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Raciocínio Lógico Lógica de Argumentação Professor Fabrício Biazotto www.acasadoconcurseiro.com.br 3www.acasadoconcurseiro.com.br Raciocínio Lógico ARGUMENTAÇÃO, ENCADEAMENTO E SILOGISMO 1 – ARGUMENTAÇÃO LÓGICA O argumento é uma conclusão retirada de uma sequência de premissas, onde este argumento é uma consequência de todas as premissas, ou seja, um argumento é uma sequência de proposições P1, P2, ..., Pn, chamadas premissas, e uma proposição Q, chamada conclusão, sendo este argumento válido, se Q (conclusão) é V sempre que P1, P2, ..., Pn forem V, caso contrário, não é argumento válido. Na prática em argumentação lógica o que se deve fazer é considerar todas as premissas verdadeiras e a conclusão também verdadeira e analisar cada uma das proposições simples de cada premissa e da conclusão e verificar se realmente está correto, ou seja, tudo é verdadeiro! Não as proposições simples, mas sim cada uma das premissas e a conclusão. Caso contrário, se qualquer uma das premissas, ou mesmo a conclusão for falsa, o argumento será inválido. Veja o seguinte exemplo: (ESAF) Caso ou compro uma bicicleta. Viajo ou não caso. Vou morar em Pasárgada ou não compro uma bicicleta. Ora, não vou morar em Pasárgada. Assim, a) não viajo e caso. b) viajo e caso. c) não vou morar em Pasárgada e não viajo. d) compro uma bicicleta e não viajo. e) compro uma bicicleta e viajo. Neste exemplo, apesar das premissas estarem todas escritas em uma mesma linha, fica entendido que a pessoa está argumentando: P1: Caso ou compro uma bicicleta. P2: Viajo ou não caso. P3: Vou morar em Pasárgada ou não compro uma bicicleta. Q = Ora = Conclusão: Não vou morar em Pasárgada. 4 www.acasadoconcurseiro.com.br Assim como já foi dito, a conclusão somente será V se todas as premissas forem V: P1: Caso ou compro uma bicicleta. = V P2: Viajo ou não caso. = V P3: Vou morar em Pasárgada ou não compro uma bicicleta. = V Q = Ora = Conclusão: Não vou morar em Pasárgada. = V Agora o deve ser feito é analisar cada uma das sentenças de forma que sejam verdadeiras, pela regra da argumentação, e para isso basta utilizar o conhecimento das regras dos conectivos premissa a premissa: Q = Ora = Conclusão: Não vou morar em Pasárgada. = V Pela conclusão podemos então que a proposição da premissa 3 “Vou morar em Pasárgada” é falso: Não vou morar em Pasárgada. = V P3: Vou morar em Pasárgada ou não compro uma bicicleta. = V F Agora, como o conectivo é OU = DISJUNÇÃO, deve-se lembrar a regra: Somente será F quando todas forem Falsas. Como a sentença tem que ser verdadeira, a proposição “não compro uma bicicleta” só pode ser V, porquê se for falsa, na premissa 3 todas seriam falsas e a sentença logicamente seria falsa, o que NÃO PODE! Então: P3: Vou morar em Pasárgada ou não compro uma bicicleta. = V F V Q = Ora = Conclusão: Não vou morar em Pasárgada. = V Bom uma já foi, agora percebe-se que comprar bicicleta está lá na premissa 1, logo é ela que deve agora ser analisada, pois é o que se tem certeza, assim, se “não compro uma bicicleta” é verdadeiro, então na premissa 1 “compro uma bicicleta” é falso: P1: Caso ou compro uma bicicleta. = V F Agora, como o conectivo é OU = DISJUNÇÃO, deve-se lembrar a regra: Somente será F quando todas forem Falsas. Como a sentença tem que ser verdadeira, a proposição “Caso” só pode ser V, porquê se for falsa, na premissa 1 todas seriam falsas e a sentença logicamente seria falsa, o que NÃO PODE! Então: P1: Caso ou compro uma bicicleta. = V V F Raciocínio Lógico – Lógica de Argumentação – Prof. Fabrício Biazotto 5www.acasadoconcurseiro.com.br P3: Vou morar em Pasárgada ou não compro uma bicicleta. = V F V Q = Ora = Conclusão: Não vou morar em Pasárgada. = V Bom duas já foram, agora percebe-se que não casar está lá na premissa 2, logo é ela que deve agora ser analisada, pois é o que se tem certeza, assim, se “caso” é verdadeiro, então na premissa 2 “não caso” é falso: P2: Viajo ou não caso. = V F Agora, como o conectivo é OU = DISJUNÇÃO, deve-se lembrar a regra: Somente será F quando todas forem Falsas. Como a sentença tem que ser verdadeira, a proposição “Viajo” só pode ser V, porquê se for falsa, na premissa 2 todas seriam falsas e a sentença logicamente seria falsa, o que NÃO PODE! Então: P1: Caso ou compro uma bicicleta. = V V F P2: Viajo ou não caso. = V V F P3: Vou morar em Pasárgada ou não compro uma bicicleta. = V F V Q = Ora = Conclusão: Não vou morar em Pasárgada. = V Pronto, todas as sentenças e proposições foram analisadas, assim tem-se verdadeiro que: Caso; Viajo; Não compro bicicleta e Não vou morar em Pasárgada. Logo a resposta é a letra b. 2 – ENCADEAMENTO LÓGICO É a sequência de raciocínio dentro de uma mesma argumentação lógica que leva a conclusão V ou F da sentença e/ou da proposição. Conforme visto no exemplo de argumentação, através da conclusão foi possível encadeá-la com a premissa 3 e determinar que a proposição era F, assim como da premissa 3, foi encadeada com a premissa 1 e finalmente a premissa 1 encadeada com a premissa 2 e assim chegou-se a conclusão final de quais proposições seriam verdadeiras. Isto é encadeamento! 