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TCC Psicopedagogia reformulado dia 1206 _ Passei Direto

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Impresso por Mariana Ramos, E-mail soumarianaramos@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por
direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 14/03/2023, 20:58:22
1 INTRODUÇÃO 
 A Psicopedagogia é uma área do conhecimento que atua tanto na Saúde como na Educação, 
trabalhando no processo da aprendizagem humana, seus padrões normais e patológicos, considerando
a influência do meio escolar, familiar e a sociedade em seu desenvolvimento, utilizando 
procedimentos próprios. Sendo assim, o presente relatório trata do acompanhamento e intervenções 
realizadas pela estagiária Grasiela da Silva, acadêmica do Curso de Pós-Graduação Latu Senso em
Psicopedagogia. O trabalho foi desenvolvido no Centro de Educação Municipal, com público alvo 
do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, totalizando 111 alunos, com 13profissionais atuantes 
incluindo, diretora, professores, merendeira e serviços gerais, localizada no município de 
Agrolândia, bairro Ipiranga. A proposta pedagógica apresentada no PPP, embasa o trabalho 
docente, além dos currículos de níveis de Estado e País na rede municipal de ensino de 
Agrolândia é a Proposta Curricular da Educação Básica:
 AMAVI. Proposta Curricular da Educação Básica: Municípios da Região do Alto Valedo 
Itajaí. Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí. Rio do Sul, 2016. 
 Após a adequação da BNCC , os professores do Centro de Educação usam cotidianamente os 
documentos abaixo para nortear s uas atividades docentes, desde o planejamento, até a prática e a 
avaliação.
 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular . Brasília, 2018. SANTA CA 
TARINA. Secretaria de Estado da Educação. Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino 
Fundamental do Território Catarinense. Florianópolis, 2019. 
 Os professores elaboram o Plano de ensino (Plano Anual), isto é, os planejamentos de 
aula(quer seja por projetos, atividades de aprendizagem, por aula, etc.), Ementa; Objetivo; 
Conteúdo; Metodologia; Avaliação; Referências). O Centro de Educação tem clientela formada não apenas 
por alunos que residem no Bairro Ipiranga, onde é situado, mas também nas localidades vizinhas.
A Secretária de Educação oferece transporte escolar para os alunos que residem nessas comunidades. 
As observações e intervenções foram desenvolvidas em meio a pandemia do COVID-19, todas 
as medidas preventivas foram adotadas, como redução do número de participantes, uso de 
máscara e álcool em gel, distanciamento social de 1,5 mts, etc.
 Optou-se por observar e intervir com um aluno de 9 anos, matriculado no 3º ano do ensino 
fundamental, diagnosticado por neurologistas com Transtorno do Espectro Autista- TEA nível II, 
Deficiência Intelectual e Ataxia Cerebral Congênita 
 O estágio se justifica pela necessidade de o acadêmico/estagiário ter a oportunidade de 
conviver com as questões que envolvem a profissão do Psicopedagogo, bem como refletir sobre 
a sua ação, além de poder confrontar a teoria e a prática, para tanto, busca-se conhecimento 
teórico, propiciando reflexão sobre o papel do psicopedagogo.
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Investigar os fatores que dificultam a aprendizagem, como também as emoções dos alunos estudados, 
desenvolvendo um trabalho volta do para atividades psicopedagógicas que possam melhorar o convívio 
social dessas crianças, além de compreender e interpretar o processo do diagnóstico pedagógico.
 Diante do citado, objetivou-se com o presente trabalho: identificar as capacidades e 
competências da criança, bem como suas dificuldades; investigar os processos passíveis de 
aprendizagem, considerando aspectos situacionais, culturais, sociais e biológicos. Assim, este trabalho
possui suma relevância na formação acadêmica no âmbito da inclusão.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O PSICOPEDAGOGO, A INCLUSÃO ESCOLAR E A FAMÍLIA
 A Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem humana, considerando o sujeito que 
aprende em sua totalidade, o objetivo do psicopedagogo é entender os processos de aprendizagem, 
assim como, as dificuldades e limitações inerentes, decifrando a origem da dificuldade apresentada que
pode ser social, mental, física e até mesmo emocional. O psicopedagogo institucional atua 
preventivamente, envolvendo a escola, a família e a comunidade, esclarecendo sobre as diferentes 
etapas do desenvolvimento, para que possam compreender suas características evitando assim 
cobranças de atitudes ou pensamentos que não são próprios da idade.
