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Prévia do material em texto

na Atenção Primária 
à Saúde e sua inserção 
nos instrumentos de 
planejamento e de 
gestão do SUS
BRASÍLIA - DF 
2023
Versão preliminar
MINISTÉRIO DA SAÚDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DA
BRASÍLIA - DF 
2023
Versão preliminar
MINISTÉRIO DA SAÚDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
2023 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença CreativeCommons – Atribuição – Não Comercial – 
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total 
desta obra, desde que citada a fonte. A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessa-
da, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br.
Tiragem: 1ª edição – 2023 – versão eletrônica
Elaboração, distribuição e informações:
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde 
Esplanada dos Ministérios, Edifício Anexo, 
Bloco B, 4º andar. 
CEP: 70058-900 - Brasília / DF
Site: aps.saude.gov.br
E-mail: deppros@saude.gov.br
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Rua Delfino Conti, S/N, Trindade, 
Departamento de Saúde Pública/CCS/UFSC.
CEP: 88040-370 - Florianópolis / SC
Telefone (48) 3721-4869
Site: https://unasus.ufsc.br/
E-mail: abunasus.ccs@contato.ufsc.br
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE
Lote 19 - Avenida das Nações, SEN - Asa Norte.
CEP: 70312-970 - Brasília / DF
Site: https://www.paho.org/pt/brasil
E-mail: comunicacaoopasbrasil@paho.org
Editor geral do Ministério da Saúde
Nésio Fernandes de Medeiros Junior
Andrey Roosewelt Chagas Lemos
Colaboração Técnica do Ministério da Saúde
Daniel Rogério Petreça
Daniely da Silva Santana
Dorian Chim Smarzaro
Gaia Salvador Claumann
Graziela Tavares
Fabiana Vieira Santos Azevedo Cavalcante
Jean Augusto Coelho Guimarães
Lorena Lima Magalhães
Matheus Rodrigues Rangel
Paulo Henrique Gomes da Silva
Sofia Wolker Manta
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE/
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE NO BRASIL
Coordenação de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas 
Não Transmissíveis e Saúde Mental
Colaboração técnica
Elisa Prieto Lara 
Luisete Moraes Bandeira
CENTRO DE ESTUDOS, PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO EM 
CIDADES SAUDÁVEIS (CEPEDOC)
Coordenação geral Douglas Roque Andrade, Rosilda Mendes 
Supervisão de campo Grace Peixoto Noronha 
Coordenação de monitoramento e avaliação 
Pamela Lamarca Pigozi
Elaboração de texto
Alessandra Xavier Bueno
Evelyn Helena Corgosinho Ribeiro
Fabio Fortunato Brasil de Carvalho
Inaian Pignatti Teixeira
Leticia Aparecida Calderão Sposito
Luis Carlos de Oliveira
Margarethe Thaisi Garro Knebel
Maria Cecília Marinho Tenório
Pesquisadores
Alessandra Xavier Bueno
Alex Antonio Florindo
Átila Alexandre Trapé
Cristiane Kerches da Silva Leite
Daniele Pompei Sacardo
Douglas Roque Andrade
Eduardo Quieroti Rodrigues
Elisabete Agrela de Andrade
Evelyn Helena Corgosinho Ribeiro
Fabio Fortunato Brasil de Carvalho
Grace Peixoto Noronha
Inaian Pignatti Teixeira
João Paulo dos Anjos Souza Barbosa
Juan Carlos Aneiros Fernandez
Letícia Sposito
Luís Carlos de Oliveira
Luiz Fernando Rodrigues Ocanha
Margarethe Thaisi Garro Knebel
Maria Cecília Marinho Tenório 
Pamela Lamarca Pigozi
Rosilda Mendes
Validação dos conteúdos
Amana Lima
Leonardo Araújo Vieira
Paola Moreno Bernardi
Paula Fabricio Sandreschi
Rafaela Nobrega
Tatiana Martins Ferraz
Tatiana Campos
Tadeuma Araújo
http://bvsms.saude.gov.br
aps.saude.gov.br
mailto:deppros%40saude.gov.br?subject=
https://unasus.ufsc.br/
mailto:abunasus.ccs%40contato.ufsc.br?subject=
https://www.paho.org/pt/brasil
mailto:comunicacaoopasbrasil%40paho.org?subject=
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Reitor Irineu Manoel de Souza
Vice-reitora Joana Célia dos Passos
Pró-reitor de Pós-graduação Werner Kraus
Pró-reitora de Extensão Olga Regina Zigelli Garcia
Centro de Ciências da Saúde
Diretor Fabrício de Souza Neves
Vice-diretor Ricardo de Souza Magini
Departamento de Saúde Pública
Chefe de departamento Rodrigo Otávio Moretti Pires
Subchefe de departamento Sheila Rubia Lindner
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS - UNA-SUS/UFSC 
Representante institucional Sheila Rubia Lindner
Equipe de desenvolvimento do projeto
Coordenação geral Marta Verdi
Coordenação pedagógica Maria Claudia Matias
Coordenação produção online Sabrina Blasius Faust
Coordenação produção E-Book Luana Silvestre P. dos Santos
Assessoria pedagógica Fernando Hellmann
Apoio pedagógico Eliane Ricardo Charneski
Apoio produção online Thaiara Dornelles Lago
Desenvolvimento Web Tcharlies Dejandir Schmitz, 
 Juliana Coelho Stahelin
Design instrucional Soraya Falqueiro
Diagramação e ilustração Laura Martins Rodrigues
Produção audiovisual Aterra Lab, Éder Braz
Projeto gráfico Nicole Alessandra Gelle
Revisão de português Vânia Moreira (in memorian)
Secretaria executiva Gisélida Garcia da Silva Vieira
Bancos de imagens Freepik, Flaticon, Ministério da Saúde
Ministério da Saúde 
Coordenação editorial Júlio César de Carvalho e Silva 
Revisão do Projeto gráfico e diagramação 
Normalização
B823p Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de
Prevenção e Promoção da Saúde.
Promoção da atividade física na atenção primária à saúde e sua inserção nos 
instrumentos de planejamento e de gestão do SUS [versão preliminar] / Ministério da 
Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Prevenção e Promoção 
da Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde; Florianópolis: Universidade Federal de Santa 
Catarina, 2023.
165 p. ; il.
Modo de acesso: World Wide Web: xxxxxxx
ISBN xxx-xx-xxx-xxxx-x
1. Atenção primária à saúde. 2. Atividade física. 3. Instrumentos de planejamento. 4. 
Gestão em saúde. I. Título.
CDU 616-022.6:578.834
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2023/xxxx
Título para indexação: Promoção da atividade física na Atenção Primária à Saúde e sua inserção nos 
instrumentos de planejamento e de gestão do SUS.
APRESENTAÇÃO
Caro leitor e cara leitora,
Este material de apoio ao Curso de Promoção da atividade física na atenção primária à saúde e sua 
inserção nos instrumentos de planejamento e de gestão do SUS foi desenvolvido por uma equipe de 
pesquisadores e técnicos do Centro de Estudos, Pesquisa e Documentação em Cidades Saudáveis 
(CEPEDOC), do Grupo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas em Atividade Física e Saúde (GEPAF) 
ambos vinculados à Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Aberta do Sistema Único de 
Saúde, polo da Universidade Federal de Santa Catarina (UNA-SUS/UFSC) e da Organização Pan-Ameri-
cana de Saúde (OPAS). Contamos nesse percurso com a valiosa participação de profissionais de saúde 
de todas as regiões do país que, de forma colaborativa, apoiaram todo o processo de produção, em 
suas diferentes fases.
Continuamente ouvimos e reafirmamos que “a atividade física faz bem para a saúde” e que o acesso 
deve ser um direito garantido, ou seja, “promove mais saúde”. Entretanto, cabe sempre nos pergun-
tar: faz bem para quem? Quais seus propósitos? Quais as ferramentas apoiam a produção integral do 
cuidado em saúde? Como podemos garantir esse acesso? 
Esses são alguns elementos que estão presentes nas quatro Unidades deste livro. Estes escritos são 
fruto da experiência dos autores e profissionais de saúde que se debruçam a problematizar a pro-
moção da atividade física nas políticas públicas comprometidas com a equidade e a justiça social. A 
primeira Unidade discute a importância da promoção da atividade física na agenda global da saúde 
pública e no SUS; a segunda traz aportes para compreender as perspectivas econômicas e políticas da 
promoção da atividade física e o papel dos gestores do SUS; a terceira Unidade aponta os principais 
fatores que devem ser considerados no planejamento e na implementação de ações, programas e po-
líticas de promoção da atividade física, de maneira a ampliar ou promover a efetiva oferta e o acesso 
a esse serviço na Atenção Primária à Saúde(APS) e, por último, a quarta unidade traz elementos para 
pensar e incluir o monitoramento e avaliação como ferramentas do processo de gestão de ações, 
programas e políticas de promoção da atividade física.
Nosso propósito com essa iniciativa é mobilizar gestores e os profissionais da atenção primária do 
sistema de saúde e do planejamento para que possam compreender de forma mais abrangente 
as razões pelas quais a promoção da atividade física deva ser discutida, diagnosticada, implantada/
implementada, monitorada e avaliada como prioridade no ciclo da política pública e presente nos 
diferentes instrumentos de gestão do SUS. 
Esperamos que essas reflexões possam ajudá-los/las a viabilizar a oferta de ações, programas e po-
líticas de promoção da atividade física no SUS, assim como de processos de educação permanente 
de gestores e profissionais de saúde, a fim de garantir práticas de promoção da saúde vinculadas à 
construção da autonomia dos sujeitos, à participação social, à produção da saúde compartilhada e 
comprometida com a defesa da vida. 
Bom percurso e boa leitura! 
Equipe de Coordenação
OBJETIVOS DE ENSINO DO CURSO
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM DO CURSO
Proporcionar conhecimentos, atitudes e práticas aos concluintes, profissionais e gestores do Sistema 
Único de Saúde (SUS), para planejamento e implementação de ações, programas e políticas de pro-
moção da atividade física (AF).
