Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO EMERGÊNCIAS E CUIDADOS INTENSIVOS PARÂMETROS DE NORMALIDADE EM CÃES E GATOS: Cães: FC: 60-160 bpm FR: 18-35 rpm TPC: Tempo de preenchimento capilar 1-2s = normal 2-4s = desidratado >5 = gravemente desidratado Temperatura: 37,5ºC - 39,2ºC Gatos: FC: 160-240 bpm FR: 20-40 rpm TPC: Tempo de preenchimento capilar 1-2s = normal 2-4s = desidratado >5 = gravemente desidratado Temperatura: 37,8ºC - 39,2ºC Teste de turgor cutâneo: EMERGÊNCIA X URGÊNCIA - CONCEITO: Emergência: Ocorrência ou situação perigosa de aparecimento súbito e imprevisto, que necessita de solução imediata Processo com risco iminente à vida Exige tratamento imediato para manter funções vitais e evitar incapacidade ou compli- cações graves Exemplo: Choque, parada cardíaca e respiratória, hemorragia grave, traumatismo crânio-encefálico, atropelamento, afogamento. Urgência: Ocorrência ou situação perigosa de aparecimento rápido, mas não necessariamente imprevisto, necessitando de solução em curto prazo Processo agudo clínico ou cirúrgico, sem risco de vida iminente Há risco de evolução para complicações mais graves ou mesmo fatais, porém, não existe um risco iminente de vida Exemplo: Fraturas, feridas lácero-contusas sem grandes hemorragias, vômito e di- arréia, anúria, piometra. MEDICINA DE EMERGÊNCIA: Implementação de manuais e protolocolos no serviço de emergência e cuidados inten- sivos Hora de ouro: 1º após o trauma Þ Manejo adequado neste momento = maior chance de sucesso na reversão SISTEMA DE TRIAGEM - CAPÚM: C - CENA: Descrição do acontecimento. Como? Onde? Quando? Com quem? A - ALERGIA: O paciente é alérgico a algum fármaco? P - PASSO / PRENHEZ: Há histórico de doenças, cirúrgias ou internamentos prévios? Há possibilidade de gestação? Ú - ÚLTIMA REFEIÇÃO: O que e quando o animal se alimentou pela última vez? M - MEDICAÇÃO EM USO: Há algum fármaco em uso que possa interagir com a medica- ção a ser utilizada? CLASSIFICAÇÃO DE CLASSES: Classe I: Atendimento imediato - RCP (Reanimação cardiorespiratória) Inconsciência, apnéia, ausência de pulso, hipotermia, midríase, ausência de choque cardí- aco. Classe II: Máximo 10min - Respira ou ventila mal Instabilidade cardiovascular, possível obstrução de vias áerias, distrição respiratória. Classe III: Até 1h Possível instabilidade respiratória com comprometimento hemodinâmico. Possível choque mecânico, lesões aparentes por trauma. Classe IV: Atendimento possível 24-72h Sem definição de queixa principal. ABCD DO TRAUMA: Exame físico rápido e direcionado ao problema que pode matar o animal. A- VIAS ÁEREAS = DESOBSTRUÇÃO: Intubação, cricotireoideotomia, punção cricoide, traqueotomia Manejo Primário: Avaliar permeabilidade das vias áreas (sinais de obstrução) Desobstrução, sucção, oxigenação Administração de O2 alto fluxo (Sat >95% - 10 a 12L/min) Tratar hipoxemia - aumentar O2 no alvéolo Diminuir FR Diminuir trabalho no miocárdio Balão de O2 + fluxímetro e vávula reguladora + máscara / tenda / colar Manejo Avançado: Intubação e ventilação endotraqueal Indicações: Diminuição do nível de consciência ou quadro que pode evoluir desfavoravel- mente. Material utilizado: Tubo endotraqueal, ambu, laringoscópio, lidocaína em felinos (para evitar reflexo de glote). Manejo Cirúrgico: Punção cricotiróidea, cricotireoidotomia, traqueostomia B- RESPIRAÇÃO = ASSEGURAR OXIGENAÇÃO: Oxigenioterapia, toracocentese, inserção de dreno torácico Avaliar: FR (padrão respiratório, movimentos simétricos) Ausculta e percussão TPC Coloração de mucosa (Cianose: Comprometimento de 50% da capacidade pulmonar) Oximetria de pulso (>90%) Identificar: Pneumotórax Hemotórax Þ Toracocentese terapêutica e/ou diagnóstica C- CIRCULAÇÃO = CONTER HEMORRAGIAS: Dissecação acesso periférico, compressão abdominal, autotransfusão Avaliar: Nível de consciência: diminuído Mucosa: hipocorada ou cianótica FC: aumentada, ritmo PA: aumentada ou diminuída Diurese: diminuída Temperatura da pele: fria Cuidado com tríade da morte: Coagulopatia, hipotermia, acidose metabólica. Terapia: Repor volume com CRISTALÓIDE e HEMODERIVADOS. Fluidoterapia: Restabelecer o volume sanguíneo circulante, hidratação e equilíbrio he- modinâmico. Drogas vasoativas - manter a perfusão: Dopamina 2 a 5ug/kg/min - Dobutamina 5 a 10ug/kg/min - Efedrina 0,3mg/kg - Adrenalina 0,01 a 0,03ug/kg/min - Noradrenalina 0,05 a 01ug/kg/min D- ESTADO DE CONSCIÊNCIA: Avaliação neurológica. E- EXPOSIÇÃO E CONTROLE DO AMBIENTE: EXAMES COMPLEMENTARES: DEFINIÇÕES DE CHOQUE: Perfusão e oxigenação inadequada dos órgãos e tecidos Estado onde a ampla e intensa redução na perfusão tecidual e se prolongada irreversí- vel lesão tecidual Qualquer condição que a demanda de oxigênio excede a sua capacidade de utilização CLASSIFICAÇÕES DE CHOQUE: Circulatório: Hipovolêmico: Diminuição do volume sanguíneo - Trauma, hemorragia, desidratação Cardiogênico: Diminuição do débito