 Atualmente muito se fala em inclusão, em formar profissionais capacitados para trabalhar 
com os alunos com dificuldade e/ou limitação específica. Porém, evidencia-se nos currículos 
escolares a não interdisciplinaridade, ou seja, o não direcionamento das atividades e a pouca 
existência de inter-relações entre os conteúdos. Ao contrário, os currículos estão organizados em 
disciplinas, que separam os conhecimentos tratando-os isoladamente.
 De acordo com Mantoan (2003, p.13), entende-se que Os sistemas escolares também estão montados 
a partir de um pensamento que recorta a realidade, que permite dividir os alunos em normais e 
deficientes, as modalidades de ensino em regular e especial, os professores em especialistas nesta e 
naquela manifestação das diferenças. A lógica dessa organização é marcada por uma visão determinista, 
mecanicista, formalista, reducionista, própria do pensamento científico moderno, que ignora o subjetivo, o 
afetivo, o criador, sem os quais não conseguimos romper com o velho modelo escolar para 
produzir a reviravolta que a inclusão impõe.
 Um ponto que merece atenção é a diferença entre integração e inclusão. Para Mantoan 
(2003) integração refere-se mais especificamente à inserção de alunos com deficiência nas escolas
comuns. Entretanto, nem todos os alunos com deficiência “cabem” nas turmas de ensino regular, 
pois há uma seleção prévia dos que es tão aptos à inserção. 
 
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 Para esses casos, é preciso de currículos adaptados, avaliações especiais, redução dos objetivos 
educacionais para compensar as dificuldades de aprender. Em síntese, a escola não muda como um 
todo, mas os alunos têm de mudar para se adaptarem às suas exigências. 
 Já a inclusão apresenta uma inserção escolar de forma radical, completa e sistemática.Todos os alunos 
devem frequentar a sala de aula do ensino regular, sem excluir ninguém. Portanto, é 
incompatível com a integração, pois a inclusão abarca não apenas os alunos deficientes ou que 
possuem dificuldades na aprendizagem, mas todos os demais, para que juntos obtenham sucesso na 
aprendizagem (MANTOAN, 2003).
 Corrobora-se com a autora quando esta aponta que: Incluir é necessário, primordialmente para 
melhorar as condições da escola, de m odo que nela se possam formar gerações mais preparadas 
para viver a vida na sua plenitude, livremente, sem preconceitos, sem barreiras. Não podemos 
contemporizar soluções, mesmo que o preço que tenhamos de pagar seja bem alto, pois nunca será tão alto 
quanto o resgate de uma vida escolar marginalizada, uma evasão, uma criança estigmatizada sem 
motivos(MANTOAN, 2003, p. 30
 Para um cenário educacional que caminha em direção a busca pela inclusão e que contribua para o bom
andamento, necessita da escola, dos professores e dos pais. Concebe-se também que a tão 
almejada inclusão não pode se restringir ao ambiente escolar, deve atravessar seus muros para 
que ocorra verdadeiramente. Pode-se dizer, que é inconcebível que a escola seja inclusiva se a 
sociedade não o for. Daí a importância dos diversos setores da sociedade, e não apenas a educação.
 Existem muitos fatores que interferem no processo de aprendizagem, porém a criança não é a 
única responsável pelos problemas que enfrenta ou que se encontra. Mas também, não é a busca 
de culpados por esses problemas que permitirá encontrar soluções. Para Bossa (2002 
apudESCOTT, 2004) é preciso que o psicopedagogo tenha clareza de que a dificuldade de aprendizagem não 
se dá isoladamente, mas precisa ser compreendida como um sintoma social, cultural, 
epistemológico e individual, que se manifesta na dimensão da singularidade do sujeito.
