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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA Orçamento Público Professora Mestra Zeni Pereira ztgpereira@gmail.com Administração Financeira Orçamentária – conceito e noções gerais Seu principal foco é administrar as finanças públicas e o orçamento público. Quando falamos em finanças públicas estamos nos referindo em como o governo administra os recursos públicos, sob a perspectiva da realização de suas atividades e consequente alcance dos objetivos estabelecidos. E de onde vem esses recursos? O governo adquire dinheiro da sociedade, através, por exemplo, de arrecadação de receitas (tributos, impostos, taxas, contribuições, alugueis de prédios, vendas,...), e essas arrecadações devem retornar à sociedade, mediante melhorias em bens ou serviços , tipo: infraestrutura logística (estradas), saúde, educação, honrar compromissos de pagamento aos servidores, ... Para chegar à administração das finanças há de se considerar a concepção do orçamento público, passando por etapas de planejamento instrumental (PPA, LDO e LOA), execução e a última etapa que é o controle e avaliação. Administração Financeira Orçamentária – conceito e noções gerais Como a atividade financeira do Estado tem como objetivo o dinheiro, ela considera a obtenção, criação, gestão e gastos do dinheiro indispensável às necessidades da sociedade. Por fim, a atividade financeira do Estado tem como principal finalidade o gasto público e não a arrecadação, pois há dispêndio de recursos. Significando que é preciso: • Fazer a gestão do planejamento orçamentário. • Arrecadar as receitas. • Gastar com a sociedade. • Criar crédito público, pois diante de recursos insuficientes, o governo cria por exemplo, títulos do tesouro direto nacional. Administração Financeira Orçamentária – conceito e noções gerais Crédito público, conforme consta no glossário do portal do Senado Federal, é a capacidade de o governo cumprir obrigações financeiras com quem quer que seja, inclusive e principalmente com os próprios cidadãos. É a capacidade que tem os governos de obter recursos da esfera privada nacional ou de organizações internacionais, por meio de empréstimos. Essa capacidade é medida sob diversos ângulos: capacidade legal, administrativa, econômica, mas, principalmente, na capacidade de convencimento, medida pela confiabilidade que o candidato ao empréstimo desperta nos potenciais emprestadores. Considerando-se que, o empréstimo terá que ser, um dia, amortizado, teoricamente, com as receitas regulares, trata-se, na verdade, de antecipação de receita futura. O crédito público, quando materializado em empréstimos , dá origem à dívida pública. Administração Financeira Orçamentária – campo de atuação O campo de atuação da Administração Financeira Orçamentária, é vasto, tanto sob a perspectiva de ocupação de cargo do indivíduo, que pode atuar na iniciativa privada ou pública, em cargos de Analista (financeiro, orçamentário), Assistente (financeiro, orçamentário) Controller, cargos de gestão em geral.., assessorias, consultorias. Já sob o ponto de vista das atividades não se limita apenas às finanças e orçamentos, pois converge e diverge com outras áreas, ou seja, intersecciona, como por exemplo com o Direito Financeiro (responsável pelas leis aplicadas nas ações da AFO), Contabilidade pública, Direito tributário, Direito administrativo (regramento de licitações, parcerias, contratos) e, com Leis como CF/88 (traz todo o regramento para com o orçamento público), Lei 4.320/64 (elaboração e controle de orçamentos)e dialoga também com controles externos. Orçamento Público - conceito O orçamento público é o que viabiliza a concretização das atividades de finanças, pois o governo só consegue dar conta dos gastos públicos, a partir do planejamento orçamentário. E o planejamento conta com o chamado Ciclo Orçamentário, constante na Constituição Federal – CF/88, em seu art. 165. CF/88 Art. 165. Leis de inciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual. II – as diretrizes orçamentárias. III – os orçamentos anuais. PODER EXECUTIVO PPA LDO LOA Ciclo Orçamentário Quando se pensa em ciclo orçamentário, pensa-se em cumprimento de etapas, até fechar o ciclo, ou seja, até a concretização do orçamento e, respectivo uso do recurso no objetivo estabelecido. As etapas consistem em elaboração, aprovação, execução, controle e avaliação dos orçamentos, que atenderão os gastos do governo. Qual a importância dessas etapas? É importante, porque todo recurso gasto pelo governo é oriundo de propostas do executivo para o legislativo, que ao aprovar torna-se Lei e, já poderá ser utilizado para os fins a que se presta. Ciclo orçamentário não pode ser confundido com exercício financeiro. Exercício Financeiro O