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MINISTÉRIO DA SAÚDE CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL AÇÕES DE CUIDADO PARA A AMPLIAÇÃO DO ESCOPO DE PRÁTICAS DOS (AS) ACS NA PREVENÇÃO E CONTROLE DAS DOENÇAS E AGRAVOS PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE E-BOOK 26 Brasília – DF 2023 MINISTÉRIO DA SAÚDE CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Brasília – DF 2023 PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE E-BOOK 26 AÇÕES DE CUIDADO PARA A AMPLIAÇÃO DO ESCOPO DE PRÁTICAS DOS (AS) ACS NA PREVENÇÃO E CONTROLE DAS DOENÇAS E AGRAVOS 2023 Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. A coleção institucional do Programa Saúde com Agente pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br Elaboração, distribuição e informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Departamento de Gestão da Educação na Saúde Coordenação–Geral de Ações Estratégicas de Educação na Saúde SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D, Edifício PO 700, 4º andar CEP: 70719-040 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-3394 E-mail: sgtes@saude.gov.br Secretaria de Atenção Primária à Saúde Departamento de Saúde da Família Esplanada dos Ministérios Bloco G, 7º andar CEP: 70058-90 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-9044/9096 E-mail: aps@saude.gov.br Secretaria de Vigilância em Saúde e ambiente SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D, Edifício PO 700, 7º andar CEP: 70719-040 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315.3874 E-mail: svs@saude.gov.br CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo B, Sala 144 Zona Cívico–Administrativo CEP: 70058-900 – Brasília/DF Tel.: (61) 3022-8900 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Av. Paulo Gama, 110 – Bairro Farroupilha CEP: 90040-060 – Porto Alegre/RS Tel.: (51) 3308-6000 Coordenação –Geral: Célia Regina Rodrigues Gil – MS Cristiane Martins Pantaleão – Conasems Hisham Mohamad Hamida – Conasems Isabela Cardoso de Matos Pinto – MS Leandro Raizer – UFRGS Lívia Milena Barbosa de Deus e Méllo – MS Luciana Barcellos Teixeira – UFRGS Organização: Núcleo Pedagógico do Conasems Supervisão–Geral: Rubensmidt Ramos Riani – Conasems Coordenação técnica e pedagógica: Carmen Lúcia Mottin Duro – UFRGS Cristina Crespo – Conasems Diogo Pilger – UFRGS Fabiana Schneider Pires – UFRGS Valdívia Marçal – Conasems Elaboração de texto: Ariane Cristina Ferreira Bernardes Neves Revisão técnica: Alayne Larissa M. Pereira – SAPS/MS Andréa Fachel Leal – UFRGS Camila Mello dos Santos – UFRGS Carmen Lúcia Mottin Duro – UFRGS Diogo Pilger – UFRGS Jéssica Rodrigues Machado – SAPS/MS José Braz Damas Padilha – SVS/MS Lanusa T. Gomes Ferreira – SGTES/MS Michelle Leite da Silva – SAPS/MS Patrícia da Silva Campos – Conasems Wendy Payane F. dos Santos – SAPS/MS Designer educacional: Alexandra Gusmão – Conasems Juliana de Almeida Fortunato – Conasems Pollyanna Lucarelli – Conasems Priscila Rondas – Conasems Colaboração: Fabiana Schneider Pires – UFRGS Josefa Maria de Jesus – SGTES/MS Kátia Wanessa Silva – SGTES/MS Marcela Alvarenga de Moraes – Conasems Márcia Cristina M. Pinheiro – Conasems Rejane Teles Bastos – SGTES/MS Roberta Shirley A. de Oliveira – SGTES/MS Rosângela Treichel Saenz Surita – Conasems Assessoria executiva: Conexões Consultoria em Saúde LTDA Coordenação de desenvolvimento gráfico: Cristina Perrone – Conasems Diagramação e projeto gráfico: Aidan Bruno – Conasems Alexandre Itabayana – Conasems Bárbara Napoleão – Conasems Lucas Mendonça – Conasems Ygor Baeta Lourenço – Conasems Fotografias e ilustrações: Banco de Imagens do Conasems Freepik Revisão Linguística: Camila Miranda Evangelista Normalização: Luciana Cerqueira Brito – Editora MS/CGDI Valéria Gameleira da Mota – Editora MS/CGDI Brasil. Ministério da Saúde. Título do ebook [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. – Brasília: Ministério da Saúde, 2023. xx p. : il. – (Programa Saúde com Agente; E-book x) Modo de acesso: World Wide Web: xxx ISBN xxx-xx-xxxx-xxx-x. 1. Agentes comunitários de saúde. 2. Agentes de combate às endemias. 3. Atenção básica em saúde. I. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título. CDU 614 Ficha Catalográfica Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2023/0xxx Título para indexação: Healthcare agent workers' Fundamentals Tiragem: 1ª edição – 2023 – versão eletrônica Conforme informado por Cristina Crespo, a ficha está no endereço abaixo: https://docs.google.com/document/d/1lVUpSFOi _m4GmEy4eJAcBumMdjYQGuGG/edit Este é o seu e-book da disciplina Ações de Cuidado para a Ampliação do Escopo de Práticas dos (as) Agentes Comunitários de Saúde(ACS) na Prevenção e Controle das Doenças e Agravos. Nele, vamos refletir sobre as novas atribuições do ACS previstas na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), 2017 e na Lei nº 13.595/2018. Abordaremos sobre a importância da aferição de pressão arterial para promover saúde e prevenir doenças e agravos; da medição da glicemia capilar, inclusive no domicílio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados de diabetes mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito pelas equipes que atuam na Atenção Básica à Saúde (ABS); da aferição da temperatura axilar, da verificação dos dados antropométricos e como estas atribuições estão fundamentadas na assistência multiprofissional em saúde da família, no modelo de atenção. Vamos entender também como o (a) ACS pode orientar e apoiar as pessoas, em domicílio, para a correta administração de medicamentos de paciente em situação de vulnerabilidade. Estude este material com atenção e consulte-o sempre que necessário! Acompanhe também a Teleaula, a aula interativa, os textos complementares e realize as atividades propostas para assimilar as informações apresentadas. Bons estudos! OLÁ, AGENTE! LISTA DE FIGURAS Figura 1: Aparelho de pressão - esfigmomanômetro não automático ou auscultatório Figura 2: Medidor de Pressão Arterial Automático de braço Figura 3: Medidor de Pressão Arterial Automático de pulso Figura 4: Considerações no momento da medida da pressão arterial Figura 5: Localização do ponto médio entre o acrômio e o olecrano. Figura 6: Medida da circunferência do braço realizada com trena métrica. Figura 7: Identificação da circunferência do braço na braçadeira Figura 8: índice da braçadeira Figura 9: Região da fossa cubital, onde deve ser palpada a artéria braquial e posicionado o diafragma ou campânula do estetoscópio Figura 10: verificação do pulso radial Figura 11: Localização da artéria braquial Figura 12: Simulação da artéria braquial com pressão no Manguito >120 mmHg Figura 13: Simulação da artéria braquial com pressão no Manguito entre 80 e 120 mmHg Figura 14: Simulação da artéria braquial com pressão no Manguito <80 mmHg Figura 15: Modelo do termômetro de mercúrio Figura 16: Modelo de termômetro digital Figura 17: Posição do termômetro no oco axilar Figura 18: Balança pediátrica digital Figura 19: Balança plataforma mecânica Figura 20: Balança plataforma digital Figura 21: Balança infantil suspensa, tipo mola ou pêndulo Figura 22: Balança plataforma portátil Figura 23: Antropômetro infantil Figura 24: Antropômetro vertical Figura 25 - Aferição de peso de adultos em balança mecânica de plataforma Figura 26: Aferição de peso de crianças menores de 2 anos em balança pediátrica mecânica Figura 27:Aferição de peso de crianças menores de 2 anos em balança pediátrica eletrônica Figura 28: Técnica de aferição de altura segundo Plano de Frankfurt Figura 29: Aferição da altura de crianças maiores de 2 anos, adolescentes e adultos Figura 30: Técnica de aferição do comprimento segundo Plano de Frankfurt LISTA DE FIGURAS LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ACE - Agente de Combate às Endemias ACS - Agente Comunitário de