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Aula 01 AFRFB 2009 ECONOMIA

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CURSO ON-LINE – ECONOMIA PARA AFRFB 2009 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
www.pontodosconcursos.com.br 
1
Economia 
 Aula 1 
Estimados (as) futuros (as) colegas de Serviço Público Federal, 
É com muito prazer que damos início ao nosso curso de economia voltado à 
prova de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB. 
Gostaria de informá-los que o curso será o mais direcionado possível, 
abordando a teoria e a correspondente associação de exercícios necessários a 
fixação do conteúdo e consolidação do aprendizado. Ao final de cada aula teremos 
uma lista de questões de provas anteriores, sendo feita ainda a resolução destas 
nas páginas finais. 
Importante destacar que a ESAF vem aos poucos mudando um pouco a cara 
das questões propostas, abordando tanto o mesmo conteúdo de forma mais literal 
(menos conta e mais interpretação) como também exigindo do candidato, pontos 
antes não solicitados, nos moldes das questões de contas nacionais solicitadas no 
último concurso para Especialista de Políticas Públicas do MPOG em 2009. 
Agora o mais importante. Estudem com toda a atenção possível esta primeira 
aula. A ESAF SEMPRE faz questões abordando as Contas Nacionais e o Balanço 
de Pagamentos. Acredito piamente que uma questão é certa de cair e é bem 
possível a presença de duas questões abordando a matéria desta aula. Lembre-se 
bem, serão cinco questões de economia. Se você acertar ao menos duas, os 40% 
mínimos na prova já estarão garantidos. 
Uma ótima aula a todos e um grande abraço, 
Francisco 
CURSO ON-LINE – ECONOMIA PARA AFRFB 2009 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
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2
Introdução à Macroeconomia. Conceitos Macroeconômicos Básicos. 
Identidades Macroeconômicas fundamentais. Formas de mensuração do 
Produto e da Renda Nacional. O Sistema de contas nacionais. Contas 
nacionais no Brasil. Noções sobre o balanço de pagamentos. 
Introdução à Macroeconomia 
A Macroeconomia trata da evolução da economia como um todo, verificando 
o comportamento dos grandes agregados econômicos como renda (o que nós 
trabalhadores ganhamos no fim do mês), o produto interno (total de bens e serviços 
produzidos dentro das fronteiras do país), investimento (realizado pelas empresas), 
poupança (dos consumidores) e consumo agregados, nível geral de preços, 
emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de 
pagamentos e taxas de câmbio. 
O desenvolvimento da chamada Macroeconomia exigiu o acompanhamento 
desses agregados para aferição do desempenho geral da economia do país. Todos 
os dados obtidos são disponibilizados em valores monetários, por incluírem diversos 
produtos e serviços que não podem ser simplesmente somados, como é o caso de 
automóveis, casas e etc. Devido a alguns aspectos que serão estudados por nós 
oportunamente, veremos que estes valores de bens e serviços são apresentados a 
preços correntes (nominais) ou a preços constantes (reais). 
No estudo da Economia são desenvolvidas diversas ferramentas, tais como 
os índices estatísticos e os deflatores (estes inclusive são vistos em estatísitica), que 
nada mais representam que medidas de variações dos preços, tanto para cima como 
para baixo. 
Em relação à teoria macroeconômica, podemos dizer que ela se preocupa 
com as questões conjunturais, de curto prazo. Dentre estas citamos em especial o 
desemprego, entendido como a diferença entre a produção efetivamente realizada e 
a produção potencial da economia, situação na qual todos os recursos econômicos 
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3
estejam totalmente empregados. Junto com o desemprego, citamos a inflação, 
responsável pelo aumento contínuo do nível geral dos preços. 
Diante desta pequena explanação, podemos definir as seguintes metas da 
política macroeconômica: 
Pleno emprego dos recursos (máquinas trabalhando nas fábricas, por 
exemplo); 
Estabilidade dos preços; 
Distribuição da renda socialmente justa; 
Crescimento e Desenvolvimento Econômico. 
O pleno emprego de recursos refere-se a que todos os recursos produtivos 
estão sendo utilizados da forma mais eficiente possível, o que significa tanto uma 
maior produção de bens e serviços como também uma minimização do nível de 
desemprego. 
A estabilidade de preços garante calmaria ao ambiente econômico, sendo um 
dos pilares para o crescimento econômico sustentado sem a necessidade de 
aumento generalizado dos preços. 
A distribuição da renda socialmente justa refere-se à capacidade do país de 
evitar a concentração da maior parte da riqueza gerada nas mãos de poucos. 
 
Finalmente temos o crescimento com o devido desenvolvimento econômico, 
voltado à ampliação da capacidade produtiva do país e a melhoria do bem-estar 
econômico e social da população. 
Abordados estes pontos passemos agora à análise das variáveis 
macroeconômicas que são utilizadas para mensurar os resultados da economia, seja 
em termos de geração de renda e despesa agregadas da população, seja em 
termos de nível de produto da economia, ao que chamamos de Produto Interno 
Bruto – PIB. 
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4
Identidades Macroeconômicas fundamentais 
Iniciamos nosso estudo neste tópico abordando as chamadas óticas de 
mensuração da atividade econômica. 
A ótica do produto 
O produto da economia é representado pelo somatório dos bens e serviços 
finais produzidos no país durante um determinado período de tempo, sendo 
comumente considerado o período anual. O seu cálculo deve evitar o problema de 
dupla contagem, ou seja, deve fazer parte deste somente os bens e serviços finais, 
até porque não faz sentido somar bens e serviços que são insumos1 para fabricação 
de novos bens e serviços. 
Exemplo: Na produção de um pneu são utilizados diversos insumos, tais como borracha, 
malha de aço e mão-de-obra (estágio 1 de produção). Imaginemos que são gastos com estes 
matérias um total de R$ 100 e que o pneu seja produzido e vendido por R$ 150 (estágio 2 de 
produção). O resultado do produto calculado corretamente é dado pelo o que foi produzido por outras 
empresas em termos de matérias-primas (borracha, malha de aço e mão-de-obra) que é igual a R$ 
100,00, mais o que foi gerado de produto, em termos monetários, com a produção e venda do pneu, 
sendo representado pelo valor de R$ 150,00 menos o custo de produção, que foi igual a R$ 100,00, 
num total de R$ 50,00. 
Veja que o valor encontrado em termos de produto da economia (R$ 150) é 
simplesmente o valor obtido com a produção e venda do pneu, motivo pelo qual 
dissemos anteriormente que o cálculo do produto se dá a partir dos bens e serviços 
finais produzidos na economia. 
A fórmula para o cálculo do produto é representada pelo somatório de todos 
os bens finais produzidos na economia multiplicado pelo valor monetário de cada 
bem ou serviço. 
 
1 Insumo são produtos, ou dito de outra forma, fatores de produção utilizados no processo produtivo. 
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5
Produto = ∑
=
n
i
ii xQP
1
)( ,(somatório dos preços x somatório dos bens e 
serviços finais). 
Podemos ainda calcular o produto através do conceito de valor adicionado, 
que é a diferença entre o valor bruto da produção de cada unidade produtiva menos 
o custo intermediário para a produção desses bens. Por exemplo, o valor agregado 
na produção de pneus é igual ao valor da produção dos próprios pneus menos o 
consumo de borracha e fios de aço utilizados na sua fabricação. 
A ótica da Renda 
A Renda é o somatório das remunerações dos fatores de produção2, tais 
como os salários, os juros, os aluguéis e os lucros. 
Para que uma economia funcione é necessário que tenhamos no mínimo dois 
agentes econômicos.As empresas são responsáveis pela produção de bens e 
serviços. Já as famílias são responsáveis por consumir os bens e serviços 
produzidos pelas empresas. 
Devemos compreender que para que as empresas possam produzir, elas 
necessitam de uma série de insumos, tais como mão-de-obra, espaço, dinheiro para 
usar na compra de bens intermediários e, de forma imprescindível, serem 
remuneradas pela sua atividade produtiva, a qual chamamos de lucro. 
 
2 Os salários remuneram o fator de produção mão-de-obra. Os juros remuneram o fator de produção “dinheiro” empregado no 
processo produtivo. Os aluguéis representam o pagamento do fator de produção “espaço” utilizado na produção. Os lucro 
representam a própria remuneração da atividade produtiva privada. 
Valor adicionado = Valor bruto da produção - Compra de bens e serviços intermediários 
(receita total das vendas) (custo dos bens intermediários) 
Valor adicionado = 100 (estágio 1)+ 150 (estágio 2) – 100 (consumo intermediário) = 150
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Todos estes insumos são encontrados no chamado mercado de fatores de 
produção, representação do mercado onde se encontram os insumos utilizados no 
processo produtivo. 
Por meio da referência teórica denominada de fluxo circular de renda ocorre 
a interação entre o mercado de fatores de produção e o mercado de bens e 
serviços, onde famílias e empresas realizam suas trocas, promovendo assim o 
atendimento às necessidades das famílias e a rentabilidade do processo produtivo. 
O fluxo circular de renda 
O estudo macroeconômico trata da formação e distribuição do produto e da 
renda gerados pela atividade econômica, tendo como base o fluxo contínuo que 
se estabelece entre os chamados agentes econômicos. Esse fluxo (Fluxo Circular 
de Renda) precisa ser periodicamente mensurado (quantificado), para que se 
possa avaliar o desempenho da economia no período. Esta mensuração pode ser 
feita tanto pelo lado da produção e venda de bens e serviços finais na economia 
(ótica do produto e da despesa), como também pela renda gerada no processo 
produtivo (ótica de renda), que é a remuneração dos fatores de produção 
(salários (w), juros (j), aluguéis (a) e lucros(l)). 
 
