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Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado

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Aplicabilidade do paisagismo no 
espaço público e privado
Apresentação
A divisão entre os espaços públicos e privados é comumente vista nas cidades. Muros, grades e 
outros exemplos de barreiras são utilizados com o intuito de delimitar as áreas destinadas ao uso 
público. O paisagismo é um recurso usado para fazer a integração dos espaços ou a transição entre 
eles, sem a necessidade de barreiras físicas edificadas, como as citadas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai verificar formas de aplicar o paisagismo para a criação 
de espaços limitadores, transitórios ou integradores. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer como o paisagismo pode interferir nos espaços público e privado.•
Identificar as formas de projetar espaços que promovam a qualidade de vida dos usuários com 
o uso de vegetações.
•
Desenvolver habilidades projetuais arquitetônicas paisagísticas.•
Infográfico
O paisagismo pode unir, separar ou fazer a função de transição entre os espaços públicos e 
privados. Essa delimitação de espaços pode ser feita tanto com o uso das vegetações como de 
pisos, grades, piscinas, espelhos d'água, entre outros. Veja, no infográfico a seguir, alguns exemplos 
dessas aplicações projetuais paisagísticas.
Conteúdo do livro
O paisagismo é uma atividade que busca projetar espaços abertos, sejam eles públicos ou privados, 
incorporando a eles as vegetações adequadas, equilibrando áreas de sol e de sombra, propondo 
caminhos e mobiliários. Esse projetos, quando bem pensandos e fundamentados, potencializam as 
áreas livres das cidades, dando a elas mais qualidade, o que acabam melhorando também a 
paisagem urbana e o conforto ambiental de porções das cidades.
No Capítulo Aplicabilidade do Paiagismo no Espaço Público e Privado você vai poder entender o 
quanto o paisagismo pode influenciar os espaços verdes das cidades. Você também vai entender 
aluns principios norteadores de um projeto de paisagismo, compreendendo também os cuidados 
que o profissional paisagista deve ter ao pensar em uma proposta para uma área livre de 
edificações.
PAISAGISMO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Reconhecer como o paisagismo pode interferir nos espaços público e privado.
 > Identificar as formas de projetar espaços que promovam a qualidade de 
vida dos usuários com o uso de vegetações.
 > Desenvolver habilidades projetuais arquitetônicas paisagísticas. 
Introdução
Os espaços livres nas cidades, ou seja, aqueles sem edificações, são áreas impor-
tantes para a população, pois permitem um respiro e possibilitam a entrada de 
luz natural e ventos, servindo como válvulas de escape em meio à infraestrutura 
urbana. Essas áreas já trazem alguns benefícios apenas por existirem, mas, ao 
serem pensadas por meio de um paisagismo adequado, conseguem desenvolver 
seus respectivos potenciais dentro dos espaços das cidades. Espaços públicos 
ou privados abertos, com vegetações adequadas, caminhos, sombras, aromas e 
demais elementos, locados por meio de um projeto paisagístico, são capazes de 
trazer grandes benefícios, tanto relacionados à qualidade da paisagem quanto 
ao conforto ambiental, além de cumprirem uma função social. 
Aplicabilidade do 
paisagismo no 
espaço público 
e privado
Vanessa Guerini Scopel
Neste capítulo, você vai entender a importância da aplicabilidade do paisagismo 
em espaços públicos e privados, vendo de que maneira essas propostas devem ser 
pensadas e quais habilidades e competências o profissional da área deve desen-
volver para ser capaz de criar soluções paisagísticas adequadas a cada contexto. 
Paisagismo nos espaços públicos e privados
As cidades são áreas urbanizadas que contêm serviços e infraestrutura. São 
compostas, entre outros elementos, pelos espaços, ou seja, pelas áreas 
públicas ou privadas, livres ou edificadas, onde a vida social acontece. In-
dependentemente do caráter desses espaços, todos eles são responsáveis 
por formar a paisagem urbana, podendo ela ser mais ou menos adequada, 
conforme a maneira com que cada uma dessas áreas é trabalhada. 