6 www.acasadoconcurseiro.com.br 3 – SILOGISMO LÓGICO Substantivo masculino. 1 – lógica: raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas proposições (premissas), das quais se obtém por inferência uma terceira (conclusão), por exemplo: “todos os homens são mortais; os gregos são homens; logo, os gregos são mortais”. Em sua Origem (etimologia) do grego: “sullogismós”, por extenso, conjectura, suposição, raciocínio, pelo latim “syllogismus” silogismo = forma de argumentação. Na prática, a forma utilizada para resolver o exemplo da argumentação nada mais foi do que um silogismo lógico. 7www.acasadoconcurseiro.com.br Questões 4 – EXERCÍCIOS 1. (2007 – ANPAD) Sejam as proposições: I. Se Carlos trair a esposa, Larissa ficará ma- goada. II. Se Larissa ficar magoada, Pedro não irá ao jogo. III. Se Pedro não for ao jogo, o ingresso não será vendido. IV. Ora, o ingresso foi vendido. Portanto, pode-se afirmar que a) Carlos traiu a esposa, e Pedro não foi ao jogo. b) Carlos traiu a esposa, e Pedro foi ao jogo. c) Carlos não traiu a esposa, e Pedro foi ao jogo. d) Pedro foi ao jogo, e Larissa ficou mago- ada. e) Pedro não foi ao jogo, e Larissa não fi- cou magoada. (Letra: c) 2. (1996 – ESAF – RF – AFTN) Se Nestor disse a verdade, Júlia e Raul men- tiram. Se Raul mentiu, Lauro falou a verda- de. Se Lauro falou a verdade, há um leão feroz nesta sala. Ora, não há um leão feroz nesta sala. Logo: a) Nestor e Júlia disseram a verdade b) Nestor e Lauro mentiram c) Raul e Lauro mentiram d) Raul mentiu ou Lauro disse a verdade e) Raul e Júlia mentiram 3. (2002 – ESAF – AFC) Se Iara não fala italiano, então Ana fala alemão. Se Iara fala italiano, então ou Ching fala chinês ou Débora fala dinamarquês. Se Débora fala dinamarquês, Elton fala espan- hol. Mas Elton fala espanhol se e somente se não for verdade que Francisco não fala francês. Ora, Francisco não fala francês e Ching não fala chinês. Logo, a) Iara não fala italiano e Débora não fala dinamarquês. b) Ching não fala chinês e Débora fala di- namarquês. c) Francisco não fala francês e Elton fala espanhol. d) Ana não fala alemão ou Iara fala italiano. e) Ana fala alemão e Débora fala dinamar- quês 4. (2013 – CESPE – TER/MS – PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) As proposições a seguir são as premissas de um argumento. Se uma companhia tem grande porte e nu- merosas ramificações, sua falência teria um custo intolerável para a sociedade. Se a falência de uma companhia tem um custo intolerável para a sociedade, o gover- no protegê-las-á na iminência ou durante de uma crise séria. Se o governo protege uma companhia du- rante uma crise séria, recursospúblicos são usados em benefício de um ente privado. Assinale a opção correspondente à conclusão que, juntamente com as premissas acima, constituem um argumento válido. ”Se uma companhia tem grande porte e numerosas ra- mificações, então recursos públicos são usa- dos em benefício de um ente privado.” ( ) Certo ( ) Errado 8 www.acasadoconcurseiro.com.br 5. (2012 – CESPE – PF – AGENTE) Um jovem, ao ser flagrado no aeroporto portando certa quantidade de entorpecen- tes, argumentou com os policiais conforme o esquema a seguir: Premissa 1: Eu não sou traficante, eu sou usuário; Premissa 2: Se eu fosse traficante, estaria levando uma grande quantidade de droga e a teria escondido; Premissa 3: Como sou usuário e não levo uma grande quantidade, não escondi a droga. Conclusão: Se eu estivesse levando uma grande quantidade, não seria usuário. Considerando a situação hipotética apre- sentada acima, julgue os Itens a seguir. a) A proposição correspondente à negação da premissa 2 é logicamente equivalente a “Como eu não sou traficante, não estou le- vando uma grande quantidade de droga ou não a escondi”. ( ) Certo ( ) Errado b) Se a proposição “Eu não sou traficante” for verdadeira, então a premissa 2 será uma proposição verdadeira, independentemen- te dos valores lógicos das demais proposi- ções que a compõem. ( ) Certo ( ) Errado c) Sob o ponto de vista lógico, a argumen- tação do jovem constitui argumentação vá- lida. ( ) Certo ( ) Errado d) P e Q representam, respectivamente, as proposições “Eu não sou traficante” e “Eu sou usuário”, então a premissa 1 estará cor- retamente representada por P∧Q . ( ) Certo ( ) Errado Gabarito: 1. C 2. B 3. A 4. C 5. a) E b) C c) E d) C
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