 Para se compreender os problemas que surgem na aprendizagem o psicopedagogo precisa ter 
um olhar e uma escuta aprofundada a todos os momentos do processo. Segundo Paín (1989, apud ESCOTT, 
2004, p. 28), [...] podemos considerar o problema de aprendizagem como sintoma, no sentido de 
que o não-aprender não configura um quadro permanente, mas ingressa numa constelação peculiar de 
comportamentos, nos quais se destaca como sinal de descompensação.
 Dessa forma, quando surgir o “não sei” como principal resposta, o psicopedagogo deve 
perguntar-se o que não está permitido saber. Segundo Fernández (1990 apud BOSSA 2000, p.88), Para resolver 
o problema de aprendizagem reativo, necessitamos recorrer principalmente a planos de prevenção nas 
escolas (batalhar para que o professor possa ensinar com prazer para que, por isso, seu aluno 
possa aprender com prazer, tender a denunciar a violência encoberta e aberta, instalada no sistema 
educativo, entre outros objetivos), porém, uma vez gerado o fracasso e conforme o tempo de sua 
permanência, o psicopedagogo deverá também intervir, ajudando através de indicações adequadas 
 (assessoramento à escola ,mudança de escola, orientação a uma ajuda extra-escolar mais pautada, 
a um espaço de aprendizagem extra-escolar expressivo, etc), para que o fracasso do ensinante, 
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encontrando um terreno fértil na criança e sua família, não se constitua em sintoma neurótico.
 Para resolver o fracasso escolar, quando provém de causas ligadas à estrutura individual e 
familiar da criança (problema de aprendizagem – sintoma ou inibição), vai ser requerida uma 
intervenção psicopedagógica especializada [...] Para procurar a remissão desta problemática, 
deveremos apelar a um tratamento psicopedagógico clínico que busque libertar a inteligência e 
mobilizar a circulação patológica do conhecimento em seu grupo familiar.
 Nesse contexto Fernández (1991) assinala a importância do trabalho conjunto entre família eescola. Em 
determinados casos de não aprendizagem, a intervenção pode ser feita no ambiente escolar, em 
outros, na clínica.
 Para que se obtenham resultados satisfatórios é de suma importância que haja um trabalho 
integrado entre psicopedagogo, professor, escola e família, bem como a definição dos papéis 
década um. Para Munhoz (2004 apud SCOZ, 2004, p.175), é papel da família no processo de ensino e 
aprendizagem: Propor o pensamento psicopedagógico sistêmico no entendimento das questões educativas, 
na família e na escola, é possibilitar uma visão mais ampla entre o ensinar e o aprender na 
compreensão do quando, onde e como acontece. Seria possibilitar aos alunos, crianças e 
adolescentes, membro de uma família, assimilarem os conhecimentos que vão adquirindo em seus 
contextos culturais, reunindo-os, religando-os em novas bases de saber.
 Com base nessa afirmação, defende-se que um saber só é pertinente se for capaz de ser 
situado no contexto familiar. O ambiente escolar pode exercer, também, um efeito estimulador para o 
estudo ativo dos alunos. Os professores precisam procurar unir-se a direção da instituição es colar e aos 
pais para tornar a escola além de um espaço educativo, também um lugar agradável e 
acolhedor. Nesse sentindo, as funções da família e da escola se encontram e se complementa m. É na família 
que se tem as primeiras experiências de aprendizagem, pois o indivíduo e a família vivem em 
constante interação. 
 Sabemos que as famílias podem ser facilitadoras ou inibidoras desse processo, portanto 
compreendê-las em suas interações e significados sobre o que consiste a autoria de pensamento 
na formação do sujeito autor, como poder diferenciar-se de suas famílias de origem, acaba sendo 
um ponto crucial nos estudos sobre a família, no desempenho de sua função educativa. (MUNHOZ 
2004 apud SCOZ, 2004, p. 181).