As empresas produzem bens e serviços usando vários insumos, tais como trabalho, 
terra e capital (prédios e máquinas). Estes insumos, conforme já vimos, são 
Empresas Famílias 
Mercado de 
fatores de 
produção 
Mercado de 
bens e serviços 
Consumo Receita 
Salários, aluguéis, 
juros e lucro 
Renda 
Venda de bens e 
serviços 
Compra de bens 
e serviços 
Trabalho, terra,
capital 
Insumos de 
produção 
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chamados fatores de produção. As famílias são as proprietárias dos fatores de 
produção, que os oferecem para a produção de bens e serviços. 
As famílias e as empresas interagem nos dois mercados. No mercado de 
bens e serviços as famílias são compradoras e as empresas vendedoras. Nos 
mercados de fatores de produção as famílias são vendedoras e as empresas 
compradoras. 
A ótica da despesa 
Para entendermos o conceito de agregados macroeconômicos, podemos 
supor uma economia em que só existam três empresas. A empresa A produz 
trigo, sendo que o total de sua produção é vendido para a empresa B, que produz 
a farinha de trigo. O total de farinha de trigo produzida pela empresa B é vendido 
a Empresa C, que produz o pão e o vende aos consumidores finais. 
 
QUADRO I – EMPRESA (A) (PRODUTORA DE TRIGO) 
 Despesas de Produção Receitas 
Salários 80 Vendas de trigo para 
Juros 30 Empresa B 140
Aluguéis 20 
Lucro 10 
Total 140 140
Do lado esquerdo do quadro encontram-se relacionadas às despesas 
necessárias para a produção de R$ 140 de trigo. Por simplificação e supondo que 
só existam as três empresas citadas, o setor trigo não tem despesas com a 
compra de matérias-primas, ou seja, a despesa da empresa A (R$ 140) é apenas 
o que ela gasta com o pagamento ou remuneração dos fatores de produção: 
salário, que é a remuneração do trabalho, (80); juros (30), que remunera o capital 
emprestado; aluguel da terra (20) e, finalmente, o lucro de (10), que representa a 
remuneração da capacidade empresarial, obtida pela diferença entre a receita da 
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vendas (140) e o pagamento dos demais fatores de produção (80 + 30 + 20 = 
130). 
Do exposto até aqui, podemos verificar a existência de uma identidade ou 
igualdade entre produto, renda e despesa. Se a nossa economia fosse constituída 
apenas pela empresa A, teríamos: 
Produto = 140 de trigo; 
Renda = 140, proveniente dos fatores de produção; 
Despesa = 140, pagos pela empresa B na aquisição de trigo que, no caso, 
representa o consumo total da economia ou também chamada de despesa 
agregada. 
 
PRODUTO = RENDA = DESPESA AGREGADA = 140 
A empresa B apresenta a seguinte situação com a fabricação da farinha de 
trigo: 
Quadro II Empresa B – Produção de Farinha de Trigo 
Despesa de Produção Receitas 
Compra de Trigo da Empresa A 140 Vendas da Farinha de Trigo 
- Salários 50 para a Empresa C 245
- Juros 10 
- Aluguéis 15 
- Lucros 30 
 Total 245 245
 
Finalmente, para o caso da empresa C, que deseja produzir pães, temos 
a seguinte formatação das receitas e das despesas. 
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Quadro III Empresa C - Produção de Pães 
Despesas de Produção Receitas 
Compra de Trigo da Empresa B 245 Vendas de pães para os 
- Salários 60 Consumidores finais 390 
- Juros 20 
- Aluguéis 30 
- Lucros 35 
 Total 390 390 
 
Com o entendimento do conceito de Demanda Agregada, podemos derivar o 
que chamamos de Identidade Macroeconômica Fundamental. 
Produto Agregado (valor final da produção de bens e serviços) = 
Renda Agregada (salários + juros + alugueis + lucros) = 
Despesa Agregada (consumo final com bens e serviços) 
Um Pouco de Despesa Agregada (ou Demanda Agregada) 
Despesa Agregada é o gasto dos agentes econômicos com o Produto 
Agregado. 
No exercício anterior, bastante simplificado, a Despesa Agregada é 
composta apenas pelos gastos das famílias com bens e serviços finais. Esse 
gasto é conhecido como o consumo das famílias (C). 
O Consumo é igual à compra de pão, 390. Vemos que ele é idêntico ao 
Produto Agregado, mas medido pela ótica dos agentes da Despesa. 
DEMANDA AGREGADA = CONSUMO
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Poupança Agregada, Investimento Agregado e Depreciação 
A partir de agora passamos a considerar que as famílias não gastam toda 
sua renda em bens de consumo. Na verdade elas também poupam, consumindo 
menos do que efetivamente ganham. Da mesma forma, as empresas não 
produzem apenas bens de consumo, mas também bens de capital3 que se 
incorporam à produção, aumentando a capacidade produtiva da economia. 
Poupança Agregada 
Poupança Agregada (S), conforme dissemos acima, é a parte da Renda 
Agregada (RA) que não é gasta em consumo. 
Poupança Agregada (S) = Renda Agregada – Consumo Agregado 
Diante desta característica, podemos dizer que, pelo lado das famílias, a 
Renda Agregada será dividida em duas parcelas, uma referente ao consumo de 
bens e serviços e a outra referente à poupança (Poupança Agregada), gerada 
pelo total disponível de Renda Agregada menos o consumo (Consumo 
Agregado). 
Renda Agregada (RA) = Consumo Agregado (C) + Poupança Agregada(S) 
Esta equação é a simples manipulação da equação anteriormente 
derivada! 
Investimento Agregado e Depreciação 
Em sentido econômico, podemos definir investimento como sendo a 
geração ou ampliação da capacidade produtiva das empresas, ou seja, quando 
uma empresa compra máquinas e equipamentos para ampliar o seu processo 
 
3 Máquinas e equipamentos. 
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produtivo, dizemos que esta empresa está realizando um investimento em 
termos econômicos. Para que exista uma diferenciação importante, ressaltamos 
que a colocação de recursos financeiros (dinheiro) em aplicações financeiras, 
não representa investimento no sentido econômico, ok? 
O Investimento agregado (I) é dividido em duas partes: A primeira 
referente ao que chamamos de acúmulo de estoques, que nada mais é que o 
total de bens que foram produzidos no período anterior e que não foram 
consumidos. A empresa ao estocar as mercadorias não vendidas (e que não 
são perecíveis) está realizando investimento no sentido econômico. A segunda 
parte do Investimento é formada pelos bens que aumentam a capacidade 
produtiva da economia para os períodos seguintes (chamados de bens de 
capital). 
Conclui-se então que o Investimento (também chamado de Taxa de 
Acumulação do Capital) é composto pelos bens de capital (máquinas e imóveis), 
e pela variação de estoques (ΔE), ou seja, tudo que foi produzido e não 
consumido em dado período. Nas contas nacionais, as maquinas e imóveis são 
também chamados de Formação Bruta de Capital Fixo (FBKf ou Ibk). 
Com estas considerações, podemos definir a variável investimento como 
sendo: 
I = FBKf + ΔE 
Deve-se observar que o Investimento Agregado é um conceito que 
envolve produtos físicos, ou seja, "investimento em ações" também não seria 
considerado investimento no sentido econômico. 
A parte do Investimento formada pela Formação Bruta de Capital Fixo 
sofre com o processo da depreciação, que seria o desgaste natural devido a 
sua utilização no processo produtivo num dado período de tempo. 
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Este conceito introduz a uma diferença entre o que chamamos de 
Investimento Bruto e Investimento Líquido. 
Il (Investimento Liquido) = Ib (Investimento Bruto) - d (Depreciação) 
Sabemos que os bens produzidos na Economia são parte demandados 
pelas famílias, sendo chamados de bens de consumo. De outra parte temos os 
Investimentos4 demandados pelas empresas que são incorporados ao processo 
produtivo. 
Com a inclusão do Investimento feito pelas empresas, podemos derivar a 
seguinte fórmula da Demanda Agregada: 
Demanda Agregada (DA) = Consumo Agregado (C) + Investimento 
Agregado (I) 
A Identidade Macroeconômica Poupança Agregada igual à Despesa 
Agregada 
Se levarmos em consideração a Identidade Macroeconômica 
Fundamental de que Produto Agregado (PA) = Renda Agregada = Demanda 
Agregada, concluiremos que a Poupança Agregada da Economia (S) é igual ao 
Investimento Agregado (I). 
Renda Agregada (RA) = Demanda Agregada (DA), logo: 
Consumo Agregado (C) + Poupança Agregada (S) = Consumo Agregado 
(C) + Investimento Agregado (I) 
Poupança Agregada (S) = Investimento Agregado (I) 
 
4 Um pouco mais a frente, faremos, dentro do tópico das contas nacionais no Brasil, a distinção entre o chamados 
investimento privados e os investimentos públicos. 
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13
A conclusão de que a Poupança Agregada da Economia é igual ao 
Investimento Agregado parte do pressuposto de as empresas se utilizam da 
parcela da Renda Agregada não consumida, a Poupança, financiando os seus 
novos projetos através de empréstimos e financiamentos junto ao sistema 
financeiro, que é responsável pela captação da poupança das famílias. 
O Governo como participante do Processo Econômico 
Nas relações entre famílias e empresas encontramos o governo, agente 
econômico que exerce a função tanto de ofertante de bens e serviços, na forma 
da justiça, segurança pública, como também demandante de outros bens e 
serviços, essenciais ao funcionamento do Estado. 
O fluxo circular de renda abaixo, já estudado por nós, inclui agora o 
governo, servindo a sociedade com os chamados bens públicos e, na outra 
ponta, mantendo o funcionamento da máquina pública através da cobrança de 
diversos tributos. 
 