cardíco - Insuficiência cardíaca congestiva, arrit- mia, tamponamento cardíaco Distributiva: Disfunção que altera a entrega de sangue - Vasodilatação, síndrome da veia cava, sepse Metabólico: Disfunção da produção de energia intracelular - hipoglicemia, intoxicação por cianeto Hipóxia: Diminuição da concentração de oxigênio arterial - anemia, intoxicação por monóxido de carbono Fisiopatologia do choque: Ausência do metabolismo energético Perda da integridade da membrana celular, pois para de funcionar as bombas Aumento do fluxo intracelular Edema celular, pois entra Na e H20 Formação de radical livre Necrose ou apoptose celular FASES DO CHOQUE: Fase compensada: Resposta fisiológica ao choque - taquicardia, vasoconstrição Redistribuição do fluido intersticial para o espaço vascular - sangue é dirigido para cir- culação central (órgãos nobres) Liberação de vasoativos (manter PA) - catecolaminas / vasopressina (ADH) / ativação do SRAA Vasoconstrição periférica, aumento da contratilidade Fase descompensada: Progressão na gravidade do choque Perda dos mecanismos de compensação - incapacidade de manter PA e metabolismo celular normal Diminuição da perfusão tecidual Fase terminal: Hipotensão persistente Acidose metabólica grave Bradicardia - não tem mecanismos de vasoconstrição Perda do tônus vasomotor e vasodilatação - diminuição da resposta a catecolaminas, na concentração de ADH e aumento de óxido nítrico Má distribuição do fluxo sanguíneo a órgãos não vitais Colapso cardiovascular e morte SINAIS CLÍNICOS ASSOCIADOS AO ESTÁGIO DO CHOQUE: Fase compensada: Sinais vitais normais (ou leve taquicardia) Mucosas normocoradas TPC normal Pressão arterial normal Fase descompensada inicial: Taquicardia (em cães) Mucosa hipocorada TPC elevado Alteração do estado mental Hipotermia - Aquecer! - Hipotermia desativa o sitema simpático do gato Hipotensão - Reposição volêmica lenta no gato para não extravasar Porém, gatos normalmente não passam por esta fase Fase descompensada tardia: Bradicardia Hipotensão grave TPC ausente Pulso fraco ou ausente Hipotermia Perda de consciência Oligúria ou anúria Hipotermia causa essa fase tardia OBJETIVO DO TRATAMENTO DE CHOQUE: Repor o que está sendo perdido e consertar o que está quebrado. Terapia de suporte + sintomática. Podendo ser: Reposição do volume circulante Manutenção do volume circulante Uso de vasoativos Antibióticos Corticóide (não muito recomendado) Acesso intravenoso: Veias periféricas (cefálica/safena), múltiplos acessos e cateteres de grande calibre. TRATAMENTO: QUANTO ADMINISTRAR DE FLUIDO EM CASOS DE HIPOVOLEMIA: Cristalóides (Isotônicos NaCl 0,9%, Ringer Lactato) 10mL/kg em 1h Depois o paciente deve ser reavalidado durante a ressuscitaçao volêmica. Indicações: Correção de distúrbios ácido-base (leve) Reidratação Reposição de perdas Ressuscitação Cuidados: Promove distúrbios ácido-base Edema tecidual Efeitos pró-inflamatórios pelo excesso de líquidos Solução Salina Hipertônica (NaCl 7,5%) Aumenta o gradiente osmótico Rápida expansão do volume vascular Paciente deve estar hidratado Indicações: Ressuscitação volêmica- não é 1º opção Trauma / edema cerebral Hiponatremia aguda Cuidados: Efeito curto Bradicardia Desidratação - muito extra celular Dose: Cães: 3-5ml/kg Gatos: 2-3ml/kg CASO OS PARÂMETROS NÃO MELHORAREM: Vasopressores: Norepinefrina, epinefrina, fenilefrina Solução temporária Intensa vasoconstrição Diminui perfusão tecidual (quando doses muito altas) Vasopressina (ADH) Receptor da vasopressina Potente vasoconstritor Manutenção do volume circulante e equilíbrio hídrico Aumento da sensibilidade as catecolaminas Elevação da PA e DC Antibiótico de amplo espectro Feridas contaminas Risco de translocação bacteriana e sepse Lesão gastroinstestinal Lesão isquêmica Perda da barreira GI Translocação de bactériac do TGI Corticóide (controverso até hoje) Anti-inflamatório Diminuição de radicais livres Previne oerixidação lipídica Melhora resposta adrenérgica Aumenta sensibilidade a noradrenalina Cauda lesão gastrointestinal Imunossupressão Atrasa cicatrização TRAUMA TORÁCICO: ABORDAGEM DO PACIENTE DISPNEICO: Identificação da causa da dispneia: Trauma - Buscar rasuras, hematomas, dor, aumento de volume Edema pulmonar - Crepitação, balotamento, efusão, derrame Colapso de traqueia - Engasgos, ronco Asma - Sibilo, ofegância, falta de ar Padrão respiratório: Aumento do esforço respiratório Recrutamento dos músculos secundário - abdominais Abertura das narinas Respiração abdominal Aparência do paciênte dispneico: Respiração paradoxal - movimentos do tórax/abdômen sem sincronia Respiração ineficiente Respiração com boca aberta Pescoço estendido Cabeça levantada - estendendo a traqueia Posição ortopneica Exame físico: Mucosa: Cianose: Somente em hipoxemia grave (< de 80% da saturação de hemoglobina) <95% pode ofertar O2. Anemia: Pode mascarar a cianose Auscultação: Tórax e traqueia cervical Sibilos: Estreitamento de vias aéreas Inspiração - via aérea superior Expiração - via aérea inferior Crepitação: Presença de fluído - alvéolos e vias aéreas Sons fracos e abafados Afecções do espaço pleural: Hemotórax, efusões, neoplasias, hérnia diafragmática Estabilização emergencial (B): Oxigenioterapia: Máscara - não funciona em animais agitados Gaiola - 100% de O2 (cuidado com hipertermia) Colar - hipertermia Oxigênio direto na narina - 2 dedos ou uma sonda ureral em bronquios Entubação - RNC, TCE, falha das outras medidas Toracocentese: Áreas de silêncio a auscultação Se líquido ou ar Causas: Atropelamento, quedas, brigas, ferimento por arma de fogo e maus tratos. PNEUMOTÓRAX: Acúmulo de ar no espaço pleural, possui escape de ar à partir do parênquima pulmonar ou vias aéreas. Atelectasia ou colapso pulmonar. Pneumotórax traumático: Aberto Fechado - Ruptura do trato superior ou pulmões, principalmente por traqueia, brônqui- os e bronquíolos. PNEUMOTÓRAX FECHADO: Aumento abrupto da pressão intratorácica Ruptura alveolar - Traqueias / brônquios / bronquíolos Fratura de arco costal - Laceração pulmonar Sinais clínicos: Depende do grau de escape: Pequenos escapes de ar - Ausência de clínica Correção em até 24h Þ Não remover o ar - reabsorção pela pleura - monitorar Sinais de choque hipovolêmico: Hemorragias Obstrução do retorno venoso - aumento da pressão interpleural Diagnóstico: Clínico: Dispnéia, taquipnéia e cianose Exame físico: Ausculta: Sons diminuídos ou áreas de silêncios Aumento dos múrmuros vesiculares - áreas bem ventiladas - recirculação compensató- ria RX: Confirmação e avaliação da extensão Tratamento: Toracocentese: Pacientes com + de 50% de comprometimento pulmonar Dispneia grave Aspirar até encontrar resistência Pode ser utilizado para diagnóstico também, mas o líquido pode coagular na seringa Dreno torácico: Curto intervalo entre as punções e grandes volumes Resolução em 48h Toracotomia: Pneumotórax que não se resolve - lesão de via aérea PNEUMOTÓRAX DE TENSÃO: Formação de um flap da via aérea - funciona como uma válvula. Fisiopatologia: Vazamento de ar Ar entra na cavidade torácica e não sai, colápso completo do pulmão Deslocamento do mediastino para o lado oposto Diminuição do retorno venoso Compressão do pulmão contralateral Causas: Trauma penetrante ou fechado do tórax Ventilação mecânica com pressão positiva - ruptura lesão alveolar Diagnóstico: Clínico: Frequência respiratória alta, dispneia, cianose, posição ortopneica. RX: Estabilizar paciente primeiro Desvio mediastinal, diafragma aplainado. Ultrassom FAST Atendimento emergencial: Toracocentese: 1. Tricotomia 2. Assepsia 3. Material 4. Posição - decúbito esternal 5. Contenção adequada - morfina e butorfanal (melhor opção) Tratramento: Toracocentese: Alívio imediato Dreno torácico: Tto definitivo Toracotomia: Em casos de perfurações grandes PNEUMOTÓRAX ABERTO: Trauma perfurante - Rápido equilíbrio entre a pressão atmosférica e a pleural - colapso pulmonar. Mediastino fenestrado Velocidade do processo - tamanho do orifício Tratamento: Bandagem Toracocentese Toracotomia - Inspeção / hemorragias HEMOTÓRAX: Trauma torácico grave. Ruptura de vasos da parede costal, pleura, mediastino, vísceras Geralmente hipovolemia discreta Dificilmente dispneia Necessidade de grandes volumes Sinais clínicos: Hipovolemia: Vasoconstrição, aumento da FC e FR, diminuição do DC Similar ao pneumotórax Diagnóstico: RX - Líquido livre Toracocentese Tratamento: Administração controlada de fluído - reanimação hipotensiva Toracocentese - somente em casos de desconforto acentuado CONTUSÃO PULMONAR: Lesão mecânica que causa inflamação do interstício pelas lesões celulares do impacto, sendo que pode demorar até 72h para aparecer no RX. Hematose comprometida + áreas de atelectasia e hipoperfusão = insuficiência respira- tória Hemorragia no interstício pulmonar e nos alvéolos = ruptura de capilares Associada a pneumotórax, fraturas, hemotórax Tratamento: Fluidoterapia, oxigenioterapia, antibioticoterapia FRATURAS DE COSTELAS: Associada a trauma contuso (lesões associadas: pneumotórax, laceração pulmonar), dor intensa, tórax flutuante. Tratamento: Repouso, O2, bandagem com compressão suave, analgesia, cirurgia. TRAUMA ABDOMINAL: Pode ser contuso e penetrante, podendo ser secundário a acidentes automobilísti- cos, quedas, disparos de armas de fogos, brigas e mordidas. Todas as estruturas abdominais, bem como as músculo esquelético estão sujeitas a sofrer lesões no momento do impacto. A ruptura de baço e bexiga são as lesões mais frequentes nos traumas por atro- pelamento. Sinais de trauma: Feridas em região de abdômen Pequenas perfurações Hematomas em parede abdominal Lesões em seguimento lombar Hematoma em períneo Lesões relacionadas ao trauma: HEMOPERITÔNIO: Lesão esplênica Lesão hepática Avulsão vascular Avulsão renal Diagnóstico: Abdominocentese: Líquido drenado tem aspecto hemorrágico (sanguinolento) com