Assim, Fenianos e Jung (1996) destacam que a paisagem vai sendo modifi-
cada conforme as necessidades das pessoas e, na medida em que é pensada 
além da estética e da função, consegue inspirar sentimentos e emoções. Marx 
e Tabacow (2004, p. 34) complementam que:
O conceito de paisagem às vezes é distorcido, entendido como um conjunto de 
elementos naturais, moldando uma vista, geralmente distante e nada mais do 
que isso, porém paisagem é o domínio do visível, onde o espectador é conduzido 
através de elementos diversos, de forma a se sentir dentro de um todo, onde a 
riqueza de detalhes se apresenta como numa música, em tempo e em espaço. Ela 
é formada não só por volumes, mas também por cores, odores, movimentos e sons. 
Tendo em vista a importância da paisagem, sendo ela indissociável da 
vida humana, a atividade do paisagismo se insere como agente qualificador 
desses lugares. De acordo com Waterman (2011), a paisagem, mesmo pare-
cendo natural, é um elemento construído, e o paisagismo tem com a função 
de, por meio da abrangência de estudos em diversos aspectos, interligar as 
características humanas e geográficas, buscando um equilíbrio estético entre 
os vários componentes da paisagem. 
Macedo (1999) complementa que o paisagismo pode ser aplicado a diversas 
escalas, em espaços de diferentes caraterísticas. Assim, o uso de vegetação 
em áreas públicas e privadas, por meio de propostas pensadas e adequa-
das a cada realidade, além de conferirem identidade ao local, utilizam-se 
dos condicionantes e exploram as formas, cores e texturas, qualificando as 
paisagens e influenciando a percepção das cidades. 
Nesse sentido, o paisagismo também tem busca valorizar os espaços 
abertos (Figura 1), a fim de que sejam percebidos em todo seu potencial, 
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado2
beneficiando a vida e as atividades. Muito mais do que humanizar certas 
áreas ao acrescentar-lhes diferentes espécies vegetais, o paisagismo é capaz 
de potencializá-las e conferir a elas novos usos, além de torná-las locais de 
contemplação e valorização da natureza. 
Figura 1. Exemplos de valorização do espaço através de projetos paisagísticos.
Fonte: Waterman (2011, p. 175).
De acordo com Gatto, Paiva e Gonçalves (2002), o arquiteto paisagista 
consegue, por meio de seus projetos, não somente criar propostas para novas 
áreas, mas também requalificar e recuperar áreas abandonadas ou que não 
recebem manutenção, além de conservar os espaços existentes. Esse processo 
é fundamentado em estudos, análises e aplicação de princípios para tornar 
os espaços dinâmicos e atrativos, podendo, com isso, influenciar até mesmo 
o humor e as emoções das pessoas. 
Leenhardt (2006, p. 17), complementa que a missão social de um paisagista 
também tem um aspecto pedagógico, “de fazer, compreender e amar o que 
a natureza representa, procurando conservá-la, pois é dela que depende 
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado 3
a sobrevivência dos seres vivos, tendo o máximo de consideração com o 
destinatário de suas criações”. Portanto, o projeto paisagístico é capaz de 
interferir na qualidade da paisagem e trazer diversos benefícios para as 
pessoas que têm contato ou usufruem desses espaços.
Nesta abordagem, o paisagismo serve como uma ferramenta de auxílio para recriar 
espaços vivos e ter de volta áreas verdes em nossa convivência. A natureza fornece 
vida, é fundamental a sua preservação. Sem as plantas essa vida não existiria e a 
jardinagem fornece a chance de transformar positivamente, melhorando as con-
dições ambientais locais, reflorestando áreas, agindo em uma área considerada 
inadequada e as transformando em um jardim maravilhoso (TUPIASSÚ, 2008, p. 16).
