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Meio ambiente
Caracterização de resíduos líquidos e
efluentes – Definição, características e
parâmetros utilizados na análise físico-
química de efluentes
O técnico em meio ambiente, em sua atuação profissional no mercado de
trabalho, precisará conhecer os resíduos líquidos e efluentes, pois, em muitos dos
processos de licenciamento ambiental, há a exigência de caracterizar os resíduos.
Deste modo, é de suma importância constar o local de destino e/ou lançamento dos
resíduos líquidos e efluentes gerados pelas indústrias, pela população urbana, pelos
agropecuários, pelos hospitais, entre outras atividades geradoras de efluentes. Além
disso, há a exigência de tratamento do efluente antes do lançamento nos corpos
d’água.
O tratamento deve seguir as normas e as legislações vigentes para a
padronização das características físicas, biológicas e químicas do efluente a fim de
evitar a poluição das águas.
Portanto, os efluentes líquidos, sejam de natureza doméstica, sejam industriais,
são responsáveis por grande parte da carga de poluentes emitidos no meio
ambiente. Por isso, merecem especial atenção por parte dos órgãos de legislação
ambiental e de todas as comunidades, incluindo você, técnico em meio ambiente.
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Resíduos líquidos e efluentes
Conforme a Resolução Conama n.º 430 de 2011, efluente é o termo usado
para caracterizar os despejos líquidos provenientes de diversas atividades ou
processos. Essas atividades podem ser industriais, domésticas, agropecuárias,
hospitalares entre outras.
O efluente líquido pode ser caracterizado por conter substâncias orgânicas
biodegradáveis e não biodegradáveis e contaminantes inorgânicos. Espécies
inorgânicas reativas podem ser mais facilmente determinadas, como metais,
enquanto que a determinação de substâncias orgânicas solúveis apresenta maior
dificuldade.
Parâmetros utilizados na análise físico-química de
efluentes
Os parâmetros de qualidade da água são substâncias ou outros indicadores
representativos da qualidade da água e/ou efluente. A utilização de parâmetros de
qualidade pressupõe a definição de um equivalente de poluição que possa servir
como grandeza básica para a medida do grau de poluição comum a todos os
componentes da mistura.
Os parâmetros de qualidade que serão abordados neste item podem ser de
utilização geral, ou seja, estes parâmetros podem ser utilizados para caracterizar
águas de abastecimento, águas residuárias, efluentes, mananciais e corpos
receptores. É de suma importância esta visão integrada da qualidade da água, sem
uma separação estrita entre as suas diversas aplicações.
Os parâmetros de qualidade, que servem como medida do teor poluente de um
dado despejo, são: cor; turbidez; sabor e odor; pH; alcalinidade; acidez; dureza;
oxigênio dissolvido (OD); matéria orgânica (Demanda Bioquímica de Oxigênio –
DBO e Demanda Química de Oxigênio – DQO); entre outros parâmetros.
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Esses parâmetros são divididos em físicos, químicos e biológicos, conforme
tabela 1.
Parâmetros físicos
Cor
Turbidez
Sabor e odor
Parâmetros químicos
pH
Alcalinidade
Acidez
Dureza
Ferro e Manganês
Cloretos
Nitrogênio
Fósforo
Oxigênio Dissolvido
Matéria orgânica
Metais
Micropoluentes orgânicos
Parâmetros biológicos
Organismos indicadores
Algas
Bactérias
Tabela 1 – Classificação dos parâmetros de qualidade da água e dos efluentes
Fonte: Adaptado de SPERLING (2005).
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Neste item, vamos conhecer com mais detalhes os principais parâmetros de
qualidade, o oxigênio dissolvido e a matéria orgânica.
Oxigênio dissolvido (OD)
Grande parte da fauna aquática, incluindo os peixes, depende do oxigênio
dissolvido (OD) na água para o seu ciclo vital, ou seja, para o seu metabolismo.
Dessa forma, o OD é considerado um dos mais relevantes parâmetros
característicos da qualidade de um efluente e/ou água, principalmente quando os
efeitos de poluição são ocasionados por despejos orgânicos.