exercício financeiro considera o princípio da anualidade ou periodicidade, no qual o orçamento deve ser elaborado e autorizado , em geral em um ano. No Brasil, coincide com o ano civil, que vai de 01 de janeiro a 31 de dezembro. Lei 4.320/64 Art.34 . O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. A Lei 4.320/64 é uma lei ordinária que, ao ser recepcionada pela CF/88 passou ao status de lei complementar. Instrumento de Planejamento Governamental - PPA Consta na CF/88, art. 165, inciso I. Os instrumentos governamentais, que são formalizados como Leis Ordinárias, compõe a fase de planejamento do ciclo orçamentário e o primeiro instrumento denomina-se PLANO PLURIANUAL. O PPA É um instrumento que define os programas de governo para o mandato de 4 anos. Pois, previamente é necessário estabelecer quais são os programas que o governo do mandato colocará em ação. Por exemplo: programas na área de educação. Pronatec, Future-se, ..área da saúde Mais Médicos, ...Programa Farmácia Popular, Programa Nacional de Imunizações,... Para o governo gastar os recursos arrecadados é preciso planejar, antes mais nada. Instrumento de Planejamento Governamental - PPA O PPA contempla programa de governo para 4 anos, mas são 3 anos do presidente empossado e 1 ano do presidente seguinte. Executa 1 ano do PPA do presidente anterior e, no primeiro ano propõe PPA para os 4 anos, executará 3 anos e deixará um para o próximo presidente, cumprindo com LDO e LOA. O PPA não coincide com o mandato, pois o ultimo ano a execução é de responsabilidade do próximo governante. CF/88 – Art. 165, § 1º A Lei que instituir o PLANO PLURIANUAL estabelecerá, de forma regionalizada as diretrizes , objetivos e metas da administração pública federal, paras as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. É de médio prazo e tem sua vigência de 4 anos, devendo ser elaborada pelo Governo Federal e entregue ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto, do primeiro ano de mandato. O Congresso tem até o final do ano para aprovação. Instrumento de Planejamento Governamental - LDO Esse instrumento governamental, também compõe a fase de planejamento do ciclo orçamentário e é o segundo instrumento, conhecido como LEI DE DIRETRIZES ORLÇAMENTÁRIAS. É um instrumento que serve de intermediário entre o PPA e a LOA, e tem a incumbência de estipular metas e prioridades para o ano seguinte, para fins de elaboração da LOA. É elaborada anualmente. Escolher dentre os programas/áreas estabelecidos no PPA, o critério dessa escolha é o de prioridade (área da suade, da educação, ...), ou seja, dentre os programas apontados para o mandato, qual é o mais urgente. A partir daí, define-se as metas para o atingimento desse objetivo. Instrumento de Planejamento Governamental - LDO Digamos que a escolha tenha sido um programa voltado à saúde, obra de um novo hospital, por exemplo. Nesse caso, o governo há de considerar que os recursos que possui deve também cobrir as despesas (já existentes) com os salários dos servidores, por isso a importância da definição da meta orçamentária. CF/88, Art. 165, § 2º A Lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesasde capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Instrumento de Planejamento Governamental - LDO Instituída pela CF/88, a LDO é o instrumento norteador da elaboração da LOA na medida em que dispõe, para cada exercício financeiro sobre: • Reajuste do salário mínimo. • Valor do superávit primário do governo para aquele ano. • Ajustes nas cobranças de tributos. • Definição de política de investimento das agências oficiais de fomento, como por exemplo o BNDES. Deve ser enviada pelo Governo Federal até o dia 15 de abril de cada ano e, necessita de aprovação até o doa 17 de julho, antes do recesso, enquanto não é aprovada, não há recesso. A LDO determina o que é e o que não é possível realizar no ano seguinte. Instrumento de Planejamento Governamental - LDO Então...! A LDO deve obedecer a vigência do PPA, que NÃO coincide com o mandato do Chefe do Poder Executivo. Cada Presidente eleito deve propor, no seu primeiro ano de governo, as diretrizes, objetivos e metas (PPA) que depois de aprovadas passam a ter vigência nos três anos seguintes de sua gestão e, no primeiro da gestão posterior. Exemplo: Presidente atual, assumiu em 2019, executou o quarto PPA do governo anterior, elaborou a LDO de 2020 e apresentou o PPA de 2020 – 2023. Instrumento de Planejamento Governamental - LOA Esse instrumento governamental é o último que compõe a fase de planejamento e também faz parte das fases de execução e controle/avaliação do ciclo orçamentário e é, conhecido como LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL. Na LOA deve constar as estimativas ou previsões das receitas e fixação