Estimular a inclusão da AF na Atenção Primária à Saúde (APS) por meio do registro nos Planos Muni-
cipais e Distrital de Saúde e demais instrumentos de planejamento e gestão, com isso, fomentando 
recursos humanos, materiais e financeiros com vistas à ampliação da oferta e do acesso pela popula-
ção usuária do SUS.
Ao final do curso, profissionais e gestores do SUS deverão ser capazes de incluir ações de promoção 
da AF nos instrumentos de planejamento e gestão do SUS; trabalhando as etapas de planejamento, 
implementação, monitoramento e avaliação, com vistas à ampliação da oferta e do acesso, e inserindo 
a promoção da AF no processo de cuidado integral na APS. 
SUMÁRIO
UNIDADE 1
A importância da promoção da atividade física na agenda global 
da saúde pública e no SUS 10
1.1 |  Introdução 12
1.2 |  A importância da promoção da atividade física na agenda global 
da saúde pública e no SUS 12
1.2.1 |  Uma visão ampliada da atividade física 12
1.2.2 |  A Promoção da atividade física na agenda da Saúde Pública Global 20
1.2.3 |  A importância da promoção da atividade física na agenda do SUS 26
1.2.4 |  Benefícios da prática da atividade física na promoção da saúde 35
1.3 |  Encerramento 40
1.4 |  Referências 41
UNIDADE 2
Perspectivas econômica e política da promoção da atividade física 
e o papel dos gestores do Sistema Único de Saúde 46
2.1 |  Introdução 48
2.2 |  Inclusão da promoção da atividade física nos instrumentos de gestão 
e de planejamento da gestão pública e do SUS 49
2.2.1 |  Plano Plurianual 49
2.2.2 |  Leis orçamentárias 57
2.2.3 |  Plano Municipal de Saúde (PMS), Programação Anual 
de Saúde (PAS) e Relatório Anual de Gestão (RAG) 60
2.2.4 |  Conferências e Conselhos de Saúde 64
2.2.5 |  Plano Diretor 66
2.3 |  Os papéis dos gestores federais, estaduais, distrital e municipais 67
2.3.1 |  Responsabilidades comuns ao Ministério da Saúde, Secretarias 
Estaduais, Distrital e Municipais de Saúde 67
2.3.2 |  Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais e Distrital de Saúde 
e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) 68
2.3.3 |  Secretarias Municipais e Distrital de Saúde 69
2.4 |  Vale a pena investir em promoção da atividade física 71
2.4.1 |  Ampliar a resolutividade da APS por meio do acesso 
à prática de atividade física 71
2.5 |  A importância de investir em políticas públicas e ações intersetoriais 74
2.6 |  Promoção da atividade física como uma agenda positiva 
da gestão municipal 75
2.7 |  Encerramento 77
2.8 |  Referências 78
UNIDADE 3
Do planejamento à ação 82
3.1 |  Introdução 84
3.2 |  Planejando ações, programas e políticas de promoção da atividade física 84
3.2.1 |  Planejamento participativo das ações no SUS 87
3.2.2 |  Ferramentas para auxiliar a construção do PES 100
3.2.3 |  A importância da intersetorialidade, da participação 
e do controle social nas etapas do PES 104
3.3 |  O papel dos profissionais de saúde na promoção da atividade 
física no cuidado em saúde 109
3.3.1 |  Arranjos interdisciplinares, interprofissionais, matriciamento 
e suas possibilidades com enfoque no cuidado em saúde 110
3.3.2 |  A promoção da atividade física é papel de todos 
os profissionais de saúde e da comunidade 111
3.3.3 |  A atuação estratégica do profissional de educação física 
na saúde para além de sua atuação no núcleo profissional 113
3.4 |  Experiências municipais exitosas na perspectiva da gestão, 
de implantação de programas e ações de atividade física 114
3.5 |  Encerramento 121
3.6 |  Referências 123
UNIDADE 4
Monitoramento e avaliação como ferramentas do processo de gestão de ações, 
programas e políticas de promoção da atividade física 126
4.1 |  Introdução da unidade 128
4.2 |  Monitoramento e avaliação: elaboração da pergunta de avaliação 
e de indicadores de acompanhamento de ações, programas 
e políticas de promoção da atividade física 129
4.2.1 |  Pergunta avaliativa no âmbito da APS no SUS 131
4.2.2 |  Pactuação de indicadores de processo e resultado 134
4.2.3 |  Acompanhamento dos dados dos sistemas de informação 
do Ministério da Saúde e de outras fontes de dados 
no âmbito do SUS 148
4.2.4 |  Estratégias para sistematizar, analisar os dados 
e comunicar os resultados 153
4.2.5 |  Criação de espaços coletivos para dar sustentabilidade 
aos processos participativos e colaborativos de 
monitoramento e avaliação 158
4.3 |  Encerramento da Unidade 159
4.4 |  Referências 160
ENCERRAMENTO DO CURSO 161
MINICURRÍCULO DOS AUTORES 162
UNIDADE
A IMPORTÂNCIA DA PROMOÇÃO 
DA ATIVIDADE FÍSICA NA AGENDA 
GLOBAL DA SAÚDE PÚBLICA E NO SUS
1
Inaian Pignatti Teixeira
Alessandra Xavier Bueno
OBJETIVO GERAL
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de 
compreender, de forma ampliada, a importância da 
promoção da atividade física, considerando as agen-
das da saúde pública global e do SUS.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 ▶ Compreender a concepção da atividade física 
como um direito.
 ▶ Reconhecer que a vida fisicamente ativa é in-
fluenciada por diferentes fatores, não sendo 
considerada apenas uma escolha individual.
 ▶ Identificar agendas globais relacionadas à pro-
moção da atividade física.
 ▶ Apresentar a importância da atividade física na 
integralidade do cuidado em saúde.
 ▶ Conhecer um breve histórico da promoção da 
atividade física na Atenção Primária à Saúde 
(APS).
 ▶ Compreender os principais benefícios da prática 
de atividade física para a promoção da saúde, 
para a prevenção e para o tratamento de algu-
mas doenças e agravos.
 
Carga horária recomendada para esta unidade: 
15 horas
UNIDADE1
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
12
1.1 | 	Introdução
Estimativas apontam que as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) são a causa de quase ¾ das 
mortes no Brasil e no mundo, sendo representadas, especialmente pelas doenças cardiovasculares, 
cânceres e doenças respiratórias, cujos determinantes são sociais, ambientais, comerciais e genéticos 
(OMS, 2019). 
A atividade física está diretamente associada à prevenção e ao tratamento de doenças crônicas, mas, 
também, pode promover sociabilidades, sentimento de pertencimento a grupo e/ou comunidade e 
novos aprendizados que ampliam o repertório sociocultural das pessoas, e permitem maior autono-
mia para realização de atividades do cotidiano. Deve, assim, ser compreendida com um direito. 
Além disso, com o aumento da prática regular de atividade física, os indicadores de saúde poderiam 
ser melhores e muitas mortes poderiamser evitadas, reduzindo, também, os custos em saúde, afinal, 
“a atividade física é uma variável importante para a economia de recursos financeiros em saúde pú-
blica” (BUENO, 2016, p. 1007).
Assim, é preciso olhar para o tema com a devida atenção e incluí-lo no planejamento das ações de 
saúde a curto, médio e longo prazo. Nesta Unidade, você irá aprender sobre atividade física em uma 
perspectiva ampliada, entender os benefícios para a população, passando pela agenda global e pelas 
proposições no Sistema Único de Saúde (SUS).
1.2 | 	A importância da promoção da atividade física na 
agenda global da saúde pública e no SUS
Vamos agora acompanhar a importância da promoção da atividade física na agenda global da saúde 
pública e no SUS, para uma visão ampliada sobre o tema e sobre os benefícios dessa prática na pro-
moção da saúde. Acompanhe!
1.2.1 | 	Uma visão ampliada da atividade física
A constituição física dos seres humanos foi produzida por meio dos processos evolutivos para que 
houvesse níveis de atividade física muito maiores do que temos hoje. Há dois milhões de anos, os 
humanos eram caçadores-coletores e dependiam do movimento corporal ágil e forte para sobreviver. 
Há mais ou menos 10.000 anos surgiu a agricultura e ainda precisávamos de força e resistência física 
para garantir alimento. Da revolução industrial para cá, há cerca de 200 anos, as máquinas foram 
ganhando espaço e substituindo uma boa parte do trabalho físico humano e, atualmente, os modos 
de vida estão nos tornando ainda menos ativos fisicamente, especialmente com a entrada da era 
digital (SMIRMAUL, 2019).
A relação entre atividade física e saúde não é algo recente. Há mais 
de 2 mil anos, Hipócrates, considerado o pai da medicina, disse que 
“se pudéssemos dar a cada indivíduo a quantidade certa de nutrição 
e exercício, nem pouco nem muito, teríamos encontrado o caminho 
mais seguro para a saúde” (HIPÓCRATES, 1955).
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
13
Atividade física é um tema muito importante quando se pensa em promoção da saúde e prevenção de 
doenças. Atualmente, a inatividade física é tida como um dos principais fatores de risco modificáveis 
para as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Em função disso, existe uma vasta rede de sistemas de vigilância em saúde para rastrear tendências 
temporais de atividade física populacional em mais de 122 países (BULL et al., 2020; HALLAL et al., 
2012; TROIANO; STAMATAKIS; BULL, 2020).
Em estudo publicado em 2012, constatou-se que esse número significava 31% da população mundial, 
os pesquisadores afirmam que se trata de uma pandemia tendo em vista a alta prevalência, o alcance 
global e os efeitos da inatividade física na saúde, com consequências sanitárias, econômicas, ambien-
tais e sociais de longo alcance (KOHL et al., 2012).
O que parece simples de resolver - aumentar a oferta de atividade física e tornar a população mais 
ativa - é, na verdade, um fenômeno complexo (TONELLI et al., 2018) que merece atenção quando 
da organização da oferta nos serviços na Atenção Primária à Saúde (APS) para que se torne efetiva. 