Com a presença do governo a Renda Agregada passa a ser destinada 
não somente para Consumo (C) e Poupança (S), mas também para pagamento 
de Impostos (T). 
Empresas Famílias 
Mercado de 
fatores de 
produção 
Mercado de 
bens e serviços 
Consumo Receita 
Salários, aluguéis, 
juros e lucro 
Renda 
Venda de bens e 
serviços 
Compra de bens e 
serviços 
Trabalho, terra,
capital 
Insumos de 
produção 
Governo
impostos impostos 
Bens públicos Bens públicos
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Sendo assim, temos: 
 
Renda = Consumo(C) + Poupança (S) +Impostos (T) 
Observação: A partir de agora vamos utilizar os termos sem o complemento agregado 
(a), mesmo se tratando do conjunto da Economia, Ok? 
Da mesma forma que o governo cobra tributos para financiar suas 
atividades, este realiza gastos para suprir as demandas de consumo por bens 
públicos de famílias e empresas. 
Com a inclusão do governo, temos a Demanda Agregada derivada da 
seguinte forma: 
 DA = Consumo (C) + Investimento (I) + Gastos do Governo (G) 
Sendo válida a Igualdade Macroeconômica Fundamental de que a Renda 
Agregada = Demanda Agregada, temos que: 
 C + S + T = C + I + G 
Rearranjado os termos, chegamos a seguinte equação: 
 I = S + (T – G), sendo (T – G) a poupança ou despoupança do 
governo. 
A poupança ou despoupança do governo representa a forma pela qual o 
governo administra o orçamento público. Quando ele gasta mais do que 
arrecada, necessita realizar operações de empréstimos (crédito) com o setor 
privado, para cobrir o déficit ocorrido. 
Podemos ainda tirar outras conclusões do resultado da equação I = S + (T 
– G). O investimento agregado (I), ou também FBKf (Formação bruta de Capital 
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Fixo) + ΔE (variação de estoques), é financiado pela Poupança das Famílias 
(Poupança Privada) mais a Poupança ou Despoupança do governo. 
Algumas conclusões 
Iniciamos o assunto Contas Nacionais - Identidades Macroeconômicas 
abordando a interação entre empresas e famílias no mercado de bens e 
serviços e no mercado de fatores de produção. No primeiro deles os ofertantes 
são as empresas e os demandantes as famílias. Já no segundo os 
demandantes são as empresas e os ofertantes as famílias. Com a inclusão do 
governo, este passa a interagir com famílias e empresas, ofertando bens e 
serviços públicos e demandando bens e serviços para a manutenção de sua 
atividade. Este entendimento refere-se ao que chamamos de uma economia 
fechada, de tal maneira que o país não realiza trocas com o resto do mundo. 
A partir do próximo tópico introduziremos o resto do mundo como 
participante do processo econômico, de forma a medirmos a efetiva participação 
do resto do mundo no resultado das contas nacionais. 
 Guardemos bem esta fórmula, que diz que o Investimento é igual ao 
somatório das poupanças privada e pública: 
I = S + (T – G) 
Ela é indispensável para a solução de questões que versem sobre as 
Identidades Macroeconômicas. 
Apenas como exemplo, até mesmo porque se trata de uma questão um tanto 
quanto antiga, vamos resolver uma questão de prova que versou exatamente sobre 
a matéria estudadaaté o momento: 
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(INSS/AUDITOR – ESAF/2002) Considere os seguintes dados: poupança líquida 
=100; depreciação = 5; variação de estoques = 50. Com base nessas 
informações e considerando uma economia fechada e sem governo, a formação 
bruta de capital fixo e a poupança bruta total são, respectivamente: 
a) 100 e 105 
b) 55 e 105 
c) 50 e 100 
d) 50 e 105 
e) 50 e 50 
Algumas questões de concurso informam os dados das variáveis a partir dos 
seus valores líquidos. A esse respeito devemos nos preocupar em sempre utilizar os 
dados pelos seus valore brutos. Isto ocorre na questão proposta acima, em que a 
poupança é dada em termos líquidos. Para que cheguemos ao resultado bruto, no 
qual utilizaremos para resolver a questão, devemos adicionar a depreciação, 
destacada como um dos dados das questões. Assim sendo, temos que a poupança 
bruta será o resultado da poupança líquida adicionada da depreciação. 
Sbruta = Slíquida + depreciação = 100 + 5 = 105; 
Considerando que estamos tratando de uma economia sem governo, para se obter o 
resultado da Formação Bruta de Capital Fixo (Fbkf), temos que nos valer da 
identidade macroeconômica I = S (investimento igual a poupança). Assim sendo, 
temos: 
I = Fbkf + ΔE (variação de estoques) 
Fbkf + ΔE = 105; considerando que a variação de estoques desta economia ao 
longo de um período foi de 50, temos que Fbkf é igual a 55; 
Fbkf + 50 = 105 
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17
Fbkf = 55 
Gabarito: letra b 
O Balanço de Pagamentos 
Considera-se que o comércio internacional é benéfico a economia do país, 
pois este traz vantagens decorrentes da divisão do trabalho (bens e serviços 
disponíveis) e da especialização (cada país se especializa nos bens e serviços em 
que possui vantagem comparativa). O princípio das vantagens comparativas baseia-
se no fato de que se cada país deve produzir e vender os produtos para os quais 
possui maior vocação, ou seja, este produzirá com menor custo, ensejando um 
acúmulo de divisas (dinheiro) suficientes para adquirir os bens e serviços para os 
quais tem menor vantagem comparativa5. 
Estrutura do Balanço 
O Balanço de pagamentos é um registro estatístico-contábil de todas as 
transações econômicas realizadas entre os residentes do país com os residentes 
dos demais países no mundo. De outra forma podemos dizer que estão registrados 
no Balanço de Pagamentos todas as exportações e importações de mercadorias e 
serviços, os fretes de cargas, os seguros das mercadorias, os empréstimos obtidos 
no exterior dentre outros. Podemos dizer que o Balanço de Pagamentos registra 
todas as transações com mercadorias, serviços e capitais entre a economia nacional 
e o resto do mundo. 
A estrutura do Balanço de Pagamentos se divide em duas grandes partes, os 
chamados Balanço de Transações Correntes e o Balanço Financeiro e de 
 