das despesas do governo, para o período anual. É dividida por temas como saúde, educação e transporte. É um instrumento que consiste em elaborar o orçamento propriamente dito, por isso se estende para as demais fases do ciclo orçamentário, considerando as receitas correntes previstas e as despesas correntes fixadas ou autorizadas. Observe que existe uma hierarquia entre os instrumentos (Leis ordinárias) governamentais. Pois, para cumprir com as diretrizes orçamentarias (LDO), é preciso o PPA (programa plurianual), para então priorizar o programa do ano seguinte e, posteriormente providenciar os orçamentos anuais (LOA) Instrumento de Planejamento Governamental - LOA Conforme consta na CF/88, a LOA prevê os seguintes orçamentos: OF, OI e OSS. Orçamento fiscal, abrangendo órgãos, autarquias, fundações publicas, estatais dependentes, incluindo despesas e receitas, com exceção dos recursos da OSS e OI. Orçamento de investimentos – considerando as empresas estatais independentes, do poder publico. Orçamento de seguridade social – considerando áreas da saúde, previdência e assistência social para controle melhor dos gastos. Despesas nessas áreas formam um bloco com as receitas da contribuição social (sobre lucro, dos trabalhadores) para fins de desvinculação das receitas da União. A LOA deve ser enviada ao Congresso até o dia 31 de agosto de cada ano, devendo ser aprovada até o dia 22 de dezembro, mas se não for aprovada não compromete o recesso. Os três níveis governamentais devem elaborar sua LOA, pois cada um possui despesas e responsabilidades distintas. Instrumento de Planejamento Governamental - LOA Mas, nem sempre o planejado se concretiza. Então, imagine que as receitas correntes previstas tenham sido de R$ 2.000,00 (e que tenham sido arrecadadas via tributos e taxas), e as despesas correntes seriam na ordem de R$ 1.000,00 para honrar os compromissos salariais dos servidores (despesa com pessoal) e R$ 1.000 para o projeto/investimento (despesa de capital). Isso constará na LOA, na fase do planejamento. Porém na fase executar, percebe-se que o ingresso das receitas foi de R$ 1.700 e, como as despesas de pessoal necessitam ser honradas, a tendência é de sacrificar a verba para o projeto/investimento na mesma ou em menor proporção, por exemplo, honrar com as despesas dos servidores, mas baixar o projeto para R$ 700,00. Feito isso, é preciso avançar para a fase de avaliação e controle, Nessa fase, os órgãos de controle de posse dos elementos de execução e respectivos elementos de prestação de contas, avalia sob a perspectiva de legalidade, legitimidades, economicidade, eficácia, eficiência e efetividade. Orçamento público no Brasil é sinônimo de LOA. Instrumento de Planejamento Governamental - LOA Legalidade, averiguando se as despesas estão dentro da lei, se foram empenhadas acima do necessário, se houve licitação fraudulenta. Legitimidade, observar se foi feito dentro dos princípios da moralidade, da impessoalidade, ... Economicidade, observar se os valores gastos poderiam ter sido menores. Eficácia, averiguar se as metas foram atingidas, honraram com o volume proposto (ex.: construção de X obras) Eficiência, se o prazo ficou aquém ou além. Efetividade - o problema foi solucionado, de fato fez diferença. De todo modo, avaliação e controle é a fase da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial. Instrumento de Planejamento Governamental - LOA Comumente, são feitas perguntas do tipo: Como gastei? Por quê? O planejamento foi bem feito? Foi executado de forma adequada? Os aspectos legais desde o princípio foram cumpridos? Houve fraude? É um gasto legítimo? Houve superfaturamento? E eficiências de prazos? O objetivo foi efetivamente cumprido? Fiscalização contábil vai focar na produção dos balanços contábeis orçamentários (verificar se os registros contábeis estão bem feitos; a fiscalização financeira vai verificar se o arrecadado é compatível com o que se pagou (equilíbrio entre R e D); a fiscalização orçamentária vai averiguar se as receitas previstas foram arrecadadas e as despesas fixadas foram empenhadas, a fiscalização operacional focará na efetividade e, por fim a fiscalização patrimonial irá focar no nível de administração do governo em relação ao patrimônio público. Instrumento de Planejamento Governamental - LOA Então...! O orçamento público é um instrumento de planejamento governamental em que constam as despesas da administração publica em equilíbrio com a arrecadação das receitas previstas para um período de um ano. No caso do Brasil, o orçamento público (LOA) apresenta a previsão de receitas e a fixação de despesas. Portanto, é correto afirmar que as despesas são fixadas ou autorizadas. Mas, o mesmo não pode ser afirmado a respeito das receitas, pois elas são