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http://www.magiadoaxe.com/
https://umbandaead.com.br/
http://umbandaeucurto.com/
http://www.colegiopenabranca.com.br/
http://www.madras.com.br/portal/
http://aueesp.com.br/
http://colegiodeumbanda.com.br/
http://www.colegiodemagia.com.br/
http://imagensbahia.com.br/
http://www.srita.com.br/
http://www.santuariodaumbanda.com.br/
http://www.tambordeorixa.com.br/
http://www.erveiro.com.br/cursos.html
4
OS MARINHEIROS não eram bem vistos na 
Umbanda antiga ou tradicional. Isso quer dizer 
que são impopulares até cerca as décadas de 
1970 e 80. 
Nas Tendas fundadas por Zélio de Moraes 
se trabalha tradicionalmente com Caboclo, 
Preto Velho e Criança; o mesmo acontecia 
nas Tendas de Benjamim Figueiredo e do 
Primado de Umbanda, no passado, assim 
como na literatura de W.W. da Matta e Sil-
va que marca o seguimento da Umbanda 
Esotérica. 
Por isso, quase não há literatura umban-
dista sobre os Marinheiros. Vieram da 
Umbanda Popular e se destacam tam-
bém no Catimbó (Mestres da Jurema), 
Encantaria e estão presentes no Tambor 
de Mina. Embora a linha é de “Marinheiros” 
inclui pescadores e piratas. 
O Marinheiro mais conhecido é o Martim Pescador, 
que leva o nome de uma ave muito popular. O Sr. 
Martim lembra que o pescador (marinheiro) é o 
homem simples que vive no mar com suas rezas e 
sua fé popular, vive do que a natureza lhe oferece. 
https://www.facebook.com/jornaldeumbandasagrada/%3Ffref%3Dts
http://aueesp.com.br/
5
No mar aprende a valorizar a 
brisa, o sol, a lua e as estrelas 
que lhe norteiam de dia ou de 
noite. Da mesma forma, a terra 
firme ganha novo sentido a 
quem passa dias no mar sem 
ver o continente. Esse sentido 
e encantamento também é 
oferecido por esta linda linha 
de trabalhos. 
Jesus era considerado o pes-
cador de almas e pescadores 
eram deus discípulos, o que 
deve nos fornecer uma pista 
e um valor relacionado à linha. 
Também são pescadores que popularizam o culto de Iemanjá 
sincretizado com Nossa Senhora dos Navegantes na Bahia, e da 
Bahia para o mundo com a popularização da imagem de Iemanjá 
Branca ou Negra presente na Umbanda. 
Eles trabalham a força do mar, da água e de Iemanjá, mas não para 
por aí. Sua embriaguez é tão Sagrada quanto o vinho dos místicos 
sufi ou o nirvana dos hinduístas. 
Para o olhar profano estão bêbados, num olhar sagrado ou místico 
estão embriagados da energia do mar, brincam com esta embria-
guez e desta forma vão trabalhando o equilíbrio de seu médium. 
Equilibram sua água, suas emoções, espírito, mediunidade e etc. 
6
Um amigo e sacerdote de Umbanda, 
Ricardo Luiz, que sempre foi muito 
curioso, me esclarece que seu Marinheiro o levou ao mar, pediu que 
entrasse e colocando ele (Ricardo) dentro da parte de arrebentação 
de ondas na altura de seu peito disse: “Aqui é nosso campo de 
energia; nem na beira e nem no fundo. Aqui é onde você é levado 
para frente e para trás; aqui onde não consegue ficar parado, nós 
marinheiros trabalhamos. 
Desta forma a movi-
mentação do Marinhei-
ro revela esse “quebra 
mar”, “arrebentação” 
ou simplesmente o vai e 
vem das ondas que “leva 
o que tem de levar e traz 
o que tem de trazer”. 
Sr. João do Mar: Mari-
nheiro que trabalha co-
migo costuma dizer e 
repetir que o mar é a vida 
(incontrolável), o navio 
somos nós (médiuns), o 
leme nossa mente, as 
velas as emoções que se deixam levar ou não ao “sabor” do vento. E 
desta forma, mar bravo, calmo, proa, balanço e navio são metáforas 
da vida e da condição do médium diante da vida. 