Grandes ou pequenos, os espaços abertos naturais em meio ao construído, 
além de possibilitarem uma melhora da qualidade urbana, também servem 
como áreas de recreaçãoe lazer, sendo considerados, conforme Waterman 
(2011, p. 178), como “microcosmos da paisagem maior”. Tais áreas podem estar 
presentes nos locais públicos das cidades, ou seja, em espaços que qualquer 
pessoa está livre para utilizar, ou podem estar associados a edificações, 
dentro de um lote delimitado (Figura 2), ou seja, em espaços privados. Em 
ambos os casos, esses locais permitem que as pessoas estejam em contato 
com a natureza e possam praticar atividades ao ar livre.
Figura 2. Exemplo de jardim privado.
Fonte: Waterman (2011, p. 27).
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado4
Esses espaços podem se conformar de variadas maneiras, na forma de 
praças, parques, canteiros entre ruas e até mesmo na forma de jardins entre o 
espaço público e as edificações. De acordo com Tuan (2013), são esses locais, 
juntamente com a arquitetura e os demais elementos do espaço urbano, que 
formam a paisagem da cidade. 
Tuan (2013) destaca que é preciso diferenciar o termo “espaço” de “lugar”. 
Segundo o autor, qualquer parte de uma cidade pode ser considerada um 
espaço, mas esse espaço só adquire sentido de lugar se estiver dotado de 
significado. Assim, o paisagismo, por meio de suas técnicas de composição, 
consegue transformar esses espaços em lugares, conferindo a eles identidade, 
conceito, conforto e qualidade. 
Desse modo, o paisagismo é capaz de qualificar tanto os espaços exte-
riores — entendidos, conforme Ashihara (1982), como locais que delimitam 
a natureza — quanto os espaços abertos, mas internos em uma edificação, 
como, por exemplo, os chamados jardins de inverno. 
O termo micropaisagismo refere-se a projetos de paisagismo de-
senvolvidos para áreas pequenas, de menor escala. Nesses casos, 
em virtude do diminuto tamanho da área, e consequentemente, de uma com-
plexidade mais baixa de projeto, um único profissional é capaz de desenvolver 
uma proposta paisagística.
Já quando se trabalha com o macropaisagismo, ou seja, com uma escala 
projetual maior, para grandes áreas, como praças, parques, bosques, entre 
outros, é necessário que o projeto e a execução contem com uma equipe de 
profissionais capazes de compatibilizar suas técnicas de acordo com cada 
necessidade. 
Além disso, é muito importante perceber que um espaço livre privado, 
como o recuo frontal de uma edificação (Figura 3), se trabalhado de maneira 
adequada por meio do paisagismo, é capaz de favorecer positivamente o 
espaço público. 
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado 5
Figura 3. Exemplo de jardim nos recuos.
Fonte: Gehl (2013, p. 63).
Nesse sentido, quer um espaço aberto seja público ou privado, ele pode 
e deve ser trabalhado por meio dos princípios do paisagismo, de modo a 
qualificar a porção da cidade em que está inserido. Por si só, áreas naturais 
já melhoram o ambiente urbano, mas, ao serem pensadas de acordo com 
princípios e técnicas, esses locais ganham qualidade, se potencializam e 
trazem os mais diversos benefícios para a população.
Projetos paisagísticos e a sua relação com a 
qualidade de vida
Os espaços abertos de uma cidade são elementos responsáveis por garantir 
a qualidade de vida das pessoas. As áreas livres são fundamentais para a 
vida urbana, seja para crianças, idosos ou adultos. Áreas livres maiores, 
como os parques e as praças, permitem caminhadas, corridas, piqueniques, 
jogos e diversas atividades de recreação e lazer. Espaços menores, como os 
recuos das edificações, servem como uma transição entre o espaço privado 
e o espaço público, além de serem locais de cultivo da natureza, descanso 
e contemplação. 