Saúde Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis DCV - Doença Cardiovascular DM - Diabetes Mellitus ESF - Equipe da Estratégia Saúde da Família HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica MEV - Mudança no Estilo de Vida PA - Pressão Arterial PAD - Pressão Arterial Diastólica PNAB - Política Nacional de Atenção Básica PAS - Pressão Arterial Sistólica UBS - Unidade Básica de Saúde PACS - Programa de Agentes Comunitários de Saúde SUMÁRIO RETROSPECTIVA REFERÊNCIAS AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA AXILAR VERIFICAÇÃO DOS DADOS ANTROPOMÉTRICOS VERIFICAÇÃO DA GLICEMIA CAPILAR ORIENTAÇÃO E APOIO, EM DOMICÍLIO, PARA A CORRETA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 8 27 35 52 58 65 67 AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL 9 Você já deve ter ouvido falar na expressão “pressão alta” (hipertensão) e “pressão baixa” (hipotensão), mas você sabe o que significam essas expressões? Quando falamos em Pressão Arterial (PA), estamos nos referindo à força ou pressão que o sangue faz sobre as paredes internas das artérias, ao ser bombeado do coração para todo o organismo. A PA é um dos sinais vitais importantes, porque indica se o sangue está circulando pelos tecidos do corpo. A PA está dividida em pressão sistólica e diastólica. A Pressão Arterial Sistólica (PAS) é a pressão arterial máxima exercida sobre as paredes das artérias durante a sístole (contração) dos ventrículos (compartimentos do coração). Vimos sobre isso na disciplina de Noções Básicas de Anatomia, Fisiologia Humana e Noções de Primeiros Socorros. A sístole consiste no período em que ocorre a expulsão do sangue do coração para as artérias e vasos sanguíneos. A Pressão Arterial Diastólica (PAD) é a pressão arterial mínima registrada durante a diástole (relaxamento) do músculo cardíaco. A diástole é o período em que ocorre o enchimento de sangue nos ventrículos, novamente. (PERIN et al, 1997). 10 A medida precisa da pressão arterial é condição essencial para o diagnóstico da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Uma medida de pressão arterial elevada é, normalmente, o primeiro sinal da doença. A pressão alta, ou Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é caracterizada por níveis elevados e mantidos da PA. É uma condição clínica multifatorial, ou seja, envolve vários fatores e está associada, frequentemente, a alterações funcionais e/ou estruturais no coração, no cérebro, nos rins e vasos sanguíneos, além de alterações metabólicas que aumentam o risco de problemas cardiovasculares. A PA está diretamente relacionada com hábitos de vida e a algumas características, como excesso de peso, consumo exagerado de sal, açúcar e gorduras, consumo de bebidas alcoólicas e sedentarismo. A prevenção primária, com mudanças nos hábitos de vida, e a detecção precoce são as formas mais efetivas de evitar as doenças e complicações associadas ao quadro de pressão alta. Saber se existe caso de hipertensão nas famílias é muito importante, assim como conhecer como é o estilo de alimentação. A HAS é uma doença hereditária, mas também acontece devido ao hábito de comer alimentos que podem fazer mal à saúde, além do consumo de bebidas alcoólicas e tabaco. 11 Você sabe como interpretar o resultado do exame de sua pressão arterial? Existem várias unidades para se designar pressão. Usamos “mmHg” para indicar quantos milímetros o mercúrio sobe no medidor do aparelho. Quando lhe dizem que sua pressão está “doze por oito”, por exemplo, significa a medida de 120 x 80 mmHg, onde 120 é a pressão nos vasos quando o coração se contrai (pressão sistólica/máxima), e 80 é a pressão nos vasos quando o coração relaxa (pressão diastólica/ mínima) (PERIN et al, 1997). Quadro 1: Classificação da Pressão Arterial Classificação PAS (mHg) PAD (mmHg) PA ótima <120 e <80 PA normal 120-129 e/ou 80-84 Pré-hipertensão 130-139 e/ou 85-89 HA Estágio 1 140-159 e/ou 90-99 HA Estágio 2 160-179 e/ou 100-109 HA Estágio 3 >= 180 e/ou >=110 Legenda: HA = Hipertensão Arterial. PA = Pressão Arterial. PAS = Pressão Arterial Sistólica. PAD = pressão arterial diastólica. < menor que. > maior que. >= maior ou igual a. Fonte: Barroso et al, 2020. Pessoas saudáveis com uma PA ótima (menor que 120/80 mmHg), ou com PA normal (120-129/80-84 mmHg), devem ter a PA medida novamente pelo menos anualmente e nas consultas de rotina (Barroso et al, 2021). Pacientes com pré-hipertensão (130-139/85-89 mmHg) devem ter a PA medida anualmente ou, preferencialmente, a cada 6 meses, pois possuem um risco aumentado de Hipertensão Arterial. Deverão fazer avaliação com a equipe de saúde para identificar a presença de outros fatores de risco para Doença Cardiovascular (DCV) – fatores de risco (FR), como sobrecarga na ingestão de sal, excesso de gordura (especialmente na cintura abdominal), abuso de álcool, entre outros. Esses pacientes devem ser estimulados pela equipe de saúde a adotarem hábitos saudáveis de vida (redução do peso, alimentação saudável, prática de atividade física e moderação no consumo de álcool). O que você, ACS, deve fazer? Qual a conduta a seguir? IMPORTANTE Os pacientes com PA elevada (PAS>140 e/ou PAD>90) devem ser encaminhados para avaliação na Unidade Básica de Saúde (UBS). 12 13 Caso o paciente já tenha o diagnóstico médico de HAS, é importante verificar se o paciente está fazendo uso de medicamento e se está usando de forma correta. Além disso, é importante verificar os cuidados não medicamentosos, como por exemplo: alimentação saudável, consumo controlado de sódio (sal) e bebidas alcoólicas, combate ao sedentarismo e ao tabagismo. A promoção de mudança no estilo de vida tem como objetivo diminuir os fatores de risco para DCV e reduzir a PA. Deve-se iniciar um processo de educação em saúde no qual a pessoa é motivada a adotar comportamentos que favoreçam a redução da pressão arterial (BRASIL, 2014). Todos os resultados das aferições de pressão arterial realizadas pelo (a) ACS devem ser encaminhados para discussão de condutas com os membros da equipe de trabalho. Importante frisar que o diagnóstico de HAS deve ser realizado pelo profissional da medicina e não deve se basear, exclusivamente, na medida da PA. Além disso, é muito difícil um profissional de saúde tirar muitas conclusões se a PA foi aferida apenas uma vez. Como discutido, a PA de uma pessoa pode variar bastante, em diferentes momentos do dia. Portanto, o (a) ACS não poderá fazer diagnóstico de hipertensão arterial. O (a) ACS tem como atribuição orientar a adoção de hábitos saudáveis de vida e encaminhar o usuário, ou usuária, para avaliação da equipe de saúde na UBS de referência. 14 A aferição da pressão arterial é um procedimento simples e fácil de ser realizado, porém, se não forem atendidos determinados princípios para sua realização, estará sujeito a vários fatores de erro com sérias consequências práticas. A aferição da pressão arterial é um procedimento simples e fácil de ser realizado, porém, se não forem atendidos determinados princípios para sua realização, estará sujeito a vários fatores de erro com sérias consequências práticas. Agora, vamos compreender todo o processo necessário para a realização desse procedimento. Há dois tipos de esfigmomanômetro. O primeiro tipo é chamado de esfigmomanômetro não automático ou auscultatório (manual) e se trata daqueles medidores que são utilizados junto com um equipamentochamado estetoscópio. Os esfigmomanômetros não automáticos, ou auscultatórios (manuais), são os mais utilizados na prática clínica. O cuidado maior no manuseio desses tipos de aparelhos é evitar queda e garantir que o ponteiro esteja sempre no ponto zero da escala graduada, no início de qualquer medida. Aparelho de pressão (Esfigmomanômetro) 15 Além disso, devem ter a calibração verificada a cada seis meses, ou de acordo com as orientações do Inmetro/Ipem (BRASIL, 2016). Figura 1: Aparelho de pressão - esfigmomanômetro não automático ou auscultatório Fonte: Fonseca; Afonso et al, 2020. O segundo tipo é chamado de esfigmomanômetro automático ou oscilométrico (digital) e se refere àqueles medidores no qual a pessoa coloca o instrumento no corpo, pressiona um botão e lê o valor da PA na tela do instrumento. Esse tipo de medidor não requer treinamento (desde que as instruções do manual sejam seguidas), sendo, por esta razão, o mais utilizado pelos próprios pacientes em suas casas. Os esfigmomanômetros podem ser instalados no braço, no punho ou na coxa. Eles podem funcionar com pilhas, bateria ou conectados à tomada. 