previstas ou estimadas. CF/88, art. 165, § 8º A Lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesas, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Receita Pública - conceito De acordo com o Manual Técnico Orçamentário (MTO, 2022), as receitas públicas podem ser em sentido amplo e em sentido estrito. Em sentido amplo, receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado, que se desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário, e ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas compensatórias. Em sentido estrito, são públicas apenas as receitas orçamentárias. Observa-se que este Manual Técnico de Orçamento adota a definição no sentido estrito; dessa forma, quando houver citação ao termo “receita pública”, implica referência às “receitas orçamentárias”. Lembre-se receitas são sempre previstas e despesas são sempre fixadas ou autorizadas. Receita Pública - classificações As receitas públicas, quanto à natureza (é a de nível mais analítico) , estão classificadas em receitas extraorçamentárias e receitas orçamentárias As receitas orçamentárias pertencem ao governo, enquanto as receitas extraorçamentárias não pertencem ao governo.Lembrete! Receita NÃO prevista na LOA não significa que seja extraorçamentária. É preciso analisar se pertence ao poder público, se sim é orçamentária, mas se não estava prevista formalmente na LOA e pertence ao governo então é orçamentária. Receita Pública – orçamentárias e extraorçamentárias (critérios) SIM ou NÃO SIM Receitas Previsão na LOA? Pertence ao Poder Público? RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS NÃO NÃO Receitas Previsão na LOA? Pertence ao Poder Público? RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS Receita Orçamentária - conceito É aquela receita que está prevista ou não na LOA e pertence ao poder público. Essas receitas pertencem ao Estado, integram o patrimônio do Poder Público, aumentam-lhe o saldo financeiro e, via de regra, por força do princípio da universalidade, estão previstas na LOA. São os ingressos de dinheiro no caixa do governo, que passam a integrar o patrimônio do Poder Público, como por exemplo: receita de impostos (renda, IPTU,IPVA, ...), de taxas de limpeza urbana, de alugueis, de serviços prestados, de vendas de bens e, de operações de crédito (obtenção de empréstimos). Conforme visto anteriormente, se a receita pertence ao poder público e se está prevista na LOA, de fato trata-se de uma receita orçamentária. Receita Orçamentária - conceito Então...! Impostos como IPVA e IPTU, por pertencer ao governo, esse pode gastá-lo livremente, no que e como quiser. Existem aquelas receitas que pertencem ao governo, mas estão atreladas a um gasto específico , como por exemplo a contribuição social, o governo é obrigado a gastar com a previdência, especificamente. Lei 4.320/64 - Art. 57 Ressalvando do disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei, serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no orçamento. As receitas de operações de créditos são recursos financeiros advindos de emissão de títulos públicos ou de contratação de empréstimos junto a entidades púbicas ou privadas, interna ou externas. Receita Orçamentária - classificações A classificação da receita orçamentária, a exemplo do que ocorre na despesa, é de utilização obrigatória por todos os entes da Federação, sendo facultado o seu desdobramento para atendimento das respectivas necessidades. Sobre o assunto, as receitas orçamentárias são classificadas segundo os seguintes critérios: • natureza da receita. • indicador de resultado primário. • fonte/destinação de recursos; e • esfera orçamentária. Receita Orçamentária – por indicador de resultado primário Conforme esta classificação, as receitas do Governo Federal podem ser divididas em: a) primárias (P), quando seus valores são incluídos no cálculo do resultado primário; e b) financeiras (F), quando não são incluídas no citado cálculo. As receitas primárias referem-se, predominantemente, às receitas correntes que advêm dos tributos, das contribuições sociais, das concessões, dos dividendos recebidos pela União, da cota-parte das compensações financeiras, das decorrentes do próprio esforço de arrecadação das UOs, das provenientes de doações e convênios e outras também consideradas primárias. As receitas financeiras são geralmente adquiridas junto ao mercado financeiro, decorrentes da emissão de títulos, da contratação de operações de crédito por organismos oficiais, das aplicações financeiras da União, entre outras. Como regra geral, são aquelas que não alteram o endividamento líquido do Governo (setor público não financeiro), uma vez que criam uma obrigação ou extinguem um direito, ambos de natureza financeira, junto ao setor privado interno e/ou