De tudo isso fica a frase final: “Mar calmo nunca fez bom marinhei-
ro”. Há ainda que se falar mais sobre piratas, linha de Marinheiro 
como linha “intermediária” da Esquerda para a direita e filosofar 
os conceitos de João do Mar.
7
8
O USO DE COLARES, pulseiras e ta-
lismãs é tão antigo quanto a própria 
humanidade. 
Todos os povos antigos pesquisa-
dos adotavam seu uso, seja con-
feccionados com pedras roladas, 
seixos, dentes de animais, pérolas, 
penas, sementes, pedaços de 
ossos ou de madeiras esculpidas, 
conchas, unhas de certos animais, cabelos humanos ou crinas de 
animais trançados, etc. São tantas as coisas usadas na confecção 
de colares que não nos é possível listar todas.
Seu uso com respeito, inclusive das peças confeccionadas de 
forma rudimentar se perde no tempo, tendo começado em eras 
remotas, quando ainda vivíamos em cavernas ou éramos nômades, 
mas precisávamos de protetores contra o mundo sobrenatural 
inferior ou contra o perigo de animais e insetos venenosos ou os 
malefícios feitos por outras pessoas, etc.
Então, que fique claro aos umbandistas que o uso de colares ou 
“guias de proteção” não é uma coisa só da Umbanda ou dos cultos 
afros aqui estabelecidos. Inclusive, os índios americanos também 
usavam e ainda usam, incluindo braceletes, pulseiras e talismãs, 
tal como fazia e faz o resto da humanidade.
Os padres da Igreja Católica usam rosários, crucifixos pendurados 
no pescoço (um colar, certo?), escapulários, etc., assim como todos 
os sacerdotes da maioria das religiões atuais o fazem com suas 
peças consagradas.
9
Enfim, não há nada de excepcional, incomum ou fetichista no fato 
de os médiuns umbandistas usarem colares de proteção ou de 
trabalhos espirituais quando incorporados pelos seus Guias.
Seu uso era tão comum na Antiguidade que originou a ourivesaria e 
a joalheria como indústrias manufaturadoras de colares, pulseiras, 
braceletes, talismãs, tiaras, etc., para atender aos sacerdotes e aos 
fiéis mais abastados que preferiam ter objetos de proteção con-
feccionados com pedras e metais preciosos e de difícil aquisição 
pelo resto dos membros dos clãs ou tribos do passado.
Reis, rainhas, príncipes, imperadores, ministros, etc., que forma-
vam a elite dos povos antigos, não usavam colares comuns ou 
de fácil confecção, mas recorriam a artesãos especializados para 
confeccioná-los, tomando a precaução de terem colares únicos 
e de mais ninguém. 
Cadáveres eram enterrados com colares, talismãs, etc., pois pre-
cisavam proteger seus espíritos no mundo dos “mortos”, assim 
como haviam precisado deles aqui no mundo dos “vivos”, e isso 
acontece até os dias de hoje na cultura ocidental cristã, na qual o 
uso antigo de colares mágicos e protetores perdeu seus funda-
mentos, sendo substituídos por gravatas, lenços, cachecóis, fitas, 
etc. que envolvem o pescoço dos vivos e dos cadáveres, certo?
Portanto, irmãs e irmãos umbandistas, não sintam constrangimento 
por usar em público colares ou “guias”, pois não é em nada dife-
rente do que todo mundo faz.
http://colegiodeumbanda.com.br/
http://www.colegiodemagia.com.br/
10
11
O DOMINGOS era um membro da 
corrente. Gordo, brincalhão e alegre, 
era muito querido por todos. Dizia coisas desconexas. 
Falando sobre preparação espiritual dos médiuns, 
deixou escapar uma das suas marcantes falas: 
- A gente lê, estuda e 
aprende. Quando vem 
o espírito, ele faz o que 
quer, não adiantando 
nada o que se aprendeu. 