 O psicopedagogo deve buscar o que significa o aprender para o sujeito e sua família, 
tentando descobrir diagnosticar a cauda da não aprendizagem. Conhecer como se dá à circulação de 
conhecimento na família, qual a modalidade de aprendizagem do sujeito, não esquecendo do papel da
escola na construção do problema de aprendizagem apresentado.
 É a escola, indiscutivelmente, é a principal responsável pelo grande número de crianças 
encaminhadas ao consultório por problemas de aprendizagem.
 [...] Há alguns anos atrás, a falta de clareza a respeito de problemas de aprendizagem fazia com 
que os alunos com dificuldade fossem encaminhados concomitantemente para profissionais das mais
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diversas áreas da atuação. Pouco a pouco, foi se criando a consciência da necessidade de uma 
formação mais globalizante e consciente, que unisse aação educacional na figura de um único 
indivíduo apto para integrar conhecimentos e para atuar de maneira mais objetiva e eficaz. Assim, os 
atendimentos antes dispersos entre várias pessoas poderiam centrar-se num só profissional, facilitando o 
vínculo do aluno com o processo de aprendizagem e o resgate de aprender e desenvolver-se. (SCOZ, 1992, 
p. 2). 
 Assim, é extremamente importante que a Psicopedagogia dê a sua contribuição à escola, seja no sentido de 
promover a aprendizagem ou mesmo tratar de distúrbios nesse processo. De acordo com Wonfebuttel (2001 
apud ESCOTT, 2004, p.34):
 [...] não basta que o psicopedagogo tenha somente uma ação preventiva, trabalhando com 
educadores, quando surgirem processos patológicos individuais; nessas situações cresce a importância 
da identificação da patologia e da indicação terapêutica. Da mesma forma, não é suficiente que o 
psicopedagogo intervenha terapeuticamente, atendendo ao sujeito individualmente, sem que sua ação 
estenda-se à instituição escolar. Dentro dessa perspectiva, as dimensões clínicas e institucionais não se 
contrapõem.
 O profissional de psicopedagogia tem grande importância, atuando, como assessor na buscada 
melhoria do processo de aprendizagem e mais importante ainda é que se desenvolva um trabalho integrado 
psicopedagogo, professor, escola e família, no sentido de melhor desenvolver a prática educativa. 
Nem todas as famílias se comprometem com a escola em que seu filho está inserido ,muitos 
pais se ausentam da participação escolar. Alguns desconhecem a importância de sua participação 
junto à escola e aos professores.
 Pensar a escola, à luz da psicopedagogia significa analisar um processo que inclui questões 
metodológicas, relacionais e socioculturais, englobando o ponto de vista de quem ensina e de quem 
aprende, abrangendo a participação da família e da sociedade. (BOSSA, 2000a,p.91)
 Sendo assim, o psicopedagogo não irá analisar somente quem ensina ou quem aprende, mas todo o 
contexto, incluindo também a família e a sociedade. Cabe ao profissional da psicopedagogia livrar-se de 
estereótipos, generalizações e analisar cada escola com suas histórias e particularidades. Sobre isso Monereo e
Solé (2000, p.100) discorrem:
 [...] O professor desempenha essa tarefa com dedicação e esforço constante e, geralmente, ao 
sentir que a família não colabora ou até atrapalha a sua tarefa, sente-se impotente e 
desvalorizado e faltam-lhe estratégias e habilidades para intervir. Nesses casos, fica difícil ajudar esse
aluno, e a relação com a família torna-se frustrante e difícil. 
 O psicopedagogo pode, então, ajudar a tomar distância, a analisar a situação com maior 
objetividade e atentar mediar nessa relação para superar a incompreensão ou rejeição que possa gerar.