16 Alguns têm memória interna para armazenar as medições e outros conseguem enviá-las para algum aplicativo via internet. Figura 2: Medidor de Pressão Arterial Automático de braço Fonte: Marcos Santos/USP Imagens, s.d. Dentre os esfigmomanômetros digitais, os que aferem a pressão arterial no braço tendem a ser mais precisos do que os que aferem no pulso, desde que observadas as devidas precauções com relação ao tamanho do manguito. Figura 3: Medidor de Pressão Arterial Automático de pulso Independentemente das características do esfigmomanômetro, é importante verificar se o mesmo possui a Marca de Aprovação de Modelo do Inmetro. Além disso, devem ter a calibração verificada anualmente ou de acordo com as orientações do Inmetro/Ipem. 17 Vamos ver as condições e posicionamento do paciente para aferição da PA? A pressão arterial não é estática, ou seja, ela está sempre mudando! É normal que ela seja mais alta, enquanto estamos praticando exercícios físicos do que enquanto dormimos, por exemplo. Além disso, também é normal que ocorra um ligeiro aumento da média da pressão arterial, com o passar dos anos de cada indivíduo. O que fazer inicialmente? ● Deixar o paciente descansar por 5 a 10 minutos antes de aferir a pressão arterial. ● Certificar-se de que ele não está com a bexiga cheia. ● Certificar-se de que o paciente não praticou atividade física há pelo menos 60 minutos, não fumou, não se alimentou, não ingeriu bebida alcoólica nem café há pelo menos 30 minutos. ● O ambiente deve ser tranquilo. ● O paciente deve ser orientado a não conversar durante o procedimento de medida. A medida da PA deve ser realizada com o paciente sentado, com o braço despido, apoiado sobre uma superfície firme e na altura do coração, com a palma da mão voltada para cima. As pernas devem estar descruzadas, os pés apoiados no chão e as costas apoiadas no encosto da cadeira. O paciente deve estar relaxado. A medida pode ser realizada nos dois braços, porém recomenda-se que as medidas posteriores sejam feitas sempre no mesmo braço se os valores da PA da pessoa apresentarem-se mais elevados (BARROSO et al, 2021). 18 Figura 4: Considerações no momento da medida da pressão arterial Veja a seguir as recomendações sobre a largura do manguito e verificação da circunferência do braço. Para se verificar a circunferência do braço, inicialmente você deve se posicionar por trás do indivíduo para localizar e marcar o ponto médio entre o acrômio e o olécrano no braço direito, devendo o indivíduo flexionar o cotovelo em 90º com a palma da mão virada para o tronco, como apresentado na figura 4. Devem ser utilizados manguitos com câmara inflável (cuff) adequada para a circunferência do braço de cada pessoa, ou seja, a largura deve ser de pelo menos 40% do comprimento do braço (distância entre o olécrano e o acrômio) e o comprimento, de pelo menos 80% de sua circunferência (BRASIL, 2006). Quadro 1: Dimensões do manguito de acordo com a circunferência do braço Circunferência do braço (cm) Manguito Largura do manguito (cm) Comprimento do manguito (cm) <= 6 Recém-nascido 3 6 6-15 Criança 5 15 16-21 Infantil 8 21 22-26 Adulto pequeno 10 24 27-34 Aduto 13 30 35-44 Adulto grande 16 38 Largura do manguito Fonte: Barroso et al, 2020. Após a localização do ponto médio, o indivíduo deve voltar o braço ao longo do corpo, mantendo a palma da mão voltada para a coxa. O (a) avaliador (a) deve estar ao lado do indivíduo e então posicionar a trena sobre o ponto médio encontrado. A trena deve se ajustar firmemente em torno do braço, sem enrugar e nem comprimir a pele (Figura 5). 19 Figura 5: Localização do ponto médio entre o acrômio e o olecrano Fonte: UFMS, 2020. Figura 6: Medida da circunferência do braço realizada com trena métrica Assim, para o braço de um adulto não obeso, com musculatura usual e estatura mediana, a câmara ideal tem 23cm de comprimento (para 30cm de circunferência) e 12cm de largura (para 30cm de comprimento do braço). Essas são as dimensões do manguito regular, o único disponível para a aferição de pressão arterial na maioria dos serviços de saúde brasileiros e também internacionais (BRASIL, 2014). Portanto, observe a faixa de circunferência inscrita na braçadeira para confirmar que ela é adequada ao tamanho do braço do (a) paciente . Fonte: UFMS, 2020. 20 Figura 7: Identificação da circunferência do braço na braçadeira Fonte: INMETRO, 2020. Nas braçadeiras aplicadas ao braço, há ainda a faixa de alcance. Observe, ao fechá-la em torno do braço ou coxa, se a seta “Índice” se encontra dentro da faixa de alcance. Caso isso não aconteça, significa que a braçadeira não é adequada para o seu uso (Figura 7). Figura 8: índice da braçadeira Fonte: INMETRO, 2020. 21 Vamos detalhar o passo a passo para realizar a medida adequada da pressão arterial. Etapas utilizadas na técnica auscultatória com o esfigmomanômetro manual: ● Determinar a circunferência do braço no ponto médio entre o acrômio e o olécrano (procedimento detalhado no material complementar). ● Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço (rever o quadro 1). ● Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital (Figura 8). ● Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial. ● Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial: com uma mão segure a pera (bombinha para inflar) e com a outra pressione a artéria radial, infle até que não possa sentir mais os batimentos. Figura 9: Região da fossa cubital, onde deve ser palpada a artéria braquial e posicionado o diafragma do estetoscópio Fonte: Freepik 22 Figura 10: verificação do pulso radial Fonte: banco de imagens. ● Colocar o estetoscópio nos ouvidos, com a curvatura voltada para frente, palpar a artéria braquial (Figura 11) na fossa cubital e colocar a campânula, ou o diafragma do estetoscópio, sem compressão excessiva. Figura 11: Localização da artéria braquial Fonte: GTI/SEDUC-RO, s.d. ● Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido pela palpação do pulso radial. A pressão da braçadeira será tão grande que ocluirá o vaso sanguíneo não permitindo que passe mais sangue algum (Figura 12). 23 Figura 12: Simulação da artéria braquial com pressão no Manguito >120 mmHg ● Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 a 4 mmHg por segundo). Com cautela, vá abrindo a válvula, desinflando aos poucos a braçadeira; ● Determinar a Pressão Arterial Sistólica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, depois, aumentar ligeiramente a velocidade de deflação. Assim que a força de contração do coração vencer a pressão da braçadeira, você escutará um barulhoconhecido como som de Korotkoff, gerado pelo fluxo sanguíneo pulsátil na artéria comprimida, ao escutar esse primeiro som, olhe no relógio do manômetro e grave onde o ponteiro estava. O primeiro som escutado será a Pressão Arterial Sistólica. Figura 13: Simulação da artéria braquial com pressão no Manguito entre 80 e 120 mmHg Fonte: GTI/SEDUC-RO, s.d. Fonte: GTI/SEDUC-RO, s.d. 24 ● Determinar a Pressão Arterial Diastólica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff). Continue desinflando devagar sempre prestando atenção no som e no ponteiro do aferidor, haverá um momento onde você escutará um último som e depois não escutará mais nada. O último som será a Pressão Arterial Diastólica. Figura 14: Simulação da artéria braquial com pressão no Manguito <80 mmHg Fonte: GTI/SEDUC-RO, s.d. ● Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e, depois proceder, à deflação rápida e completa. ● Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a Pressão Arterial Diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff). Para aprender mais, clique aqui e assista ao vídeo “Como aferir corretamente a pressão arterial”. 