Podemos pensar em duas situações que geram essa complexidade: uma se refere à noção de saúde 
de forma ampla, a qual é influenciada por diversos fatores, como cultura, educação, economia entre 
outros, dentre eles a temática atividade física; a segunda está relacionada aos diferentes termos utili-
zados na área específica, como a diferenciação conceitual de atividade física e práticas corporais, que 
envolve elementos da cultura, ou mesmo dos sentidos, e significados que o fenômeno tem para as 
pessoas – neste caso, o corpo em movimento.
Você já deve ter ouvido os termos atividade física, práticas corporais e exercícios físicos como sinônimos, 
mas não são. Confira nos quadros abaixo os exemplos.
Exercícios físicos
São planejados, com fins de melhorar ou manter 
as capacidades físicas, como por exemplo, um 
grupo de pessoas fazendo ginástica em um 
parque, duas vezes por semana, com orientação 
de um profissional de educação física. 
Atividade física
Remete a pessoas que fazem atividades por 
conta própria, por exemplo quando alguém 
caminha de manhã em alguns dias da semana 
ou vai andando ou pedalando para o trabalho. 
Práticas corporais
As práticas corporais podem ser 
consideradas manifestações da 
cultura corporal de determinado 
grupo que carregam significados 
que as pessoas lhe atribuem, e 
devem contemplar as vivências 
lúdicas e de organização cultural. 
Existem várias formas de práti-
cas corporais: recreativas, 
esportivas, culturais e cotidianas.
Atividade física é um termo abrangente e abarca muitas práticas que envolvem o movimento corporal, 
mas é importante ressaltar que todo exercício físico é atividade física, mas nem toda atividade física 
é exercício físico.
Acesse audiobook do Guia de Atividade Física para a População Brasileira e reflita 
um pouco sobre o conceito de atividade física. Disponível em: https://aps.saude.
gov.br/ape/gaf/.
https://aps.saude.gov.br/ape/gaf/
https://aps.saude.gov.br/ape/gaf/
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
14
Atividade física é um comportamento que envolve os movimentos voluntários do 
corpo, com gasto de energia acima do nível de repouso, promovendo interações 
sociais e com o ambiente, podendo acontecer no tempo livre, no deslocamento, no 
trabalho ou estudo e nas tarefas domésticas.
Exercício físico é, então, um tipo de atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem o 
objetivo de melhorar ou manter as capacidades físicas e o peso adequado.
Acesse as recomendações de quantidade de atividade física por ciclo de vida no 
vídeo “Por dentro do Guia de Atividade Física para População Brasileira”, disponí-
vel em: https://youtu.be/AHtYfKATDWU.
SAIBA MAIS
Podemos pensar em muitos exemplos diferentes para falar dos variados sentidos e significados que o 
termo atividade física tem para as pessoas, tanto no senso comum, como no âmbito dos profissionais 
de saúde. Nas políticas públicas de saúde do SUS, é comum nos depararmos com os termos atividade 
física e práticas corporais. De fato, existem diferenças conceituais entre esses termos que são discu-
tidos, especialmente no campo específico da Educação Física e Saúde, mas o importante, quando se 
refere à APS, é compreender como eles se articulam com o cuidado em saúde.
Se temos clareza do conceito de saúde como direito humano, o primeiro passo que precisamos ter em 
mente é que atividade física não é um fenômeno restrito aos benefícios “biológicos” da saúde (como, 
por exemplo, os efeitos conhecidos sobre a hipertensão arterial, o diabetes e a obesidade). Entender 
a saúde como direito implica em considerar que os aspectos que produzem saúde estão relacionados 
com fatores da estrutura da sociedade: acesso a bens e serviços ou melhores oportunidades para 
conduzir a vida, por exemplo, o que nos leva à necessidade de estratégias de ação como a produ-
ção de políticas públicas saudáveis e equitativas. Esses benefícios são muito importantes, ninguém 
tem dúvida disso, mas a atividade física também pode ser importante para a saúde mental, para as 
sociabilidades (por sua característica gregária, “de juntar pessoas”), para o lazer, para a cultura, para 
o sentimento de pertencimento à comunidade ou mesmo como um dispositivo complementar de 
acompanhamento da equipe de saúde. 
Se há um grupo para a prática de alguma ativi-
dade física, como por exemplo, ginástica, todas 
as segundas, quartas e sextas na Unidade de 
Saúde, é possível aproveitar esse encontro para 
fazer ou ampliar o contato com outros profis-
sionais. Profissionais da enfermagem, medicina, 
nutrição e outras áreas da saúde podem encon-
trar seus usuários naquele espaço e realizar um 
acompanhamento importante, sem a necessida-de de abrir a agenda para uma consulta. Antes 
da atividade, podem aproveitar o momento e 
realizar outras ações de cuidado, como informar 
sobre um evento ou programação da unidade, 
por exemplo. 
https://youtu.be/AHtYfKATDWU
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
15
REFLEXÃO
Um grupo que se encontra para a atividade física também se torna um espaço 
de trocas culturais, de socialização, de participação social, ou seja, é um espaço 
de produção de saúde, em sentido mais amplo e integral. A rotina de cuidado 
desses usuários, no que tange manter informações breves e atualizadas, pode 
ter no grupo de atividade física um ponto de contato frequente, quando orga-
nizados também nesse sentido. Pensando nos grupos que já acontecem em 
sua realidade quais outras ações poderiam ser planejadas aproveitando esses 
espaços de encontro e compartilhamento de experiências que possam ampliar 
o cuidado e promover mais saúde?
Um segundo passo é entender a atividade física como um direito. Em 2013, por meio da Lei nº 12.864, 
de 24 de setembro de 2013, a atividade física foi inserida no artigo 3º da Lei 8.080 como um dos fatores 
determinantes e condicionantes da saúde (BRASIL, 1990). Os níveis de saúde expressam a organiza-
ção social e econômica do país. A saúde tem como determinantes e condicionantes a alimentação, a 
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o 
transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais, entre outros (BRASIL, 2013).
A Carta Internacional de Educação Física, Atividade Física e Esporte da Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) propõe que uma abordagem baseada em direitos hu-
manos, deve ser um princípio orientador para os países durante a implementação do plano de ação. 
Adotada em 2015 pela Conferência Geral da UNESCO, a Carta declara que todo ser humano tem o direito 
fundamental ao acesso à educação física, atividade física e esporte (UNESCO, 2015a).
Pensar em 
atividade física 
como um direito 
parece simples, 
mas não é. 
É importante então considerar os usuários como sujeitos de direi-
tos, e esses direitos remetem à função do Estado em construir e 
implementar políticas públicas que garantam isso, respeitando a 
diversidade de cada sujeito, cada território, assim como a presen-
ça ou não de outros direitos básicos como estudar, morar, alimen-
tar-se, dentre outros. Enquanto agente público a serviço do 
Estado, tal função é também sua, profissional e gestor da saúde.
Além disso, ao assumir a saúde como 
direito, conforme o Art. 196 da Constitui-
ção Federal de 1988, o desafio é de, então, 
produzir gestões democráticas para 
fomentar a participação social de acordo 
com as diretrizes do SUS, reforçada pelos 
componentes da Política Nacional de 
Promoção da Saúde (PNPS). 
Ao tomar o usuário como sujeito de 
direitos, são relevantes as conexões 
existentes no território, as diversida-
des e as subjetividades, convocando 
representantes da comunidade local 
para o diálogo. O que gera ainda outro 
ganho, a solidariedade entre as identi-
dades locais. 
As condições econômicas e sociais que permeiam a vida das pessoas (por exemplo, mora-
dia e trabalho), bem como às relacionadas ao nascimento e envelhecimento, produzem 
maior ou menor carga de doenças. 
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
16
Os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) incluem aspectos sociais, econômicos, comerciais, políticos, 
culturais e ambientais. A atividade física é um dos elementos, dentre vários, que determinam e/ou 
condicionam a saúde dos povos e dos cidadãos, e a saúde, por sua vez, é um direito constitucional 
(FIOCRUZ, 2012). Por essa razão, a atividade física deve estar inserida em uma agenda permanente, 
vinculada ao sistema de saúde, em especial à APS, como parte das ações de promoção da saúde que 
não podem ser deixadas de lado.
O modo como a tecnologia, o trabalho e a vida urbana afetam o cotidiano limitam as oportunidades 
e as possibilidades de praticar a atividade física de forma espontânea. O comportamento sedentário 
pode ser representado por todas as atividades, realizadas quando você está acordado, ou seja, sen-
tado, reclinado ou deitado e gastando pouca energia. Por exemplo, quando você está em uma dessas 
posições para usar celular, computador, tablet, videogame, assistir à televisão, realizar trabalhos ma-
nuais, jogar cartas ou jogos de mesa, dentro do carro, ônibus ou metrô (BRASIL, 2021a). 
REFLEXÃO
E você deve estar pensando: mas essas atividades fazem parte do dia a dia das 
pessoas, não é mesmo? Como foi apresentado anteriormente, os modos de 
levar a vida contemporânea, especialmente nos centros urbanos, estão nos 
deixando cada vez mais parados, ou melhor, com menos oportunidades de 
nos movimentarmos ao longo do dia. Quanto tempo você passa em compor-
tamento sedentário em um dia de semana? E no fim de semana? Quais estra-
tégias poderiam ser adotadas para diminuir o comportamento sedentário no 
ambiente de trabalho?
A prática insuficiente de atividade física - pessoas adultas, maiores de 18 anos, que praticam menos 
de 150 minutos de atividades físicas por semana - é responsável por milhões de mortes no mundo 
por DCNTs, o que torna os custos em saúde também enormes (BRASIL, 2021a). Se considerarmos as 
pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade, esse cenário não é uma questão de escolha. 