O Pai de Santo fechou a 
cara, demonstrando sua 
indignação pelo comen-
tário do festejado gordo, 
principalmente por con-
tradizer tudo aquilo que 
ele pregava. 
O Ferro costumava berrar, gritar, reclamar por tudo, mas tinha um 
coração imenso. Toda aquela postura era mentirosa. Mas, filho de 
Ogum não deixava as coisas para depois. Interrompeu e vociferou: 
- Domingos, você é um burro! O médium tem que dar condições 
ao espírito para poder extrair sua cultura. Na Umbanda chamamos 
o médium de cavalo. Um cavalo bem domado, sabendo andar, 
trotar e galopar, deixa ser montado e obedece às rédeas, facilita 
ao cavaleiro. Quanto mais preparado, cultural e espiritualmente, 
mais fácil para o espírito dar sua comunicação. Você é um imbecil! 
Apesar da grosseria das palavras, todos, inclusive o Domingos, 
acharam graça da forma do Pai de Santo expressar-se. Embora 
comum e fundamental para a religião espírita, a incorporação de 
um espírito com o médium é um grande mistério. 
O Domingos acreditava que não adiantava nada o médium ter 
culturaespírita. Já o Pai de Santo, com sua experiência, pregava 
o contrário. 
Fonte: www. paimaneco.org.br | Foto: Rogerio Scheibe
Foi com outro espiritualista 
que entendi a incorporação 
e a necessidade da preparação do médium. 
Naquela ocasião ainda não conhecia o Andir de Souza, um expe-
riente Pai de Santo. Gosto de conversar com ele e, principalmente, 
trocar ideias sobre a Umbanda. Falávamos sobre a mediunidade, 
principalmente no que se refere à diferença da mesma entidade 
incorporada em médiuns diferentes. 
- É a terceira energia – disse.
- Terceira energia? Explique melhor - pedi. 
- O espírito é uma energia e o médium é outra. Cada qual com 
sua cultura, sensibilidade e conhecimentos. Um é um e outro é 
outro. Entretanto, quando a entidade toma o corpo do médium, 
essas energias se unem, formando uma terceira. Ambos estão 
ali presentes, reunidos em uma só força. É como dois em um. 
- Como o café com leite? - tentei ajudar. 
- Sim, boa colocação – elogiou. O café 
é uma bebida pura e o leite também. Os 
dois juntos criam uma terceira bebida. 
- Isso explica bem. Se a entidade incor-
pora em mim, ela fica com uma parte 
que sou eu. Se incorpora em outro, fica 
com uma parte do outro. Não pode ser 
igual em dois médiuns diferentes. Falei, 
para esclarecer minha compreensão. 
- Isso mesmo, disse o Andir. Vamos imaginar um Exu, incorpora-
do em um médium manso, culto, amoroso, com sua aura limpa 
e vibrante. E o mesmo Exu incorporado em um médium menos 
preparado, violento, e cheio de ódio. Obviamente, no primeiro ele 
vai trazer em sua manifestação toda esta parte boa do médium, 
misturada em sua energia. 
12
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No segundo médium, vai ter que 
lutar para não deixar esta parte ruim 
do médium se sobrepor à sua vontade. 
Vai parecer, para quem conversar com os 
dois médiuns, que não é a mesma entidade. 
- O princípio do computador -completei. O espírito só pode tirar 
do médium o que ele tem programado, como num computador. 
Se seus arquivos são de má qualidade, só pode informar coisas 
semelhantes. É, está bem esclarecido este ponto! 
Enquanto voltava para casa, pensando na proveitosa troca de ideias 
com o Andir, lembrei-me do Domingos. 
- Pena que o Domingos já desencarnou, senão poderia explicar 
para ele o que o Ferro não conseguiu... 
O texto “Terceira energia” faz parte do excelente livro 
“Grifos do Passado” de autoria do Pai Fernando Guimarães 
e que pode ser baixado gratuitamente no site: 
www.paimaneco.org.br
O Terreiro do Pai Maneco foi fundado por 
Pai Fernando de Ogum, (Fernando Macedo 
Guimarães) em 1987 e pratica a Umbanda Pés 
no Chão, sem misticismos. 