25 https://www.youtube.com/watch?v=-m8QueLqxxk Etapas utilizadas na técnica oscilométrica com o esfigmomanômetro digital: 1. Para equipamentos automáticos e semi-automáticos, siga as instruções de uso do fabricante. 2. Aperte o botão “start” para começar a leitura. O aparelho irá insuflar sozinho, realizar a leitura e se esvaziar, deixando os resultados exibidos na tela do aparelho. 3. Realize pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto. Medições adicionais deverão ser realizadas se as duas primeiras tiverem 5mmHg ou mais de diferença. 4. Considere a média das duas últimas medidas. 5. Informe o valor de PA obtido para o (a) paciente. 6. Anote os valores exatos sem “arredondamentos”, do braço em que a PA foi medida. Aparelho de pressão (Esfigmomanômetro) Vamos pesquisar mais sobre o assunto para compartilharmos com o restante da equipe e também para nossa atividade prática no território. A Técnica de aferição da PA está descrita detalhadamente no portal do Ministério da Saúde. Clique aqui para acessar esta informação, ou, se estiver lendo este material no formato impresso, escaneie o QR para fazer download. 26 https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/hipertensao-arterial-sistemica-(HAS)-no-adulto/tecnica-afericao-pa VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA AXILAR 28 A medida da temperatura axilar também está posta como uma nova atribuição. Vamos ver como esta ação deve ser realizada! A temperatura corporal passou a ser utilizada como um método de estimativa da temperatura central. A temperatura corporal de um indivíduo pode sofrer variações durante as 24 horas do dia devido a vários fatores, tais como: alterações emocionais;1 atividade física;3 influência da temperatura ambiente;2 roupas inadequadas; 4 infecções e/ou inflamações, e;5 ritmo circadiano.6 No entanto, independentemente da temperatura do ambiente, a temperatura corporal central de uma pessoa saudável é mantida dentro de uma pequena variação (TAYLOR, 2007). A Temperatura axilar varia entre 35,5 a 37,0°C, com média de 36,0 a 36,5°C (afebril). Temperaturas abaixo de 35,5°C correspondem a hipotermia. Febre leve ou febrícula: até 37,5°C. Febre moderada: de 37,6° a 38,5°C. Febre alta: acima de 38,6°C. Segundo PORTO (2019), acima da normalidade, correspondem a estados de febre (hipertermia), podendo ser classificadas como: Nesse sentido, saber avaliar a temperatura é importante para a prestação dos primeiros socorros. O controle da temperatura corporal é realizado mediante a utilização do termômetro. As medidas da temperatura sofrem variações, de acordo com o local de verificação. Sendo assim, a temperatura corporal pode ser verificada pelos seguintes métodos: ● Oral (boca) - o termômetro de uso oral deve ser individual e possuir bulbo alongado e achatado, o qual deve estar posicionado sob a língua e mantido firme com os lábios fechados, por 3 minutos. Esse método é contra-indicado em crianças, idosos, doentes graves, inconscientes, com distúrbios mentais, portadores de lesões na boca. Também não deve ser usado após o ato de fumar ou ingerir alimentos quentes ou frios; ● Retal (reto/ânus) - o termômetro retal é de uso individual e possui bulbo arredondado e proeminente. Deve ser lubrificado e colocado no paciente em decúbito lateral (deitado de lado), inserido cerca de 3,5cm, em indivíduo adulto, permanecendo por 3 minutos. É contra-indicada em pacientes submetidos a cirurgias do reto (ânus) e/ou que apresentem processos inflamatórios locais; 29 ● Região temporal - é um método ágil e preciso, onde é utilizado um leitor infravermelho que captura a temperatura do sangue da artéria temporal. Esse leitor é colocado na região frontal e temporal do crânio (região da testa), fornecendo a leitura da temperatura em cerca de 5 segundos. ● Axilar (sob a axila) - é a verificação mais frequente no nosso meio. O termômetro deve permanecer por 5 a 7 minutos (no máximo, 7 minutos). As vantagens da temperatura axilar são a facilidade de uso; método não invasivo; menor potencial para disseminação de microrganismos. Nesta disciplina, abordaremos apenas a temperatura axilar por ser o método especificado em Lei como nova atribuição do (a) ACS. No território onde estou atendendo, há muitas famílias que verificam se as crianças estão com febre apenas colocando a mão na testa, ou no pescoço. Essa verificação de forma errada influencia muito no controle da temperatura corporal. Tipos de Termômetro para verificação da temperatura axilar: ● Termômetro de Mercúrio: Desde 1º de janeiro de 2019, está proibida a fabricação, importação e comercialização dos termômetros que utilizam coluna de mercúrio para diagnóstico em saúde. 30 A medida também inclui a proibição de uso destes equipamentos em serviços de saúde. Para pessoas que já possuem o equipamento, o uso doméstico dos termômetros de mercúrio não está proibido pela Resolução Nº 145/2017. Os usuários residenciais poderão continuar utilizando normalmente os termômetros de mercúrio, com o devido cuidado no armazenamento e na manipulação, para que não ocorra a quebra do invólucro de vidro. Se o termômetro estiver em boas condições, íntegro, não há problema para a saúde. Figura 15: Modelo do termômetro de mercúrio Fonte: banco de imagens. 31 ● Termômetro Digital: É feito com corpo de material plástico, o que facilita a higienização do mesmo. Possui um visor eletrônico que aponta a temperatura que é medida através de um sensor localizado na extremidade inferior do corpo do equipamento, quando o bulbo metálico, que está na ponta inferior, entra em contato com o corpo do paciente. O seu funcionamento é por meio de bateria que é inserida no equipamento. Quando o equilíbrio térmico ocorre, um alarme é acionado avisando que a medição foi realizada. São rápidos e eficientes, porém, se sofrerem quedas ou se a bateria estiver fraca, podem desestabilizar o sensor, e tornam-se imprecisos. Figura 16: Modelo de termômetro digital Aparelho de pressão (Esfigmomanômetro)A partir de agora, iremos detalhar o passo a passo para a verificação da temperatura na região axilar. ● Higienizar as mãos; ● Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante; ● Fazer a limpeza do termômetro utilizando algodão embebido em álcool a 70% com três fricções; Fonte: banco de imagens. 32 ● Secar a axila do paciente com um papel toalha ou toalha de pano; ● Ligar o termômetro pressionando o botão Liga/Desliga; ● Posicionar o bulbo do termômetro no oco axilar (ponto central da axila, que deve estar seca), e solicitar ao paciente que posicione o braço sobre o peito, com a mão em direção ao ombro oposto (Figura 17). Figura17: Posição do termômetro no oco axilar Fonte: banco de imagens. ● Aguardar o tempo de espera que será indicado pelo alarme sonoro do próprio termômetro; ● Efetuar a leitura da temperatura no visor; ● Desligar o termômetro; ● Repetir o procedimento de limpeza com álcool 70% . Viu porque é importante colocar o termômetro bem no centro da axila. Assim iremos garantir uma verificação de temperatura correta! 