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Prévia do material em texto

[O	 CATECISMO	 DO	 APRENDIZ	 -	
ADONHIRAMITA]	
RABANEDA,	F.S.	(João	Borralho)	
	
AVISO	DE	CONFIANÇA	
O	 presente	 exemplar	 é	 um	 “manuscrito”	 da	 segunda	 edição	 do	
Livro	 “O	 CATECISMO	 DO	 APRENDIZ	 –	 ADONHIRAMITA”,	 e	 é	
destinado	a	uso	pessoal	e	de	avaliação	do	Ir∴		
______________________________________________________	
que	 se	 compromete	 a	 dispensar-lhe	 a	mesma	proteção	dedicada	
ao	Ritual	do	Grau,	proibindo-se	sua	reprodução	total	ou	parcial,	e	
a	sua	apresentação	a	não-maçons	ou	maçons	irregulares,	sob	pena	
de	incursão	em	delito	maçônico	previsto	em	Lei.	
	
Selado	e	timbrado	por	mim,	o	autor.	
	
Fabiano	Rabaneda	dos	Santos.	
Os	 direitos	 autorais	 da	 primeira	 edição	 pertencem	 a	 Editora	
Trolha.	
O	Catecismo	do	Aprendiz	–	Adonhiramita	
3	
Manuscrito	de	Primeira	Versão	–	Proibida	a	Reprodução	
Conteúdo	
	
Introdução	....................................................................................................................................	6	
Quem	é	o	autor?	.........................................................................................................................	10	
A	origem	da	Maçonaria	..............................................................................................................	11	
O	Livro	das	Constituições	–	A	Carta	Constitutiva	........................................................................	20	
Os	princípios	dos	Landmarks.	.....................................................................................................	23	
A	Maçonaria	Moderna	................................................................................................................	28	
As	Obediências	Internacionais	....................................................................................................	29	
Estrutura	de	Obediências	no	Brasil	.............................................................................................	29	
As	lojas	de	São	João	....................................................................................................................	34	
Gnosiologia	Maçônica	................................................................................................................	37	
As	Escolas	do	Conhecimento	Maçônico	.................................................................................	41	
A	Escola	Autêntica	..............................................................................................................	41	
A	Escola	Antropológica	.......................................................................................................	44	
A	escola	mística	..................................................................................................................	46	
A	escola	oculta	....................................................................................................................	48	
Os	símbolos	e	rituais	maçônicos	.................................................................................................	49	
A	inteligência	e	verdade	.........................................................................................................	49	
A	verdade	e	a	lógica	simbólica	................................................................................................	51	
Os	ritos	........................................................................................................................................	54	
Rito	Escocês	Antigo	e	Aceito	...................................................................................................	55	
Rito	Moderno	.........................................................................................................................	56	
Rito	Brasileiro	.........................................................................................................................	57	
Rito	Schroeder	........................................................................................................................	60	
Rito	York	.................................................................................................................................	62	
Rito	Adonhiramita	..................................................................................................................	63	
A	denominação	Adonhiramita	................................................................................................	66	
A	iniciação	Adonhiramita	............................................................................................................	69	
A	câmara	de	reflexão.	.............................................................................................................	72	
O	pão,	a	água,	o	enxofre	e	o	sal	..............................................................................................	73	
A	bandeirola	“Vigilância	e	Perseverança”	...............................................................................	75	
Os	ossos,	a	caveira,	a	foice	e	a	ampulheta	.............................................................................	76	
O	V.I.T.R.I.O.L	..........................................................................................................................	77	
As	cinco	perguntas	..................................................................................................................	78	
O	Ir∴	Terrível	...........................................................................................................................	79	
O	doce	do	amargo	..................................................................................................................	80	
Os	quatro	elementos	e	as	viagens.	.........................................................................................	80	
O	juramento	...........................................................................................................................	83	
O	Batismo	(Nome	Histórico)	...................................................................................................	84	
João	Borralho	......................................................................................................................	84	
Descrição	e	detalhamento	do	Templo	Adonhiramita	.................................................................	88	
Forma	e	disposição	da	Loja	.....................................................................................................	89	
A	localização	das	colunas	e	dos	vigilantes	..............................................................................	91	
A	orientação	do	templo	..........................................................................................................	95	
A	abóboda	celeste	..................................................................................................................	97	
O	sol	e	a	Lua	............................................................................................................................	99	
A	corda	de	81	nós	.................................................................................................................	100	
O	painel	do	Grau	...................................................................................................................	101	
A	pedra	Bruta	........................................................................................................................	102	
A	pedra	cúbica	......................................................................................................................	103	
A	letra	G	................................................................................................................................	104	
O	delta	luminoso	..................................................................................................................	104	
O	pavimento	Mosaico	e	a	orla	dentada	................................................................................	105	
Os	degraus	............................................................................................................................107	
O	compasso	e	o	esquadro	....................................................................................................	109	
O	nível	e	o	prumo	.................................................................................................................	110	
O	maço	e	o	cinzel	..................................................................................................................	111	
As	velas,	os	candelabros	e	o	Cerimonial	do	Fogo	.................................................................	112	
O	livro	sobre	o	altar	..............................................................................................................	113	
O	incenso	e	o	altar	dos	perfumes	.........................................................................................	113	
A	espada	flamejante	.............................................................................................................	114	
A	circulação	no	templo	.........................................................................................................	115	
A	gravata	branca	...................................................................................................................	116	
O	terno	preto	........................................................................................................................	117	
O	calçamento	das	luvas	........................................................................................................	118	
As	doze	pancadas	argentinas	................................................................................................	119	
A	Saudação	...........................................................................................................................	120	
O	Saco	de	propostas	e	informações	.....................................................................................	121	
O	tronco	de	solidariedade	....................................................................................................	122	
A	cadeia	de	união	.................................................................................................................	123	
Os	cargos	em	Loja	e	suas	jóias	..................................................................................................	124	
Venerável	Mestre	.................................................................................................................	124	
1º	e	2º	Vigilantes	..................................................................................................................	127	
Orador	..................................................................................................................................	127	
Secretário	.............................................................................................................................	129	
Tesoureiro	.............................................................................................................................	130	
Chanceler	..............................................................................................................................	131	
OS	Expertos	...........................................................................................................................	131	
Mestre	de	Cerimônias	..........................................................................................................	132	
Hospitaleiro	..........................................................................................................................	132	
Os	Cobridores	.......................................................................................................................	133	
Porta-Estandarte	...................................................................................................................	134	
Porta-Bandeira	......................................................................................................................	135	
Mestre-de-Harmonia	............................................................................................................	135	
Mestre-de-Banquetes	...........................................................................................................	136	
Arquiteto	..............................................................................................................................	137	
A	cultura	do	silêncio	e	a	atitude	da	descrição	..........................................................................	137	
Apêndice	1	–	Questionário	para	elevação	do	Apr∴	ao	Grau	de	Companheiro	.........................	141	
Bibliografia	................................................................................................................................	163	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Para	minha	esposa,	Michelle.	
	
	
Para	meu	filho,	Fabiano	Rabaneda.	
Introdução	
	
Escrever	um	livro	não	é	tarefa	fácil.	Essa	dificuldade	se	amplia	
quando	falamos	em	Maçonaria,	e	no	Rito	Adonhiramita.	
Com	pouco	material	de	consulta,	o	Rito	é	extremamente	rico,	
e	precisamos	passar	por	todos	os	aspectos	de	forma	clara	e	crítica.	
As	fontes	de	pesquisa	vieram	através	dos	 livros	do	Ir∴	Mário	
Sá	 (Castro	 Alves)1,	 que,	 certamente,	 possui	 a	 maior	 biblioteca	 particular	
maçônica	 do	 Estado	 de	 Mato	 Grosso,	 e,	 quiçá,	 do	 Brasil,	 com	 mais	 de	
quinhentos	exemplares.	
Sua	 ajuda	 foi	 de	 vital	 importância	 para	 a	 constituição	 dessa	
obra,	 já	que	o	Maçom	deve	sempre	buscar	a	verdade,	e	essa	tarefa	precisa	
se	antever	de	muita	pesquisa	e	dedicação.	
O	 Grau	 de	 Apr∴	 é	 fascinante,	 já	 que	 leva	 ao	 neófito	 os	
primeiros	 raios	 de	 Luz,	 alem	 de	 descobrir	 essa	 sociedade	 “sui	 generis”	
chamada	Maçonaria.	
A	primeira	parte	desse	livro	foi	escrita	quando	ainda	era	Apr∴,	
e	 isso	 deu	 uma	 vida	 única	 para	 essa	 fase,	 tanto	 de	minha	 vida	maçônica,	
quanto	desse	livro,	já	que	a	curiosidade	me	fez	buscar	entendimento	para	o	
que	acontecia	em	Loja.	
Passamos	 pela	 história	 da	 ordem,	 se	 estendendo	 pelas	
Escolas	do	Conhecimento	Maçônico,	pela	estrutura	de	Obediência,	inseridos	
na	 Gnosiologia	 Maçônica,	 revelando	 cada	 momento	 da	 etapa	 de	
																																																													
1
	Mário	Ribeiro	de	Sá,	Fundador	da	A∴R∴L∴S∴	Poeta	Fernando	Pessoa	–	G∴O∴B∴	–	nº	3.983/Cuiabá-MT.	
aprendizado,	 referenciando	o	Maçom	Adonhiramita,	 os	detalhes	da	 Loja,	 a	
Iniciação	e	os	Cargos.	
Foram	 dois	 anos	 de	 dedicação:	 aos	 sábados,	 domingos,	
durante	o	dia,	noite	e	madrugada	(o	melhor	momento	para	a	escrita,	já	que	
os	telefones	não	tocavam).	
Ao	concluir	o	último	parágrafo,	vejo	que	falta	muito	mais,	são	
questões	diversas	que	precisam	ser	esclarecidas	e	debatidas.	
Dessa	 forma	 não	 dou	 como	 concluída	 a	 obra,	 e	 passo	 a	
estudar	um	segundo	volume,	tratando	de	temas	com	mais	profundidade.		
Essa	tarefa	não	é	só	minha,	e	vou	dividir	com	o	leitor,	que	tem	
por	obrigação	buscar	o	entendimento	dos	auspícios	mistérios	da	Arte	Real.	
Espero	 que	 goste	 do	 conteúdo,	 e	 estarei	 sempre	 de	 Pé	 e	 a	
Ordem	para	contribuições.	
Um	grande	abraço,	
	
O	autor.	
A	segunda	edição.	
	
Elaborar	 uma	 segunda	 edição	 é	 tarefa	 tão	 árdua	 quanto	 a	
primeira,	afinal,	revisar	e	reordenar	requer	tempo	e	atenção.	
	
A	 ideia	 surgiu	 após	 receber	muitos	 pedidos	 de	 IIr∴ que	 não	
mais	encontravam	a	primeira	edição	nas	livrarias.	
	
Como	 sabido,	o	 conhecimento	deve	 ser	 compartilhado.	Para	
que	isto	ocorra	necessário	que	façamos	aperfeiçoamentos.	
	
Assim,	me	dedico	 à	 tarefa	 de	 escrever	 esta	 segunda	 edição,	
que	passa	constantemente	por	revisões	até	a	prancha	final.	
	
Por	 isso	 que	 envio	 a	 você,	meu	 Ir∴,	 este	manuscrito,	 com	o	
objetivo	que	analise	a	obra	e	me	ajude	a	completar	as	lacunas.	
	
Meu	muito	obrigado.	
	
Quem	é	o	autor?	
	
	
Fabiano	 Rabaneda	 dos	 Santos	 é	 maçom	 iniciado	 desde	
24/04/2007,	na	A∴R∴L∴S∴	Luzesda	Chapada	nº	3.405	–	GOB/MT,	localizada	
em	Chapada	dos	Guimarães,	Mato	Grosso.	
Ainda	quando	Apr∴,	 foi	 editor	 responsável	do	Boletim	Luzes	
da	Chapada,	Secretário	de	Informática	e	Adjunto	da	Secretaria.	
Elevado	em	10/05/2008	e	Exaltado	em	16/12/2008.	
É	 fundador	 e	Obr∴	 da	A∴R∴L∴S∴	 Poeta	 Fernando	Pessoa	nº	
3.983	–	GOB/MT,	localizada	em	Cuiabá,	Mato	Grosso.	
É	Obr∴	 da	 A∴R∴L∴S∴ Razão e Justiça, nº 2202 – GOB/MT, 
localizada em Cuiabá, Mato Grosso.	
Na	 vida	 profana	 é	 Advogado,	 Professor	 Universitário,	
Palestrante,	Escritor,	Articulista,	Bloggeiro	e	Fotógrafo.	
	
