como utilização de recursos e apoio especializado para garantir a aprendizagem de todos. E é dentro deste cenário o que é a tecnologia assistiva pode contribuir para auxiliar a atuação do professor dentro da sala de aula. 26 REFERÊNCIAS ADA - AMERICAN WITH DISABILITIES ACT 1994. Disponível em: http://www.resna.org/taproject/library/laws/techact94.htm Acesso em 05/10/2007. BRASIL. SDHPR - Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência - SNPD. 2009. Disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/publicacoes/tecnologia-assistiva Acesso em 06/12/2012. BRASIL. SDHPR - Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência - SNPD. 2012 Disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/ Acesso em 06/12/2012. COOK, A.M. & HUSSEY, S. M. (1995) Assistive Technologies: Principles and Practices. St. Louis, Missouri. Mosby - Year Book, Inc. DECRETO Nº 5.296 de 02 de dezembro de 2004 - DOU de 03/122004. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2004/decreto/d5296.htm Acesso em 06/12/2012. DECRETO Nº 3.298, de 29 de dezembro de 1999. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm Acesso em 06/12/2012. http://www.resna.org/taproject/library/laws/techact94.htm%20Acesso%20em%2005/10/2007 http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/publicacoes/tecnologia-assistiva%20Acesso%20em%2006/12/2012 http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/publicacoes/tecnologia-assistiva%20Acesso%20em%2006/12/2012
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