33 MANEJO APÓS AFERIÇÃO, O QUE FAZER? Em casos de Hipertermia (estados de febre): ● Orientar que o paciente aumente a ingesta líquida, se não houver contraindicação; ● Providenciar banho morno e repouso - o banho morno provoca menos tremores e desconforto que o frio; ● Nos casos de febre muito alta, aplicar compressas frias de água sobre o tronco e membros (evite o uso de compressas de álcool); ● Orientar sobre o uso do medicamento antitérmico, de acordo com a prescrição médica; ● Orientar o paciente que faça o controle da temperatura com maior frequência até sua estabilização; ● Encaminhar o paciente, quando necessário, para a unidade de saúde de referência. Em casos de Hipotermia (baixa temperatura): ● Aquecer o paciente com agasalhos e cobertores; ● Manter o ambiente aquecido; ● Proporcionar repouso e ingestão de alimentos quentes; ● Orientar o paciente que faça o controle da temperatura com maior frequência até sua estabilização. Para mais informações, relembre o passo a passo. Clique aqui e assista ao vídeo “Saúde começa em casa: termômetro”. 34 https://www.youtube.com/watch?v=6m2JPVgm3ts VERIFICAÇÃO DOS DADOS ANTROPOMÉTRICOS 36 Agora veremos mais uma atribuição do (a) ACS: a verificação dos dados antropométricos. A antropometria é um método que permite a avaliação do peso, da estatura e de outras medidas do corpo humano. Tem a vantagem de ser simples, barata, não invasiva e de fácil aplicação em todas as fases da vida (infância, adolescência, fase adulta e velhice). A antropometria possibilita a identificação do diagnóstico antropométrico e contribui para a avaliação do estado nutricional. Principais dados antropométricos: ● O peso refere-se à quantidade de matéria presente num corpo (massa corporal). O peso deve ser medido por meio de uma balança e ser registrado em quilos (kg). ● A estatura refere-se à dimensão linear de uma pessoa. Quando a criança é medida deitada (crianças menores de dois anos), usa-se o termo comprimento. Quando a criança é medida em pé (crianças com dois anos ou mais), usa-se o termo altura. O termo estatura pode ser usado tanto para substituir o termo comprimento quanto o termo altura. A estatura das crianças deve ser medida com um antropômetro e deve ser registrada em centímetros (cm). Quais são os equipamentos mais utilizados na aferição do peso e da estatura? 37 A balança é o equipamento utilizado para medir o peso. Ela deve ter a precisão necessária para informar o peso de um indivíduo da forma mais exata possível. A precisão da escala numérica das balanças varia conforme o tipo (mecânica ou eletrônica/digital) e/ou fabricante. Veja a seguir os tipos de balança: A balança pediátrica ou “tipo-bebê” é utilizada para crianças menores de dois anos ou com até 16 kg. Pode ser mecânica (Figura 16) ou eletrônica/digital (Figura 18). Recomenda-se que tenha precisão mínima de dez gramas (10g). BALANÇA Figura 18: Balança pediátrica digital Fonte: ENANI, 2019. A balança tipo plataforma é utilizada para crianças maiores de dois anos, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. Pode ser mecânica (Figura 19) ou eletrônica/digital (Figura 20). Recomenda-se que tenha precisão mínima de cem gramas (100g). 38 Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publica coes/orientacoes_coleta_analise_dado s_antropometricos.pdf Figura 19: Balança plataforma mecânica Figura 20: Balança plataforma digital Fonte:https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe s/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometr icos.pdf A balança suspensa ou tipo pêndulo é assim denominada porque é portátil e foi idealizada para utilização em atividades externas ao serviço de saúde. Pode ser mecânica ou eletrônica/digital (Figura 21). Figura 21: Balança infantil suspensa, tipo mola ou pêndulo Fonte: UNICEF, s.d. Também é conhecida como balança de campo tipo eletrônica (digital) ou balança “de banheiro” para uso doméstico. Esta balança é portátil, apropriada para o trabalho de campo. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf 39 Figura 22: Balança plataforma portátil Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2012. O antropômetro horizontal ou infantômetro é o equipamento utilizado para medir o comprimento de crianças menores de dois anos. Também pode ser denominado antropômetro infantil, régua antropométrica ou pedômetro. Figura 23: Antropômetro infantil ANTROPÔMETROS Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2011. O antropômetro vertical ou estadiômetro é o equipamento utilizado para medir a altura de crianças com dois anos ou mais, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. 40 Figura 24: Antropômetro vertical Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2011. A fita métrica pode ser uma alternativa em situações em que não se tem disponível o infantômetro nem o estadiômetro. Lembre-se, no entanto, que ela não é o instrumento mais adequado para a mensuração da estatura das crianças. Por isso, sua utilização deve ser feita com muito cuidado, prestando atenção se ela está adequadamente presa (reta) na parede ou na superfície plana. De preferência, utilize uma fita métrica de material resistente, inelástica (que não estique com o tempo) e flexível, com precisão de 0,1 cm. A fita comum, como a de costura, não deve ser utilizada, pois tende a esgarçar com o tempo, alterando assim a medida. 41 Clique aqui e veja no material complementar (p. 2) quais equipamentos o (a) ACS deve ter acesso para aferir o peso e a estatura de crianças. Se estiver lendo este material no formato impresso, escaneie o QR para fazer download. Quais as técnicas utilizadas para a verificação dos dados antropométricos? Para que as medidas antropométricas sejam realizadas com maior precisão, é necessário que o medidor domine as técnicas de medidas e conheça os instrumentos utilizados. A maioria das medidas é realizada com o indivíduo em posição anatômica, ou seja, em posição ereta, com a face voltada para frente, em direção ao Plano Horizontal de Frankfurt (olhar para o horizonte), com os braços estendidos ao longo do corpo e com as palmas das mãos voltadas para frente (SAMPAIO et al., 2012). PESO Peso (Em pé) Para aferir o peso, utiliza-se uma balança devidamente calibrada, de plataforma ou eletrônica. O ideal é que esta medida seja aferida antes das refeições. O indivíduo deverá estar descalço e utilizar o mínimo de acessórios e roupas possíveis, de preferência leves, para então ser posicionado em pé no centro da balança, com o peso distribuído igualmente em ambos os pés. https://conasems-ava-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com/ava/aulas/material-complementar-disc-26-acs-acoes-de-cuidado-para-a-ampliacao-do-escopo-de-praticas-dos-acs-1685383645.pdf https://conasems-ava-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com/ava/aulas/material-complementar-disc-26-acs-acoes-de-cuidado-para-a-ampliacao-do-escopo-de-praticas-dos-acs-1685383645.pdf O medidor deverá se posicionar em frente à escala e a medida deverá ser aferida e registradacom exatidão. O instrumento não deve ser posicionado sobre tapete, carpete ou piso irregular. Se for utilizar a balança mecânica de plataforma veja o passo a passo: 1º Passo: Destravar a balança. 2º Passo: Verificar se a balança está calibrada (a agulha do braço e o fiel devem estar na mesma linha horizontal). Caso contrário, calibrá-la, girando lentamente o calibrador. 3º Passo: Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados. 4º Passo: Após a calibração da balança, ela deve ser travada, e só então a criança, adolescente ou adulto deve subir na plataforma para ser pesado. 5º Passo: Posicionar o indivíduo de costas para a balança, descalço, com o mínimo de roupa possível, no centro do equipamento, ereto, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo. Mantê-lo parado nessa posição. 6º Passo: Destravar a balança. 7º Passo: Mover o cursor maior sobre a escala numérica, para marcar os quilos. 8º Passo: Depois mover o cursor menor para marcar os gramas. 9º Passo: Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados. 10º Passo: Travar a balança, evitando, assim que sua mola desgaste, assegurando o bom funcionamento do equipamento. 11º Passo: Realizar a leitura de frente para o equipamento, para visualizar melhor os valores apontados pelos cursores. 