Ademais, os canteiros das ruas e calçadas são porções menores que embe-
lezam a cidade, proporcionam sombra, frutos e aromas. Loboda e De Angelis 
(2005) acrescentam que as áreas com vegetações são imprescindíveis para o 
bem-estar e contribuem para a saúde mental, além de melhorarem também 
a qualidade ambiental da cidade, por meio do conforto térmico e acústico.
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado6
Elas agem simultaneamente sobre o lado físico e mental do homem, absorvendo 
ruídos, atenuando o calor do sol; no plano psicológico, atenuam o sentimento de 
opressão do homem com relação às grandes edificações; constituem-se em eficaz 
filtro das partículas sólidas em suspensão no ar, contribuem para a formação e 
o aprimoramento do senso estético, entre tantos outros benefícios (LOBODA; DE 
ANGELIS, 2005, p. 134).
Conforme Kunreuther e Ferraz (2012), essas áreas ainda podem servir 
como referências da cidade, incentivando a preservação e o conhecimento 
da natureza. Por sua vez, Prinz (1984) complementa que, muito além de per-
mitirem a insolação e a ventilação. Assim, o desenvolvimento de projetos 
paisagísticos é uma atividade extremamente importante e deve ser entendida 
como parte fundamental para dar vitalidade a esses espaços, estimulando 
encontros entre as pessoas, melhorando as sensações de bem-estar e sendo 
pensados para permitir uma sensação de topofilia.
Conforme Tuan (2013), a topofilia pode ser entendida como um elo 
efetivo entre um ambiente físico e um indivíduo. Esse elo engloba 
percepções, atitudes e valores, e o paisagismo é capaz, mediante suas inter-
venções no meio ambiente, de fornecer estímulos sensoriais a fim de melhorar 
esses espaços e possibilitar essa relação entre eles e as pessoas.
Nesse sentido, Abbud (2010) afirma que um projeto paisagístico é capaz 
de limitar e também subdividir espaços, mas deve sempre considerar o que 
já existe. Para isso, o autor destaca que cada proposta deve ser embasada 
e fundamentada para ser capaz de construir ou reconstruir elementos es-
senciais da paisagem, sendo minimamente agressiva à natureza. Ademais, 
para realizar um projeto paisagístico que qualifique a paisagem, é preciso 
pensar o paisagismo considerando os três planos principais: plano de teto, 
plano vertical de vedação e plano de piso (Figura 4). 
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado 7
Figura 4. Três planos a serem trabalhados no paisagismo.
Fonte: Abbud (2010, p. 20).
Diante disso, para um projeto paisagístico causar boas sensações, trazer 
vitalidade e melhorar a qualidade do espaço, ele deve trabalhar com os três 
planos. Isso, porém, não significa que é necessário um grande investimento 
para um projeto ser eficiente. Nesse sentido, o projeto paisagístico deve 
entrar como um agregador, equilibrando o que se deseja investir no local 
com ideias criativas e até mesmo simplificadas, mas capazes de ser eficientes 
para a realidade de cada local. 
Outro aspecto relevante destacado por Abbud (2010) é que um projeto 
paisagístico deve ser pensado em âmbito global, sem se ater apenas a uma 
escala individual. Nessa mesma linha, conforme explica Tardin (2010), ao 
pensar no paisagismo dos espaços, sejam eles públicos ou privados, é fun-
damental identificar a paisagem e pensar em seu melhoramento por meio de 
uma ordem sistêmica, em que o produto seja uma resposta ao que as pessoas 
ou a sociedade necessitam. Assim, não basta delimitar porções no espaço, 
mas também prever os tipos de vegetação, suas texturas, formas e cores, 
integrando-os a um objetivo de projeto e compondo com o todo.
Salgueiro (2001) acrescenta que o projeto paisagístico deve ir muito além da 
estética, devendo abarcar também uma função social, promovendo encontros 
e a socialização. Nesse sentido, Marx e Tabacow (2004) complementam que 
as áreas vegetadas não devem ser pensadas somente como produtos de um 
conjunto de vegetações, e sim como uma parte fundamental para a vida em 
sociedade, exprimindo harmonia e se conformando como uma obra de arte, 
pensada e relevante para o meio urbano.