A atividade física também pode ser influenciada pela cultura: segundo documento da OMS, em muitos 
países, meninas, mulheres, pessoas idosas, grupos vulneráveis, pessoas com deficiência e pessoas 
com DCNTs têm menos oportunidades de acesso seguro a programas e espaços para serem ativos 
fisicamente (OMS, 2018). 
O relatório Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) “Movimento é vida” nos 
mostra que a renda e o gênero também fazem diferença no acesso à atividade física: os que mais pra-
ticam atividade física são homens, com renda acima de 5 salários-mínimos, enquanto as que menos 
praticam, são mulheres com renda de até meio salário mínimo. Conforme a renda aumenta, é possível 
verificar maior acesso à atividade física, mas mesmo dentro da faixa de renda, as mulheres têm menos 
acesso (PNUD, 2017). 
Para dados estratificados por estado, você pode consultar o Sistema de Vigilância 
de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico 
(VIGITEL) em: http://plataforma.saude.gov.br/vigitel/.
SAIBA MAIS
http://plataforma.saude.gov.br/vigitel/
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
17
Você já deve ter percebido que o termo atividade física, como utilizado no senso comum, abrange 
diferentes sentidos e significados para as pessoas. Se saúde é um direito, podemos concluir que o 
acesso à prática de atividade física também deve ser. Como poderíamos pensar a atividade física em 
articulação com o cuidado integral à saúde? Continue a leitura para ter mais elementos que possam 
ajudar a responder esta pergunta. Lembremos do conceito de atividade física do Guia de Atividade 
Física para a População Brasileira: 
 “ Atividade física é um comportamento que envolve os movimentos voluntários do cor-
po, com gasto de energia acima do nível de repouso, promovendo interações sociais e 
com o ambiente, podendo acontecer no tempo livre, no deslocamento, no trabalho ou 
estudo e nas tarefas domésticas (BRASIL, 2021a, p. 7). 
Mas, o que significa na prática esse conceito?
Este conceito está relacionado aos movimentos do corpo, com gasto de energia 
maior do que se estivéssemos deitados ou sentados, incluindo interações e contex-
tos em que a atividade física pode acontecer.
Então, podemos desdobrar alguns elementos desse conceito, que nos ajudariam a compreender quea atividade física pode ser realizada:
 ▶ pelas pessoas, com objetivo de manutenção da saúde de forma geral;
 ▶ em grupo ou individualmente;
 ▶ com uma intensidade leve, moderada ou vigorosa somados a determinação do tempo e tipo 
da atividade podem promover objetivos almejados.
Para reconhecer a intensidade da atividade física praticada, oriente a prestar atenção 
sobre como a pessoa se sente no momento da prática. A intensidade pode ser:
Exige mínimo esforço físico e 
causa pequeno aumento da 
respiração e dos batimentos 
do seu coração. Numa escala 
de 0 a 10, a percepção de 
esforço é de 1 a 4. Você vai 
conseguir respirar 
tranquilamente e conversar 
normalmente enquanto se 
movimenta ou até mesmo 
cantar uma música.
Exige mais esforço físico, faz 
você respirar mais rápido 
que o normal e aumenta 
moderadamente os 
batimentos do seu coração. 
Numa escala de 0 a 10, a 
percepção de esforço é 5 e 
6. Você vai conseguir 
conversar com dificuldade 
enquanto se movimenta e 
não vai conseguir cantar.
Exige um grande esforço 
físico, faz você respirar 
muito mais rápido que o 
normal e aumenta muito 
os batimentos do seu 
coração. Numa escala de 
0 a 10, a percepção de 
esforço é 7 e 8. Você não 
vai conseguir nem 
conversar enquanto se 
movimenta.
Leve Moderada Vigorosa
Fonte: Brasil (2001a).
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
18
REFLEXÃO
A orientação ou o aconselhamento para essas especificidades devem ser toma-
dos em conjunto com um profissional de saúde. Uma atividade mais voltada 
para desenvolvimento de aptidão cardiorrespiratória, outra para melhora de 
mobilidade articular de acordo com o grupo que necessita deste direcionamento.
 ▶ Pode ser feita ao ar livre, em espaços públicos ou comunitários (como gramados, praças, ruas, 
ginásios) e em horários diversos, de acordo com as oportunidades e atividades de vida dos 
usuários. Você poderá consultar sobre os quatro domínios da atividade física, a saber: trabalho 
ou estudo, doméstico, tempo livre e deslocamento, consultando a página 7, do Guia de Ativida-
de Física para a População Brasileira.
Atividade
Física
Comportamento
sedentário
Atividade física de
intensidade leve
Atividade física de
intensidade moderada
Atividade física de
intensidade vigorosa
Tempo
livre
Deslocamento
Trabalho
ou estudo
Tarefas
domésticas
Fonte: adaptado de Benedetti e colaboradores (2021).
Agora que conseguimos ter mais informações sobre o conceito de atividade física, podemos imaginar, 
baseados também nas nossas experiências, alguns exemplos de práticas de atividade física. Já vimos 
alguns: 
 ▶ caminhada, que pode ser leve, moderada ou até mesmo se desdobrando em uma corrida leve 
(leve porque a corrida por si só já é mais intensa que a caminhada, ou seja, já exige um esforço 
a mais); 
 ▶ ginástica, que pode conter exercícios de força muscular, mas também de alongamento e até 
mesmo acrescentando passos de dança; 
 ▶ danças circulares ou outras atividades rítmicas e lúdicas que podem fortalecer os valores cole-
tivos e sentimentos de empatia, solidariedade e pertencimento;
 ▶ Yoga, Lian Gong e outras práticas ligadas à Medicina Tradicional Chinesa;
 ▶ jogos cooperativos e outras atividades adaptadas.
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
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Veja o vídeo chamado “Movimento é vida”, do Relatório Nacional de Desenvolvi-
mento Humano no Brasil, sobre diferentes sentidos e significados da prática de 
atividade física, disponível no link: https://youtu.be/7ASWIO02LWw.
Essas atividades físicas, colocadas como parte da oferta dos serviços na APS, também podem influen-
ciar na qualidade de vida da população desde que também tenham como objetivo compor o cuidado 
integral dos usuários, além dos benefícios mais conhecidos da atividade física (parâmetros físicos de 
saúde, como alteração da pressão arterial, ou redução do peso, por exemplo) (FERREIRA et al., 2015). 
Isso porque a atividade física pode promover:
 ▶ Benefícios que podem ser chamados de “indiretos”, como a criação de espaços para conversar 
sobre outros temas, que podem iniciar processos mais profundos de reflexão sobre a vida e a 
saúde, fomentando futuras mudanças.
 ▶ Novas habilidades motoras.
 ▶ Novos aprendizados, que não são somente corporais, mas que ampliam o repertório sociocul-
tural das pessoas.
 ▶ O uso e a apropriação de espaços públicos como parques, praças e ciclovias, que podem pro-
piciar sentimento de pertencimento ao território e à comunidade.
Espaços de fala, de compartilhamento de experiências diversas (em que o ponto de partida é a ativi-
dade física), podem apoiar a criação de vínculos com o território e a unidade de saúde, melhorando a 
interação entre profissionais e usuários. 
É importante lembrar que as escolhas individuais, no que diz respeito aos hábitos de vida, na verdade, 
estão muito mais ligadas a questões sociais como, por exemplo, os grupos a que pertencem, recursos 
que acessam e repertório sociocultural. Ou seja, “os indivíduos não são independentes dos seus gru-
pos sociais na escolha dos hábitos de vida” (BARATA, 2009, p. 246).
Por isso, é importante ressaltar que não basta só ofertar alguma atividade para os usuários, mas tentar 
entender um conjunto de fatores que se relacionam com as características das pessoas e do território 
que vivem nele (horários, rotinas, sentidos e significados, modos de vida) para poder pensar, em conjun-
to com as equipes, na melhor forma para construir a oferta de atividade física nas unidades de saúde. 
REFLEXÃO
Pense nisso: não adianta ofertar grupo de ciclismo para pessoas que passam o 
dia em um trabalho que necessite esforço físico, como acontece com trabalha-
dores de entrega por aplicativo, que usam bicicleta para realizar as entregas e 
passam o dia pedalando. Talvez não faça sentido para esses trabalhadores ade-
rirem a programas em que fariam mais esforço físico. Para o planejamento das 
ofertas, inclusive as de atividade física, é necessário considerar os aspectos da 
vida da população atendida, bem como os sentidos e significados das práticas.
O conceito de DSS nos lembra que existem problemas de saúde relacionados às condições de vida 
e trabalho das pessoas, e estas condições, por sua vez, estão relacionadas aos resultados em saúde. 
Por exemplo, sabemos que algumas pessoas têm risco de adoecimento maior do que outras devido à 
exposição a condições de maior vulnerabilidade (moradia, trabalho etc.).
https://youtu.be/7ASWIO02LWw
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
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Da mesma maneira, as condições de trabalho podem influenciar na prática de atividade física. Po-
deríamos pensar em outros exemplos em que as condições de vida influenciam os resultados em 
saúde, mas o que é preciso ressaltar aqui, é que, nem sempre, as pessoas podem escolher mudar 
essas condições (pois envolvem condições estruturais coletivas, dadas por políticas públicas – ou a 
falta delas). Em suma, os DSS são os fatores sociais, econômicos, comerciais, culturais, étnicos/raciais, 
psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores 
de risco na população. 
Veja o vídeo do professor Alberto Pellegrini, da Fiocruz, sobre Determinantes 
Sociais da Saúde, disponível em: https://youtu.be/bVmc-gngyVI.
Os Determinantes Comerciais da Saúde (DCS) abrangem fatores como comportamentos e escolhas 
individuais relacionados a consumo e estilo de vida, e questões relacionadas à sociedade global, 
como riscos de consumo, economia política e globalização. Os DCS, gerados pela internacionalização 
do mercado e do capital, pelo crescimento da demanda e pela expansão do alcance das corpora-
ções, têm um impacto no ambiente, nos consumidores e na saúde. Os resultados ou impactos na 
saúde são determinadospela influência dos canais no ambiente onde as pessoas vivem, trabalham 
e circulam, em particular, na disponibilidade e acessibilidade de produtos não saudáveis a preços 
acessíveis, moldando os estilos de vida e as escolhas dos consumidores (KICKBUSH et. al, 2016; 
MCKEE, STUCKLER, 2018).