Ht próximo ao do sangue e não coagula. Tratamento: Cirurgia: paciente estável. Compressão abdominal até a realização da cirurgia. UROPERITÔNIO: Bexiga Uretra Ureter Rim e pelve renal Diagnóstico: Abdominocentese: A concentração de creatinina no líquido peritoneal é 2x maior que a concentração de creatinina no sangue. Tratamento: Pode ter hipercalemia, a insulina ajuda a empurrar a glicose com o potássio para dentro da célula. Reconstrução da bexiga ou retirada de até 75%. Peritonite séptica: Lesão perfurante Ruptura de GI Isquemia GI Hérnias: Avulsão do tendão pré-púbico Hérnia diafragmática Outras Lesão mesentérica: Avulsão Laceração com herniação do intestino Estabilização inicial do paciente: Fluidoterapia Diagnóstico: Histórico Exame físico - palpação, toque retal US fast Análise do líquido abdominal Laparatomia exploratória RX HEMOPERITÔNIO: Acúmulo de sangue no espaço peritoneal. Diagnóstico: Coleta de amostra - líquido sanguinolento, que não coagula Ht do líquido - sangue US Tratamento: Compressão abdominal até a realização da cirurgia. Aumento da pressão intra-abdominal - aumentar resistência vascular - do tamanho do va- so. CUIDADO com a síndrome da descompressão na retirada da bandagem.Cirurgia. UROPERITÔNIO: Diagnóstico: Histórico Exame físico Sondagem - RX contrastado Exame de urina - se tem trauma, haverá hemácias Hg Perfil renal Eletrólitos - K+ ECG Laparocentese Análise de líquido peritoneal Tratamento: Hipercalemia - fluidoterapia DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS SÓDIO - Principal cátion do esqueleto EC (Extra-celular) Cães: 140 a 150mEq/L Gatos: 150 a 160mEq/L HIPERNATREMIA: Nível elevado de sódio no sangue. Cães: > 155mEq/L Gatos: > 159mEq/L Causas: Perda de água pura: Diabetes insípidus (central ou nefrogênico) Intermação / febre Perda de fluido hipotônico para LEC: Extra renal: Vômito, diarréia, peritonite, pancreatite Renal: Diurese osmótica (DM, manitol), diuréticos, IRC, IRA, diurese pós obstrução Perda insuficiente e/ou administração exagerada: Ingestão insuficiente de água Alteração no mecanismo de sede Administração de fluídos hipertônicos Hiperaldosteronismo Sintomas: Principalmente neurológicos pela saída de água do SNC. Ruptura de veias e hemorragias focais (se for aumento crônico, há mecanismos compen- satórios). Alterações neurológicas: Desorientação e convulsão Fraqueza muscular e ataxia Letargia Anorexia Vômitos Tratamento: Tratar causa de base. Repor volume e eletólitos perdidos (LEC - líquido extracelular) Facilitar a eliminação renal com reposição de fluído hipotônico Reposição lenta (48h) para evitar alterações neurológicas (edema cerebral) Cuidado com animais cardiopatas e doentes renais (edema pulmonar) Diuréticos de alça (Furosemida) - Favorece a eliminação de sódio e potássio HIPONATREMIA: Níveis baixo de sódio no sangue. Cães: < 140 mEq/L Gatos: < 149 mEq/L Causas: Incapacidade de eliminar água ingerida Perda urinária Pseudo-hiponatremia - interfere no erro da leitura: Hiperlipidemia - aumento anormal nos lípideos sanguíneos Hiperproteinemia - aumento na concentração de proteína total Pacientes com insuficiências avançadas renal - vai junto com a proteína, hepática, car- díaca Aumento da concentração de solutos no LEC: Vômitos, diarréias e inflamações que estão perdendo ou diluindo Hiperglicemia e Manitol - pode ficar hiper ou hipo Excesso de fluídos hipotônicos Sinais clínicos: Edema cerebral e pulmonar Fraqueza / Fasciculações musculares Letargia Naúsea Fraqueza Tratamento: Tratar causa de base. Reposição volêmica lenta O balanço hidroeletrolítico deve ser estabelecido em 24h-48h POTÁSSIO - Principal cátion IC (Intra-celular) - Membrana, cardio e neuro Ingestão de sódio/potássio Excreção pelos rins HIPOCALEMIA: Baixa concentração de potássio. Cães e gatos: 2,5 a 3,0mEq/L Sinais clínicos: Geralmente são assintomáticos Anorexia Poliúria Fraqueza muscular Ventroflexão de pescoço (gatos) Alterações ECG (arritmias ventriculares) Diminuição da onda T, segmento ST Prolongamento do intervalo QT Baixo aporte: Anorexia - Administração de fluído sem potássio Pseudo-hipocalemia - Hiperlipidemia, hiperproteinemia, hiperglicemia, azotemia Translocação do LEC para o LIC: Administração de Insulina / Glicose Alcalemia Aumento da excreção / perdas: TGI: Êmese, diarréia Urinário: DRC em gatos, diurése pós obstrução, excesso de mineralocorticoides (HAC, Hiperaldo), diuréticos (Alça e Tiazídicos) Tratamento: Oral: Gluconato de potássio Citrato de potássio Terapia de infusão: HIPERCALEMIA: Altas concentrações de potássio. Cães e gatos: > 6mEq/L Sinais clínicos: Bradicardia Bradiarritmias - Ausência de traçados eletrocardiográficos como a onda P, ocorrem em casos de hipercalemia mais grave Fraqueza muscular Anorexia Suspeita de: Oligúria ou anúria Hipoadrenocorticismo Obstrução uretral ou ureteral bilateral Uroabdômen Pseudo-hipercalemia: Hemólise Trombocitose Akita Transferência