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21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 1/44 Meio ambiente Programa de Gerenciamento de Resíduos Líquidos e de Efluentes (PGRLE) Há pouco mais de quatro décadas, o Brasil adotou um modelo de desenvolvimento que tem gerado três subprodutos indesejáveis: a poluição, o esgotamento de recursos naturais e a desigualdade social. Os resultados desse modelo são gritantes nas grandes cidades, mas seus efeitos também já são percebidos nos municípios do interior. Para estudar os resíduos líquidos e efluentes, não podemos deixar de recapitular a legislação que aborda a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), que estabelece quem precisa elaborar Programas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), o que pode acontecer com a empresa que não tiver um PGRS e qual é o conteúdo mínimo de um PGRS. Essa legislação é sempre o ponto de partida quando abordamos resíduos de qualquer espécie, pois ela os classifica quanto à origem e ao potencial poluidor. As classes de resíduos são: 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 2/44 Resíduos domiciliares Resíduos de limpeza urbana Resíduos sólidos urbanos Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico Resíduos industriais Resíduos de serviços de saúde Resíduos da construção civil Resíduos de serviços de transportes ou resíduos de mineração 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 3/44 Portanto, convidamos você a pensar sobre a degradação ambiental que a sua cidade está enfrentando. Você acha que somente as indústrias e as grandes empresas geram efluentes sólidos e líquidos no meio ambiente? Quem deve realizar programas de gerenciamento de resíduos? Você acha que na sua residência há geração de resíduos líquidos e de efluentes ou isso somente acontece em grandes empresas e nas indústrias? Esses questionamentos têm um grande objetivo: pensarmos quem, de fato, é o público-alvo para se estabelecer um Programa de Gerenciamento de Resíduos (PGR). Público-alvo (comunidade e instituições) Todos nós somos geradores de resíduos e, como sociedade, podemos implementar pequenos e simples planos de gestão dos nossos resíduos nos espaços em que convivemos, como na nossa residência, no nosso trabalho, no nosso condomínio, na nossa escola. Hoje, sabemos da necessidade de realizar a reciclagem dos resíduos que geramos de forma eficiente, pois os municípios já realizam na coleta seletiva e nessa cadeia da sustentabilidade, a gestão dos diferentes resíduos que as cidades e o ser humano produzem. Para o Programa de Gerenciamento de Resíduos Líquidos e de Efluentes (PGRLE), o planejamento ambiental é sistêmico. As instituições devem adotar, dentro do sistema de gestão ambiental, um controle permanente sobre os efeitos ambientais dos dejetos que os processos de fabricação e industrialização realizam. Os processos mais complexos são o foco da PNRS (Lei 12.305/2010), que aborda de forma pontual quem são esses geradores e exige a existência dos PGRs voltados a cada processo específico, seja ele industrial, comercial ou hospitalar. Um programa de gerenciamento de resíduos, de modo geral, abrange atividades referentes à tomada de decisões estratégicas e à organização do setor para esse fim, envolvendo as instituições, as políticas, os instrumentos e meios para 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 4/44 que todo esse planejamento seja efetivo. Um programa de gestão de resíduos, seja sobre o resíduo que for, é um conjunto de referências político-estratégicas, institucionais, legais e financeiras capaz de orientar a organização desse setor e trazer benefícios ambientais para toda a sociedade e a natureza. Portanto, o objetivo da elaboração de um PGRLE é a implementação da política ambiental local conforme a realidade da empresa, da indústria ou do comércio. Todo PGRLE deve ser elaborado considerando os sistemas nacionais, estaduais e municipais de meio ambiente, compatibilizando o planejamento com os respectivos instrumentos legais, resolutivos e normativos existentes nas três esferas administrativas (federal, estadual e municipal). Indicadores Os indicadores do Programa de Gerenciamento de Resíduos (PGR) serão escolhidos e especificados pela empresa conforme o tipo de resíduo líquido e de efluente que ela estiver gerando. O monitoramento do PGR deverá ser conduzido através da criação desses indicadores (quantitativos, qualitativos e financeiros) vinculados a resíduos. O uso de indicadores que permitam acompanhar a eficácia da implantação do PGR é essencial no processo de gestão. O indicador ajuda a compreender a situação atual, o caminho a ser seguido e a distância a ser percorrida para atingir as metas e os objetivos estabelecidos. Portanto, os indicadores devem responder perguntas como: onde estou? Onde quero chegar? Como chegar? 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 5/44 Um bom indicador ajuda a identificar os problemas antes que eles ocorram, auxilia na tomada de decisões e, principalmente, na sua solução. Para que um indicador seja efetivo, é necessário que seja relevante, que reflita o sistema, que seja de fácil compreensão e baseado em dados acessíveis. Dessa forma, os indicadores são fundamentais para a avaliação do desempenho da empresa, para a mensuração dos ganhos econômicos e ambientais e para a criação de metas e objetivos futuros, garantindo, assim, a melhoria contínua do desempenho ambiental. Os indicadores devem ser criados durante a implantação do PGR e reavaliados ao longo do seu funcionamento, de forma a espelhar da melhor maneira possível a eficácia dos processos conduzidos para o gerenciamento de resíduos na empresa. De modo geral, a composição de modelos de programas de gestão envolve fundamentalmente três aspectos que trabalham de forma articulada: os arranjos institucionais, os instrumentos legais e os mecanismos de financiamento. Para se ter qualquer programa de gerenciamento de resíduos, são necessários elementos indispensáveis, como os listados abaixo: Reconhecimento dos diversos agentes sociais envolvidos, identificando os papéis por eles desempenhados e promovendo a sua articulação Consolidação da base legal necessária e dos mecanismos que viabilizem a implementação das leis Mecanismos de financiamento para a autossustentabilidade das estruturas de gestão e do gerenciamento Informação à sociedade, empreendida tanto pelo poder público quanto pelos setores produtivos envolvidos, para que haja um controle social Sistema de planejamento integrado, orientando a implementação das políticas públicas para o setor Há