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j 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5 2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..................................................... 6 2.1 Alternativas e impasses ........................................................................ 9 3 INDICE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................ 10 4 NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E SEUS INDICADORES........................... 12 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE ............................................... 14 6 COMPORTAMENTO HUMANO VOLTADO AO MEIO AMBIENTE .......... 16 7 ECOSSISTEMA E BIODIVERSIDADE, OS PRINCIPAIS ECOSSISTEMAS BRASILEIROS .......................................................................................................... 19 7.1 Floresta Amazônica ............................................................................ 20 8 PANTANAL MATO-GROSSENSE ............................................................ 23 9 CAMPOS SULINOS .................................................................................. 25 9.1 Fauna deste bioma ............................................................................. 25 10 CAATINGA ............................................................................................ 26 10.1 Vegetação .......................................................................................... 27 10.2 Fauna ................................................................................................. 27 10.3 Restinga ............................................................................................. 28 11 MANGUEZAL ........................................................................................ 30 12 CERRADO ............................................................................................. 31 13 CERRADO (STRICTU SENSU) ............................................................. 33 14 FLORESTA MESOFÍTICA DE INTERFLÚVIO (CERRADÃO) ............... 33 14.1 Campo rupestre .................................................................................. 33 14.2 Campos litossólicos miscelâneos: ...................................................... 33 14.3 Vegetação de afloramento de rocha maciça ...................................... 34 15 MATA ATLÂNTICA ................................................................................ 34 2 16 MATA DE ARAUCÁRIA ......................................................................... 35 17 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E RECURSOS HÍDRICOS, CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................... 36 17.1 Resíduos perigosos ............................................................................ 38 18 LIXO: PROBLEMA DE TODOS ............................................................. 41 18.1 Reciclagem: a indústria do presente .................................................. 41 18.2 Destino do lixo .................................................................................... 42 18.3 Embalagem: quanto mais simples, melhor ......................................... 46 18.4 A responsabilidade é de quem produz ............................................... 47 18.5 O lixo e o consumo ............................................................................. 47 19 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS – LEI 12.305/2010 ................... 48 19.1 Quem obedece deve obedecer à nova Lei ......................................... 49 19.2 A Lei obriga à logística reversa .......................................................... 50 19.3 Responsabilidade da coleta ............................................................... 50 19.4 Descumprimento da Lei ...................................................................... 52 19.5 Resultados e consequências .............................................................. 53 20 RECURSOS HÍDRICOS ........................................................................ 54 20.1 Ciclo hidrológico ................................................................................. 55 20.2 Precipitação ........................................................................................ 55 20.3 Evaporação e evapotranspiração ....................................................... 56 20.4 Água subterrânea ............................................................................... 56 20.5 Escoamento superficial ...................................................................... 57 20.6 Hidrografia .......................................................................................... 58 20.7 Processos erosivos ............................................................................ 59 20.8 Assoreamento de corpos d’água ........................................................ 59 20.9 Gestão de bacias urbanas .................................................................. 60 20.10 Cobrança pelo uso da água ............................................................... 61 3 21 CONTROLE DE ENCHENTES .............................................................. 63 21.1 Medidas para controle de inundações ................................................ 63 21.2 Zoneamento de áreas de inundações ................................................ 64 22 USO RACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................... 64 22.1 Navegação e aproveitamento hidrelétrico .......................................... 65 22.2 Abastecimento .................................................................................... 65 22.3 Irrigação e vazão ecológica ................................................................ 66 22.4 Transposição de corpos d’água ......................................................... 66 23 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................................................... 67 23.1 Outras importantes leis a serem citadas ............................................ 68 24 POLÍTICA AMBIENTAL ......................................................................... 70 24.1 Ações práticas de uma política ambiental (exemplos) ....................... 70 25 DIREITO AMBIENTAL, PRINCÍPIOS PRÓPRIOS DO DIREITO AMBIENTAL .............................................................................................................. 71 25.1 Lei de Política Nacional do Meio Ambiente ........................................ 72 25.2 Licenciamento ambiental .................................................................... 73 26 DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL ....................................................... 74 26.1 Princípios fundamentais do direito ambiental brasileiro...................... 78 27 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ...................................... 79 27.1 Áreas degradadas: formas e exemplos de degradação ..................... 80 27.2 Planejamento Urbano Influindo na degradação ambiental ................. 82 28 A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR ..................................................... 84 28.1 Formas de recuperação da mata ciliar ............................................... 85 29 PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA O SUCESSO DO REFLORESTAMENTO, SELEÇÃO DE ESPÉCIES. ................................................. 86 30 Principais indicadores de sustentabilidade empresarial ........................ 87 4 30.1 Avaliações promovidas pelos indicadores de sustentabilidade empresarial. ........................................................................................................... 89 30.2 Índice de sustentabilidade empresarial da B3 .................................... 94 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 96 5 1 INTRODUÇÃOPrezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 6 2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Fonte: jornaloliberal.net Conceito: A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. (NAÇÕES UNIDAS, 2019). Para ser sustentável, o desenvolvimento deve ser economicamente sustentado (ou eficiente), socialmente desejável (ou includente) e ecologicamente prudente (ou equilibrado). Os dois primeiros critérios estavam presentes no debate sobre desenvolvimento econômico que se abre no pós-guerra. O terceiro é novo. As expressões "crescimento econômico sustentado" e "crescimento econômico excludente" opunham a corrente "mainstream" neoclássica às correntes heterodoxas, marxistas e estruturalistas. Para a primeira, o crescimento econômico sustentado estava aberto como possibilidade a todos os países, sendo uma condição necessária e suficiente para a inclusão social. Para a segunda, ao contrário, o crescimento econômico e seus benefícios eram para poucos, os países capitalistas centrais. Marxistas e estruturalistas discordavam entre si, entretanto, em relação às causas do fato (VEIGA, 2005, apud ROMEIRO, 2012). 7 O Desenvolvimento Sustentável pode ser caracterizado como o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. Ela implica possibilitar às pessoas, agora e no futuro, atingir um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. Em resumo, é o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. A aplicação prática de princípios e estratégias do desenvolvimento sustentável apresenta-se mais complexa e difícil que a simples incorporação de uma dimensão ambiental dentro dos paradigmas econômicos, dos instrumentos do planejamento e das estruturas institucionais que sustentam a racionalidade produtiva prevalecente (LEFF, 2002, apud HANAI, 2012). Um desenvolvimento sustentável requer planejamento e o reconhecimento de que os recursos são finitos. Ele não deve ser confundido com crescimento econômico, pois este, em princípio, depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. O desenvolvimento nestas bases é insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende. O conceito de desenvolvimento sustentável foi reconhecido internacionalmente em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia. A comunidade internacional adotou a ideia de que o desenvolvimento socioeconômico e o meio ambiente, até então tratados como questões separadas, podem ser geridos de uma forma mutuamente benéfica. Em 1983, é estabelecida a Comissão Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Esta comissão foi incumbida de investigar as preocupações levantadas nas décadas anteriores acerca dos graves e negativos impactos das atividades humanas sobre o planeta, e como os padrões de crescimento e desenvolvimento poderiam se tornar insustentáveis caso os limites dos recursos naturais não fossem respeitados. O resultado desta investigação foi o Relatório "Nosso Futuro Comum" publicado em abril de 1987. O documento ficou conhecido como Relatório Brundtland, em referência à Gro Harlem Brundtland, ex primeira ministra norueguesa e médica que chefiou a comissão da ONU responsável pelo trabalho. O Relatório Brundtland formalizou o conceito de desenvolvimento sustentável e o tornou conhecido do público. http://pt.wikipedia.org/wiki/Comiss%C3%A3o_Mundial_sobre_Meio_Ambiente_e_Desenvolvimento http://pt.wikipedia.org/wiki/Comiss%C3%A3o_Mundial_sobre_Meio_Ambiente_e_Desenvolvimento http://pt.wikipedia.org/wiki/Relat%C3%B3rio_Brundtland http://pt.wikipedia.org/wiki/Gro_Harlem_Brundtland http://pt.wikipedia.org/wiki/Gro_Harlem_Brundtland 8 E acordo com o Relatório Brundtland (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988, p. 49), o desenvolvimento sustentável deve ser entendido como: [...] um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender as necessidades e aspirações humanas. (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988, apud IPIRANGA, 2011). "Satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades ", cerne do conceito de desenvolvimento sustentável se tornou o fundamento da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92), realizada no Rio de Janeiro em 1992. O encontro foi um marco internacional, que reconheceu o desenvolvimento sustentável como o grande desafio dos nossos dias, e também assinalou a primeira tentativa internacional de elaborar planos de ação e estratégias neste sentido. A percepção das pessoas sobre a escassez dos recursos naturais e sobre os danos ambientais de suas ações pode influenciá-las a adotar comportamentos mais ecológicos (PATO, 2004, apud CAIXETA, 2010). O campo do desenvolvimento sustentável pode ser dividido em quatro componentes: a sustentabilidade ambiental, a sustentabilidade econômica, a sustentabilidade sociopolítica e a sustentabilidade cultural. Sustentabilidade ambiental: consiste na manutenção das funções e componentes dos ecossistemas para assegurar que continuem viáveis – capazes de se auto reproduzir e se adaptar a alterações, para manter a sua variedade biológica. É também a capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo em conta a habitabilidade, a beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias renováveis. Sustentabilidade econômica: é um conjunto de medidas e políticas que visam a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais. O lucro passa a ser também medido através da perspectiva social e ambiental, o que leva à otimização do uso de recursos limitados e à gestão de tecnologias de poupança de materiais e energia. A exploração sustentável dos recursos evita o seu esgotamento. Sustentabilidade sociopolítica: é orientada para o desenvolvimento humano, a estabilidade das instituições públicas e culturais,bem como a redução de conflitos http://pt.wikipedia.org/wiki/Eco-92 http://pt.wikipedia.org/wiki/Eco-92 http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade_ambiental http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade_econ%C3%B4mica http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel#Sustentabilidade_s.C3.B3cio-politica http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade_Cultural 9 sociais. É um veículo de humanização da economia, e, ao mesmo tempo, pretende desenvolver o tecido social nos seus componentes humanos e culturais. Vê o ser humano não como objeto, mas sim como objetivo do desenvolvimento. Ele participa na formação de políticas que o afetam, decide, controla e executa decisões. Sustentabilidade cultural: leva em consideração como os povos encaram os seus recursos naturais, e sobretudo como são construídas e tratadas as relações com outros povos a curto e longo prazo, com vista à criação de um mundo mais sustentável a todos os níveis sociais. A integração das especificidades culturais na concepção, medição e prática do desenvolvimento sustentável é fundamental, uma vez que assegura a participação da população local nos esforços de desenvolvimento. 2.1 Alternativas e impasses Antes mesmo que a ideia de desenvolvimento humano começasse a ser assimilada, também ganhava força uma expressão: desenvolvimento sustentável (DS). A partir do ano de 1992, um movimento internacional foi lançado pela Comissão para o Desenvolvimento Sustentável (CSD) das Nações Unidas com o objetivo de construir indicadores de sustentabilidade. Reunindo governos nacionais, instituições acadêmicas, ONG’s, organizações do sistema das Nações Unidas e especialistas de todo o mundo, esse movimento pretende colocar em prática, alguns capítulos da “Agenda 21” firmada na Eco- 92, referentes à necessidade de informações para a tomada de decisões. (VEIGA, 2015, apud ASSUNÇÃO,2015, p. 17). Em 1996, a CSD publicou o documento “Indicadores de desarollo sostenible: marco y metodologías”, que ficou conhecido como “Livro Azul”. Continha um conjunto de 143 indicadores, que foram quatro anos depois reduzidos a uma lista mais curta, com apenas 57, mas acompanhados de fichas metodológicas e diretrizes de utilização. Foram cruciais para que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) viesse a publicar em 2002 e 2004, os primeiros indicadores brasileiros de desenvolvimento sustentável. A importância desses dois pioneiros trabalhos do IBGE não deve ser subestimada pelo fato da maioria de suas estatísticas e indicadores se referir mais ao tema do desenvolvimento do que ao tema da sustentabilidade. Foi a primeira vez que 10 uma publicação dessa natureza incluiu explicitamente a dimensão ambiental ao lado da social, da econômica e da institucional. 3 INDICE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Fonte: jornalggn.com.br Todavia, uma rápida consulta aos resultados desses dois primeiros esforços certamente provocará a seguinte indagação: poderá surgir daí um índice sintético de desenvolvimento sustentável? A resposta mais sensata parece ser negativa, porque índices compostos por várias dimensões (que, por sua vez, resultam de diversas variáveis) costumam ser contraproducentes, para não dizer enganosos ou traiçoeiros. Por outro lado, sem um bom termômetro de sustentabilidade, o mais provável é que todo mundo continue a usar apenas índices de desenvolvimento (quando não de crescimento), deixando de lado a dimensão ambiental. Tanto quanto um piloto precisa estar permanentemente monitorando os diversos indicadores que compõem seu painel, qualquer observador do desenvolvimento sustentável será necessariamente obrigado a consultar dezenas de estatísticas, sem que seja possível amalgamá-las em um único índice. Talvez seja essa a razão que faz o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) não ter se lançado na construção de um índice de desenvolvimento sustentável equivalente ao IDH. 11 Isto não impede, contudo, que se procure elaborar um índice de sustentabilidade ambiental, em vez de desenvolvimento sustentável, para que possa ser comparado com outros índices de desenvolvimento, como os que foram mencionados no início deste livro. Ou ainda, que se prefira representações gráficas multifacetadas, em vez de um número índice. A ideia foi apresentada em 2002 ao Fórum Econômico Mundial por um grupo de trabalho formado por pesquisadores de duas universidades americanas. Indicadores de Desenvolvimento Sustentável: Primeira geração: nesta fase, os indicadores eram os ambientais clássicos que não incorporavam interrelações entre os componentes de um sistema, como por exemplo: emissões de CO2, desmatamento, erosão, qualidade das águas, entre outros; segunda geração: os indicadores são compostos por quatro dimensões: econômica, social, institucional e ambiental, mas não estabelecem vinculações entre os temas. O maior exemplo desse tipo de iniciativa seria o Livro Azul da CSD (1996); terceira geração: Correspondem aos indicadores vinculantes, sinérgicos e transversais, que incorporam simultaneamente vários atributos ou dimensões do Desenvolvimento Sustentável. Não se tratam mais de listas de indicadores como os de segunda geração. As variáveis escolhidas têm que possuir correlação muito clara com os demais, pois fazem parte de um mesmo sistema. (QUIROGA- MARTINEZ, 2003, apud TAYRA, 2006) Com 68 variáveis referentes a 20 indicadores essenciais, o índice de sustentabilidade ambiental elaborado por pesquisadores de Yale e Columbia pôde ser calculado para 142 países. Esse índice considera cinco dimensões: sistemas ambientais, estresses, vulnerabilidade humana, capacidade social e institucional, e responsabilidade global. O primeiro envolve quatro sistemas ambientais: ar, água, solo e ecossistemas. O segundo considera estresse algum tipo muito crítico de poluição, ou qualquer nível exorbitante de exploração de recurso natural. No terceiro, a situação nutricional e as doenças relacionadas ao ambiente são entendidas como vulnerabilidades humanas. A quarta dimensão se refere à existência de capacidade sócio institucional para lidar com os problemas e desafios ambientais. E na quinta entram os esforços e esquemas de cooperação internacional representativos da responsabilidade global. As premissas básicas que norteiam essas cinco dimensões foram bem explicitadas pelos pesquisadores. Em primeiro lugar, é necessário que os sistemas ambientais vitais sejam saudáveis e não entrem em deterioração. Também é essencial que os estresses antrópicos sejam baixos e não causem danos aos sistemas ambientais. Em terceiro, a alimentação e a saúde não devem ser 12 comprometidas por distúrbios ambientais. Em quarto, é preciso que existam instituições, padrões sociais, habilidades, atitudes e redes que fomentem efetivas respostas aos desafios ambientais e em quinto, há que cooperar para o manejo dos problemas ambientais comuns a dois ou mais países, além de reduzir os “transbordamentos” de problemas ambientais de um país para outro. 4 NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E SEUS INDICADORES Fonte: geranegocios.com Retornos sustentados sobre o capital investido no longo prazo e, em certa medida, o crescimento dos negócios requerem, cada vez mais, o enfrentamento das questões de desenvolvimento social e de sustentabilidade que influenciam e são influenciadas pelas ações das empresas no mercado, por interesses setoriais, por demandas das comunidades do entorno e pelo próprio sistema capitalista em sua versão neoliberal local. Na prática, a sustentação de resultados acima da média em prazos mais elásticos parece exigir formulações estratégicas e direcionamentos operacionais que conjuguem, em uma mesma unidade de performance, retornos econômicos, sociais, ambientais e culturais diferenciados. Assim como parece induzir a composição, com outros atores, de arranjosprodutivos que potencializem ou ampliem, por um lado, escala e participação de mercado; por outro, infraestrutura, recursos, tecnologia apropriada, competências, sensibilidade social e capacidade de inovar. 