PARA PENSAR E PLANEJAR
O que você acha sobre esse tema? Faça anotações de pontos a serem lem-
brados durante o planejamento das ações depois de pensar um pouco sobre. 
Você pode saber mais sobre este tópico na Vitrine do Conhecimento sobre a 
Dimensão Comercial dos Determinantes Sociais da Saúde em: https://bvsalud.
org/vitrinas/post_vitrines/5061/.
E é por isso que ações interprofissionais, intrassetoriais e intersetoriais são importantes no conjunto do 
planejamento em saúde, pois outros fatores relativos às condições da vida em sociedade podem influen-
ciar nas decisões dos indivíduos aderirem ou não às ações de promoção da saúde. Não basta somente 
oferecer acesso às atividades físicas, mas pensar em como isso pode compor a produção do cuidado. 
1.2.2 | 	A Promoção da atividade física na agenda da Saúde Pública Global
Alguns países tiveram, em diferentes momentos de suas histórias, agendas próprias de promoção de 
atividade física. Existe um movimento global de Saúde Pública visando uma sinergia na promoção da 
atividade física como estratégia de promoção de saúde. Atualmente, por exemplo, existe o Plano de 
Ação Global sobre Atividade Física, em que a OMS estabeleceu diversas estratégias para reduzir os ní-
veis globais de inatividade física em 15% até 2030, tendo como referência o ano de 2016 (OMS, 2018).
PARA PENSAR E PLANEJAR
No seu território, você acha factível a meta de reduzir em 15% a inatividade 
física? Tome nota dos fatores que você acredita serem essenciais para que essa 
meta seja atingida.
https://youtu.be/bVmc-gngyVI
https://bvsalud.org/vitrinas/post_vitrines/5061/
https://bvsalud.org/vitrinas/post_vitrines/5061/
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
21
A incorporação da atividade física na OMS passou por diversas fases. Confira uma linha do tempo que 
contextualiza essa incorporação até a década de 2010:
Décadas de 1960 e 1970
Década de 1980
Década de 1990
Anos 2000
Década de 2010
Nas décadas de 1960 e 1970, a OMS atuava principalmente na participação e no apoio de 
estudos e projetos relacionados a doenças cardíacas e seus fatores de risco, incluindo 
inatividade física, avaliação da atividade física e aptidão física e reabilitação de pacientes 
com doença coronariana (LANGE et al., 1978). 
Na década de 1980, com a aprovação da Carta de Ottawa, em 1986, a promoção da saúde 
tornou-se um tema relevante na OMS e a importância da atividade física passou a crescer 
gradativamente (OMS, 1986). 
Na década de 1990, com o estabelecimento de um Comitê Interdepartamental sobre Ativi-
dade Física, Esportes e Saúde, a OMS designou diversos centros colaboradores na Austrá-
lia, na Finlândia, na Grã-Bretanha, em Hong Kong, no Japão e nos Estados Unidos. Além 
disso, divulgou declarações conjuntas com outras entidades internacionais de cardiologia 
e medicina esportiva sobre a inatividade física como fator de risco e seu papel para a 
saúde (OMS, 1993; 1994). 
Nos anos 2000, foi desenvolvida e aprovada a Estratégia Global em Alimentação, Atividade 
Física e Saúde e sua implementação começou nos países membros (OMS, 2017a). Em 
2002, o tema do Dia Mundial da Saúde (celebrado no dia 7 de abril) foi a atividade física e 
a OMS lançou em São Paulo o dia 6 de abril como o Dia Mundial da Atividade Física. Nessa 
década também foram produzidos os primeiros documentos de políticas de atividade 
física (SHEPHARD et al., 2002). 
No início da década de 2010, pela primeira vez, a OMS emitiu Recomendações Globais 
sobre Atividade Física para a Saúde (OMS, 2010) e, em 2013, a Assembleia Mundial da 
Saúde, órgão decisório da OMS, aprovou o Plano de Ação Global de DCNTs, sendo o Brasil 
signatário (OMS, 2013). Nesse plano, visando uma redução de 25% da mortalidade prema-
tura por DCNTs até 2025, definiu-se a inatividade física como um dos quatro fatores de 
risco que merecem atenção, com olhar ampliado, para que seus níveis possam ser melho-
rados. Os outros três fatores são: consumo de tabaco, consumo nocivo de álcool e alimen-
tação não saudável. Dentre as ações propostas neste plano estão as seguintes: 
� adoção e implementação de diretrizes nacionais sobre atividade física para a saúde; 
� desenvolvimento de parcerias e engajamento de todos os atores interessados no 
aumento da atividade física em todas as idades; 
� desenvolvimento de medidas políticas para promover a atividade física tanto no 
tempo livre/lazer quanto no deslocamento, trabalho/escola e no ambiente doméstico; 
� criação e preservação de ambientes construídos e naturais que fomentem a 
atividade física; 
� realização de campanhas públicas baseadas em evidências e iniciativas de marke-
ting social para informar e motivar as pessoas sobre os benefícios da atividade física.
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
22
Em 2015, na Assembleia Geral da ONU, composta por 193 Estados-membros, foram definidas metas 
mundiais para um mundo mais sustentável. Essa agenda, conhecida como Agenda 2030, é centrada 
em 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) e, para se ter êxito em atingi-los, é funda-
mental o esforço conjunto entre governos, empresas, instituições e sociedade civil. Em linhas gerais, 
esses 17 objetivos, interconectados, visam erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima 
e garantir paz e prosperidade para todas as pessoas. Veja a seguir cada um dos objetivos pactuados.
ERRADICAÇÃO
DA POBREZA
FOME ZERO E
AGRICULTURA
SUSTENTÁVEL
SAÚDE E
BEM-ESTAR
EDUCAÇÃO DE
QUALIDADE
IGUALDADE
DE GÊNERO
ÁGUA POTÁVEL
E SANEAMENTO
ENERGIA LIMPA
E ACESSÍVEL
INDÚSTRIA, INOVAÇÃO
E INFRAESTRUTURA
REDUÇÃO DAS
DESIGUALDADES
CIDADES E
COMUNIDADES
SUSTENTÁVEIS
CONSUMO E
PRODUÇÃO
RESPONSÁVEIS
AÇÃO CONTRA A
MUDANÇA GLOBAL
DO CLIMA
VIDA NA
ÁGUA
VIDA
TERRESTRE
PAZ, JUSTIÇA
E INSTITUIÇÕES
EFICAZES
PARCERIAS E MEIOS
DE IMPLEMENTAÇÃO
TRABALHO DECENTE
E CRESCIMENTO
ECONÔMICO
Fonte: adaptado de https://www.un.org/sustainabledevelopment/news/communications-material/.
Em 2016, a IX Conferência Global de Promoção da Saúde de Xangai gerou importantes interconexões 
com os ODS reconhecendo a saúde e o bem-estar como fatores essenciais para alcançar o desenvol-
vimento sustentável (OMS, 2017b). Considerando a Agenda 2030 e o compromisso assumido pelos 
líderes mundiais de desenvolver respostas nacionais ambiciosas aos ODS, apresenta-se aqui uma 
excelente oportunidade para reorientar, renovar e combinar esforços coletivos para conectar-se à 
PNPS e promover a atividade física. Isso porque investimentos em promoção da atividade física po-
dem contribuir com os diversos ODS, principalmente em países de baixa e média renda, como o Brasil 
(SALVO et al., 2021). 
PARA PENSAR E PLANEJAR
Antes de continuar, olhe novamente os 17 ODS na figura acima. Reflita como a 
atividade física contribui para que seus objetivos sejam atingidos, e que tipos 
de atividades são necessárias para isso. Anote a sua resposta!
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
23
Provavelmente, o ODS 3 (referente à saúde e bem-estar) deve ter sido o primeiro identificado por 
você, uma vez que esse ODS 3 visa assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas 
as pessoas independentemente da idade, a atividade física pode contribuir diretamente com a redu-
ção da mortalidade prematura por DCNTs por meio da prevenção e do tratamento, da promoção da 
saúde mental e da promoção do bem-estar. 
Especificamente relacionado à atividade física no deslocamento pelo município,por exemplo, a ativi-
dade física pode contribuir para uma redução de mortes e agravos por acidentes de trânsito, proteção 
do risco financeiro – já que deslocar-se ativamente pode ser uma alternativa econômica e saudável 
de ir de um lugar ao outro – e para a redução da poluição do ar. Todos esses benefícios da prática de 
atividade física para a saúde e bem-estar serão tratados detalhadamente um pouco mais à frente em 
nosso curso. 
Mas, e os outros ODS? Neste momento, você deve estar imaginando: Como a atividade física pode 
estar relacionada aos outros tão diversos ODS?. Quem nos explica isso é a própria ONU que, em um 
documento publicado em 2018, chamado “Plano de ação global sobre atividade física 2018–2030: mais 
pessoas ativas para um mundo mais saudável”, detalhou o papel da atividade física para contribuir 
com cada um dos outros 12 ODS dispostos a seguir (OMS, 2018). Abaixo, refletiremos um pouco mais 
sobre essas conexões. Acompanhe. 
FOME ZERO E
AGRICULTURA
SUSTENTÁVEL
FOME ZERO E
AGRICULTURA
SUSTENTÁVEL
ODS 2
Esse objetivo visa, dentre outras coisas, melhorar a nutrição, sendo que tanto 
o sobrepeso quanto a obesidade podem estar relacionados à má-nutrição. A 
atividade física contribui tanto com a manutenção do peso saudável, quanto 
com a redução/perda de peso daqueles com excesso de peso. 