 Dessa forma, família, escola e professores possuem um papel fundamental no processo 
de aprendizagem da criança. Essa tríade precisa estar comprometida em um trabalho integrado com 
o psicopedagogo.
 
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 2.2 A ESCOLA INCLUSIVA
 
 O ser humano aprende aquilo que vivencia, e a cada momento recebemos milhares de 
informações, que só armazenamos aquelas que de alguma forma são significativas e relevantes. 
 Dessa forma pode se dizer que o aprendizado tem início durante a primeira etapa do 
desenvolvimento infantil, à medida que a criança evolui no controle dos seus movimentos e 
habilidades, ela está lançando as bases de seu aprendizado, seu corpo está sendo marcado por 
infinitas e novas sensações. Nesse sentido os alunos com deficiência física, intelectual, visual e 
auditiva não podem estar em um mundo à parte para desenvolver habilidades cognitivas e motoras. A 
inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro. A educação inclusiva acolhe 
todas as pessoas, sem exceção, abrangendo tanto quem tem deficiência física, como os que têm 
comprometimento mental, ou são superdotados, enfim todas as minorias e crianças que são 
discriminadas por qualquer outro motivo. Inclusão está muito além de ser apenas uma necessidade, ela 
é um fator imprescindível para o desenvolvimento de uma sociedade e seu convívio interpessoal.
 O ambiente escolar é para aluno o espaço por natureza de interação de uns com os outros. O 
aprendizado de habilidades e competências ganha muito mais sentido quando o aluno está inserido 
em um ambiente compartilhado permitindo o convívio e a participação. Quanto mais o meio 
promove situações desafiadoras, mais o aluno vai responder a esses desafios e desenvolver 
habilidades e competências esquecidas ou que nunca foram desenvolvidas. Buscar políticas públicas que visem o
direito dos alunos com deficiência e um dever dos municípios e das escolas. No Plano Nacional de 
Educação (PNE) 2014, há transversalidade nas referências aos estudantes da educação especial ao tratar 
da educação infantil, do ensino fundamental de nove anos, do ensino médio, em relação à alfabetização,
à educação de tempo integral, à qualidade educacional, à educação de jovens e adultos, à 
educação superior, totalizando 3 metas não 11específicas que compõem 20 estratégias. Instituído 
pela Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, o PNE tem como objetivo concretizar, de forma 
equitativa e democrática, o acesso e a qualidade da educação brasileira por meio de 
estabelecimento de diretrizes para as políticas públicas, bem como de metas a serem alcançadas e 
estratégias a serem implementadas no campo educacional no decênio2014-2024. 
Entre as 20 metas estabelecidas pelo PNE, a Meta 4, particularmente, diz respeito à educação 
especial: 
 Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação 
básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, 
com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, 
escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.(BRASIL, 2014).
 Nesses espaços, devem ser assegurados aos alunos mobiliários, materiais didáticos, recursos 
pedagógicos de acessibilidade e equipamentos específicos. O termo educação inclusiva define o 
processo educacional que visaa desenvolver, em cada cidadão, consciência solidária e atitudes 
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concretas que o tornem um agente social compromissado com a qualidade de vida de quem es tá ao 
seu lado (Brasil. Inep, 2016). Isso significa acolher todas as pessoas no sistema de ensino, 
independentemente de cor, classe social e condições físicas e psicológicas. Conforme Mantoan 
(1997), esse é o termo que se encontrou para definir uma sociedade que considera todos os 
seus membros como cidadãos legítimos, uma vez que a diferença é inerente ao ser humano. 
Entende-sepor inclusão a garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida em 
sociedade, sociedade essa que deve estar orientada por relações de acolhimento à diversidade 
humana, de aceitação das diferenças individuais, de esforço coletivo na preparação de 
oportunidades de desenvolvimento, com qualidade, em todas as dimensões da vida, como parte 
integrante desse processo, encontra-se a inclusão educacional.