externo. A exceção a essa regra é a receita advinda dos juros de operações financeiras, que, apesar de contribuírem com a redução do endividamento líquido, também caracterizam-se como receita financeira. Receita Orçamentária – por fonte/destinação de recursos O registro da arrecadação (fonte) dos recursos é efetuado por meio de códigos de natureza de receita, sendo que cada receita possui normas específicas de aplicação, assim como as despesas.. Essas normas, por sua vez, podem especificar tanto a fonte - “quem” deverá aplicar a receita, quanto a destinação - “qual” atividade estatal (qual política pública, qual despesa) deverá ser financiada por meio dessa receita. Denomina-se “Fonte/Destinação de Recursos” a cada agrupamento de receitas que possui as mesmas normas de aplicação. A fonte, nesse contexto, é instrumento de Gestão da Receita e da Despesa ao mesmo tempo, pois tem como objetivo assegurar que determinadas receitas sejam direcionadas para financiar atividades (despesas) do governo, em conformidade com Leis que regem o tema. Receita Orçamentária – por esfera orçamentária A classificação por esfera orçamentária tem por finalidade identificar se a receita pertence ao Orçamento Fiscal, da Seguridade Social ou de Investimento das Empresas Estatais, conforme distingue o § 5º do art. 165 da CF. Também são caracterizadas pelas receitas do OF, do OSS e OI das empresas estatais. Receita Orçamentária – classificações categoria econômica Quanto à categoria econômica os § 1º e 2º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam as receitas orçamentárias em Receitas Correntes e Receitas de Capital. Receitas Correntes: são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido. De acordo com o § 1º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam-se como correntes as receitas provenientes de tributos; de contribuições; da exploração do patrimônio estatal (Patrimonial); da exploração de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços); de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (Transferências Correntes); e demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes). Receita Orçamentária – classificações categoria econômica De acordo com o § 2º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, com redação dada pelo Decreto- Lei nº 1.939, de 20 de maio de 1982, Receitas de Capital são as provenientes de: realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas; conversão, em espécie, de bens e direitos; recebimento de recursos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinados a atender Despesas de Capital; e, superávit do Orçamento Corrente. Receitas de Capital: aumentam as disponibilidades financeiras do Estado. Porém, de forma diversa das Receitas Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido. Receita Orçamentária – classificações categoria econômica É considerada a mais importante, pois considera os fatores de produção (terra, trabalho e capital) e separa, como visto anteriormente em receitas correntes (remunerando os fatores de produção) e receitas de capital (tomando dinheiro emprestado). As taxas, o governo é obrigado a gastar no serviço prestado, ou seja, vinculado a ele. Já o imposto não existe vinculação. A contribuição de melhoria é vinculado a alguma despesa. Essas três receitas são da Lei 4.320/64 chamada de receitas tributárias, mas na nomenclatura nova é nomeada de receita orçamentária. Exemplos Receitas Correntes e suas origens Impostos, taxas e contribuição de melhoria Contribuição Patrimonial Agropecuária Industrial Serviços Transferências correntes Outras receitas correntes Exemplos Receitas de Capital e suas origens Operações de crédito Alienações de bens Amortização de empréstimos Transferência de capital Outras receitas de capital Estágios da Receita Orçamentária As etapas da receita seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos, levando-se em consideração o modelo de orçamento existente no País. Dessa forma, a ordem sistemática inicia-se com a etapa de previsão e termina com a de recolhimento. Planejamento(PREVISÃO) EXECUÇÃO LANÇAMENTO ARRECADAÇÃO RECOLHIMENTO Estágios da Receita Orçamentária – Previsão Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na proposta orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais correlatas. A previsão de receitas é a etapa que antecede a fixação do montante de despesas que irá constar nas leis de orçamento - LOA, além de ser base para se estimar as necessidades de financiamento do governo. No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas busca assimilar o comportamento da arrecadação de determinada receita em exercícios anteriores, a fim de projetá-la para o período seguinte, com o auxílio de modelos estatísticos e matemáticos. O modelo dependerá