E, mesmo após o seu desencarne em 2012, 
a casa continua a ter como premissas a obe-
diência aos espíritos, o respeito à natureza 
e ao livre arbítrio. Não permite a cobrança 
por atendimentos, não faz amarrações, 
adivinhações, tampouco usa sangue em 
seus trabalhos.
http://jornaldeumbandasagrada.com.br/
15
16
A GIRA ACABA, todos estão felizes e satisfeitos porque foi um 
ótimo trabalho e muitos foram ajudados pela “caridade através 
da incorporação do espírito”.
 Alguns médiuns, rápido, vão embora, pois ainda têm compro-
missos. Outros também somem instantaneamente, pois estão 
bem cansados e só pensam em chegar logo em casa. Ainda 
tem aqueles que ficam sentados, relaxando e conversando, 
comendo um lanche, pois estão há horas sem comer.
Mas há uns poucos médiuns que, 
mesmo cansados, com fome, cheios 
de afazeres em casa, nem bem ouvem 
as palmas do “salve o fechamento dos 
trabalhos” e já vão correndo buscar a 
vassoura, pano, balde e rodo... Para eles, 
a Gira ainda não acabou!
Todos os momentos do Ritual de Umbanda são sagrados e pos-
suem o seu axé todo especial – a abertura, a defumação, o bater 
cabeça no altar, o incorporar o Orixá, o dar consultas incorporado 
do Guia, o cambonear, o cantar na curimba, tudo é maravilhoso e 
nos faz sentir Pai Olorum mais perto de nós. 
Mas o que poucos sabem (e muitos nem querem saber!) é que há 
um axé muito especial que só recebe quem limpa o chão de um 
solo sagrado! É o “Axé da Gratidão” dos Pais e Mães Orixás e de 
todos os Guias que compõem a egrégora do Templo! 
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Eles sabem todo o esforço que esses filhos fazem para varrer, lim-
par e deixar brilhante e perfumado o chão sagrado que lhes deu 
local e oportunidade para fazerem a caridade por tantas horas.
Tenho certeza que se os Guias pudessem, com toda sua humilda-
de, consciência, energia e vontade, fariam eles mesmos a limpeza 
física do Terreiro. Mas, impossibilitados pela condição de espíritos 
desencarnados, inspiram seus filhos a terem essa iniciativa. 
O médium vai limpando 
e agradecendo, feliz, por 
ter aquela Casa, aqueles 
irmãos, aquele Dirigente 
Espiritual, aquele traba-
lho lindo que acabou de 
realizar... 
O “Axé da Gratidão” o 
envolve por inteiro num 
abraço super protetor e 
esse filho vai embora com uma energia extra para sua casa, sua 
semana, sua vida!
É uma pena que nem todos enxerguem essa limpeza como um 
importante ato devocional. Feliz daqueles que já enxergaram e 
sabem trazer mais esse axé para suas vidas! 
http://www.tambordeorixa.com.br/
http://www.erveiro.com.br/cursos.html
18
19
CERTO DIA um médium 
de nossa casa pergun-
tou ao Sr. Tata Caveira 
sobre o ritual de fecha-
mento de corpo para o 
Carnaval. 
Eis que o guardião chefe de nossa egrégora respondeu:
- As entidades que trabalham nessa Casa trazem as orientações 
necessárias para que os filhos tenham condições suficientes 
de administrarem seus discernimentos pelos caminhos que 
percorrem. 
A disponibilidade de energia para que as virtudes de cada um 
sejam despertadas são suficientes, ou seja, a educação moral 
e espiritual é aplicada com muita eficiência. Portanto, lhe digo 
que não vou perder meu tempo e nem desperdiçar energias com 
quem quer se sujar e se contaminar em lugares demasiadamente 
poluídos energeticamente. 