13 A maximização das condições de produzir, comercializar, comunicar, oferecer produtos e serviços inovadores, promover desenvolvimento, valorizar direitos humanos, dar conta dos impactos no entorno inerentes ao negócio, lidar com a concorrência, abrir novos mercados e estar próximo aos clientes onde quer que eles estejam neste mundo globalizado parece tender a se viabilizar, cada vez mais, a partir de arranjos produtivos capazes de conjugar investidores, especialistas, empresas, financiadores, organizações da sociedade civil, instituições de pesquisa e desenvolvimento e organismos de governo. Entretanto, é preciso resolver antes e sempre, o curto prazo. Sem atingir o resultado do dia, da semana, da quinzena, do mês, do semestre e do ano não haverá argumento válido para transformações a longo prazo, menos ainda para a inclusão da perspectiva socioambiental no ambiente de negócios. Até porque é difícil distinguir entre dispersão de recursos e investimentos em iniciativas voltadas a resultados de longo prazo; assim como é difícil decidir se a melhor alternativa está mesmo no horizonte do tempo. Os resultados imediatos, portanto, precisam ser obtidos enquanto se constroem as plataformas do futuro. Presente e futuro são pensados e articulados juntos, no presente; e essa é uma tarefa que, em certa medida, pode envolver diferentes atores. Explorar sinergias e complementaridades é, portanto, fator de competitividade, de promoção do desenvolvimento e de enfrentamento de questões de sustentabilidade. A melhor performance depende, entretanto, da qualidade intrínseca dos arranjos produtivos. Em outras palavras, depende da natureza do engajamento (legitimidade, motivação, visão de futuro e compartilhamento de crenças, significados e valores dos diferentes atores), da capacidade de construírem, consolidarem e manterem em permanente desenvolvimento um ambiente capaz de gerar resultados (econômicos, sociais, ambientais e culturais) sustentados a longo prazo, da qualidade dos vínculos (transparência, confiança e proximidade entre os atores), da eficácia dos mecanismos de interação e cooperação e da capacidade de reconhecimento sincero dos interesses legítimos dos atores envolvidos. No plano operacional, depende do empenho em se encontrar uma fórmula aceita para a responsabilização, o acompanhamento, controle e auditoria dos processos e a apropriação dos resultados e dos impactos decorrentes da ação conjunta, tanto os de natureza econômico-financeira como os sociais, ambientais e culturais; tanto os tangíveis quanto os intangíveis (KEINERT, 2007, apud DANDAL, 2014, p. 29). Trata-se de um desafio enorme para a gestão contemporânea por conta, principalmente, de alguns fatores: da baixa competência das organizações para se integrarem à lógica e às dinâmicas sociais típicas de ambientes multi- stakeholders, naturalmente inclusivas e, portanto, complexas; da prevalência do individualismo, 14 mesmo quando há valorização do teamwork; das dificuldades de formulação e legitimação de decisões complexas em ambientes organizacionais que supervalorizam a lógica exclusiva e direta do capital, as relações de poder, o imediatismo, o autoritarismo e o pragmatismo, que são aspectos culturais cultuados no neoliberalismo. Soma-se a isso, a existência de interesses imbricados de diferentes arranjos produtivos com que os mesmos atores, ou parte deles, possam estar envolvidos, e que são cada vez mais prováveis pela necessidade de ampliação das fontes de geração de riqueza e minimização dos riscos além das incertezas impostas tanto pelo ambiente competitivo como pelo ambiente social. Uma estratégia corporativa ampla e de longo-prazo, integrada com os objetivos centrais do negócio e com as suas competências essenciais atuando para criar mudança social positiva e valor para o negócio e que está inserida nas operações negociais do dia a dia é o que se pode chamar de CSR Estratégica ou ainda Sustentabilidade Estratégica. 5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE Fonte: isotecconsultoria.com As análises realizadas através do uso de indicadores vêm ganhando peso nas metodologias utilizadas para resumir a informação de caráter técnico e científico, permitindo sua transmissão de forma sintética, desde que preservada a essência da informação e utilizadas apenas as variáveis que melhor servem os objetivos e não 15 todas as que podem ser medidas ou analisadas. A informação é assim mais facilmente utilizável por tomadores de decisão, gestores, políticos, grupos de interesse ou pelo público em geral. A formulação de indicadores pressupõe a disponibilidade de informações e dados confiáveis e comparáveis num determinado período de tempo. Esse é o principal desafio que se apresenta, ou seja, apontar caminhos para a identificação de parâmetros confiáveis e comparáveis no tempo para a averiguação do cumprimento e do progresso das práticas de gestão sustentável de maneira custo-efetiva. Há grande variabilidade de tipos e qualidade de informações que podem impedir sua comparação, daí ser necessário identificar alguns parâmetros comparáveis, legitimados pelas partes interessadas e convenientes para o sistema em questão. Indicadores de sustentabilidade tem como objetivo auxiliar empresas e instituições a avaliarem se estão caminhando rumo à sustentabilidade. Os indicadores usualmente abrangem procedimentos empresariais, desde seus conceitos estratégicos até suas relações com fornecedores e consumidores, considerando as questões fundamentais da sustentabilidade, social, ambiental e econômico (LOUETTE, 2007, apud PENTEADO, 2014, p. 2). Não se pode deixar de mencionar que a utilização de indicadores e índices não é uma abordagem pacífica. Sempre se recobre de alguma controvérsia, em face das simplificações que são efetuadas na aplicação destas metodologias. As eventuais perdas (ou descontinuidade) de informação têm constituído um entrave à adoção de forma generalizada e consensual dos sistemas de indicadores e índices. Indicadores: parâmetros selecionados e considerados isoladamente ou combinados entre si, sendo de especial pertinência para refletir determinadas condições dos sistemas em análise (normalmente são utilizados com pré-tratamento, isto é, são efetuados tratamentos aos dados originais, tais como médias aritméticas simples, percentuais, medianas, entre outros). Definidos, aceitos e inseridos nos processos de gestão de uma instituição (governos, empresas ou outras organizações da sociedade civil) um dado conjunto de indicadores pode revelar a situação atual dessa instituição (e daí permitir compará-la com outras de mesma natureza) ou indicar sua evolução em relação a sua própria situação em algum momento anterior. 16 6 COMPORTAMENTO HUMANO VOLTADO AO MEIO AMBIENTE Fonte: sustentarqui.com A sede econômico-financeira do homem aliada à hiperexpansão populacional vem, nesta, provocando desenfreada e desrespeitosa exploração de recursos naturais sem nenhuma consideração a normas de proteção ao meio ambiente levando, consequentemente, à degradação do mesmo. Em meio ao desenvolvimento tecnológico está a natureza, não sabemos se acuada ou esquecida, deixada de lado pelo homem no que tange aos cuidados relativos à preservação. Esta, no entanto, é a única contribuição que nos é cobrada em troca do fornecimento de frutos, ar respirável, a biodiversidade de nossos ecossistemas, da flora, terras férteis e belíssimas paisagens. Esta é uma luta Global e Humanitária onde, independente de campanhas como a Rio + 10, dentre muitas outras, o homem deveria conscientizar-se e contribuir individual e coletivamente na busca do equilíbrioecológico do meio. A lógica do crescimento econômico presente na maioria dos países, somado ao avanço tecnológico, entre outros, faz com que as pessoas desejem e adquiram uma maior quantidade de bens de consumo e de serviços. Isto resultou em uma sociedade atual marcada por um consumismo crescente que tem como consequência maior degradação da natureza, com implicações inclusive à sobrevivência do ser humano (FERREIRA, 2004, apud CAIXETA, 2010). 17 Os brasileiros possuem o direito ao meio ambiente garantido constitucionalmente. A Carta Magna vigente, em seu art. 225, nos garante o direito de usufruir o meio ambiente e o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Ocorre que, a maioria das pessoas, sendo raríssimas as exceções, tanto naturais como jurídicas, vêm se interessando somente em exercer o direito, mas não cumprir o dever. O Estudo Prévio de Impacto Ambiental previsto no inciso III do artigo 9º da Lei nº 6.938/81 e no art. 225, § 1º da Constituição Federal, dispõe a respeito da obrigatoriedade e importância deste estudo, que é tratado constitucionalmente como poder-dever do Poder Público. O Estudo prévio de Impacto Ambiental é uma manifestação significativa do princípio da prevenção e constitui um dos instrumentos básicos da Política Nacional do Meio Ambiente. Tem a função de apontar os possíveis riscos que um projeto pode oferecer à natureza e indicar uma solução para a implantação do projeto de forma a combater e prevenir um possível dano ambiental. São merecedoras de gratificações as grandes empresas de elevada produção que, em meio a este escopo, preocupam-se não só com o lucro, mas também com a preservação da natureza. Tais empresas são dotadas de certificados como a ISO 14001, comprovadores e reconhecedores de tal mérito e passam a valorizar cada particularidade do sistema natural, ou seja, comprometem-se com a coleta seletiva do lixo e a reciclagem do mesmo, gerando economia de energia e proteção sistemática do Meio Ambiente. Trabalham intensamente no combate ao desperdício de todo gênero natural, como a água, o solo e a energia. Apesar de campanhas mundiais e divulgação de estatísticas, a sede humana de exploração, consumo e lucro é cada vez maior, aumentando assim as consequências do efeito estufa. Podemos citar a título de ilustração, o derretimento de geleiras nos polos e degradação da camada de ozônio. Na “Guerra Econômica” travada entre Nações, o homem vem destruindo algo que lhe pertence e, tal situação, aliada ao hiper crescimento populacional traz como consequências o aumento do consumo, a exploração do solo em larga escala, descarga de dejetos e emissão de CO2, contribuindo para um meio desequilibrado. Populações sofrem com catástrofes meteorológicas, como enchentes, passam fome devido à ausência de solos férteis devido à seca, escassez de água potável além de problemas respiratórios causados pelo ar impuro impregnado de agentes fruto do 18 efeito estufa. Este, um dos maiores demonstradores do descaso ambiental, que vem sendo contribuído pela queima de combustíveis fósseis como a gasolina e também pelas queimadas de florestas. Depois da 2ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO92) foi reconhecido que o crescimento e desenvolvimento econômicos alteram os sistemas naturais, embora não se possam pôr em risco os sistemas naturais mais importantes como atmosfera, água, solos e seres vivos (HANSEN, 2001, apud COSTA, 2014). Desastres ecológicos ocorrem e a não reparação destes pelos seus agressores é, muitas vezes, acobertada pela impunidade. Infelizmente, temos que acreditar que são necessárias normas impositivas de sanção para que o homem se eduque em relação aos cuidados com algo que é seu por direito. Foi preciso a criação de legislações de Direito Ambiental com normas coercitivas, onde o homem vê-se obrigado a preservar seu ambiente e sobrepujar seu eterno animus lucrandi. Foi preciso impor sanções como multas pecuniárias e até mesmo penas restritivas de liberdade dentre outras para o homem respeitar seu direito. As civilizações estão sendo dominadas pelo consumismo e, em contrapartida, pelo desejo desenfreado de poder econômico-financeiro, não tendo a preocupação adequada com a preservação de um bem que, se utilizado racionalmente, seria contribuindo para a manutenção dessas vontades eternamente, de modo que, como vem sendo utilizado está a ponto de desencadear, a níveis mundiais, uma enorme catástrofe ambiental e, consequentemente, econômica, política e financeira, trazendo uma infinidade de prejuízos para a humanidade, principalmente para as gerações futuras. A sustentabilidade do Meio Ambiente depende exclusivamente de uma consciência universal e respeito os Paradigmas da Ecologia e dos processos naturais para a evolução da Humanidade. 19 7 ECOSSISTEMA E BIODIVERSIDADE, OS PRINCIPAIS ECOSSISTEMAS BRASILEIROS Fonte: cenedcursos.com O Brasil possui uma grande diversidade de ecossistemas. Quase todo o seu território está situado na zona tropical. Por isso, nosso país recebe grande quantidade de calor durante todo o ano, o que favorece essa grande diversidade. Veja, no mapa a seguir, exemplos dos principais ecossistemas encontrados no Brasil. 20 Fonte da imagem: sobiologia.com 7.1 Floresta Amazônica Estende-se além do território nacional, com chuvas frequentes e abundantes. Apresenta flora exuberante, com espécies, como a seringueira, o guaraná, a vitória- régia, e é habitada por inúmeras espécies de animais, como o peixe-boi, o boto, o pirarucu, a arara. Para termos uma ideia da riqueza da biodiversidade desses ecossistemas, ele apresenta, até o momento, 1,5 milhão de espécies de vegetais identificadas por cientistas. Com uma área de aproximadamente 5,5 milhões de km², a Floresta Amazônica é a principal cobertura vegetal do Brasil, ocupando 45% do nosso território, além de espaços de mais nove países, sendo também a maior floresta tropical do mundo. É chamada de Floresta latifoliada equatorial. Mas o futuro da Amazônia não será definido apenas por sua importância socioambiental e por seus potenciais. As ameaças de degradação avançam em ritmo acelerado. Os dados oficiais elaborados pelo INPE sobre o desmatamento na região mostram que ele é extremamente alto e está 21 crescendo. Já foram eliminados cerca de 570 mil quilômetros quadrados de florestas na região, uma área equivalente à superfície da França, e a média anual dos últimos sete anos é da ordem de 17,6 mil quilômetros quadrados (INPE, 2001, apud MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS, 2002, p. 21). A Floresta Amazônica caracteriza-se por ser heterogênea, havendo um elevado quantitativo de espécies, com cerca de 2500 tipos de árvores e mais de 30 mil tipos de plantas. Além disso, ela é perene, ou seja, permanece verde durante todo o ano, não perdendo as suas folhas no outono. Apresenta uma densidade elevada, o que é propício ao grande número de árvores por m². Costuma-se classificar essa floresta conforme a proximidade dos cursos d’água. Dessa forma, existem três subtipos principais: mata de igapó, mata de várzea e mata de terra firme. Mata de igapó: também chamada de floresta alagada, a mata de igapó caracteriza-se por se localizar muito próxima aos rios, estando permanentemente inundada. Apresenta plantas de pequeno porte em comparação ao restante da vegetação da Amazônia e que costumam ser hidrófilas, ou seja, adaptadas à umidade. Possui, em geral, raízes elevadas que acompanham os troncos. Mata de várzea: assim como a mata de igapó, a várzea também sofre com as inundações, porém apenas no período das cheias dos grandes rios, por se encontrar em áreas um pouco mais elevadas. É uma mata muito fechada, com elevada densidade, árvores altas (em média 20m dealtura) e, em geral, com galhos espinhosos, o que dificulta o seu acesso. As espécies mais conhecidas são o Jatobá e a Seringueira, essa última muito usada na extração de látex, a matéria-prima da borracha. Mata de terra firme: também chamada de caetê, a mata de terra firme caracteriza-se por se encontrar relativamente distante dos grandes cursos d’água, localizando-se em planaltos sedimentares. Em razão disso, não costuma ser alvo de inundações, recobrindo a maior parte da floresta e apresentando as maiores médias de altura (algumas árvores chegam a alcançar os 60m). A importância da Floresta Amazônica reside, principalmente, em sua função ambiental. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, ela não é o “pulmão do mundo”, pois o oxigênio por ela produzido é consumido pela própria floresta. Sua importância ambiental reside no controle das temperaturas, graças ao aumento da 22 umidade, que é resultado da constante evapotranspiração da floresta, produzindo massas de ar úmido para todo o continente sul-americano, os chamados Rios Voadores. É importante não confundir o Bioma Amazônia com a Floresta Amazônica. O primeiro termo refere-se às características gerais que envolvem a mata, os animais, os rios, os solos e a flora, o segundo limita-se às características da floresta. Mata de cocais: A mata de cocais situa-se entre a floresta amazônica e a caatinga. São matas de carnaúba, babaçu, buriti e outras palmeiras. Vários tipos de animais habitam esse ecossistema, como a arara canga e o macaco cuxiú. É um tipo de cobertura vegetal situada entre as florestas úmidas da região Norte e as terras semiáridas do Nordeste do Brasil, sendo uma zona de transição entre os biomas Caatinga, Floresta Amazônica e Cerrado. Abrange predominantemente o Meio-Norte (sub-região formada pelos estados do Maranhão e Piauí), mas também se estende pelos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins. Influenciado pela sua localização, esse bioma possui três tipos de climas: equatorial úmido - quente e chuvoso, predominando em menos de 20% do bioma; tropical semiúmido - predomina em mais de 65%, com estações secas e úmidas bem definidas e temperaturas médias elevadas; tropical semiárido – quente e seco, com chuvas escassas e irregulares, predomina em 15% do bioma. A Mata dos Cocais se formou ocupando lacunas de outras formações vegetais (cerrados e florestas amazonenses), que foram desmatadas para criação de pasto e exploração de madeira. Seu solo é rico em minérios como: ferro, ouro, diamante, bauxita, alumínio e níquel. Uma característica interessante é que o solo, na região dos cocais, possui um lençol freático pouco profundo, permanecendo úmido o ano inteiro. A vegetação da Mata dos Cocais é dominada pela palmeira babaçu (sendo a mais importante a Orbignya speciosa), que predomina nos locais mais úmidos como o Maranhão, norte do Tocantins e oeste do Piauí. Na área menos úmida, que abrange o leste do Piauí e litorais do Ceará e Rio Grande do Norte, predomina a palmeira carnaúba (Copernicia cerifera). As outras principais palmeiras são o buriti (Mauritia flexuosa) e a oiticica (Licania rígida). Uma grande quantidade de arbustos e vegetações de pequeno porte também são encontradas nos locais de menores altitudes. http://brasilescola.uol.com.br/brasil/rios-voadores-amazonia.htm http://brasilescola.uol.com.br/brasil/rios-voadores-amazonia.htm http://www.infoescola.com/geografia/regiao-norte/ http://www.infoescola.com/geografia/regiao-nordeste/ http://www.infoescola.com/biomas/caatinga/ http://www.infoescola.com/biomas/floresta-amazonica/ http://www.infoescola.com/geografia/cerrados/ http://www.infoescola.com/geografia/clima-equatorial/ http://www.infoescola.com/geografia/bioma/ http://www.infoescola.com/compostos-quimicos/minerios-de-ferro/ http://www.infoescola.com/rochas-e-minerais/bauxita/ http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/aluminio/ http://www.infoescola.com/hidrografia/lencol-freatico/ 23 O babaçu chega a atingir 20 metros de altura e uma árvore pode produzir até 2.000 frutos (cocos) por ano. Dentro dos frutos existem as amêndoas, das quais é extraído um óleo muito utilizado em diversas indústrias (alimentícias, farmacêuticas, químicas, etc.). Outras partes do coco também são aproveitadas, como o epicarpo (camada externa), que é utilizado na produção de estofados, embalagens, vasos, placas, entre outros. (SANTOS, 2013, apud SUÇUARANA, 2015). A carnaúba também é utilizada de várias formas. O uso mais importante é a extração da cera de suas folhas, que é utilizada na fabricação de diversos produtos. Assim, a Mata dos Cocais representa uma importante fonte de renda para a população local. A fauna nesse bioma é muito diversa, destacando-se a arara-vermelha, gavião- real, jaguatirica, lobo-guará, macaco cuxiú (endêmico do Brasil) e outras muitas espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Nos rios vivem a ariranha, o boto, o acará-bandeira (peixe), entre outros. A Mata dos Cocais está sendo prejudicada pelo desmatamento desordenado para desenvolvimento da pecuária e cultura de soja. Além disso, a extração de minerais que ocorre nesse ambiente acaba por fragilizá-lo ainda mais. 8 PANTANAL MATO-GROSSENSE No início da colonização do Brasil, a região pantaneira era ocupada índios. Acredita-se que espanhóis vindos pela Bolívia iniciaram a colonização da área, por volta de 1.550, antes dos portugueses. O Pantanal é uma planície sedimentar, com área de 138.183 km2, preenchida com depósitos aluviais dos rios da bacia do Alto Paraguai, com 65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso. A região é uma planície aluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado Chaco e Mata Atlântica (PRANCE et al.). A partir da segunda metade do século XVI, os bandeirantes paulistas alcançaram a região, em busca de pedras preciosas e índios como mão-de-obra escrava. A hostilidade da região deu origem a muitas lendas e histórias contadas até hoje pelos caboclos chamados pantaneiros. Entre elas, há a história do Minhocão, uma poderosa cobra, provavelmente identificada como uma sucuri, que derrubava barrancos e gritava. Outros contos envolvem onças e seres sobrenaturais. http://www.infoescola.com/aves/arara-vermelha/ http://www.infoescola.com/aves/gaviao-harpia/ http://www.infoescola.com/aves/gaviao-harpia/ 24 Uma das últimas regiões a ser ocupada e desenvolvida no Brasil, o Pantanal abriga hoje um Parque Nacional, além de muitas fazendas, principalmente de gado. O Pantanal Mato-grossense é uma das mais exuberantes e diversificadas reservas naturais do Planeta integrando-o ao acervo dos patrimônios da humanidade. É a maior extensão úmida contínua do planeta. Hidrograficamente, todo o Pantanal faz parte da bacia do rio Paraguai constituindo-se em uma imensa planície de áreas alagáveis. Quando do período das cheias justifica a lenda sobre sua origem, que seria um imenso mar interior - o mar de Xaraés. O clima é tipo quente no verão, com temperatura média em torno de 32°C e frio e seco no inverno, com média em torno de 21°C, ocorrendo ocasionalmente, geadas nos meses de julho e agosto. A união de fatores tais como o relevo, o clima e o regime hidrográfico da região favoreceram o desenvolvimento de numerosas espécies animais e vegetais que povoam abundantemente toda sua extensão. Existem dez tipos de pantanal na região com características diferentes de solo, vegetação e drenagem, são eles: Nabileque - 9,4 %; Miranda, 4,6%; Aquidauana, 4,9 %; Abobral - 1,6 %; Nhecolândia - 17,8 %; Paiaguás - 18,3 %; Paraguai - 5,3 %; Barão de Melgaço - 13,3 %; Poconé - 12,9 %; Cáceres - 11,9 %. A beleza proporcionada pela paisagem pantaneira fascina pessoas de todo o mundo fazendo com que o turismo se desenvolva em vários municípios da região. Odesenvolvimento de um pensamento ambientalista e social para o pantanal mato- grossense tem levado vários pesquisadores a discutirem o impacto da ocupação humana neste ecossistema. Dentre os principais problemas ambientais destaca-se: A pesca predatória; a caça de jacarés; a poluição dos rios da bacia do Paraguai; os garimpos do Estado de Mato Grosso; a poluição das águas pelo mercúrio; a hidrovia Paraguai-Paraná. Tais questões tem sido alvo de uma extensa discussão e algumas ações ambientais por parte dos órgãos ambientais e da comunidade tem coibido tais agressões. 25 9 CAMPOS SULINOS No Brasil, o bioma Campos Sulinos abrange parte do território do Rio Grande do Sul. São cerca de 170 mil Km2. Além das fronteiras do país, ele se estende por terras do Uruguai e da Argentina. Os campos sulinos são também conhecidos como pampas, palavra de origem indígena que quer dizer “região plana”. Na verdade, os pampas são apenas um pedaço das terras dos campos sulinos. O bioma engloba também campos mais altos e algumas áreas semelhantes a savanas. Nos campos do Sul já foram encontradas 102 espécies de mamíferos, 476 de aves e 50 de peixes. 