 Diante desse contexto, a Educação Especial necessita de professores especializados, com 
formação docente continuada e preparados para atender o público- alvo do AEE. Sobre o trabalho do professor 
especialista, Fuck (2014, p. 131) acresce que ele precisa:[...] contemplar as especificidades observadas no 
coletivo, naquilo que o aluno não conseguiu realizar no grupo [...] que necessitam de maior 
investigação, de proposições diferenciadas [...] que só adquirem significado quando do individual 
retornam para o coletivo, ampliando as oportunidades de aprendizagem e participação do aluno.
 Sobre isso, ressalta-se ainda, a dúvida, o medo e a incerteza do professor regente, do 
professor especializado e da escola, de como agir quando se está diante de uma situação nova 
que exige a criação de estratégias para viabilizar práticas que conduzam a caminhos sobre os 
quais justamente pouco se sabe. Diante disso, Cardozo (2016, p. 66) faz algumas reflexões:
 12 [...] estarão algum dia os professores preparados para lidar com a diferença, com o 
novo, com o imprevisível? Se a noção que permeia o discurso da falta de preparo for o de 
que estar preparado significa estar pronto, estar acabado, então se compreende que este preparo, tão esperado, 
não acontecerá. O que pode acontecer é um preparar permanentemente, utilizar a dúvida, a 
insegurança, o despreparo e a impotência como terreno para a problematização, a crítica, a reflexão 
e a construção coletiva de caminhos para se trabalhar com o que emerge de novo no contexto escolar.
 Embora a Educação Especial esteja amplamente contemplada em meta específica e em 
diversas outras metas e apesar de o direito à educação dos estudantes da modalidade ter sido 
reconhecida, o desafio de uma educação especial pública, gratuita e de qualidade continua no 
horizonte das lutas que precisamos travar no Brasil, é ponderável a necessidade de se reestruturar os sistemas 
de ensino, para a efetiva inclusão de pessoas com deficiência, principalmente os alunos com 
 deficiência física e intelectual, cujo processo de escolarização é ainda mais precário, necessitando 
da implementação de estratégias que viabilizem a acessibilidade e o êxito na sala de aula, como
 
 também a capacitação de professores, e o desenvolvimento de ambientes escolares apropriados e 
apoiadores que favoreçam a inclusão dos alunos na prática e no âmbito escolar. 
 A escola inclusiva é, aquela que garante a qualidade de ensino educacional a cada um de seus 
alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e respondendo a cada um de acordo com suas 
potencialidades e necessidades. Assim, uma escola somente poderá ser considerada inclusiva quando
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estiver organizada para favorecer a cada aluno, independentemente de etnia, sexo, idade, 
deficiência, condição social ou qualquer outra situação. Um ensino significativo, é aquele que 
garante o acesso ao conjunto sistematizado de conhecimentos como recursos a serem mobilizados.
 A escola inclusiva é aquela que conhece cada aluno, respeita suas potencialidades e 
necessidades, e a elas responde, com qualidade pedagógica. Para que uma escola se torne inclusiva há 
que se contar com a participação consciente e responsável de todos os atores que permeiam o 
cenário educacional: gestores, professores, familiares e membros da comunidade na qual cada aluno vive. 
Sabemos que as escolas públicas geralmente fazem parte de uma rede, o que, historicamente, as 
manteve em situação de dependência administrativa, funcional e mesmo pedagógica, limitadas na autonomia e 
controladas sob mandatos. A construção da escola inclusiva exige mudanças nessa cultura e nas suas
consequentes práticas.
 
 3 OBSERVAÇÃO
 
 O presente estágio foi realizado no Centro de Educação Municipal, nos anos iniciais do 
ensino fundamental, no bairro Ipiranga na cidade de Agrolândia- SC, especificamente no 3º ano, a
saber, Daniela Raquel Schmoegel da Silva professora regente da sala e Adriana Ferreira Zanluca 
2ªprofessora do aluno F.O.H., nascido em 08 de março de 2013, diagnosticado com TEA nível 
II, Deficiência Intelectual e Ataxia Cerebral Moderada. O trabalho é realizado na primeira sala 
da escola, próximo a secretária, local amplo, arejado, que conta com a disposição de mesas e cadeiras, 
quadro branco, estante com livros literários, data show e iluminação adequada. Como o ano letivo ocorria em
meio à pandemia do COVID-19, houve a divisão de algumas turmas, exigido que todos fizessem uso 
de máscara e que cada um trouxesse seu próprio material, como garrafa de água a fim de 
evitar que compartilhassem objetos. 