do comportamento da série histórica de arrecadação e de informações fornecidas pelos órgãos orçamentários ou unidades arrecadadoras envolvidas no processo. Estágios da Receita Orçamentária – Lançamento O art. 53 da Lei nº 4.320, de 1964, define o lançamento como ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. Por sua vez, conforme o art. 142 do CTN, lançamento é o procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível. Observa-se que, segundo o disposto nos arts. 142 a 150 do CTN, a etapa de lançamento situa-se no contexto de constituição do crédito tributário, ou seja, aplica-se a impostos, taxas e contribuições de melhoria. Estágios da Receita Orçamentária – Arrecadação Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos contribuintes ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente. Vale destacar que, segundo o art. 35 da Lei nº 4.320, de 1964, pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas, o que representa a adoção do regime de caixa para o ingresso das receitas públicas. Estágios da Receita Orçamentária – Recolhimento Consiste na transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro Nacional, responsável pela administração e controle da arrecadação e pela programação financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei Lei 4.320/64, Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais. Receita Extraorçamentária - conceito É aquela receita que não está prevista na LOA e não pertence ao poder público. Também conhecidas como ingressos extraorçamentários ou ainda recebimentos extraorçamentários. São os ingressos de recursos financeiros que não estão incorporados de forma definitiva ao patrimônio, pois NÃO pertencem à entidade que o recebe. Estão apenas, temporariamente, transitando pelo patrimônio e serão oportunamente restituídos ao seu proprietário. Como por exemplo: depósitos em cauções, fianças, operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO), emissão de moedas, retenções da folha de pagamento (contribuição sindical, previdenciárias,...) e outros ingressos compensatórios. De acordo com o MTO (2022) são recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a LOA. O Estado é mero depositário desses recursos. Despesa Pública - conceito O que diferencia a despesa das receitas no orçamento, é que as receitas estão previstas , enquanto as despesas devem ser fixadas e autorizadas. A despesa pública é o conjunto de gastos realizados pelos entes federados para o funcionamento e manutenção dos serviços públicos, prestados à sociedade. No setor publico, a LOA fixa a despesa pública autorizada para determinado exercício financeiro. Ela pode ser, a exemplo das receitas, despesa orçamentaria e despesa extraorçamentária. Despesa Pública – orçamentária e extraorçamentária A despesa orçamentária é aquela despesa que, em sua realização necessita de autorização legislativa e que não é efetiva sem crédito orçamentário. A despesa extraorçamentária é aquela devolvida ao dono, ou seja, decorrente de: saldos compensatórios no ativo e no passivo financeiro, envolvendo desembolso de recurso de terceiros em poder do ente publico. Como por exemplo: caução e depósito (devolução do valor de terceiros); recolher valores anteriores retido na folha de salários de pessoal ou nos pagamentos de serviços de terceiros: pagar operações de créditos por antecipação de receita orçamentária (ARO) e, pagar antecipados de salário-família, salário-maternidade e auxílio-natalidade.. Despesa Orçamentária – classificações De acordo com o MTO (2022), na estrutura atual, o orçamento público está organizado em programas de trabalho, que contêm informações qualitativas e quantitativas, sejam físicas ou financeiras. O programa de trabalho, que define qualitativamente a programação orçamentária, deve responder, de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas que caracterizam o ato de orçar, sendo, do ponto de vista operacional, composto dos seguintes blocos de informação: classificação por esfera, classificação institucional, classificação funcional, estrutura programática e principais informações do Programa e da Ação. Despesa Orçamentária – classificação qualitativa Conforme MTO (2022), o conceito de “programações orçamentárias”, disposto na Lei nº 14.194, de 20 de agosto de 2021, Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2022 (LDO 2022) de maneira análoga com a expressão “categorias de programação”. Despesa Orçamentária – qualitativa por esfera Na LOA, a esfera tem por finalidade identificar se a despesa pertence ao Orçamento Fiscal (OF), da Seguridade Social (OSS) ou de Investimento das Empresas Estatais (OI), conforme disposto no § 5º do art. 165 da CF. Orçamento Fiscal - referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. Orçamento