do LIC para o LEC: Acidose aguda Deficiência de insulina (CAD) Síndrome da lise tumoral Tromboembolismo Distrofia muscular Betabloqueadores (propanolol) Digoxina - bloqueando canais de potássio e funcionamento da bomba Redução da excreção urinária: IRA (anúria/oligúria) Obstrução uretral Ruptura de vias urinárias IECA (enalapril) AINEs (redução da TFG) Espironolactona Ciclosporina e tacrolimus Hipoadrenocorticismo Tratamento: Tratar a causa de base Fluidoterapia Objetivo: Transferir K+ do LEC para LIC Solução de glicose + insulina regular + gluconato de cálcio. CÁLCIO - 55% do cálcio total está em forma iônica que age biologicamente. HIPERCALCEMIA: Altas concentrações de cálcio. Cat > 12mg/dl ou Cai > 1,45mmol/l Não patológicas: Sem jejum Animais jovens Falso positivo Transitórias: Hemocentrações Hiperproteinemia Causas: DRC Neoplasias malignas Hiperparatireoidismo Hipervitaminose D Diuréticos Tiazidicos Lesões ósseas Sintomas: Anorexia Poliúria Polidipsia Desidratação Letargia Fraqueza Vômito Constipação Arritmia cardíaca Convulsões Urolitíase de cálcio Tratamento: Remoção da causa primária Fluidoterapia (NaCl 0,9%) Diuréticos: Furosemida - favorece eliminação de cálcio HIPOCALCEMIA: Baixas concentrações de cálcio. Cães: < 8mg/dl Gatos: < 7mg/dl Causas: Hipoalbuminemia IRC / IRA Tetania puerperal Pancreatite aguda - redução de absorção intestinal Hipoparatireoidismo primário Intoxicação por etilenoglicol: cristais nos rins, distúrbios ácido-base Hiperparatireoidismo secundário nutricional e renal - quadros avançados Sinais clínicos: Tremores e fasciculações musculares - convulsões, tremores (cães) Esfregamento facial Cãibra muscular Andar rígido Alteração comportamental: agressividade, excitação, hipersensibilidade a estímulo, de- sorientação Respiração ofegante Letargia Anorexia Tratamento: Gluconato de cálcio de 10% lento (20min) - avaliar a FC e ECG Cálcio oral Calcitriol (Vit D3) Ergocalciferol (Vit D2) HIPOFOSFATEMIA: Baixas concentrações de fósforo. Cães e gatos: 1 a 2,5mg/dl Causas: Síndrome da má absorção, IPE Quelande de fósforo Aumento da excreção: Hiperpara primário, eclampsia, DM (glicosúria), HAC (cortisol le- va a menor absorção de fosfóro nos túbulos renais, aumento da TFG) Sintomas: Redução da contratilidade cardíaca e do DC Anemia hemolítica - redução das concentrações de ATP nos eritrócitos e compromenti- mento de membranas celulares) Tratamento: Tratar causa de base Parenterais - Fosfato de potássio HIPERFOSFATEMIA: Altas concentrações de fósforo. Cães e gatos: > 6,5mg/dl Causas: Doença renal Hipoparatireoidismo Obstrução uretral Sintomas: Hipocalcemia Calcificação metastática Tratamento: Tratar a causa de base. TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO: É um insulto resultante de forças mecânicas externas aplicadas ao encefálo e às estrutu- ras que o circundam, que geram lesão estrutural e/ou interrupção da função encefálica por lesões primárias ou secundárias. FISIOLOGIA DO TRAUMA: Lesão primária: Ocorre diretamente após o evento traumático - irreversível. Lesão secundária: Diversos eventos bioquímicos que ocorrem após o trauma - rever- sível com a terapêutica. Ambas as lesões contribuem para o aumento da pressão intracraniana LESÃO PRIMÁRIA: Danos diretos ao parênquima encefálico (contusões, lacerações) Danos direto aos vasos sanguíneos (hemorragias e edemas) Lesão parênquima + vasos - fraturas instáveis Trabalhar na prevenção de acidentes! Parênquima encefálico Fraturas - Esquírolas (pequenas fraturas) Hematomas Lacerações Lesão axonal difusa Lesão vascular direta Impacto - deformação, fratura, penetração Contra superfície rígida: melhor prognóstico Impulso - aceleração e desaceleração - concussão Pior prognóstico LESÕES EM TECIDOS: Contusão: Impacto de algum objeto contra o crânio, sem lesões estruturais Concussão: Alteração da função mental ou nível de consciência causada por traumatis- mo craniano Laceração: Lesões cerebral causadas por um objeto estranho ou fragmento ósseo dentro do tecido devido a uma fratura de crânio Lesão axonal difusa: Processo de dano axonal generalizado, secundário aos mecanis- mos de rotação, aceleração e desaceleração da cabeça, bem como a propagação da foria através do cérebro após um trauma agudo ou repetitivo TIPOS DE EDEMA: Citotóxico: É o mais grave e o mais difícil de reverter Influxode sódio e cálcio (eletrólitos) gerando tumefação celular - tecido inflama e mor- re Instersticial: Pode ser caracterizado por hidrocefalia com obstrução ao fluxo de líquido cefalorraqui- diano (LCR) dentro do sistema Ventricular: ou por aumento do LCR Vasogênico: É causado por aumento da permeabilidade capilar LESÃO SECUNDÁRIA: Ocorre de minutos a horas após o evento traumático - reversível. São eventos bioquímicos que atuam em conjunto para perpetuar outros danos ao teci- do encefálico e consequente aumento da PIC. Não existe correlação entre extensão de lesão ou tempo