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado8
O projeto urbano e paisagístico da Praça da Escola La Pau, na ci-
dade de Barcelona, Espanha, é um exemplo de paisagismo bastante 
simples, mas que gerou grandes benefícios à área. O local, apesar de livre de 
edificações, estava em desuso,mal cuidado e, por esse motivo, degradado. A 
ideia do projeto foi naturalizar o espaço, criando uma conexão com a escola. 
Para isso, sugeriu-se uma pavimentação permeável, a fim de que as crianças 
pudessem utilizar a área para brincadeiras, mas que isso não prejudicasse o 
escoamento da água. Combinado a essa alternativa, foram locadas porções de 
jardins. O projeto trabalhou com dois eixos principais, sendo um deles devolver 
a natureza para o espaço. 
Nesse sentido, a vegetação pensada para o local tinha por objetivo diminuir a 
ilha de calor pela inserção de árvores com copas maiores, que proporcionassem 
sombra e proteção a outras espécies que pudessem complementar o projeto e 
proporcionar espaços naturais e lúdicos, atraindo as crianças com suas cores 
e texturas (Figura 5). A combinação de vegetações também reforçou a ideia de 
levar biodiversidades ao espaço.
Figura 5. Projeto paisagístico da Praça da Escola La Pau, em Barcelona.
Fonte: Leku Studio (2020, documento on-line)
Para que um projeto paisagístico consiga de fato contribuir para a qua-
lidade de vida de uma população, acima de tudo ele deve ser pensado com 
base nas necessidades e condicionantes de seu contexto. Conhecimentos 
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado 9
sobre as espécies e sobre os princípios do projeto ajudam torná-lo atrativo, 
mas é preciso pensá-lo de acordo com cada realidade para que se torne a 
proposta mais adequada e que traga os mais diversos benefícios para aquele 
espaço específico da cidade. 
Habilidades para projetos paisagísticos
Segundo Barbosa (2000), como o paisagismo representa uma atividade que 
une fundamentos técnicos e sensibilidade para reconstituir paisagens natu-
rais em meio às construções, o profissional deve não somente ter um amplo 
conhecimento da cidade, das edificações e dos espaços livres, mas também 
aprofundar-se nos estudos de botânica, ecologia, agricultura e variações 
climáticas. 
Nesse sentido, o profissional paisagista deve ter um olhar técnico, bus-
cando as melhores alternativas para cada criação, considerando o contexto, 
um programa de necessidades que exprima o que é pretendido para a porção 
a ser trabalhada, o terreno e seus condicionantes naturais, incluindo a topo-
grafia, a insolação e o regime de ventos. 
Araújo (2008) complementa que é necessário realizar um levantamento 
do local, visualizando os elementos da área, e pensar profundamente em 
como eles funcionam, produzindo análises in loco de modo a compreender, 
por exemplo, suas particularidades fitotécnicas, quanto de luminosidade 
as plantas recebem, como é seu crescimento e suas raízes e quais são as 
características de solo e nutrientes. 
De modo complementar, Lucchesi (2006) destaca que um paisagismo de 
sucesso é norteado por alguns indicadores básicos, como a escolha correta 
das plantas, principalmente aquelas próximas a piscinas, espelhos de água 
e fontes; o conhecimento do porte e crescimento de cada espécie, a fim de 
preparar o solo e delimitar o espaçamento entre elas para que consigam se 
desenvolver da maneira correta; a utilização de espécies adequadas para 
diferentes estações, garantindo que os espaços estejam sempre renovados e 
vivos; a escolha de cercas vivas que cresçam depressa e com isso possibilitem 
o fechamento das porções desejadas; o uso de canteiros de alturas variadas 
para favorecer as espécies escolhidas; no caso de hortas, a escolha do local 
adequado para o plantio de cada vegetal e a variação das espécies; a criação 
de um contraste de cores de acordo com as espécies optadas para o projeto; 
a elaboração de caminhos confortáveis, acessíveis e seguros; a utilização de 
limitadores de canteiros de maneira criativa e atrativa; e, por fim, o plantio 
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado10
correto das mudas, para que a terra não apareça e cada planta fique fixada 
de forma correta e segura para o seu desenvolvimento (Figura 6).