5 Podemos dizer que o Brasil possui vantagem comparativa em relação aos Estados Unidos na produção de 
produtos agropecuários. No caso dos EUA, estes possuem vantagem comparativa na produção de softwares e 
hardwares. O resultado mais lógico seria a exportação por parte do Brasil de produção agropecuários para o 
EUA e a importação de produtos associados à tecnologia da informação. 
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Capital. Na maior parte dos concursos as questões versam sobre as transações 
correntes que, conforme verificaremos mais adiante, são responsáveis pelo que 
chamamos de poupança externa ou despoupança externa. 
Quanto às regras de contabilização do Balanço de Pagamentos, destaca-se 
que para as transações correntes, quando as movimentações se constituírem em 
despesas para com o exterior, estas serão debitadas, sendo creditadas quando se 
referirem a receitas obtidas em transações realizadas com o exterior. No caso das 
transações realizadas na Conta Financeira e de Capital, quando estas se 
constituírem em empréstimos ou investimentos realizados para/no exterior, bem 
como pela amortização de empréstimos e retorno de investimentos, respectivamente 
contraídos e recebidos anteriormente, seu registro se dará por meio de débitos nas 
contas (rubricas) específicas. O registro se dará por meio de créditos nas 
respectivas contas quando ocorrerem a contratação de empréstimos do exterior e o 
recebimento de investimentos, assim como o retorno de empréstimos e 
investimentos anteriormente realizados para/no exterior. 
Vejamos então a estrutura do Balanço de Pagamentos: 
A. Balanço Comercial (Mercadorias) Importações (débito) (FOB free on board) 
Exportações (crédito) (FOB - free on board)) 
B. Balanço de Serviços e Rendas (Resultado Líquido) 
Serviços 
Viagens Internacionais (Turismo) 
Transportes (Fretes) 
Seguros 
Serviços Diversos 
Serviços Governamentais Embaixadas 
Rendas (dos fatores de produção) 
Rendas de Capitais (juros, lucros, royalties, 
dividendos e lucros reinvestidos) 
C. Transferências Unilaterais (Donativos) 
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D. 
Balanço de Transações Correntes ou 
Saldo em Conta Corrente
(Resultado Líquido de A+B+C) 
E. Conta Financeira e de Capital “Capitais Autônomos” 
Investimento Brasileiro Direto (no exterior) 
Investimento Estrangeiro Direto 
Reinvestimentos (Multinacionais) 
Empréstimos e financiamentos 
Amortizações 
Investimento em Portfólio (ações e outros) 
Derivativos Financeiros 
F. Erros e Omissões 
G. Saldo do Balanço de PagamentosResultado Líquido de D + E + F 
H. Capitais Compensatórios (variação nas reservas internacionais)
Haveres e obrigações no exterior 
Empréstimos de Regularização (FMI, BIRD) 
Atrasados comerciais 
G + H = 0 
Balanço Comercial 
O Balanço Comercial registra as entradas (importações) e saídas 
(exportações) de mercadorias sob o conceito FOB (free on board), isto é, incluindo 
as despesas até o embarque no navio transportador. As despesas com seguros e 
fretes das mercadorias exportadas e importadas fazem parte do conceito CIF (cost, 
insurance and freight), sendo registradas em contas próprias do Balanço de Serviços 
e Rendas. As entradas de recursos provenientes das exportações são registradas 
com sinal positivo enquanto as importações são registradas com sinal negativo. 
Toda vez que o volume financeiro das exportações for maior que o das 
importações teremos um Superávit no Balanço Comercial. Já quando as 
importações forem maiores que as exportações teremos o chamado Déficit no 
Balanço Comercial. 
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Balanço de Serviços e Rendas 
O segundo componente do Balanço de Pagamentos é o Balanço de 
Serviços e Rendas. Serão classificados como Serviços quando fizerem referência 
aos bens não tangíveis, tais como viagens internacionais, transportes e seguros, 
sendo ainda classificados como não-remunerações dos fatores de produção. As 
Rendas, diferentemente dos serviços, são remunerações dos fatores de produção ( 
juros e lucros, dividendos). Ocorrerá um Superávit no Balanço de Serviços e 
Rendas quando o volume financeiro de entrada de recursos for maior que o de 
saída. Caso contrário, teremos um Déficit no Balanço de Serviços e Rendas. 
Transferências Unilaterais 
As Transferências Unilaterais representam as doações e as remessas de 
migrantes. Conforme o próprio nome diz as transações são unilaterais, ou seja, sem 
uma contrapartida em bens, serviços ou rendas. Esta não contrapartida é referente à 
entrada efetiva de recursos. Como estamos falando de um balanço, que conforme 
devemos saber segue o método das partidas dobradas, para todo crédito(débito) 
sempre haverá um registro contrário em alguma outra rubrica, diferenciando-se em 
qual será esta em função de se tratar de doações de bens (alimentos, veículos), que 
tem contrapartida na conta de importações, ou de doações em espécie (dinheiro), 
contabilizada no balanço de capitais, conforme veremos mais à frente. 
O Saldo em Transações Correntes 
O saldo ou resultado do BP em Transações Correntes é igual à soma dos 
saldos do Balanço Comercial, do Balanço de Serviços e Rendas e das 
Transferências Unilaterais. Se o resultado for positivo, isto é, se as vendas de 
mercadorias, de serviços e rendas, e as transferências unilaterais superarem as res-
pectivas compras, teremos o que chamamos de Superávit do Balanço de 
Pagamentos em Transações Correntes. De forma inversa, se as aquisições de 
mercadorias, de serviços e rendas e de transferências unilaterais superarem as 
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vendas, teremos o chamado Déficit do Balanço de Pagamentos em Transações 
Correntes. 
O Balanço de Capitais Autônomos – As contas Financeira e de Capital 
Na outra ponta do Balanço de Pagamentos temos as Contas Financeira e de 
Capital. Nos seus resultados incluem-se todos os registros de movimentação 
financeira não vinculados especificamente ao financiamento do déficit do BP. São os 
empréstimos e financiamentos para cobertura de importações e de exportações, as 
amortizações de empréstimos e financiamentos, os investimentos referentes à 
aplicação de recursos estrangeiros (dinheiro) na economia e os reinvestimentos de 
lucros obtido por empresas estrangeiras instaladas no país. 
O registro de entradas de recursos nas Contas do Balanço de Capitais 
autônomos também é feito com sinal positivo, assim como nas contas das 
transações correntes. Existe no entanto o fato de que estes registros representam 
passivos com o exterior, haja vista que a realização de investimentos no país por 
estrangeiros esta suscetível à retirada por estes quando assim entenderem. 
O resultado da Conta Financeira e de Capital poderá ser deficitário ao 
superavitário, em função do total de recursos externos que entrarem ou saírem do 
país. 
Erros ou omissões 
Erros ou omissões é a rubrica utilizada para fechar o Balanço de 
Pagamentos, caso existam pequenas diferenças entre os saldo constatados. 
Considerando a existência de entradas e saída de produtos na economia que não 
são contabilizados, resultado de contrabandos e descaminhos, o objetivo desta 
rubrica está em “fechar” as diferenças constatadas. 
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O resultado (saldo) do Balanço de Pagamentos 
O saldo total do Balanço de Pagamentos é representado pelo saldo em 
Transações Correntes adicionado do saldo da Conta Financeira e de Capital. 
Se o resultado for positivo temos um Superávit no Balanço de Pagamentos, 
também chamado de excesso de entrada de divisas estrangeiras. Caso o resultado 
seja negativo temos um Déficit no Balanço, representando um excesso de saída de 
moeda estrangeira. Na ocorrência de um superávit do BP conclui-se que existirá um 
aumento das Reservas Internacionais do país, uma vez que mais entrou moeda 
estrangeira do que saiu. No caso contrário ocorrerá uma diminuição das Reservas 
Internacionais. 
A conta Capitais Compensatórios 
A conta Capitais Compensatórios (KC) representa o resultado contrário do 
saldo do Balanço de Pagamentos. Conforme dito, caso o BP seja superavitário 
ocorrerá uma variação positiva no volume de reservas internacionais em moeda 
estrangeira. Já se o resultado for deficitário ocorrerá uma variação negativa no 
volume de reservas internacionais do país, uma vez que as contas (dívidas) com o 
exterior necessitam ser pagas. O fundo responsável por este pagamento é 
representado pelo total de aplicações em moeda estrangeira em posse da União, 
administradas pelo Banco Central do Brasil. Caso o estoque de reservas não seja 
suficiente para fazer frente ao déficit do balanço de pagamentos o Brasil terá que 
lançar mão dos chamados Empréstimos de Regularização, tal como o recebido 
pelo Brasil para fazer frente crise internacional ocorrida em 1999. 
A conta compensatória apresenta sinal invertido das demais contas do 
Balanço de Pagamentos. Essa interpretação parte do pressuposto de que o Balanço 
de Pagamentos, assim como um balanço de empresa, deve fechar. Ainda 
novamente, se o resultado do Balanço de Pagamentos for deficitário, o resultado da 
conta Capitais Compensatórios deverá ser positivo. Assim podemos repetir que caso 
haja um Superávit no BP, por exemplo, os Capitais Compensatórios indicam 
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aumento das Reservas Internacionais (sobra de dinheiro proveniente de superávits 
do balanço). Vale reforçar novamente que os empréstimos de regularização referem-
se às linhas de recursos especiais de organismos internacionais utilizados para 
financiar o Déficit do BP, tais como os empréstimos do FMI, do Banco de 
Compensações Internacionais etc. A variação das Reservas Internacionais 
representa o movimento líquido de entrada e saída de divisas, como Dólares, Euros, 
Pesos e Ouro Monetário. 
Com as orientações acima podemos concluir que o saldo do Balanço de 
Pagamentos mais o saldo dos Capitais Compensatórios deve ser igual a zero, para 
que seja mantido o principio do equilíbrio do balanço. 
BP + KC = 0 
Definição de Renda Liquida Enviada ao Exterior – RLEE 
Ao conceituarmos o Balanço de Pagamentos, em especial o de Serviços e 
Rendas, verificamos que os recursos enviados e recebidos do exterior na forma de 
serviços e rendas dividem-se em dois tipos: 
Os serviços (viagens internacionais, fretes, seguros) são aqueles que 
não remuneram nenhum dos fatores de produção empregados no 
processo produtivo; 
As rendas (lucros, juros, royalties), que recebem este nome por 
remunerarem os fatores de produção empregados no processo 
produtivo. (Relembre-se que os lucros são a própria renda da atividade 
produtiva, os juros são a remuneração ou renda do capital empregado). 
A Renda Liquida Enviada ao Exterior - RLEE é exatamente o resultado 
proveniente do total das rendas enviadas ao exterior menos o total das rendas 
recebidas do exterior. 
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RLEE = Renda Enviada ao Exterior – Renda Recebida do Exterior 
Denomina-se RLEE por um simples fato: Como a quantidade de 
empresas estrangeiras instaladas no Brasil é muito superior o número de 
empresas brasileiras instaladas no exterior, o total de Renda Enviada é maior que o 
de Renda Recebida. 
Destaque: Entenda bem esse conceito, pois necessitaremos dele logo-logo! 
O Resultado das Transações Correntes como (Des)Poupança Externa 
A ocorrência de Déficit ou Superávit no Balanço de Pagamentos em 
transações Correntes tem resultados diretos sobre a Identidade Macroeconômica 
que aprendemos, em especial a que diz que o Investimento Agregado (I) é igual ao 
somatório das Poupanças do setor privado (famílias) e do setor público (governo). 
I = S (poupança do setor privado) + (T - G) (poupança do governo) 
Considerando que o saldo das Transações Correntes é responsável pela 
medição das transações com o exterior, caso ocorra déficit, ou seja, o país mais 
compre do que venda bens, serviços e rendas do exterior, ocorrerá um aumento da 
Poupança Externa, também entendida como um Superávit do Setor Externo. 
Diferentemente, caso o país mais venda bens e serviços do que compre, teremos 
um Déficit do Setor Externo, também chamado de Despoupança Externa. 
 
Podemos traduzir o resultado da poupança ou despoupança externa por meio 
das equações abaixo, em que “X”, no caso em análise, representa osomatório em 
dinheiro, de bens (exportações), serviços e rendas recebidos do exterior. De forma 
contrária, “M”, também neste caso, representa o total de bens, serviços e rendas 
pagos ao exterior. Dessa forma temos: 
 Se (X – M) > 0, teremos Superávit com o exterior ou Despoupança 
Externa; e 
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 (X – M) < 0, teremos Déficit com o exterior ou Poupança Externa. 
 