12º Passo: Anotar o peso no formulário específico para o registro e no prontuário. 13º Passo: Retirar a criança, adolescente ou adulto. 14º Passo: Retornar os cursores ao zero na escala numérica. 15º Passo: Marcar o peso das crianças na Caderneta de Saúde da Criança. 42 43 Figura 25 - Aferição de peso de adultos em balança mecânica de plataforma Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2011. Se for utilizar balança eletrônica/digital, siga as orientações: 1º Passo: A balança deve estar ligada antes do indivíduo posicionar-se sobre o equipamento. Esperar que a balança chegue ao zero. 2º Passo: Colocar a criança, adolescente ou adulto no centro do equipamento, com o mínimo de roupa possível, descalço, ereto, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo. Mantê-lo parado nessa posição. 3º Passo: Realizar a leitura após o valor de o peso estar fixado no visor. 4º Passo: Anotar o peso no formulário específico para o registro e no prontuário. Retirar a criança, adolescente ou adulto da balança. 5º Passo: Para crianças, anotar o peso na Caderneta de Saúde da Criança. 44 Peso (deitado) – crianças O medidor deve seguir as recomendações quanto à calibração, refeições e posicionamento para a leitura, especificadas para a medição em pé. A criança deverá ser posicionada deitada ou sentada na balança pediátrica com o mínimo de roupa possível, de preferência nua. Caso use fraldas, recomenda-se que seja retirada, a fim de não alterar o peso. A balança deve ser posicionada sobre superfície plana em piso regular. A presença da mãe ou do responsável é necessária, tanto para ajudar na retirada da roupa, como também para segurar e acalmar a criança. Procedimentos e passos recomendados para a verificação do peso deitado (crianças). 1º Passo: Destravar a balança. 2º Passo: Verificar se a balança está calibrada (a agulha do braço e o fiel devem estar na mesma linha horizontal). Caso contrário, calibrá-la, girando lentamente o calibrador. 3º Passo: Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados. 4º Passo: Após constatar que a balança está calibrada, ela deve ser travada. 5º Passo: Despir a criança com o auxílio da mãe ou responsável. 6º Passo: Colocar a criança sentada ou deitada no centro do prato, de modo a distribuir o peso igualmente. Destravar a balança, mantendo a criança parada o máximo possível nessa posição. Orientar a mãe ou responsável a manter-se próximo, sem tocar na criança, nem no equipamento. 7º Passo: Mover o cursor maior sobre a escala numérica para marcar os quilos. 45 8º Passo: Depois, mover o cursor menor para marcar os gramas. 9º Passo: Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados. 10º Passo: Travar a balança, evitando, assim, que sua mola desgaste, assegurando o bom funcionamento do equipamento. 11º Passo: Realizar a leitura de frente para o equipamento com os olhos no mesmo nível da escala para visualizar melhor os valores apontados pelos cursores. 12º Passo: Anotar o peso no formulário específico para o registro e no prontuário. 13º Passo: Retirar a criança e retornar os cursores ao zero na escala numérica. 14º Passo: Marcar o peso na Caderneta de Saúde da Criança. Figura 26: Aferição de peso de crianças menores de 2 anos em balança pediátrica mecânica Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2011. Se for utilizar balança pediátrica eletrônica/digital (Figura 31): 1º Passo: A balança deve estar ligada antes de a criança ser colocada sobre o equipamento. Esperar que a balança chegue ao zero. 2º Passo: Despir totalmente a criança com o auxílio da mãe/responsável. 3º Passo: Colocar a criança despida no centro do prato da balança, sentada ou deitada, de modo que o peso fique distribuído. Manter a criança parada (o máximo possível) nessa posição. Orientar a mãe/responsável a manter-se próximo, sem tocar na criança, nem no equipamento. 4º Passo: Aguardar que o valor do peso esteja fixado no visor e realizar a leitura. 5º Passo: Anotar o peso no formulário específico para o registro e no prontuário. Retirar a criança. 6º Passo: Marcar o peso na Caderneta de Saúde da Criança. Figura 27: Aferição de peso de crianças menores de 2 anos em balança pediátrica eletrônica Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2011. 46 Para mais informações, clique aqui e assista ao vídeo “Aferição de peso de crianças menores de 2 anos em balança pediátrica eletrônica e relembre todo o passo a passo”. Cuidados importantes: • Nunca deixe uma criança sem vigilância em cima ou perto da balança. • Assegure-se de que a balança está bem segura sobre uma base plana e firme. • Não deixe a balança cair, nem deixe que ela sofra choques violentos. • Cuidado para não deixar cair água ou qualquer outro líquido na balança. Se for utilizar balança suspensa “tipo pêndulo” (esse tipo de balança é mais comum na rotina do (a) ACS nas visitas domiciliares), as orientações descritas acima podem ser adaptadas. Alguns cuidados especiais devem ser observados: a balança deve ser pendurada em local seguro e em altura que permita uma boa visualização da escala. Caso você só tenha à sua disposição a balança plataforma portátil ou a balança de “banheiro”, os procedimentos devem ser os seguintes: ● A balança deve estar ligada antes de a criança posicionar-se sobre o equipamento. ● Esperar que a balança chegue ao valor zero. ● Pesar a mãe ou o responsável pela criança. ● Realizar a leitura depois que o valor do peso estiver fixado no visor. 47 https://www.youtube.com/watch?v=HbcEfHHDZ_o ● Anotar o peso (peso 1). Pedir para mãe ou responsável subir na balança segurando a criança no colo. ● A mãe ou o responsável deve carregar a criança e posicioná-la em frente ao seu corpo, na posição vertical (em pé). ● Realizar a leitura depois que o valor do peso estiver fixado no visor. Anotar o novo peso (peso 2). ● Subtrair (diminuir) o peso 2 (peso da mãe ou do responsável + peso da criança) do peso 1 (peso da mãe ou do responsável). O valor encontrado será o peso da criança. Peso da criança = Peso 2 (peso da mãe ou do responsável + peso da criança) – Peso 1 (peso da mãe ou do responsável). ESTATURA ● Estatura (Em pé) O indivíduo deverá estar descalço ou usando meias finas e roupas leves, de forma a visualizar a posição do corpo, e sem nenhum adereço na cabeça que possibilite alteração da medida. Deverá permanecer em posição anatômica com panturrilha, glúteos, ombros e cabeça tocando a parede ou superfície vertical do dispositivo de medida, sempre que possível. Com a face voltadapara frente, no Plano de Frankfurt, o suporte deverá ser posicionado sobre a cabeça, de tal forma que pressione apenas o cabelo (SAMPAIO et al., 2012). 48 Figura 28: Técnica de aferição de altura segundo Plano de Frankfurt Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2011. O medidor deverá estar em frente à escala e a medida ser aferida cuidadosamente no centímetro mais próximo. Caso a parede seja utilizada como suporte de medida, esta deve ser lisa e não possuir rodapés. O instrumento não deve ser posicionado sobre tapete, carpete ou piso irregular. Procedimentos e passos recomendados para a verificação da estatura em pé (Figura 29): 1º Passo: Posicionar a criança, adolescente ou adulto descalço e com a cabeça livre de adereços, no centro do equipamento. Mantê-lo de pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo, com a cabeça erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos. 2º Passo: A cabeça do indivíduo deve ser posicionada no plano de Frankfurt (Figura 28). 49 3º Passo: As pernas devem estar paralelas, mas não é necessário que as partes internas das mesmas estejam encostadas. Os pés devem formar um ângulo reto com as pernas. 4º Passo: Abaixar a parte móvel do equipamento, fixando-a contra a cabeça, com pressão suficiente para comprimir o cabelo. Retirar o indivíduo, quando tiver certeza de que a parte do equipamento não se moveu. 