A	origem	da	Maçonaria	
	
Antes	de	adentrarmos	aos	estudos	filosóficos	que	envolvem	a	
doutrina	maçônica,	é	de	extrema	 importância	 conhecer	a	 sua	origem,	para	
que	 seja	 possível	 entrelaçar	 os	 entendimentos	 de	 modo	 a	 extrair	 a	
verdadeira	essência	contida	nos	rituais2.	
Melkisedek,	 em	 sua	 obra	
Iniciação	 à	 Maçonaria	 Adonhiramita,	 nos	
ensina	 que	 a	 Maçonaria	 tem	 sua	
etimologia	 no	 frâncio,	 língua	 germânica	
ocidental	 dos	 francos	 responsável	 pelo	
grande	 estrato	 de	 elementos	 germânicos	
do	 vocabulário	 francês3,	 “makjo”,	
latinizado	para	“macio”.	“Makjo”	derivaria,	
segundo	alguns,	de	“makôn”,	daí	“machen”,	“maurer”	(pedreiro	em	alemão	
atual).	 Uma	 analogia	 poderia	 ser	 feita	 ao	 verbo	 “make”,	 em	 inglês,	 que	
significa	fazer.	
Joaquim	Gervásio	de	Figueiredo4,	por	sua	vez,	retrata	que	as	
origens	reais	da	Maçonaria	se	perdem	nas	brunas	da	antiguidade.	Dizem	que	
“Adão”	foi	nosso	primeiro	pai,	criado	a	imagem	de	Deus,	aonde	tinha	escrito	
em	seu	 coração	as	 ciências	 liberais,	 e	particularmente	a	 geometria.	Outros	
																																																													
2
	 Na	 Maçonaria,	 se	 entende	 como	 tal,	 o	 conjunto	 de	 regras,	 segundo	 as	 quais	 se	 praticam	 cerimônias,	 e	 se	
comunicam	os	graus,	 sinais,	 toques,	palavras	e	 todas	as	demais	 instruções	 secretas,	daí	 recorrentes.	 (Gervásio	de	
Figueiredo,	Dicionário	de	Maçonaria,	Pg.	391).	
3
	Dicionário	Aurélio	Eletrônico,	versão	3.0/99.	
4
	Dicionário	de	Maçonaria,	Editora	Pensamento,	p.239.	
remontam	 sua	 origem	 a	 Abraão,	 Moises	 ou	 Salomão,	 e	 escritos	 mais	
recentes,	 datados	 da	 primeira	 parte	 do	 século	 dezenove,	 indicam	 que	 a	
Maçonaria	foi	a	única	e	verdadeira	religião	dos	patriarcas	antes	do	dilúvio.	
O	 renomado	autor	Rizardo	da	Camino5	 insculpe	 a	 origem	ás	
épocas	 de	 construções	 de	 abrigos,	 quando	 o	 homem	 deixou	 de	 viver	 em	
cavernas,	 que	 por	 sua	 vez,	 exigiam	 mão-de-obra	 capaz,	 que	 mais	 tarde	
evoluiria	 a	 palácios,	 em	
especial	ao	conhecido	Grande	
Templo	 de	 Salomão,	 mas	
antes	 deste,	 retrata,	
Nabucodonosor6,	 já	 possuía	
palácios	 magníficos,	 com	
detalhes	 arquitetônicos	
ditados	por	Jeová,	envolvendo,	assim,	segredos	da	construção	material. 	
Fato	 é	 que	 a	 Maçonaria	 tem	 através	 dos	 tempos	
prodigalizado	 a	 seus	 adeptos	 ensinamentos	 variados,	 ricos	 em	 conteúdos	
científicos	e	filosóficos,	como	forma	de	transmissão	do	conhecimento.	
Atualmente,	 a	 Maçonaria	 como	 	 conhecemos,	 adveio	 do	
Iluminismo,	movimento	 intelectual	 e	 filosófico	 surgido	 na	 segunda	metade	
do	século	XVIII,	o	chamado	"século	das	luzes".	
																																																													
5
	Dicionário	Macônico,	Editora	Madras,	p.	258.		
6	 Nabucodonosor	 II	 [em	 acadiano	 Nabu-cudurri-utsur],	 (c.	 632	 a.C.-	 562	 a.	 C.),	 é	 o	 filho	 e	 sucessor	 do	 Rei	
Nabopolasar,	 e	 governou	 durante	 43	 anos	 o	 Império	 Neo-babilónico,	 entre	 604	 a.C.	 a	 562	 a.C..	 Não	 deve	 ser	
confundido	com	Nabucodonosor	I.	É	o	mais	conhecido	governante	do	Império	Neo-babilónio.	Casou-se	em	612	a.C.	
com	a	filha	de	Ciáxares,	rei	da	Média.	Foi	sucedido	pelo	seu	filho	Evil-Merodaque.	Ficou	famoso	pela	conquista	do	
Reino	de	Judá	e	pela	destruição	de	Jerusalém	e	seu	Templo	em	587	a.C.,	além	de	suas	monumentais	construções	na	
cidade	 da	 Babilónia:	 entre	 elas,	 os	 Jardins	 Suspensos	 da	 Babilônia,	 que	 ficaram	 conhecidos	 como	 uma	 das	 sete	
maravilhas	do	mundo	antigo.	(Wikipédia,	acesso	em	05/02/08).	
	
 
Enfatizava	 a	 Razão	 e	 a	 Ciência	 como	 formas	 de	 explicar	 o	
Universo.	 Foi	 um	 dos	 movimentos	 impulsionadores	 do	 capitalismo	 e	 da	
sociedade	moderna.	 Foi	 muito	 dinâmico	 nos	 países	 	 protestantes	 e	 lento,	
porém	com	gradual	influência,	na	maioria	dos	países	católicos7.		
Com	 pilares	 no	 evolucionismo,	 filantropia,	 liberalismo,	
solidariedade,	 amor,	 estudo	 e	 à	 pesquisa,	 a	 liberdade	 de	 pensar	 e	 de	
examinar	a	coisa	pensada,	a	Maçonaria	a	partir	deste	momento	passa	a	ser	
dividida	em	dois	momentos,	a	Operativa	e	a	Especulativa.	
A	 Maçonaria	 Operativa,	 que	 surgiu	 nas	 origens	 humanas,	
“pós-caverna”,	 era	 semelhante	 às	 corporações	 de	 oficio8,	 constituída	
																																																													
7
	Wikipédia,	acesso	em	05/02/08.	
8
	As	Corporações	de	Ofício	foram	associações	que	surgiram	na	Idade	Média,	a	partir	do	século	XII,	para	regulamentar	
o	processo	produtivo	artesanal	nas	cidades	que	contavam	com	mais	de	10	mil	habitantes.	
Cada	corporação	agregava	pessoas	que	exerciam	o	mesmo	ofício.	Eram	elas	as	responsáveis	por	determinar	preços,	
qualidade,	quantidades	da	produção,	margem	de	lucro,	o	aprendizado	e	a	hierarquia	de	trabalho.Todos	aqueles	que	
desejavam	entrar	na	corporação	deveriam	ser	aceitos	para	a	 função	de	aprendiz,	que	não	recebia	salário,	por	um	
exclusivamente	 em	 preservar	
os	 interesses	 comuns	 e	
profissionais	 da	 classe	 de	
obreiros9,	 transmitindo	 o	
conhecimento	
matemático/geométrico	 de	
forma	 segura	 e	 fidedigna.	 Os	
documentos	 afirmam	 que	 a	
Maçonaria	 Operativa	 possuem	
prova	 de	 origem	 em	 02	 de	
fevereiro	 de	 1356,	 por	 iniciativa	 de	 doze	 maçons,	 que	 deram	 entrada	 na	
prefeitura	 de	 Londres	 com	 um	 pedido,	 onde	 estava	 previsto	 que	 suas	
reuniões	seriam	vetadas	a	não	membros	e	que	seriam	submissos	às	leis	e	às	
autoridades	constituídas.	
Se	considerarmos	que	a	Maçonaria	Operativa	é	a	transmissão	
de	conhecimento	científico	a	determinado	grupo	de	pessoas,	com	interesse	
em	 resguardar	 a	 propagação	 	 da	 informação,	 de	 modo	 a	 construir	 um	
“nincho”	 de	 mercado,	 transmitindo	 conhecimento	 cientifico,	 criando	 e	
valorizando	a	mão	de	obra	qualificada,	é	de	se	constatar	que	essa	Maçonaria	
teve	 inicio	 com	 a	 descoberta	 do	 fogo,	 uma	 vez	 que	 naquele	 momento,	 o	
detentor	 do	 conhecimento,	 ao	 transmiti-lo	 a	 um	 determinado	 grupo	 de	
“escolhidos”	praticava	a	arte	maçônica.	Assim,	por	este	ângulo	da	verdade,	o	
																																																																																																																																																																																																							
mestre,	aquele	que	detinha	as	ferramentas	e	fornecia	a	matéria-prima.	As	corporações	de	ofício	delimitavam	suas	
áreas	 de	 atuações	 de	 forma	 estrita,	 de	modo	 que	 não	 existia	 sobreposição	 de	 competências,	 por	 exemplo,	 uma	
alfaiataria	não	poderia	consertar	roupas,	assim	como	uma	oficina	de	conserto	não	tinha	permissão	de	confeccionar	
peças	novas.	(Wikipédia,	acesso	em	05/02/08).	
9
	Melkisedek	aponta	que	não	existe	relação	comprovada	entre	as	antigas	corporações	de	construtores	do	período	
bíblico,	 egípcio	 ou	 romano	 com	 a	 Maçonaria	 Operativa	 do	 tempo	 Iluminista.	 Diz	 que	 as	 últimas	 corporações	
romanas	desapareceram	em	torno	do	ano	600,	na	 Itália,	e	cita	que	segundo	Nicola	Aslan,	na	 Inglaterra,	não	havia	
nem	mesmo	vestígios	da	antiga	arte.	
entendimento	é	que	ela	existiu	desde	sempre,	logo,	podemos	constatar	que	
outras	afirmações	são	especulações	em	busca	de	um	momento	histórico	que	
realmente	defina	seu	inicio.	É	irrelevante	isso.	
De	 outra	 dicotomia,	 a	 Maçonaria	 Especulativa	 surgiu	 como	
iniciativa	 da	 filosofia	 moderna,	 em	 166610,	 como	 iniciativada	 filosofia	
moderna	e	sua	 luta	para	conseguir	a	autonomia	do	pensamento	frente	aos	
ditames	 do	 dogma	 teológico	 e	 seu	 esforço	 no	 sentido	 de	 elaborar	 uma	
interpretação	nova	do	mundo	e	da	vida,	que	não	elimina	o	motivo	religioso,	
mas	 que	 atende	 em	 primeiro	 lugar,	 e	 cada	 vez	 mais,	 a	 compreensão	 das	
coisas,	mediante	o	livre	uso	da	inteligência	e	com	uma	firme	predileção	pelo	
natural,	concretamente	humano,	o	terreal11.	
O	 marco	 de	 existência	 da	 Maçonaria	 Especulativa,	 ou	
Maçonaria	 Livre	
(freemassons),	 data	 de	
24	 de	 junho	 de	 1717,	
com	a	criação	da	Grande	
Loja	 de	 Londres.	 Esta	
organização	 reclamou	 a	
jurisdição	 sobre	 os	
construtores	 de	 Londres	
e	 arredores	 e	 um	 dos	 seus	 objetivos	 nos	 primeiros	 vinte	 anos	 da	 sua	
existência	eram	a	organização	e	articulação	de	uma	estrutura	administrativa	
de	 controle	 sobre	 as	 Lojas	 existentes	 nessa	 área,	 designadamente	 com	 a	
																																																													
10
	Melkisedek	cita	o	Ir.:.	Vanildo	de	Senna,	em	tese	que	a	Maçonaria	Especulativa	desenvolveu-se	em	três	períodos,	
em	 primeiro	 a	 Reforma,	 que	 pôs	 termo	 a	 construção	 de	 grandes	 edifícios	 religiosos	 católicos,	 segundo,	 à	
Renascença,	que	destronou	o	estilo	gótico	terceiro,	ao	grande	incêndio	de	Londres,	que	fez	perder	a	Companhia	dos	
Maçons	 e	 seus	 privilégios	medievais	 e	 permitiu	 emprego	 aos	 estrangeiros	 o	 emprego	na	 reconstrução	da	 grande	
metrópole.	
11
	Raimundo	Rodrigues,	A	Filosofia	da	Maçonaria	Simbólica,	Editora	A	Trolha,	Pag.	22.	
emissão	 de	 cartas-constitutivas	 das	 Lojas	 pela	 Grande	 Loja	 e	 a	 exigência	
desta	 de	 que	 aquelas	 obedecessem	 às	 regras	 por	 si	 instituídas.	
Paralelamente	 a	 este	 controle	 administrativo	 foi	 desenvolvida	 uma	
apreciável	atividade	cultural	e	social,	para	um	alinhamento	político	no	apoio	
ao	Príncipe	de	Gales	contra	seu	pai,	o	rei	Jorge	II.	Por	outro	lado,	exerceu	um	
forte	 esforço	 no	 estudo	 e	 divulgação	 da	 geometria,	 em	 conexão	 com	 os	
desenvolvimentos	 do	 pensamento	 científico	 da	 época.	 Teve	 também	 um	
papel	 importante	 ao	 nível	 estético,	 pois	 as	 primeiras	 atividades	 da	Grande	
Loja	 estiveram	 explicitamente	
ligadas	ao	suporte	da	arquitetura	
vitruviana12,	 em	 oposição	 à	
tradição	gótica. 	
Esta	 Maçonaria	 é	
caracterizada	como	resultado	de	
uma	evolução	com	a	iniciação	do	
primeiro	não	profissional,	em	08	
de	 junho	 de	 1600,	 e	 depois,	
passa	pela	iniciação	de	brilhantes	
pensadores,	 tendo	 suas	 bases	
reformadas	em	1717	e	1725,	renovada	pelos	graus	superiores.		
																																																													