Vale mencionar que em questões de concursos, o examinador utiliza o 
conceito da poupança externa e suas derivações, em diversas formas. Vejamos 
algumas características: 
• Quando o examinador falar em “Exportações de bens e 
serviços não fatores”, ele está fazendo a soma de todas as 
Exportações de bens e de serviços não fatores de 
produção, ou seja, serviços que não sejam rendas 
provenientes dos fatores de produção. Na verdade o 
examinador está apartando as Rendas Recebidas do 
Exterior, que representa a remuneração dos fatores de 
produção presentes no exterior; 
• Quando o examinador falar de “Importações de bens e 
serviços não fatores”, ele está fazendo a soma de todas as 
Importações de bens e de serviços não fatores, ou seja, de 
serviços que também não sejam rendas provenientes dos 
fatores de produção. Na verdade, o examinador está 
apartando a Renda Enviada ao Exterior. 
Diante de questões de concursos que sigam exatamente esta sistemática, 
para que seja encontrado o valor total da poupança externa, deve-se incluir na 
mesma questão os valores das Rendas Enviadas e Recebidas do Exterior, ou o seu 
resultado (RLEE), adicionada da rubrica Transferências Unilaterais quando esta 
estiver disponível nos dados da questão. 
Na forma de expressão, temos que o resultado do Balanço de Pagamento 
em Transações Correntes é representado da seguinte forma, valendo apenas a 
lembrança de que o termo (X – M) somente neste caso é igual às exportações 
menos as importações de bens e serviços não fatores: 
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Se (X – M) + (RRE – REE) + TUrecebidas - TUenviadas (superávit 
ou déficit) > 0, teremos Superávit com o exterior ou Despoupança 
Externa; 
Se (X – M) + (RRE – REE) + TUrecebidas - TUenviadas (superávit 
ou déficit) < 0, teremos Déficit com o exterior ou Poupança 
Externa. 
Vejamos mais uma questão antiga, mas bastante útil que aborda esta 
Metodologia: 
(APO/MPOG – Esaf/2003) Considere os seguintes dados para uma economia 
hipotética: exportações de bens e serviços não-fatores = 100; importações de bens e 
serviços não fatores = 50; déficit no balanço de pagamentos em transações 
correntes = 10. Com base nas identidades macroeconômicas básicas para uma 
economia aberta e com governo, podemos afirmar que essa economia apresentou: 
a) renda líquida enviada ao exterior igual a 60. 
b) renda líquida recebida do exterior igual a 60. 
c) renda líquida enviada ao exterior igual a 40. 
d) renda líquida recebida do exterior igual a 40. 
e) renda líquida enviada ao exterior igual a 50. 
Perceba que desde o início o examinador já fala em exportações de bens e 
serviços não-fatores, ou seja, se são não-fatores devemos excluir todo o tipo de 
renda proveniente dos fatores de produção. Segunda coisa, o examinador fala em 
exportações de bens e serviços, incluindo não só o balanço comercial, mas 
também o balanço de serviços. 
Feita estas considerações, podemos calcular o resultado. 
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A questão fala do balanço de pagamentos em transações correntes, que e 
composta do balanço comercial, mais o balanço de serviços e rendas, mais 
transferências unilaterais. Assim, montemos o entendimento: 
balanço de transações correntes é deficitário em 10; 
exportações de bens e serviços não-fatores = 100; 
importações de bens e serviços não fatores = 50 
transferências unilaterais (não se fala, logo consideramos = 0) 
Formula do balanço de transações correntes = (X – M) – RLEE + TU 
-10 = (100 – 50) – RLEE + 0 
- RLEE = - 60 
 RLEE = 60 
Como a Renda é LIQUIDA enviada ao exterior, concluímos que está ocorrendo 
maior saída de renda proveniente dos fatores de produção do que entrada. 
Gabarito = letra a 
Obs.: Vale lembrar que caso tenhamos valor para as transferências unilaterais, 
devemos aplicar o sinal de acordo com o seu resultado. 
Para fins de aplicação neste material manteremos o saldo do balanço de 
Pagamentos em Transações Correntes na forma já expressa, ou seja, TC = (M – X), 
não esquecendo de aplicar, é claro, a fórmula pertinente para cada tipo de questão! 
Apenas para fixação, lancemos mão de uma simples questão a respeito do 
balanço de pagamentos: 
(ECONOMISTA/EMATER – FUNDATEC/2008) Observando-se o saldo da conta de 
transações correntes do balanço de pagamento de um país podemos observar que o 
país está incorrendo em déficit em relação ao resto do mundo. Tal déficit poderá 
resultar, em um determinado ano, de: 
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I – Poupança externa nula. 
II – Pagamento de juros da dívida externa superior ao superávit comercial. 
III – Importações maiores que as exportações, estando o restante da conta corrente 
em equilíbrio. 
Marque: 
a) se apenas a I estiver correta. 
b) se apenas a II estiverem corretas. 
c) se apenas a I e a II estiverem corretas. 
d) se apenas a II, a III estiverem corretas. 
e) se a I, a II, a III estiverem corretas. 
Resposta: 
Conforme descrevemos na análise do resultado do balanço de pagamentos em 
transações correntes, toda vez que ocorre um déficit deste, gera-se por 
conseqüência uma poupança externa positiva. Sendo assim, por esta simples 
análise, podemos concluir que a alternativa “I” está incorreta. 
Analisando agora a alternativa “II”, verifica-se que quando o pagamento de juros ao 
exterior é superior ao superávit comercial, é um grande indicativo de que ocorrerá 
um déficit das transações correntes e uma conseqüente geração de poupança 
externa, já que as transferências unilaterais, mesmo sendo superavitária com o 
exterior, não é maior que o resultado negativo de pagamento de juros da dívida 
externa. Sendo assim, podemos considerar está assertiva “II” correta. 
Finalmente, quando os demais itens das transações correntes (balanço de serviços, 
de rendas e transferências unilaterais) estão em equilíbrio, na ocorrência das 
importações maiores do que as exportações, o resultado será um déficit nas 
transações correntes. Com essa conclusão podemos então afirmar que a assertiva 
“III” também está correta. 
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Gabarito: letra “d”. 
 
As Transações com Exterior e a sua inclusão na Demanda Agregada 
Relembrando que a Demanda (ou Despesa) Agregada é formada pelos bens 
e serviços consumido das famílias (C), mais o consumo na forma de Investimentos 
(I) pelas empresas, mais o consumo do Governo (G), fica fácil entender que as 
Exportações de bens e serviços não fatores (X) representam o consumo do resto do 
mundo e que as Importações de bens e serviços não fatores (M) são exatamente o 
consumo adicional que nosso país tem além daquele realizado no mercado interno 
(C + I + G). 
Vejamos então a nova formatação para a Demanda Agregada: 
DA = C + I + G + X – M 
As Importações incorporadas a Demanda Agregada são precedidas do sinal 
negativo simplesmente porque o consumo adicional representa um vazamento para 
o exterior da renda gerada na economia nacional. 
A fórmula da Demanda Agregada acima é conhecida na Economia pelo que 
chamamos de Produto Interno Bruto – PIB. 
Passando-se as Importações para o lado esquerdo da fórmula, chegamos ao 
conceito da Oferta Global, que é a representaçãode todos os bens e serviços 
disponíveis na economia nacional mais os bens e serviços importados das demais 
economias. 
 
DA + M = C + I + G + X 
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 A Igualdade entre Renda Agregada e Demanda Agregada numa 
Economia Aberta com a presença do Governo 
Numa Economia Aberta e com Governo a Identidade Macroeconômica Renda 
= Demanda continua válida. Desta forma, incorporando-se o resto do mundo, 
chegamos a seguinte expressão: 
Renda Agregada = C + S + T 
Demanda Agregada = C + I + G + X – M, logo: 
C + S + T = C + I + G + X – M, rearranjando os termos; 
I = S + (T – G) + (M – X) 
Relembrando que: 
(I) refere-se ao Investimento de uma Economia (valor bruto); 
(S) representa a poupança das famílias ou do setor privado (valor bruto); 
(T – G) representa a poupança (superávit) do governo; e 
(M – X) representa a poupança (déficit das transações correntes) externa ou 
do resto do mundo. 
O que a expressão acima explicita é que o somatório das poupanças privada, 
do governo e do resto do mundo é responsável pelo financiamento do investimento 
no país. É a partir desta expressão que podemos resolver se não todas, a grande 
parte das questões que versem sobre as contas nacionais. 
Vamos então a mais um exemplo: 
(APO/MPOG – ESAF/2003) Considere os seguintes dados: 
Variação de estoques = 20 
Procure guardar muito bem esta 
expressão. Ela será primordial na 
resolução de questões sobre contas 
nacionais! 
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31
Formação Bruto de Capital Fixo = 100 
Poupança Liquida do Setor Privado = 50 
Depreciação = 5 
Saldo do Governo em conta-corrente = 50 
Com base nas identidades macroeconômicas básicas para uma economia 
aberta e com governo, podemos afirmar que essa economia apresentou no balanço 
em transações correntes 
a) Saldo nulo 
b) Superávit de 15 
c) Déficit de 25 
d) Superávit de 25 
e) Déficit de 15 
Lembre-se que (I) investimento = FBKf + ΔE; 
Outro ponto é que a Poupança do setor privado sempre entra na Identidade 
Macroeconômica pelo seu valor bruto, logo na questão precisamos somar a 
poupança líquida mais a depreciação = 50 + 5 = 55 
Vamos a solução da questão: 
I = S + (T – G) + (M – X) 
100 + 20 = 55 + 50 + (M – X) 
(M – X) = 15, o que caracteriza um déficit no balanço de transações correntes no 
valor de 15. 
Gabarito: letra “e” 
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32
Produção, Produto a Custo de Fatores e a Preços de Mercado 
No início do curso conceituamos o que chamamos de produto da economia, 
sendo caracterizada pelo somatório das quantidades dos bens multiplicado pelo 
valor monetário de cada unidade produzida. Considerando no entanto a dificuldade 
de se estabelecer o valor agregado de cada etapa do processo produtivo, para que 
pudéssemos chegar ao resultado do Produto Interno, adotamos uma única forma, 
que é representada pelo resultado de toda riqueza produzida no país, diminuída do 
total do consumo intermediário utilizado na produção. A este resultado atribuímos o 
nome de valor adicionado, que nada mais é que o PIB do país em determinado 
período de tempo. 
 