Nessa egrégora a qual faço parte, continuamos nosso trabalho 
no Carnaval como é realizado em todos os outros dias. Quer se 
divertir? Divirta-se e não há problema nenhum nisso. Tenham 
cuidado apenas aonde ir e com quem ir. Quer exagerar? Aguente 
as consequências. Quer ser radical? Pague o preço.
Laroyê!
http://www.madras.com.br/portal/
21
22
31 DE DEZEMBRO, 15 de agosto, 8 de Dezembro, 2 de Fevereiro. Em 
cada região e em cada Terreiro Iemanjá é concebida de uma forma.
Em 2 de fevereiro, algumas Casas saúdam o dia da Rainha do Mar 
e a Orixá que é conhecida por seu aspecto maternal e gestativo, 
reconhece formas de se manifestar por entre as culturas.
Também neste d ia a 
comemoração mais ex-
pressiva é a Festa do Rio 
Vermelho. A colônia loca-
lizada em Salvador (BA) 
começa sua história com 
Iemanjá, em 1923, quando 
um grupo de pescadores 
que sofriam com a es-
cassez de peixes decidiu 
presentear a Orixá.
Naquela época, a festa era feita em conjunto com a Igreja Católica, 
contando com a presença do pároco do bairro. Porém, 37 anos de-
pois, um dos padres regentes se opôs às homenagens, afirmando 
que elas simbolizavam um equívoco da comunidade que beiravam 
a ignorância ao creditar à Deusa seus ganhos.
Após isso, houve o rompimento dos pescadores com a Igreja Ca-
tólica e a festa passou a ser exclusivamente voltada à Rainha das 
Águas salgadas, a quem eles agradeciam anualmente pela pesca 
e a tranquilidade do mar.
23
Iemanjá e Maria 
Na Umbanda, a assimilação da Orixá com Maria (santa católica) 
tem origem na fundação da religião. Quando Zélio Fernandino 
incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas (figurativamente 
representante do índio brasileiro) que anunciou o início de uma 
nova confissão de fé, ele também apresentou fortes característi-
cas católicas, revelando já ter sido encarnado como Frei Gabriel 
Malagrida.
Desde sua anunciação até o que 
se concebe hoje da religião, ela 
sincretiza com o catolicismo – e 
também com outras manifesta-
ções de fé. Isso é evidenciado 
nos nomes que os Templos 
que sucederam a anunciaçãoganharam. 
Exemplo: “Tenda Nossa Senho-
ra da Conceição”, “Tenda Nossa 
Senhora da Guia”, “Tenda de 
Nossa Senhora da Piedade” – dentre outras denominações – e 
no altar umbandista que na maioria dos Terreiros é composto por 
imagens de Orixás e de santos católicos.
O sacerdote Alexandre Cumino aborda essa questão no curso 
Teologia de Umbanda, dissertando em um dos textos a seguinte 
percepção:
24
 “A cultura do branco, do negro e do vermelho se encontraram 
de forma particularizada em diferentes regiões deste continente. 
E assim chegou Maria ao Brasil, onde foi acolhida também pela 
religiosidade popular, associada e comparada com divindades e 
entidades do mundo mítico afro-indígena. Neste contexto, também 
a Umbanda, nascida da miscigenação tão brasileira no seu jeito de 
ser, é fruto de mitos, ritos e os mais variados símbolos.”
Isso explica boa parte das várias faces que Iemanjá possui no Brasil, 
sendo comemorada de diversas formas, dias, nomes, preceitos 
e particularidades. A importância da Orixá dentro da Umbanda 
é algo eminente, tanto que ela é a única Orixá que possui uma 
imagem própria dentro da religião (os outros Orixás compartilham 
de imagens de outras vertentes).