Todas as substâncias e/ou condições que, direta ou indiretamente, interfiram na
redução da concentração do OD do corpo d’água devem ser consideradas como um
agente poluente.
O oxigênio dissolvido se destaca por ser o principal parâmetro de
caracterização dos efeitos da poluição das águas por despejos orgânicos e por ser
vital aos seres aquáticos aeróbios (que vivem na presença de oxigênio).
A faixa crítica da concentração de OD é situada entre 3 e 4 mg/L, embora
existam certas espécies de peixes que se adaptam perfeitamente em nível de 1
mg/L de OD (enguia), enquanto que outras só sobrevivem em águas com nível de
OD superior a 5 mg/L (salmão).
Matéria orgânica
Os corpos d’água e os esgotos domésticos e industriais possuem matéria
orgânica em sua composição devido à decomposição de diferentes microrganismos
existentes. Esta matéria orgânica é um importante indicativo de poluição ambiental
nas águas dos rios e lagos, entre outros corpos receptores, pois os microrganismos
consomem o oxigênio dissolvido presente na água para a realização de sua
digestão. Sendo assim, quanto mais matéria orgânica houver na água, maior será o
consumo de oxigênio dissolvido, que, por sua vez, causa a poluição da água.
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A matéria orgânica é constituída pelos principais componentes orgânicos, que
são compostos por proteínas, carboidratos, gorduras, óleos, uréia, surfactantes,
fenóis, pesticidas e outros em menor quantidade.
A matéria carbonácea, ou seja, matéria com base no carbono orgânico, divide-
se em duas frações: não biodegradável e biodegradável, ambas são encontradas em
suspensão e dissolvidas. Na prática, usualmente não há necessidade de se
caracterizar a matéria orgânica em termos de proteínas, gorduras, carboidratos etc.
Mas, sim, pela determinação da quantidade de oxigênio dissolvido consumida pelos
microrganismos aeróbios na água. Deste modo, existem duas principais formas de
quantificação:
A) Medição do consumo de oxigênio por meio da determinação da Demanda
Bioquímica de Oxigênio (DBO) e da Demanda Química de Oxigênio (DQO).
B) Medição do carbono orgânico por meio da determinação do Carbono
Orgânico Total (COT). Sendo que a DBO e a DQO são os parâmetros
tradicionalmente mais utilizados para a quantificação da matéria orgânica.
É importante saber que:
A matéria orgânica é responsável pelos microrganismos
decompositores, isto é, pelo consumo do oxigênio dissolvido na água.
A DBO e a DQO correspondem indiretamente ao teor de matéria
orgânica presente nos esgotos ou nos corpos d’água, por meio da
determinação do consumo de oxigênio dissolvido.
A DBO e a DQO são os parâmetros de maior importância na
caracterização do grau de poluição de um corpo d’água.
A matéria orgânica é bastante utilizada na caracterização de águas
residuárias brutas e tratadas e na caracterização de corpos d’água.
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Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) – A DBO consiste no parâmetro
mais importante para determinar, de forma indireta, a concentração de matéria
orgânica biologicamente degradável presente em um efluente. Correspondem à
quantidade de oxigênio consumida pelos microrganismos aeróbios, presentes ou
introduzidos na amostra, para realizar a metabolização de todas as substâncias
biodegradáveis presentes no despejo. O material orgânico oxidado é utilizado pelos
microrganismos tanto para a obtenção de energia quanto para sua reprodução.
Demanda Química de Oxigênio (DQO) – A DQO corresponde à quantidade
de oxigênio necessária para oxidar quimicamente uma dada substância. No caso, a
oxidação é feita pela ação química do Cr O ou do MnO em meio fortemente
ácido.
Concentrações dos parâmetros DBO e DQO conforme os padrões de
potabilidade da Portaria n.º 518, de 2008, do Ministério da Saúde:Em termos de tratamento de águas residuárias, a DBO dos esgotos
domésticos está em torno de 300 mg/L, e a DQO em torno de 600
mg/L.
A DBO e a DQO dos esgotos industriais variam amplamente, com o
tipo de processo industrial.
A DBO e a DQO efluentes do tratamento são função do nível e do
processo de tratamento.
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