12
	Marcos	 Vitrúvio	 Polião,	 em	 latim	Marcus	 Vitruvius	 Pollio,	 foi	 um	 arquiteto	 e	 engenheiro	 romano	que	 viveu	 no	
século	I	a.C.	e	deixou	como	legado	a	sua	obra	em	10	volumes,	aos	quais	deu	o	nome	de	De	Architectura	(aprox.	40	
a.C.)	que	constitui	o	único	tratado	europeu	do	período	grego-romano	que	chegou	aos	nossos	dias	e	serviu	de	fonte	
de	 inspiração	 a	 diversos	 textos	 sobre	 construções,	 hidráulicas,	 hidrológicas	 e	 arquitetônicas	 desde	 a	 época	 do	
Renascimento.	
	Na	 obra	 de	 Vitrúvio,	 definem-se	 três	 os	 elementos	 fundamentais	 da	 arquitetura:	 a	 firmitas	 (que	 se	 refere	 à	
estabilidade,	ao	caráter	construtivo	da	arquitetura),	a	utilitas	(que	originalmente	se	refere	à	comodidade	e	ao	longo	
da	história	foi	associada	à	função	e	ao	utilitarismo)	e	a	venustas	(associada	à	beleza	e	à	apreciação	estética).	Desta	
forma,	 e	 segundo	este	ponto	de	 vista,	 uma	 construção	passa	 a	 ser	 chamada	de	 arquitetura	quando,	 além	de	 ser	
firme	e	bem	estruturada	 (firmitas),	possuir	uma	 função	 (utilitas)	e	 for,	principalmente,	bela	 (venustas).	Há	que	se	
notar	que	Vitrúvio	contextualizava	o	conceito	de	beleza	segundo	os	conceitos	clássicos.	Portanto,	a	venustas	foi,	ao	
longo	 da	 história,	 um	 dos	 elementos	mais	 polémicos	 das	 várias	 definições	 da	 arquitetura	 (Wikipédia,	 acesso	 em	
05/02/08).	
	
Em	 síntese,	 podemos	dizer	 que	 a	Maçonaria	Operativa	 foi	 o	
fertilizante	necessário	para	o	surgimento	da	Maçonaria	Especulativa,	 já	que	
as	regras	básicas	da	Operativa	estavam	relacionadas	a	talhar	a	pedra	bruta,	
de	forma	a	transformá-la	em	uma	pedra	polida	e	utilizável	nas	construções.	
Esta	 transição	 iniciou-se	 quando,	 utilizando	 recintos	 de	
tabernas	 e	 hospedarias,	 lojas	 eram	 criadas	 para	 a	 discussão	 de	 projetos,	
entre	 os	 quais,	 em	 1275,	 ocorria	 a	 Convenção	 de	 Estrasburgo,	 convocada	
pelo	mestre	dos	canteiros	e	da	catedral	de	Estrasburgo,	Erwin	de	Steinbac,	
para	 terminar	 as	 obras	 do	 templo.	 A	 essa	 convocação	 acorreram	 os	 mais	
famosos	arquitetos	da	Inglaterra,	da	Alemanha	e	da	Itália,	que	criaram	uma	
Loja,	 para	 as	 assembléias	 e	 discussão	 sobre	 o	 andamento	 dos	 trabalhos,	
elegendo	Erwin	como	Mestre	de	Cátedra	(Meister	von	sthul).	
A	palavra	Loja,	por	sinal,	foi	mencionada	pela	primeira	vez	em	
1292,	em	documento	de	uma	guilda13.	Loja,	do	germânico	leubja	(pronúncia:	
lóibja),	através	do	francês	lodge,	designava	o	lar,	a	casa,	o	abrigo,	o	pátio,	o	
alpendre	e,	também,	a	entrada	de	edifício,	ou	galeria	usada	para	exposições	
artísticas	 e	 venda	 de	 produtos	 artesanais.	 As	 guildas	 de	mercadores	 assim	
designavam	 seus	 locais	 de	 depósito	 e	 venda	 de	 produtos	 manufaturados,	
enquanto	que	as	 guildas	artesanais	 adotaram	o	 termo	para	designar	o	 seu	
local	de	trabalho,	ou	seja,	as	oficinas	dos	artífices.	Próximo	desse	tempo,	ou	
seja,	 no	 século	 XIV,	 começava,	 também,	 a	 atuação	 do	 Compagnonnage	
(Companheirismo),	 criado	 pelos	 cavaleiros	 templários.	 Os	 membros	 dessa	
organização	 construíram,	 no	 Oriente	 Médio,	 formidáveis	 cidadelas,	
adquirindo	certo	número	de	métodos	de	trabalho	herdados	da	Antiguidade	
e	constituindo,	durante	as	Cruzadas,	verdadeiras	oficinas	itinerantes,	para	a	
																																																													
13
	Associação	de	auxílio	mútuo	constituída	na	Idade	Média	entre	as	corporações	de	operários,	artesãos,	negociantes	
ou	artistas.	(Aurélio	Eletrônico,	v3.0/99).	
construção	 de	 obras	 de	 defesa	militar,	 pontes	 e	 santuários.	 Retornando	 à	
Europa,	 eles	 tiveram	 a	 oportunidade	 de	 exercer	 o	 seu	 ofício,	 construindo	
catedrais,	igrejas,	obras	públicas	e	monumentos	civis.	A	Ordem	da	Milícia	do	
Templo,	ou	Ordem	dos	Templários,	foi	uma	ordem	religiosa	e	militar,	criada	
em	1118,	 com	estatutos	 feitos	pelo	abade	de	Clairvaux	 (São	Bernardo).	Os	
Templários	 organizaram	 o	 Compagnonnage,	 dando-lhes	 um	 estatuto	
chamado	Santo	Dever,	de	acordo	com	sua	própria	filosofia,	e	trouxeram	para	
o	 ocidente	 uma	 série	 de	 símbolos	 e	 cerimônias	 pertencentes	 à	 tradição	
maçônica,	 e	 possuíram	 certos	 conhecimentos,	 que	 hoje	 são	 ministrados	
apenas	em	certos	graus	ritualísticos.	
Segundo	Gervásio	de	Figueiredo,	os	Templários	foram	um	dos	
repositórios	da	sabedoria	oculta	na	Europa,	durante	os	séculos	doze	e	treze,	
porem	 seus	 segredos	 eram	 transmitidos	 tão	 só	 a	 alguns	 de	 seus	membros	
selecionados.	 Em	 suas	 seções	
religiosas,	 as	 cerimônias	 de	
recepção	 eram	 executadas	 sobre	
estrito	sigilo,	e	daí,	naturalmente,	a	
razão	 de	 lhe	 haverem	 os	 leigos	
atribuídos	as	mais	horríveis	práticas	
e	histórias	infundadas.	
Depois	 da	 tomada	 de	 Jerusalém	 pelos	 Sarrascenos14,	 em	
1921,	 adveio	 a	 queda	 do	 Reino	 Latino,	 o	 quartel	 general	 	 da	 Ordem	 foi	
transferido	 da	 Cidade	 Santa	 para	 Chipre	 e	 Paris	 passou	 a	 categoria	 de	 seu	
principal	centro	na	Europa.	Por	certo	que	esta	derrota	das	cruzadas,	em	que	
																																																													
14	Os	Sarracenos	(do	grego	sarakenoi),	são	um	povo	nômade	pré-islâmico,	que	habitava	os	desertos	situados	entre	a	
Síria	e	a	Arábia	(Wikipedia,	acesso	em	10/02/08).	
o	túmulo	de	Cristo	caiu	nas	mãos	dos	“infiéis”,abalou	a	posição	da	Ordem	
dos	 Templários.	 Suas	 posses	 começaram	 a	 ser	 avidamente	 cobiçadas	 por	
Felipe	IV,	que	necessitava	de	dinheiro	e	depois	de	ter	confiscado	os	haveres	
dos	 banqueiros,	 lombardos	 e	 judeus,	 volveu	 gulosas	 vistas	 aos	 Templários.	
Interessado	 na	 desmoralização	 da	 Ordem,	 levantaram	 as	 mais	 vis	 e	
inverídicas	 acusações	 de	 blasfêmia	 e	 imoralidade,	 idolatria	 a	 cultos	
diabólicos,	 e	 numa	 sexta	 feira,	 13	 de	 outubro	 de	 1307,	 Felipe	 IV	mandou	
prender	 todos	 os	 Templários	 da	 França,	 e	 o	 seu	 Grão	Mestre,	 Jacques	 de	
Molay15,	 	 com	a	conivência	do	papa	Clemente	V,	 foi	executado	na	 fogueira	
em	1314.	
No	 entanto,	 a	 destruição	 da	 Ordem	 não	 acarretou	 a	
supressão	 completa	 de	 seus	 ensinamentos	 mais	 profundos.	 Certos	
Cavaleiros	 Templários	 franceses	 se	 refugiaram	entre	 seus	 Ir∴s	 nos	 templos	
da	Escócia,	onde	suas	tradições	vieram	a	se	misturar,	em	certa	medida,	com	
ritos	celtas	de	Heredom16.	
A	Maçonaria	 Especulativa	 também	 recebe	as	 influências	dos	
mestres	 da	 cabala17,	 emprestando	 deles	 toda	 a	 linguagem	 cifrada	 e	 da	
filosofia	hermética	e,	inclusive	o	pensamento	rosa-cruz.	
																																																													
15
	 Jacques	 De	 Molay	 (Vitrey,	 1243/1244	 ou	 1249/1250	 -	 Paris,	 18	 de	 Março	 de	 1314)	 nasceu	 no	 Condado	 da	
Borgonha	 e	 pertencia	 a	 uma	 família	 da	 pequena	nobreza	 franca.	 Em	1265	 foi	 recebido	na	Ordem	do	 Templo,	 na	
pequena	cidade	de	Beaune	por	Hubert	de	Pérraud	que	detinha	o	cargo	na	ordem	de	visitador	da	França.	Foi	o	23º	
Grão-mestre	 dos	 cavaleiros	 templários	 e	 oficialmente	 o	 seu	 último,	 quando	 foi	 queimado	 vivo	 na	 Ile	 de	 la	 Cité,	
pequena	ilha	localizada	no	meio	do	Rio	Sena,	em	Paris.	Pouco	ou	nada	se	sabe	da	sua	juventude,	só	começando	a	ter	
maior	evidência	depois	do	seu	ingresso	na	ordem	e	no	capítulo	de	emergência	em	Chipre,	efetuado	devido	à	morte	
de	Guillaume	de	Beaujeu,	caído	heroicamente	na	defesa	de	Acre,	para	eleger	um	sucessor.	
16
	Na	 tradição	maçônica,	 se	diz	 ser	Heredom	uma	montanha	mística,	o	que	é	alegoricamente	certo,	pois	o	monte	
tem	sido	tomado	na	antiguidade	como	símbolo	de	iniciação.	
17
	A	"Cabala"	é	uma	doutrina	esotérica	que	visa	conhecer	a	Deus	e	o	Universo,	sendo	afirmado	que	nos	chegou	como	
uma	revelação	para	eleger	santos	de	um	passado	remoto,	e	reservada	apenas	a	alguns	privilegiados.	
Formas	antigas	de	misticismo	judaico	consistiam	inicialmente	de	doutrina	empírica.	Mais	tarde,	sob	a	influência	da	
filosofia	neoplatónica	e	neopitagórica,	assumiu	um	carácter	especulativo.	Na	era	medieval	desenvolveu-se	bastante	
com	o	surgimento	do	texto	místico,	Sefer	Yetzirah,	ou	Sheper	Bahir	que	significa	Livro	da	Luz,	do	qual	há	menção	
antes	 do	 século	 XIII.	 Porém	 o	 mais	 antigo	 monumento	 literário	 sobre	 a	 Cabala	 é	 o	 Livro	 da	 Formação	 (Sepher	
Yetsirah),	considerado	anterior	ao	século	VI,	onde	se	defende	a	idéia	de	que	o	mundo	é	a	emanação	de	Deus.	
O	Livro	das	Constituições	–	A	Carta	Constitutiva	
	
Os	 primeiros	 documentos	 concretamente	 maçônicos	 que	
implicam	 uma	 possibilidade	 estatutária	 por	
escrito,	 e	 não	 oral,	 como	 já	 dissemos	 acima,	
data	de	1717.	Trata-se	de	obra	de	dois	pastores	
protestantes:	 James	 Anderson18	 e	 J.	 T.	
Desaguliers19.		
	