9.1 Fauna deste bioma Mamíferos: tatu, o guaxinim, o zorrilho, o graxaim (Pseudalopex gymnocercus) e outras duas espécies em risco de extinção: o gato-dos-pampas ou gato palheiro (Leopardus pajeros) e a preguiça-de-coleira. Aves mais comuns: Cisne-de-pescoço-preto, o marreco, a perdiz, o quero- quero, o pica-pau do campo e a coruja-buraqueira (que ganhou este nome por fazer seus ninhos em buracos cavados no solo). Fazem parte das 50 espécies de peixes catalogadas o lambari-listrado, o lambari-azul, o tamboatá, o surubim e o cação-anjo. Répteis: tartaruga-verde-e-amarela, a jararaca-do-banhado, a cobra-cipó e o cágado-de-barbicha. Insetos: vespa da madeira e o conhecido bicho-da-maçã, também chamado traça-das-frutas. Nos pampas a vegetação pode ser considerada rala e pobre em espécies, porém o solo é fértil. Ainda mais férteis são as áreas com solo do tipo "terra roxa", (batizado assim devido ao nome que receberam dos italianos que vieram para o Brasil trabalhar na lavoura. Por causa de sua cor avermelhada, eles chamavam o solo de terra rossa, pois em italiano, rosso é vermelho). Ela vai se tornando mais rica nas proximidades de áreas mais altas. Nas encostas de planaltos, existem matas com grandes pinheiros e outras árvores, como a cabreúva, a grápia, a caroba, o angico-vermelho e o cedro. Nestas regiões, 26 chamadas de campos altos, é encontrada a Mata de Araucária, onde a espécie vegetal predominante é o pinheiro-do-paraná. Próximo ao litoral, a paisagem é marcada pela presença de banhados, ambientes alagados onde aparecem juncos, gravatás e aguapés. O mais conhecido banhado é o de Taim, onde foi criada, em 1998, uma estação ecológica administrada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para preservação de tão importante ecossistema. Destacam-se como rios importantes deste bioma o Santa Maria, o Uruguai, o Jacuí, o Ibicuí e o Vacacaí. Estes e outros da região se dividem em duas bacias hidrográficas: a Costeira do Sul e a do rio da Prata. Tratam-se de rios que apresentam boas condições para navegação, constituindo verdadeiras hidrovias na região. Próximo ao litoral existem muitos lagos e lagoas. A Lagoa dos Patos, localizada no município de São Lourenço do Sul, é a maior laguna do Brasil e a segunda maior da América Latina, com 265 km de comprimento. O clima da região é o subtropical úmido. O que isso significa? Bom, isso quer dizer que, nos campos sulinos, os verões são quentes, os invernos são frios e chove regularmente durante todo o ano. 10 CAATINGA A Caatinga, palavra tupiguarani que significa “floresta branca”, é o único sistema ambiental exclusivamente brasileiro. Possui uma extensão territorial de 734.478 km², que corresponde a cerca de 10% do território nacional. Está presente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais. As temperaturas médias anuais são altas, variando entre 25°C e 29°C.O clima é semi-árido; e o fundo plano e rochoso é formado por diferentes tipos de rocha. A atividade humana já alterou 80% da cobertura original da Caatinga, que atualmente cobre menos de 1% de sua área protegida em 36 unidades de conservação que não permitem a exploração de recursos naturais. As secas são cíclicas e duradouras, afetando diretamente a vida de uma população de aproximadamente, 25 milhões de pessoas. As chuvas ocorrem no início do ano e o poder de recuperação do bioma é muito rápido, aparecem pequenas plantas e as árvores ficam cobertas de folhas. A 27 região também enfrenta sérios problemas sociais, incluindo baixos níveis de renda e educação, saneamento ambiental precário e altas taxas de mortalidade infantil. Tentativas de promover o desenvolvimento econômico da Caatinga vêm sendo feitas desde o período imperial, mas as dificuldades são imensas devido à aridez do país e à instabilidade das chuvas. A principal atividade econômica da Caatinga é a agricultura. A agricultura na região é caracterizada pela irrigação artificial possibilitada pela construção de canais e barragens. Alguns projetos de irrigação para agricultura comercial estão sendo desenvolvidos no médio vale do São Francisco, principal rio da região, ao longo do Parnaíba. 10.1 Vegetação As plantas da Caatinga são xerófitas, ou seja, estão adaptadas a um clima árido e pouca água. Alguns armazenam água, outros têm raízes rasas para captar o máximo possível de água da chuva. E há aqueles que possuem recursos para reduzir o suor, como espinhos e poucas folhas. A vegetação é composta por três camadas: a camada arbórea com árvores de 8 a 12 metros de altura; o mato, com vegetação de 2 a 5 metros; e herbácea, abaixo de 2 metros. As espécies mais comuns incluem o Amburana, o Umbuzeiro e o Mandacaru. Algumas dessas plantas podem produzir cera, fibra, óleo vegetal e principalmente frutas. 10.2 Fauna A fauna é muito diversificada e é composta por répteis (principalmente lagartos e cobras), roedores, insetos, aracnídeos, mabecos, araras-azuis (em vias de extinção), toadcururu, cutias-de-asa-branca, gambás, porquinhos-da-índia, veados, tatus, saguis do Nordeste, entre outros animais. 28 10.3 Restinga A Restinga é uma planície costeira arenosa de origem marinha que inclui praias, serras, depressões entre serras, dunas e margens lagunares com vegetação adaptada às condições ambientais. Na Restinga encontra-se a vegetação de Restinga, que é um conjunto de comunidades vegetais fisionomicamente distintas sob influência marinha e marinha e marinha, distribuídas em mosaico e em áreas de grande diversidade ecológica, consideradas comunidades edáficas uma vez que estes dependem mais da natureza do substrato do que do clima. A cobertura vegetal nos bancos de areia é encontrada em praias e dunas, em cordões de areia e associada a sumidouros. Na Restinga, os estágios sucessionais diferem da ombrófila e das formações sazonais, que avançam significativamente mais lentamente porque o substrato não favorece o estabelecimento inicial da vegetação, principalmente devido à dissecção e privação de nutrientes. A derrubada da vegetação causa reposição lenta, geralmente de menor tamanho e diversidade, onde algumas espécies se tornam predominantes. Os diferentes tipos de vegetação das restingas brasileiras variam de formações herbáceas a formações arbustivas abertas ou fechadas a florestas, cujo dossel varia em altura e geralmente não ultrapassa 20 m. São geralmente notáveis por serem uma comunidade de baixa prosperidade em comparação com outras comunidades de plantas e por serem protegidas por lei devido à sua fragilidade. Em muitas áreas derepouso do Brasil, especialmente no sul e sudeste, ocorrem períodos mais ou menos longos de inundação do solo, fator que tem grande impacto na distribuição de algumas formações vegetais. A frequência com que ocorrem as cheias e a sua duração devem-se principalmente à topografia do país, à profundidade do lençol freático e à proximidade de massas de água (rios ou lagos), criando em muitos casos um mosaico de formações inundáveis e não -inundável, com diferentes fisionomias, o que justifica em certa medida o nome "complexo" usado para designar as restingas. As formações herbáceas encontram-se principalmente em franjas de praia e antedunas, em locais eventualmente atingidos pelas marés mais altas, ou em depressões inundadas. Nas zonas de praia mais próximas do mar, antedunas e 29 dunas, predominam as espécies herbáceas, por vezes com pequenos arbustos e árvores que ora aparecem isolados e pouco expressivos, ora formam grupos mais densos, com diferentes fisionomias, rácios de composição e cobertura. A vegetação de praias e dunas ocorre em quase toda a costa brasileira, mas sua descrição exata e os termos usados para descrevê-las variam muito. As pressões antrópicas em termos de ocupação e urbanização da zona costeira já deslocaram muitas áreas representativas dessa formação em vários pontos da costa brasileira. As formações arbustivas das planícies litorâneas, que para muitos autores constituem o próprio banco de areia, são os tipos de vegetação que mais chamam a atenção no litoral brasileiro, tanto por sua aparência peculiar quanto por sua fisionomia, que vai do cerrado denso ao vinhedo, bromélias terrestres e cactos a matagais de comprimento e altura variados, intercalados com espaços abertos que em muitos locais expõem diretamente a areia, principal componente do substrato dessas formações. Os termos "scrub", "scrub", "escrube" e "fruticeto" têm sido utilizados para designar comunidades e/ou formações deste tipo, particularmente na região costeira. As formações florestais encontradas na Planície Costeira brasileira variam muito ao longo da costa, e essas variações são geralmente atribuídas às influências das formações vegetais adjacentes e às propriedades do substrato, principalmente sua origem, composição e condições de drenagem. Estas florestas vão desde formações com altura da camada superior de 5 m, geralmente livres de inundações periódicas devido à elevação do lençol freático durante os períodos mais úmidos, até formações mais desenvolvidas com alturas de cerca de 15 a 20 m, muitas vezes em associação com solos hidromórficos e/ou orgânicos. Estes dois tipos de florestas seguem geralmente as variações topográficas resultantes da justaposição de áreas costeiras, pelo menos onde tais feições são bem definidas. Nas localidades mais para o interior da planície costeira, geralmente em terrenos mais baixos, onde essas orientações não são bem definidas e os solos são encharcados e possuem uma espessa camada orgânica superficial, existem florestas mais desenvolvidas que são floristicamente e estruturalmente semelhantes às de depressão, entre as cordas. A fauna encontrada nas restingas brasileiras é relativamente pouco estudada em comparação com o conhecimento já acumulado 30 sobre a composição e estrutura de seus diversos tipos de vegetação. Entre os estudos que tratam de grupos de invertebrados podemos citar os realizados com artrópodes, em especial com diferentes grupos de insetos, que compõem a maioria dos relatos encontrados. A fauna de vertebrados encontrada nas restingas brasileiras também é relativamente pouco estudada, com foco em trabalhos no litoral do Rio de Janeiro, envolvendo principalmente pequenos mamíferos e répteis. 11 MANGUEZAL Os mangues ou manguezais são um ecossistema típico de áreas litorâneas, alagadas, onde há o encontro da água do mar com a dos rios dando um aspecto salobro à água dessas regiões. É de sua característica a transição entre aspectos marinhos e terrestres e sua presença em locais com clima tropical ou subtropical. Sua vegetação é composta por três tipos de árvores que podem atingir até 20 metros de altura em certos pontos do país: Rhizophora mangle (mangue-bravo ou vermelho), Laguncularia racemosa (mangue-branco) Schaueriana (mangue-seriba ou seriúba). Os manguezais são ecossistemas costeiros que se originaram nas regiões dos oceanos Índico e Pacífico e que distribuíram suas espécies pelo mundo com auxílio das correntes marinhas durante o processo da separação dos continentes (HERZ, 1987, apud SEMADS, 2001). Os mangues estão presentes em diversas partes do mundo como Oceania, África, Ásia, alguns países da América e Brasil. No Brasil esse ecossistema pode ser encontrado no nordeste do país em Cabo Orange no estado do Amapá até a região sul em Laguna em Santa Catarina compreendendo um total de 20 mil quilômetros quadrados, 15 % do total em todo o mundo. Este é um ecossistema rico em diversas espécies de animais como peixe-boi- marinho, caranguejo, lontra, jacaré, cobras, mexilhão, aranhas, craca, lagartos, tartaruga, crocodilos entre outros. Possui o solo extremamente rico em nutrientes e matéria orgânica, raízes e material vegetal em decomposição. Suas raízes aéreas são uma de suas características mais marcantes, e têm como principal função proporcionar a respiração das plantas já que o solo é pobre em oxigênio e elas obtêm o mesmo fora dele. http://www.estudopratico.com.br/clima-tropical/ http://www.estudopratico.com.br/o-solo-partes-composicao-e-tipos-de-solo/ http://www.estudopratico.com.br/a-decomposicao/ 31 O cheiro dos mangues também é um aspecto bem característico, isso ocorre devido à presença de água salobra e matérias vegetais em estado de decomposição. Uma das principais ameaças a esse ecossistema é a exploração, (como a caça do caranguejo) que teve início com fins comerciais em países da Ásia ganhando expansão rápida para demais países detentores de mangues. O uso desordenado e de maneira não sustentável de seus recursos causa uma depredação quase que irrefreável, em países como Tailândia e Filipinas a área de manguezal teve grande parte dizimada por conta da super- exploração, chegando a ser reduzida em 110.000 hectares da área original de 448.000 nas Filipinas. No Brasil não é diferente, porém algumas leis foram estabelecidas com o intuito de promover a preservação dos manguezais. A lei de número 4.771 de 15 de setembro de 1965 define os mangues como APPs (Área de Preservação Permanente), e a Resolução do CONAMA de número 369 de março de 2006 estabelece a proibição da supressão de vegetação ou qualquer outro tipo de intervenção, salvo apenas em casos de utilidade pública para as áreas de mangues. Ainda assim esse ecossistema é o mais ameaçado dentre todos nos Brasil. A poluição também é outra grande inimiga dos manguezais. A poluição proveniente das cidades costeiras e de indústrias instaladas na região como o depósito de lixo nos mares e rios, derramamentos de petróleo, são fatores que contribuem para a degradação do ecossistema. 12 CERRADO É a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente por uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil Central. Hoje, restam apenas 20% desse total. Típico de regiões tropicais, o cerrado apresenta duas estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso. Com solo de savana tropical, deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, abriga plantas de aparência seca, entre arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, um tipo mais denso de vegetação, de formação florestal. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua biodiversidade. 32 Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos vivam ali. Essa riquezabiológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo comércio ilegal. O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração com a ocupação humana. Atualmente, vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas. Essa população é majoritariamente urbana e enfrenta problemas como desemprego, falta de habitação e poluição, entre outros. A atividade garimpeira, por exemplo, intensa na região, contaminou os rios de mercúrio e contribuiu para seu assoreamento. A mineração favoreceu o desgaste e a erosão dos solos. Na economia, também se destaca a agricultura mecanizada de soja, milho e algodão, que começa a se expandir principalmente a partir da década de 80. Nos últimos 30 anos, a pecuária extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do cerrado. Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas. Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi considerada uma área perdida para a economia do país. Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que se prolonga por cinco a seis meses. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios. Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim- flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram- se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti. A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos 33 naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais densamente povoada. Os tipos fisionômicos do cerrado (latu sensu) se distribuem de acordo com três aspectos do substrato onde se desenvolvem: a fertilidade e o teor de alumínio disponível; a profundidade; e o grau de saturação hídrica da camada superficial e subsuperficial. Os principais tipos de vegetação são: 13 CERRADO É a vegetação característica do cerrado, composta por exemplares arbustivo- arbóreos, de caules e galhos grossos e retorcidos, distribuídos de forma ligeiramente esparsa, intercalados por uma cobertura de ervas, gramíneas e espécies semiarbustivas. 14 FLORESTA MESOFÍTICA DE INTERFLÚVIO (CERRADÃO) Este tipo de vegetação cresce sob solos bem drenados e relativamente ricos em nutrientes, as copas das árvores, que medem em média de 8-10 metros de altura, tocam-se o que denota um aspecto fechado a esta vegetação. 14.1 Campo rupestre Encontrado em áreas de contato do cerrado com o caatinga e floresta atlântica, os solos deste tipo fisionômico são quase sempre rasos e sofrem bruscas variações em relação a profundidade, drenagem e conteúdo nutricional. É caracteristicamente, composto por uma vegetação arbustiva de distribuição aberta ou fechada. 14.2 Campos litossólicos miscelâneos: É caracterizada pela presença de um substrato duro, rocha mãe, e a quase inexistência de solo macio, este quando presente não ocupa mais que poucos centímetros de profundidade até se depararem com a camada rochosa pela qual não 34 passam nem umidade nem raízes. Sua flora é caracterizada por um tapete de ervas latifoliadas ou de gramíneas curtas, havendo em geral a ausências de exemplares arbustivos, ou a presença de raríssimos espécimes lenhosos, neste caso enraizados em frestas da camada rochosa. 14.3 Vegetação de afloramento de rocha maciça Representada por cactos, liquens, musgos, bromélias, ervas e raríssimas árvores e arbustos, cresce sob penhascos e morros rochosos. 15 MATA ATLÂNTICA A Mata Atlântica é formada por um conjunto de formações florestais (Florestas: Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional Semidecidual, Estacional Decidual e Ombrófila Aberta) e ecossistemas associados como as restingas, manguezais e campos de altitude, que se estendiam originalmente por aproximadamente 1.300.000 km2 em 17 estados do território brasileiro. Hoje os remanescentes de vegetação nativa estão reduzidos a cerca de 22% de sua cobertura original e encontram-se em diferentes estágios de regeneração. Apenas cerca de 7% estão bem conservados em fragmentos acima de 100 hectares. Mesmo reduzida e muito fragmentada, estima-se que na Mata Atlântica existam cerca de 20.000 espécies vegetais (cerca de 35% das espécies existentes no Brasil), incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Essa riqueza é maior que a de alguns continentes (17.000 espécies na América do Norte e 12.500 na Europa) e por isso a região da Mata Atlântica é altamente prioritária para a conservação da biodiversidade mundial. Em relação à fauna, os levantamentos já realizados indicam que a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes. Além de ser uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, tem importância vital para aproximadamente 120 milhões de brasileiros que vivem em seu domínio, onde são gerados aproximadamente 70% do PIB brasileiro, prestando importantíssimos serviços ambientais. Regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, suas paisagens oferecem belezas cênicas, controla o 35 equilíbrio climático e protege escarpas e encostas das serras, além de preservar um patrimônio histórico e cultural imenso. Neste contexto, as áreas protegidas, como as Unidades de Conservação e as Terras Indígenas, são fundamentais para a manutenção de amostras representativas e viáveis da diversidade biológica e cultural da Mata Atlântica. A cobertura de áreas protegidas na Mata Atlântica avançou expressivamente ao longo dos últimos anos, com a contribuição dos governos federais, estaduais e mais recentemente dos governos municipais e iniciativa privada. No entanto, a maior parte dos remanescentes de vegetação nativa ainda permanece sem proteção. Assim, além do investimento na ampliação e consolidação da rede de áreas protegidas, as estratégias para a conservação da biodiversidade visam contemplar também formas inovadoras de incentivos para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, tais como a promoção da recuperação de áreas degradadas e do uso sustentável da vegetação nativa, bem como o incentivo ao pagamento pelos serviços ambientais prestados pela Mata Atlântica. Cabe enfatizar que um importante instrumento para a conservação e recuperação ambiental na Mata Atlântica, foi a aprovação da Lei 11.428, de 2006 e o Decreto 6.660/2008, que regulamentou a referida lei. 16 MATA DE ARAUCÁRIA A mata de araucária situa-se na região subtropical, no sul do Brasil, de temperaturas mais baixas. Entre outros tipos de árvores abriga o pinheiro-do- paraná, também conhecido como araucária. Da sua fauna destacamos, além da ema, a maior ave das Américas, a gralha-azul, o tatu, o quati e o gato-do- mato. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11428.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11428.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6660.htm36 17 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E RECURSOS HÍDRICOS, CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Fonte: terradecultivo.com Lixo: Em geral, as pessoas consideram lixo qualquer coisa que é jogada fora e não tem mais utilidade. Mas se olharmos de perto, veremos que o lixo não é uma massa aleatória de materiais. É composto por vários tipos de resíduos que precisam ser tratados de forma diferenciada. Portanto, pode ser classificado de diferentes maneiras. Classificação: Pode ser classificado como seco ou úmido.Os resíduos secos consistem em materiais potencialmente recicláveis (papel, vidro, estanho, plástico, etc.). No entanto, alguns materiais não são reciclados por falta de mercado, como é o caso do vidro plano, entre outros. Os resíduos úmidos correspondem à parte orgânica dos resíduos, como restos de comida, cascas de frutas, podas, etc., que podem ser utilizados para compostagem. Essa classificação é frequentemente utilizada em programas de coleta seletiva por ser de fácil compreensão. O lixo também pode ser classificado de acordo com seus riscos potenciais. De acordo com a NBR/ABNT 10.004 (2004), os resíduos são divididos em Classe I, que é perigoso, e Classe II, que não é perigoso. Estes são ainda divididos em resíduos Classe IIA, não inertes (que possuem propriedades como biodegradabilidade, solubilidade ou inflamabilidade, como resíduos de alimentos e papel) e resíduos Classe IIB, resíduos inertes (que não se decompõem prontamente, como plásticos e 37 gengivas). Materiais resultantes de atividades que contenham radionuclídeos e cujo reaproveitamento não seja adequado são considerados resíduos radioativos e devem atender aos requisitos estabelecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN. No entanto, a compostagem é o apodrecimento controlado dos materiais orgânicos descartados. Além disso, a compostagem tem sua aplicação em: “horticultura; fruticultura; produção de grãos; jardinagem; projetos paisagísticos; reflorestamento; produção de mudas; recuperação de solos esgotados; controle de erosão; cobertura de aterros; etc.” (CARVALHO, et al, 2000, apud BEZERRA, 2019). Existe outra forma de classificação baseada na origem dos resíduos sólidos. Neste caso, os resíduos podem ser, por exemplo, resíduos residenciais ou domésticos, resíduos públicos, serviços de saúde, resíduos industriais, agrícolas, de construção e outros. Esta é a forma de classificação utilizada nos cálculos de geração de resíduos. As Principais características dessas categorias: Resíduos domésticos ou lixo doméstico: É muito diversificado, mas inclui principalmente sobras, produtos em mau estado, embalagens em geral, sobras, jornais e revistas, papel higiênico, fraldas descartáveis e outros. Resíduos de origem comercial: resíduos dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, como supermercados, bancos, lojas, bares, restaurantes etc. Resíduos de origem pública: provenientes de serviços municipais de limpeza como como aparar resíduos e varrer produtos de espaços públicos, limpeza de praias e esgotos pluviais, resíduos de feiras livres, entre outros. Resíduos de origem da saúde: Resíduos de hospitais, clínicas médicas ou odontológicas, laboratórios, farmácias, etc. É potencialmente perigoso, pois pode conter materiais misturados com substâncias biológicas ou perigosas, produtos químicos e quimioterápicos, agulhas, seringas, lâminas, ampolas de vidro, entre outros. Resíduos de processos industriais. A natureza dos resíduos varia de acordo com a atividade da indústria. Esta categoria inclui a maioria dos materiais considerados perigosos ou tóxicos. 