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21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 1/20 Meio ambiente Caracterização de resíduos líquidos e efluentes – Fontes geradoras e processos de geração, acondicionamento, armazenamento, transporte e destinação final Você, em sua atuação profissional, deverá conhecer as fontes geradoras de resíduos líquidos e efluentes, ou seja, conhecer a origem da geração dos resíduos. A partir desse conhecimento, você saberá caracterizar os resíduos líquidos e efluentes, bem como destinar determinado tipo de resíduo ao tipo certo de tratamento a ser aplicado. Os efluentes podem ser gerados por diversas fontes, ou seja, por diversas atividades potencialmente geradoras de efluentes, sendo elas: industriais, urbanas (domésticas), agropecuárias, hospitalares e da construção civil. A partir da identificação das fontes geradoras, os resíduos líquidos são denominados e classificados desta forma: resíduos líquidos industriais, resíduos líquidos urbanos, resíduos líquidos agropecuários, resíduos líquidos hospitalares e resíduos líquidos da construção civil. Resíduos líquidos industriais A NBR 9800/1987 define os resíduos líquidos industriais ou efluentes líquidos industriais como sendo todos os despejos líquidos provenientes dos estabelecimentos industriais, incluindo os efluentes de processo industrial, águas de refrigeração poluídas, águas pluviais poluídas e esgoto doméstico (NBR 9800/1987). Desta forma, a caracterização física, química e biológica do efluente líquido industrial depende do tipo de indústria, do período de operação, da matéria-prima utilizada no processo industrial, entre outros fatores. 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 2/20 Resíduos líquidos urbanos Os resíduos líquidos urbanos, também chamados de esgotos sanitários, são despejos líquidos residenciais, comerciais, águas de infiltração na rede coletora, os quais podem conter parcela de efluentes industriais e efluentes não domésticos (Resolução Conama n.º 430/2011). Resíduos líquidos agropecuários São efluentes líquidos provenientes de atividades agropecuárias, consideradas águas residuárias que contêm partículas de solo, fertilizantes, pesticidas, patógenos e, comumente, grande carga orgânica. Por exemplo: resíduos de animais de explorações pecuárias que incluem dejetos bovinos, suínos, avícolas, equinos, piscícolas, entre outros. Resíduos líquidos hospitalares Os efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde podem ser: efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores), efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas, e também efluentes domésticos. Resíduos líquidos da construção civil Os efluentes líquidos provenientes das atividades da construção civil podem ser: efluentes da produção de concreto, efluentes gerados na execução de estacas-raiz, efluentes oleosos coletados das operações de manutenção de veículos e máquinas (óleos lubrificantes e hidráulicos), águas oleosas, oriundas da limpeza e da lavagem das áreas de oficina mecânica e de lavagem, lubrificação, borracharia e posto de abastecimento. Clique nos links abaixo para ter acesso aos conteúdos. 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 3/20 Aterro sanitário O aterro sanitário é uma outra atividade humana que gera uma quantidade significativa de resíduos líquidos, chamados de chorume. Mesmo sendo considerado como a solução adequada para o destino final dos resíduos sólidos urbanos, o aterro sanitário também gera impactos ambientais relacionados ao chorume. Mas, como se trata de uma unidade de tratamento de resíduos sólidos urbanos, sabe-se que esta atividade deverá ser licenciada pelo órgão ambiental para efetiva operação. Consequentemente o aterro sanitário deve atender a todos os aspectos regidos pela legislação ambiental, contendo procedimentos adequados de operação, incluindo, principalmente, procedimentos de coleta e tratamento de chorume. 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 4/20 O aterro sanitário é constituído por: impermeabilização e cobertura do solo, sistema de drenagem superficial e de gás, sistema de tratamento e drenagem de chorume. A impermeabilização do solo tem o objetivo de impedir que o chorume, resíduo líquido formado pela degradação da matéria orgânica presente nos resíduos sólidos, entre em contato com as águas subterrâneas. Essa impermeabilização pode ser feita por uma camada de argila selecionada e compactada juntamente com geomembrana. Os sistemas de drenagem superficial servem para afastar as águas das chuvas que possam se infiltrar nos resíduos sólidos depositados no aterro. Os sistemas de drenagem de gás são utilizados para a liberação do gás metano, formado pela decomposição dos resíduos orgânicos. Este