	Anderson	 transformou	 a	
primitiva	 estruturação	 sistemática	 dessa	 obra	
em	um	compêndio	 fechado	em	si	mesmo:	The	
Constitutions	of	the	free-masons.	
Compilando	 princípios,	 sendo	 o	 primeiro	 esboço	 para	 a	
sistematização	 do	 pensamento	 maçônico,	 Anderson	 pensou	 na	 Maçonaria	
como	uma	estrutura	aberta,	de	horizonte	amplo	para	a	liberdade	do	homem	
e	sua	religiosidade	pessoal.	
																																																																																																																																																																																																							
Transformou-se	em	objeto	de	estudo	sistemático	do	eleito,	chamado	o	"baale	ha-kabbalah-kabbalah"	(בעלי	הקבלה	
"possuidores	ou	mestres	da	Cabala	").	Os	estudantes	da	Cabala	tornaram-se	mais	tarde	conhecidos	como	maskilim	
	משכילים) "o	 iniciado").	 Do	 décimo	 terceiro	 século	 em	diante	 ramificou-se	 em	uma	 literatura	 extensiva,	 ao	 lado	 e	
frequentemente	na	oposição	ao	Talmud.	
Grande	 parte	 das	 formas	 de	 Cabala	 ensinam	 que	 cada	 letra,	 palavra,	 número,	 e	 acento	 da	 Escritura	 contêm	 um	
sentido	escondido	e	ensina	os	métodos	de	interpretação	para	verificar	esses	significados	ocultos	(Wikipédia,	acesso	
em	10/02/08).	
	
18	 James	Anderson	 (n.1679-1739)	nasceu	e	 foi	educado	em	Aberdeen,	na	Escócia.	Ordenado	ministro	de	 Igreja	da	
Escócia	em	1707,	deslocou-se	para	Londres,	onde	ministrou	a	congregação	de	"Glass	House	Street"	até	1710,	e	a	
igreja	 Presbiteriana	 na	 Swallow	 Street	 até	 1734,	 terminando	 em	 Lisle	 Street	 Chapel	 até	 à	 data	 da	 sua	morte.	 É	
relatado	por	ter	perdido	uma	soma	grande	de	dinheiro	no	crash	de	South	Sea	Company	em	1720.	James	Anderson	é	
sobretudo	conhecido	pela	sua	associação	com	a	Maçonaria	(Wikipédia,	acesso	em	10/02/08).	
19
	John	Theophilus	ou	Jean	Théophile	Desaguliers	(La	Rochelle,	13	de	Março	de	1683	-	Londres,	29	de	Fevereiro	de	
1744).	Filósofo	natural,	nascido	em	França.	Membro	da	Royal	Society	de	Londres,	assistente	e	divulgador	de	 Isaac	
Newton(Wikipédia,	acesso	em	10/02/08).	
Naquele	 tempo,	 a	 maioria	 dos	 integrantes	 eram	 maçons	
operativos:	 pedreiros	 e	 carpinteiros,	 e	 o	 restante	 tinham	 traços	 distintos,	
compondo	fundamentalmente	por	cavaleiros	e	nobres.	
O	 nobre	 “Livro	 de	 Constituição	 da	 antiga	 e	 honorável	
Fraternidade	 de	Maçons	 Livres	 e	 Aceitos”,	 na	 qual	 estipula	 como	 primeira	
obrigação	“deixar	a	todos	os	homens	a	liberdade	de	consciência”.	Com	este	
principio	em	tela,	houve	a	possibilidade	de	que	maçons	europeus	abrissem	
lojas	a	todos	os	livres-pensadores	que	quisessem	se	incorporar.	
Em	1723,	quando	a	Grande	Loja	de	Londres,	então	com	sete	
anos	 de	 existência,	 promulgou	 o	 livro	 fundacional	 de	 Anderson,	 a	 franco-
Maçonaria	moderna	foi	apresentada	ao	mundo	como	uma	instituição	única	
em	sua	universalidade.	
 
	
A	 constituição	 de	 Anderson	 foi	 revisada	 e	 corrigida	 por	
quatorze	 intelectuais	 maçons,	 sendo	 dividida	 em	 três	 partes:	 uma	 seção	
histórica,	 uma	 segunda	que	exporia	 as	 obrigações	 e	 a	 terceira	 dedicada	 as	
canções	que	glorificavam	a	irmandade,	para	uso	dos	três	graus:	Apr∴,	peão	
(companheiro)	e	mestre.	
A	 constituição,	 aprovada,	 foi	 levada	 a	 imprensa	 pelas	
autoridades	da	Grande	Loja	Inglaterra,	aonde	posteriormente,	na	Maçonaria	
francesa,	seriam	estipulados	os	33	graus.	Essa	questão	foi	motivo	de	muita	
polêmica	e	causa	do	primeiro	cisma	maçônico,	acusou-se	a	Grande	Loja	de	
Londres	de	apresentar	um	racionalismo	imoderado,	o	que	deu	origem	a	Loja	
de	 York,	 quando	 introduziram	 um	 quarto	 grau,	 de	 caráter	 sincrético,	 um	
amalgama	de	doutrinas	diversificadas	de	idéias,	muitas	vezes,	inconciliáveis,	
batizado	de	Real	Arco.	
Ali	 se	 origina	 um	 nome	 que	 pretende	 ser	 o	 denominador	
comum	 da	 divindade,	 “Jahbulon”	 ou	 “Jah-Bel-On”	 (Jah	 de	 Jahveh,	 Bel	 do	
caldeu	Baal	e	On	de	divindade	egípicia).	Essa	necessidade	maçônica	de	juntar	
as	religiões,	de	uniformizar	pensamentos	ou	línguas	em	prol	de	um	homem	
sem	diferenças,	levou	à	criação	de	um	nome	para	o	inominável.	
Sempre	 trabalhando	 sobre	 a	 idéia	 de	 unir	 e	 integrar	 a	
humanidade,	 foram	 maçons	 que	 pensaram	 em	 um	 idioma	 único,	 que	 se	
falasse	universalmente,	o	esperanto20.	
																																																													
20
	O		esperanto	é	a	língua	planejada	mais	vastamente	falada.	Ao	contrário	da	maioria	das	outras	línguas	planejadas,	
o	esperanto	saiu	dos	níveis	de	projeto	(publicação	de	instruções)	e	semilíngua	(uso	em	algumas	poucas	esferas	da	
vida	social).	Suas	regras	fundamentais	estabelecemcritérios	de	expansão	lógicos	e	naturais,	de	modo	que	a	língua	se	
enriquece	continuamente,	seja	através	dos	usos	que	se	faz	dela,	seja	agregando	conteúdos	novos,	que	não	existiam	
nos	primóridos	de	sua	existência.	Em	1954,	a	UNESCO	passou	a	reconhecer	formalmente	o	valor	do	esperanto	para	a	
educação,	a	ciência	e	a	cultura,	e,	em	1985,	novamente	a	UNESCO	recomendou	aos	países	membros	a	difusão	do	
esperanto.	 Atualmente,	 após	 1995,	 com	 a	 popularização	 e	 disseminação	 da	 internet,	 o	 movimento	 esperantista	
ganhou	uma	nova	 força	propulsora.	Um	exemplo	de	como	está	a	 situação	atual	do	esperanto	é	ver	o	número	de	
artigos	na	 língua	na	Wikipédia:	mais	de	90.000	em	setembro	de	2007,	com	 índice	de	profundidade	1	—	números	
maiores	do	que	os	de	muitas	línguas	étnicas	(Wikipédia,	acesso	em	10/02/08).	
	
No	cortejo	de	sepultamento	de	Anderson,	no	ano	de	1739,	o	
jornal	“The	Daily	Post”	fez	um	relato	de	seu	funeral:	
“Ontem	 foi	 sepultado,	 em	 um	 túmulo	 anormalmente	
profundo,	 o	 corpo	 do	 Dr.	 Anderson,	 professor	 não	
conformista.	 Os	 cordões	 do	 pano	 eram	 sustentados	 por	
quatro	 professores	 da	mesma	 religião	 e	 pelo	 reverendo	 Dr.	
Desaguliers.	 O	 cortejo	 estava	 formado	 por	 uma	 dúzia	 de	
franco-maçons	 que	 rodeavam	 o	 túmulo.	 Depois	 que	 o	 Dr.	
Esrle	pronunciou	uma	alocução	sobre	a	certeza	da	existência	
(...),	 os	 Ir∴s	 tomaram	 uma	 atitude	 fúnebre,	 elevaram	 suas	
mãos,	 suspiraram	 e	 golpearam	 três	 vezes	 seus	 aventais	 em	
honra	ao	defunto”21.	
	
Pelo	 ano	 de	 1815,	 quando	 a	 Grande	 Loja	 da	 Inglaterra	 se	
fundiu	com	a	Grande	Loja	de	York,	tomando	o	nome	de	Grande	Loja	Unida	
da	Inglaterra,	acrescentaram	novos	aspectos	de	funcionamento,	observados	
nos	costumes	e	usos	do	oficio,	“os	ancient	landmarks”.	
Os	princípios	dos	Landmarks.	
	
Tendo	 como	 fundamentação	 a	 de	 princípios	 imutáveis,	
aceitos	 pelas	 obediências.	 Para	 Gervásio	 de	 Figueiredo,	 “os	 landmarks	 são	
invenção	moderna	 e	 seus	 partidários	 nunca	 puderam	 chegar	 a	 um	 acordo	
quanto	a	sua	fixação”.	
A.H.	 de	 Oliveira	 marques,	 em	 dicionário	 da	 Maçonaria	
Portuguesa,	 ensina	 que	 as	 origens	 de	 deve,	 provavelmente,	 a	 influência	
bíblica	 (Deut,	XIX,14:	Não	tomarás	nem	mudarás	os	 limites	do	 teu	próximo	
																																																													
21
	Ralph	T.	Beck,	A	Maçonaria	e	outras	sociedades	secretas,	Editora	Planeta,	Pag.	39.	
que	 os	 antigos	 estabeleceram	 na	 tua	 propriedade	 (...);	 Prov.	 XXII,28:	 Não		
transgredirás	os	antigos	limites	que	puseram	os	teus	pais”).	
Fato	 é	 que	 nunca	 conheceram	 compilação	 unanimemente	
aceite	e	autorizada,	que	pudesse	funcionar	como	“declaração	de	princípios”,	
as	duas	compilações	célebres	e	mais	citadas	são	do	norte-americano	Albert	
Mackey		e	da	Grande	Loja	Unida	da	Inglaterra.	
Desde	 Mackey,	 os	 landmarks	 tem	 sido	 matéria	 de	
especulação,	 tanto	 assim	 	 que	 em	 algumas	 publicações,	 seus	 números	
variam	 em	 até	 trinta,	 e	 alguns	 versam	 matéria	 que	 é	 mais	 pertinente	 ao	
Regulamento	Geral	ou	ao	Regime	Interno	da	Loja.	
O	 que	 é	 proeminente	 é	 a	 vontade	 de	 não	 se	 alterar	 os	
princípios	 básicos	 da	 iniciação	 (isto	 é,	 dos	 três	 graus),	 que	 são	 comuns	 a	
todos	os	sistemas	de	“mistérios”.	
Na	 edição	 de	 Mackey	 são	 colocados	 três	 características	
básicas:	
1. notional	immemorial	antiquity		
2. universality		
3. absolute	"irrevocability".	
	