38 Agricultura: Resultados das atividades agropecuárias. Consiste, entre outras coisas, em embalagens com agrotóxicos, rações, fertilizantes, restos de colheitas, resíduos de gado. Entulhos: restos de construções, conversões, demolições, escavações, etc. No Brasil, a quantidade de resíduos per capita varia de acordo com o número de habitantes do município. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) compilada pelo IBGE em 2000, a geração de resíduos per capita no Brasil varia de 450 a 700 gramas para comunidades com menos de 200.000 habitantes e de 700 a 1 .200 gramas em municípios com mais de 200.000 habitantes. De acordo com a ABRELPE 2017, a população brasileira cresceu 0,75% entre 2016 e 2017, enquanto a geração per capita de resíduos domiciliares aumentou 0,48%. A geração total de resíduos aumentou 1% no mesmo período, atingindo um total de 214.868 toneladas de resíduos domésticos por dia no país. Segundo a ABRELPE, em 2019, a geração de resíduos domiciliares no Brasil aumentou quase 1% entre 2017 e 2018, chegando a 216.629 toneladas por dia. Como a população também cresceu nesse período (0,40%), a produção per capita em teve um aumento um pouco menor (0,39%). Isso significa que cada brasileiro gera em média pouco mais de 1 quilo de resíduos por dia. 17.1 Resíduos perigosos Resíduos industriais e alguns domésticos, como sobras de tinta, solventes, latas de aerossol, material de limpeza, lâmpadas fluorescentes, medicamentos vencidos, baterias e outros, contêm uma quantidade significativa de produtos químicos prejudiciais ao meio ambiente. Estima-se que existam entre 70.000 e 100.000 produtos químicos sintéticos utilizados comercialmente na agricultura, indústria e produtos domésticos. Infelizmente, as consequências só se tornam visíveis após uso prolongado. Eram os clorofluorcarbonos, conhecidos como CFCs, amplamente utilizados em aerossóis, isóporos, espumas, condicionadores de ar, geladeiras e outros produtos, até que se descobriu que sua liberação na atmosfera havia causado a destruição da camada de ozônio. Muitos desses produtos contêm metais pesados como mercúrio, chumbo, 39 cádmio e níquel, que podem se acumular nos tecidos vivos em níveis perigosos para a saúde. Os efeitos da exposição humana prolongada a essas substâncias não são totalmente compreendidos. No entanto, estudos em animais mostraram que os metais pesados causam sérias alterações no corpo, como: a ocorrência de câncer, deficiências do sistema nervoso e imunológico, distúrbios genéticos, etc. Se os resíduos perigosos não forem descartados adequadamente, poluem o solo, a água e o ar. Alguns exemplos de resíduos perigosos que devem ser descartados adequadamente para evitar danos às pessoas e ao meio ambiente são as seguintes: Baterias - Algumas baterias domésticas ainda apresentam altas concentrações de metais pesados. No entanto, como o processo de reciclagem é complicado e caro, não é feito na maioria dos países. Portanto, deve-se evitar o consumo de baterias com altas concentrações de metais pesados e baterias de origem incerta. A legislação brasileira (Resolução CONAMA 257/99) especifica que as baterias alcalinas de manganês e zinco manganês com alto teor de chumbo, mercúrio e cádmio devem ser recolhidas pelo importador ou revendedor. Para melhor informar o consumidor, esta resolução estipula que os cartões de bateria contenham informações sobre o seu descarte. Portanto, ao comprar baterias, verifique na embalagem as informações sobre os metais de que são feitas e como descartá-las. Nesse grupo estão incluídas: as baterias de automóveis, industriais, de telefones celulares (entre outras) metais pesados em condensação elevada. Por isso, devem haver descartadas de tratado com as normas estabelecidas para proteção do meão âmbito e da saudação. O descarte das baterias de carro, quão contêm chumbo, e de telefones celulares, quão contêm cádmio, chumbo, mercúrio e outros metais pesados, deve ser realizado unicamente nos postos de angariação mantidos por revendedores, assistências técnicas, fabricantes e importadores (pois é deles a trabalho de guardar e endereçar esses produtos para consignação terminal ambientalmenteadequada). Lâmpadas fluorescentes: mais econômicas, as lâmpadas fluorescentes se tornaram muito populares no Brasil, mormente em função da imprescindibilidade de capitalizar movimento durante o período de racionamento de movimento elétrica, ocorrido em 2001. Isso, no entanto, criou um problema, uma vez quão as lâmpadas 40 fluorescentes contêm mercúrio, um metal abafadiço altamente lesivo ao meão âmbito e à saudação. Como até agora não há dispositivos legais específicos quão regulem o descarte nem o partido dos fabricantes em graduar soluções tecnológicas e sistemas de consignação adequados para esse tipo de material, ele vem sendo descartado conjuntamente com a varredura domiciliar. Assim, por exemplo, se a varredura tiver como destino um lixão ou aterrado controlado, o mercúrio poderá afetar o meio ambiente, colocando a saúde da população em risco. Resíduos indesejados: Os pneus usados são classificados como inertes e considerados resíduos indesejáveis do ponto de vista ambiental. A grande quantidade de pneus inservíveis tornou-se um grave problema ambiental. Segundo a Federação Nacional da Indústria de Pneus, cerca de 21 milhões de pneus de todos os tipos são descartados no Brasil todos os anos: tratores, caminhões, automóveis, carretas, motocicletas, aviões e bicicletas, entre outros. Se forem descartados de forma inadequada, por exemplo, em aterros sanitários, podem acumular água em seu interior e contribuir para a proliferação de mosquitos transmissores da dengue e do cólera. Quando despejados em rios e lagos, podem contribuir para o assoreamento e inundações. Quando queimados, produzem emissões extremamente tóxicas devido à presença de substâncias contendo cloro (dioxinas e furanos). Por isso, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) proibiu o descarte e a incineração de pneus ao ar livre e responsabilizou fabricantes e importadores pelo uso final ambientalmente correto de pneus que não são mais utilizáveis. De acordo com a Resolução CONAMA nº 258/1999, a partir de 2004 o fabricante deve utilizar um pneu sem uso (inutilizável) para cada pneu novo fabricado e a partir de 2005 cinco pneus para cada quatro pneus novos sem coleta. Existem diversas formas de reaproveitamento de pneus, como a recapagem. Da mesma forma, um pó de borracha pode ser feito a partir dos pneus, que é usado para fazer tapetes, solas de sapatos, pneus e outros artefatos. No Brasil e em muitos outros países, pneus inservíveis já estão sendo usados para pavimentar estradas misturando borracha com asfalto. Para mais informações sobre o que acontece com os pneus usados, você pode entrar em contato com entidades de classe como a Associação Nacional da Indústria de Pneus (ANIP) ou a Associação Brasileira da Indústria de Pneus Recauchutados (ABIP). 41 18 LIXO: PROBLEMA DE TODOS Uma forma de resolver os problemas relacionados aos resíduos é por meio dos Três Rs (3Rs): reduzir, reutilizar e reciclar. Fatores associados a esses princípios precisam ser considerados, como o ideal de evitar e gerar zero de resíduos e a adoção de padrões de consumo sustentáveis, visando à conservação dos recursos naturais e à redução do desperdício. Reduzir significa consumir menos produtos e privilegiar aqueles com menor potencial de desperdício e maior prazo de validade. A reutilização é a melhor forma de reduzir o desperdício (exemplo: copos plásticos de sorvete são usados para armazenar alimentos ou outros materiais). As primeiras cooperativas de materiais recicláveis foram formadas a partir da década de 1990, possibilitando novas relações dos grupos de catadores. Essa visão compartilhada possibilita diversos benefícios, como a valorização e a profissionalização do trabalho do catador, a inclusão social e o resgate da cidadania, bem como a retirada dos catadores dos lixões e aterros (DEMAJOROVIC, et al, 2007, apud SANTOS, 2012). A reciclagem envolve a transformação de materiais, como fazer um produto a partir de um material usado. Podemos fazer papel reciclando papel usado. Papelão, latas, vidro e plásticos também podem ser reciclados. Para facilitar a tarefa de reciclagem dos materiais usados, é importante separá-los no ponto de origem - casa, escritório, fábrica, hospital, escola, etc. Também para o descarte adequado de resíduos perigosos é necessária a separação. 18.1 Reciclagem: a indústria do presente A reciclagem é uma das alternativas mais benéficas para o tratamento de resíduos sólidos, tanto do ponto de vista ambiental quanto social. Reduz o consumo de recursos naturais, economiza energia e água e também reduz a quantidade de resíduos e poluição. Além disso, com um sistema de coleta seletiva bem estruturado, a reciclagem pode ser uma atividade econômica viável. Pode gerar emprego e renda para as famílias dos catadores que precisam ser os principais parceiros na coleta seletiva. 42 Para atrair mais investimentos para o setor, é necessário combinar esforços do governo, setor privado e comunidade para desenvolver estratégias adequadas e dissipar preconceitos sobre a economia e confiabilidade dos produtos reciclados. Os catadores de material reciclável desempenham um papel significativo nos países em desenvolvimento. Dentre os benefícios que resultam da coleta de material reciclável, além da geração de renda para os trabalhadores envolvidos, pode-se citar: a contribuição para a saúde pública e para o sistema de saneamento; o fornecimento de material reciclável de baixo custo para a indústria; a redução nos gastos municipais e a contribuição para a sustentabilidade do meio ambiente, tanto pela diminuição de matéria prima primária utilizada, que conserva recursos e energia, como pela diminuição da necessidade de terrenos a serem utilizados como lixões e aterros sanitários. (WIEGO, 2009, apud SANTOS, 2010). Os materiais que normalmente são encaminhados para reciclagem são: vidro (incluindo garrafas, jarras, potes), plástico (incluindo garrafas, baldes, potes, jarras, sacolas, cachimbos), papel e papelão de todos os tipos e metais (latas de alimentos). , refrigerantes, etc.). Alguns materiais ainda não são reciclados por motivos tecnológicos ou de mercado. 18.2 Destino do lixo O titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos é responsável pela organização e prestação direta ou indireta desses serviços, observados o respectivo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, a Lei nº 11.445, de 2007, e as disposições desta Lei e seu regulamento (BRASIL, 2010, apud PINTO, 2018). Ao fornecer comida farta e abrigo fácil, os lixões atraem animais que podem (direta ou indiretamente) transmitir diversas doenças. Também do ponto de vista imobiliário, os contêineres de lixo tornaram-se um incômodo e desvalorizam as propriedades vizinhas. Na questão social, o problema é ainda mais grave: o dumping tornou-se um modo de vida para alguns segmentos marginalizados da população brasileira. Apesar dos esforços do governo e das organizações sociais para promover ações e campanhas contra essa forma degradante de trabalho, muitas famílias brasileiras ainda ganham a vida coletando lixo e trabalhando em condições degradantes e totalmente insalubres. Como resultado da decomposição de resíduos sólidos e águas pluviais, produz um líquido de coloração escura e odor desagradável, 43 altamente tóxico e com alto poder de contaminação, que pode penetrar no solo, contaminá-lo e até contaminar a água e a superfície. Além da formação de lixiviados, os resíduos sólidos produzem gases quando se decompõem, principalmente metano (CH4), que é tóxico e altamente inflamável, e dióxido de carbono (CO2), que juntamente com o metano e outros gases presentes na atmosfera contribuem para a aquecimento contribuem para a Terra, pois são gases de efeito estufa. Existe uma técnica ecologicamente correta paradisposição de resíduos chamada aterro sanitário. Esta técnica se originou na década de 1930 e foi aprimorada ao longo do tempo. O aterro ordenado pode ser entendido como a disposição de resíduos sólidos no solo, com base em princípios técnicos e normas operacionais específicas, com o objetivo de confinar os resíduos ao menor espaço e volume possível, e isolá-los com segurança para que não danifiquem. ao meio ambiente e à saúde pública. Os resíduos depositados em aterro são isolados do ambiente externo por meio da impermeabilização do piso, recobrindo camadas de resíduos e expelindo gases. Tratamento e disposição de resíduos: Existem várias opções para tratamento e disposição de resíduos na natureza. No Brasil, a gestão dos resíduos sólidos urbanos é de responsabilidade dos governos municipais. O número de municípios que possuem uma boa gestão de resíduos ainda é bastante pequeno, com sistemas adequados de coleta, tratamento e disposição final dos resíduos. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, , realizada pelo IBGE em 2000, 64% das comunidades brasileiras enviam seus resíduos para aterro. Apenas 14% têm aterros administrados e 18% têm aterros controlados. Há também a necessidade de promover a limpeza pública geral (coleta, varrição, tratamento, disposição final, etc.) para toda a população brasileira, já que cerca de 30% de todos os resíduos gerados não são coletados no país (IPT/Cempre 2000). O conjunto de medidas adotadas para minimizar a geração de resíduos e reduzir sua periculosidade constitui a fase de tratamento de resíduos, que é uma forma de torná-los menos agressivos para sua disposição final e reduzir seu volume sempre que possível. Os processos de tratamento de resíduos são os seguintes: Compostagem: É um processo de biodegradação de material orgânico decomponível 44 (restos de comida, restos de jardim e aparas, etc.), originando um produto que pode ser utilizado como fertilizante. A compostagem possibilita a reciclagem de resíduos orgânicos, que representam mais da metade do lixo doméstico. A compostagem pode ser feita em casa ou em instalações de compostagem. A procura por sistemas de produção mais econômicos e mais eficientes são buscados por parte da sociedade, desse modo a reciclagem de resíduos orgânicos mostra-se como uma atividade viável para isso. Desse modo, a “reciclagem recomendada para a matéria orgânica do lixo gerado é a compostagem, visando melhorar a qualidade dos produtos onde o composto é aplicado, e diminuir o envio de materiais para aterros” (ECKERT, 2011, apud BEZERRA, 2019). Incineração: É a conversão da maioria dos resíduos em gases, queimando-os a altas temperaturas (acima de 900°C) em ambiente rico em oxigênio por um determinado período de tempo, convertendo os resíduos em material inerte e reduzindo sua massa e volume. . . A incineração não deve ser confundida com a simples incineração de resíduos. No primeiro caso, os incineradores geralmente são equipados com filtros que impedem a liberação de gases tóxicos na atmosfera. De qualquer forma, por questões técnicas, a incineração não é o tratamento mais adequado para a maioria dos resíduos gerados e não corresponde à realidade das cidades brasileiras. Alguns incineradores estão sendo fechados no país por estarem operando de forma precária, sem sistemas adequados de tratamento dos gases emitidos. A combustão é um sistema complexo que envolve milhares de interações físicas e reações químicas. Além do dióxido de carbono e do vapor d'água, outros gases são produzidos, incluindo diversas toxinas, como metais pesados e outros. Incluem dioxinas e furanos, que são classificados como poluentes orgânicos persistentes (POPs) tóxicos, cancerígenos, persistentes em degradação e que se acumulam nos tecidos adiposos (humanos e animais). Esses poluentes são transportados pelo ar, água e espécies migratórias e são depositados longe de onde são emitidos, onde se acumulam nos ecossistemas terrestres e aquáticos. Como resultado dessas propriedades, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) anunciou em setembro de 1998 que não havia nível "aceitável" de exposição à dioxina. Pirólise: Ao contrário da incineração, a incineração por pirólise ocorre em um ambiente fechado e na ausência de oxigênio. Digestão Anaeróbia: É um processo baseado na degradação biológica, na ausência de oxigênio e em ambiente redutor. Isso cria gases e líquidos. Este princípio 45 é difundido em aterros sanitários em todo o mundo. Reutilizar ou reciclar? Esses processos, já implementados em várias comunidades brasileiras, baseiam-se no reaproveitamento de componentes contidos nos resíduos para proteger as fontes naturais e respeitar o meio ambiente. Como todos os processos de tratamento produzem rejeitos, ou seja, um material não reciclável, a disposição final em aterros é essencial para todos os tipos de tratamento. Aterro Sanitário: É um método de deposição de resíduos em terrenos preparados para a disposição de resíduos de forma que cause o menor impacto possível ao meio ambiente. Algumas das medidas de engenharia utilizadas para proteger o meio ambiente estão listadas a seguir: O solo é protegido por uma manta isolante (chamada geomembrana) ou uma espessa camada de argila compactada para evitar que líquidos poluentes, lixiviados ou lixiviados entrem e cheguem ao lençol freático; Os dutos de coleta de gás (drenos de gás) são colocados para evitar explosões e combustão espontânea causadas pela decomposição da matéria orgânica. Os gases podem ser queimados para evitar sua propagação na atmosfera; um sistema de coleta de chorume é implementado para entregar a um sistema de tratamento; As camadas de lixo são compactadas umas sobre as outras com uma escavadeira para reduzir o volume e cobertas com terra diariamente para evitar exalar odores e atrair animais como roedores e insetos. O acesso ao local deve ser controlado com portão, guarita e cerca para impedir a entrada de animais, pessoas e descarte de resíduos não autorizados. Aterro Sanitário Controlado: O aterro sanitário controlado não é considerado uma forma adequada de disposição de resíduos porque os problemas ambientais de poluição da água, do ar e do solo não são evitados devido ao uso inutilizado de todos os recursos técnicos e sanitários que impediriam a contaminação. No entanto, representa uma alternativa melhor aos aterros e difere deles pelo fato de os resíduos serem cobertos com terra todos os dias e os controles de entrada e saída serem realizados por pessoas. Estações de separação e/ou compostagem: Este tipo de tratamento envolve a instalação de uma sala para a separação manual (classificação) dos resíduos, geralmente realizada em correias transportadoras. Com a coleta seletiva pelo município, os resíduos chegam separadamente, ou seja, os materiais recicláveis separadamente dos resíduos orgânicos. 46 No entanto, se tal separação não existir em residências, estabelecimentos comerciais ou residências, entre outras coisas, os sacos de lixo coletados na coleta convencional são encaminhados para uma classificação onde os materiais recicláveis são separados dos resíduos orgânicos. Neste último caso, a separação é muito mais difícil, pois os resíduos são misturados, dificultando a separação e afetando a qualidade do composto orgânico produzido. No Brasil, o sistema de reciclagem e compostagem sem coleta seletiva tem se mostrado um fardo porque, além do grande esforço com muitos funcionários e aparelhos, a separação de substâncias orgânicas de recicláveis é muito baixa. Por isso, a melhor alternativa é integrar os centros de triagem e compostagem em um sistema de coleta seletiva e incentivar a separação de materiais recicláveis e compostáveis na fonte e estimular a participação da comunidade. Para que a coleta seletiva seja realmente eficaz, épreciso mudar o hábito de destinar e acondicionar os resíduos na fonte. Além dos benefícios ambientais promovidos pela coleta seletiva e destinação consistente de resíduos para reciclagem e compostagem, podemos considerar também os benefícios de inclusão social dos catadores por serem os parceiros preferenciais da coleta seletiva. 18.3 Embalagem: quanto mais simples, melhor O uso indiscriminado de embalagens também é uma questão ambiental. A embalagem está se tornando cada vez mais exigente e complexa. À medida que as técnicas de preservação dos produtos foram aprimoradas, novos materiais foram incorporados aos recipientes para torná-los mais eficientes. No entanto, essas misturas impedem tanto sua degradação natural quanto sua reciclagem. Portanto, a indústria de embalagens pode contribuir significativamente para o consumo sustentável se cumprir o desafio de atender à demanda e evitar resíduos pós-consumo que ameaçam o futuro. Isso implica no desenvolvimento de tecnologias limpas com foco na redução da geração de resíduos, utilizando materiais menos agressivos ao meio ambiente, reduzindo o uso de materiais desnecessários, promovendo a reutilização e a reciclagem. 47 18.4 A responsabilidade é de quem produz Vários países europeus, incluindo Alemanha, Holanda, Áustria, Espanha e Suécia, promulgaram legislação nos últimos anos para reduzir a geração de resíduos como contêineres e embalagens. Na Suécia, por exemplo, as empresas são responsáveis pela coleta de suas embalagens de alumínio, papel, papelão, papelão ondulado, plástico, aço e vidro. O mesmo se aplica aos jornais, brochuras publicitárias, revistas e catálogos, bem como aos pneus. Para racionalizar esse processo e tornar mais econômica a economia da coleta e reciclagem, os fabricantes uniram forças e se organizaram. A medida resultou em uma redução significativa na quantidade de contêineres e embalagens que vão para aterro, demonstrando a eficácia das leis que regem a busca de soluções pelas empresas. 18.5 O lixo e o consumo A geração de lixo cresce na mesma proporção que o consumo. Quanto mais bens compramos, mais recursos naturais usamos e mais resíduos geramos. Nos países desenvolvidos a situação é mais grave. Mas a situação também é preocupante nos países em desenvolvimento. Crescimento populacional, a concentração da população nas grandes cidades e, em muitas regiões, a adoção de um estilo de vida semelhante ao dos países ricos, o aumento do consumo e a consequente geração de resíduos. O acúmulo de resíduos é um elemento exclusivo das sociedades humanas. Sistemas naturais não antropogênicos, por exemplo, não geram resíduos: seres vivos absorvem o que não serve mais para os outros de maneira contínua. No caso humano, entretanto, produz-se diariamente uma vasta quantidade de resíduos, muitas vezes tóxicos, ocasionando a poluição das águas, do solo e do ar, o que propicia a proliferação de doenças e acentua a causa mortis (HESS, 2002, apud PINTO, 2018). Hoje já sabemos que, se os países em desenvolvimento começarem a consumir matérias-primas na mesma proporção que os países desenvolvidos, poderemos chegar rapidamente ao esgotamento dos recursos naturais e a níveis extremamente altos de poluição e geração de resíduos. A situação tem sido amplamente discutida em fóruns internacionais, onde especialistas de todo o mundo apontam uma saída: para que os países pobres do mundo possam aumentar seu 48 consumo de forma sustentável, o consumo dos países desenvolvidos deve aumentar ou diminuir. De qualquer forma, o desafio é de todos: consumir de forma sustentável significa conservar os recursos naturais, reduzir o desperdício, reduzir a produção, reutilizar e reciclar o máximo possível de resíduos. Só assim podemos prolongar a vida útil dos recursos naturais do planeta. 