 Os lugares para que se acomodassem estavam dispostos respeitando o distanciamento social 
de 1,5 mts e aferido a temperatura de todos os alunos na chegada a escola, caso alguma 
criança ou pré-adolescente apresentasse algum sintoma respiratório ou febril era pedido que ficasse em casa 
e retornasse para o atendimento coletivo quando estivesse com ausência de sintomas.
 O atendimento na escola era diário, das 7:30min às 11:30min e das 13:00hrs às 
17:00hrs.Para facilitar a comunicação entre escola e responsáveis pelos alunos, foi criado um 
grupo no aplicado whatzapp, onde a coordenadora pedagógicadeixava-os a par do trabalho 
realizado. Particularidades eram tratadas pessoalmente de forma individual. 
 Segundo a coordenadora pedagógica a 2ª professora tem por objetivo levar o aluno F.O.H 
a desenvolver a autoconsciência, capacidade de lidar com as próprias emoções, automotivação, empatia e 
capacidade de se relacionarem sociedade, como auxiliar no desenvolvimento das aprendizagens, 
aprendendo estratégias e habilidades para lidar com as próprias dificuldades, independente do diagnóstico.
 O trabalho executado pela 2ª professora lança mão do lúdico como estratégias de 
aprendizagens. Portanto, são utilizados meios como literaturas, vídeos, diversos modelos de jogos, 
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jogos silábicos, numéricos, cores, formas etc, fichas de leituras plastificadas com imagens sempre 
assimiladas a palavras, frases e textos, teatros, atividades manuais para a estimulação da
14coordenação motora fina, etc. Diariamente o aluno F.O.H faz exercícios motores de meia hora, 
no parque da escola, com a mediação da 2º professora. F.O.H reside com o pai e a avó paterna. A mãe 
apresenta diagnóstico de depressão profunda e por vezes até acamada. Segundo a avó, a mãe 
cuidou do F.O.H até completar um ano, nesse período o avô materno faleceu por complicações 
de um câncer, ressalta a avó materna que depois do falecimento do pai, a mãe de F.O.H e a 
avó materna diagnosticadas com depressão não tiveram mais condições emocionais d cuidar da criança. A 
avó e o pai começaram então a perceber algumas limitações, restrições e preferências. Quando F.O.H 
iniciou a idade escolar, as professoras logo fizeram relatório educacional pedindo encaminhamento 
para neuropediatra. Após consulta, diagnosticou-se com Deficiência intelectual e a A taxia 
congênita em forma de tremores nos membros superiores e inferiores com prejuízos na sua 
coordenação motora ampla e fina, principalmente nas tarefas motoras que exijam precisão nos 
movimentos das mãos para escrever e segurar objetos, como também dificuldades de entendimento 
a ordens, tanto simples com complexas, comportamento adaptativo no que diz respeito a higiene, 
socialização e aprendizado. 
 
 : 4 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS 06/09/2021
 A professora regente escreveu no quadro a fábula “O leão e o mosquito”, para os 
alunos fazerem a cópia e interpretação do texto no caderno. Em seguida, os alunos classificaram 
a sílaba tônica em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas nas palavras da fábula. A 2 ª professora fez a 
cópia do texto e das perguntas de interpretação no caderno do aluno. 
 Após fez a leitura e as perguntas para o aluno e ele respondeu oralmente. Assim, segurando e 
auxiliando a mão do aluno ele respondeu às perguntas no caderno. Ressalta-se que a simples presença 
da observadora já interfere no comportamento do aluno alterando a sua rotina. A cada uma hora
o aluno vai ao banheiro, toma água e se estiver agitado, da uma volta aos arredores da escola. 