5º Passo: Realizar a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do equipamento. 6º Passo: Anotar o resultado no formulário específico para o registro e no prontuário. Para crianças, marcar a altura na Caderneta de Saúde da Criança. Figura 29: Aferição da altura de crianças maiores de 2 anos, adolescentes e adultos Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2011. 50 Comprimento (Deitado) – Crianças menores de 24 meses A criança deverá estar deitada em uma mesa com superfície plana posicionada em piso regular com a face voltada para cima, no Plano de Frankfurt, e a cabeça encostada na parte fixa do infantômetro. Com os joelhos retos e as pernas encostadas sobre a superfície da mesa, a parte móvel do infantômetro deverá ser deslocada e pressionada sobre a região plantar. É necessário segurar os joelhos, pressionando-os firmemente sobre a mesa de medida, para mantê-la na posição adequada. Registra-se o comprimento no milímetro mais próximo. Figura 30: Técnica de aferição do comprimento segundo Plano de Frankfurt Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2011. Para não ficar nenhuma dúvida, clique aqui e assista ao vídeo “Aferição de comprimento de crianças menores de 2 anos” relembre todo o passo a passo. 51 https://www.youtube.com/watch?v=w5QEnRarQr8 VERIFICAÇÃO DA GLICEMIA CAPILAR 53 Você sabe o que é glicemia capilar? A glicemia capilar é um exame sanguíneo, que oferece resultado imediato acerca da concentração de glicose nos vasos capilares da polpa digital, por meio do aparelho denominado glicosímetro. O glicosímetro é um dispositivo, que tem por finalidade apontar a medição aproximada da concentração de glicose no sangue. Porém, para uma medição adequada, o paciente deve fazer uso de tiras de teste e lancetas descartáveis compatíveis com o modelo de equipamento que possui, além de seguir estritamente suas instruções de uso. Os equipamentos, tiras de teste e lancetas, atualmente, comercializados no Brasil são, em sua totalidade, importados e devem ser registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Figura 31 - Verificação de glicemia capilar. Fonte: Marcos Santos/USP Imagens, s.d. É recomendada a monitorização da glicemia capilar três, ou mais, vezes ao dia, a todas as pessoas com DM Tipo 1 ou Tipo 2, em uso de Insulina em doses múltiplas (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2013). Em pessoas com DM Tipo 2, em uso de antidiabéticos orais, a monitorização da glicemia capilar não é recomendada rotineiramente (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2013). ● Em casos de Hipoglicemia - A hipoglicemia significa a diminuição dos níveis glicêmicos – com ou sem sintomas –, para valores abaixo de 70 mg/dL (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2013). Geralmente, a queda da glicemia leva a sintomas como fome, tontura, fraqueza, dor de cabeça, confusão, coma, convulsões, além de sudorese, taquicardia, apreensão, tremor. Fatores de risco para hipoglicemia, isto é, aqueles fatores que podem desencadear a hipoglicemia em pacientes com Diabetes Mellitus, incluem: a idade avançada, a desnutrição, a insuficiência renal, o atraso ou a omissão de refeições, o exercício vigoroso, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e, também, erros na dose ou na administração da insulina ou dos comprimidos. A hipoglicemia também pode acontecer como efeito adverso dos medicamentos, mesmo na dose prescrita. Nesses casos, é importante fazer uma avaliação no Serviço de Saúde para ver se há a necessidade de ajustes no tratamento. 54 A grande maioria das hipoglicemias é leve, isto é, são facilmente tratáveis pelo próprio paciente. A detecção precoce da hipoglicemia evita seu agravamento. Para tanto, é necessário identificar os sinais precoces, como sudorese, cefaleia, palpitações, tremores ou uma sensação desagradável de apreensão. Quando isso não ocorre, a cooperação da família, amigos e colegas é fundamental - eles podem alertar para um sinal de hipoglicemia quando essa ainda não foi percebida pelo paciente. O tratamento precisa ser imediato, com uma pequena dose de carboidrato simples (10 g a 20g), repetindo-a em 15 minutos, se necessário. Em geral, 10 g de carboidrato simples estão presentes em duas colheres de chá de açúcar, ou três torrões de açúcar, ou 100 ml de suco de laranja, duas balas, ou dois sachês de mel (Quadro 02). Quadro 2 -Instruções para o manejo da hipoglicemia pelo paciente, amigo ou familiar. Fonte: Ministério da Saúde, 2013. ● Nos casos de hiperglicemia - controle glicêmico insatisfatório: é necessário um encaminhamento para avaliação da equipe de saúde, com a finalidade de se fazer uma abordagem mais específica na alimentação, principalmente, quanto à ingestão de carboidratos, e uma investigação mais rigorosa quanto aos horários, qualidade e quantidade das refeições relacionadas com os horários do medicamento e/ou utilização de insulina. Encaminhar o paciente para avaliação da equipe de saúde. 55 Verifique a prescrição do seu paciente! Investigue se o paciente está seguindo a prescrição medicamentosa corretamente, bem como seguindo as recomendações não medicamentosas (MEV). Etapas para a realização da glicemia capilar: ● Certificar-se de que a fita reagente está na validade; ● Orientar o paciente sobre o procedimento; ● Realizar a higienização das mãos; ● Calçar as luvas de procedimento (é importante usar as luvas, pois evita o contato da pele, com o sangue do paciente); ● Ligar o aparelho e posicionar a fita e o glicosímetro, de modo a facilitar a deposição da gota de sangue no local adequado; ● Segurar a lanceta (espécie de agulha utilizada para furar o dedo) sem tampa e fazer uma leve pressão na ponta do dedo escolhido, de modo a favorecer o seu enchimento capilar; ● Com a outra mão, limpar a área com algodão embebido em álcool a 70%, após secar o local com algodão limpo e seco; ● Com a lanceta ou agulha estéril fazer uma punção na ponta do dedo escolhido, preferencialmente na lateral do dedo, onde a dor é minimizada; Figura 31: Modelo de lanceta para punção digital (furar o dedo) Fonte:https://create.vista.com/pt/unlimited/stock-photos/228246002/stock-photo-cropped -view-woman-gloves-testing/ 56 ● Lancetar o dedo e obter uma gota suficiente para preencher o campo reagente; ● Pressionar o local da punção com algodão até hemostasia; ● Informar-lhe o resultado obtido ao paciente; ● Desprezar a fita reagente e a lanceta na caixa específica para material perfurocortante; ● Limpar o glicosímetro com algodão embebido levementecom água e sabão ou álcool 70%; ● Retirar as luvas. Figura 33: Preencher o campo reagente da fita com uma gota de sangue Fonte: Jornal da USP, 2022. 57 ORIENTAÇÃO E APOIO, EM DOMICÍLIO, PARA A CORRETA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS https://www.freepik.com/free-photo/ hand-holding-blood-glucose-meter- measuring-blood-sugar-background -is-stethoscope-chart-file_1193186. htm#query=diabetes&position=10&f rom_view=search&track=sph 59 Nas visitas domiciliares sempre faço orientação quanto ao uso das medicações, principalmente para os idosos, hipertensos, diabéticos e para as pessoas em tratamento de câncer também. E você? Uma questão importante para a segurança do paciente em domicílio é em relação aos medicamentos. O uso, os procedimentos envolvidos na sua administração e as respostas orgânicas decorrentes do tratamento envolvem riscos potenciais capazes de provocar danos ao usuário. Portanto, é fundamental que tanto os profissionais, incluindo os ACS, quanto os usuários e cuidadores compartilhem responsabilidades relacionadas a essa questão. Em pessoas idosas, que muitas vezes consomem diversos medicamentos e que podem ter problemas de visão e/ou de memória, por exemplo, são frequentes as confusões com medicamentos, principalmente os que têm forma ou aspecto semelhante e embalagens parecidas. Crianças e idosos devem ter cuidados especiais com os seus medicamentos (BRASIL, 2015). Parabéns, Gerusa! Acompanho uma idosa, no meu território, que faz tratamento para hipertensão e diabetes. Ela confunde qual medicação deve tomar em cada horário. Nesse sentido, alguns cuidados precisam ser tomados. Quando tratamos sobre o assunto dos medicamentos, precisamos saber que existem alguns cuidados gerais que chamamos de “nove certos” para a administração de medicamentos (BRASIL, 2016): 1. Usuário (a) certo: certificar-se de que o medicamento será administrado ao usuário para quem é prescrito. 