diferentes tipos de planos de gerenciamento de resíduos dentro das instituições. Podemos mencionar dois: os planos individuais (os quais a empresa busca sozinha implementar, conforme as suas condições e particularidades legais); 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 6/44 e os planos em conjunto com outras empresas (operando de forma integrada as micro, pequenas e grandes empresas do mesmo segmento). Esses planos possuem governanças e cooperação coletivas, elaborando de forma conjunta o gerenciamento dos resíduos. Como exemplo de aplicabilidade de PGRs coletivos, podemos mencionar os distritos industriais e as incubadoras empresariais. O primeiro passo para desenvolver o PGR é observar a política ambiental da instituição, pois ela traçará os objetivos e o planejamento das ações a serem desenvolvidas. A próxima etapa é diagnosticar os resíduos gerados e identificar quais serão as prioridades e as metas para que o programa (ou programas) seja implementado. No PGR, há etapas que contemplam a redução da geração dos resíduos e dos impactos ambientais, a valorização dessas ações pelos colaboradores e funcionários da empresa, o tratamento e a destinação final dos diferentes resíduos gerados, os quais serão monitorados, com aperfeiçoamento periódico dos processos e das pessoas envolvidas.A elaboração e a implementação de um (PGR) são essenciais para os empresários que almejam explorar oportunidades de reduzir custos associados à gestão de resíduos. Além disso, o PGR tem a função de garantir que todos os resíduos gerados pela empresa sejam gerenciados de forma segura e adequada, desde a sua geração até a destinação final. 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 7/44 Equipe atuante É necessário estruturar o processo de participação das pessoas e o envolvimento delas nos PGRs em suas tarefas diárias na empresa. Como o descarte de resíduos é uma atividade individual e manual, sem a adesão dos funcionários, dos visitantes e dos fornecedores, não há como obter sucesso. Todas as pessoas que circulam pela empresa devem entender de forma clara a separação dos resíduos naquele local. A composição da equipe de planejamento dependerá do porte da empresa e dos riscos ambientais de poluição. Em caso de pequena empresa, a equipe de planejamento deverá ser formada por dois ou três funcionários; em caso de grande empresa, um funcionário por setor mais um para a consultoria interna, além de um representante para desempenhar as consultorias externas que a empresa fará. As funções da equipe são, basicamente: apoiar a direção na definição dos objetivos; estimular a participação de todos da empresa; realizar diagnósticos e analisar dados; priorizar ações conforme sua relevância; elaborar os programas que farão parte do sistema de gestão ambiental; e monitorar a implantação e a operação dos programas dentro e fora da empresa. Meios de comunicação e recursos Para que todas as pessoas estejam engajadas em relação ao plano de gerenciamento dos resíduos, deve-se estabelecer, implementar e manter um processo contínuo de comunicação interna entre os vários níveis e funções da organização. A organização deve decidir também se realizará comunicação externa sobre a forma como segrega e acondiciona seus resíduos fora dos limites da instituição. Pelo fato de a organização planejar processos de comunicação, tanto para o seu público interno quanto para o externo, a comunicação ganha identidade, e a probabilidade de adesão dos colaboradores é muito maior. 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 8/44 A comunicação interna possui outro objetivo, melhorar a conscientização e o comprometimento dos terceiros em relação à forma como a empresa está gerenciando seus resíduos e, em alguns casos, dar mais visibilidade comercial de responsabilidade verde aos seus produtos. Assim, a empresa precisa pensar e definir como será a prática da comunicação e, posteriormente, monitorar a eficiência desse sistema. Há empresas que optam por publicar o resultado da coleta de cada setor comparativamente. Desta forma, se estabelece uma competição entre as áreas para ver quem faz mais certo. Há outras que usam os murais e áreas de convivência para apresentar cartazes, distribuem pequenos brindes que os colaboradores usam no dia a dia para fomentar as mudanças, como canecas, pen-drives e outros objetos com propaganda. Portanto, é importante termos em mente que o poder público não é o único responsável pela cadeia dos resíduos sólidos. Os consumidores, os produtores e os fabricantes, entre outros atores sociais, também precisam se engajar e ter uma participação efetiva no processo. Os planos e programas de gestão representam um grande avanço e também um desafio para toda a sociedade brasileira, pois necessitam da participação de todos os segmentos sociais na sua implementação, como já mencionamos. Além disso, não podemos esquecer que é uma responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e o reconhecimento dos diferentes resíduos, bem como o seu tratamento, disposição, reutilização e reciclagem. Tudo isso não deixa de ser um dever, uma valorização social e promoção da saúde e da cidadania. 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 9/44 Metodologia e uso das tecnologias De acordo com a Resolução Anvisa n.º 306/04, o tratamento é uma metodologia que consiste na aplicação de técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de danos ao meio ambiente. Para contextualizar essa legislação, podemos pensar como exemplo a indústria da cerveja. A cerveja é obtida através da fermentação da cevada, que consiste na conversão em álcool dos açúcares presentes nos grãos de cevada. Dentro dessa industrialização, há diversos processos e diferentes etapas. A imagem apresenta as seguintes etapas da produção da cerveja: Etapa 1 – Obtenção do malte (limpeza e seleção de grãos, embebição da cevada, germinação e secagem) Etapa 2 – Preparo do mosto (moagem do malte, maceração do malte, filtração do mosto, fervura do mosto, clarificação do mosto e resfriamento do mosto) Etapa 3 – Fermentação Etapa 4 – Processamento da cerveja (maturação, filtração e carbonatação) Etapa 5 – Envase (lavagem de garrafas, envase, pasteurização e expedição) 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 10/44 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 11/44 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 12/44 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 13/44 Todos esses processos típicos de uma indústria fabricante de cervejas geram resíduos com alta carga orgânica, que deverão ser tratados em suas instalações de tratamento de efluentes. Essas indústrias geram efluentes considerados de moderados a elevados, chegando a medir de 1.200 a 3.000 mg/l de DBO (demanda bioquímica), além de sua potencial vazão, que dependerá do porte das instalações, mas pode chegar à ordem de milhares de m por dia. De forma geral, para as estações de tratamento de efluentes (ETE) as plantas são compostas por um pré-tratamento (neutralização/ equalização) e um sistema de tratamento biológico (muitas vezes integrando etapas anaeróbia e aeróbia). Ao final do tratamento, gera-se um lodo que normalmente é lançado no corpo hídrico. As metodologias e as tecnologias para o tratamento estão diretamente associadas ao tipo de efluente gerado, ao controle operacional da indústria e do comércio e às características da água utilizada, quando falamos de resíduos líquidos e de efluentes. Conforme a Resolução Conama n.