da Seguridade Social - abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público; e Orçamento de Investimento - orçamento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. O § 2º do art. 195 da CF/88 estabelece que a proposta de Orçamento da Seguridade Social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na LDO, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. Despesa Orçamentária– qualitativa institucional A classificação institucional na União, reflete as estruturas organizacional e administrativa e compreende dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. As dotações orçamentárias, especificadas por categoria de programação em seu menor nível, são consignadas às UOs, que são as responsáveis pela realização das ações. Órgão orçamentário é o agrupamento de UOs. Despesa Orçamentária – qualitativa funcional da despesa A classificação funcional é formada por funções e subfunções e procura explicitar as áreas em que as despesas são realizadas. Cada atividade, projeto e operação especial identificará a função e a subfunção às quais se vinculam. Notadamente, a função refere-se à principal área de atuação do órgão e deve refletir a sua missão institucional, já a subfunção é relacionada à área da despesa na qual a ação será executada. A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, e é composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nos três níveis de Governo. Trata-sede uma classificação independente dos programas e de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União, o que permite a consolidação nacional dos gastos do setor público. Despesa Orçamentária– qualitativa programática O Plano Plurianual (PPA) em vigência, período de 2020-2023 apresenta 4 (quatro) pilares em sua construção: simplificação metodológica; realismo fiscal; integração entre planejamento e avaliação; e, visão estratégica e foco em resultados. A metodologia do PPA 2020-2023 compreende 3 dimensões: a Dimensão Estratégica, composta pelos eixos da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Endes), as diretrizes (finalidade de retratar as declarações de governo e indicam as preferências políticas dos governantes eleitos) do PPA e os Temas (buscam refletir a estrutura institucional adotada pela administração federal); a Dimensão Tática, composta pelos Programas (categoria que articula um conjunto de ações (orçamentárias e não-orçamentárias) suficientes para enfrentar um problema. Seu desempenho deve ser passível de aferição) e seus objetivos, meta e indicador de resultado e a Dimensão Operacional, onde estão as ações orçamentárias e não-orçamentárias. Despesa Orçamentária– qualitativa programática Assim sendo, a ótica de organização governamental integrando Planejamento e Orçamento está consubstanciada na ligação das ações orçamentárias e não orçamentárias diretamente aos novos programas. Portanto, o produto de uma ação, como resultado, deve visar a concretização/realização dos objetivos pretendidos nos programas. O conjunto dos produtos de determinadas ações viabilizará a execução do objetivo e o cumprimento da meta geral estabelecida para um programa finalístico, mensurada por um indicador de resultado. Ao se resgatar o modelo lógico como organizador dos elementos constitutivos dos programas do novo PPA, a metodologia visa contribuir para um adequado desenho dos programas, o que posteriormente auxilia na avaliação das políticas públicas na medida em que identifica claramente os objetivos e resultados esperados do programa, bem como os indicadores de resultado. Despesa Orçamentária – ações orçamentárias Operação da qual resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, entre outros, os financiamentos e as reservas de contingência. As ações orçamentárias podem ser tipificadas como “projetos”, “atividades” ou “operações especiais”. A tipologia visa assegurar a diferenciação das ações de acordo com as características de sua operação e de sua produção, em cumprimento da Portaria nº 42/1999, cujos conceitos constam especificados também no art. 5º da LDO-2022, e demais normativos afetos. Importante mencionar que o art. 12 da LDO-2022 dispõe um rol de ações governamentais para as quais exige que o PLOA, a LOA e seus créditos adicionais efetuem a discriminação em categorias de programação específicas, ou seja, que exista ação orçamentária específica para cada dotação destinada às operações listadas no referido artigo, por exemplo: inciso II - ações de alimentação escolar Despesa Orçamentária – classificação quantitativa A programação despesa orçamentária quantitativa tem duas dimensões: a física e a financeira. A dimensão física define a quantidade de bens e serviços a serem entregues. A dimensão financeira estima o montante necessário para o desenvolvimento