sistema constitui também queimadores em sua extremidade, para fazer o processo de queima do metano. Atualmente, existem aterros sanitários no Brasil que fazem a captação do gás metano para a geração de energia. Por exemplo: o aterro sanitário Central de Resíduos do Recreio, do município de Minas do Leão. Por fim, o aterro sanitário possui o sistema de drenagem de chorume, que leva esse chorume ao sistema de tratamento do próprio aterro. É recomendado que os aterros sanitários possuam tratamento do chorume, mas o chorume também pode ser coletado e levado para uma estação de tratamento de esgoto. Desta forma, é de suma importância lembrar que o tratamento do chorume deve ser feito antes de ser lançamento aos corpos d’água. Clique na imagem para visualizar o conteúdo. Clique na imagem para visualizar o conteúdo. Clique na imagem para visualizar o conteúdo. 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 5/20 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 6/20 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 7/20 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 8/20 Figura 1 – Esquema de um aterro sanitário Fonte: SEMARH-AL (2016). A imagem mostra o esquema de um aterro sanitário. Esse esquema está dividido em setores: setor em implantação, setor em operação e setor concluído. No setor em implantação, há a camada impermeabilizante, que contém uma camada compactada com argila. Acima dessa camada, há a camada de geomembrana para impermeabilizar. Acima da geomembrana, estão os drenos de chorume com saída para a estação de tratamento. Abaixo de todo o corte do aterro sanitário, está a linha indicando o lençol freático. No setor em operação, há a demonstração dos caminhões depositando os resíduos sólidos urbanos nas células do aterro e, consequentemente, realizando a compactação de resíduos. No setor concluído, há as células do aterro concluídas contendo a cobertura de solo e a vegetação. Neste setor, há também o sistema de drenagem superficial para escoar a água da chuva e, bem acima, vemos a ponta dos queimadores de gás que fazem parte do sistema de drenagem do gás. O chorume, por conter carga poluidora e apresentar substâncias altamente solúveis, pode contaminar as águas subterrâneas nas proximidades do aterro, por exemplo. A presença de chorume nas águas pode causar impactos significativos ao meio ambiente e danos à saúde pública. Por isso, é muito importante que os aterros sanitários façam a instalação dos sistemas de drenagem e realizem o tratamento do chorume. Os métodos comumente utilizados para tratamento de rejeitos industriais têm sido empregados para o tratamento de chorume. Dentre os métodos utilizados, estão incluídos os tradicionais processos biológicos, aeróbio e anaeróbico, e também uma variedade de processos físico-químicos. A seguir, serão descritos alguns dos métodos de tratamento utilizados. Recirculação do chorume Este método de tratamento consiste na injeção de chorume nas células de resíduos sólidos depositados no aterro a fim de reduzir a sua vazão, que será posteriormente tratada. Além disso, este processo assegura a 21/05/2023, 12:29 Versão para impressãoabout:blank 9/20 estabilidade geotécnica da célula de resíduos, desde que os níveis de chorume injetados sejam admissíveis no interior da célula para que não seja inibido o processo de decomposição dos resíduos. Tratamento biológico Este método é realizado por meio de lagoas de estabilização (uma anaeróbia seguida de três facultativas). Tratamento bioquímico Este método é realizado por meio de fitorremediação. Osmose inversa Unidade compacta e móvel de tratamento de lixiviado (chorume) montada sobre um contêiner metálico que contém todos os elementos do sistema de tratamento. Consiste de uma série de filtros em forma de cartucho, onde a filtração se dá pela passagem do efluente em areia e em filamentos de polipropileno. No processo de tratamento, o efluente é desmembrado em duas partes: permeado (efluente tratado que pode ser utilizado como água de reuso, ou descartado no meio ambiente atendendo à legislação vigente) e concentrado (efluente que retorna ao aterro ou é utilizado no sistema de evaporação). Evaporação do lixiviado Utilizando como combustível o próprio biogás produzido no aterro, o evaporador permite ao, mesmo tempo, a queima do metano e a otimização da capacidade de armazenamento das lagoas de tratamento de lixiviado (chorume). O equipamento foi desenvolvido pela equipe técnica do Grupo Solví visando especialmente ao tratamento de percolado gerado em aterros de pequeno porte. O projeto foi considerado um dos 25 mais inovadores projetos brasileiros de 2007, em pesquisa realizada pela revista Exame. Clique nas abas para visualizar os métodos de tratamento. 