19 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS – LEI 12.305/2010 Fonte: masterambiental.com Quanto aos lixões a céu aberto e aterros controlados ficam proibidos. A Lei, determina que todas as administrações públicas municipais, indistintamente do seu porte e localização, devem construir aterros sanitários e encerrarem as atividades dos lixões e aterros controlados, no prazo máximo de 4 (quatro) anos, substituindo-os por aterros sanitários ou industriais, onde só poderão ser depositados resíduos sem qualquer possibilidade de reciclagem e reaproveitamento, obrigando também a compostagem dos resíduos orgânicos. Fabricantes, distribuidores e comerciantes, organizados em acordos setoriais, ficam obrigados a recolher e destinar para a reciclagem as embalagens de plástico, papel, papelão, de vidro e as metálicas usadas. As embalagens de Agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes e suas embalagens, todos os tipos de lâmpadas e de equipamentos eletroeletrônicos descartados pelos consumidores, fazem parte da 49 “logística reversa”, que deverá também retornar estes resíduos à sua cadeia de origem para reciclagem. O setor de construção civil fica obrigado a dar destinação final ambientalmente adequada aos resíduos de construção e demolição (RCD), não podendo mais encaminhá-los aos aterros. A responsabilidade pelo lixo passa a ser compartilhada, com obrigações que envolvem os cidadãos, as empresas, as prefeituras e os governos estaduais e federal. As administrações municipais, no prazo máximo de 2(dois) anos, devem desenvolver um Plano de Gestão Integrada de Resíduos: Caso descumpram essa obrigação ficam proibidas de receber recursos de fontes federais, destinadas ao gerenciamento de resíduos, inclusive empréstimos (CEF, BNDES e outras.). As empresas e demais instituições públicas e privadas devem desenvolver um “Plano de Gerenciamento de Resíduos”, integrado ao Plano Municipal (independentemente da sua existência); Os municípios terão de implantar um sistema de coleta seletiva; As cooperativas de catadores terão prioridade na coleta seletiva, sendo dispensada a licitação; Para a elaboração, implementação, operacionalização e monitoramento de todas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, nelas incluído o controle da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, será designado responsável técnico devidamente habilitado. A estratégia ambiental determina o alinhamento entre a proteção ambiental e o crescimento econômico da empresa. O desenvolvimento da estratégia ambiental deve analisar os concorrentes, os parceiros, os produtos, as matérias-primas, as perdas e os resíduos da empresa. (HOFFMAN, 2000, apud PEDROSO, 2007). 19.1 Quem obedece deve obedecer à nova Lei Em princípio todas as empresas, as administrações públicas (federais, estaduais e municipais) e os cidadãos, conforme o Art. 1º. § 1o “Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos”. Essa obrigação é mais especificada no Capítulo III da lei, onde se estabelecem as responsabilidades dos geradores de resíduos e do poder público: 50 Art. 25. O poder público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais determinações estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento. Por força desse princípio da Lei, as empresas envolvidas na produção, importação, distribuição e comercialização de determinados produtos, estão obrigadas também a estruturarem e implementarem sistemas de logísticas reversa, mediante retorno dos produtos e embalagens após o uso, de forma independente do serviço público de limpeza urbana. 19.2 A Lei obriga à logística reversa I - Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outrosprodutos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas; II - Pilhas e baterias; III - Pneus; IV - Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - Produtos eletroeletrônicos e seus componentes. § 1o Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial, os sistemas previstos no caput serão estendidos a produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados. 19.3 Responsabilidade da coleta Em princípio, a responsabilidade sobre os serviços de manejo de resíduos sólidos é da administração municipal, porém somente no que concerne aos resíduos 51 domiciliares e os provenientes da limpeza urbana. No que tange às atividades industriais, comerciais e de serviços privados, esta responsabilidade é do próprio gerador do resíduo. Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são responsáveis pela implementação e operacionalização integral do plano de gerenciamento de resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24. § 1º. A contratação de serviços de coleta, armazenamento, transporte, transbordo, tratamento ou destinação final de resíduos sólidos, ou de disposição final de rejeitos, não isenta as pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 da responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos. Quando o recolhimento dos resíduos (inclusive os assemelhados aos resíduos domiciliares) for executado pelo serviço municipal de limpeza urbana, devemos observar que, conforme a Lei 12.305/2010, esta prática deve cessar, sendo ilegal a continuidade dessas ações por parte das administrações municipais sem remuneração, conforme dispõe o § 7º do Art.33: § 7º. Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, por acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de logística reversa dos produtos e embalagens a que se refere este artigo, as ações do poder público serão devidamente remuneradas, na forma previamente acordada entre as partes. Esse dispositivo da Lei tem reforço no Inciso IV do Art. 36. Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: IV - Realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso na forma do § 7o do art. 33, mediante a devida remuneração pelo setor empresarial; E mais ainda, quando a Lei trata dos Planos de Gerenciamento de Resíduos: 52 Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são responsáveis pela implementação e operacionalização integral do plano de gerenciamento de resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24. (...) § 2º. Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas sob responsabilidade do gerador que forem realizadas pelo poder público serão devidamente remuneradas pelas pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, observado o disposto no § 5º. do art. 19. (art. 19. § 5o “Na definição de responsabilidades na forma do inciso VIII do caput deste artigo, é vedado atribuir ao serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos a realização de etapas do gerenciamento dos resíduos a que se refere o art. 20 em desacordo com a respectiva licença ambiental ou com normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS”.) 19.4 Descumprimento da Lei Caso os resíduos estejam acondicionados, armazenados ou destinados em condições não condizentes com a Lei e com as normas Conama/Anvisa, significando dano ou ameaça ao meio ambiente e à saúde pública, a prefeitura deve proceder ao seu recolhimento, acondicionamento, armazenagem e destinação, respeitando as normas de saúde e segurança ocupacional e com licença ambiental específica, cobrando dos responsáveis todas os custos e despesas envolvidas: Art. 29. Cabe ao poder público atuar, subsidiariamente, com vistas a minimizar ou cessar o dano, logo que tome conhecimento de evento lesivo ao meio ambiente ou à saúde pública relacionado ao gerenciamento de resíduos sólidos. Parágrafo único. Os responsáveis pelo dano ressarcirão integralmente o poder público pelos gastos decorrentes das ações empreendidas na forma do caput. Em casos extremos, o órgão de fiscalização ambiental pode até valer-se de medidas mais drásticas: Art. 51. Sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência de culpa, reparar os danos causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que importe inobservância aos preceitos desta Lei ou de seu regulamento sujeita os infratores às sanções previstas em lei, em especial às fixadas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que “dispõe sobre as sanções penais e administrativas 53 derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências”, e em seu regulamento. Lei no 9.605 Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos: Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1o Nas mesmas penas incorre quem I - Abandona os produtos ou substâncias referidas no caput ou os utiliza em desacordo com as normas ambientais ou de segurança; II - Manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou regulamento. § 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada de um sexto a um terço. § 3º Se o crime é culposo: Pena: detenção, de seis meses a um ano, e multa. 19.5 Resultados e consequências As diferenças estabelecidas entre o conceito de resíduos e rejeitos, sendo o primeiro considerado pela Lei como “ um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania” e a forte carga que a Lei faz na proibição da disposição de resíduos aproveitáveis em aterros sanitários, aliados à obrigatoriedade da compostagem dos rejeitos orgânicos, eliminará paulatinamente a existência de grandes aterros sanitários, propiciando a expansão da sua vida útil, tendo como consequências esperadas em médio prazo: A readequação das atividades industriais de destinação final de resíduos sólidos; O crescimento das atividades industriais de reciclagem; e a inclusão socioeconômica dos catadores de resíduos, organizados em cooperativas. Capacidade de articulação entre indústrias, distribuidores, comércio operadores logísticos, associação de catadores e prefeituras; Existência de indústrias de reciclagem, a jusante da cadeia, com capacidade instalada 54 para absorver o grande volume de entrada de matéria-prima, proveniente dos fluxos reversos estabelecidos. Disponibilidade de tecnologias nacionais, adequadas para processamento de recicláveis, principalmente os constantes da obrigatoriedade de logística reversa. Viabilidade dos mercados demandantes de itens recicláveis.20 RECURSOS HÍDRICOS Fonte: ceco.org.br A água doce é um dos recursos naturais mais escassos e importantes, se não o mais importante, de todos os que constituem a vida sobre o planeta. Está relacionada tanto com a própria sobrevivência humana, animal e vegetal, quanto com a realização de atividades e serviços que vão atender os seres vivos em suas necessidades, desde as mais básicas, como consumo próprio e produção de alimentos, até as mais subjetivas (porém não menos necessárias e valorizadas), como o lazer (LEAL, 1998). Desse modo, o Brasil tem muita água, mesmo no Nordeste. Porém, o seu uso cada vez mais eficiente desempenhará, certamente, um papel vital na saúde atual e futura da nossa sociedade e na produção de alimentos, principalmente. O uso eficiente da água dos rios do Brasil significa a possibilidade de suprir as necessidades humanas básicas, sem destruir o meio ambiente, a qualidade da água, garantir o crescimento econômico e social com proteção ambiental. (REBOUÇAS, 2004, apud OLIVEIRA, 2011, p. 18). 55 Para entender como funciona a gestão desses recursos, torna-se necessário compreender como funcionam os mecanismos básicos que envolvem o ciclo da água na natureza. É nesse ponto que os conceitos de Hidrologia, que serão abordados a seguir, tornam-se tão importantes. 20.1 Ciclo hidrológico Apesar de a maior parte da superfície do nosso planeta ser formada por água, 97% desse recurso encontram-se nos mares e oceanos. O que efetivamente sobra para o consumo e o desenvolvimento de atividades como agricultura é uma quantidade muito inferior e se encontra mal distribuída no globo terrestre. Além das desigualdades naturalmente envolvidas nessa distribuição da água através das diversas regiões da Terra, determinadas ações antrópicas podem agravar ainda mais essa má distribuição. Isso se deve principalmente às alterações causadas ao meio ambiente e, consequentemente, ao ciclo da água. O movimento realizado pela água entre os continentes, oceanos e a atmosfera é chamado de ciclo hidrológico. O Ciclo hidrológico é um fenômeno global de circulação fechada da água que é impulsionada fundamentalmente pela energia solar associada à gravidade e à rotação do planeta. A compreensão desse sistema possibilita que os gestores tomem decisões acertadas sobre como utilizar os recursos causando os menores danos possíveis ao conjunto. Os tópicos principais que fazem parte do ciclo hidrológico são abordados na sequência. 20.2 Precipitação Em hidrologia, considera-se como precipitação toda a água proveniente da atmosfera e que atinge a superfície terrestre, podendo variar segundo o estado da água, em: neblina, chuva, granizo, orvalho, geada e neve. A variabilidade temporal e espacial da precipitação influencia a disponibilidade hídrica de uma bacia hidrográfica, porque a precipitação é a variável mais importante do sistema e representa a sua alimentação. Mas o que é uma bacia hidrográfica? 56 Pode-se definir uma bacia hidrográfica como sendo uma área de captação natural da água da precipitação, que faz convergir os escoamentos para um único ponto de saída, o seu exutório ou foz. É uma área geográfica natural delimitada pelos pontos mais altos do seu relevo. A disponibilidade, ao longo do ano, de dados de quantificação e distribuição da precipitação em uma bacia hidrográfica possibilita determinar ou estimar a necessidade de irrigação de culturas, o abastecimento doméstico e industrial, estudos para controle e prevenção de enchentes, planejamento de drenagens urbanas, além de permitir a gestão do uso do solo e um melhor controle de erosões. 20.3 Evaporação e evapotranspiração A evaporação e a evapotranspiração são a conversão da água do seu estado líquido para vapor de água, estado no qual a água é transferida para a atmosfera. Esses processos necessitam do ingresso de energia no sistema, que pode ser proveniente do sol, da atmosfera ou de ambas as fontes, e serão controladas pela taxa de energia disponível. Essas taxas se constituem em informações quantitativas de extrema importância dentro do processo do ciclo hidrológico, pois são utilizadas na resolução de diferentes problemas e planejamentos. Pode-se citar estudos para áreas agrícolas de sequeiro ou irrigadas, previsão de cheias e enchentes, construção e operação de reservatórios, entre outros. 20.4 Água subterrânea A escassez de água doce, que há muito tempo vem sendo prevista, tem se tornado, cada vez mais, uma grande ameaça ao desenvolvimento socioeconômico e à própria vida do planeta. Entre uma das soluções para esse problema, está o completo conhecimento do ciclo hidrológico, de forma a possibilitar uma correta avaliação da disponibilidade dos recursos hídricos de cada região. Uma das partes mais importantes é entender o que acontece com as águas subterrâneas que é uma das fases menos conhecidas desse ciclo. 57 Água subterrânea pode ser considerada toda a água que ocupa os vazios de uma formação geológica. Mas o sistema natural formado pelas águas subterrâneas pode ser modificado pela interferência do homem. Entre as principais ações está a alteração do ambiente natural com a construção de barragens, canalização de rios, perfuração de poços e irrigação. Esses sistemas hidrogeológicos podem ser classificados em Aquíferos, Aquiclude e Aquitardo. Quanto à umidade, pode-se dividir em duas zonas: Zona de Saturação e Zona de Aeração. 20.5 Escoamento superficial A origem do escoamento superficial é, fundamentalmente, nas precipitações ou eventos de chuva. Quando a chuva chega ao solo, parte da água se infiltra, parte é retida nas depressões da superfície e parte se escoa. Na primeira fase a água se infiltra, mas tão logo a intensidade da chuva exceda a capacidade de infiltração do solo, a água passa a ser coletada pelas pequenas depressões existentes. Quando os níveis das águas que estão sendo retidas se elevam e começa a ocorrer a transposição desses obstáculos, o fluxo ou escoamento superficial se inicia, seguindo a tendência da maior para a menor depressão. Esse escoamento vai se somar a outros escoamentos que, juntos, formam sucessivamente as enxurradas, os córregos, os ribeirões, os rios, os reservatórios e os lagos. O escoamento superficial, entre as outras partes do ciclo hidrológico, é a fase de maior importância para a compreensão e o estudo dos recursos hídricos. Isso porque a maior parte dos estudos hidrológicos está ligada ao aproveitamento da água superficial, a sua previsão e aos efeitos da sua transposição. Assim, a vazão de um corpo d’água em uma bacia hidrográfica é o resultado da interação de todos os componentes do ciclo hidrológico, entre eles a precipitação, a infiltração e o escoamento superficial. Nos mais diversos estudos e levantamentos estudos hidrológicos utiliza-se um gráfico denominado hidrograma, que é a relação entre a vazão e o tempo, para avaliar e separar esses componentes. A forma e o comportamento do hidrograma pode variar, dependendo de um grande número de fatores, tais como: relevo, cobertura da 58 bacia, solo, modificações artificiais no rio e distribuição da precipitação, além da sua intensidade e duração. A gestão dos recursos hídricos se realiza mediante procedimentos integrados de planejamento e de administração. Esse planejamento deverá visar à avaliação prospectiva das demandas e das disponibilidades desses recursos, além da sua alocação entre os usos múltiplos para que se obtenha os máximos benefícios econômicos e sociais, mas com a mínima degradação ambiental. Para tanto é necessário que ocorra a redução das fontes potenciais de poluição, se implementem políticas de uso e manejo adequados do solo e se viabilize a ocorrência de possíveis impactos sociais positivos para a região a ser gerenciada. Assim, o gerenciamento dos recursos hídricos é compostopor ações do poder público que procuram adequar os usos, o controle e a proteção das águas às necessidades sociais e ambientais. Entre as principais ações, pode-se citar: o gerenciamento dos usos setoriais da água; o gerenciamento interinstitucional; o gerenciamento das intervenções para compatibilização e integração dos planejamentos; o gerenciamento da oferta de água; e o gerenciamento ambiental que engloba o monitoramento da área, licenciamento de projetos, fiscalização e medidas administrativas e legais. 20.6 Hidrografia Hidrografia é a área que estuda as águas do planeta ou de uma região, abrangendo, portanto, rios, mares, oceanos, lagos, geleiras, água do subsolo e da atmosfera. O estudo da hidrografia é fundamental para a identificação dos componentes naturais e antropogênicos envolvidos no fluxo hidráulico. Este estudo permite quantificar cada um dos componentes envolvidos na dinâmica da bacia, identificando suas magnitudes, frequências e durações, sempre considerando sua importância geográfica e ecológica e a determinação do volume mínimo requerido para um pré-determinado estado de conservação (ZUCCARI, 2005). 59 20.7 Processos erosivos Nos últimos anos, tem se reconhecido a necessidade de se incluir estratégias de controle de sedimentos dentro de projetos de gerenciamento de bacias hidrográficas, isso porque as fontes de produção de sedimentos estão relacionadas com os tipos de processos erosivos que ocorrem em uma bacia hidrográfica. Assim, as informações sobre as fontes de sedimentos transportados por um determinado rio, são dados importantes para as estratégias de controle efetivo do aporte de sedimentos nos corpos d’água e, portanto, para controlar ou diminuir o seu assoreamento. Os tipos de erosão que ocorrem em uma bacia hidrográfica são basicamente a erosão hídrica, a erosão fluvial, a erosão eólica e a remoção em massa. Os processos que compõem a dinâmica da produção de sedimentos em uma área hidrográfica estão o transporte e a deposição de sedimentos que poderão gerar o assoreamento dos corpos d’água e lagos. Esses processos possuem similaridades com o que ocorre em uma bacia urbana. Mas, além dos problemas de assoreamento dos corpos d’água, os problemas erosivos podem comprometer todo o ecossistema aquático e o meio ambiente do entorno. [...] esse tipo de processo erosivo atinge grandes dimensões, gerando vários impactos ambientais na sua área de ação e na drenagem a jusante, tornando- se um complicador para o uso do solo nessas áreas. Formadas pelo aprofundamento das ravinas e interceptação do lençol freático, onde se pode observar grande complexidade de processos do meio físico (piping, liquefação de areia, escorregamentos laterais, erosão superficial) devido à ação concomitante das águas superficiais e subsuperficiais (Rodrigues, 1982; 1984, apud ALMEIDA, 2008). 20.8 Assoreamento de corpos d’água Grande parte dos sedimentos transportados em bacias hidrográficas ocorre durante os eventos de chuva. Por isso, a avaliação temporal da concentração de sedimentos deve ser realizada por meio de um programa de monitoramento capaz de coletar amostras durante os eventos de cheia. Entretanto, podem ocorrer diversas dificuldades ao se executar um programa de monitoramento. Por exemplo, um grande problema enfrentado em pequenas 60 bacias urbanas é que os eventos ocorrem em poucas horas e algumas vezes durante a noite, o que normalmente dificulta qualquer tipo de avaliação. Muitas vezes tenta-se utilizar mostradores automáticos para facilitar a obtenção de amostras, mas algumas bacias hidrográficas possuem altas concentrações de resíduos sólidos e matéria orgânica, fazendo com que normalmente os aparelhos sejam danificados, ou simplesmente, obstruídos. Os sedimentos podem ser definidos como fragmentos de rochas e de solo desagregados que são transportados por um fluido. Além das partículas minerais, as partículas orgânicas transportadas por um determinado fluido, também são denominadas de sedimentos. Em ambientes fluviais encontram-se três tipos de sedimentos: grosseiros, finos e orgânicos. A proporção de cada um dependerá de vários fatores como a geologia, o relevo, o uso do solo, o clima, a localização da calha fluvial e a ação antrópica de lançamento ou não de efluentes. Em geral, em regiões próximas às nascentes, a calha fluvial terá uma proporção grande de sedimentos grosseiros compostos por fragmentos de rochas, enquanto que nos trechos inferiores da bacia é mais comum encontrar-se sedimentos originados da erosão do solo que são compostos basicamente por partículas que variam de tamanho entre areia e argila. Um dos problemas físicos gerados pelos sedimentos é o assoreamento dos corpos d’água. Mas um dos fatores mais importantes nos estudos sedimentológicos é a existência de uma estreita relação entre a qualidade da água e os sedimentos fluviais. A simples presença dos sedimentos na água afeta as condições de potabilidade através do aumento da sua turbidez. Além desse aspecto, os sedimentos fluviais representam um potencial poluidor para a água devido a sua natureza geoquímica que possibilita a transferência de poluentes da bacia vertente para calha fluvial. 