EDUCAÇÃO DE
QUALIDADE
EDUCAÇÃO DE
QUALIDADE
ODS 4
A melhoria da qualidade educacional e a participação dos estudantes que pra-
ticam atividades físicas levam a uma maior capacidade de concentração e me-
lhora da função cognitiva, contribuindo para melhores resultados escolares/
acadêmicos (UNESCO, 2015b). Além disso, a atividade física nas escolas ajuda 
a desenvolver a socialização, as condições físicas, e também, a “educação em 
saúde”, fomentando atitudes e hábitos positivos em saúde, aumentando o 
prazer e o significado da atividade física (OMS, 2017c). Dada sua importân-
cia, o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, lançado em 2021, 
contempla recomendações e benefícios da atividade física no contexto da 
educação física escolar, orientando que sejam realizadas, pelo menos, três 
aulas de 50 minutos por semana de educação física escolar (BRASIL, 2021a).
IGUALDADE
DE GÊNERO
IGUALDADE
DE GÊNERO
ODS 5 
Assim como em boa parte dos países, no Brasil também há uma importan-
te questão de gênero no acesso e na participação da atividade física, com 
homens mais propensos e com mais oportunidades de serem ativos do que 
mulheres (BRASIL, 2021b). Sabendo disso e, pautado no princípio da equida-
de, aumentar o acesso e as condições de manutenção da prática de atividade 
física, principalmente no tempo livre, entre meninas e mulheres contribui 
para reduzir as desigualdades entre os gêneros.
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
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TRABALHO DECENTE
E CRESCIMENTO
ECONÔMICO
TRABALHO DECENTE
E CRESCIMENTO
ECONÔMICO
ODS 8
Ao se promover a atividade física, seja por meio de oferta de aulas/interven-
ções (serviços) ou pela criação de estruturas pode-se estimular a criação de 
novos empregos tanto para os prestadores diretos dos serviços e programas 
como para aqueles envolvidos em serviços de treinamento e desenvolvimen-
to profissional. Além disso, no âmbito da infraestrutura, como por exemplo 
a criação de calçadões para caminhada e/ou ciclovias/ciclofaixas, também é 
possível oferecer oportunidades de emprego e desenvolvimento econômico. 
Por fim, grandes eventos esportivos podem promover o turismo, fortalecendo 
as economias locais, aumentando o emprego e contribuindo para o cresci-
mento econômico. 
INDÚSTRIA, INOVAÇÃO
E INFRAESTRUTURA
INDÚSTRIA, INOVAÇÃO
E INFRAESTRUTURA
ODS 9
A criação de infraestrutura para caminhada e para o uso de bicicleta, além 
de contribuir para o desenvolvimento econômico, tem sido considerada uma 
alternativa fundamental para o engajamento tanto em atividades físicas 
como no deslocamento. Nesse sentido, além de contribuir para o transporte 
sustentável, essas estruturas são importantes para a atividade física e para o 
bem-estar humano, incluindo a saúde física e mental. Por fim, é importante 
considerar que esses tipos de estruturas, além de sustentáveis, são resilien-
tes, equitativas e acessíveis.
REDUÇÃO DAS
DESIGUALDADES
REDUÇÃO DAS
DESIGUALDADES
ODS 10
Geralmente, a atividade física e os esportes estão associados a valores como 
justiça, inclusão e empoderamento, que podem encorajar maior contribuição 
para os domínios social, econômico e político. Assim, a atividade física leva à 
reflexões importantes para fomentar sociedades inclusivas.
CIDADES E
COMUNIDADES
SUSTENTÁVEIS
CIDADES E
COMUNIDADES
SUSTENTÁVEIS
ODS 11
Ao considerarmos que a caminhada e a bicicleta são meios de transporte sus-
tentáveis e que podem ser financeiramente acessíveis, especialmente para 
aqueles em situações vulneráveis, a melhoria da infraestrutura para caminha-
da e uso da bicicleta, além de contribuir para a prática de atividade física, 
também pode melhorar a segurança viária para todos os usuários (PUCHER 
et al., 2003). Além disso, não basta só ampliar a extensão dessas estruturas 
nos municípios para aumentar a conectividade entre os bairros, também é 
necessário melhorar a qualidade, a segurança e a sinalização (OPAS, 2020).
Outro aspecto a ser considerado é que a infraestrutura para a atividade 
física como deslocamento não se restringe apenas a calçadões e ciclovias/
ciclofaixas. Ao melhorar o sistema de transporte público, como, por exemplo, 
estações de metrô, trem e terminais de ônibus e veículos sobre trilhos (VLT) 
também se contribui para o aumento da caminhada e do ciclismo, dada a 
necessidade de deslocamento da origem até o acesso ao transporte público 
e do transporte público até o destino final (OMS, 2016). Outras melhorias que 
favoreçam a interação entre o uso da bicicleta e os sistemas de transporte
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
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em massa, como, por exemplo, bicicletários nas estações ou a possibilidade 
de transporte da bicicleta no metrô, poderiam tornar o uso da bicicleta mais 
atrativo. Além do aumento da atividade física, o deslocamento ativo e o trans-
porte público levam à redução do uso do automóvel e, portanto, à menor 
emissão de gases poluentes, reduzindo assim o impacto ambiental.
CONSUMO E
PRODUÇÃO
RESPONSÁVEIS
CONSUMO E
PRODUÇÃO
RESPONSÁVEIS
ODS 12 
Aumentar as oportunidades da caminhada e do uso da bicicleta como meio 
de deslocamento contribui para a sustentabilidade e a preservação da natu-
reza por meio da redução do uso de veículos motores e maior conscientização 
sobre o impacto ambiental dos indivíduos. Além disso, o engajamento em 
atividades físicas na natureza, seja em áreas verdes como parques e praças, 
ou áreas azuis, como próximo a rios, lagos ou oceano, e a exposição à nature-
za podem favorecer a valorização desses espaços e o incentivo às atividades 
turísticas, promovendo maior procura de espaços semelhantes e preservação 
dos espaços existentes (WARD; PARKER; SHACKLETON, 2009). Favorecer a 
criação e ampliação de áreas verdes nos municípios também é uma forma de 
melhorar a qualidade do ar e de oportunizar práticas de atividade física ao ar 
livre com segurança e qualidade de infraestrutura nesses espaços públicos.
AÇÃO CONTRA A
MUDANÇA GLOBAL
DO CLIMA
AÇÃO CONTRA A
MUDANÇA GLOBAL
DO CLIMA
ODS 13
Uma política adequada quanto ao uso do solo, como, por exemplo, zonea-
mentos que contemplem tanto áreas residenciais como comerciais, e inter-
venções fiscais, ambientais e educacionais que apoiem os deslocamentos 
ativos contribuem para reduzir o uso do automóvel para transporte (SUS-
TAINABLE MOBILITY FOR ALL, 2017). Por meio da redução da demanda por 
combustíveis fósseis e suas consequências para o clima global, a atividade 
física como forma de deslocamento ajuda a mitigar as mudanças climáticas.A Agenda Convergente Mobilidade Sustentável e Saúde, liderada pela OPAS, 
reúne uma série de evidências, reflexões e propostas de ações para facilitar 
a compreensão e orientar os gestores públicos municipais em questões rela-
tivas à mobilidade urbana. Nesse documento, é reforçada a necessidade de 
um adensamento da cidade e uma cidade polinucleada, estimulando novas 
centralidades econômicas na malha urbana (OPAS, 2020).
VIDA
TERRESTRE
VIDA
TERRESTRE
ODS 15
A atividade física em ambientes naturais contribui para seu uso sustentável e 
para a valorização, conservação e restauração da natureza. A valorização e a 
“apropriação” desses espaços pela comunidade aumentam a demanda pela 
preservação do mesmo, contribuindo para garantir a biodiversidade e ajudar 
a proteger/prevenir a extinção de espécies ameaçadas. 
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
26
PAZ, JUSTIÇA
E INSTITUIÇÕES
EFICAZES
PAZ, JUSTIÇA
E INSTITUIÇÕES
EFICAZES
ODS 16
A atividade física e os esportes, especialmente os coletivos, em geral são as-
sociados a valores positivos como inclusão e cooperação, unindo pessoas de 
diferentes idades, sexo, status socioeconômico e crenças políticas. Um maior 
senso de comunidade por meio da atividade física pode ajudar a reduzir a 
violência e os conflitos.
PARCERIAS E MEIOS
DE IMPLEMENTAÇÃO
PARCERIAS E MEIOS
DE IMPLEMENTAÇÃO
ODS 17
Ao propor ações nacionais de promoção de atividade física, como, por exem-
plo, o Programa Academia da Saúde (PAS) e o Incentivo Financeiro de Ativi-
dade Física (IAF) na APS, faz-se necessário o fortalecimento de parcerias de 
todas as partes interessadas, incluindo o governo federal, estadual, distrital 
e principalmente municipal, bem como a própria sociedade civil. Além disso, 
ações intersetoriais podem ser fortalecidas, como, por exemplo, os setores de 
saúde e educação, no Programa Saúde na Escola (PSE).
Todas essas conexões mostram o quanto a compreensão da saúde de forma ampliada não fica res-
trita apenas ao ODS 3, sendo necessários diferentes cenários propositivos. Assumir a importância da 
atividade física como parte da produção do cuidado em saúde contribui na busca por outros atores 
e objetiva a interlocução e a troca de saberes, por meio da articulação de redes interdisciplinares e 
multiprofissionais, estimulando a produção e o planejamento de intervenções promotoras de saúde.
REFLEXÃO
Dado esse breve histórico sobre a promoção da atividade física na agenda da 
saúde pública global, como você observa o papel da atividade física nas publi-
cações da OMS? Você consegue observar a transição de um interesse leve e 
temporário, nas décadas de 1960 e 1970, para um protagonismo importante 
nas estratégias e ações globais? Ficou claro para você a consolidação da ativida-
de física como parte importante para o desenvolvimento sustentável no debate 
internacional? Por fim, e não menos importante: como esse movimento global 
impactou a agenda nacional da atividade física?