de recuperação com o nível de consciência após o trauma e sim a injúria secundária! Crises epiléticas Þ Aumento da PIC Þ Êmese aumenta PIC TRATAMENTO: Realizar exame neurológico completo baseado na escala de Glasgow. SEPSE EM CÃES E GATOS: TERMINOLOGIA: Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS): Reação inflamatória desencadeada pelo organismo frente a qualquer agressão infecciosa ou não infecciosa. Síndrome de disfunção de múltiplos órgãos e sistemas (MODS): Função orgânica alterada, na qual a homeostase não pode ser mantida sem intervenção. SEPSE: Resposta inadequada causada pela disfunção orgânica do hospeiro frente a uma infecção com risco de vida. CHOQUE SÉPTICO: Disfunção pela presença de sepse. ALGUNS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS: TNF-alfa: Principal mediador da resposta inflamatória aguda a bactérias gram-negati- vas e outros microrganismos infecciosos e é responsável por muitas das complicações sistêmicas de infecções. Óxido nítrico: É um radical livre altamente reativo, liberação excessiva e prolongada resulta em vasodilatação generalizada e na hipotensão sistêmica. Prostaglandinas: São substâncias lipídicas que desempenham um papel na regula- ção da resposta inflamatória. A prostaglandina E2 (PGE2) é um exemplo e está associ- ada à febre e à vasodilatação. Citocinas: São proteínas reguladoras do sistema imunológico e desempenham um pa- pel crucial na resposta inflamatória. Exemplos incluem interleucinas (IL-1, IL-6, IL-8), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interferons. Evento inflamatório exacerbado, em nível sistêmico, desencadeado por vários tipos de insultos (físico, químico ou biológico): SIRS: Vasodilatação Diminuição da volemia Diminuição da temperatura Dor Consequências: Vasoconstrição (menos glicose e O2) Redistribuição do volume sanguíneo Aumento do consumo de O2 Aumento do catabolismo (glicogenólise e gliconeogênese) Anaerobiose (aumento do lactato) Mensurar lactato é um parâmetro para sépse SUSPEITA DE SIRS: PANCREATITE E SEPSE: TRANSLOCAÇÃO BACTERIANA: Passagem de microorganismos ou endotoxinas através da mucosa intestinal até a lâmina própria, e desta para os linfonodos mesentéricos e, possivelmente, para outros tecidos. SOFA: Ferramenta desenvolvida como escore para identificar, entre os pacientes com sepse, aqueles de alto risco para morte fora da UTI. DIAGNÓSTICO: Intervenção cirúrgica Secreção vaginal Secreção nasal purulenta / tosse Aumento de volume abdominal BUSCAR FOCO: Cavidade torácica Cavidade abdominal: Trato urinário, reprodutivo, GI, traumas e peritonite PARÂMETROS: AUMENTO DO LACTATO: Desequilíbrio entre produção e consumo - glicólise em condições de anaerobiose Sepse grave - hipóxia citopática - há O2 disponível, mas célula não respira pelo blo- queio mitocondrial causados pelas citocinas e pelo NO Hipoperfusão FASE DESCOMPENSADA DO CHOQUE SEPTICO: Fluxo insuficiente cérebro e coração Perda do controle vasomotor Grave comprometimento contratilidade cardíaca Hipoperfusão renal - oligúria ou anúria SARA - edema pulmonar - insuficiência respiratória CID Hipotermia Coma Palidez de mucosas TPC aumentado e pulso fraco SÍNDROME DE DISFUNÇÃO DE MULTÍPLOS ÓRGÃOS (SDMO): As citocinas na SIRS quando atingem níveis sistêmicos. Disfunção cardiorrespiratória progressiva Hipotensão e aumento da permeabilidade vascular Disfunção orgânica Morte DISFUNÇÕES ORGÂNICAS: Hipotensão (vasodilatação + aumento da permeabilidade vascular) Disfunção miocárdica Hipóxia (cianose e taquipneia) Oliúria Alteração do nível de consciência Hipoterfusão TGI (atrofia da mucosa = translocação bacteriana) Exaustão hepática Ativação de citocinas pró coagulantes Anemia Aumento de lactato Hiperglicemia TRATAMENTO: Identificação com paciente com sepse ou choque séptico. Evita ATB que paciente já tenha feito uso Infecção hospitalar = bactérias + resistentes Combinações usadas: Amoxilina + clavulanato Ampicilina + enrofloxacina Cafazolina + metronidazol FÁRMACOS + MANEJO: Vasoativos: Noradrenalina, vasopressina, adrenalina Disfunção cardiáca: Dobutamina x adrenalina Suporte ventilatório Corticóide Acidose - HCO3 CETOACIDOSE DIABÉTICA: É uma desordem metabólica aguda decorrente a uma complicação da Diabetes Mellitus. Fatores predisponentes: Erro de manejo no tratamento da diabetes Diminuição da ação ou produção de insulina Excesso de hormônios cetogênicos Processo infeccioso (piometra, ITU) Diestro - Fêmeas devem ser castradas, pois a progesterona promove a resistência a insulina Pancreatite FISIOPATOLOGIA: Quando o organismo não consegue utilizar a glicose como fonte de energia, passa a usar os ácidos gráxos. Os ácidos graxos são então convertidos Acetil CoA. Quando a quantidade de Acetil CoA excede a capacidade do ciclo de Krebs de utilizá- la para produção de energia, seu excesso é convertido em corpos cetônicos no fígado (cetogênese). Os corpos cetônicos são então liberados