20.9 Gestão de bacias urbanas O desenvolvimento urbano, além das alterações causadas ao ecossistema terrestre, traz profundas alterações ao ecossistema aquático. Entre as muitas ações antrópicas que poderão provocar desde pequenas alterações ou até mesmo a 61 completa degradação dos sistemas aquáticos, estão a substituição da vegetação original por áreas impermeáveis, a concentração e o lançamento de grandes cargas de esgoto in natura e a adição de contaminantes químicos através das mais diversas fontes. As alterações antrópicas na bacia hidrográfica, principalmente a urbanização, geram alterações severas ao hidrograma que em parte explicam os problemas de inundações urbanas, atualmente enfrentados. A permeabilidade do solo é substituída por superfícies impermeáveis tal como ruas, telhados, estacionamentos e calçadas, que acumulam pouca água, reduzem a infiltração de água no solo e aceleram o escoamento superficial em redes e canais de drenagem. Uma alta porcentagem de área impermeabilizada, onde os eventos de chuva tendem a ter um tempo de concentração menor e picos de vazão maiores, se reflete em alterações nos hidrogramas. Assim, para que os efeitos da urbanização sejam minimizados, o gestor deverá procurar alternativas para equilibrar o sistema novamente. Entre as possibilidades encontradas para melhorar a infiltração das águas da chuva no solo e reduzir o escoamento superficial, estão: a construção de pavimentos permeáveis e/ou semipermeáveis e a adoção do sistema conhecido como “Bairro Ecológico”. Em ambos os casos, vários experimentos e estudos foram realizados e os resultados foram tecnicamente muito bons. 20.10 Cobrança pelo uso da água A expectativa que apenas os órgãos governamentais seriam suficientes para gerenciar os recursos hídricos foi uma das principais falhas ocorridas nesse setor. Esse desempenho insatisfatório levou muitos países a repensarem suas estruturas organizacionais e buscarem uma maior eficiência com a aplicação de tarifas e o apoio com incentivos. De um modo geral, a tarifação e os incentivos procuram motivar os consumidores a adotarem práticas eficientes de uso da água, que pode ser maior ou menor de acordo com o valor relativo da água. Em muitas regiões do mundo, a subtarifação causou e ainda tem causado sérios problemas de abusos e desperdícios com relação ao uso da água. Um exemplo 62 disso é quando a região possui abundância de água de boa qualidade, o que a torna barata e, portanto, pode inviabilizar o investimento em projetos de monitoramento e de tarifação de alto custo. Entretanto, torna-se viável medir, monitorar e tarifar aágua à medida que esta vai se tornando um recurso mais escasso. Alguns autores defendem a possibilidade de ajuste de tarifas de acordo com a demanda. Para HOWE (1998), poder-se-ia adotar preços variáveis, aumentando as tarifas em períodos secos, para forçar a redução do consumo. Ainda, o mesmo poderia ser empregado em horários diários de picos de consumo. Uma forma indireta de cobrança para usuários de larga escala, segundo WINPENNY (1994), que reproduz resultados similares, é a taxação através do volume de efluentes. Essa é uma forma interessante de incentivar as indústrias na busca por métodos e equipamentos que desperdicem ou utilizem uma menor quantidade de água. Por outro lado, um dos maiores consumidores de água é a irrigação para a agricultura, entretanto, segundo EASTER, BEEKEN E TSUR (1997), é o setor que menos pode pagar e acaba sendo subsidiado pelos governos. Como consequência, esses consumidores acabam sendo incentivados, pelas baixas tarifas, a consumir cada vez mais água durante o processo. Dentro deste contexto, e para viabilizar um uso equilibrado e consciente da água, deve-se destacar as seguintes medidas para melhorar o gerenciamento dos recursos hídricos: adotar-se valores diferentes para os usos urbanos e rurais; realizar estudos de realocação de água; implementar preços diferenciados para os usos industriais; criar tarifas diferenciadas para a irrigação; buscar a conservação dos recursos hídricos; e privatizar parte dos recursos e incentivar a participação dos usuários nos programas de descentralização. 63 21 CONTROLE DE ENCHENTES Fonte: ipea.gov Durante o processo de urbanização ocorre a retirada da cobertura vegetal para dar espaço a novas áreas quase totalmente impermeabilizadas. Mas a cobertura vegetal, além do seu aspecto ecológico, tem como efeito a interceptação de parte da precipitação, ou seja, a redução do escoamento superficial e a proteção natural do solo contra a erosão. Assim, a perda dessa cobertura vegetal terá como uma das principais consequências o aumento da frequência de inundações devido à falta de interceptação das precipitações, consequentemente a ocorrência de uma redução na taxa de infiltração, e o aumento do escoamento dos rios. Áreas de risco, como encostas íngremes, topos de morros, baixadas áreas alagáveis e margens de corpos d’água são ocupadas pelo mercado formal e informal o que leva a perdas econômicas, sociais e ambientais, e a acontecimentos muitas vezes trágicos (NETTO, 2005 apud HERZOG, 2010). 21.1 Medidas para controle de inundações As medidas para o controle de inundações podem ser de dois tipos: estruturais e não-estruturais. Quando o sistema fluvial é modificado para se evitar os prejuízos causados pelas enchentes, denominam-se de alterações provenientes de medidas estruturais. As medidas não-estruturais procuram adequar o meio de forma natural ou 64 alternativa, com estudos e projetos que possam recuperar em parte as características originais da área (taxas de retenção e infiltração das precipitações). Entre as medidas estruturais podem-se destacar a construção de reservatórios, diques e barragens, a melhoria do canal ou das canalizações e mudança do canal – retificação. Quanto às medidas não-estruturais, pode-se citar regulação do uso do solo e construções à prova de enchentes. 21.2 Zoneamento de áreas de inundações Um dos principais aspectos relacionados com a proteção ambiental e a drenagem urbana se refere à faixa marginal dos arroios urbanos. O Código Florestal prevê a distância de trinta metros da margem dos arroios, definida pela seção transversal de leito menor. No desenvolvimento da grande maioria das cidades brasileiras este limite não é obedecido, o que dificulta o controle da infraestrutura. Assim, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental deve prever o correto zoneamento dessas áreas, para evitar a sua ocupação, e os consequentes riscos de inundação. A aplicação de um zoneamento local das áreas inundáveis engloba etapas como a determinação do risco de enchentes, o mapeamento das áreas sujeitas à inundação e o seu zoneamento. A utilização e o desenvolvimento dessa ferramenta possibilitam um maior planejamento da bacia hidrográfica e permite a criação de mapas de alerta. 22 USO RACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS O uso racional dos recursos hídricos tem como objetivo assegurar que a água, um recurso natural essencial à vida, cumpra o seu papel no desenvolvimento econômico e no bem-estar social das comunidades, e seja suficiente para continuar como um fator de equilíbrio dos ecossistemas. Para possibilitar esse desenvolvimento, metas e planejamentos estruturados e com rigorosos estudos científicos devem ser realizados a fim de propiciar o controle e a utilização da água em padrões de qualidade satisfatórios, por seus usuários atuais e pelas gerações futuras. 65 Para atingir esse nível de desenvolvimento, tornam-se necessários profundos conhecimentos dos riscos e danos em diferentes áreas e grupos, para entender, planejar e evitar possíveis danos ao ecossistema local. Em um período em que uma grande ênfase está sendo dada a projetos que viabilizem o uso dos recursos hídricos, faz-se uma abordagem mais aprofundada nos itens a seguir. 22.1 Navegação e aproveitamento hidrelétrico Uma das formas mais antigas de aproveitamento dos recursos hídricos é a navegação. Além de um sistema eficiente, é um dos mais baratos. No Brasil ainda tem muito por fazer nessa área, seja pela falta de infraestrutura ou mesmo pela ausência de incentivos ao seu desenvolvimento e aproveitamento mais eficiente. Por outro lado, o aproveitamento hidrelétrico brasileiro é exemplo internacional. Nessa área o Brasil exporta tecnologia para diversos países do mundo. Mas é importante ressaltar que um sistema pode interferir no outro. Um exemplo disso, são as hidrelétricas que não possuem sistemas de eclusas para a transposição deste “obstáculo” para que os rios sejam completamente navegáveis. Assim, faz-se de suma importância um perfeito planejamento e viabilização de obras futuras, bem como a adequação de plantas já existentes. Outros fatores que se deve levar em consideração, ao se construir uma hidrelétrica, são as alterações que poderão ser ocasionadas na região pelo lago formado. Alguns dos efeitos que podem ocorrer, vão desde alterações no microclima e destruição de espécies de peixes nativos, até o assoreamento do corpo d’água devido à criação de um novo sistema de águas lênticas. 22.2 Abastecimento A utilização da água como fonte de abastecimento residencial é uma das mais nobres dos recursos hídricos. A sua efetivação pode ocorrer tanto pelo aproveitamento de recursos superficiais, quanto subterrâneos ou de ambos. Apesar de possuirmos grande abundância de água no Brasil, várias regiões já sofrem com a sua escassez e chegam a buscá-la a quilômetros de distância do local de consumo. Assim, cada vez mais torna-se necessário que sejam estabelecidas 66 metas de redução de consumo e sistemas de reaproveitamento da água como forma de uso racional. Outras medidas podem ser adotadas, como por exemplo, o incentivo da captação e reserva da água das chuvas para usos menos nobres, além de projetos hidráulicos residenciais e industriais mais eficientes. 22.3 Irrigação e vazão ecológica A irrigação é uma forma de aproveitamento dos recursos hídricos que possui uma importância estratégica para o País. Além de melhorar o abastecimento interno, tem sido uma excelente fonte de riquezas ampliando as exportações de alimentos de excelente qualidade e competitividade. Mas nem tudo é tão perfeito assim. Se a irrigação, como qualquer outro uso que se faz da água, perde o controle ou ultrapassa os limites ambientais da região, pode causar danos ambientais ao ecossistema e conflitos regionais na defesa deinteresses econômicos locais. Deve-se lembrar que existem limites ambientalmente suportáveis para a retirada de água de um sistema ou ambiente. O excesso de exploração pode levar a um colapso desse sistema, afetando inicialmente o ecossistema aquático e posteriormente toda a fauna e flora local. Mas muitas dúvidas e perguntas sobre esse tema ainda estão sendo discutidas e estudadas. De uma maneira geral, todo excesso cometido causa algum tipo de desequilíbrio e deve ser evitado através da fiscalização e cobrança por usos mais eficientes. 22.4 Transposição de corpos d’água Com o objetivo de aumentar a capacidade e quantidade de água de um determinado corpo d’água, a transposição é uma ferramenta que pode ser utilizada. Essa transferência de água de um local para outro vem sendo utilizada há muito tempo e para os mais diversos fins (irrigação, abastecimento, regularização, etc.). Mas, assim como em outras atividades, a transposição deve ter critérios rígidos quanto ao controle de danos ambientais que possam ser ocasionados e ao estabelecimento de limites de volume e parâmetros que serão adotados. 67 Tudo deve seguir rigorosos conceitos hidráulicos e ecológicos para que a solução de uns não se torne problema para todos! 23 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Fonte: centrodeestudosambientais.wordpress.com A legislação ambiental no Brasil é uma das mais completas e avançadas do mundo. Criada com o intuito de proteger o meio ambiente e reduzir ao mínimo as consequências de ações devastadoras, seu cumprimento diz respeito tanto às pessoas físicas quanto às jurídicas. Essas leis ambientais definem normas e infrações e devem ser conhecidas, entendidas e praticadas. Afinal, há um processo de mudança de comportamento na sociedade civil e no mundo empresarial, que não está associado apenas às eventuais penalidades legais, mas à adoção de uma postura de responsabilidade compartilhada entre todos para vencer os desafios ambientais, que já vivenciamos. Lei 9.605/1998 - Lei dos Crimes Ambientais - Reordena a legislação ambiental quanto às infrações e punições. Concede à sociedade, aos órgãos ambientais e ao Ministério Público mecanismo para punir os infratores do meio ambiente. Destaca-se, por exemplo, a possibilidade de penalização das pessoas jurídicas no caso de ocorrência de crimes ambientais. http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/caso-volkswagen-esc%C3%A2ncara-a-import%C3%A2ncia-do-cumprimento-das-leis-ambientais 68 Lei 12.305/2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e altera a Lei 9.605/1998 - Estabelece diretrizes à gestão integrada e ao gerenciamento ambiental adequado dos resíduos sólidos. Propõe regras para o cumprimento de seus objetivos em amplitude nacional e interpreta a responsabilidade como compartilhada entre governo, empresas e sociedade. Na prática, define que todo resíduo deverá ser processado apropriadamente antes da destinação final e que o infrator está sujeito a penas passivas, inclusive, de prisão. 23.1 Outras importantes leis a serem citadas Lei 11.445/2007 - Estabelece a Política Nacional de Saneamento Básico - Versa sobre todos os setores do saneamento (drenagem urbana, abastecimento de água, esgotamento sanitário e resíduos sólidos). Lei 9.985/2000 - Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – Entre seus objetivos estão a conservação de variedades de espécies biológicas e dos recursos genéticos, a preservação e restauração da diversidade de ecossistemas naturais e a promoção do desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais. Lei 6.766/1979 - Lei do Parcelamento do Solo Urbano – Estabelece regras para loteamentos urbanos, proibidos em áreas de preservação ecológicas, naquelas onde a poluição representa perigo à saúde e em terrenos alagadiços. Lei 6.938/1981 - Institui a Política e o Sistema Nacional do Meio Ambiente - Estipula e define, por exemplo, que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independente da culpa, e que o Ministério Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, como a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. Lei 7.347/1985 - Lei da Ação Civil Pública – Trata da ação civil pública de responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao patrimônio artístico, turístico ou paisagístico, de responsabilidade do Ministério Público Brasileiro. Lei 9.433/1997- Lei de Recursos Hídricos – Institui a Política e o Sistema Nacional de Recursos Hídricos - Define a água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico. Prevê também a criação do Sistema Nacional para a coleta, http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/a-situacao-do-saneamento-basico-no-brasil http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/bid/307168/Reuso-de-gua-essencial-para-o-meio-ambiente 69 tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão. Lei nº 11284/2006 - Lei de Gestão de Florestas Públicas - Normatiza o sistema de gestão florestal em áreas públicas e com a criação do órgão regulador (Serviço Florestal Brasileiro) e do Fundo de Desenvolvimento Florestal. Lei 12.651/2012 - Novo Código Florestal Brasileiro – Revoga o Código Florestal Brasileiro de 1965 e define que a proteção do meio ambiente natural é obrigação do proprietário mediante a manutenção de espaços protegidos de propriedade privada, divididos entre Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL). É importante lembrar que as leis enumeradas são apenas parte do Direito Ambiental do País, que ainda possui inúmeras outras matérias, como decretos, resoluções e atos normativos. Há também regulamentações de órgãos comprometidos para que as leis sejam cumpridas, como é o caso do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e do Ministério do Meio Ambiente. Também é preciso ter conhecimento da legislação específica de cada Estado e, ao seguir as normas estabelecidas pela legislação federal ou estadual, sempre é aconselhável optar pelas mais restritivas para não correr o risco de sofrer punições. Uma organização socialmente responsável não é aquela que trata a questão como um complemento opcional, nem como um ato de filantropia, mas sim aquela que possui um negócio rentável, que demonstra preocupação com os ativos e passivos ambientais, sociais e os efeitos econômicos que exerce sobre a sociedade. (DAHLSRUD,2008, apud LUIZ, 2013). http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/fique-por-dentro-do-novo-codigo-florestal-paulista http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/cumprimento-da-legislacao-ambiental-o-minimo-a-ser-atendido-em-qualquer-caso 70 24 POLÍTICA AMBIENTAL Fonte: addn.com.br Política Ambiental é um conjunto de ações ordenadas e práticas tomadas por empresas e governos com o propósito de preservar o meio ambiente e garantir o desenvolvimento sustentável do planeta. Esta política ambiental deve ser norteada por princípios e valores ambientais que levem em consideração a sustentabilidade. Atualmente, quase todos os governos e grandes empresas possuem políticas ambientais. Além de mostrar para os cidadãos e consumidores quais são os princípios ambientais seguidos, as políticas ambientais servem para minimizar os impactos ambientais gerados pelo crescimento econômico e urbano. Estas políticas são, portanto, importantes instrumentos para a garantia de um futuro com desenvolvimento e preservação ambiental. São também fundamentais para o combate ao aquecimento global do planeta (verificado nas últimas décadas), redução significativa da poluição ambiental (ar, rios, solo e oceanos) e melhoria na qualidade de vida das pessoas (principalmente dos grandes centros urbanos). 24.1 Ações práticas de uma política ambiental(exemplos) Adoção de processos de reciclagem; Ações que visem à redução do consumo de energia; Ações práticas para evitar o desperdício de água, incentivando o seu consumo racional; Planejamento urbano adequado por parte dos governos (nestas ações são importantes a preservação de áreas verdes e projetos de arborização 71 urbana); Uso, sempre que possível, de fontes de energia limpa como, por exemplo, eólica e solar; As empresas que geram qualquer tipo de poluição em seu processo produtivo devem adotar medidas eficazes para que estes poluentes não sejam despejados no meio ambiente (ar, rios, lagos, oceanos e solo); As empresas devem criar produtos com baixo consumo de energia e, sempre que possível, usar materiais recicláveis; Criação de projetos governamentais voltados para a educação ambiental, principalmente em escolas; Implantação das normas do ISO 14000 e obtenção do certificado. 25 DIREITO AMBIENTAL, PRINCÍPIOS PRÓPRIOS DO DIREITO AMBIENTAL O Direito Ambiental é referido como um dos chamados "direitos de terceira geração", juntamente com o direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e o direito de comunicação. Possui como princípios a finalidade básica de proteger a vida em quaisquer das formas em que está se apresente e, para garantir um padrão de existência digno para os seres humanos, desta e das futuras gerações. Tem ainda o propósito de conciliar a pretensão da sociedade de evoluir tecnologicamente e socialmente, com a necessidade de garantir a preservação do equilíbrio ambiental, situação referida na doutrina e na própria legislação ambiental como sustentabilidade. Os princípios jurídicos ambientais podem ser implícitos e explícitos. Explícitos são aqueles que estão claramente escritos nos textos legais e, fundamentalmente, na Constituição da República. Implícitos serão aqueles que decorrem do sistema normativo, em que pese não se encontrem escritos. Isso equivale a dizer que, no ordenamento jurídico brasileiro, deve-se buscar os princípios ambientais, primeiro, em nossa Carta Constitucional, sem prejuízo de alcançá-los nas normas infraconstitucionais e nos fundamentos éticos e valorativos que, antes de tudo, devem nortear as relações entre o homem e as demais formas de vida ou de manifestação da natureza. O Princípio do Direito Humano ao Meio Ambiente Sadio tem berço no art. 225, caput da Constituição da República. Este princípio busca garantir a utilização continuidade dos recursos naturais, que apesar de poderem ser utilizados, carecem de quatro proteções, para que também possam ser dispostos pelas futuras gerações. 72 Para tanto é necessário que as atuais gerações tenham o direito de não serem postas em situações de total desarmonia ambiental. Temos o direito de viver em um ambiente sadio e livre de poluição sobre qualquer das formas, sem que sejamos postos diante de situações que acarretem prejuízos à qualidade de vida, em razão de posturas contrárias aos dogmas de preservação do meio ambiente. Trata-se de um dos mais importantes princípios do Direito Ambiental, tanto no âmbito nacional, como no internacional. Tanto é que a Declaração de Estocolmo de 1972 trouxe como direito fundamental do ser humano, a garantia de condições de vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade, suficiente para assegurar o bem- estar. Na Conferência do Rio, realizada em 1992 da Cidade do Rio de Janeiro, o Princípio do Direito Humano ao Meio Ambiente Sadio foi reconhecido como o direito dos seres humanos a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza. Este princípio, que reputamos ser o mais importante a sustentar o Direito Ambiental, deve ser lido como um alerta ao aplicador das normas ambientais. Isto porque além de representar uma garantia ao ser humano, representa também a exigência de que o administrador público destine especial atenção à preservação do meio ambiente nas mais diversas formas apresentadas pela legislação ambiental. Neste sentido e, por sua topografia no texto constitucional, o Princípio do Direito Humano Fundamental ao Meio Ambiente Sadio deve ser interpretado como a necessidade de o Estado focar suas ações em medidas de preservação, apenas acolhendo subsidiariamente outras medidas de repressão ou de recomposição dos prejuízos ambientais. 25.1 Lei de Política Nacional do Meio Ambiente A Lei nº 6.938/81, recepcionada pela Constituição da República de 1988, cuida da Política Nacional do Meio Ambiente. Esta lei aponta uma séria de medidas de ordem administrativa e civil, que à época de sua edição foram tidas como necessárias à tutela do meio ambiente. 73 Decerto, como veremos adiante, hoje, outras medidas foram apontadas pelo legislador como complementares às já adotadas pela Lei nº 6.938/81, no sentido de aprimorar a tutela do meio ambiente. A fim de traçar um marco eficaz de atuação da Administração Pública e dos particulares na proteção do meio ambiente, a Lei nº 6.938/81, além de apontar a estrutura de alguns órgãos públicos, trouxe ainda os denominados instrumentos de política ambiental. O art. 9º da Lei nº 6.938/81 aponta os instrumentos de política ambiental, são eles: padrões de qualidade ambiental, zoneamento ambiental, avaliação dos impactos ambientais, licenciamento ambiental, incentivos às tecnologias voltadas para a proteção do meio ambiente, criação de espaços territoriais protegidos, sistema nacional de informações ambientais, cadastro técnico federal, penalidades disciplinares e compensatórias, concessão florestal e servidão florestal (Lei nº 11.284/06). O art. 6º da Lei nº 6938/81 traz o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, assim tido, em síntese, como a congregação dos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como as fundações públicas responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. O art. 8º da Lei nº 6.938/198 e o art. 4º do Decreto nº 99274/1990, trazem a composição do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, órgão integrante do SISNAMA e que tem várias competências em matéria ambiental. Dentre suas competências, damos destaque a duas, que vêm sendo objeto de questionamento pelos examinadores, são elas: A competência de editar normas e critérios de licenciamento ambiental (arts. 8º, I da Lei nº 6.938/1981 e 7º, I do Decreto nº 99.274/1990) e a; de decidir, como última instância administrativa, sobre as penalidades aplicadas pelo IBAMA (art. 8º, III da Lei nº 6.938/1981 e 7º, III do Decreto nº 99.274/1990). 