A grande novidade desse resultado é a diferença do que chamamos de PIB a 
custo de fatores e PIB a preços de mercado. 
No cálculo do PIB pelo método do valor agregado estamos calculando o seu 
resultado excluindo-se os impostos indiretos, que são aqueles que recaem 
diretamente sobre a produção. Por outro lado, no mesmo cálculo do PIB por valor 
agregado estamos considerando os subsídios feitos pelo governo para estímulo a 
atividade produtiva. O PIB calculado pelo método do Valor Adicionado nos informa o 
resultado da riqueza gerada no país ao custo dos fatores de produção (salários, 
juros , aluguéis e lucros) utilizados no processo produtivo (PIBcf). 
Para que possamos chegar ao resultado do valor adicionado da economia, ou melhor, do PIB 
a preços de mercado (PIBpm), que é o real valor de venda dos produtos, devemos incluir os impostos 
indiretos e excluirmos os subsídios concedidos. 
Desta forma temos: 
Valor adicionado = 
Valor bruto da produção - Consumo de bens e serviços intermediários 
 (receita total das vendas) (custo dos bens intermediários) 
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33
PIB (a preços de mercado) = (Valor Bruto da Produção – Consumo 
Intermediário) + Impostos Indiretos – Subsídios 
 
Vamos a resolução de uma questão do Concurso para Auditor da Receita 
Federal de 2005 para fixarmos este conceito: 
(AFRF/SRF – ESAF/2005) - Considere os seguintes dados, extraídos de um sistema 
de contas nacionais – conta de bens e serviços – que segue a metodologia adotada 
atualmente no Brasil (em unidades monetárias): Produção total: 1.323; Importação 
de bens e serviços: 69; Impostos sobre produtos: 84; Consumo final: 630; Formação 
bruta de capital fixo: 150; Variação de estoques: 12; Exportações de bens e 
serviços: 56. Com base nessas informações, o consumo intermediário dessa 
economia foi 
a) 700 
b) 600 
c) 550 
d) 650 
e) 628 
Vamos a solução, 
Veja que a questão fala em Produção total, entendido para nós como o Valor 
Bruto da Produção (1323); 
A questão também informa que o valor dos impostos é igual a 84. 
Vale aqui uma grande informação, advinda da nova formatação das Contas 
Nacionais, adota no Brasil a parti de 1996: 
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34
Pela ótica dos recursos econômicos, a oferta é igual à produção mais as 
importações, enquanto que na ótica dos usos da economia, a demanda total é 
igual ao consumo intermediário, isto é, a parte do produto que se dirige a 
outros setores da economia para serem transformados, adicionado a 
demanda final. 
Valor Bruto da Produção + Importações (M) = Consumo Intermediário + 
Demanda Final (C + I + G + X) 
Rearranjando os termos: 
Valor Bruto da Produção - Consumo Intermediário = Demanda Final (C + I + G + 
X) – Importações (M). 
Relembrando que: 
Valor Bruto da Produção - Consumo Intermediário = PIBcf 
Sabemos que para se chegar ao valor do PIBpm necessitamos retirar da 
produção o consumo intermediário e incluir o valor dos impostos sobre produtos ou 
indireto. 
Com isso temos: 
PIBpm = Produção – Consumo Intermediário + Impostos sobre produto 
PIBpm = 1323 – Consumo Intermediário + 84 
Na expressão acima não temos o valor do Consumo Intermediário mas, no 
entanto, sabemos a expressão do PIBpm sobre os USOS da economia. Lembram-
se da expressão PIB pm = C + I + G + X – M? 
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Então, na questão só se fala em Consumo final e não em consumo das 
famílias. Não se fala também dos gastos ou consumo do Governo. Algum 
problema?? Não! Quando a expressão fala em consumo final, esta está fazendo 
referência ao consumo dos dois agentes econômicos internos! Famílias e Governo! 
Esta interpretação faz parte da nova metodologia adotada pelo IBGE a partir de 
1996. 
 No caso do Investimento, vemos que ele está bem dividido em FBKf + ΔE. 
Vamos então ao resultado! 
PIBpm pelo lado dos recursos = PIBpm pelo lado dos usos 
1323 – Consumo Intermediário + 84 = 630 + 150 + 12 + 56 – 69 
Consumo Intermediário = 628 
Gabarito letra “e” 
Ao encontramos a composição da Demanda Agregada dissemos que o seu 
resultado era o que chamamos de PIB - Produto Interno Bruto da Economia (Y). A 
equação do PIB é formada pelo consumo das famílias, o investimento das 
empresas, os gastos do governo, as exportações de mercadorias e serviços e as 
importações de mercadorias e serviços.PIB (Y) = C + I + G + X – M 
Da expressão do PIB (Y) encontramos o que chamamos de OFERTA 
GLOBAL, representada por toda produção de bens e serviços da economia nacional 
voltada ao mercado interno e externo, somada à parte da produção externa 
destinada ao mercado nacional. Adicionalmente, podemos concluir que o lado direito 
da equação, em que consta o consumo familiar, o Investimento da economia, os 
gastos do governo e as exportações, correspondem ao que podemos denominar de 
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DEMANDA GLOBAL, ou seja, o total de bens e serviços demandados pelas 
unidades econômicas nacionais, adicionada da unidade econômica resto do mundo. 
 