 Após o recreio o aluno faz diariamente os exercícios no parque da escola: sobe e desce a 
casinha do escorregador, anda sobre os pneus, faz uso dos balanços e junto com a professora 
brinca na gangorra e anda sobre as tábuas da borda do parque. 
 F.O.H conversa apenas com palavras, dificilmente pronuncia frases. Em sala novamente, durante 
a aula de matemática, escreveu na careira os números de 0 a 30, sobre a carteira há uma 
folha plastificada, onde o aluno escreve com o canetão do quadro branco e apaga (sempre com o 
auxilio da 2ª professora para escrever).
06/04/2022: A professora regente explicou e escreveu no quadro a classificação das palavras em 
monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas. 
Impresso por Mariana Ramos, E-mail soumarianaramos@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por
direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 14/03/2023, 20:58:22
 Os alunos fizeram a cópia e atividades relacionadas ao assunto. A 2ª professora escreveu s 
obre a folha plastificada palavras simples, solicitou a leitura ao aluno e depois ele circulou 
separando as sílabas. O aluno tem uma ótima memória visual e auditiva, por esse motivo não é 
possível identificar se o aluno está alfabetizado ou reconhece palavras e números apenas por memorização. 
Durante as aulas de educação física sempre é feito uma atividade/brincadeira lúdica como ovo choco, mata 
soldado, batatinha frita, entre outras, onde o F.O.H, participa ativamente demonstrando entendimento e gosto 
pela brincadeira. Por vezes, persiste em não fazer alguns exercícios orientados pelo professor de 
educação física, vindo a se jogar no chão, chorar e gritar, pois os mesmos não são do seu agrado. 
13/04/2022: Nesse dia o aluno chegou muito agitado na escola, a 2ª professora levou ele na sala de 
reforço escolar e fez o uso da estratégia lúdica “Carlota não quer falar”, material de apoio orientado pelos 
profissionais do AEE, com o objetivo de acalmar e identificar as emoções que ele estava 
sentindo.
20/04/2022: Nas quarta-feira os profissionais do AEE fazem mediação na escola com os alunos 
especiais. O aluno F.O.H ainda estava agitado, a mediadora M.A. fez leitura lúdica “O livro 
da família” para trabalhar as diferentes composições familiares, abordando temas como morte de 
um membro, relacionamento ao falecimento do avô paterno, hábitos familiares (costumes), 
diferenças físicas entre outros. A atividade proposta foi construir a própria árvore genealógica. 
F.O.H referiu bom relacionamento com os membros familiares, apresentando a falta do avô 
paterno. Apresenta vínculo forte com avó paterna com quem passa o restante do dia e referiu o pai que 
trabalha durante o dia. Apresentou autonomia, criatividade e dificuldade na coordenação motora fina 
para recortar escolar. Em sala persistiu em não fazer as atividades pedagógicas solicitadas.
27/04/2022: Nas aulas de português o aluno fez o uso do jogo silábico, encontrando as famílias
silábicas, formando palavras e jogo da memória. F.O.H fez os exercícios no parque sem resistir. Na aula 
de matemática fez assimilação de números a quantidade com o uso de massinha, aprimorando sua 
coordenação motora fina, com prejuízos por causa da Ataxia.
5 INTERVENÇÕES 
04/05/2022: Com a supervisão da 2ª professora, a estagiária passou a realizar intervenções. 
Inicialmente foram aplicadas atividades de atenção, concentração e percepção. F.O.H apresentou um
desempenho satisfatório. A primeira atividadefoi uma ficha de leitura com a parlenda “ A 
casinha da vovó”, adaptada com imagens e palavras para facilitar o entendimento, após leitura e
oralidade, o aluno apresentou para a turma a parlenda, quando os alunos aplaudiram-no, notou-se

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