25.2 Licenciamento ambiental A norma ambiental é bem clara ao apresentar as atividades e empreendimentos que se submetem ao prévio licenciamento ambiental. Neste sentido, temos o art. 10 da Lei nº 6.938/81, cuja redação adiante é apontada: 74 “A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis”. Na mesma linha, temos o art. 2º da Resolução CONAMA n° 237/1997, cujo texto abaixo transcrevemos: “Art. 2º- A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob 18 qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.”Em resumo, submetem-se ao prévio licenciamento ambiental qualquer atividade ou empreendimento passível de causar poluição, independentemente de quem as desempenhe. 26 DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL Segundo NUNES (2005), desde o seu surgimento, o Direito Ambiental vem ganhando força na legislação brasileira com o intuito de se garantir o meio ambiente ecologicamente equilibrado. Este fato se deve ao desenvolvimento econômico que vem ocorrendo no país desde a época da colonização, com a exploração da riqueza natural existente em solos brasileiros de forma rudimentar e predatória com o lema de que “para crescer é necessário destruir”. Paulo de Bessa Antunes defende que o Direito Ambiental é um fenômeno recente em todos os países, não possuindo mais do que quarenta anos. (ANTUNES, 2010, apud SANTOS, 2012). A má utilização dos recursos naturais e o uso inadequado das atividades humanas juntamente com o avanço tecnológico têm contribuído para o aumento de danos ao meio ambiente, em escala cada vez maior, ocasionando assim um 75 comprometimento à saúde e à qualidade de vida tanto das presentes como das futuras gerações. Os problemas ambientais brasileiros, vividos mais gravemente de meados do século XX até os dias atuais, são sobras da visão equivocada de desenvolvimento perpetrada pelas gerações passadas e que, talvez, não dispunham de mecanismos para dimensionar a situação hoje suportada pelas presentes gerações. (NUNES, 2005, p27). O grande caos vivido pela sociedade nos dias de hoje é resultado da falta de conhecimento dos povos de antigamente. A mentalidade de uma sociedade focada somente na ideia de que é necessário se desenvolver e que para isso acontecer não importam as consequências de suas atitudes fizeram com que as gerações de hoje, e consequentemente as futuras enfrentem problemas gravíssimos na luta pela sobrevivência e na luta pelo seu bem-estar. “O principal desafio deste século – para os cientistas sociais, os cientistas da natureza e todas as pessoas – será a construção de comunidades ecologicamente sustentáveis, organizadas de tal modo que suas tecnologias e instituições sociais – suas estruturas materiais e sociais – não prejudiquem a capacidade intrínseca da natureza de sustentar a vida” (CAPRA, 2005, apud NASCIMENTO, 2009). Uma sociedade que buscou apenas os próprios interesses na luta pelo crescimento ocasionou os problemas que a nossa geração tem vivido e para isso foram necessárias medidas para que esses problemas não se tornassem catastróficos. Como resultado dessas medidas o sistema jurídico brasileiro passou a ser composto por normas jurídicas infraconstitucionais que visam à preservação do meio natural, entre elas a Lei nº 4.771/65 (Código Florestal) que estabelece que as florestas e demais vegetações que existem no território nacional são bens de interesse comum da sociedade e que o direito de propriedade deve ser exercido observando-a; a Lei nº 6.902/81 (Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental) que dispõe sobre a criação pelo governo federal, pelos estados e municípios, de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e as permissões para a exploração desses solos; a Lei nº 9.433/97 (Lei dos Recursos Hídricos) que criou o Sistema Nacional de Recursos Hídricos e instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, e a Lei nº 9.605/98 (Lei 76 dos Crimes Ambientais) que para as condutas lesivas ao meio ambiente estabelece sanções penais e administrativas e dá outras providências aos crimes ambientais. Uma lei importante e que merece destaque é a Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente, cria o Conselho Nacional do Meio Ambiente e institui o Cadastro Técnico Federal de Atividades e instrumentos de Defesa Ambiental. A respeito desta Lei o autor Gleucio Santos Nunes (2005, p. 31) assim conclui: Suas virtudes podem ser sintetizadas na definição do conceito de poluição e poluidor, bem como no estabelecimento de diretrizes a serem implementadas pelo Poder Público e pela sociedade, a fim de minimizarem-se os efeitos da exploração predatória dos recursos naturais. (NUNES, 2005, apud EDDINE, 2009) Porém somente a partir de 5 de outubro de 1988, com a promulgação da Constituição Federal brasileira, que “o meio ambiente passou a ser formalmente considerado um bem jurídico.” (NUNES, p. 33). Os artigos 1º a 4º da Constituição Federal estabelecem princípios fundamentais a serem observados pelo Estado Democrático de Direito, dentre eles: Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamento: I – a soberania II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V – o pluralismo político. De acordo com Celso Antônio Pacheco Fiorillo e Renata Marques Ferreira (2005, p. 4 e 5) é necessário que esses fundamentos elencados no art. 1º da Carta Magna sejam obedecidos a fim de existir um direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Para eles, “a pessoa humana é verdadeira razão de ser do direito ambiental brasileiro.” O fundamento da soberania, primeiro inciso do artigo citado pressupõe que “O direito ambiental está situado dentro de nosso poder de fazer e anular leis de forma exclusiva em nosso território, organizando nossa racionalização jurídica.” 77 O segundo fundamento é o da cidadania, que pressupõe a dignidade social a todos os brasileiros e estrangeiros no país, “independentemente da inserção econômica, social, cultural e política.” A dignidade da pessoa humana é o terceiro inciso do artigo 1º da Constituição e assegura que “O direito ambiental brasileiro é construído a partir da dignidade da pessoa humana.” O quarto fundamento constitucional dos valores do trabalho e da livre iniciativa garante que: A economia capitalista que visa à obtenção do lucro estará sempre presente nas relações jurídicas ambientais, balizada pelos valores maiores e superiores da dignidade da pessoa humana, o que significa harmonizar a ordem econômica com a defesa do meio ambiente. (art. 170, VI, da Constituição Federal). (FIORILLO, e FERREIRA, 2005, p. 4). E por último temos o quinto fundamento que é o pluralismo político que “depende das formas de controle ligadas as estruturas de poder dentro do Estado Democrático de Direito.” Além desses fundamentos a serem observados na aplicação de normas ambientais dispostas nos primeiros artigos da Carta Magna, podemos nos direcionar especificamente ao estudo do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, em seu título VIII, que tratou de cuidar especialmente em seu Capítulo VI da matéria do meio ambiente: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo- se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: I - Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 78 IV - Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmentecausadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade (...). Com o decorrer dos anos é possível perceber que a defesa e proteção ao Meio Ambiente têm recebido especial destaque no território brasileiro, por intermédio da criação de leis, projetos de leis e decretos. São decisões que consagram a sua preservação de modo cada vez mais minucioso, dando poder não a um ente da federação apenas, mas atribuindo à União, Estados, Municípios e Distrito Federal competência para legislarem sobre a matéria ambiental. São normas e diretrizes estabelecidas para que a qualidade de vida em nosso território seja garantida de forma igualitária a todas as pessoas que habitam e desfrutam de todos os elementos que constituem o meio ambiente que os cercam. 26.1 Princípios fundamentais do direito ambiental brasileiro Com relação aos princípios inerentes ao Direto Ambiental presentes no art. 225 da Carta Magna, uma breve análise será feita. Esses princípios são fundamentos de sistemas de governo e têm sido adotados internacionalmente diante da necessidade de se preservar a natureza, com o objetivo de se garantir uma melhoria na qualidade de vida planetária. É também com a finalidade principal de se alcançar um meio ecologicamente equilibrado que os Estados os têm colocado em prática. A seguir, o entendimento de Celso Antônio Pacheco Fiorillo em sua obra Curso de Direito Ambiental Brasileiro de 2001: Aludidos princípios constituem pedras basilares dos sistemas político jurídicos dos Estados civilizados, sendo adotado internacionalmente como 79 fruto da necessidade de uma ecologia equilibrada e indicativos do caminho adequado para a proteção ambiental, em conformidade com a realidade social e os valores culturais de cada Estado. (FIORILLO, 2001, ps. 22 e 23). Os princípios do direito ambiental na Constituição Federal podem ser tratados como princípios da Política Global do Meio Ambiente, conforme FIORILLO (2001), pois se tratam de “princípios genéricos e diretores aplicáveis à proteção do meio ambiente.” A formação de um sistema de gerenciamento dos riscos ambientais decorre das irritações provocadas por uma nova sociedade industrial, produzindo desvios nas estruturas jurídicas vigentes em ressonância aos ruídos do ambiente. (DE CARVALHO, 2009, apud OLIVEIRA, 2012). 27 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS Fonte: grupossolos.com Restauração: O termo "restauração" refere-se ao objetivo de reproduzir exatamente a condição original do local antes de ser alterado pela intervenção. Um exemplo de restauração é o plantio misto de espécies nativas para regenerar a vegetação original, de acordo com as disposições do Código Florestal. Restauração: O conceito de restauração está ligado à ideia de que o local alterado deve ter qualidades próximas às do anterior, restabelecendo o equilíbrio dos processos ambientais. Os sistemas agroflorestais regenerativos (SAF), constituídos por sistemas de produção diversificados com estrutura semelhante à vegetação 80 original, têm sido utilizados com sucesso na região norte do país para restaurar áreas degradadas por pastagens. Reabilitação: Reabilitação é um recurso utilizado quando a melhor solução (ou talvez a única viável) é o desenvolvimento de uma atividade alternativa adequada ao uso humano, ao invés de restaurar a vegetação original, mas desde que planejada de tal forma que tenha nenhum impacto negativo sobre o meio ambiente. A conversão da agricultura convencional para o sistema agroecológico é uma importante forma de reabilitação que melhora a qualidade do meio ambiente e dos alimentos produzidos. 27.1 Áreas degradadas: formas e exemplos de degradação Até 1920, à exceção das secas do Nordeste, a água no Brasil não representou problemas ou limitações. A cultura da abundância atualmente prevalecente teve origem nesse período. Ao longo da década de 70 e mais acentuadamente na de 80, a sociedade começou a despertar para as ameaças a que estaria sujeita se não mudasse de comportamento quanto ao uso de seus recursos hídricos. Foram instituídas nesses anos várias comissões interministeriais para encontrar meios de aprimorar o sistema de uso múltiplo dos recursos hídricos e minimizar os riscos de comprometimento de sua qualidade, principalmente no que se refere às futuras gerações, pois a vulnerabilidade desse recurso natural já começava a se fazer sentir. (RODRIGUEZ, 1998, apud MORAES, 2002). Em geral, qualquer mudança induzida pelo homem no meio ambiente acaba levando a alguma forma de degradação ambiental. Ao pesquisar a produção desse material, constatamos que as definições de área degradada e degradação ambiental variam muito por referência. O Guia de Recuperação de Áreas Degradadas, editado pela SABESP, (2003, p. 4) define degradação ambiental como “as mudanças que a sociedade impõe aos ecossistemas naturais que alteram (deterioram) e assim comprometem suas propriedades físicas, químicas e biológicas , a qualidade de vida das pessoas.” Em “Meio Ambiente: Aplicação do Direito”, Neves e Tostes (1992, pp.20) definem o ato de menosprezar da seguinte forma: “Desprezar significa estragar, estragar. É o processo de transformação do meio ambiente que leva à perda de suas qualidades benéficas e até mesmo à sua extinção." Os autores apontam que ao longo do tempo tanto os engajados em atividades econômicas quanto o poder público têm causado degradação ambiental. Quanto ao estado, são citadas 81 fontes de degradação: empresas estatais poluentes, má gestão sanitária e incentivos fiscais para atividades degradantes (como observado na promoção da pecuária na Amazônia).. Já Luís Enrique SÁNCHEZ (2001) define a degradação do solo, como um termo mais amplo do que poluição (do solo), englobando: “(I) a perda de matéria devido à erosão ou a movimentos de massa, (II) o acúmulo de matéria alóctone (de fora do local) recobrindo o solo, (III) a alteração negativa de suas propriedades físicas, tais como sua estrutura ou grau de compacidade, (IV) a alteração das características químicas, (V) a morte ou alteração das comunidades de organismos vivos do solo”. (SÁNCHEZ, 2001, apud PIOLLI, 2004, p. 8) Todos esses tipos de degradação abordados por Sánchez podem ser amplificados no caso do desmatamento de áreas perenes, o que justificaria a importância de restaurar a vegetação original dessas áreas o mais rápido possível. O Ambiente Urbano Degradado: Nas áreas urbanas, o simples fato de grande parte das áreas serem desmatadas já é um grave problema ambiental, mas as cidades acumulam muitos outros problemas ambientais. Veículos movidos a combustíveis fósseis liberam toneladas de partículas poluentes no ar, que afetam o funcionamento de todos os ambientes ao seu redor e são a causa de vários problemas de saúde para as pessoas. Outra consequência do uso de combustíveis fósseis é a formação de ácidos a partir de óxidos de carbono e enxofre, que levam à chuva ácida. Esse fenômeno altera negativamente os ecossistemas aquáticos e prejudica a agricultura e as florestas. Especialistas nesta área vêm alertando as autoridades e a sociedade para a necessidade urgente de replanejar a destinação de todos os resíduos sólidos há algum tempo. O modo de vida nas cidades tem causado sérios problemas devido à produção excessiva de resíduos, que inutilizam e poluem grandes áreas.A questão dos aterros sanitários e da disposição em aterros é um problema sério para todos os municípios. Crescem as preocupações com o destino desses resíduos: em vez de causar danos sociais e ambientais, os resíduos podem gerar lucros. A criação de cooperativas de “coletores de lixo” é um exemplo de solução que combina o sustento econômico de muitas famílias com a preservação do meio ambiente. Outro grave problema nos centros urbanos é o lançamento de efluentes domésticos e industriais, que é considerado a principal forma de poluição das águas. O alerta dos ambientalistas sobre a necessidade de tratamento adequado também não é novo. Mas mesmo nos países ricos, a restauração dos rios começou nos últimos 82 anos, e ainda há muito a ser feito. O Rio Tietê, em São Paulo, talvez seja o exemplo mais claro desse problema, onde bilhões de dólares estão sendo investidos para reparar os danos causados pela atividade humana. 27.2 Planejamento Urbano Influindo na degradação ambiental A falta de planejamento nas grandes cidades provoca uma mudança brusca no ciclo natural da água e gera uma série de problemas ambientais. As inundações são as mais comuns. A falta de espaços verdes, a impermeabilização do solo e a canalização de rios e córregos são apontadas como as principais causas das inundações. Além disso, o acúmulo de dejetos despejados nos cursos d'água pelo homem provoca o assoreamento do leito do rio, agravando o problema das enchentes e reduzindo as chances de vida de inúmeras espécies. Por isso, projetos de reabilitação e reflorestamento (não apenas nas margens dos rios) nas cidades são essenciais para o equilíbrio ecológico e o bem-estar social, a fim de garantir um equilíbrio hídrico próximo à natureza. Resíduos industriais: Todos os dias, a indústria joga na água toneladas de substâncias que não podem ser decompostas por processos naturais e consequentemente se acumulam nos seres vivos. Os chamados metais pesados. Os resíduos industriais ainda podem se acumular no solo, tornando grandes áreas impróprias para a maioria das atividades humanas. A recente contaminação do solo no condomínio do Município de Paulínia é apenas um exemplo das consequências desse tipo de degradação: quando o problema foi descoberto, dezenas de pessoas já estavam irreversivelmente contaminadas pela ingestão de frutas e hortaliças produzidas em terrenos contaminados. O Modelo Agropecuário: Os impactos negativos das atividades agropecuárias decorrentes da chamada Revolução Verde são há muito debatidos. Nesse modelo de agricultura, o uso de fertilizantes industriais, herbicidas e inseticidas tem poluído o meio ambiente, além de contaminar os alimentos com substâncias tóxicas. A monocultura assumida neste modelo, além de depender de constantes intervenções que causam contaminação e erosão do solo, provoca a redução da biodiversidade local e em muitos casos põe em risco o patrimônio genético da agricultura. Para se ter uma ideia da influência da expansão da fronteira agrícola na destruição ambiental, segundo o Ministério do Meio Ambiente 33 a vegetação do cerrado no alto curso do 83 rio Xingu e seus afluentes já foi destruído. A bacia do rio Xingu atravessa dois importantes biomas brasileiros, o Cerrado e a Floresta Amazônica, abrangendo uma área de 2.600 hectares, e o principal vetor dessa taxa de degradação é o modelo de atividade agrícola introduzido a década de 60. Diversas alternativas têm sido desenvolvidas para criar formas mais saudáveis de produção de alimentos e com menor impacto ao meio ambiente. Permacultura, sistemas agroflorestais, agricultura biodinâmica e controle biológico de pragas são algumas das formas mais importantes de produção agrícola - comumente referida como agricultura orgânica ou agroecológica - que respeitam o meio ambiente e a saúde humana. No entanto, a transversalização e viabilidade da agroecologia encontra forte resistência dos céticos e principalmente dos grandes grupos empresariais que se beneficiam de toda a gama de produtos industriais (tratores, sementes, fertilizantes e defensivos) que acompanham o modelo da Revolução Verde. O investimento em pesquisa e divulgação dos benefícios e métodos da agricultura orgânica ainda é necessário para reduzir efetivamente o impacto desastroso da atividade agrícola convencional. Acrescente-se que da safra 2004/2005 de soja foram plantadas com sementes transgênicas. Erosão: O problema da erosão, quase sempre como resultado de algum tipo de degradação ambiental, pode levar a uma maior deterioração à medida que se desenvolve, tais como: B. o assoreamento dos rios e a perda de terras agrícolas. Práticas agrícolas incorretas e desmatamento indiscriminado podem ser identificados como os principais culpados pelos processos erosivos. Nesses casos, o reflorestamento e as mudanças nos sistemas agrícolas podem aliviar significativamente o problema; Nas áreas rurais, vários fatores se combinam para determinar a intensidade desse processo de erosão. Dentre eles podemos destacar: índice pluviométrico; propriedades do solo (textura e estrutura); inclinação e tamanho do brinco; tipos de uso e manejo da terra; Práticas de Conservação Adotadas (um conjunto de práticas para reduzir a erosão). Nas áreas urbanas, a erosão pode ser ainda mais devastadora: deslizamentos de terra nas encostas ceifam milhares de vidas e deixam milhares de desabrigados, rios lamacentos e não apenas transmitem danos, mas também doenças contagiosas. 84 Para mitigar esses problemas, o reflorestamento é urgentemente necessário, pelo menos em áreas críticas e de conservação permanente. 28 A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR Fonte: ecodebate.com.br A quantidade de água que entra em contato com o solo é um dos fatores determinantes no processo de erosão; As margens dos rios são, portanto, extremamente vulneráveis, o que pode levar a sérios danos, como assoreamento e perda de solo para a agricultura. Na natureza, ao longo dos anos, o plantio de vegetação nas margens dos rios tem sido essencial para a estabilização e existência dos leitos dos rios: as matas da Ribera, assim chamadas devido à semelhança do efeito que as abas têm no olho proteção. As florestas aluviais também funcionam como um filtro natural para possíveis resíduos de produtos químicos, fertilizantes e pesticidas, bem como do próprio processo de erosão. As águas correntes com florestas aluviais intactas são menos afetadas por esses agentes. Formam longos corredores de vegetação ao longo dos rios e contribuem para a preservação da biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas. O Brasil é, a nível mundial, um dos países de maior biodiversidade, haja vista que apresenta cerca de 10% dos organismos existentes no mundo e 30% das florestas tropicais (MITTERMEIR et al., 1992, apud COSTA, 2014). 