 PIB (Y) + M = C + I + G + X 
 (OFERTA GLOBAL) = (DEMANDA GLOBAL) 
O Produto Interno Líquido - PIL 
O PIB da economia, em especial o componente investimento(I), sofre com o 
que já chamamos de Depreciação. Quando excluímos esta do cálculo do PIB, 
estamos chegando ao conceito do Produto Interno Líquido. 
 PIL = PIB – Depreciação 
O Produto Nacional Bruto – PNB 
Sabemos que existem na economia fatores de produção que pertencem a 
não-residentes, cuja renda é remetida ao exterior na forma de juros, lucros e 
royalties. Da mesma forma existem residentes que possuem fatores de 
produção fora do país, recebendo rendas do exterior. Ao serem somadas no PIB 
as rendas recebidas do exterior e subtraídas as rendas enviadas ao exterior, 
chegamos ao chamado Produto Nacional Bruto, que representa a renda da 
economia efetivamente pertencente aos nacionais. 
Temos estão: 
PIB + Rendas Recebidas do Exterior - Rendas Enviadas ao Exterior = PNB 
A diferença entre a Renda Recebida e a Renda Enviada ao Exterior é 
chamada de Renda Líquida de Fatores Externos. No Brasil como a Renda 
Enviada supera a Renda Recebida, a diferença é chamada de Renda Líquida 
Enviada ao Exterior. 
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Produto Nacional Líquido – PNL 
Deduzindo a Depreciação do PNB, chegamos ao PNL. 
Assim temos: 
PNB - Depreciação = PNL 
Renda Nacional Líquida a Custo dos Fatores – RNLCF 
O preço de mercado de um produto normalmente está acima do valor 
remunerado dos fatores de produção necessários ao processo produtivo. Isto 
decorre porque no preço dos produtos estão incorporados os impostos indiretos 
cobrados pelo governo (ICMS, IPI, ISS, etc.). Em outros casos, quando o 
produto é essencial para a população, o governo subsidia o preço do produto, 
fazendo com que o preço pelo qual o produto é vendido seja inferior ao seu 
custo de produção. Imagine por exemplo que o governo conceda subsídios ao 
produtor de trigo para que este tenha condição de vendê-lo abaixo do custo de 
produção sem sofrer prejuízo. Na verdade o diferencial entre o preço de 
mercado e o preço do produtor é coberto pelo governo, segundo o segundo 
maior que o primeiro. 
Com isso, partindo-se da RNLCF (ou PNLCF), para se chegar ao Produto 
Nacional Líquido a preços de mercado (PNLPM), deve-se somar os impostos 
indiretos e subtrair os subsídios recebidos. 
RNLCF + Impostos Indiretos – Subsídios 
Renda Nacional Disponível 
Este conceito procura medir o quanto da renda gerada no processo econômico 
fica em poder dos agentes econômicos privados. 
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Partindo da Renda Nacional Líquida a custo dos fatores - RNLCF ou Renda 
Nacional, temos que deduzir os lucros retidos pelas empresas para 
reinvestimentos, pois apesar desta parcela da renda se encontrar de posse das 
empresas, não é transferida de imediato à s famílias. Deve-se ainda que deduzir 
os impostos diretos e as contribuições previdenciárias pagas pelas famílias e 
empresas ao governo. Por último, temos que deduzir as demais receitas 
correntes do governo e adicionar as transferências correntes do governo 
(aposentadorias) às famílias. 
Finalmente, para se calcular a Renda Disponível Bruta necessita-se adicionar 
a Depreciação ocorrida no período. 
Excedente operacional Bruto 
Trata-se do mais novo conceito cobrado pela ESAF. No último concurso para 
Especialista de Políticas Públicas do MPOG foram feitas duas perguntas que 
abordavam este tema. Sendo assim, vamos a fixação do conceito. 
O excedente operacional bruto é definido como o saldo resultante do valor 
adicionado (PIBCF) deduzido das remunerações pagas aos empregados, dos 
rendimentos dos autônomos e dos impostos líquidos de subsídios. É uma medida 
do excedente gerado pela produção antes da dedução de quaisquer encargos na 
forma de juros, rendas ou outros rendimentos de propriedade a pagar sobre 
ativos financeiros, terrenos ou outros ativos tangíveis. 
Verifica-se assim que o Excedente Operacional bruto é obtido a partir do 
conceito de PIB a custo de fatores (pois não é feito o computo dos impostos 
indiretos e dos subsídios) menos a remuneração dos empregados e dos 
autônomos. 
EOB = PIBcf (PIBpm – Impostos Indiretos (sobre a produção e a 
importação) + Subsídios) – Rem. Emp. – Rem. Aut. 
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Diferenças entre Investimento Privado e Público e o Déficit Público 
Quando falamos da composição do Investimento, dissemos que este é 
subdividido entre Formação Bruta de Capital Fixo e Variação de Estoques. Acontece 
que o governo também realiza Investimentos, o que tende a aumentar o peso do seu 
resultado nas Contas Nacionais. Assim, pode-se dizer agora que o componente 
investimento da demanda agregada será composto por: 
I = Investimento Privado + Investimento Público 
Se aplicarmos este conceito da identidade macroeconômica fundamental, 
chegamos ao seguinte resultado: 
IPRIVADO + IPÚBLICO = SPRIVADA + SPÚBLICA(ou do governo) + SEXTERNA 
Passando as variáveis do governo todas para um único lado da equação 
temos: 
IPÚBLICO - SPÚBLICA(ou do governo) = SPRIVADA - IPRIVADO + SEXTERNA 
O resultado do lado esquerdo da equação pode ser positivo ou negativo. 
Se o investimento público for superior a poupança pública temos o chamado 
DÉFICIT PÚBLICO. Se o investimento público for menor do que a poupança 
pública temos o chamado SUPERÁVIT PÚBLICO ou das CONTAS PÚBLICAS. 
Observação: Muitas questões de concursos utilizam variáveis líquidas da 
depreciação. O resultado deste fato é o de que sempre que aparecem nas 
questões resultados líquidos, por exemplo, Produto Interno Líquido, Produto 
Nacional, Consumo Líquido, Poupança Líquida, temos que adicionar a estas 
variáveis a depreciação, como forma de chegarmos ao resultado da questão. 
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Resumo das Identidades Básicas da Contabilidade Nacional 
PRODUTO = DESPESA = RENDA 
Pela ótica da despesa (y) = C + I + G + X – M 
A despesa mostra como se distribuem os gastos pelos quatro agentes de 
despesa (consumidores, empresas, governo e estrangeiros). 
Pela ótica da renda (y) = C + S + T 
Esta identidade mostra como a renda é utilizada pelas famílias. Lembremos que 
a renda bruta é advinda na forma de salários, juros, aluguéis e lucros. 
Igualando as duas temos: 
I + G + X = S + T + M 
Rearranjando os termos temos: 
I = S + (T-G) + (M-X), sendo o investimento bruto da economia formado pela 
poupança das famílias + poupança do governo + poupança externa. 
Podemos ainda obter o resultado pela ótica do produto, sendo PIB = C + I + G + 
X – M = DIB 
Se passarmos as importações para o lado esquerdo da equação temos que: 
PIB + M = C + I + G + X, onde, PIB + M é a OFERTA GLOBAL, que 
representada tudo que é disponibilizado para a coletividade, seja no país, seja 
no exterior. 
Exercícios: 
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01 – (ECONOMISTA/PREF. CAX. DO SUL – FUNDATEC/2007) O montante da 
poupança externa de um país, na ausência de erros e omissões, é 
dimensionado pelo 
a) montante dos investimentos estrangeiros diretos. 
b) déficit de transações correntes. 
c) saldo da balança comercial. 
d) saldo da balança de serviço. 
e) déficit do orçamento fiscal da união. 
2 - (AFRF/SRF – ESAF/2005) - Considere as seguintes informações para uma 
economia hipotética (em unidades monetárias): investimento bruto total: 700; 
depreciação: 30; déficit do balanço de pagamentos em transações correntes: 
100; saldo do governo em conta corrente: 400. Com base nessas informações e 
considerando as identidades macroeconômicas básicas decorrentes de um 
sistema de contas nacionais, é correto afirmar que a poupança líquida do setor 
privado foi igual a: 
a) 170 
b) 200 
c) 140 
d) 210 
e) 120 
3 – (AFC/STN – ESAF/2005) Com relação ao conceito de produto agregado, é 
incorreto afirmar que 
a) o produto agregado a preços de mercado é necessariamente maior do que o 
produto agregado a custo de fatores. 
b) o produto agregado pode ser considerado como uma “variável fluxo”. 
c) é possível uma elevação do produto agregado nominal junto com uma queda 
do produto agregado real. 
d) o produto agregado pode ser entendido como a renda agregada da economia. 
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e) o produto interno produto pode ser menor que o produto nacional produto. 
4 – (AFPS/INSS – ESAF/2002) Levando-se em conta a identidade 
macroeconômica “poupança = investimento”, numa economia aberta e com 
governo, e considerando D = déficit público, Sg =poupança pública, Ig = 
investimento público, Spr = poupança privada, Ipr =investimento privado, Sext = 
poupança externa. É correto afirmar que 
a) D = Sg – Ig + Spr – Ipr 
b) D = Sext 
b) D = Spr + Ipr + Sext 
d) D = Sg – Ig 
e) D = Spr – Ipr + Sext 
5 – (AFC/STN – ESAF/2008) Considere os seguintes dados, em unidades 
monetárias, referentes a uma economia hipotética: 
● Consumo do Governo: 200 
● Transferências realizadas pelo Governo: 100 
● Subsídios: 20 
● Impostos Diretos: 300 
● Impostos Indiretos: 400 
● Outras Receitas Correntes do Governo: 120 
● Exportações de bens e serviços: 100 
● Importações de bens e serviços: 200 
● Renda Líquida Enviada ao Exterior: 100 
● Variação de Estoques: 100 
● Poupança Bruta do Setor Privado: 200 
Com base nessas informações, e considerando as identidades 
macroeconômicas básicas, é correto afirmar que a formação bruta de capital 
fixo é igual a: 
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a) 950 
b) 900 
c) 700 
d) 750 
e) 800 
6 – (ACE/TCU – ESAF/2002) Com base no balanço de pagamentos, é incorreto 
afirmar que 
a) o saldo positivo no balanço de pagamentos num determinado período é 
necessariamente igual ao volume de reservas em moeda estrangeira do país nesse 
período. 
b) os serviços de fatores correspondem aos pagamentos ou recebimentos em 
função da utilização dos fatores de produção. 
c) as amortizações de empréstimos fazem parte dos movimentos de capitais 
autônomos. 
d) os pagamentos de juros sobre empréstimos são registrados na balança de 
serviços. 
e) uma transferência unilateral realizada em mercadoria tem necessariamente como 
contrapartida lançamento na balança comercial. 
7 – (AFRF/SRF – ESAF/2002) Considere um sistema de contas nacionais para 
uma economia aberta sem governo. Suponha os seguintes dados: 
Importações de bens e serviços não fatores = 100; 
Renda líquida enviada ao exterior = 50; 
Renda nacional líquida = 1.000; 
Depreciação = 5; 
Exportações de bens e serviços não fatores = 200; 
Consumo pessoal = 500; 
Variação de estoques = 80. 
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Com base nessas informações, é correto afirmar que a formação bruta de capital fixo 
é igual a: 
a) 375 
b) 275 
c) 430 
d) 330 
e) 150 
8 – (AFRF/SRF – ESAF/2002) Com relação ao balanço de pagamentos, é incorreto 
afirmar que: 
a) as exportações de empresas multinacionais instaladas no Brasil são computadas 
na balança comercial do país. 