Na Umbanda, Iemanjá veste um longo vestido em tons azuis que 
se funde com as ondas do mar, de onde ela vem caminhando com 
as mãos espalmadas distribuindo pérolas pelo caminho. Seus ca-
belos são negros e longos, sua pele é clara e a Rainha das Águas 
é uma mulher alta e de seios fartos. Mas, como dito, esse é um dos 
semblantes em que ela é reproduzida e independente das formas 
de se entender e sentir Iemanjá, hoje também é dia de saudar a 
Rainhas das águas. O’doyá minha Mãe!
http://www.colegiopenabranca.com.br/2016/12/13/meditacao-umbandista/
27
UM DOS FILÓSOFOS mais requisitados 
no momento, Leandro Karnal, cunhou o 
termo acima: customização da fé. Em um breve vídeo no YouTube 
ele trata sobre a maneira singular que nós, brasileiros, lidamos 
com as religiões que escolhemos seguir. Para ele, aparentemente 
somos incapazes de seguir um dogma à risca e escolhemos o que 
nos agrada na religião e simplesmente descartamos o que não 
concordamos.
Quer um exemplo simples? O ato de se con-
fessar na Igreja Católica. Hoje muita gente 
afirma ser católico, frequenta missas, lê a 
Bíblia (em momentos difíceis) e passa longe 
de um confessionário. ‘Pra quê se confes-
sar? Vai adiantar contar meus pecados para 
o padre? Ele não é Deus!’ 
Confesso que já ouvi algo similar a isso, 
não exatamente com estas palavras... Se 
focalizarmos na Umbanda, aí sim é que 
o ‘samba do criolo doido’ impera, não é 
mesmo? Sim e não. Explico. 
A verdade é que a Umbanda não é (e dificilmente será) uma reli-
gião dogmática, doutrinária ou centralista. Desde o princípio, sua 
forma livre de se apresentar, seus ensinamentos passados quase 
sempre de forma oral, construíram uma religião aberta, agrega-
dora e completamente customizada de acordo com cada novo 
Terreiro que surgia.
https://www.youtube.com/channel/UCDePn1xGS_y_ThmXR7k8KIA
https://www.instagram.com/alexandrecumino/
https://www.facebook.com/colegiopenabranca/%3Ffref%3Dts
28
‘Taí o samba do criolo doido’, 
diriam vocês. Sim, é isso 
mesmo. Com tanta liberdade 
de culto interna, a Umbanda 
nasce e se desenvolve livre, 
deixando o campo aberto 
para que cada umbandista 
pratique sua fé da maneira 
que quiser. 
Por outro lado, a customização da fé na Umbanda é uma dádiva, um 
elemento inovador. Sentir e praticar a fé da maneira como melhor 
quisermos é uma benção por si mesma. 
Orar para este ou aquele Guia ou Orixá de preferência; acender ou 
não velas; fazer ou não fazer oferendas; ter ou não ter um altar em 
casa; frequentar ou não seu Terreiro predileto; estudar muito ou 
pouco sobre a religião e muitas outras escolhas cotidianas mostram 
que o umbandista continua sendo livre e faz da Umbanda a sua re-
ligião, viva, customizada e fonte de luz e felicidade para a sua vida.
Em um mundo tão diverso, tão cheio de possibilidades, porque 
se prender a um único e engessado modo de professar sua fé? 
A Umbanda é um exemplo de religião pulsante, viva e ativa em 
cada um de nós que, ainda assim, continuamos seguindo sua 
ritualística com muita fé, reunindo-se com os demais irmãos 
e irmãs ao som dos atabaques e Pontos Cantados, vibrando a 
energia positiva divina que todos carregamos. 
O que poderia nos separar, na verdade, nos une. 
30
Iemanjá é mulher forte, 
que não se rende a nada.
Iemanjá chora quando 
vê o filho perto d`água.
Iemanjá é rainha que 
carrega o mar na coroa.
Iemanjá, mulher guerreira, 
que não sabe ficar à toa.
Iemanjá é mãe que não
aguenta ver o filho chorar.
Iemanjá o abraça e o 
nina até cochilar.
Iemanjá é soberana, 
não aceita desaforo.
Iemanjá se rende pelo bem do seu tesouro.
Iemanjá sofre com a dor da humanidade.
Iemanjá reza para que a paz venha de verdade.
Iemanjá canta e com isso me faz cantar.
Iemanjá é a onda que no rochedo se faz ecoar.