da ação orçamentária. Despesa Orçamentária – dimensão financeira Quanto à natureza da despesa, os arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320, de 1964, tratam da classificação da despesa por categoria econômica e elementos. Quanto à categoria econômica da despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias: Despesas Correntes: as que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Despesas de Capital: as que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Restos a pagar Diz respeito a todas as saídas de recursos para fins de pagamentos de despesas empenhadas em exercício anterior. A legislação em seus artigos 35 e 36 aludem o seguinte: Lei 4.320/64 Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: I – as receitas nele arrecadadas. II – as despesas nele legalmente empenhados. Art. 36 – Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas. Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurianual, que tenham sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito. Restos a pagar Trata-se de uma despesa extraorçamentária, pois foi empenhado, mas terá que ser paga no próximo ano. Mas, o que são despesas empenhadas? De acordo com art. 58, da Lei Federal 4.320, de 17 de março de 1964, é o primeiro estágio da despesa, sendo definido como o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Funciona como garantia ao credor do ente público de que existe o crédito necessário para a liquidação de um compromisso assumido. O empenho, também, é entendido como uma reserva orçamentária para determinado gasto. Cria, nesse sentido, para o Estado uma obrigação de pagamento, mas não uma obrigação de natureza contábil. Esa obrigação criada pelo empenho não é absoluta, eficaz, líquida e certa. Adiantamento ou suprimentos de fundos Em se tratando de despesas de caráter emergencial e que não possam aguardar os trâmites normais da execução orçamentária, a Administração Pública pode fazer uso de sistemática distinta para a realização de tais despesas. Os amparos legais estão na Lei 4.320/64 (art.. 68 e 69), que denominou esse processo de “regime de adiantamento e no Decreto- Lei 200/67 (art. 74, § 3º), que o denominou de “suprimentos de fundos”.” Suprimento de Fundos trata-se da entrega de numerário a servidor, (que depois prestará contas) sempre precedido de empenho prévio na dotação própria da despesa a realizar, e que, a critério do ordenador de despesas e sob sua inteira responsabilidade, constitui gasto público que não pode se subordinar ao processo normal de execução da despesa. Adiantamento ou suprimentos de fundos Então...! O suprimento de fundos está previsto nos artigos 68 e 69 da Lei nº 4.320/1964 e deve ser usado para as despesas que não possam aguardar o tempo necessário para o ciclo normal de um dispêndio (licitação ou contratação direta), seja pelo seu caráter anormal ou pela pronta resposta a ser dada para satisfazer uma necessidade pública. Lei 4.320/64 Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação. Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsável por dois adiantamentos. Adiantamento ou suprimentos de fundos Porém, como se trata de gasto do recurso público, é imprescindível que os princípios orçamentários e da administração pública norteadores sejam respeitados, como moralidade, eficiência, motivação, vantajosidade, economicidade, impessoalidade, transparência, isonomia, dentre outros. Essa despesa continua requerendo formalidades, mas de forma simplificada e mais flexível para atender o caráter de urgência. O adiantamento recebido pelo agente público deverá ser usado e, devidamente justificado pelo mesmo através de documentos fidedignos que demonstrem o uso adequado e racional do dinheiro público. Ou seja, deve, após o seu uso, prestar contas ao órgão ou à entidade. Portanto, é necessário uma lei específica no âmbito de cada ente da Federaçãoque discipline os casos em que seja possível a utilização de suprimento de fundos A classificação orçamentária do suprimento de fundos, depende da destinação dos recursos, ou seja, deve ser classificada no elemento pertinente. Despesas de exercícios anteriores As despesas de exercícios anteriores encontram seu amparo legal na Lei 4.320/64 (art. 37) e no Decreto Federal nº 93.872/86. Lei 4.320/64 Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. Despesas de exercícios anteriores O Decreto Federal nº 93.872/86, que regulamenta a Lei nº 4.320/64 no âmbito Federal, desdobra as despesas de exercícios anteriores nos seguintes tipos: Despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação. Restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor. Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do exercício correspondente.
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