1.2.3 | 	A importância da promoção da atividade física na agenda do SUS
Muito embora tenhamos discutido um pouco no item anterior sobre o histórico da promoção da ativi-
dade física na agenda da saúde pública global, é fundamental explorar e entender o papel da atividade 
física especialmente no contexto da saúde pública brasileira, principalmente na agenda do SUS. 
Após a implementação do SUS, em 1990, teve início o processo de busca pelo rompimento de um 
importante paradigma na saúde brasileira, focado principalmente na doença e no tratamento dos 
seus agravos. No novo sistema, regido pelos princípios da universalidade, equidade e integralidade, 
a APS passou a ganhar maior espaço. Nesse sentido, passou a ser mais valorizado o cuidado integral 
com as pessoas, por meio das reflexões e ações acerca da promoção da saúde, em vez de apenas 
tratar doenças ou condições específicas. 
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
27
Realizado por meio de uma assistência abrangente, acessível e baseada na comunidade, o SUS passou 
a contemplar um amplo espectro de serviços que vão desde ações de promoção da saúde no territó-
rio, a partir do entendimento dos DSS, até a prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, controle 
de doenças e cuidados paliativos. O Sistema busca atuar, inclusive, em outros determinantes, como 
os econômicos, os culturais e os ambientais, que normalmente vão além do próprio setor da saúde e 
requerem articulações intrassetoriais, intersetoriais e multiprofissionais.
Para entendermos mais sobre a importância da promoção da atividade física na agenda do SUS, dis-
cutiremos políticas e programas do Ministério da Saúde (MS) de 2006 a 2022, conforme a linha do 
tempo a seguir. 
Revisão da Política Nacional 
de Promoção da Saúde
2006
2007
2008
2013
2016
Atividade Física na agenda do SUS
• Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
• Política Nacional de Atenção Básica
• Política Nacional de Promoção da Saúde
• Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças 
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel)
Programa Saúde na Escola
Núcleo Ampliado de
Saúde da Família
2011
• Programa Academia da Saúde
• Revisão da Política Nacional 
de Atenção Básica
Revisão do Programa
Academia da Saúde
2014
2015
Lançamento do Caderno 
de Práticas Corporais, 
Atividade Física e Lazer do 
Programa Saúde na Escola
Revisão do Programa Academia da Saúde
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
28
No ano de 2006 foram instituídos e publicados importantes marcos normativos para a promoção de 
saúde e da atividade física na agenda do SUS, como a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a 
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPICS) e a Política Nacional de Promo-
ção da Saúde (PNPS). 
Em 2006, a PNPICS incluiu as Práticas Corporais e Atividades Físicas na Tabela de Serviços/Classifica-
ções do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – SCNES/SUS. Naquele contexto, 
a implantação de práticas corporais abertas à população em sua rede de Unidades de Saúde buscava 
formas diferenciadas de produzir saúde, compor relações sociais e promover possibilidades para 
• Incentivo federal de custeio para 
implementação de ações de atividade 
física no âmbito da APS nos municípios e 
no Distrito Federal
• Plano estratégico de difusão, 
disseminação e implementação do guia 
de atividade física para a população 
brasileira: documento orientativo às 
instituições de ensino superior
• Plano estratégico de difusão, 
disseminação e implementação do guia 
de atividade física para a população 
brasileira: documento orientativo para 
Ministérios do Governo Federal
• Plano estratégico de difusão, 
disseminação e implementação do guia 
de atividade física para a população 
brasileira: documento orientativo às 
Secretarias de Estado de Saúde
2022
‡ Revisão da Política Nacional 
de Atenção Básica
‡ Consolidação
das Portarias do
Ministério da Saúde
‡ Revisão do
Programa Saúde
na Escola
2017
• Lançamento do
Guia de Atividade
Física para a
População Brasileira
• Lançamento das Recomendações para 
o Desenvolvimento de Práticas Exitosas 
de Atividade Física na APS do SUS
• Lançamento do Guia de Atividade Física 
para a População Brasileira: 
recomendações para gestores e 
profissionais de saúde
• Plano de ações estratégicas para o 
enfrentamento das doenças crônicas e 
agravos não transmissíveis no Brasil 
2021-2030
2021
• Políticas Públicas de Atividade Física Análise 
de Documentos Governamentais em Âmbito 
Mundial
• Recomendações para Operacionalização da 
Política Nacional de Promoção da Saúde na 
Atenção Primária à Saúde
• Caderno temático e Guia de Bolso do PSE: 
promoção da atividade física
• Proteja – Estratégia Nacional para Prevençãoe Atenção à Obesidade infantil: orientações 
técnicas
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
29
melhorar a qualidade de vida da população (MORETTI et al., 2009). A inserção formal do profissional 
de educação física, a partir de recursos federais, no âmbito do SUS, ocorreu somente em 2008, com a 
criação dos Núcleos Ampliados de Saúde da Família (NASF). Mas é importante lembrar, também, que 
mesmo anteriormente a atividade física já tinha um papel importante na APS, sendo oferecida pelos 
profissionais de saúde. 
Visando o fortalecimento da promoção da saúde no SUS, foi organizada a vigilância de fatores de risco 
e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico, a Vigitel, o que possibilitou o monitoramen-
to de indicadores da prática de atividade física por meio de inquéritos populacionais. Adicionalmente, 
foram financiados projetos de atividade física em cerca de 1.500 municípios entre 2005 e 2010 (MALTA 
et al., 2014). 
Abordaremos a seguir a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB); passando pela Política Nacional de 
Promoção da Saúde (PNPS); Programa Saúde na Escola (PSE); Política Nacional de Práticas Integrativas 
e Complementares (PNPICS);a equipes multiprofissionais; Programa Academia da Saúde (PAS); Centro 
de Atenção Psicossocial (CAPS); culminando no incentivo federal de custeio para implementação de 
ações de atividade física no âmbito da APS nos municípios e no Distrito Federal (IAF).
A PNAB, publicada em 2006 e revisada em 2011 e 2017, 
busca fortalecer a APS fomentando a ampliação da cober-
tura, provendo cuidados integrais e promovendo saúde. A 
revisão de 2011 foi particularmente importante, pois possi-
bilitou a ampliação das ações intersetoriais e de promoção 
de saúde, inclusive a partir de programas como o PAS e o 
PSE, que abordaremos em breve. No SUS, a política de pro-
moção da saúde é vista como uma articulação transversal, 
que considera os fatores que colocam a saúde da popu-
lação em risco e as diferentes necessidades, territórios e 
culturas, articulando mecanismos que reduzam situações 
de vulnerabilidades, promovam equidade e fomentem a 
participação e o controle social.
É importante destacar a Portaria Interministerial nº 1.010, de 8 de maio de 2006, que se refere à 
diretrizes para a promoção da alimentação saudável nas escolas de educação infantil, fundamental e 
nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional, e a Portaria Interministerial nº 1.055, 
de 25 de abril de 2017, que estabelece critérios para adesão ao PSE. Ambas estabelecem como uma 
das ações a promoção das práticas corporais, da atividade física e do lazer nas escolas.
A PNPS, em 2006, já destacava a educação em saúde com ênfase na promoção da atividade física 
e das práticas corporais na promoção de hábitos saudáveis de vida. Em 2014, com a revisão dessa 
política, destacou-se as práticas corporais e as atividades físicas como um dos oito temas prioritários 
(BRASIL, 2018). 
Nesse sentido, um dos eixos de implementação da Política Nacional de Promoção de 
Saúde (PNPS) é promover ações, aconselhamento e divulgação de práticas corporais 
e atividades físicas, incentivando a melhoria das condições dos espaços públicos, 
considerando a cultura local e incorporando brincadeiras, jogos, danças populares, 
entre outras práticas. 
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
30
Dado esse contexto de articulação política e a agenda nacional de enfrentamento das DCNTs, tendo 
a PNPS como norteadora, em 2011 foi criado o Programa Academia da Saúde (PAS). Esse programa, 
depois de pouco mais de uma década de existência, pode ser considerado um dos maiores progra-
mas de promoção de saúde já implementados no Brasil. Embora tenha sido instituído em 2011, foi 
baseado em experiências exitosas e promissoras, como o Serviço de Orientação ao Exercício (SOE) 
da Prefeitura de Vitória (ES) e o Programa Academia da Cidade nos municípios de Recife (PE), Curitiba 
(PR), Aracaju (SE) e Belo Horizonte (MG) (MALTA; MIELKE; PEREIRA DA COSTA, 2020). Essas experiências 
locais tinham como ponto comum a atividade física e outras ações de promoção da saúde, além da 
presença de profissionais de educação física e nutricionistas, dentre outros, com o uso de espaços 
públicos e custeio pelo poder público. 
Com estrutura e quadro de profissionais diferentes das estruturas tradicionais dos serviços de saúde, o 
Programa Academia da Saúde passou a ser um ponto de atenção na rede de serviços, configurando-se 
como uma nova porta de entrada na APS, promovendo possibilidades de encontros e aproximações 
com os usuários, contribuindo para a promoção da saúde e de modos de vida saudáveis. 
A estrutura, também chamada de polo e financiada com recurso federal e das gestões locais, é com-
posta de áreas cobertas e descobertas, com equipamentos para a prática de atividade física, e pode ter 
três configurações diferentes, indo da modalidade básica a uma mais ampliada. Além da possibilidade 
de construir polos com recurso federal, o programa incorpora também iniciativas municipais/distrital 
que foram consideradas similares à proposta, que podem receber o recurso de custeio do Ministério 
da Saúde, adequando-se às suas normativas. 
Além da estrutura em si, outro fator essencial para o sucesso do Programa são os 13 tipos de profis-
sionais qualificados, que desenvolvem atividades culturalmente inseridas e adaptadas ao território, 
contemplando os eixos descritos a seguir. 
Práticas corporais e Atividades físicas.
Produção do cuidado e de modos de vida saudáveis.
Promoção da alimentação saudável.
Práticas integrativas e complementares.