2. Medicamento certo: certificar-se de que o medicamento a ser administrado é o correto. Se houver dúvida em relação ao nome ou achar que é um medicamento errado, não se deve administrá-lo antes de verificar com o médico prescritor. 3. Via certa: certificar-se de que a via de administração atende às especificidades do usuário e do medicamento em questão. 4. Hora certa: garantir que o medicamento será administrado no tempo correto para garantir os níveis para garantir que os níveis do medicamento na circulação conforme desejado. 5. Dose certa: certificar-se de que a dose a ser administrada confere com a dose prescrita. 6. Registro certo: registrar todas as ocorrências relacionadas aos medicamentos, tais como horários de administração, adiamentos, cancelamentos, desabastecimento, recusa do paciente e eventos adversos. 60 7. Orientação certa: orientar sobre motivos do uso, efeitos esperados, forma de uso adequado, os cuidados e os possíveis problemas relacionados ao medicamento, como, por exemplo, interação com outro(s) medicamento(s). 8. Compatibilidade medicamentosa: assegurar que os medicamentos a serem administrados podem ser misturados, sem que precipitem ou formem pequenos cristais ou partículas na solução. 9. Direito a recusar o medicamento: o usuário tem o direito de recusar-se a receber o tratamento. Vocês, ACS, podem auxiliar na identificação e no armazenamento do medicamento por parte do (a) paciente, cuidador ou familiar, para assegurar que o (a) usuário receba o medicamento e dose corretos em cada momento. Algumas estratégias podem ser facilitadoras nessa identificação e diminuição de erros por parte dos cuidadores ou familiares, como, por exemplo: ● A contagem da quantidade dos medicamentos a cada visita domiciliar para ajudar na correta administração dos medicamentos. Contando a quantidade, pode-se perceber se o paciente está esquecendo de tomar ou não os seus medicamentos. Esquecer de tomar os medicamentos é muito comum e é sempre necessário alertar para que não ocorra essa falha na administração dos medicamentos. 61 ● Separar os medicamentos que devem ser utilizados em cada período do dia com figuras, cores, tabelas ou outro método. Pode-se, por exemplo, colocar em diferentes potes ou recipientes para os que são tomados de manhã e os do resto do dia. ● Verificar se há medicamentos vencidos ou que não estão mais sendo usados no domicílio e auxiliar no descarte adequado (descubra como funciona o descarte de medicamentos no seu município). É fundamental que o cuidador ou familiar e o usuário entendam o motivo daquele medicamento ser administrado, assim como reconheçam os sinais de alerta clínicos, os eventos adversos e saibam quais são as providências a serem tomadas. Aparelho de pressão (Esfigmomanômetro) Acompanho diabéticos que usam insulina. Sempre me perguntam se estão fazendo a aplicação de forma correta. Como orientar essas pessoas que fazem uso de insulina? Veja: Sobre a aplicação da insulina, seja com seringa ou caneta, é importante orientar que o paciente observe o nome da insulina a ser aplicada (por exemplo, se é do tipo NPH ou regular) e o horário das aplicações, conforme prescrito pelo médico. Além disso, é importante lembrar que os locais escolhidos para aplicação da insulina devem estar limpos e secos no momento da aplicação. As regiões do corpo que são recomendadas para aplicação são os braços, nádegas, coxas ou abdômen, conforme Figura 34. 62 Figura 34: Regiões do corpo recomendadas para aplicação subcutânea de insulina Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, s.d. É importante orientar, também, sobre o rodízio de aplicação da insulina (Figura 35): ● Dividir cada local de aplicação recomendado em pequenos quadrantes/metades: as aplicações, nesses quadrantes, devem ser espaçadas em pelo menos 1 cm entre elas, seguindo em sentido horário. ● Recomenda-se usar um pequeno quadrante a cada 14 dias, tempo necessário de cicatrização, prevenindo a lipo-hipertrofia (acúmulo anormal de gordura na pele). Figura 35: Rodízio sequencial de aplicações da insulina Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, s.d. 63 Clique aqui, assista ao vídeo Websérie Glica – Episódio 3 e reforce seus conhecimentos sobre o preparo da insulina, aplicação com seringa e caneta e o rodízio dos locais da aplicação. Interessante!Agora, durante as visitas domiciliares, vou começar a observar a autoaplicação da insulina pelos (as) pacientes e verificar se estão seguindo os cuidados necessários e o rodízio de aplicação. Vou também relatar essas informações para a minha equipe de saúde. É importante também que, durante as visitas domiciliares você, ACS, observe o local de armazenamento, luminosidade e condições higiênicas onde os medicamentos estão armazenados, se há medicamentos vencidos no domicílio e, auxiliar no descarte adequado. Oriente ao usuário, cuidador/familiar que sempre verifique a validade e o estado de conservação dos medicamentos antes de administrá-los (BRASIL, 2016). Nunca jogue medicamentos no vaso sanitário, na pia, em lixo comum ou em terrenos baldios. Os medicamentos devem ser descartados corretamente. Pergunte na sua UBS de referência como funciona o descarte de medicamentos vencidos, ou que não são mais usados. Não deixe de acessar os materiais complementares e de assistir a teleaula para mais informações sobre o tema estudado. 64 https://www.youtube.com/watch?v=VlvG4zNapGg. RETROSPECTIVA Chegamos ao final desta disciplina. Neste estudo, foram abordados assuntos como a apresentação da ampliação do escopo de práticas do (a) ACS na prevenção e controle de doenças e agravos dispostas na PNAB 2017 e na Lei nº 13.595 de 2018. Vimos também a técnica para a correta aferição da pressão arterial, e, como realizar a medição da glicemia capilar, para o acompanhamento dos casos diagnosticados de diabetes mellitus. Vimos passo a passo da técnica paraa aferição da temperatura axilar, durante a visita domiciliar e da verificação dos dados antropométricos. Refletimos sobre quais orientações e apoio devem ser dados pelo (a) ACS para a correta administração de medicamentos aos pacientes em situação de vulnerabilidade. Esperamos que você tenha compreendido o conteúdo apresentado e esteja pronto (a) para aplicar esses conhecimentos em sua prática profissional, contribuindo para a melhoria dos serviços de saúde e da qualidade de vida da população em seu município. Com este estudo, chegamos ao final do curso Técnico Agente Comunitário de Saúde (ACS). Esperamos que você consiga aplicar todas as informações apresentadas nesta jornada do conhecimento para fazer a diferença na qualidade de vida das pessoas que você assiste. Sucesso em sua carreira profissional e parabéns pela conquista! 66 REFERÊNCIAS AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of medical care in diabetes – 2013. Diabetes Care, Alexandria, v. 36, Suppl. 1, p. S11–66, 2013. Disponível em: https://diabetesjournals.org/care/article/36/Supplement_1/S11/27342/ Standards-of-Medical-Care-in-Diabetes-2013. Acesso em 25/05/2023. ARAUJO, T.L, ARCURI ,E.A.M, MARTINS, E. Instrumentação na medida da pressão arterial: aspectos históricos, conceituais e fontes de erro. Rev. Esc. Enf. USP, v. 32, n. 1: p. 33-41, 1998. Barroso et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 2021; 116(3):516-658. 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