º 357, de março de 2005, os efluentes de qualquer fonte poluidora só poderão ser lançados direta ou indiretamente nos corpos hídricos após o devido tratamento e obedecendo às condições, aos padrões e às exigências dispostas nessa resolução. Os tratamentos de efluentes sempre envolvem processos necessários à remoção de impurezas geradas na fabricação de produtos específicos de cada setor industrial ou comercial. Entende-se por tratamento de resíduo, de forma genérica, quaisquer processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou biológicos que alterem as características dos resíduos visando à minimização do risco à saúde, à preservação do meio ambiente, à segurança e à saúde dos trabalhadores e da sociedade em geral, da natureza e do planeta. A política prevê que, na gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade, que também podemos considerar para os resíduos líquidos: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento 3 21/05/2023, 12:31 Versão para impressão about:blank 14/44 dos resíduos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Também pressupõe para a sua consecução o planejamento por meio da elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGR), que deve conter, dentre outros elementos: Diagnóstico dos resíduos gerados ou administrados, com descrição da origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados. Descrição dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento, com definição dos procedimentos operacionais sob a responsabilidade de cada gerador, identificando as soluçõesconsorciadas ou compartilhadas com outros geradores. Ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes. As tecnologias utilizadas para os PGRs alteram a forma de apresentação, a composição e as propriedades dos resíduos, tendo como objetivo a redução do volume, tornando os resíduos menos tóxicos e buscando a destruição dos contaminantes e até mesmo do próprio resíduo, o que, no caso dos líquidos, não se aplica, pois sempre teremos águas residuais, mesmo que em menor escala. Para efeitos didáticos, os processos de tratamento são as tecnologias que podemos classificar em função dos fenômenos da remoção ou transformação e de acordo com o grau de eficiência obtido por um ou mais dispositivos de tratamento. Os dispositivos de tratamento são: remoção de sólidos grosseiros em suspensão, remoção de sólidos sedimentares, remoção de óleos, graxas e sólidos flutuantes, remoção dos odores etc. As metodologias, assim como as tecnologias, são importantíssimas para a gestão dos resíduos, pois diminuem os riscos de ocorrência de acidentes ambientais e reduzem os impactos para a saúde humana e do meio ambiente, além de evitar a contaminação do solo, das águas e do ar. Com as metodologias, é possível diminuir os riscos de as instituições terem penalidades ambientais, diminuir o desperdício da matéria-prima e, consequentemente, os impactos ambientais e econômicos. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 15/44 Análise da estrutura das ações de gerenciamento de resíduos líquidos e de efluentes Para estruturar e realizar as ações para a gestão de resíduos líquidos e dos efluentes gerados, devemos, primeiramente, pensar nas atividades que são passíveis de licenciamento ambiental, pois toda e qualquer atividade poluidora ou potencialmente poluidora deve ser licenciada. O licenciamento ambiental e os programas de gerenciamento de resíduos estão diretamente relacionados, pois empresas que normalmente geram uma vazão alta de resíduos líquidos e de efluentes só podem operar tendo licença e planos de gestão de seus resíduos. Dentro das três principais classificações de licenciamento e posterior gestão dos resíduos e rejeitos, estão as atividades industriais, comerciais e de serviços e todos os seguimentos por elas contemplados. Para analisarmos a estruturação e as ações de gerenciamento de resíduos e de efluentes, traremos como exemplo prático a indústria cosmética, que está crescendo absurdamente através do apelo estético que a indústria da moda e da beleza empregam. Estruturação e ações de gerenciamento – Indústria cosmética 1. Busca pelas licenças para o funcionamento do empreendimento junto aos órgãos ambientais responsáveis. 2. – Entrega de documentações que informem a localização do empreendimento, o tipo de atividade, a área estabelecida e demais orientações para a obtenção da licença ambiental e para a projeção do sistema de tratamento de águas residuais da empresa. 3. – Elaboração de um fluxograma e da descrição das etapas do processo de produção dessa empresa. 4. – Descrição das matérias-primas e também das quantidades, pensando em termos mensais. 5. – Descrição e a quantidade dos principais produtos produzidos pela empresa na operação mensal. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 16/44 6. – Identificação da quantidade de funcionários que trabalharão no processo e consumo de recursos mensais como energia elétrica e água. 7. – Entrega de cópia de documentos como: matrícula do imóvel, ato constitutivo da empresa e última atualização, alvará de funcionamento, licença provisória e licença de instalação. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 17/44 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 18/44 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 19/44 A empresa também necessitará verificar outros aspectos importantíssimos, tais como a região onde está sendo implantada essa indústria e também o quanto de poluição irá gerar. Se a área possuir algum manancial de abastecimento, isso deve ser informado na documentação. Também é preciso avaliar o “potencial poluidor”, o tipo e a quantidade gerada de efluente, pois o empreendedor deve ter conhecimento se há ou não risco ambiental. Normalmente, se o órgão ambiental municipal é favorável à permanência do empreendimento no local, ele adota uma postura extremamente severa e restrita nos condicionantes de operação do empreendimento. Pode até permitir o funcionamento, desde que não ocorra lançamento de efluente industrial (mesmo pós-tratamento) em corpo receptor e fiscaliza periodicamente, com vigor, a empresa e todos os seus processos. Em um tratamento de efluente industrial, seja de que área for, deve-se pensar nos condicionantes para se obter um tratamento com níveis de eficiência altos, e o Programa de Gerenciamento de Resíduos Líquidos e de Efluente (PGRLE) atua diretamente nessa questão. É uma importante ação do PGRLE lançar o efluente tratado com qualidade superior ou igual a um corpo hídrico natural. A empresa deve ter, dentro do processo, um sistema operando com análise de laudos comprovando essa eficiência, que será reportada ao órgão licenciador. Além dos resíduos efluentes, também devemos pensar nos demais resíduos gerados, como os resíduos sólidos de variadas naturezas, pois, em uma empresa, há pessoas transitando, interagindo e convivendo, produzindo resíduos orgânicos e inorgânicos. No caso do nosso exemplo, que é uma empresa de cosméticos, ela deve realizar amostragens e análises laboratoriais das águas da lavagem dos reatores conforme as categorias dos produtos fabricados. Em decorrência dos resultados obtidos, pode-se projetar o sistema de tratamento das águas de lavagem dos reatores, levando em consideração os itens abaixo. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 20/44 A concentração, se for muito alta, exigirá uma porcentagem de remoção próxima a 100%. A tratabilidade dos resíduos depois de submetidos a ensaio de tratamento físico-químico. A variedade de químicos que compõe os produtos fabricados O PGRLE deve buscar sempre boas estratégias para que a gestão seja eficaz. Para resíduos líquidos e efluentes dentro do nosso exemplo, a melhor opção é a de rever os procedimentos de limpeza dos reatores, possibilitando a geração do menor volume de água possível, podendo ser uma limpeza a seco, a vácuo ou a vapor. Outra preocupação nas ações dentro da estrutura do PGRLE é o cuidado com o material residual do processo, pois deve ser tratado sob a ótica de subproduto, devendo ser encontrada alguma forma de utilização alternativa, buscando, assim, a premissa da sustentabilidade. Uma opção permitida pela legislação, mas onerosa do ponto de vista econômico, é a disposição final do efluente como resíduo em aterros sanitários ou incineradoras. A própria natureza tem a capacidade de decompor a matéria orgânica presente nas águas, porém no caso dos efluentes líquidos lançados por empresas de grande porte, sendo um ou mais efluentes produzidos em grande quantidade e em pouco tempo, é fundamental e obrigatório que o seu tratamento seja realizado dentro da empresa. Neste caso, é exigida uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) para descontaminar aquele líquido residual da fabricação dos produtos. O gerenciamento correto é muito importante, pois os resíduos líquidos serão devolvidos à natureza e, para que não causem danos ambientais ou à saúde humana, devem ser devidamente tratados a fim de se remover ao máximo suas impurezas. O descarte de resíduos líquidos na natureza deve obedecer às resoluções e aos padrões exigidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que classifica os tipos de efluente e o seu destino mais adequado, chamado de corpos 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 21/44 de água. Segundo a classificação, os efluentes devem ser lançados nos corpos de água quando estiverem limpos e puros, voltando a ser comoeram na origem da captação. Considerando as diferentes atividades industriais e os processos de produção realizados por elas, entendemos que existem diversos tipos de efluentes industriais com diferentes composições físicas, químicas e biológicas. Dessa forma, os níveis de impacto desses resíduos líquidos sobre o meio ambiente também são variáveis. De um modo geral, as indústrias devem ser mantidas sob um rígido controle de identificação e tratamento adequado de seus efluentes, e é aí que entram o licenciamento, a fiscalização e a gestão dos resíduos, porque tudo está interligado, fazendo parte um do outro em todo o processo. Por essa razão, realizar o correto descarte dos resíduos líquidos, efluentes, resíduos sólidos e resíduos gasosos é obrigatório, pois eles afetam a qualidade, a composição e o equilíbrio ambiental quando são depositados na natureza, de onde a matéria-prima foi retirada. É de responsabilidade da própria indústria gerir seus resíduos e primar pela qualidade de vida, bem-estar, equilíbrio e preservação da natureza, uma vez que descartar resíduos afeta a composição do meio ambiente, contamina o solo, a água e o ar, ameaçando a própria existência humana. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 22/44 Relatório de avaliação do programa de gerenciamento de resíduos Após a implementação dos PGRs, é de fundamental importância que seja feita uma avaliação do desempenho desses planos e programas. Essa avaliação pode ser feita através de diferentes recursos, como, por exemplo, check-lists, fichas de verificação, fluxogramas, gráficos, planilhas, dentre outros que serão definidos pela equipe de gestão de resíduos líquidos e de efluentes da empresa. Esses indicadores servirão à direção da empresa como base para a elaboração de relatórios periódicos, que avaliarão as relações das etapas de gestão dos resíduos geradores e verificarão se todo o processo está cumprindo o seu objetivo. Os relatórios servem também para a correção dos desvios e problemas observados, tanto nos aspectos da gestão interna dos resíduos como da gestão externa, pois um relatório bem efetuado auxiliará no cumprimento das questões éticas e legais que os órgãos ambientais exigem. Esse relatório também sinaliza a necessidade dos indispensáveis treinamentos dos colaboradores, trazendo a consciência e a participação integrada de todos os responsáveis. Para que o documento técnico chamado de relatório esteja completo, são necessários os elementos a seguir. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 23/44 Estabelecer os períodos e formas de avaliação do PGR, de acordo com indicadores específicos (considerando cada instituição e o seu resíduo). Relatar se os resultados esperados foram ou serão atingidos e, se existirem diferenças entre esses resultados, quais são as razões. Abordar se outros indicadores, com melhor desempenho e mais pertinentes do que os estabelecidos, podem ser utilizados na continuidade do plano. Criar mecanismos para o acompanhamento apontando os resultados das avaliações realizadas. Propor adaptações ao programa onde for necessário, considerando as avaliações feitas e outras auditorias internas e externas, se houverem. Expor e discutir os acordos realizados com a equipe e o setor responsável pelas adaptações propostas e considerá-las no orçamento do programa. O relatório é uma ferramenta de gestão mais do que uma ferramenta de controle, porque, além de ele narrar o andamento do projeto e seus elementos tangíveis, está inserido no processo de informação, de comunicação e de busca de educação ambiental e de melhorias contínuas. Ele é uma ferramenta que possibilita a compreensão da instituição sobre as realidades e a tomada de decisões para as intervenções. O relatório facilita a avaliação de maneira que as equipes e os responsáveis tenham uma ideia clara da gestão dos seus diversos resíduos, aperfeiçoando os indicadores identificados durante o planejamento para avaliar o desempenho da implantação. Tipos de PGR Há diferentes tipos de programas de gerenciamento de resíduos e nós veremos, na sequência, três deles: PGR da construção civil, dos serviços de saúde e da indústria. Mas, antes de abordarmos esses programas, é necessário retomarmos 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 24/44 os estudos sobre as diferentes classificações, pois cada resíduo possui as suas particularidades e será tratado conforme o seu grupo, como já vimos em outras unidades curriculares. Para a correta separação e armazenagem, os resíduos recebem a seguinte classificação, conforme a NBR 10.004 da ABNT, que segue o critério dos riscos potenciais ao meio ambiente: Classe I – Resíduos perigosos: Levam em consideração os riscos à saúde pública em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Por exemplo: os resíduos de serviço de saúde (clínicas, hospitais, biotérios etc.). Classe II – Resíduos não inertes: Não apresentam periculosidade, porém não são inertes, podem ter propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. Por exemplo: fábricas de papel e plástico. Classe III – Resíduos inertes : São aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR 10.007 da ABNT), não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isso significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Por exemplo: entulho gerado na construção civil. Clique nas abas para visualizar as classificações. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 25/44 Classe I – Resíduos perigosos Levam em consideração os riscos à saúde pública em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Por exemplo: os resíduos de serviço de saúde (clínicas, hospitais, biotérios etc.). Classe II – Resíduos não inertes Não apresentam periculosidade, porém não são inertes, podem ter propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. Por exemplo: fábricas de papel e plástico. Classe III – Resíduos inertes São aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR 10.007 da ABNT), não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isso significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Por exemplo: entulho gerado na construção civil. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 26/44 Para cada tipo de resíduo sólido, uma tratativa correspondente deve ser seguida, obedecendo à sua classificação. Cada etapa do processo pode gerar rejeitos diversos, isto é, dentro de um processo produtivo, desde a fase inicial até a conclusão do produto final, partes dos componentes são perdidos em função das ineficiências dos processos. Tanto podem ser partículas sólidas como líquidas ou gasosas. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 27/44 Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRSCC) O setor da construção civil vem consumindo recursos naturais do planeta de forma acelerada. Os resíduos oriundos dessas atividades não deixam de ser recursos que o meio ambiente fornece, os quais são modificados pelo homem para sanar necessidades de moradia e também para administrar o setor da indústria de construção, ocorrendo, dessa forma, o desenvolvimento econômico de diferentes regiões. Infelizmente, há problemas ambientais diversos nessas áreas, principalmente quando os resíduos da construção civil são depositados de forma desregrada em aterros clandestinos, acostamentos e rodovias. Ações têm sido criadas para reverter essa situação, é o caso da Resolução Conama n.º 307/02, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil e cria a cadeia de responsabilidades, onde o gerador, o transportador e osmunicípios têm seus compromissos e suas responsabilidades. A indústria da construção civil é responsável por impactos ambientais, sociais e econômicos consideráveis, em razão de possuir uma posição de destaque na economia brasileira. Apesar de gerar inúmeras vagas de empregos, viabilizar o sonho da aquisição da moradia e trazer infraestrutura para as cidades, faz-se necessária uma política abrangente para o correto destino dos resíduos gerados. Em razão disso, o Conama formulou a Resolução n.º 307/02, que responsabiliza os geradores de resíduos do processo de novas construções, como também de reformas, reparos e demolições de estruturas e rodovias. Além disso, estabelece critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais. O gerenciamento dos resíduos oriundos da construção e demolição (RCD) deve, primeiramente, não atuar como uma ação corretiva, mas como uma ação educativa, criando condições para que as empresas envolvidas na cadeia produtiva 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 28/44 possam exercer suas responsabilidades sem produzir impactos socialmente negativos. Segundo Pinto (2005), os princípios gerais que devem orientar a formulação dos PGRSCC são: Facilitar a ação do conjunto dos agentes envolvidos Disciplinar sua ação institucionalizando atividades e fluxoss Incentivar sua adesão tornando vantajosos os novos procedimentoss Segundo o Guia para Elaboração de Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, existem algumas etapas para aplicar um PGRSCC. Planejamento É importante que a concepção do projeto arquitetônico tenha preocupações com a modulação, com o sistema construtivo a ser adotado, com o tipo de material a ser empregado e com a integração entre os projetos complementares, sempre na busca da não geração de resíduos. Caracterização A fase da caracterização é particularmente importante no sentido de identificar e quantificar os resíduos e, desta forma, planejar qualitativa e quantitativamente a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final dos resíduos. Triagem ou segregação A segregação deverá ser feita nos locais de origem dos resíduos, logo após a sua geração. Para tanto, devem ser feitas pilhas próximas a esses locais, que serão transportadas posteriormente para seu acondicionamento. Acondicionamento inicial Após a segregação e ao término da tarefa ou do dia de serviço, os resíduos de construção civil (RCC) devem ser acondicionados em recipientes estrategicamente distribuídos até que atinjam volumes tais que justifiquem seu transporte interno para o depósito final de onde sairão para a reutilização, reciclagem ou destinação definitiva. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 29/44 Acondicionamento final O acondicionamento final depende do tipo de resíduo, da quantidade gerada e de sua posterior destinação. Para os resíduos que serão mandados para fora da obra a localização dos depósitos deve ser estudada de tal forma a facilitar os trabalhos de remoção pelos agentes transportadores. Transporte interno dos RCC O transporte interno dos RCC entre o acondicionamento inicial e final geralmente é feito por carrinhos ou giricos, elevadores de carga, gruas e guinchos. O operador da grua aproveita as descidas vazias do guincho para transportar os recipientes de acondicionamento inicial dos RCC até o local do depósito final conforme sua classificação. Reutilização e reciclagem na obra A ideia da reutilização de materiais deve nortear o planejamento da obra desde a fase da concepção do projeto, o que possibilitará, por exemplo, a adoção de escoramento e andaimes metálicos que são totalmente reaproveitáveis até o final da obra. Clique nas abas para visualizar as etapas. Planejamento É importante que a concepção do projeto arquitetônico tenha preocupações com a modulação, com o sistema construtivo a ser adotado, com o tipo de material a ser empregado e com a integração entre os projetos complementares, sempre na busca da não geração de resíduos. Caracterização A fase da caracterização é particularmente importante no sentido de identificar e quantificar os resíduos e, desta forma, planejar qualitativa e quantitativamente a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final dos resíduos. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 30/44 Triagem ou segregação A segregação deverá ser feita nos locais de origem dos resíduos, logo após a sua geração. Para tanto, devem ser feitas pilhas próximas a esses locais, que serão transportadas posteriormente para seu acondicionamento. Acondicionamento inicial Após a segregação e ao término da tarefa ou do dia de serviço, os resíduos de construção civil (RCC) devem ser acondicionados em recipientes estrategicamente distribuídos até que atinjam volumes tais que justifiquem seu transporte interno para o depósito final de onde sairão para a reutilização, reciclagem ou destinação definitiva. Acondicionamento final O acondicionamento final depende do tipo de resíduo, da quantidade gerada e de sua posterior destinação. Para os resíduos que serão mandados para fora da obra a localização dos depósitos deve ser estudada de tal forma a facilitar os trabalhos de remoção pelos agentes transportadores. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 31/44 Transporte interno dos RCC O transporte interno dos RCC entre o acondicionamento inicial e final geralmente é feito por carrinhos ou giricos, elevadores de carga, gruas e guinchos. O operador da grua aproveita as descidas vazias do guincho para transportar os recipientes de acondicionamento inicial dos RCC até o local do depósito final conforme sua classificação. Reutilização e reciclagem na obra A ideia da reutilização de materiais deve nortear o planejamento da obra desde a fase da concepção do projeto, o que possibilitará, por exemplo, a adoção de escoramento e andaimes metálicos que são totalmente reaproveitáveis até o final da obra. É fundamental haver uma gestão adequada dos RCC, pois há ótimos benefícios, implicando muitas melhorias, tais como: um canteiro de obras mais limpo; aumento considerável no reaproveitamento de resíduos, gerando economia financeira e de recursos naturais; novas oportunidade do ponto de vista empresarial; organização nos processos de trabalho, beneficiando os trabalhadores; diminuição de acidentes, proporcionando qualidade de vida; diminuição do impacto ambiental; e muitos outros aspectos sociais, ambientais e econômicos. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 32/44 Programa de Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde (PGRSS) Aproximadamente 149.000 toneladas de resíduos residenciais e comerciais são geradas diariamente, e os resíduos de serviços de saúde (RSS) compõem 2% da fração total desses resíduos. Esses resíduos especiais requerem um tratamento prévio antes da disposição final, pois são resíduos onde predominam riscos biológicos sérios. Com base nisso, deve-se considerar o conceito de cadeia de transmissão de doenças, que envolve características do agente agressor, como a capacidade de sobrevivência, de virulência, de concentração e resistência, e da porta de entrada do agente às condições de defesas naturais do receptor. Em decorrência dessas questões, foram publicadas as legislações que amparam o cuidado sobre os resíduos de serviço de saúde, dadas pelas resoluções RDC Anvisa n.º 306/04 e Conama n.º 358/05, que dispõem, respectivamente, sobre o gerenciamento interno e externo dos RSS. São legislações importantes que destacam como forma de gestão a segregação na fonte, a orientação para os resíduos que necessitam de tratamento e a possibilidade de solução diferenciada para disposição final, desde que aprovada pelos órgãos de meio ambiente, limpeza urbana e de saúde. Conforme essas diretrizes, os geradores de RSS são todos os serviços relacionados com: o atendimentoà saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para a saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento, serviços de medicina legal, drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 33/44 saúde, centro de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores, produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro, unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, dentre outros similares. O Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é um documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo de resíduos sólidos da área de saúde, envolvendo todos os setores acima citados. Ele corresponde a todas as etapas de um programa de gerenciamento de resíduos que serão abordadas a seguir. Agora, veremos de forma mais específica as etapas dos PGR dentro de uma instituição, por ordem de prioridade, desenvolvendo quais são elas e o que elas significam dentro de todo o processo. Vamos lá! Clique nas abas para visualizar as etapas. Levantamento dos tipos de resíduos e quantidades geradas Consiste na verificação dos tipos de resíduos e das quantidades em que eles são gerados em cada uma das fontes geradoras. Identificação dos tipos de resíduos Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações sobre o correto manejo dos RSS. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 34/44 Acondicionamento dos RSS Consiste no ato de embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. Coleta e transporte interno dos RSS A coleta e o transporte interno dos RSS consistem no traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade de disponibilização para a coleta. É nesta fase que o processo se torna visível para o usuário e o público em geral, pois os resíduos são transportados nos equipamentos de coleta (carros de coleta) em áreas comuns. Armazenamento temporário dos RSS Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à disponibilização para coleta externa. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 35/44 Armazenamento externo O armazenamento temporário externo consiste no acondicionamento dos resíduos em abrigo, em recipientes coletores adequados, em ambiente exclusivo e com acesso facilitado para os veículos coletores no aguardo da realização da etapa de coleta externa. Coleta e transporte externo dos RSS A coleta externa consiste na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, pela utilização de técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente. Devem estar de acordo com as regulamentações do órgão de limpeza urbana. Levantamento dos tipos de resíduos e quantidades geradas: Consiste na verificação dos tipos de resíduos e das quantidades em que eles são gerados em cada uma das fontes geradoras. Identificação dos tipos de resíduos: Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações sobre o correto manejo dos RSS. Acondicionamento dos RSS: Consiste no ato de embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 36/44 Coleta e transporte interno dos RSS: A coleta e o transporte interno dos RSS consistem no traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade de disponibilização para a coleta. É nesta fase que o processo se torna visível para o usuário e o público em geral, pois os resíduos são transportados nos equipamentos de coleta (carros de coleta) em áreas comuns. Armazenamento temporário dos RSS: Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à disponibilização para coleta externa. Armazenamento externo: O armazenamento temporário externo consiste no acondicionamento dos resíduos em abrigo, em recipientes coletores adequados, em ambiente exclusivo e com acesso facilitado para os veículos coletores no aguardo da realização da etapa de coleta externa. Coleta e transporte externo dos RSS: A coleta externa consiste na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, pela utilização de técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente. Devem estar de acordo com as regulamentações do órgão de limpeza urbana. A diferença importante desse plano especificamente é considerar as características e os riscos dos resíduos, as ações de proteção à saúde e ao meio ambiente e os princípios da biossegurança de empregar medidas técnicas administrativas e normativas para prevenir acidentes, já que apresentam graves riscos em função de componentes químicos, biológicos e radioativos. O PGRSS deve contemplar medidas de envolvimento coletivo, pois o planejamento deve ser feito em conjunto com todos os setores, definindo-se responsabilidades e obrigações de cada um em relação aos riscos. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 37/44 Reconhecendo a responsabilidade dos estabelecimentos de serviços de saúde no gerenciamento adequado dos RSS, a RDC Anvisa n.º 306/04, no seu capítulo IV, define que é da competência dos serviços geradores de RSS: 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 38/44 A elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), obedecendo a critérios técnicos, legislação ambiental, normas de coleta e transporte dos serviços locais de limpeza urbana e outras orientações contidas neste Regulamento. A designação de profissional, com registro ativo junto ao seu Conselho de Classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, ou Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber, para exercer a função de Responsável pela elaboração e implantação do PGRSS. A designação de responsável pela coordenação da execução do PGRSS. Prover a capacitação e o treinamento inicial e de forma continuada para o pessoal envolvido no gerenciamento de resíduos, objeto deste Regulamento. Fazer constar nos termos de licitação e de contratação sobre os serviços referentes ao tema desta Resolução e seu Regulamento Técnico, as exigências de comprovação de capacitação e treinamento dos funcionários das firmas prestadoras de serviço de limpeza e conservação que pretendam atuar nos estabelecimentos de saúde, bem como no transporte, tratamento e disposição final destes resíduos. Requerer às empresas prestadoras de serviços terceirizadas a apresentação de licença ambiental para o tratamento ou disposição final dos resíduos de serviços de saúde, e documento de cadastro emitido pelo órgão responsável de limpeza urbana para a coleta e o transporte dos resíduos. Requerer aos órgãos públicos responsáveis pela execução da coleta,transporte, tratamento ou disposição final dos resíduos de serviços de saúde, documentação que identifique a conformidade com as orientações dos órgãos de meio ambiente. Manter registro de operação de venda ou de doação dos resíduos destinados à reciclagem ou compostagem, obedecidos os itens 13.3.2 deste Regulamento. Os registros devem ser mantidos até a inspeção subsequente. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 39/44 A responsabilidade por parte dos detentores de registro de produto que gere resíduo classificado no grupo B, de fornecer informações documentadas referentes ao risco inerente do manejo e disposição final do produto ou do resíduo. Estas informações devem acompanhar o produto até o gerador do resíduo. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 40/44 Programa de Gerenciamento de Resíduos da Indústria (PGRI) Há aproximadamente 20 anos atrás, o problema dos resíduos e sua disposição não recebia muita atenção. A sociedade pouco se preocupava, principalmente com a disposição inadequada que normalmente levava à intensa poluição das águas e à contaminação dos solos, afetando diretamente a saúde humana e o meio ambiente. A poluição ambiental foi agravada, como sabemos, quando iniciou a Revolução Industrial, uma vez que a tecnologia empregada melhorou as condições de vida na sociedade pré-moderna, contribuindo para o crescimento populacional. Tudo isso fez com que o homem necessitasse investir em novas técnicas de produção em massa, para atender à demanda de consumo cada vez maior. Ainda somos muito consumistas e, com o aumento desenfreado da população mundial, há o aumento do volume dos resíduos gerados. Para se ter uma ideia do crescimento demográfico da população, no ano de 1900 éramos aproximadamente 2 bilhões de pessoas. Hoje estima-se que haja entre 7 e 8 bilhões de pessoas no mundo, ou seja, a população quadriplicou em apenas duas gerações. Essa reflexão é para demonstrar que os desafios da humanidade são muitos e os das indústrias são ainda maiores. Conforme a Resolução Conama 313/2002, resíduo sólido industrial é todo resíduo que resulte de atividades industriais e que se encontre nos estados sólido, semissólido, gasoso quando contido e líquido, cujas particularidades tornem inviáveis o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face de melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição. O gerenciamento dos resíduos industriais não é diferente das demais gestões, porém possui alguns pormenores que veremos a seguir. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 41/44 Clique nas abas para visualizar o conteúdo. Elaboração do PGRS A empresa deverá possuir Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGRS) atualizado e seguir as diretrizes de acordo com a política ambiental da empresa e com o efluente, ou efluentes, que está gerando. Elaboração de ficha de emergência e envelope De acordo com o Decreto 88.821/83 e a Resolução 420 da ANTT, a ficha de emergência é um documento de responsabilidade do expedidor. A norma que especifica todos os requisitos dessa ficha é a ABNT NBR 7503. Licenciamento ambiental e emissão de DTRP De acordo com o Decreto Estadual n.º 14.024, de 6 de junho de 2012, a Declaração de Transporte de Resíduos Perigosos (DTRP) deverá ser emitida pelo gerador de resíduos perigosos, no caso de transporte intermunicipal, e deve constar a quantidade anual estimada dos resíduos transportados. Segregação de resíduos nos pontos de geração Os resíduos sólidos industriais devem ser segregados de acordo com o tipo, conforme a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 e a NBR 10.004 da ABNT. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 42/44 Armazenagem de resíduos Os resíduos líquidos devem ser tratados dentro da empresa, geralmente em estações de tratamento de efluentes (ETEs), e os demais resíduos sólidos, armazenados temporariamente para posterior tratamento e/ou destinação final de acordo com o tipo. Para armazenamento de resíduos perigosos, deve-se considerar a ANBT NBR 12.235/92 (armazenamento de resíduos sólidos perigosos). Registros de movimentação de resíduos Todos os registros relativos ao tipo e à quantidade dos resíduos produzidos e o encaminhamento dado aos mesmos deve ser mantido atualizado. Coleta de resíduos O transporte dos resíduos é realizado em veículos adequados para cada tipo de resíduo e suas embalagens. Os motoristas são capacitados com o curso MOPP – Movimentação Operacional de Produtos Perigosos. Os motoristas e coletores são treinados para atendimento a emergências. Tratamento de resíduos e/ou destinação final O tratamento consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de dano ao meio ambiente. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 43/44 Elaboração do PGRS: A empresa deverá possuir Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGRS) atualizado e seguir as diretrizes de acordo com a política ambiental da empresa e com o efluente, ou efluentes, que está gerando. Elaboração de ficha de emergência e envelope De acordo com o Decreto 88.821/83 e a Resolução 420 da ANTT, a ficha de emergência é um documento de responsabilidade do expedidor. A norma que especifica todos os requisitos dessa ficha é a ABNT NBR 7503. Licenciamento ambiental e emissão de DTRP De acordo com o Decreto Estadual n.º 14.024, de 6 de junho de 2012, a Declaração de Transporte de Resíduos Perigosos (DTRP) deverá ser emitida pelo gerador de resíduos perigosos, no caso de transporte intermunicipal, e deve constar a quantidade anual estimada dos resíduos transportados. Segregação de resíduos nos pontos de geração Os resíduos sólidos industriais devem ser segregados de acordo com o tipo, conforme a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 e a NBR 10.004 da ABNT. Armazenagem de resíduos Os resíduos líquidos devem ser tratados dentro da empresa, geralmente em estações de tratamento de efluentes (ETEs), e os demais resíduos sólidos, armazenados temporariamente para posterior tratamento e/ou destinação final de acordo com o tipo. Para armazenamento de resíduos perigosos, deve-se considerar a ANBT NBR 12.235/92 (armazenamento de resíduos sólidos perigosos). Registros de movimentação de resíduos Todos os registros relativos ao tipo e à quantidade dos resíduos produzidos e o encaminhamento dado aos mesmos deve ser mantido atualizado. Coleta de resíduos O transporte dos resíduos é realizado em veículos adequados para cada tipo de resíduo e suas embalagens. Os motoristas são capacitados com o curso MOPP – Movimentação Operacional de Produtos Perigosos. Os motoristas e coletores são treinados para atendimento a emergências. 21/05/2023, 12:32 Versão para impressão about:blank 44/44 Tratamento de resíduos e/ou destinação final O tratamento consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de dano ao meio ambiente. A preocupação com o meio ambiente e a busca do equilíbrio, cuidando dos processos e da gestão dos diversos resíduos gerados no seguimento industrial proporcionam segurança e proteção, além de serem um dever social e ético, trazendo à comunidade a certeza de dever cumprido. Os programas de gerenciamento ambiental, não só os voltados à indústria, têm como premissa a seriedade com a preservação e o cuidado com os passivos ambientais. Outra premissa é o comprometimento no investimento de técnicas e tecnologias para aperfeiçoar a cada dia os sistemas, as pessoas e os órgãos ambientais competentes, já que todos nós somos responsáveis direta ou indiretamente pelo planeta em que vivemos.
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