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 10/20 Recirculação do chorume Este método de tratamento consiste na injeção de chorume nas células de resíduos sólidos depositados no aterro a fim de reduzir a sua vazão, que será posteriormente tratada. Além disso, este processo assegura a estabilidade geotécnica da célula de resíduos, desde que os níveis de chorume injetados sejam admissíveis no interior da célula para que não seja inibido o processo de decomposição dos resíduos. Tratamento biológico Este método é realizado por meio de lagoas de estabilização (uma anaeróbia seguida de três facultativas). Tratamento bioquímico Este método é realizado por meio de fitorremediação. 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 11/20 Osmose inversa Unidade compacta e móvel de tratamento de lixiviado (chorume) montada sobre um contêiner metálico que contém todos os elementos do sistema de tratamento. Consiste de uma série de filtros em forma de cartucho, onde a filtração se dá pela passagem do efluente em areia e em filamentos de polipropileno. No processo de tratamento, o efluente é desmembrado em duas partes: permeado (efluente tratado que pode ser utilizado como água de reuso, ou descartado no meio ambiente atendendo à legislação vigente) e concentrado (efluente que retorna ao aterro ou é utilizado no sistema de evaporação). Evaporação do lixiviado Utilizando como combustível o próprio biogás produzido no aterro, o evaporador permite ao, mesmo tempo, a queima do metano e a otimização da capacidade de armazenamento das lagoas de tratamento de lixiviado (chorume). O equipamento foi desenvolvido pela equipe técnica do Grupo Solví visando especialmente ao tratamento de percolado gerado em aterros de pequeno porte. O projeto foi considerado um dos 25 mais inovadores projetos brasileiros de 2007, em pesquisa realizada pela revista Exame. 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 12/20 Figura 2 – Evaporador de chorume Fonte: <http://reat.com.br/fotos-do-evaporador-de-chorume-em-testes-em-uberaba- mg/>. A imagem demonstra o equipamento chamado de evaporador de chorume, que fica localizado ao lado das células de resíduos sólidos urbanos do aterro sanitário. 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 13/20 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 14/20 Exemplo na prática 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 15/20 O aterro sanitário Central de Tratamento e Destinação de Resíduos Sólidos Urbanos com Unidade de Triagem e Compostagem, do município de Santa Maria- RS, possui um sistema alternativo de tratamento de chorume, sendo composto pelas seguintes etapas: 1. Tratamento primário: É realizado por meio de Filtro Anaeróbio da Base do Aterro (FABA), Tanque Equalizador de Fluxo Ascendente (TEFA) e Filtro Aeróbio de Taxa Intermediária (FATI). 2. Tratamento secundário: É realizado em três lagoas facultativas. 3. Tratamento terciário : Realizado pela osmose reversa com instalação de um sistema compacto de tratamento. O sistema alternativo de tratamento de chorume consiste de um pré-tratamento e acumulação de chorume bruto pela Unidade Compacta de Tratamento por Osmose Reversa, por uma Unidade de Armazenamento de Rejeitos Concentrados e por uma Unidade de Armazenamento de Efluentes Tratados (permeado). Ao final do tratamento, os rejeitos concentrados são injetados novamente no aterro e os efluentes tratados poderão ser utilizados em irrigações, no cortinamento vegetal, na cobertura do aterro e nos ajardinamentos do aterro. O sistema alternativo de tratamento de chorume consiste de um pré-tratamento e acumulação de chorume bruto pela Unidade Compacta de Tratamento por Osmose Reversa, por uma Unidade de Armazenamento de Rejeitos Concentrados e por uma Unidade de Armazenamento de Efluentes Tratados (permeado). Ao final do tratamento, os rejeitos concentrados são injetados novamente no aterro e os efluentes tratados poderão ser utilizados em irrigações, no cortinamento vegetal, na cobertura do aterro e nos ajardinamentos do aterro. 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 16/20 Figura 3 – Imagem representativa do Sistema de tratamento por osmose reversa utilizado no aterro sanitário de Açores, em Portugal Fonte: <http://ast-ambiente.com/projeto-aberto.php?n=6870652da84ef4ca0c19747cd a42f09c>. A imagem mostra o sistema de tratamento por osmose reversa, que fica dentro de contêineres móveis instalados ao lado das células de resíduos sólidos urbanos no aterro sanitário. Processos de geração, acondicionamento, armazenamento, transporte e destinação final Os efluentes líquidos ou resíduos sólidos líquidos são gerados por várias atividades, podendo ser comerciais, industriais ou domésticas. Dessa forma, o processo de geração dos resíduos está