Figura 6. Composição de vegetações.
Fonte: Waterman (2011, p. 97).
Lucchesi (2006) ainda destaca alguns erros que, se não forem evitados 
pelo profissional paisagista, podem prejudicar tanto o resultado da proposta 
quanto sua manutenção: utilizar pedras em excesso; locar trepadeiras em 
porções erradas, como próximo a casas e telhados; escolher ou locar espécies 
sem conhecer seu padrão de crescimento ou selecionar exemplares agressi-
vos e que causem danos a encanamentos e calçadas; optar por pisos claros 
demais que causem reflexo; plantar espécies com espinhos ou que sejam 
venenosas; e não atentar-se para quem vai utilizar o espaço, sobretudo no 
caso de crianças e animais de estimação.
À medida que um profissional paisagista estuda e conhece os funda-
mentos e as técnicas para pensar e executar um projeto, ele já adquire um 
embasamento teórico. Porém, para desenvolver certas habilidades projetuais 
também é preciso experiência. Nesse sentido, é necessário que o profissional 
analise cada experiência de modo que ela sempre traga novas visões para 
seu aprimoramento e desenvolvimento.
Em geral, fica clara a importância e a influência que um bom paisagismo 
tem para os espaços públicos e privados de uma cidade, que são aprimorados 
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado 11
com a aplicação de técnicas que conferem grandes benefícios para as pessoas, 
tornando-se espaços de lazer e descanso, além de melhorarem o conforto da 
cidade. Para que o paisagismo atinja todo seu potencial, é fundamental que o 
profissional paisagista busque o constante desenvolvimento de suas técnicas 
de projeto para propor espaços cada vez mais adequados a cada realidade. 
Referências 
ABBUD, B. Criando paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística. 4. ed. São 
Paulo: Senac, 2010.
ARAÚJO, R. (coord.). Manual natureza de jardinagem. São Paulo: Europa, 2008. 
ASHIHARA, Y. El diseño de espacios exteriores. Barcelona: Gustavo Gili, 1982.
BARBOSA, A. C. da S. Paisagismo, jardinagem e plantas ornamentais. 6. ed. São Paulo: 
Iglu, 2000.
FENIANOS, E. E.; JUNG, M. Jardim botânico: só pra não dizer que eu também não falei 
das flores. Curitiba: UniverCidade, 1996.
GATTO, A.; PAIVA. A. N.; GONÇALVES, W. Implantação de jardins e áreas verdes. Viçosa, 
MG: Aprenda Fácil, 2002.
GEHL, J. Cidades para pessoas. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013.
KUNREUTHER, F. T.; FERRAZ, O. L. Educação ao ar livre pela aventura: o aprendizado de 
valores morais em expedições à natureza. Educação e Pesquisa, v. 38, n. 2, p. 437-452, 
abr./jun. 2012. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/47887/51619. 
Acesso em: 4 ago. 2021.
LEENHARDT, J. (org.). Nos jardins de Burle Marx. São Paulo: Perspectiva, 2006.
LEKU STUDIO. Praça da Escola La Pau. ArchDaily, 2020. Disponível em: https://www.ar-
chdaily.com.br/br/962547/praca-da-escola-la-pau-leku-studio?ad_source=search&ad_
medium=search_result_projects. Acesso em: 4 ago. 2021.
