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Camila Anacleto Sistema Nervoso Autônomo O sistema nervoso autônomo consiste em uma subdivisão motora do sistema nervoso periférico que inerva as vísceras, ou seja, musculo liso, gandulas e musculo estriado cardíaco. Ele é ativado por centros localizados na medula espinal, tronco cerebral e hipotálamo. E pode receber influência do córtex límbico que envia influxos para esses centros. Também operam por meio de reflexos viscerais. As fibras aferentes se originam de visceroceptores e acompanham as fibras simpáticas, com exceção de alguns órgãos pélvicos. Grande parte das fibras geram impulsos que não se tornam conscientes ou se tornam sob manifestações de sede, dor, fome e plenitude gástrica. Diferente do sistema somatomotor (estriado esquelético), o controle do sistema autônomo é involuntário. Além disso, no somatomotor os corpos celulares dos neurônios motores se encontram na coluna anterior da medula inervando diretamente o musculo. Já no autônomo se encontram na coluna lateral e seu axônio deixa a medula pela raiz ventral para se juntar ao nervo espinal correspondente. Após o nervo espinal deixar o canal espinal as fibras autônomas se separam do nervo passando pelo ramo comunicante branco para um gânglio onde faz sinapse antes de chegar ao musculo. Os sinais autônomos eferentes são transmitidos ao órgãos por meio de duas subdivisões: sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. Esses apresentam diferenças estruturais e fisiológicas. Diferenças estruturais simpático No simpático, os corpos celulares pré-ganglionar se origina nos seguimentos entre T2 e L1, por isso esse sistema também é chamado de sistema toracolombar. Além disso, as fibras dos neurônios pré-ganglionares são curtas, já que os gânglios se encontram de cada lado da medula em forma de cadeias ganglionares paravertebrais. Ao adentrar um gânglio a fibra pode: 1) Fazer sinapse diretamente com o mesmo gânglio 2) Pode subir e descer fazendo sinapse com outro gânglio da cadeia ou 3) Percorrer uma distância variável pela cadeia até sair dela e fazer sinapse com um gânglio periférico. As fibras pós-ganglionares, por sua vez, se originam nos gânglios da cadeia ou gânglios periféricos e apresentam fibras mais longas devido a distância maior até o órgão alvo. Ademais, fibras simpáticas podem retornar aos nervos espinais pelo ramo comunicante cinzento para os músculos esqueléticos inervando vasos sanguíneos, glândulas sudoríparas e músculos piloeretores. Medulas adrenais A glândula suprarrenal é inervada somente por fibras pré-ganglionares que não fazem sinapse em gânglios inervando diretamente a glândula. Ela produz norepinefrina e epinefrina e secretam na corrente sanguínea. Por serem derivadas de tecido nervoso são consideradas verdadeiros neurônios pós-ganglionares. Parassimpático No sistema parassimpático, os corpos celulares se localizam no tronco cerebral e ao nível do sacro, por isso o sistema pode ser chamado de craniossacral. Além disso, os gânglios se encontram próximos aos órgãos alvos o que culmina em fibras pré-ganglionares longas e pós-ganglionares curtas ou até aderidas à parede. Camila Anacleto Colinérgicos e adrenérgicos Fibras Todas as fibras pré-ganglionares simpáticas e parassimpáticas são colinérgicas, ou seja, liberam acetilcolina para excitar os neurônios dos gânglios. No entanto, a maioria das fibras pós-ganglionares do sistema nervoso simpático são adrenérgicas e liberam em seu terminal axônico epinefrina ou norepinefrina, nomes correspondentes a adrenalina. No entanto, em algumas exceções suas fibras podem ser colinérgicas, como no caso de glândulas sudoríparas. Já as fibras pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático são colinérgicas e liberam em seu terminal a acetilcolina. Receptores O efeito do neurotransmissor no órgão alvo vai depender do receptor de membrana de sua célula. No caso dos gânglios, os receptores são colinérgicos nicotínicos. Esses