na corrente sanguínea e usados por tecidos como cérebro, músculos e coração como fonte alternativa de energia. DESENCADEANDO: Acidose metabólica - Desidratação - Hipovolemia - Choque - Óbito Quando a glicose excede o limiar tubular renal de absorção, continua com a diurese os- mótica, com perda de glicose, eletrólitos e água. O córtex renal é especialmente susceptí- vel às toxinas e à hipovolemia que interrompem as vias metabólicas geradoras de ATP. A isquemia pode esgotar os estoques de energia das células, levando à depleção das re- servas energéticas. Com isso, ocorre falha da bomba Na+/K+-ATPase, levando a edema e à morte celular. Sinais clínicos: Polúria Letargia, fraqueza Êmese Diarréia Anorexia Dor abdominal Desidratação - não tem polidpsia Taquipnéia Hálito cetônico Diagnóstico: Hiperglicemia Manifestações clínicas Dosagem de BHB sanguíneo, testes urinários ou sanguíneos de detecção do AcAc Tratamento: Objetivos: Restabelecer volemia e distúrbios eletrolíticos, inibir lipólise, tratar comorbidades. Fluidoterapia: Corrigir desidratação - intersticial e intracelular Corrigir a hipovolemia Aumentar filtração glomerular renal Ringer Lactato ou Cristaloide - P (kg) x % desitratação x 10) Insulinoterapia: Inibir a lipólise e diminuir a produção de corpos cetônicos Iniciar após a fluidoterapia de choque Redução da glicemia deve ser gradativa: Ideal (50 a 100mg/dl/h) / correção gligemia 4- hh / correção cetose 12-48h Insulina Regular Pico de ação: 2h Potássio: TODO animal com CAD precisa de reposição de potássio. Pois diminui com a terapia insulínica e com a correção da acidose metabólica por conta de a glicose carrear o potássio para o meio intracelular. Tratar o animal até: Melhora do ácido beta-hidroxibutírico (BHB) Melhora dos sinais do GI Interesse por alimento EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE: Regulação dos níveis de acidez e alcalinidade no organismo. O organismo tem constante produção de ácidos, sendo eles os ácidos orgânicos e volá- teis. Ácidos orgânicos: Ácido lático: É um subproduto do metabolismo anaeróbico, processo no qual o corpo produz energia na ausência de oxigênio suficiente. Cetoácido: Metabolismo de corpos cetônicos, que são produzidos durante a quebra de gorduras quando há falta de glicose como fonte de energia. Ácido úrico: Composto orgânico resultante do metabolismo das purinas, substâncias encontradas em certos alimentos e também produzidas naturalmente pelo organismo. Fosfatos: Sais minerais que contêm fósforo e oxigênio, conhecidos como íons fosfato - ácido maisimportante dentre os derivados do fósforo. Ácido volátil: CO2: Proveniente do metabolismo celular. FISIOLOGIA DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE: pH: O pH é uma medida que descreve a concentração de íons de hidrogênio (H+) em uma so- lução aquosa. 7.35 - 7.45 = pH normal do sangue. Sistemas tampão: São soluções que buscam manter aproximadamente constantes o pH, mesmo com a adi- ção de pequenas quantidades de ácidos ou bases. Proteínas plasmáticas: Capacidade de aceitar ou liberar íons de hidrogênio (H+) para ajudar a regular o pH dos fluidos corporais. Se combinar com íons de H+ - ácido Se liberar íons de H+ - base Fosfatos: Se o pH aumenta, os íons de hidrogênio fosfato podem liberar íons H+ para diminuir o pH. Se o pH diminui, os di-hidrogenofosfatos podem capturar íons H+ para aumentar o pH. Bicarbonato - PRINCIPAL: Se o pH aumenta, o bicarbonato atua como uma base, combinando-se com íons H+ para reduzir o pH. Se o pH diminui, o bicarbonato se dissocia, liberando íons de hidro- gênio para aumentar o pH. Transporte de CO2: Quando um ácido se acumula no sangue, o bicarbonato do siste- ma tampão se combina com o mesmo, alterando o equilíbrio próprio do sistema tam- pão. Quando o CO2 é produzido nos tecidos durante o metabolismo celular, ele se combina com água para formar ácido carbônico (H2CO3), que se converte em bicarbo- nato e íons de H+. Isso permite que o CO2 seja transportado no sangue em uma for- ma solúvel e menos ácida. Os rins podem reabsorver bicarbonato dos túbulos renais para ajudar a regular a quantidade de íons H+ eliminados na urina, ajudando a manter o pH. ACIDEMIA: Acúmulo de ácidos. Causas: Aumento da produção: Ácido lático - indicativo de sepse Acetoácido - pode ter diabetes associada, cetose Fósforo - parte renal afetada Redução da eliminação pulmonar: Alterações pulmonares Alterações neurológicas Redução dos sistemas tampão: Principalmente redução do bicarbonato Redução da absorção dos rins - perda renal Diarreia - perda GI Inibidores da anidrase carbônica (diuréticos - acetazolamida, brinzolamida e dorzolami- da) Sínais clínicos: Náusea Êmese Hiperventilação Casos mais graves: Disfunção cardíaca, arritmias, coma ALCALEMIA: Aumento da eliminação de ácidos - pulmonar. Aumento dos tampões - maior neutralização de ácidos. Acúmulo de bicarbonato Perda de cloro - geralmente secundário