Iemanjá quer vida, nunca a morte e a guerra.
31
Iemanjá é feliz porque 
povoou toda a Terra.
Iemanjá é mãe de todos os encarnados.
Iemanjá sofre quando o filho lhe é ingrato.
Iemanjá, meu coração é feito de água salgada.
Iemanjá, a ti pertenço e hoje tu és minha morada.
Iemanjá, me deste a sua estrutura.
Iemanjá, sou feito de toda força e doçura.
Iemanjá, não tema nunca vou te abandonar.
Iemanjá, eu te amo e para sempre vou te amar.... 
Minha declaração de amor 
à Mãe que sempre me conteve 
nos braços quando eu não 
parava de chorar. E que sempre 
me diz ‘respira’ quando estou 
prestes a me afogar. 
Mais que uma força, é parte de 
mim. Rainha do oceano de da 
minha alma, enfim... 
Odociaba!
32
33
O PSICANALISTA e teórico suíço Carl Gustav Jung, em suas obras, 
trata de um tema que nomeou de inconsciente coletivo: morada 
das memórias mais remotas da humanidade como um todo, incluin-
do memórias representadas por símbolos e imagens que recebem 
o nome de arquétipos. Animal de Poder é um destes arquétipos.
Diferentemente do inconsciente 
pessoal que guarda resquícios 
do dia a dia somado a ideias 
e sentimentos reprimidos, o 
âmbito coletivo da parte des-
conhecida da mente humana 
pertence a todos nós, ainda que 
não tenhamos consciência disso. 
Sendo assim, mesmo sem que-
rer, recebemos esses registros 
via universo como uma herança compulsória.
Nossos antepassados da pré-história – e posteriormente da Antigui-
dade – nos deixaram muitos registros de animais e seres mitológicos 
em paredes de cavernas. 
A relação do homem com o animal naqueles tempos era bastante 
diferente, uma vez que conviviam de modo muito próximo e, por 
toda a simplicidade do contexto material destes povos, enxergavam 
o animal como um irmão e não como um objeto. Era como um irmão 
mais velho, com muito a ensinar, cheio de poderes, inteligência e 
habilidades, que no contexto do xamanismo damos o nome de 
medicinas.
34
Estas medicinas inerentes aos animais (animal de poder), pouco a 
pouco foram sendo integradas pelo homem através da observação 
e imitação desses ensinamentos. A proximidade entre homem e 
animal os colocou em tamanha comunhão a ponto de conseguirem 
se comunicar e fortalecer tal relação.
Há relatos e registros de como nós, 
humanos, trazemos a força animal 
para nossas vidas. Sem ir muito longe, 
dinastias e reinos usaram figuras de 
animais em seus brasões; as fábu-
las que ouvimos na escola quando 
pequenos; as formas de expressão 
que usamos sem perceber durante o 
dia como “trabalho de formiguinha”, 
“memória de elefante”, “fulano é um 
touro”, são evidências de que, no fundo, compreendemos que a 
fauna não é tão irracional quanto julgamos.
Nós, sujeitos da contemporaneidade, carregamos o legado deixado 
pela sabedoria dos animais sem saber, por estarmos em um nível 
profundo de nossa consciência. No entanto, os povos nativos e as 
resistências atuais destes grupos codificaram essas forças e as 
preservaram através da crença nos Animais de Poder, espíritosnaturais que representam as espécies do Reino Animal, e não o 
espírito da águia, ou da onça que morreu, mas o espírito da espécie 
águia ou da espécie onça como um todo.
http://www.madras.com.br/
35
O fato destes espíritos da natureza 
representarem uma crença mundial 
de tradições primevas faz com que 
tais energias sejam compreendidas, 
também, como arquétipos, pois com-
põem parte dos registros arcaicos do 
inconsciente coletivo.
 Contudo, para os povos xamânicos, tais espíritos são mais que isso, 
podendo assumir a função de guias, professores, curadores e, é 
claro, amigos, que se manifestam com o intuito de dar respaldo ao 
xamã em seu trabalho, o protegendo e orientando.