• Os	processos	de	reconhecimento	são	os	mais	 legítimos	e	
inquestionáveis	 de	 todos	 os	 LANDMARKS.	 Não	 admitem	
mudança	de	qualquer	espécie,	pois,	sempre	que	 isso	se	deu,	
funestas	conseqüências	vieram	demonstrar	o	erro	cometido.		
• A	 divisão	 da	 Maçonaria	 Simbólica	 em	 três	 Graus	 é	 um	
LANDMARK	que,	mais	do	que	nenhum,	 tem	sido	preservado	
de	 alterações,	 apesar	 dos	 esforços	 feitos	 pelo	 daninho	
espírito	 inovador.	 Certa	 falta	 de	 uniformidade	 sobre	 o	
ensinamento	final	da	Ordem,	no	grau	de	Mestre,	foi	motivada	
por	não	ser	o	terceiro	grau	considerado	como	finalidade.	
• Lenda	do	Terceiro	Grau	é	um	LANDMARK	importante,	cuja	
integridade	 tem	 sido	 respeitada.	 Nenhum	 Rito	 existe	 na	
Maçonaria,	em	qualquer	país	ou	em	qualquer	idioma,	em	que	
não	sejam	expostos	os	elementos	essenciais	dessa	Lenda.		
• O	governo	da	Fraternidade	por	um	Oficial	que	a	preside,	
denominado	 Grão	 Mestre,	 eleito	 pelo	 povo	 maçônico,	 é	 o	
quanto	LANDMARK	da	Ordem.	
• A	 prerrogativa	 do	 Grão	 Mestre	 de	 presidir	 a	 todas	 as	
reuniões	maçônicas	realizadas	onde	e	quando	se	fizerem	é	o	
quinto	LANDMARK.	
• A	prerrogativa	do	Grão	Mestre	de	 conceder	 licença	para	
conferir	graus	em	tempos	anormais	é	outro	 importantíssimo	
LANDMARK.	 Os	 estatutos	 maçônicos	 exigem	 um	 mês,	 ou	
mais,	para	o	tempo	em	que	deva	transcorrer	entre	a	proposta	
e	a	recepção	de	um	candidato.	O	Grão	Mestre,	porém,	tem	o	
direito	 de	 permitir	 a	 Iniciação	 imediata	 de	 qualquer	
candidato.	
• A	 prerrogativa	 que	 tem	 o	 Grão	 Mestre	 de	 autorização	
para	 fundar	 e	manter	 Lojas	 é	 outro	 importante	 LANDMARK.	
Em	 virtude	 dele,	 pode	 o	 Grão	 Mestre	 conceder,	 a	 número	
suficiente	de	Mestres	Maçons,	o	privilégio	de	 se	 reunirem	e	
conferirem	graus.		
• A	prerrogativa	do	Grão	Mestre	de	formar	Maçons,	por	sua	
deliberação,	 é	 outro	 importante	 LANDMARK,	 que	 carece	 ser	
explicado,	controvertida	como	tem	sido	a	sua	existência.	
• Outro	 LANDMARK	 é	 o	 que	 afirma	 a	 necessidade	 de	 os	
Maçons	se	congregarem	em	Lojas.	Sempre	se	prescreveu	que	
os	Maçons	deviam	congregar-se	com	o	fim	de	se	entregarem	
a	tarefas	operativa	e	que	a	essas	reuniões	fosse	dado	o	nome	
de	“Loja”.	
• O	governo	da	Fraternidade,	quando	congregado	em	Lojas,	
por	um	Venerável	e	dois	Vigilantes	é	também	um	LANDMARK.		
A	presença	de	um	Venerável	e	dois	Vigilantes	é	tão	essencial	
que,	no	dia	da	 congregação,	 é	 considerada	 como	uma	Carta	
Constitutiva.	
• A	 necessidade	 de	 estar	 uma	 Loja	 “a	 coberto”	 quando	
reunida	 é	 um	 importante	 LANDMARK,	 que	 não	 deve	 ser	
descurado.	O	cargo	de	Guarda	do	Templo	que	vela	para	que	o	
lugar	 das	 reuniões	 esteja	 absolutamente	 vedado	 à	
intromissão	 de	 profanos,	 independe,	 em	 absoluto,	 de	
qualquer	lei	de	Grande	Loja	ou	de	Lojas	subordinadas.	
• 	O	direito	representativo	de	cada	Ir∴	nas	reuniões	gerais	é	
um	 importante	 LANDMARK.	 Nas	 reuniões	 gerais,	 outrora	
chamadas	 de	 Assembléias	 Gerais,	 todos	 os	 Ir∴s,	 mesmo	 os	
simples	Apr∴es,	 tinham	o	direito	de	tomar	parte.	Na	Grande	
Loja	 só	 tem	 direito	 de	 assistência	 os	 Veneráveis	 e	 os	
Vigilantes,	na	qualidade	de	representantes	de	todos	os	Ir∴s	da	
Loja.		
• O	direito	de	recurso	de	cada	Maçom	das	decisões	de	seus	
Ir∴s,	 em	 Loja,	 para	 a	 Grande	 Loja	 ou	 Assembléia	 Geral	 dos	
Ir∴s	é	um	LANDMARK	essencial	para	a	preservação	da	Justiça	
e	para	prevenir	a	opressão.	
• O	 direito	 de	 todo	 Maçom	 visitar	 e	 tomar	 assento	 em	
qualquer	Loja	é	um	inquestionável	LANDMARK	da	Ordem.	É	o	
consagrado	 direito	 de	 visitar,	 que	 sempre	 foi	 reconhecido	
como	um	direito	 inerente	que	 todo	 Ir∴	exerce,	quando	viaja	
pelo	 Universo.	 É	 a	 conseqüência	 de	 encarar	 as	 Lojas	 como	
meras	 divisões	 por	 conveniência	 da	 Família	 Maçônica	
Universal.	 Nenhum	 visitante,	 desconhecido	 dos	 Ir∴s	 de	 uma	
Loja,	pode	ser	admitido	à	visita,	sem	que,	antes	de	tudo,	seja	
examinado,	 conforme	 os	 antigos	 costumes.	 Esse	 exame	 só	
pode	ser	dispensado	se	o	Maçom	for	conhecido	de	algum	Ir∴	
do	Quadro	que	por	ele	se	responsabilize.	
• Nenhuma	 Loja	 pode	 intrometer-se	 em	 assuntos	 que	
digam	respeito	a	outras,	nem	conferir	graus	a	 Ir∴s	de	outros	
Quadros.	
• Todo	 Maçom	 está	 sujeito	 às	 Leis	 e	 Regulamentos	 da	
jurisdição	 maçônica	 em	 que	 residir,	 mesmo	 não	 sendo	
membro	de	qualquer	Loja.	A	falta	de	filiação	já	é,	em	si,	uma	
falta	maçônica.	
• Por	este	LANDMARK	os	candidatos	à	 Iniciação	devem	ser	
isentos	de	defeitos	físicos	ou	mutilações,	livresde	nascimento	
e	maiores.	Uma	mulher	ou	um	escravo	não	pode	ingressar	na	
Ordem.	
• A	crença	no	Grande	Arquiteto	do	Universo	é	um	dos	mais	
importantes	LANDMARK	da	Ordem.	A	negação	desta	crença	é	
impedimento	 absoluto	 e	 insuperável	 para	 Iniciação.	
Subsidiariamente	 a	 esta	 crença	 é	 exigida	 a	 crença	 na	
prevalência	do	espírito	sobre	a	matéria	e	em	uma	nova	vida.	
• É	indispensável	a	existência,	no	Altar,	de	um	“Livro	da	Lei”	
–	 o	 Livro	 que,	 conforme	 a	 crença,	 se	 supõem	 conter	 a	
Verdade	Revelada	pelo	G.A.D.U.,	Não	 cuidando	a	Maçonaria	
de	 intervir	 nas	 peculiaridades	 de	 fé	 religiosa	 de	 seus	
membros,	esses	livros	podem	variar	de	acordo	com	os	credos.		
• Todos	 os	 Maçons	 são	 absolutamente	 iguais	 dentro	 da	
Loja,	sem	distinções	de	prerrogativas	profanas,	de	privilégios	
que	 a	 sociedade	 confere.	 A	 Maçonaria	 a	 todos	 nivela	 nas	
reuniões	maçônicas.	
• Este	 LANDMARK	 prescreve	 a	 conservação	 secreta	 dos	
conhecimentos	 havidos	 por	 Iniciação,	 tanto	dos	métodos	de	
trabalho	como	de	suas	Lendas	e	Tradições,	que	só	podem	ser	
comunicadas	 a	 outros	 Ir∴s.	O	 sigilo	 dos	 trabalhos	 em	 Loja	 é	
perpétuo.	
• A	 fundação	 de	 uma	 ciência	 especulativa,	 segundo	
métodos	operativos,	o	uso	simbólico	e	a	explicação	dos	ditos	
métodos	e	dos	 termos	neles	empregados,	 com	propósito	de	
ensinamento	 moral,	 constitui	 outro	 LANDMARK.	 A	
preservação	da	Lenda	do	Templo	de	Salomão	é	o	fundamento	
deste	LANDMARK.	
• O	último	LANDMARK	é	o	que	afirma	a	inalterabilidade	dos	
anteriores,	 nada	 podendo	 ser-lhes	 acrescido	 ou	 retirado,	
nenhuma	 modificação	 podendo	 ser-lhes	 introduzida.	 Assim	
como	 de	 nossos	 antecessores	 os	 recebemos,	 assim	 os	
devemos	transmitir	aos	nossos	sucessores.	NOLONUM	LEGES	
MUTARI.	
Melkisedek	 aponta	 que	 os	 principais	 Landmarkes	
relacionados	são:	
A. De	Mackey;	
B. De	Enrique	A.	Lecerff;	
C. De	Albert	Pike;	
D. De	Jean-Pierre	Berthelon;	
E. De	Joaquim	Gervásio	de	Figueiredo;	
F. De	Findel.	
Ainda	 explica	 que	 no	 momento	 em	 que	 vivemos,	 suscita	
inúmeras	dúvidas	com	relação	aos	Landmarks,	destacando-se	a	participação	
da	mulher	e	de	deficientes	 físicos,	 são	questões	que	necessitamos	discutir,	
mesmo	que	no	fim,	vença	a	tese	de	não	alterar	absolutamente	nada.	
A	visão	do	autor,	mesmo	que	ainda	iniciática,	é	resguardar	o	
principio	fundamental	da	 igualdade,	utilizada	como	um	dos	três	pilares	que	
sustentam	a	 “idéia”	maçônica,	 de	modo	a	 seguir	os	princípios,	 inclusive	os	
constitucionais	 brasileiros,	 da	 não	 discriminação	 e	 de	 tolerância,	 nem	 que	
para	 isso	 seja	 necessário	 aprimorar	 os	 métodos	 de	 reconhecimentos,	 de	
modo	a	permitir	que	o	deficiente	 físico	 faça	parte,	pela	 sua	 capacidade	de	
ser	 humano,	 	 a	 de	 receber	 os	 ensinamentos	 dos	Augustos	Mistérios.	 Cabe	
finalizar	que	isso	é	discussão	para	outra	prancha.	
A	Maçonaria	Moderna	
	
A	história	da	Maçonaria	se	estende	no	tempo	pelos	diferentes	
países	 do	 mundo,	 sem	 conhecer	 fronteiras,	 raças	 ou	 idiomas.	 Cada	 país	
adota	um	modelo	de	loja	ou,	eventualmente,	distintas	maneiras	de	conceber	
a	 Maçonaria.	 Algumas	 são	 mais	 conservadoras,	 como	 as	 chamadas	 lojas	
regulares,	que	são	reconhecidas	e	admitidas	por	uma	Grande	Loja,	e	existem	
aquelas	que	não	seguem	os	alinhamentos-diretrizes,	e	são	chamadas	de	lojas	
irregulares,	como	as	lojas	femininas	ou	mistas.	
O	 certo	 é	 que	 a	 Maçonaria	 está	 atravessada	 por	 uma	
diversidade	de	 correntes	 filosóficas,	 religiosas,	 ideológicas,	mais	 liberais	 ou	
ortodoxicas,	que	marcam	diferenças	no	pensamento	e	na	ação.	
As	 “obediências”	 são	 federações	 administrativas,	 ou	 de	
grupos	nacionais	de	lojas.	Várias	“lojas	formam	uma	“obediência”,	e	aceitam	
a	prioridade	de	uma	loja	originária	ou	pelo	menos	concordam	em	submeter-
se	a	uma	certa	coordenação.	
As	Obediências	Internacionais	
	
Em	primeiro	 lugar,	está	a	Grande	Loja	Unida	da	 Inglaterra,	a	
qual	 é	 reconhecida	 como	 loja-mãe	 para	 a	maioria	 dos	maçons	 no	mundo.	
Outra	 obediência	 é	 constituída	 pelo	 Centro	 de	 União	 e	 Informações	 das	
Potências	 Maçônicas,	 assinantes	 do	 “apelo	 de	 E 	 strasburgo”.	 Ela	 reúne,	
desde	 1971,	 os	 Grandes	 Orientes	 da	 França,	 Bélgica	 e	 Alemanha	 e	 as	
Grandes	Lojas	da	Holanda,	Dinamarca	e	Itália.	Estas	ultimas	obediências	tem	
presença	na	América	Latina	e	denunciam	a	Grande	Loja	da	Inglaterra	por	seu	
caráter	 conservador	 e	 dogmático,	 e	 por	 sua	 impossibilidade	 de	 produzir	
modificações	em	seu	pensamento.	
	