85 28.1 Formas de recuperação da mata ciliar O processo de assentamento lento e gradual de organismos em um determinado local é chamado de sucessão ecológica. Caso esse processo ocorra em uma área anteriormente desabitada, fala-se de uma sucessão primária; No caso de assentamento de organismos em área já constituída como ecossistema, tal. B. uma área de floresta desmatada ou queimada, falamos de uma sucessão secundária. A sucessão primária pode ocorrer em rochas desabitadas, em áreas cobertas por lava vulcânica resfriada ou em telhados antigos. A falta de nutrientes orgânicos impede a sobrevivência de organismos heterotróficos (que não produzem seu próprio alimento), e a falta de nutrientes inorgânicos dificulta a sobrevivência de grandes organismos autotróficos (que produzem seu alimento). Os primeiros organismos a se desenvolverem nessas condições, devido à sua capacidade de sintetizar matéria orgânica e seu pequeno tamanho, são os líquens, cianobactérias e musgos, chamados de organismos pioneiros, que juntamentecom os consumidores e decompositores dessas criaturas formam as comunidades pioneiras. Com o tempo, a decomposição de fezes, tecidos e organismos mortos produz nutrientes inorgânicos, como nitratos e fosfatos, que permitem que gramíneas, ervas daninhas, invertebrados e pequenos vertebrados sobrevivam. Esses organismos formam as chamadas comunidades ou seres intermediários. As comunidades ou seres intermediários favorecem o desenvolvimento das árvores da vegetação "adulta" (geralmente de ciclo de vida longo), que formam as comunidades clímax. O processo de sucessão secundária, por outro lado, ocorre em locais previamente assentados cujas comunidades saíram do estágio de pico devido às mudanças climáticas, invasão humana (como em uma área desmatada ou queimada), ou devido à queda de uma árvore em a floresta abrindo uma clareira na floresta. Nesses casos, a sucessão emana das intercomunidades (seres), e na ausência de perturbações ambientais – como fogo, poluição do ar e do solo, agrotóxicos e novos desmatamentos – a comunidade fica livre para se desenvolver até o clímax, conforme descrito para sucessão primária No entanto, quase sempre ocorrem fatores ambientais disruptivos que impedem o processo de sucessão natural e às vezes até o impedem. A duração desse processo é muito longa e pode ultrapassar 60 anos para alguns tipos de ambientes, 86 mesmo na ausência de problemas ambientais. Estudar os detalhes do processo de sucessão ecológica é, portanto, fundamental para que possamos apoiar positivamente o processo dinâmico de desenvolvimento da vegetação, seja aumentando a taxa de regeneração da vegetação ou contornando distúrbios ambientais. Um fator importante a ter sempre em mente é que as espécies de árvores têm necessidades e resistências diferenciadas à luz solar. Algumas espécies só se desenvolvem sob luz solar direta durante todo o seu ciclo de vida (são árvores pioneiras). Essas plantas são interessantes para iniciar o processo de recuperação e fornecer sombra para as árvores que precisam de menos luz. As árvores predominantes na vegetação adulta (clímax), chamadas de clímax, apresentam uma tolerância à luz muito baixa durante seu desenvolvimento. Um terceiro grupo, os secundários, que requerem mais luz do que os climáticos , não toleram tanta luz quanto os pioneiros. As árvores secundárias são, em alguns casos, divididas em grupos de acordo com sua tolerância à luz (que pode ser maior ou menor). Mais detalhes sobre essas características são abordados no próximo capítulo: Reflorestamento. 29 PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA O SUCESSO DO REFLORESTAMENTO, SELEÇÃO DE ESPÉCIES. Para a restauração da mata nativa, devem ser utilizadas apenas espécies originais do local, pois além de restaurar mais fielmente o ambiente original, as plantas nativas têm muito mais oportunidades de adaptação ao meio ambiente. Quando se trata de restauração de mata ciliar, alguns cuidados especiais precisam ser tomados, como: Ex.: condições do solo; elevação do nível do rio; Seleção das espécies mais adequadas e seu ciclo de vida. As matas ciliares são muitas vezes sujeitas a inundações temporárias, portanto, não basta selecionar espécies nativas da região, é preciso se adaptar às condições específicas desse ambiente. Outro fator a considerar são as raízes das plantas. Muitos deles atingem o lençol freático, portanto, as espécies selecionadas devem ser capazes de lidar bem com essas situações. 87 30 PRINCIPAIS INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL Fonte: cebds.org Os indicadores de sustentabilidade empresarial visam aferir a participação das empresas nas ações de sustentabilidade ambiental. O objetivo é que as empresas contribuam para a preservação do meio ambiente da comunidade a que pertencem e, como consequência, haja um acúmulo de boas práticas que melhorem ou gerem mais ações para sustentabilidade e preservação do meio ambiente ao redor do mundo. Os indicadores funcionam como termômetros para medir o grau de participação das empresas e dos grupos empresariais quanto a critérios ideais de sustentabilidade. A sustentabilidade nos negócios baseia-se nas óticas econômica, ambiental e social, que, uma vez combinadas estrategicamente, são capazes de reduzir os impactos gerados por suas operações ao ambiente e às comunidades. Isso torna seus colaboradores mais felizes e, a médio prazo, acrescenta valor ao negócio, já que os investidores geralmente optam por direcionar recursos a empresas vistas com bons olhos pela comunidade. Leia a seguir sobre cada uma dessas óticas (SOUZA, 2021). Ótica econômica Está relacionada ao crescimento sustentável de uma empresa em que há respeito pelos recursos naturais. A empresa que tem preocupação com o seu crescimento sustentável reduz progressivamente o uso desenfreado de recursos naturais durante o seu ciclo de produção, evita desperdícios e tende a distribuir a riqueza gerada de forma mais igualitária. Os indicadores utilizados pela gestão das 88 empresas estão relacionados aos objetivos desta e podem se referir a diversos aspectos do negócio, como nível de satisfação dos clientes, produtividade dos colaboradores, desempenho comercial, etc. Alguns indicadores econômicos são importantes para medir e acompanhar como está o desempenho da empresa em termos econômicos, sendo os mais comuns os de liquidez, rentabilidade e endividamento. Considerando avaliar a empresa exclusivamente pelo aspecto econômico, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) recomenda a implantação dos indicadores: necessidade de capital de giro (NCG), endividamento (%) e estrutura de endividamento (%), volume de negócios/ passivo, liquidez geral e reduzida, rentabilidade líquida e operacional de vendas, rentabilidade operacional de ativo, rentabilidade dos capitais próprios, EBITDA, EBITDA/gastos financeiros, dívida financeira/EBITDA e valor adicionado bruto. Ótica ambiental Corresponde à minimização dos impactos ambientais negativos decorrentes da operação empresarial, com objetivo de criar impactos positivos. Para tanto baseia-se nas boas práticas utilizadas durante o clico de vida do produto e dentro da estrutura interna da organização. No entanto, a sustentabilidade ambiental não deve ser encarada como uma estratégia de marketing, porque deve ser uma preocupação com a preservação e a continuidade dos recursos naturais. Um exemplo é o cuidado com a continuidade das matérias-primas que a empresa utiliza no processo produtivo. Uma investigação sobre métodos de extração mais sustentáveis, por exemplo, diminui a possibilidade de escassez ou de aumento de custo no futuro. Os indicadores de sustentabilidade ambiental utilizados pelo mercado são os seguintes: ciclo de vida e qualidade do produto, saúde ambiental, uso de equipamento, quantidade de água, energia e materiais usados, além de materiais reutilizados/reciclados, pegada de carbono e necessidades de transporte (medido em emissões de CO₂) (BUSINESS AT SPEED, c2020). Ótica social Por essa ótica, a preocupação é promover uma relação sustentável entre a empresa e a comunidade. Isso porque as empresas, de alguma forma, geram um impacto não só em seus funcionários, trabalhadores da cadeia de valor e clientes, mas também nessas comunidades onde estão inseridas. Por isso, é importante promover o bem-estar das pessoas e da sua respectiva comunidade, tornando-as 89 mais felizes com desenvolvimento e ações sociais sustentáveis de apoio ao meio ambiente. São exemplos de indicadores de sustentabilidade social: ações de voluntariado, programas de apoio à comunidade, investimento em intervenção na comunidade, impacto social das intervenções (SROI), criação de postos de trabalho e iniciativas de apoio às famílias dos colaboradores (BUSINESS AT SPEED, c2020). Uma empresa considerada sustentávelé aquela que considera não só suas oportunidades de negócio, mas também seus riscos sociais e ambientais. Uma organização empresarial com princípios éticos minimiza seu impacto ambiental e respeita a comunidade em que está inserida. Segundo a Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas (WCED), uma empresa com desenvolvimento sustentável é a “[…] que responde às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações responderem às suas próprias necessidades” (BUSINESS AT SPEED, c2020, documento on-line). Já a Organização da Nações Unidas (ONU) afirma que uma empresa deve assegurar os cinco aspetos a seguir para ser sustentável (BUSINESS AT SPEED, c2020). 1. Ter responsabilidade e estar alinhada com os princípios universais. 2. Promover ações apoiando a sociedade. 3. Comprometer-se com a sustentabilidade no DNA corporativo, ao nível mais elevado. 4. Publicar relatórios anuais com os seus esforços. 5. Incentivar o envolvimento com as comunidades locais. Ne seção a seguir, acompanhe os tipos de avaliações desenvolvidas pelos indicadores mencionados (SOUZA, 2021). 30.1 Avaliações promovidas pelos indicadores de sustentabilidade empresarial As avaliações promovidas pelos indicadores de sustentabilidade empresarial são baseadas nas mesmas três óticas que vimos na seção anterior: econômica, ambiental e social. Ótica econômica Sob o ponto de vista econômico, podemos citar como indicadores a necessidade de capital de giro; o endividamento e a estrutura do endividamento; e o 90 EBITDA. Necessidade de capital de giro (NCG) Representa os recursos financeiros investidos em permanência no ciclo operacional da empresa. O cálculo é realizado com base na diferença entre os limites dos prazos de pagamento aos fornecedores e dos créditos concedidos aos seus clientes. Como resultado, a empresa avalia se há ou não necessidade de captar novos recursos para manter sua operação em dia. O ideal é que a operação ocorra sem que haja necessidade de captação (SOUZA, 2021). A fórmula mais utilizada é: NCG = AO – PO AO (ativo operacional) representa as contas do ativo circulante do balanço patrimonial que se relacionam com o ciclo de exploração e operações de curto prazo, implicando as necessidades de financiamento, como adiantamento a fornecedores, clientes, estoque de matérias-primas, impostos a recuperar, etc.; „ PO (passivo operacional) representa as contas do passivo circulante do balanço patrimonial que se relacionam com o ciclo de exploração e operações de curto prazo, implicando a criação de recursos financeiros, como adiantamento de clientes, fornecedores, impostos a recolher e demais credores de exploração; „ NCG > 0 demonstra a necessidade de captação de recursos financeiros, seja no mercado, seja com injeção de capital por parte dos sócios; „ NCG < 0 demonstra um excedente no ciclo financeiro e, por isso, não há necessidade da captação de novos recursos financeiros. Os fatores que influenciam na necessidade de captação de recursos incluem o tamanho da empresa, o valor da mão de obra, a extensão do ciclo de exploração e o prazo de pagamentos acordados com fornecedores e clientes (SOUZA, 2021). Endividamento e estrutura do endividamento O endividamento representa o quanto a empresa deve a terceiros. Segundo Padoveze (2017), para aferir o quanto a empresa tomou de recursos de terceiros em relação ao seu capital próprio, utilizamos a fórmula: Endividamento geral = passivo (circulante + não circulante) ÷ patrimônio líquido Em relação à estrutura do indicador de endividamento, é importante saber quanto da dívida encontra-se no curto e no longo prazo. Para tanto, Ludícibus e Marion (2019), recomendam a avaliação da qualidade da dívida e indica a fórmula: Composição do endividamento = PC ÷ capital 91 de terceiros onde: „ PC é o passivo circulante; „ capital de terceiros é passivo exigível total = passivo circulante + passivo não circulante; „ a fonte de ambos os valores é o balanço patrimonial. EBITDA Segundo Padoveze (2017, p. 465), EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), “[…] é um conceito de geração bruta operacional de lucro. Não considera os resultados não operacionais e adiciona ao lucro operacional as depreciações e amortizações. Trata-se, portanto, do lucro da operação acrescido das amortizações e depreciações”. As informações para o cálculo do EBITDA são extraídas da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). Sua principal função é mensurar o potencial de geração de lucros. Ótica ambiental Os indicadores ambientais representam aspectos sobre meio ambiente, recursos naturais que a empresa utiliza e atividades humanas relacionadas. Demonstram como as empresas minimizam impactos ambientais negativos decorrentes da sua operação empresarial, com o objetivo de criar impactos positivos que atestem as ações. Esses indicadores são o ciclo de vida do produto, a saúde ambiental e a pegada carbônica. Ciclo de vida de um produto Trata-se de uma ferramenta administrativa que analisa o comportamento de um dado produto nas suas principais fases: desenvolvimento, introdução, crescimento, maturidade e declínio. Conhecendo essas fases com profundidade, a empresa é capaz de identificar em qual delas é possível causar menor impacto ao meio ambiente (SOUZA, 2021). Saúde ambiental Com esse indicador, mede-se a relação entre meio ambiente e saúde. É possível criar indicadores para medir coleta de lixo, queimadas e incêndios florestais, solo contaminado ou com suspeita de contaminação, utilização de agrotóxicos, água poluída ou contaminada na captação, qualidade da água, etc. Os dados para construção dos indicadores dessa natureza podem ser obtidos no IBGE, com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, o Censo Demográfico e a Pesquisa de Amostras de Domicílio, e no Sistema Nacional de Saneamento, por exemplo. Pegada carbônica (medido em emissões de CO2) Essa medida está relacionada às necessidades de transporte, demonstrando que a empresa se dedica à utilização de meios de transportes menos poluentes. Segundo Espíndola (2020, p. 9), as ações para diminuir a emissão de CO2 por veículos passam, sobretudo, por “[…] metas de 92 eficiência energética, estímulo ao uso de combustíveis mais limpos como os biocombustíveis, além da adoção de novas tecnologias como veículos elétricos e híbridos”. No Brasil, o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto) institui às empresas metas de eficiência energética para que se regularizem no novo regime automotivo. No entanto, segundo o BNDES (2017 apud SOUZA, 2021). […] o aumento da eficiência de novos veículos, ainda que seja capaz de reduzir o consumo energético, não será capaz de evitar sozinho o aumento da frota veicular mundial e o consequente uso crescente de combustíveis. Para isso, mudanças radicais devem ser feitas no setor de transportes, tanto no padrão de motorização quanto na transição de combustíveis fósseis para fontes mais limpas. […] O etanol conseguiu uma grande penetração no mercado brasileiro. Ele é utilizado de forma eficiente em veículos em substituição à gasolina e é capaz de reduzir em até 90% das emissões de CO2 em comparação com os combustíveis fósseis. O Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS (2003, p. 3) afirma que devem ser considerados fatores ambientais importantes para o contexto local e regional, ou “[…] recursos naturais críticos que são insumos para a atividade desenvolvida, para que os indicadores escolhidos possam propiciar maiores benefícios na avaliação do desempenho ambiental da organização”, a exemplo de: – Empresas que estejam localizadas em áreas críticas de poluição do ar devem considerar as condições atmosféricas para definir seus aspectosambientais relevantes e os indicadores de desempenho. – Uma fábrica que produza cerveja ou refrigerantes tem a água como um recurso crítico ou relevante, de forma diferente de empresas que utilizam a água em seu processo apenas para lavagem de equipamentos e instalações, por isso, deve ter indicadores de desempenho relacionados com o consumo de água por produto (SENAI-RS, 2003, p. 3). Nesse exemplo da água, note que um mesmo recurso pode ser considerado um fator crítico para uma determinada atividade empresarial (ela é um ingrediente do produto final) e, para outra, ser um mero material de uso. Essa sensibilidade deve nortear o gestor na construção dos seus indicadores ótimos. Ótica social O objetivo dos indicadores sociais é promover uma relação sustentável entre a empresa e a comunidade em que está inserida, ou seja, o bem-estar das pessoas e da sua respectiva comunidade, tornando-as mais felizes e promovendo o desenvolvimento da comunidade com ações sociais sustentáveis de apoio ao meio ambiente. Sob o ponto de vista da macroeconomia, os indicadores sociais são utilizados para designar 93 se os países são desenvolvidos, em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, como o índice de mortalidade infantil, a média de expectativa de vida, saneamento básico, entre outros. No meio empresarial, temos como exemplos o investimento de intervenção na comunidade, os postos de trabalho criados e as iniciativas de apoio às famílias dos colaboradores. Investimento de intervenção na comunidade Esse indicador é mais qualitativo do que quantitativo e, para melhor representá- lo, seguem alguns exemplos de ações desenvolvidas por empresas de grande porte e seus investimentos nas respectivas comunidades. Iniciativas de empresas socialmente responsáveis Como exemplo de empresas socialmente responsáveis, temos a Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa), empresa de mineração, metalurgia e recursos florestais. Seu planejamento estratégico inclui reflorestamento de eucalipto e diminuição de impactos ambientais oriundos de sua operação. Além disso, a empresa mantém a Fundação José Carvalho, que possui um projeto social com 12 escolas para crianças no Nordeste do Brasil. Outro exemplo é o Instituto C&A, mantido pelas lojas C&A, que trabalham em parceria com o poder público apoiando ações de inclusão social e apoio à educação de crianças e adolescentes. Alguns dos projetos apoiados pela instituição incluem o Prazer em Ler, a Educação Integral e Educação Infantil e o Projeto Axé. A Fundação O Boticário realiza ações de proteção ambiental para preservar a matriz das suas matérias-primas. Entre seus objetivos estão a conscientização para preservação da natureza e promoção da sustentabilidade. Suas reservas de proteção alcançam 11 mil hectares e envolvem também o entorno das reservas. O Instituto Souza Cruz trabalha com projetos pedagógicos que preparam jovens para exercer o papel de agente de desenvolvimento rural. O projeto é direcionado a jovens agricultores. Mantém o Programa Empreendedorismo do Jovem Rural (PEJR), para formação complementar à educação formal. Para transformar esses feitos em indicadores, é necessário quantificar as ações e evidenciá-las para acompanhamento e identificação dos seus resultados, publicando nos relatórios de sustentabilidade e balanço social das empresas. Postos de trabalho criados Neste item, é importante quantificar os pontos criados e as iniciativas no tempo, como quantidade de postos de trabalho criados no ano de X1. Iniciativas de apoio às 94 famílias dos colaboradores As iniciativas de apoio às famílias dos colaboradores também devem ser quantificadas para demonstração das ações de melhoria e qualidade de vida da comunidade, como iniciativas de apoio realizadas em X2. A publicidade das ações completa o objetivo de melhorar a qualidade de vida da comunidade (SOUZA, 2021). 30.2 Índice de sustentabilidade empresarial da B3 A B3 surgiu da fusão entre BM&F Bovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) e a Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos). As companhias abertas listadas na B3 são expostas a avaliações criteriosas de analistas de investimentos, o que inclui um índice de sustentabilidade. A BM&F Bovespa era responsável, antes da fusão, pela administração dos direitos de gestão e operacionalização das atividades da câmara de compensação e liquidação de títulos públicos, títulos de renda fixa, ativos emitidos por instituições financeiras, títulos patrimoniais da bolsa de valores do Rio de Janeiro e organização do sistema de negociação de títulos e demais ativos conhecidos como Sistema de Negociação Eletrônica de Dólares da Bolsa de Mercadorias e Futuros (Sisbex). A CETIP, por sua vez, era uma empresa de capital aberto que integrava operações e atividades do mercado financeiro. Criada em 1984, abriu capital em 2009, sendo responsável pela custódia e pela liquidação de títulos do mercado financeiro. Suas funções incluíam custodiar, registrar, liquidar e tratar a operacionalização de ativos, como cotas de fundos de investimentos. Era considerada a principal agente responsável pelo depósito de títulos de crédito privado, sendo que a maior parte dos investidores em renda fixa estava sujeita à prestação de serviços da Cetip, além de todos que possuíam conta corrente, já que o processamento de TED e DOC também era de responsabilidade da Cetip. É cada vez maior o número de investidores que operam na B3. O mercado de renda variável (mercado de ações) fica ainda mais atrativo para os investidores em decorrência da queda das taxas de juros no Brasil, a taxa SELIC, que, por sua vez, remunera diversos investimentos de renda fixa. A B3 possui vários indicadores para atestar a solidez das empresas que nela transacionam seus ativos. 95 O Indicador de Sustentabilidade Empresarial (ISE) é um dos mais importantes. Criado em 2005, O ISG tem o objetivo de atestar as empresas que executam as melhores práticas de sustentabilidade da ESG (Ambiental, Social e Governança, em português). É uma ferramenta que serve para analisar de maneira comparativa com outras empresas as ações de sustentabilidade. Objetiva a criação de um ambiente de investimento diferenciado, reconhecendo empresas que atuam de acordo com as necessidades de desenvolvimento sustentável. Parte-se do pressuposto de que, assim como os indivíduos, as empresas também precisam dar suporte às ações de desenvolvimento sustentável e incentivar a melhoria contínua da educação, além de adotar práticas de governança. As empresas que seguem essas práticas, além de melhorarem sua imagem perante o mercado, preservam a continuidade dos negócios. As práticas da ESG consistem em um conjunto de práticas ambientais, sociais e de governança corporativa para guiar investidores, além de escolhas de consumo com foco na sustentabilidade. A forma de ingresso das empresas no ISE passa por uma seleção envolvendo questionários e apresentação de documentos. Cada ponto analisado é uma dimensão da sustentabilidade. Alguns exemplos citados por Reis (2018, documento on-line): a) alinhamento às práticas de sustentabilidade, compromisso com desenvolvimento sustentável, combate à corrupção e transparência; b) disponibilização de informações ao consumidor final e impacto dos produtos oferecidos; c) processos de fiscalização, processos de auditoria e conflito de interesses; d) posição e ação empresarial nas áreas financeira, mudança do clima, ambiental e social. As empresas não entram no ISE e permanecem como inclusas. A vigência é anual e, para que a empresa permaneça no ano seguinte, é necessário que mantenha o conjunto de indicadores apresentados no ano anterior. Segundo Reis (2018, documento on-line): […] o ISE é, portanto, um benchmark para quem quer investir em empresas preocupadas com sustentabilidade.Além disso, o Índice de Sustentabilidade Empresarial incentiva outras empresas a pensar em questões ambientais, sociais e também de governança. Isso torna o mercado mais atrativo e socialmente responsável. 96 A preservação do meio ambiente, não é, portanto, um dever apenas dos cidadãos, mas também das empresas. Tal prática se reveste em bons investimentos, já que o investidor, cada vez mais, busca por empresas com selo de sustentabilidade. As empresas que possuem o ISE influenciam não só o investidor, mas também o consumidor que, aos poucos, passa a ver com bons olhos e a priorizar o consumo dos seus produtos. Isso é uma tendência tanto no Brasil, quanto no mundo (SOUZA, 2021). 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS. 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