Não só o xamã, mas todos, sem ex-
ceção, possuem um aliado animal. 
Tal descoberta chegou até nós 
recentemente graças à populari-
zação, muito positiva inclusive, do 
xamanismo nos centros urbanos. 
O animal de poder, com suas medi-
cinas, não é uma força exterior a nós, 
mas algo que faz parte de quem 
somos individualmente, as potên-
cias e talentos de nosso animal são 
compartilhadas conosco.
Embora muitas pessoas tenham a curiosidade de conhecer seus 
animais, nem todas compreendem a importância desta revelação. 
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Um animal de poder não é um amigo imaginário, tampouco um 
atributo para elevação do ego humano; é um aliado, um espirito 
natural poderosíssimo que requer respeito e reverência, o que não 
configura fanatismo ou adoração. 
A melhor forma de honrar seu espírito 
animal é invocando-o, sempre res-
peitosa e humildemente, através de 
cantos ou mesmo de chamamentos 
mentais ou visualizações.
A importância do encontro com esta 
forma de vida imaterial se dá pela 
possibilidade de autoconhecimento, e 
consequente conscientização acerca 
de minha natureza mais profunda, 
sem falar no sentimento de unidade 
que resulta da aproximação com esta 
energia, capaz de diluir a segregação 
homem-animal, possibilitando a 
compreensão da natureza como um 
organismo uno, do qual fazemos parte.
Portanto, se você ainda não conhece 
seu Animal de Poder, sinta no coração 
a possibilidade de agregar esta força a seu campo; e, para aqueles 
que já o conhecem, cabe repensar sua relação com esta força, 
pois uma boa parceria com seu aliado pode ser a peça do quebra-
cabeça que estava faltando.
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“Se você, ao entrar em um Terreiro, 
pede licença e saúda os assentamentos 
e firmezas da casa;
*Se você, ao ficar diante de um Preto Velho, 
se ajoelha e pede sua benção;
*Se você, ao se afastar de um Guia ou do altar, 
sai de costas e permanece de frente para o altar;
*Se você, ao conversar com uma entidade, 
se curva e abaixa o olhar em sinal de respeito;
*Se você, ao tomar um passe, agradece de 
coração a entidade que o atendeu;
*Se você, ao ganhar de um Guia um gole 
de sua bebida, pega sempre o copo com as duas mãos;
*Se você, ao ser convocado para um trabalho difícil, 
não se envaidece e se prepara com amor;
*Se você, ao ser corrigido por seu Pai/Mãe de Santo 
não se enfurece, mas entende que é para sua evolução;
*Se você, ao encontrar seu Pai/Mãe de Santo, 
toma sua benção, seja onde for;
*Se você, ao cantar determinados Pontos de 
Umbanda ainda se emociona como no início;
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*Se você, ao perceber um erro 
de alguém, não critica, mas procura 
orientar da forma adequada;
*Se você, ao não entender um ensinamento ou doutrina, 
questiona, pergunta, ao invés de fingir que entendeu;
*Se você, ao ouvir comentários desnecessários 
dentro do Terreiro os ignora e não se envolve;
*Se você, ao faltar à Gira ou em algum trabalho, 
pede desculpas aos seus Guias por sua falta;
*Se você, ao fim de um culto ou trabalho 
fica feliz e ansioso pelos próximos compromissos;
*Se você, ao invés de priorizar as amizades 
com irmãos de santo, prioriza a Casa que o desenvolve;
*Se você, ao se sentir fraco, busca 
a ajuda de sua Casa ao invés de se afastar dela;
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*Se você, ao presenciar algum 
problema em sua Casa, não se omite 
e toma as devidas providências, mostrando-se atuante;
*Se você preocupa-se tanto com o 
seu próprio desenvolvimento quanto com o dos outros;
*Se você tem respeito e amor verdadeiro 
por sua Casa e entende o quão é difícil 
em vários momentos mantê-la...
PARABÉNS POR SUA POSTURA, MAS CUIDADO: 
VOCÊ É UM UMBANDISTA EM EXTINÇÃO...”
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