Estrutura	de	Obediências	no	Brasil	
	
Inicialmente,	a	Maçonaria	Brasileira	centralizava-se	em	um	só	
Grande	Oriente,	mais	 tarde,	 esse	 dividiu-se	 em	dois	 corpos	 independentes	
entre-si,	 fruto	 de	 uma	 dissidência,	 posteriormente,	 por	 mais	 outra	
dissidência,	 surgiu	 um	 segundo	 Supremo	 Conselho.	 O	 remanescente,	
legitimado	 por	 Carta	 Constitutiva	 procedente	 as	 Suiça,	 aglomerou	 as	 lojas	
dispersas,	criando	oito	Grandes	Lojas	e	outrogando-lhes	Cartas	Constitutivas,	
finalmente	 cada	 estado	 passou	 a	 criar	 sua	 própria	 Grande	 Loja,	
independente	uma	das	outras.	
Com	 dois	 Grandes	 Orientes,	 o	 denominado	 “Beneditinos”	 e	
“Lavradio”,	 com	 sucessivas	 dissidências,	 alguns	 Estados	 formaram	 seus	
próprios	Grandes	Orientes	Independentes.	
Embora	 a	 primeira	 Loja	 maçônica	 tenha	 surgido	 em	 águas	
territoriais	da	Bahia,	em	1797,	numa	fragata	francesa,	a	primeira	Loja	regular	
do	Brasil	foi	a	“Reunião”,	fundada	em	1801,	no	Rio	de	Janeiro,	movida	pela	
liturgia	e	com	fins	sócio-politicos.	
Antes	 disso,	 já	 existiam	 anteriormente	 agrupamentos	
secretos,	 em	moldes	mais	 ou	menos	Maçônicos,	mas	 que	 não	 eram	 lojas,	
como	o	exemplo	do	 “Areópago	de	 Itambé”,	 fundado	por	Arruda	Câmara22,	
nas	raias	das	províncias	de	Pernambuco	e	da	Paraíba.	
Existem,	 todavia,	 autores	 que,	 aproveitando	 de	 um	 período	
nebuloso	 e	 de	 total	 falta	 de	 registros	 históricos,	 falam	 de	 existências	 de	
Lojas,	principalmente	na	Bahia,	nos	meados	do	Século	XVIII,	e	apontam	que	
os	conjurados	mineiros,	principalmente	Tiradentes,	como	maçons,	sem	que	
haja	qualquer	apoio	histórico	documental	para	tal	afirmação.	
																																																													
22	Manuel	Arruda	Câmara	 (Pombal,	Paraíba,	 segunda	metade	do	século	XVIII)	 foi	um	médico	e	botânico	brasileiro	
(Wikipédia,	acesso	em	10/02/08).	
O	 barão	 de	 Rio	 Branco,	Maçon	 iniciado	 em	 1872	 e	 acatado	
historiador,	 fala	sobre	uma	Loja	anterior	a	Reunião,	com	o	 título	de	União.	
Mas	 como	 o	 primeiro	 templo	 Maçônico	 do	 mundo,	 o	 da	 Grande	 Loja	 de	
Londres,	só	surgiu	em	1776,	é	pouco	provável	que	no	Brasil	colonial	de	1800	
já	existissem	templos.	
Em	 12	 de	 setembro	 de	 1813,	 era	 fundada	 na	 Bahia,	 a	 Loja	
“União”,	que	juntamente	com	duas	outras	Lojas	baianas,	a	“Virtude	e	Razão	
Restaurada”	 e	 a	 “Humanidade”,	 e	 com	 uma	 Loja	 do	 Rio	 de	 Janeiro,	 a	
“Beneficência”,	 teria	 dado	origem	a	uma	Grande	 Loja,	 e	 tomada	 como	um	
“Grande	 Oriente	 Brasileiro”,	 o	 qual,	 segundo	 José	 Martins	 Jurado,	 em	
Maçonaria	 Adonhiramita,	 não	 pode	 ser	 considerada,	 pois	 alem	 de	 não	 ter	
existência	 legal,	 não	era	 verdadeiramente	um	núcleo	 central	 e	não	exercia	
qualquer	influência	sobre	as	demais	Lojas	existentes.	
A	importante,	para	a	história	do	Grande	Oriente	do	Brasil,	foi	
a		“Comércio	e	Artes”,	fundada	em	1815,	que	trabalhava	inicialmente	no	Rito	
Adonhiramita23,	porque	os	seus	membros	pretendiam	criar	uma	Obediência	
brasileira,	 já	desde	a	 instalação	da	Loja,	ocorrida	em	1815,	na	casa	de	 José	
Vahia.	
																																																													
23
	 O	 mais	 antigo	 documento	 conhecido	 referindo-se	 ao	 mestre	 arquiteto	 do	 Templo	 sob	 a	 denominação	 de	
Adonhiram	é	o	Cathécisme	des	Francs	Maçons	ou	Le	Secret	des	Francs	Maçons	(Catecismo	dos	Franco-Maçons	ou	O	
Segredo	dos	 Franco-Maçons),editado	 em	1744,	 de	 autoria,	 possivelmente,	 um	abade,	 cujo	 nome	 seria	 Leonardo	
Gabanon.	Em	1730,	nasceu	o	Théodore	de	Tschoudy,	considerado	o	organizador	da	segunda	parte	da	obra	Recueil	
Précieus	 de	 la	 Franc-maçonnerie	 Adonhiramite	 (Compilação	 Preciosa	 da	 Maçonaria	 Adorinamita),	 cuja	 primeira	
edição	 ocorreu	 em	1787.	O	Barão	 Tschoudy	 foi	membro	 do	 parlamento	 de	 sua	 cidade	 natal,	Metz,	 França,	 onde	
residiu	de	1756	a	1765.	
Maçom	entusiasta	 e	 estudioso,	 Tschoudy	 utilizou	 seu	 aguçado	 espírito	 crítico	 para	 bater-se	 contra	 a	 proliferação	
desordenada	 dos	 altos	 graus	 do	 Rito	 de	Heredon,	 do	 qual	 derivariam	 alguns	 dos	 ritos	 atuais,	 como	 o	 escocês,	 o	
moderno	e	o	Adonhiramita.	Inicialmente,	Tschoudy	se	propôs	a	reformar	os	graus	então	existentes,	reduzindo-os	a	
quinze	 e	 depurando-os	 de	 tudo	 o	 que	 não	 fosse	 fiel	 à	 tradição	 maçônica.	 Em	 1766,	 Tschoudy	 publicou	 L'Étoile	
Flamboyante	ou	La	Société	des	Francs-Maçons	 (a	Estrela	Flamígera	ou	A	Sociedade	dos	Franco-Maçons),	obra	em	
que	propôs	a	criação	de	uma	nova	Ordem	de	altos	graus,	a	Ordem	da	Estrela	Flamígera,	com	três	graus:	Cavaleiro	de	
Santo	 André,	 Cavaleiro	 da	 Palestina	 e	 Filósofo	 Desconhecido.	 Desentendendo-se	 com	 os	 membros	 do	 novo	
Conselho,	 dedicou-se	 ao	 já	 citado	 Recueil	 Précieus	 de	 la	 Franc-maçonnerie	 Adonhiramite	 (Wikipédia,	 acesso	 em	
10/02/08).	
	
Após	o	fracasso	da	Revolução	Pernambucana24,	de	inspiração	
Maçônica,	por	força	do	Alvará	Real25,	que	proibia	as	sociedades	secretas,	as	
Lojas	resolveram	cessar	seus	trabalhos,	até	que	pudessem	ser	reabertas	sem	
perigo.	
Os	maçons,	 todavia,	 continuaram	 a	 trabalhar	 secretamente,	
no	 Clube	 da	 Resistência,	 fundado	 por	 José	 Joaquim	 da	 Rocha,	 e	 em	 1821,	
alguns	 acontecimentos	 fariam	 com	 que	 a	 Maçonaria	 brasileira	 voltasse	 à	
atividade.	
A	 partir	 de	 1822	 a	 Maçonaria	 brasileira	 deixava	 de	 ser	 um	
grupo	 heterogêneo	 de	 Lojas	 para	 se	 transformar	 em	 mais	 uma	 célula	 do	
sistema	obediêncial,	o	qual	empolgava	toda	a	Maçonaria	mundial.	
Aos	 vinte	 e	 oito	 dias	 do	 terceiro	mês	 do	Ano	da	Verdadeira	
Luz	de	5.822,	achando-se	abertos	os	Augustos	trabalhos	da	nossa	Ordem,	no	
Grau	de	Apr∴	e	havendo	descido	do	Oriente	o	Ir∴	Graccho,	Venerável	da	Loja	
Comércio	 e	 Artes,	 única	 até	 este	 dia	 existente	 e	 regular	 no	 Rio	 de	 Janeiro	
																																																													
24	A	chamada	Revolução	Pernambucana,	também	conhecida	como	Revolução	dos	Padres,	eclodiu	em	1817	na	então	
Província	de	Pernambuco,	no	Brasil.	Dentre	as	suas	causas	destacam-se	a	crise	econômica	regional,	o	absolutismo	
monárquico	 português	 e	 a	 influência	 das	 idéias	 Iluministas,	 propagadas	 pelas	 sociedades	 maçônicas	 (Wikipédia,	
acesso	em	10/02/08).	
25
	Publicado	com	data	de	30	de	março	de	1818,	“Eu	El-Rei	faço	saber	aos	que	este	Alvará	com	força	de	Lei	virem:	(...)	
Sou	Servido	Declarar	por	Criminosas	e	Proibidas	todas	e	quaisquer	denominações	que	elas	sejam;	ou	com	os	nomes	
e	formas	já	conhecidas,	ou	debaixo	de	qualquer	nome	ou	forma	que	de	novo	se	disponha	ou	imagine;	pois	que	todas	
e	quaisquer	deverão	ser	consideradas	de	agora	em	diante	como	feitas	para	o	Conselho,	e	Confederação	contra	o	Rei	
e	 o	 Estado.	 (...)Pelo	 que,	 Ordeno	 que	 todos	 aqueles,	 que	 forem	 compreendidos	 em	 ir	 assistir	 em	 Lojas,	 Clubes,	
Comitês	 ou	 qualquer	 outro	 ajuntamento	 de	 Sociedades	 Secretas;	 aqueles	 que	 para	 as	 ditas	 Lojas,	 ou	 Clubes,	 ou	
Ajuntamentos	 convocaremos	outros;	 e	 aqueles	que	assistirem	à	entrada,	ou	 recepção	de	algum	sócio	ou	ela	 seja	
com	juramento,	-	ou	sem	ele;	fiquem	incursos	nas	penas	da	Ordenação,	Livro	V,	Título	VI,	parágrafos	5	e	9,	as	quais	
penas	lhe	serão	impostas	pelos	Juizes	e	pelas	formas	e	processos	estabelecidas	nas	Leis	para	punir	os	Réus	de	Lesa-
Majestade..."	 (...)	 Nas	 mesmas	 penas	 incorrerão	 os	 que	 forem	 Chefes	 ou	 Membros	 das	 mesmas	 Sociedades,	
qualquer	que	seja	a	denominação	que	tiverem,	em	se	provando	que	fizeram	qualquer	ato,	persuasão	ou	convite	de	
palavra	ou	por	escrito,	para	estabelecer	de	novo,	ou	para	 renovar,	ou	para	 fazer	permanecer	quaisquer	das	ditas	
Sociedades,	 Lojas,	 Clubes	 ou	 Comitês	 dentro	 dos	Meus	 Reinos	 e	 seus	 Domínios;	 ou	 para	 a	 correspondência	 com	
outras	 fora	delas,	 ainda	que	 sejam	praticados	 individualmente,	e	não	em	Associação	de	Lojas,	Clubes	ou	Comitês	
(http://samauma.biz/site/portal/conteudo/opiniao/g00305alvaradjoaovi.htm,	acesso	em	10/02/08).	
(...)26.	Essa	é	parte	da	certidão	de	nascimento	do	Grande	Oriente	do	Brasil,	
obediência	Maçônica	nacional,	primeira	do	Brasil,	fundada	por	ocasião	num	
sobrado	 localizado	na	esquina	da	 rua	de	São	 Joaquim,	 com	a	 rua	do	Fogo,	
aonde	a	alta	administração	(Grande	Loja)	do	GOB	ficou	assim:	
José	 Bonifácio	 de	 Andrada	 e	 Silva	 (Grão	 Mestre),	 Marechal	
Joaquim	 de	 Oliveira	 Alvares	 (Delegado	 Grão	 Mestre),	 Joaquim	 Gonçalves	
Ledo	 (1º	 Grande	 Vigilante),	 Capitão	 João	 Mendes	 Viana	 (2º	 Grande	
Vigilante),	 Cônego	 Januário	 da	 Cunha	 Barbosa	 (Grande	 Orador),	 Capitão	
Manoel	 José	 de	 Oliveira	 (Grande	 Secretário),	 Francisco	 Luiz	 Pereira	 da	
Nóbrega	 (Promotor	Fiscal),	 João	da	Rocha	 (Grande	Cobridor),	 Joaquim	José	
de	Carvalho	(Grande	Experto).	
Segundo	 o	 site	 do	 Grande	 Oriente	 do	 Brasil,	 na	 seção	 do	
Museu	Ariovaldo	Vulcano,	 foram,	 até	 a	 data	 de	 2008,	 os	Grão	Mestres	 do	
GOB,	desde	a	fundação,	os	seguintes	Maçons:	
1) José	Bonifácio	de	Andrada	e	Silva;	
2) Dom	Pedro	I;	
3) Antônio	 Francisco	 de	 Paula	 Holanda	 Cavalcanti	
Albuquerque;	
4) Miguel	 Calmon	 Du	 Piu	 e	 Almeida	Marques	 (Marquês	 de	
Abrantes);	
5) Luiz	Alves	de	Lima	e	Silva	(Duque	de	Caxias);	
6) Bento	da	Silva	Lisboa;	
7) Joaquim	Marcelino	de	Brito;	
8) José	Maria	da	Silva	Paranhos	(Visconde	do	Rio	Branco);	
9) Francisco	José	Cardoso	Júnior;	
10) Luiz	Antônio	Vieira	da	Silva;	
11) João	Baptista	Gonçalves	de	Campos;	
12) Marechal	Deodoro	da	Fonseca;	
13) Antônio	Joaquim	de	Macedo	Soares;	
14) Quintino	de	Souza	Ferreira;	
																																																													
26
	José	Martins	Jurado,	Maçonaria	Adonhiramita	–	Apontamentos,	pag.	103.	
15) Lauro	Nina	Sodré	e	Silva;	
16) Francisco	Glicério	da	Cerqueira	Leite;	
17) Veríssimo	José	da	Costa;	
18) Nilo	Procópio	Peçanha;	
19) Thomas	Cavalcante	de	Albuquerque;	
20) Mario	Marinho	de	Carvalho	Behring;	
21) Bernardino	de	Almeida	Senna	Campos;	
22) Vicente	Saraiva	de	Carvalho	Neiva;	
23) João	Severiano	da	Fonseca	Hermes;	
24) Octávio	Kelly;	
25) José	Maria	Moreira	Guimarães;	
26) Joaquim	Rodrigues	Neves;	
27) Benjamim	de	Almeida	Sodré;	
28) Cyro	Werneck	de	Souza	e	Silva;	
29) Álvaro	Palmeira;	
30) Moacyr	Arbex	Dinamarco;	
31) Osmone	Vieira	de	Resende;	
32) Osíris	Teixeira;	
33) Mathatias	Bussinger;	
34) Jair	Assis	Ribeiro;	
35) Enoc	Almeida	Vieira;	
36) Moacys	Sales;	
37) Francisco	Murilo	Pinto;	
38) Marcio	Octávio	Dias	dos	Santos;	
39) Joferlino	Miranda	Pontes;	
40) Manual	Rodrigues	de	Castro;	
41) Manir	Hahhad;	
42) Laelso	Rodrigues;	
43) Marcos	José	da	Silva.	
	