são ionotrópicos e atuam abrindo canais iônicos permitindo o influxo de íons para o interior despolarizando a membrana. Além dos gânglios, ele pode ser encontrado na junção neuromuscular, no musculo esquelético. Outro tipo de receptor colinérgico é o muscarínico encontrado em todas as células estimuladas pelas fibras pós- ganglionares colinérgicas. No caso das fibras pós-ganglionares simpáticas os receptores são adrenérgicos com o mecanismo de ação por ativação de um segundo mensageiro (metabotrópicos). Existem duas classes de receptores adrenérgicos a alfa e a beta. A alfa é subdividida em alfa1 e alfa 2 de acordo com o tipo e proteína G, enquanto a beta é subdividida em beta1, beta2 e beta3 de acordo com determinadas substâncias que os afetam. Essas classes de receptores não tem relação com excitação ou inibição, já que tanto um quanto o outro podem ser excitatórios e inibitórios. No entanto, estão associados com a afinidade de um hormônio a um órgão. Isso ocorre, porque a norepinefrina tem mais afinidade com os receptores alfa estimulando-os em maior grau, enquanto a epinefrina estimula ambos igualmente. Outra substancia, a isopropil norepinefrina tem efeito reverso e estimula principalmente os receptores beta. A tabela abaixo mostra a distribuição dos receptores em alguns órgão, assim é possível identificar qual hormônio tende a estimular mais determinada estrutura. Visto isso, a epinefrina tem ação maior na estimulação cardíaca e metabólica, enquanto a norepinefrina tem efeito no aumento da pressão arterial. Diferenças Fisiológicas Olhos Duas funções nos olhos são controlados pelo sistema nervoso autônomo. 1) a abertura pupilar controlada pelo musculo esfíncter da pupila. Ele é inervado pelas fibras parassimpáticas que quando estimuladas pela luminosidade provocam miose. Enquanto isso, as fibras simpáticas estimulam o musculo dilatador da pupila, em situações de excitação ou baixa luminosidade, provocando midríase. 2) o foco do cristalino regulado pela contração do musculo ciliar quando estimulados pelas fibras parassimpáticas que leva ao afrouxamento das fibras zonulares. Esse efeito resulta em um cristalino mais convexo ideal para o foco da visão em curtas distancias. Glândulas As glândulas lacrimais, salivares, nasais e intestinais são mais estimuladas pelo parassimpático, mas apresentam leve secreção quando ativado o simpático. A sudorese é considerada função parassimpática que controla o centro no hipotálamo responsável por estimular as glândulas sudoríparas, no entanto a inervação dela é somente simpática colinérgica, com exceção das palmas da mão e solas do pé por fibras simpáticas adrenérgicas. As glândulas sebáceas em baixo da axila produzem uma substancia sebácea e odorífera que auxilia na lubrificação da superfície abaixo da articulação do Camila Anacleto ombro, sendo estimulada por centros simpáticos e somente por fibras simpáticas adrenérgicas. Vasos sistêmicos A maioria dos vasos da musculatura lisa e da pele dos membros tem predominância de receptores do tipo alfa que ao serem atingidas com fibras simpáticas sofrem vasoconstrição. Em alguns casos raros pode haver estímulo do receptor beta com vasodilatação. Pressão Arterial Por sofrer influências da força de bombeamento do coração e da resistência do fluxo sanguíneo pode ser elevada pela inervação simpática e reduzidas pela influência do nervo vago com fibras parassimpática. Metabolismo O sistema simpático aumenta a disponibilidade de glicose no sangue para suprir o aumento da necessidade energética, assim, participa do glicogenólise, lipólise e liberação da glicose pelo fígado. Descarga em massa Quando o hipotálamo é ativado por medo ou dor intensa grandes porções do sistema nervoso autônomo descarregamao mesmo tempo preparando as funções do corpo para atividade muscular vigorosa, por isso o simpático também pode ser chamado de sistema luta ou fuga. Ao contrário, o parassimpático é chamado de sistema do repouso ou digestão.