Os 13 profissionais que podem atuar no PAS são os seguintes: profissional de educação física 
na saúde; fisioterapeuta geral; assistente social; terapeuta ocupacional; fonoaudiólogo geral; 
nutricionista; psicólogo; sanitarista; educador social; musicoterapeuta; arteterapeuta; artistas 
de dança; dançarinos tradicionais populares.
1
2
3
4
5
6
7
8
Eixos do Programa Academia da Saúde
Práticas artísticas e culturais.
Educação em saúde.
Planejamento e gestão.
Mobilização da comunidade.
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
31
Note que as ações do PAS se baseiam em uma visão ampliada, em que a oferta da atividade física está 
interligada à cultura local, em conformidade com as necessidades do território. 
Em um relatório de 2019, observou-se que as ações de promoção da atividade física mais frequentes 
foram alongamento (76%), ginástica aeróbica (62%) e treinamento funcional (59%) (BRASIL, 2022a). Al-
guns estudos recentes mostram resultados promissores do impacto da criação do PAS na diminuição 
de internações por acidente vascular cerebral (AVC), gastos com internações hospitalares por doenças 
cerebrovasculares e redução na taxa de mortalidade por hipertensão e por câncer de cólon (LIMA et 
al., 2020; RODRIGUES, 2021; RODRIGUES et al., 2021; SILVA, 2021). 
Seu município tem polo do PAS? Clique aqui, no link https://aps.saude.gov.br/ape/
academia, e saiba mais como implantar um polo do PAS no seu município. 
SAIBA MAIS
Ainda, com o fortalecimento da pauta da promoção da atividade física, o PSE, instituído em 2007 
e atualizado em 2017, tem como objetivo ações de promoção, prevenção e atenção à saúde para 
os estudantes da rede pública da educação básica. Surgiu como uma política intersetorial entre o 
Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, no âmbito das escolas e Unidades Básicas de Saúde 
(UBS), realizada pelas Equipes de Saúde e Educação de forma integrada. Assim, a escola se torna um 
lócus privilegiado de promoção da saúde, em seu sentido amplo de produção de saúde. Visando o 
pleno desenvolvimento desses estudantes, esse programa prevê 13 ações, confira.
Ações do ProgramaSaúde na Escola
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Ação inserida no programa 
a partir da publicação da 
Portaria nº 1.857, de 28 de 
julho de 2020. 
Verificação da situação vacinal
Alimentação saudável e prevenção da obesidade infantil
Promoção e avaliação de saúde bucal e aplicação tópica de flúor
Saúde ocular e identificação de possíveis sinais de alteração
Combate ao mosquito Aedes aegypti
Saúde auditiva e identificação de possíveis sinais de alteração
Prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas
Identificação de sinais de agravos de doenças em eliminação
Prevenção de violências e acidentes
Práticas corporais, atividade física e lazer nas escolas
Promoção da cultura de paz, cidadania e direitos humanos
Direito sexual e reprodutivo e prevenção de DST/Aids
Prevenção à Covid-19 nas escolas
Um trabalho, com dados de 2014 a 2020, registrou um crescente número de ações de práticas cor-
porais e atividade física no contexto do PSE. Os autores reforçaram ainda que, no ciclo 2019-2020, o 
PSE atingiu em torno de 95% dos municípios brasileiros e foi considerado um importante meio para o 
fortalecimento das articulações entre os setores da educação e saúde (MANTA, 2022). 
https://aps.saude.gov.br/ape/academia
https://aps.saude.gov.br/ape/academia
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
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Contudo, os resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), de 2019, apontam que 
apenas 28,1% dos estudantes brasileiros eram fisicamente ativos (realizaram 300 minutos ou mais 
de atividades físicas na semana anterior à pesquisa), sendo 38,6% dos meninos e 18,8% das meninas 
(IBGE, 2019). 
Nesse sentido, além de aumentar o número de estudantes fisicamente ativos, por meio de práticas 
desportivas, lúdicas e jogos, as ações no contexto do PSE devem contribuir com a promoção da saúde 
e da educação dos estudantes, em um caráter coletivo, porém potencializando a construção de apren-
dizagens sobre si mesmo (FRAGA; WACHS, 2007). Ademais, esse tipo de ação na escola pode estimular 
os alunos a conhecer e refletir sobre as possibilidades de prática de atividade física, a partir de uma 
perspectiva histórica e cultural e uma ampliação do saber-fazer na educação (VIANA; MAIA; MORGAN, 
2017). Também, há evidências de que a atividade física regular contribui e melhora as habilidades 
cognitivas, em função da regulação hormonal e de neurotransmissores (SCHMOLESKY, 2013). 
O Guia de Atividade Física para a População Brasileira elenca também uma série de outros benefícios 
para a saúde física, motora, psicológica e social dos estudantes. Além disso, ressalta a importância de 
uma educação física escolar de qualidade que deve ser preferencialmente ministrada por um professor 
de educação física, em pelo menos três aulas semanais de 50 minutos cada, incluindo conteúdos que 
possibilitem experiências positivas e abordagens inovadoras ao longo de todos os anos da educação 
básica, incluindo a educação infantil. 
Para saber como ter o Programa Saúde na Escola no seu município, acesse: 
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/pse
SAIBA MAIS
É importante destacar também o papel das equipes multiprofissionais em ações, programas e polí-
ticas para a promoção da atividade física no SUS. Vimos anteriormente a relação entre os diversos 
determinantes de saúde presentes também nos 17 ODS e a promoção da atividade física – lembra de 
quantos ODS a atividade física pode colaborar? Dos 17 ODS, a atividade física pode colaborar em 13 
deles, o que demanda o envolvimento de todos os profissionais do setor saúde e de outros setores.
Nesse sentido, o Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), criado em 2008 e redefinido como 
equipe multidisciplinar em 2020, contribuiu de forma significativa para o desafio da integração de 
diferentes saberes e produção do cuidado compartilhado. Suas ações e diretrizes consideraram uma 
abordagem da determinação social do processo saúde-doença. A equipe do NASF poderia ser com-
posta por:
 ▶ profissionais de educação 
física na saúde,
 ▶ médico acupunturista,
 ▶ assistente social,
 ▶ farmacêutico,
 ▶ fisioterapeuta,
 ▶ fonoaudiólogo,
 ▶ médico ginecologista,
 ▶ médico homeopata,
 ▶ nutricionista,
 ▶ médico pediatra,
 ▶ psicólogo,
 ▶ médico psiquiatra e
 ▶ terapeuta ocupacional.
Posteriormente, outros profissionais foram incluídos como médico veterinário, médico do trabalho, 
profissional de arte/educação, entre outros (BRASIL, 2014; 2017). 
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/pse
PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E SUA INSERÇÃO NOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E DE GESTÃO DO SUS UN1
33
Assim como os demais profissionais de saúde envolvi-
dos no cuidado dos usuários, o profissional de educa-
ção física atuava a partir de saberes relacionados ao 
campo - saberes compartilhados, em torno de um 
mesmo objetivo de trabalho da equipe - bem como à 
atuação a partir de saberes e domínios técnicos especí-
ficos de cada profissional (OLIVEIRA, 2010). Em relação a 
isso, no âmbito da atividade física, o papel do profissio-
nal de educação física era de coordenar, planejar, reali-
zar treinamentos especializados, e, como saber de 
núcleo, participar de equipes multidisciplinares e inter-
disciplinares, constituindo planos de cuidado com a 
equipe multiprofissional, inserindo as ações de ativida-
de física e práticas corporais, entre outros.
Histórico da atuação do profissional de educação física em equipes multiprofissionais
Após a revisão da PNAB, em 2017, e a implementação do Programa Previne Brasil, em 2019, os profis-
sionais dos NASF foram direcionados à Rede de Atenção à Saúde (RAS) e seus serviços, incluindo a APS, 
a exemplo do CAPS, do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), dos ambulatórios 
especializados, entre outras redes. Os CAPS, por exemplo, voltados aos atendimentos de pessoas com 
algum grau de sofrimento psíquico ou transtorno mental, passaram a ser beneficiados pela oferta 
de atividade física (BRASIL, 2012). O tratamento de reabilitação para usuários de substância psicoa-
tiva, como uso de álcool, crack e outras substâncias, quando aliado com a atividade física, apresenta 
benefícios, como controle de ansiedade, depressão, além de promover a socialização, cooperação e 
auxiliar na redução de danos (ORBON; MERCADO; BALILA, 2015; RAVINDRAN; SILVA, 2013). 
Nesse sentido, existem várias formas pelas quais o profissional de educação física pode atuar, por 
meio de programas com esportes, danças, lutas, alongamentos, jogos e brincadeiras, dentre outros. 
Ainda, por meio do aconselhamento para a prática de atividade física e que pode ser feito por qual-
quer profissional de saúde, partindo dos modos de vida de cada pessoa e seu contexto de vida.
Com a descontinuação dos credenciamentos de Núcleos Ampliados de Saúde da Família (NASF), em 
janeiro de 2020, cada município passou a ter autonomia para elaborar a equipe conforme suas neces-
sidades locais, e o novo modelo de financiamento da APS passou a ter como métrica o resultado dos 
indicadores em saúde, mudanças que demandam novos desafios à gestão (BRASIL, 2022b). 
Assim, de modo a aumentar a oferta de ações de atividade física pelos estabelecimentos de saúde 
da APS, foi publicada a Portaria GM/MS nº 1.105, de 15 de maio de 2022, quando o Ministério da 
Saúde instituiu o IAF. Essa iniciativa, cujo objetivo é fomentar e estimular a prática de atividade física, 
financia, além da contratação de profissionais de educação física na saúde, a readequação de espaços 
para a prática de atividade física e a compra de materiais para a qualificação da oferta de ações de 
atividade física. Em 2022 foram credenciados 8.230 estabelecimentos de saúde da APS, do SUS, em 
4.128 municípios e no Distrito Federal, por meio da Portaria GM/MS nº 2.103, de 30 de junho de 2022. 
Vale destacar que o IAF não substitui o PAS, que continua sendo financiado e incentivado

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