a um distúrbio eletrolítico Causas: Aumento da FR e bicarbonato METABÓLICO X RESPIRATÓRIO: Se o problema causa alteração de CO2 é distúrbio respiratório, o restante é metabólico. SISTEMAS COMPENSATÓRIOS: Se o problema é metabólico, a resposta é respiratória Se o problema é respiratório, a resposta é metabólica MECANISMOS COMPENSATÓRIOS DE ACIDOSE: Proteínas plasmáticas associam o H+ Aumento da eliminação de CO2 - hiperventilação Aumento da excreção renal de H+ e absroção de HCO3- MECANISMOS COMPENSATÓRIOS DE ALCALOSE: Proteínas plasmáticas dissociam o H+ Hemoglobina capta CO2 (reduz FR) Absorção renal de H+ Não é muito efetiva Resposta compensatória ameniza o problema, mas nunca normaliza o pH. HEMOGASOMETRIA: Coleta: Sangue arterial: Avaliar parte respiratória Sangue venoso: Supeita metabólica Seringa heparinizada Vedação imediata - não pode ter contato com O2 Parâmetros avaliados: pH PCO2 PO2 - importante para distúrbios pulmonares HCO3 - bicarbonato Valores de referência - venosa: Valores de referência arterial: VALORES NA HEMOGASOMETRIA: pH: pH baixo é acidose pH alto é alcalose HCO3- (Bicarbonato): HCO3- baixo é acidose metabólica HCO3- alto é alcalose metabólica pCO2 (Pressão Arterial): pCO2 baixo é alcalose respiratória pCO2 alto é acidose respiratória DISTÚRBIOS MISTOS: Problemas metabólicos e respiratórios associados. Ex: Doença renal (perda de tampão) + alterações pulmonares (retenção de ácido). MECANISMOS COMPENSATÓRIOS ACIDOSE: Acidose metabólica (perda de bicarbonato ou aumento de ácidos) 1. Redução do HCO3 2. Redução do pCO2 - Alcalose respiratória Acidose respiratória: 1. Aumento de pCO2 2. Aumento de HCO3 - Alcalose metabólica MECANISMOS COMPENSATÓRIOS ALCALOSE: Aumento de HCO3 - alcalose metabólica Aumento do CO2 - alcalose respiratória Redução do CO2 - alcalose respiratória Redução do HCO3 - Acidose metabólica ACIDOSE POR PERDA DE BICARBONATO OU ACÚMULO DE ÁCIDOS: Mensurar por eletrólitos. Se ocorre perda de bicarbonato, o cloro aumenta para compensar as cargas negati- vas. Perda de bicarbonato, o organismo equilibra aumentando a absorção de cloro. Se a causa é acúmulo de ácidos orgânicos (ânios), o bicarbonato está reduzido e o cloro está normal. Ânion Gap: Ácidos orgânicos que não conseguimos medir, ânios não mensurados. Ajuda identificar a causa dos distúrbios ácido-base. Alcalose por perda de Cloro: O cloro e bicarbonato são cargas - Se perde muito CL (vômito), o bicarbonato aumenta para manter o ambiente neutro Se houver alcalose e o CL estiver baixo, a perda de cloro que ocasionou ACIDOSE METABÓLICA: Causas: Com aumento de ânion gap: CAD Acidose lática Acidose urêmica Intoxicação por etilenoglicol Com ânion gap normal: Diarreia por perda de HCO3 Hipoadrenocorticismo - não produz aldosterona que promove a reabsorção de Na+ e bicarbonato Acidose tubular renal Tratamento: Reposição de bicarbornato. ACIDOSE RESPIRATÓRIA: Causas: Depressão do centro respiratório - fármacos Doenças neuromusculares - botulismo Doenças respiratórias Obstruções vias aéreas superiores Restritivas - pneumotórax, efusão pleural Asma, pneumonia Tratamento: Tratar causa de base e oxigenioterapia. ALCALOSE RESPIRATÓRIA: Causas: Hipóxia Hiperventilação central Tratamento: Tratar doença de base. PERGUNTAS E RESPOSTAS: 1. Um cão com 8 meses de idade apresenta alterações eletrocardiográficas, as mais des- critas como aumento da onda P, prolongamento dos intervalos PR e QT, redução ou in- versão da onda T, infradesnível do segmento ST e onda U. Possivelmente esse animal apresenta? Resposta: HIPERCALEMIA - Aumento de potássio. 2. Lili é uma cadela com diagnóstico de diabetes mellitus há 3 meses e está em trata- mento com insulina NPH. Após o início do tratamento, os sintomas de PU, PD, PF e PP diminuíram consideravelmente, porém há 3 dias, Lili está apresentando prostração intensa, anorexia, e apresentou 3 episódios eméticos. Qual a sequência do tratamento que podemos realizar para a Lili? Resposta: Reposição volêmica com suplementação de potássio, suporte gástrico, insulina re- gular em infusão contínua. 3. A cetoacidose diabética é caracterizada por: Resposta: Hiperglicemia, desidratação com perda de eletrólitos, produção de corpos cetôni- cos e acidose metabólica. 4. As manifestações compatíveis com tremores musculares e fasciculações, ataxias, cri- ses epiléticas, agitação, hipersensibilidade e agressão, desorientação. Essas manifes- tações são características de: Resposta: Hipocalcemia. 5. Em casos de hipercalemia, além de restaurar a perfusão renal e administrar fluidos isentos ou pobres em potássio, alguns procedimentos devem ser considerados: Resposta: Administrar solução de glicose + insulina regular e gluconato de cálcio. 6. Pensando no atendimento emergencial, quais os parâmetros mais importantes a se- rem avaliados? Resposta: Mucosas, TPC, auscultação cardio-pulmonar, pulso, nível de consciência, tempera- tura.
Compartilhar