LOBODA, C. R.; DE ANGELIS, B. L. D. Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos 
e funções. Ambiência: Revista do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, v. 1, n. 1, 
p. 125-139, jan./jun. 2005. Disponível em: https://revistas.unicentro.br/index.php/
ambiencia/article/download/157/185. Acesso em: 4 ago. 2021.
LUCCHESI, C. 15 regras de ouro. Revista Natureza, São Paulo, ano 19, n. 222, p. 18-28, 
jul. 2006.
MACEDO, S. S. Quadro do paisagismo no Brasil. São Paulo: USP, 1999. (Coleção Quapá, v. 1). 
MARX, R. B.; TABACOW, J. Arte & paisagem. 2. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2004.
PRINZ, D. Urbanismo I: projecto urbano. Lisboa: Presença, 1984.
SALGUEIRO, T. B. Paisagem e geografia. Finisterra, v. 36, n. 72, p. 37-58, 2001. Disponível 
em: https://revistas.rcaap.pt/finisterra/article/view/1620. Acesso em: 4 ago. 2021. 
TARDIN, R. Ordenação sistêmica da paisagem. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO 
NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO, 1., 2010, 
Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: PROURB, 2010. Não paginado. Disponível em: 
http://www.anparq.org.br/dvd-enanparq/simposios/18/18-231-1-SP.pdf.Acesso em: 
4 ago. 2021.
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado12
TUAN, Y. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Londrina: Eduel, 2013.
TUPIASSÚ, A. Da planta ao jardim: um guia fundamental para jardineiros amadores e 
profissionais. São Paulo: Nobel, 2008. 
WATERMAN, T. Fundamentos de paisagismo. Porto Alegre: Bookman, 2011.
Leituras recomendadas
FARIA, R. T. de. Paisagismo: harmonia, ciência e arte. Londrina: Mecenas, 2005.
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: 
Objetiva, 2009.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Aplicabilidade do paisagismo no espaço público e privado 13
Dica do professor
O Paisagismo é visto como um caminho para transformar os ambientes em locais que 
proporcionam mais qualidade de vida às pessoas. Muitas são as formas de intervir para qualificar os 
espaços, seja com a adaptação de edificações ou áreas remanescentes ou pela conexão com o 
ambiente existente. O paisagismo é um dos pontos de destaque dos projetos contemporâneos. 
Veja, no vídeo a seguir, alguns exemplos de sua utilização.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/181e61a5d6cc258f19cf39ad5a2dfae0
Na prática
Os espaços contemporâneos se caracterizam por sua multifuncionalidade. Para tanto, os arquitetos 
atuais devem se preocupar com a criação de ambientes que permitam essas funções diversificadas, 
por exemplo, um estacionamento de uma empresa pode se tornar um local de shows, mostras e 
eventos nos finais de semana; ou uma praça pode ser o palco de apresentações culturais noturnas, 
ao mesmo tempo em que serve de área de circulação durante o horário diurno.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Espaços público-privados na arquitetura e no urbanismo
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Tipos de espaços livres públicos: Praças, Átrios, Largos, Pátios
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POCKET PARKS: ALTERANDO PAISAGENS URBANAS
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Espaços de usufruto público nos empreendimentos privados: 
Integração ou segregação?
http://lounge.obviousmag.org/arquitexturas_musicais_e_a_vida/2014/04/espacos-publico-privados-na-arquitetura-e-no-urbanismo.html
https://helenadegreas.wordpress.com/2010/03/12/algumas-tiplogias-de-espacos-livres-publicos-pracas-atrios-largos-patios/
http://portalarquitetonico.com.br/pocket-parks/
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Edifício Praça: entre o público e o privado
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Manual dos Espaços Públicos
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http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/16.187/5935
http://www.anparq.org.br/dvd-enanparq-3/htm/Artigos/ST/ST-EPC-009-1-MARQUES.COTRIM.pdf
http://www.solucoesparacidades.com.br/wp-content/uploads/2013/11/Manual%20de%20espacos%20publicos.pdf

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