b) os investimentos diretos fazem parte dos chamados movimentos de capitais 
autônomos. 
c) o saldo da conta "transferências unilaterais" faz parte do saldo do balanço de 
pagamentos em transações correntes. 
d) o saldo total do balanço de pagamentos não é necessariamente nulo. 
e) as chamadas rendas de capital fazem parte do denominado balanço de serviços 
não- fatores. 
9 – (AFRF/ESAF – 2002) - No ano de 2000, a conta de produção do sistema de 
contas nacionais no Brasil apresentou os seguintes dados (em R$ 1.000.000): 
Produção: 1.979.057; Consumo Intermediário: 1.011.751; Impostos sobre produto: 
119.394; Imposto sobre importação: 8.430; Produto Interno Bruto: 1.086.700. Com 
base nestas informações, o item da conta "demais impostos sobre produto" foi de: 
a) 839.482 
b) 74.949 
c) 110.964 
d) 128.364 
e) 66.519 
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10 – (EPPGG/MPOG – ESAF/2008) Considere os seguintes dados para uma 
economia hipotética: 
Investimento privado: 200; 
Poupança privada: 100; 
Poupança do governo: 50; 
Déficit em transações correntes: 100 
Com base nestas informações e considerando as identidades macroeconômicas 
básicas, pode-se afirmar que o investimento público e o déficit público são, 
respectivamente, 
a) zero e 50. 
b) 50 e 50. 
c) 50 e zero. 
d) zero e zero. 
e) 50 e 100. 
11 – (EPPGG/MPOG – ESAF/2008) Considere os seguintes dados, extraídos de um 
sistema de contas nacionais de uma economia hipotética: 
Exportações de bens e serviços não fatores: 100; 
Importações de bens e serviços não fatores: 200; 
Renda líquida enviada ao exterior: 50; 
Variação de estoques: 50; 
Formação bruta de capital fixo: 260; 
Depreciação: 10; 
Saldo do governo em conta corrente: 50 
Com base nestas informações, é correto afirmar que a poupança externa e a 
poupança líquida do setor privado são, respectivamente: 
a) 50 e 50. 
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b) 100 e 150. 
c) 50 e 100. 
d) 100 e 50. 
e) 150 e 100. 
12 – (EPPGG/MPOG – ESAF/2008) A conta de bens e serviços do sistema de 
contas nacionais no Brasil apresentou os seguintes dados para 2005 (em R$ 
1.000.000): 
Produção: 3.786.683; 
Importação de bens e serviços: 247.362; 
Impostos sobre produto: 306.545; 
Subsídios aos produtos: 1.559; 
Despesas com consumo final: 1.721.783; 
Formação bruta de capital fixo: 342.237; 
Variação de estoques: 5.739; 
Exportação de bens e serviços: 324.842. 
Com base nestas informações, pode-se afirmar que o consumo intermediário foi de: 
a) 2.133.019 
b) 1.944.430 
c) 1.946.019 
d) 2.231.014 
e) 1.942.901 
13 – (EPPGG/MPOG – ESAF/2009) Considere os seguintes dados extraídos de um 
Sistema de Contas Nacionais, em unidades monetárias: 
Produto Interno Bruto: 1.162; 
Remuneração dos empregados: 450; 
Rendimento misto bruto (rendimento de autônomos): 150; 
Impostos sobre a produção e importação: 170; 
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Subsídios à produção e importação: 8; 
Despesa de consumo final: 900; 
Exportação de bens e serviços: 100; 
Importação de bens e serviços: 38. 
Com base nessas informações, os valores para a formação bruta de capital fixo e 
para o excedente operacional bruto serão, respectivamente, 
a) 300 e 362 
b) 200 e 450 
c) 400 e 200 
d) 200 e 400 
e) 200 e 262 
14 – (EPPGG/MPOG – ESAF/2009) Considere os seguintes dados extraídosde um 
Sistema de Contas Nacionais extraídas das contas de produção de renda: 
Produção: 2.500; 
Impostos sobre produtos: 150; 
Produto Interno Bruto: 1.300; 
Impostos sobre a produção e de importação: 240; 
Subsídios à produção: zero; 
Excedente operacional bruto, inclusive rendimento de autônomos: 625. 
Com base nessas informações, é correto afirmar que o consumo intermediário e a 
remuneração dos empregados são, respectivamente: 
a) 1.350 e 440 
b) 1.350 e 435 
c) 1.200 e 410 
d) 1.200 e 440 
e) 1.300 e 500 
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15 – (ECONOMISTA/DEMHAB – GRAVATAI – FUNDATEC/2006) Considere que o 
balanço de pagamento de um país apresenta superávit, mas apresenta déficit nas 
transações correntes. Na ausência de erros e omissões, pode-se afirmar que 
a) há um superávit positivo na balança comercial que supera o déficit de transações 
correntes. 
b) o saldo positivo do balanço de pagamentos conduz a uma redução nas reservas 
internacionais do país. 
c) há um saldo positivo na conta de capitais que supera o montante do déficit em 
transações correntes. 
d) o saldo da balança comercial deverá ser negativo. 
e) há um saldo positivo na conta de capitais de igual montante do superávit da 
balança comercial. 
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Gabarito Comentado: 
Questão 1: letra “b” 
Conforme descrito e explanado exaustivamente em nossa primeira aula, a poupança 
externa corresponde ao déficit do balanço de pagamentos em transações correntes. 
Questão 2: letra “a” 
A poupança bruta do setor privado pode ser obtida a partir da identidade 
macroeconômica que diz que o investimento bruto de uma economia é igual ao 
somatório das poupanças do setor privado, do setor público ou governo e da 
poupança externa, representada pelo déficit do balanço de pagamentos em 
transações correntes. 
I = Sp + Sg + Sext 
Um ponto importante a dizer refere-se ao fato de que para se encontrar a poupança 
líquida do setor privado é necessário se excluir a depreciação. Aliás, ai vai uma dica, 
toda vez que existir uma variável bruta e quiser se obter o seu resultado líquido, 
basta apenas reduzir o valor da depreciação, ok? 
Sendo assim, temos: 
700 = Sp(bruta) + 400 + 100 
Sp(bruta) = 200 
Sp(líquida) = Sp(bruta) – depreciação = 200 – 30 = 170 
Questão 3: letra “a” 
O produto agregado a preços de mercado não é necessariamente maior do que o 
produto agregado a custo de fatores. O PIB a preços de mercado é formado pelo 
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PIB a custo de fatores de produção adicionado dos impostos indiretos e reduzido 
dos subsídios. Uma vez que os subsídios sejam superior aos impostos indiretos, o 
PIBcf acaba por ser maior do que o PIBpm. O PIBcf de um mercado agrícola 
costuma ser superior ao PIBpm, uma vez que o governo costuma subsidiar a 
atividade de plantio e colheita. Destaca-se que a resposta desta questão é muito 
mais uma interpretação teórica do que a representação da realidade da economia, 
uma vez que o volume de impostos indiretos costuma ser superior ao volume de 
subsídios concedidos pelo governo, levando assim a um PIB a preços de mercado 
superior ao PIB a custo de fatores. 
Questão 4: letra “e” 
Conforme descrito no ponto referente à separação entre os conceitos de 
investimento privado e investimento público, além do conceito referente ao chamado 
déficit público, podemos resolver esta questão meramente aplicando a identidade 
macroeconômica entre investimento e o somatório das poupanças privada, pública e 
externa. Senão vejamos: 
Ipriv + Ipub. = Spriv. + Spub + Sext. (1) 
O excesso de investimento público sobre a poupança pública corresponde ao 
chamado déficit público. 
Déficit Público = Ipub – Spub; 
Manipulando a expressão (1), temos: 
Ipub – Spub = Spriv – Ipriv + Sext 
Déf. Pub. = Spriv – Ipriv + Sext 
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Questão 5: letra e 
Nesta questão podemos utilizar a mesma identidade macroeconômica entre 
investimento e o somatório das poupanças. O único destaque na questão é a 
necessidade de se calcular o valor da poupança externa, obtida a partir do resultado 
dos dados componentes do balanço de pagamentos em transações correntes. 
I = Spriv + Spub + S ext; 
Sabendo-se que o investimento é dividido em Formação Bruta de Capital Fixo 
(FBkF) + Variação de Estoques, e que a poupança externa, resultado do déficit do 
balanço de pagamentos em transações correntes, é igual ao saldo do balanço 
comercial adicionado do balanço de serviços e renda e das Transferências 
Unilaterais, temos: 
FBkF + Var. Est. = Spriv + (Total de Impostos – Consumo do Governo) + (Imp – Exp 
+ Renda Líquida Env. Ext + TU). 
FBkF + 100 = 200 + (300 + 400 – 200) + (200 – 100 + 100 + 0) = 
FBkF = 800 
Questão 6: letra “a” 
O saldo do balanço de pagamentos em determinado período corresponde não ao 
volume de reservas em moeda estrangeira nesse período, mas sim a variação do 
volume em moeda estrangeira no mesmo período. Quando o resultado do balanço 
de pagamentos é deficitário, entende-se que ocorreu uma diminuição do volume das 
reservas internacionais, ocorrendo um aumento deste caso ocorra um superávit do 
BP. O volume de reservas internacionais e a variação do volume representam o que 
chamamos de variável estoque e variável fluxo, respectivamente, uma vez que o 
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estoque de reservas é derivado especialmente dos resultados positivos do BP ao 
longo dos anos (fluxo ano a ano). 
Apenas um comentário. Na letra “d” o termo “balança de serviços” refere-se ao 
balanço de serviços e rendas e não somente ao balanço de serviços. Esta distinção 
é devida pelo fato de que a expressão “serviços” nesta assertiva refere-se a serviços 
de fatores de produção (juros, lucro e etc) inclusive. 
Questão 7: letra “a” 
Esta questão exige do candidato o conhecimento das diversas variações e 
componentes das contas nacionais. São dadas informações referentes à Renda 
Nacional Líquida e ao resultado da Renda Líquida Enviada ao Exterior. Com estas 
informações é possível auferir o resultado da Renda Interna Líquida que, adicionada 
da depreciação, forma a Renda Interna Bruta (RIB). Pela igualdade entre Renda e 
Produto, temos também o resultado do Produto Interno Bruto – PIB. 
RIL = RNL + RLEE = 1000 + 50 = 1050. 
RIB = 1050 + 5 = 1055 = PIB 
A partir do PIB é possível decompor a expressão dos seus componentes. Senão 
vejamos: 
PIB = Consumo pessoal + FBkF + Var. Estoques + Exportação – Importação 
1055 = 500 + FBkF + 80 + 200 – 100 
FBkF = 375 
Questão 8 : letra “e” 
As rendas de capital fazem parte do balanço de serviços, mas sim do balanço de 
não fatores de produção. Os juros, lucros e etc. são computados no balanço de 
CURSO ON-LINE – ECONOMIA PARA AFRFB 2009 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
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serviço de fatores de produção, comumente chamados de balanço de rendas dos 
fatores de produção. 
Questão 9: Letra “c” 
Essa questão parece ser a princípio um tanto quanto complicada, o que no entanto 
não é factível. Veja que a questão já apresenta os valores referentes aos impostos 
sobre produtos e ao imposto de importação. Como este segundo é considerado um 
imposto sobre produto, o resultado da conta “demais impostos sobre produtos” se dá 
pela subtração do total de impostos sobre produto pelo imposto de importação. 
Sendo assim, temos: 
Demais impostos sobre produtos = Impostos sobre produto – Imposto de Importação 
= 
Demais impostos sobre Produto = 119.394 – 8.430 = 110.964 
Questão 10: Letra “c” 
As fórmulas referentes

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