vinculado ao tipo de atividade e ao processo de produção de um determinado produto em uma atividade industrial. A geração de resíduos pode acontecer no processo de troca de óleo de um veículo automotivo, gerando efluente líquido, que, por sua vez, deve ser acondicionado, armazenado e transportado de forma adequada, conforme legislação 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 17/20 pertinente, e, por fim, ter uma destinação adequada ambientalmente para que não haja impactos ambientais negativos. O óleo lubrificante é usado pelos consumidores na lubrificação dos seus veículos automotores, sejam pessoas físicas ou jurídicas, como, por exemplo, donos de veículos automotivos, de donos de colheitadeiras, tratores, barcos, frotistas e industriais em geral. Esse processo gera óleo lubrificante usado e/ou contaminado, que deve ser descartado corretamente. O papel dos geradores de óleo lubrificante usado e contaminado é: a) cuidar para que o óleo retirado do veículo ou equipamento fique corretamente armazenado enquanto espera sua destinação, de forma que não contamine o meio ambiente e não seja ele próprio contaminado por outros produtos ou substâncias que dificultem ou impeçam a sua recuperação através do rerrefino; b) entregar o óleo lubrificante usado ou contaminado ao revendedor ou diretamente para um coletor autorizado pela ANP. Os coletores autorizados são as empresas licenciadas pelo órgão ambiental do seu estado ou município e autorizada pela ANP para exercer a atividade de coleta, ou seja, recolher dos diversospontos de geração (postos, oficinas, empresas transportadoras, garagens, indústrias, portos, ferrovias, aeroportos, etc.) o óleo lubrificante usado e/ou contaminado para entregá-lo ao rerrefinador. O coletor necessariamente deve operar com caminhões especiais, com equipamentos específicos e identificação e sinalização especiais. Após o óleo lubrificante ser coletado, deverá ser entregue pelo coletor autorizado para um rerrefinador regularmente licenciado perante o órgão ambiental competente e autorizado pela ANP. O rerrefinador, ao receber o resíduo, fará alguns importantes testes, como o teste de destilação, para verificar se existe alguma espécie de contaminação que inviabilize ou retire a eficiência do processo de rerrefino. 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 18/20 Figura 4 – Indústria de rerrefino de óleo lubrificante usado e contaminado da empresa Lubrificantes Fenix, do município de Paulínia-SP Fonte: <http://www.panoramadenegocios.com.br/lubrificantes-fenix-investe-no- meio/>. A imagem mostra uma indústria de rerrefino de óleo lubrificante usado e contaminado. Resíduos líquidos industriais A NBR 9800/1987 define os resíduos líquidos industriais ou efluentes líquidos industriais como sendo todos os despejos líquidos provenientes dos estabelecimentos industriais, incluindo os efluentes de processo industrial, águas de refrigeração poluídas, águas pluviais poluídas e esgoto doméstico (NBR 9800/1987). Desta forma, a caracterização física, química e biológica do efluente líquido industrial depende do tipo de indústria, do período de operação, da matéria-prima utilizada no processo industrial, entre outros fatores. 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 19/20 Resíduos líquidos urbanos Os resíduos líquidos urbanos, também chamados de esgotos sanitários, são despejos líquidos residenciais, comerciais, águas de infiltração na rede coletora, os quais podem conter parcela de efluentes industriais e efluentes não domésticos (Resolução Conama n.º 430/2011). Resíduos líquidos agropecuários São efluentes líquidos provenientes de atividades agropecuárias, consideradas águas residuárias que contêm partículas de solo, fertilizantes, pesticidas, patógenos e, comumente, grande carga orgânica. Por exemplo: resíduos de animais de explorações pecuárias que incluem dejetos bovinos, suínos, avícolas, equinos, piscícolas, entre outros. Resíduos líquidos hospitalares Os efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde podem ser: efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores), efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas, e também efluentes domésticos. 21/05/2023, 12:29 Versão para impressão about:blank 20/20 Resíduos líquidos da construção civil Os efluentes líquidos provenientes das atividades da construção civil podem ser: efluentes da produção de concreto, efluentes gerados na execução de estacas-raiz, efluentes oleosos coletados das operações de manutenção de veículos e máquinas (óleos lubrificantes e hidráulicos), águas oleosas, oriundas da limpeza e da lavagem das áreas de oficina mecânica e de lavagem, lubrificação, borracharia e posto de abastecimento.
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