As	lojas	de	São	João	
	
Os	três	primeiros	graus	das	oficinas	de	iniciação	na	Maçonaria	
Especulatica	(franco-Maçonaria)	são	denominados	“lojas	azuis”	ou	“lojas	de	
São	João”,	nome	este	que	já	desperta	uma	primeira	questão,	a	qual	são	João	
se	referem?	
Para	 E.F.	 Bazot,	 citado	por	 Ralph	 T.	 Beck,	 não	 se	 trataria	 de	
João	Batista	e	nem	João	Evangelista,	já	que	nem	um,	nem	outro	teria	relação	
com	a	Ordem,	mas	de	João	Esmoleiro,	santo	da	época	dos	cruzados.	
De	 outra	 forma,	 aponta	 a	 tese	 que	 Johanan,	 significa		
“misericórdia	de	Deus”	e	“louvor	de	Deus”,	esses	dois	sentidos	aplicam-se	a	
ambos:	O	primeiro	ao	Batista	e	o	 segundo	ao	Evangelista,	 a	misericórdia	é	
descendente	 e	 o	 louvor	 é	 ascendente.	 Essa	 dualidade	 estabelece	 uma	
relação	direta	com	as	duas	metades	do	ciclo	anual,	representadasnas	festas	
de	solstício	de	verão	e	de	inverno.	
Para	 reforçar	 essa	 idéia,	 quanto	 ao	 “louvor	 de	 Deus”,	 João	
Evangelista	aparece	nos	vitrais	da	Idade	Média,	e	que	o	azul	das	oficinas	de	
iniciação	é	o	primeiro	indicio	do	abandono	do	mundo	profano.	
O	simbolismo	reconhece	 três	cores	azuis:	um	que	emana	do	
vermelho	(martírio	de	João	Batista),	outro	do	branco	e	o	terceiro,	do	negro.	
João	Batista	batiza	o	neófito	com	a	água	(azul),	em	seguida	a	regeneração	do	
homem	pelo	fogo	(vermelho).	Como	suporte	a	vida,	o	ar		(branco)	haverá	de	
ser	 crucial	 na	 vida	 do	 ser	 humano,	 e	 por	 ultimo,	 a	 morte	 (negro)	 para	
regressar	ao	vermelho	e	á	eterna	transformação	da	matéria. 
Assim	não	podemos	 ignorar,	 tanto	que	o	compendio	Recueil	
Précieux	de	 La	Maconnerie	Adonhiramite,	 de	1787,	 obra	básica	no	qual	 se	
fundamenta	o	Rito	Adonhiramita,	que	foi	São	João	ao	purificar,	com	as	águas	
do	Batismo,	instituiu	esse	sacramento.	
 	
	
M.	 J.	 Outero	 Pinto,	 em	 seu	 livro	 Compêndios	Maçônicos	 do	
primeiro	grau,	retrata	na	página	71	a	localização	de	33	“Joões”,	que	tiveram	
seu	 período	 áureo	 e	 que	 caíram	 no	 esquecimento,	 tendo	 suas	 biografias	
reservadas	 aos	museus	 e	 suas	memórias	 reservadas	 aos	 túmulos	 e	 altares	
dedicados	a	esses	“santos”	do	passado.	
Jules	 Boucher,	 em	 A	 Simbólica	Maçônica,	 traz	 o	 prólogo	 de	
João	Evangelista,	e	o	define	como	um	verdadeiro	monumento	esotérico:	
“No	começo	era	o	verbo,//e	o	Verbo	estava	com	Deus,//e	o	
Verbo	 era	 Deus.//Ele	 estava,	 no	 começo,	 com	 Deus.//Tudo	
era	 feito	por	ele//e,	sem	ele,	nada	se	 fez//de	tudo	o	que	foi	
feito.//A	vida	estava	nele,//e	a	vida	era	a	luz	dos	homens,//e	
a	luz	brilhava	nas	trevas,//e	as	trevas	não	o	receberam.”	
	
Em	certas	Lojas,	coloca-se	a	Bíblia	aberta	na	primeira	página	
do	Evangelho	de	São	 João,	qualificado	 freqüentemente	como	o	“Evangelho	
do	Espirito”.	
Sabemos	 que,	 de	 acordo	 com	 certos	 autores,	 São	 Pedro	
simbolizaria	a	igreja	“exterior”	e	São	João	a	igreja	“interior”,	por	isso	que	se	
quis	ver	no	vocábulo	de	São	João	utilizado	pela	Maçonaria	a	prova	evidente	
de	sua	ligação	com	a	Gnose,	considerada	como	a	doutrina	secreta	e	interior	
da	igreja.	
Anota,	 Jules	 Boucher,	 que	 o	 nome	 de	 João	 está	 ligado	 a	
misteriosa	 lenda	 do	 “Padre	 João”,	 dos	 séculos	 XII	 e	 XIII,	 que	 seria	 um	
soberano	tártaro.	Deve	se	notar	ainda,	que	muitos	imperadores	da	Abssínia	
chamavam-se	João.	
Houve	ainda	quem	relacionasse	João	a	“Janus”,	o	Deus	latino	
de	dois	rostos:	Um	de	jovem,	outro	de	velho,	simbolizando,	diz-se	o	passado	
e	o	futuro.	
Gnosiologia	Maçônica	
	
O	cristianismo	peneirou	a	filosofia	antiga	com	subjetividade	e	
com	 direção	 de	 seu	 	 pensamento.	 Santo	 Agostinho27	 introduziu	 o	
platonismo,	 enquanto	 São	 Thomas	 de	 Aquino28	 adaptou	 o	 universo 	
aristotélico	 ao	 cristianismo.	 Mas	 as	 idéias	 filosóficas	 antigas	 foram	
resguardadas	 pela	 corrente	 hermética,	 ou	 seja,	 pelo	 complexo	 mundo	 da	
alquimia,	do	materialismo	grego	e	do	racionalismo	pitagórico.	
																																																													
27
	Aurélio	Agostinho	(do	latim,	Aurelius	Augustinus),	Agostinho	de	Hipona,	São	Agostinho	ou	Santo	Agostinho[1]	foi	
um	 bispo	 católico,	 teólogo	 e	 filósofo	 que	 nasceu	 em	 13	 de	 Novembro	 de	 354	 em	 Tagaste	 (hoje	 Souk-Ahras,	 na	
Argélia);	morreu	em	28	de	Agosto	de	430,	em	Hipona	(hoje	Annaba,	na	Argélia).	É	considerado	pelos	católicos	santo	
e	Doutor	da	Igreja	(Wikipédia,	acesso	em	10/02/08).	
28	São	Tomás	de	Aquino,	OP,	(Roccasecca,	1225	—	Fossanova,	7	de	Março	1274)	foi	um	frade	dominicano	e	teólogo	
italiano.	Foi	o	mais	distinto	expoente	da	Escolástica.	 Foi	proclamado	santo	pela	 Igreja	Católica	e	cognominado	de	
Doctor	Communis	ou	Doctor	Angelicus	(Wikipédia,	acesso	em	10/02/08).	
	
Os	 pitagóricos	 valeram-se	
dos	 números	 para	 fundamentar	 a	
racionalidade	e	de	si	mesmos	para	aceitar	
a	 irracionalidade.	 	 A	 partir	 dos	 números	
formaram	 a	 mística,	 e	 os	 aspirantes	 a	
entrar	 nas	 confrarias	 pitagóricas	 deviam	
passar	por	uma	iniciação,	porque	a	escola	
nasceu	como	uma	fraternidade	fechada	e	
com	regras	específicas	de	convivência.	
O	 sentimento	 de	 renuncia	
tornou-se,	 daí,	 predominante	 na	 Idade	Média,	 significou	 a	mortificação	 da	
carne	e	purgação	dos	vínculos	com	o	corpo,	para	libertar-se	dessa	condição,	
o	 homem	 iniciado	 deveria	 possuir	 conhecimento	 da	 alma,	 do	 espírito,	
estando	em	contato	com	sua	transcendência.	
Para	esta	evolução,	era	necessário	condicionar	a	validade		de	
um	 principio	 a	 todos	 os	 outros,	 por	 esta	 extensão	 de	 prioridade,	 temos	 o	
estudo	 da	 metafísica,	 já	 que	 o	 saber	 se	 organizou	 e	 ividiu	 em	 diversas	
ciências,	relativamente	independentes	e	capazes	de	exigir	a	determinação	de	
suas	inter-relações	e	sua	integração	com	base	num	fundamento	comum.	
Essa	era	precisamente	a	situação	que	se	verificava	em	Atenas,	
em	 meados	 do	 séc.	 IV	 a.c.,	 graças	 a	 obra	 de	 Platão,	 que	 contribuíram	
poderosamente	 para	 o	 desenvolvimento	 da	 ética,	 matemática,	 física	 e	
política.	
Platão	 apresentou	 a	 exigência	 da	 formação	 dessa	 ciência	
suprema,	 depois	 de	 esclarecer	 a	 natureza	 das	 ciências	 particulares	 que	
constituem	 o	 currículo	 do	 filosofo.	 Nessa	 ciência	 das	 ciências,	 Platão	
reconhecia	 a	 dialética,	 cuja	 tarefa	 fundamental	 seria	 criticar	 e	 joeirar	 as	
hipóteses	que	cada	ciência	adota	 como	 fundamento,	mas	que	 “não	ousam	
tocar	porque	não	estão	em	condições	de	explica-las”.	
É	neste	contexto	que	a	Maçonaria	moderna	se	 faz	presente,	
justamente	 a	 acenção	 dos	 graus	 não	 é	 outra	 coisa	 senão	 a	 paulatina	
elevação	do	conhecimento.	Não	é	uma	religião,	mas	tenta	ser	um	ponto	de	
encontro	 de	 religiões,	 de	 correntes	 filosóficas,	 de	 crenças	 antigas	 ou	 de	
ideologias	modernas. 
 
	
Para	 a	 Maçonaria,	 o	 ser	 humano	 leva	 dentro	 de	 si	 uma	
partícula	divina,	a	tarefa	é	chegar	a	ela	e	aprender,	esse	Aprendizado	é	um	
caminho	de	conhecimento	de	si	mesmo	e	do	mundo.	
Ao	 alcançar	 esta	 partícula,	 o	 homem	 deve	 liberá-la	 para	
morrer,	e	então	renascer,	do	que	se	desprende	que	a	natureza	do	homem	é	
cíclica.	
Para	 levar	 a	 cabo	 essa	 missão	 pessoal,	 é	 necessária	 a	
presença	de	um	guia,	um	“iniciador”	que	 transmita	ao	“neófito”	o	 segredo	
da	libertação.	
Os	ritos	praticados	em	segredo	são	a	imagem	desse	processo	
interior,	 permitindo	 a	 elevação	 para	 a	 sabedoria	 de	maneira	 progressiva	 e	
realizada	por	meio	de	adequada	dosificação	no	Aprendizado	(“um	Apr∴	que	
recebeu	mui	fraca	luz	não	tem	condições	de	suportar	maior	claridade”).	
O	estudo	é	necessário,	uma	vez	que,	por	exemplo,	a	religião	
Busdista	 não	 concebe	 temer	 a	 Deus	 nem	 infundir	 este	 temor	 a	 ninguém.	
Para	essa	idéia,	“Deus	é	carne,	pois	é	criação	do	Homem”,	e	em	exegese	ao	
pensamento	filosófico	maçônico	abre	o	curso	de	um	dos	braços	importantes	
do	rio	da	ordem.	
Nesta	semântica	de	estudos,	segundo	a	Alquimia,	a	noção	de	
um	espírito	incorpóreo,	não	encarnado,	parece	absurdo.	O	homem,	segundo	
Paracelso,	abrange	e	compreende	o	“mundo	sensível	e	material,	os	astros	e	
Deus”.	
O	 Deus	 de	 Paracelso	 não	 está	 fora	 do	mundo,	mas	 sim	 é	 o	
homem	quem	compreende	Deus	no	mundo,	viu	o	mundo	em	Deus	e	Deus	no	
mundo	(“No	começo	era	o	verbo,//e	o	Verbo	estava	com	Deus,//e	o	Verbo	
era	Deus...),	e	o	homem	participando	dos	dois	e	compreendendo-os.	
Todos	 os	 sinais	Maçônicos	 se	 relacionam	 com	 a	 natureza,	 é	
uma	energia	dispersada	em	todo	o	universo.	
A	 água,	 o	 ar	 e	 o	 fogo	 são	os	 três	 elementos	que	participam	
dos	 rituais	 maçons,	 tanto	 na	 iniciação,	 quanto	 na	 despedida,	 quando	 o	
Maçom	passa	a	“decorar	o	oriente	eterno”.	Temos	um	quarto	elemento	que	
é	a	terra	–	simbolicamente	a	mãe,	constitui	o	ponto	de	partida	e	de	chegada,	
sendo	necssário	dar	a	volta	inteira,	do	traçadorealizado	pelo	compasso.	
Neste	 sentido,	 o	 circulo,	 então,	 é	 o	 símbolo	 da	 vida.	 Essa	
simbologia	é	representada	nos	templos	maçônicos	pelo	delta	luminoso,	que	
brilha	 no	 oriente	 de	 cada	 oficina,	 seus	 três	 lados	 simbolizam	 nascimento,	
vida	e	morte.	
A	 alma	 humana	 é	 tão	 ilimitada	 como	 Deus,	 por	 ser	 alma	
“afim”	de	Deus,	esse	é	o	motivo	pelo	qual	o	pensamento	e	a	 liberdade	do	
homem	são	ilimitados.	
Aqui	esta	a	base	da	ideologia	Maçônica,	sustentar	a	liberdade	
de	consciência	e	intelecto.	
	
As	Escolas	do	Conhecimento	Maçônico	
	
À	 medida	 que	 os	 conhecimentos	 científicos	 e	 históricos	
progrediram	 em	 outros	 campos	 da	 pesquisa,	 e	 especialmente	 na	 análise	
critica	 de	 escrituras,	 os	 métodos	 científicos	 foram	 gradativamente	 sendo	
aplicados	ao	estudo	da	Maçonaria,	em	conseqüência	disto	abre-se	linhas	de	
investigação,	 denominadas	 escolas	 de	 conhecimento,	 agrupadas	 segundo	
suas	relações.	Cada	um	desses	grupos	tem	características	próprias,	afins	com	
a	Maçonaria,	 com	 seus	 próprios	 cânones	 de	 interpretação	 dos	 símbolos	 e	
cerimônias,	 conquanto	 seja	 claro,	 muitos	 modernos	 são	 influenciados	 por	
mais	de	uma	escola.	
	
A	Escola	Autêntica	
	
A	escola	Autêntica	se	sustenta	pelo	fulcro	da	análise	histórica	
dos	documentos	maçônicos,	em	especial	pelo	empreendimento	de	enormes	
pesquisas	 nas	 atas	 das	 Lojas	 e	 em	 documentos	 de	 diversas	 espécies,	 que	
tratavam	do	passado	e	do	presente	da	Ordem.	
Para	 Joaqui	 Gervásio	 de	 Figueiredo,	 neste	 setor	 os	 maçons	
devem	muito	a	R.	F.	Gould,	o	grande	historiador	maçônico;	a	W.	J.	Hughan,	
G.	W.	Speth,	David	Murray-Lyon,	o	historiador	da	Maçonaria	Escocesa;	ao	Dr.	
Chetwod	Crawley,	cujo	tratado	sobre	a	primitiva	ordem	Irlandesa	se	tornou	
clássico;	e	a	outros	do	Círculo	Interno	da	famosa	Loja	Quattour	Coronati,	nº	
2076,	 cujos	 anais	 fascinantes	 são	 uma	 mina	 de	 preciosos	 ensinamentos	
históricos	e	arqueológicos.		
Na	 Alemanha,	 dois	 grandes	 nomes	 são	 J.	 F.	 Fludelo,	
historiador;	 e	 Dr.	 Wolhelm	 Begemann,	 que	 fez	 as	 mais	 minuciosas	 e,	
esmeradas	pesquisas	nas	Antigas	Constituições	da	Ordem.		Uma	vasta	soma	
de	 material	 de	 permanente	 utilidade	 para	 os	 estudiosos	 de	 nossa	 Ordem	
tornou-se	assim	acessível	graças	ao	labor	dos	cultores	da	Escola	Autêntica29.	
A	 validade	 cultural	 dessa	 escola	 deve	 ser	 considerada	 a	 que	
esse	 método	 de	 investigação	 se	 esbarra	 a	 limitações:	 inúmeras	 atividades	
maçônicas	jamais	foram	escritas,	uma	vez	que,	até	os	dias	atuais,	boa	parte	
do	 conhecimento	maçônico	 é	 transmitido	 oralmente	 em	 Lojas,	 denotando	
assim	um	valor	parcial	a	descoberta	do	conhecimento.	
Ainda	 para	 Gervásio,	 a	 tendência	 desta	 escola	 é,	 portanto,	
muito	 naturalmente,	 de	 fazer	 a	 Maçonaria	 derivar	 das	 Lojas	 e	 Guildas	
operativas	 da	 Idade	Média,	 e	 fazer	 supor	 que	 os	 elementos	 especulativos	
foram	 enxertados	 no	 tronco	 operativo	 -	 hipótese	 esta	 não	 contraditada	
pelos	arquivos	existentes.		Afirma	o	Ir∴	R.F.	Gould	que	se	pudermos	admitir	
que	 o	 simbolismo	 (ou	 cerimental)	 da	 Maçonaria	 é	 anterior	 a	 1717,	 não	
																																																													
29
	Joaquim	Gervásio	de	Figueiredo,	Dicionário	de	Maçonaria,	Editora	Pensamento,	Pag.	240.	
haverá,	 praticamente,	 	 limites	 na	 computação	 de	 sua	 idade30.	Mas	muitos	
outros	 escritores	 não	 vão	 além	dos	 construtores	medievais,	 na	 procura	 da	
origem	de	nossos	Mistérios.		
Entre	os	adeptos	desta	escola	há	a	tendência,	também	muito	
natural	 quando	 se	 sustenta	 tal	 teoria	 de	 origem,	 de	 negar	 a	 validade	 dos	
graus	superiores	e	de	declarar,	de	acordo	com	o	Ato	Solene	de	União	entre	
as	 duas	 Grandes	 Lojas	 Maçônicas	 da	 Inglaterra,	 em	 1813,	 que	 a	 "pura	
Maçonaria	Antiga	consiste	de	três	graus	e	não	mais,	 I.	É,	os	de	Apr∴,	 II.	De	
Companheiro	e	III.	Mestre	Maçom,	inclusa	a	Ordem	Suprema	do	Santo	Real	
Arco31.	 Todos	 os	 demais	 graus	 e	 ritos	 são	 encarados	 pelos	 mais	 rígidos	
adeptos	 desta	 escola	 como	 sendo	 Inovações	 continentais	 e	 são,	
conseqüentemente,	rejeitados	como	sendo	Maçonaria	"espúria".		
A	 análise	 critica	 dessa	 escola,	 na	 Maçonaria	 brasileira,	 se	
esbarra	 no	 abismo	 cultural	 da	 leitura	 e	 pesquisa,	 visto	 como	 uma	 tortura	
pela	maioria.	Segundo	o	Ir.:.	Mahon,	no	artigo	Hermenêutica	Maçônica:	Por	
uma	 integração	 de	 visões,	 “o	 viés	 histórico	 é	 bastante	 ignorado	 pelos	
maçons,	 relegando	 as	 instruções	 apenas	 para	 o	 prisma	 simbólico	 ou	
gnóstico.	Provavelmente,	ocorre	tal	omissão	por	duas	razões	–	a	primeira,	de	
ordem	 objetiva,	 falta	 de	 leitura.	 Assim,	 é	 muito	 mais	 fácil	 atribuir	 uma	
significação	bastante	subjetiva	aos	elementos	maçônicos	de	um	Templo	ou	
constantes	de	um	ritual	do	que	se	debruçar	em	monografias	geralmente	em	
outras	 línguas.	 ‘A	 tradição	 ensina’,	 ‘pensamos	 que’,	 são	 típicos	
complementos	de	uma	origem	racional	preterida	pelo	gosto	impregnado	de	
subjetivismo”.	
																																																													
30
	Joaquim	Gervário	de	Figueiredo,	apud	Concise	History	of	Pree-rnansory,	p.	55.			
31
	Joaquim	Gervásio	de	Figueiredo,	apud	Book	of	Constitutions,	1884,	p.	16.	
	
A	Escola	Antropológica	
	
A	Escola	Antropológica	é	considerada	pela	gnosiologia	como	a	
interpretação	 simbólica,	 que	 pela	 repetição	 o	 neófito	 será	 inserido	 no	
ensinamento	moral.	
Para	 Gervásio,	 essa	 escola	 está	 ainda	 em	 processo	 de	
desenvolvimento	 e	 aplica	 as	 descobertas	 da	 antropologia	 aos	 estudos	 da	
história	maçônica,	com	notáveis	resultados.		Os	antropologistas	têm	reunido	
um	vasto	cabedal	de	informações	sobre	os	costumes	religiosos	e	iniciatórios	
de	muitos	povos,	antigos	e	modernos;	e	os	Maçons	estudiosos	neste	campo	
têm	encontrado	muitos	de	nossos	símbolos,	tanto	da	Ordem	como	de	graus	
superiores,	nas	pinturas	murais,	gravuras,	escultura	e	edifícios	das	principais	
raças	 do	 mundo.	 	 Portanto,	 a	 Escola	 Antropológica	 concede	 à	 Maçonaria	
uma	 antigüidade	 muito	 maior	 do	 que	 a	 tida	 pela	 Autêntica,	 e	 assinala	
surpreendentes	 analogias	 com	 os	 antigos	 Mistérios	 de	 muitas	 nações,	 os	
quais	 possuíram	 claramente	 nossos	 símbolos	 e	 sinais,	 com	 toda	 a	
probabilidade,	 cerimônias	 análogas	 às	 executadas	 atualmente	 nas	 Lojas	
Maçônicas.		
Os	 antropologistas	 não	 confinam	 seus	 estudos	 apenas	 ao	
passado,	 mas	 têm	 investigado	 os	 ritos	 iniciatórios	 de	 numerosas	 tribos	
selvagens	existentes	tanto	na	África	como	na	Austrália,	e	os	têm	encontrado	
possuírem	 gestos	 e	 sinais	 ainda	 em	 uso	 entre	 os	 Maçons.	 	 Entre	 os	
habitantes	 da	 Índia	 e	 da	 Síria	 têm	 sido	 encontradas	 impressionantes	
analogias	 com	 nossos	 ritos	 maçônicos,	 entremeados	 com	 suas	 filosofias	
religiosas,	de	 tal	maneira	que	torna	 inteiramente	 impossível	a	 idéia	de	que	
tivessem	sido	copiados	de	fontes	européias.		Os	Maçons	estudiosos	de	modo	
algum	 esgotaram	 os	 fatos	 que	 ainda	 se	 podem	 descobrir	 neste	
interessantíssimo	 campo	 de	 pesquisas,	 porém	 mesmo	 com	 nossos	 atuais	
conhecimentos	é	evidente	que	ritos	análogos	aos	que	chamamos	maçônicos	
existem	entre	os	mais	antigos	do	globo,	e	podem	ser	encontrados	sob	uma	
forma	ou	outra	em	quase	todas	as	partes	do	mundo.			
Nossos	sinais	existem	no	Egito	e	México,	na	China	e	Índia,	na	
Grécia	e	Roma,	nos	templos	de	Burma	e	nas	catedrais	da	Europa	medieval.		
Além	 de	 que	 no	 sul	 da	 Índia	 existem	 santuários	 onde	 são	 ensinados	 os	
mesmos	 segredos	 sob	 compromissos	 de	 juramento	 tal	 como	 nos	 são	
comunicados	 na	 Ordem	 e	 nos	 graus	 superiores	 da	 Europa	 e	 América	
modernas.		
Gervásio	 destaca	 que	 entre	 os	 pioneiros	 neste	 campo	
devemos	mencionar	 o	 Ir∴	 Albert	 Chuchward,	 autor	 de	 interessantes	 livros	
sobre	a	origem	egípcia	da	Maçonaria,	conquanto	pareça

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