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2 Lincoln Educacional 2020 Infância Cultura e Arte na Educação Infantil 3 Lincoln Educacional 2020 Sumário Módulo 1 – Infância, cultura e Arte: .................................................................................... 4 A criança na Educação Infantil ............................................................................................ 4 O trabalho com Arte na Educação Infantil .......................................................................... 6 Diversidade étnico-racial na Educação Infantil .................................................................. 9 Módulo 2 - A linguagem visual e a pequena infância ...................................................... 10 A linguagem visual e a pequena infância ......................................................................... 10 As linguagens artísticas visuais ....................................................................................... 11 As linguagens artísticas visuais e a criança .................................................................... 11 Expressões artísticas bidimensionais .............................................................................. 12 Expressões artísticas tridimensionais ............................................................................. 13 As artes visuais na prática ................................................................................................ 15 Módulo 3 – A Dança e a Música na Educação Infantil ..................................................... 17 Dança .................................................................................................................................. 18 Música ................................................................................................................................. 21 Módulo 4 – O Teatro na Educação Infantil ........................................................................ 24 O Teatro na Educação Infantil ........................................................................................... 24 O Teatro como linguagem e a criança .............................................................................. 24 O jogo simbólico ................................................................................................................ 26 Os jogos de imitação ......................................................................................................... 27 O faz de conta ..................................................................................................................... 28 O teatro de formas animadas ............................................................................................ 29 Referências ...................................................................................................................... 33 Módulo 1 – Infância, cultura e Arte: A criança na Educação Infantil As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil apontam para a importância de um ambiente acolhedor, para o desenvolvimento das práticas de ensino, no qual a criança vivencia a socialização. Para tal valoriza- se o estabelecimento de vínculos afetivos e de confiança dela, juntamente com a atividades que promovam a aprendizagem e o desenvolvimento. A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente (BRASIL, 1998, p,21). Na infância inicia-se a jornada de elaboração de identidade, autonomia, cidadania da criança. É um processo contínuo, vivenciado por todos, o qual se fundamenta na interação com o outro, pautado inicialmente nos vínculos familiares. A psicologia nos apresenta diversas linhas de estudos nessa área, os quais analisam as etapas do desenvolvimento humano e são rica fonte de consulta para os educadores. Todos possuem recordações de sua infância, as quais podem ser as primeiras referencias de escolha por uma ação docente que parta do afeto, que estabeleça vínculos, que explore o lúdico que é inerente à criança e que esteja comprometida com a promoção de uma aprendizagem que propicie às crianças experiências que as tornem cada vez mais autônomas e felizes. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil quando ampliam-se as relações sociais, interações e formas de comunicação por meio da forma prática, “as crianças sentem-se cada vez mais seguras para se expressar, podendo aprender, nas trocas sociais, com diferentes crianças e adultos cujas percepções e compreensões da realidade também são diversas” (BRASIL, 1998, p,21). 5 Lincoln Educacional 2020 Ao longo desta disciplina, serão trazidas reflexões, considerando que as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil articulam-se com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica para orientar as políticas públicas na área, bem como a elaboração, planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas e curriculares. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) para o Ensino Fundamental, e outros documentos que norteiam o trabalho com Arte para esta modalidade de ensino, são também importantes referências para o profissional da Educação Infantil. Pensar as práticas artísticas na Educação Infantil incorre em articular as experiências com os saberes das crianças, tendo em conta os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, buscando-se o desenvolvimento integral da criança. Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 6 Lincoln Educacional 2020 Infantil em sua Resolução 05/2009, reforçam-se a necessidade de que a criança deve ser o centro da ação pedagógica. De acordo com o Artigo 4º (2009): As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2009. S/p.). Ainda de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil as propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar princípios éticos que possibilitem à criança o desenvolvimento “da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades”; princípios políticos pautados nos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; princípios estéticos que proporcionem o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais. O trabalho com Arte na Educação Infantil Costa (1999) cita as palavras do Crítico brasileiro de arte, Frederico Morais: [...] Porque o diálogo com a obra de arte é um diálogo amoroso, demorado, paciente, exige doação e entrega. Nem sempre o significado de uma obra de arte se dá no momento da contemplação, mas, muito tempo depois, em outro lugar ou momento, em meio a uma tarefa banal, num momento de ócio ou mesmo de raiva ou cansaço. Muitas vezes, precisamos trazer a obra conosco, deixá-la adormecer em nós à espera do insight (COSTA, 1999, p. 23). O trabalho com Arte na Educação Infantil visa explorar e estimular o conhecimento e as habilidades das crianças, com ênfase na experimentação e 7 Lincoln Educacional 2020 improvisação. Atividades envolvendoas linguagens artísticas possibilitam às mesmas a vivência, a construção de sentido, a exploração e identificação de diferentes códigos que as aproximem das linguagens da música, das artes visuais, do teatro e da dança. Um aspecto importante a ser considerado é a ludicidade, tão inerente ao universo da criança e importantíssima para a ampliação de suas potencialidades. A prática pedagógica permeada pelo lúdico propicia a elaboração do conhecimento de forma prazerosa e acolhedora, além de estimular a criatividade e novas formas de relação com a arte. Neste contexto, a relação que os educadores estabelecem com as linguagens artísticas são extremamente significativas, pois constituem um repertório cultural que será a primeira fonte de referência para a seleção de conteúdos e elaboração de encaminhamentos metodológicos. Quanto mais rico for o referencial cultural dos educadores, maiores serão as possibilidades ofertadas às crianças na expressão suas experiências, aprendizados e socialização de saberes. Ao discorrer sobre a relação que o ser humano estabelece com a cultura, Laraia (2007) afirma: O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar os seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência, denominada etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais (LARAIA, 2007, p. 72-73). As palavras de Laraia são fundamentais para analisar-se a diversidade cultural brasileira. A Arte por si só já se constitui em linguagem carregada de complexidade e subjetividade, considerando-se suas várias linguagens e códigos. Quando se aprofunda o olhar às suas especificidades conceituais, regionais, étnicas, históricas, dentre outras, identificam-se amplas possibilidades de aproximação e interpretação. E é a aproximação que irá permitir o reconhecimento do etnocentrismo. Quando se é capaz dialogar com essa diversidade cultural, passa-se a valorizar a multiculturalidade, a cultura regional, a cultura étnica e a cultura local. 8 Lincoln Educacional 2020 Esse diálogo tornará possível um trabalho que tenha como ponto de partida a cultura que a criança já elabora em seu universo. [...] levando em conta as culturas da comunidade, é essencial criar situações em que o brincar em suas diversas manifestações seja contexto promotor do conhecimento de si, do outro e do mundo, em interações amistosas e nas quais se cultivem os cuidados consigo mesmo e com o outro, se estabeleçam atitudes de curiosidade, questionamento, investigação e encantamento (BRASIL, 2015, p. 10). Segundo Costa (1999, p. 23), o diálogo com a obra de arte é um diálogo amoroso, demorado, paciente, exige doação e entrega, e nem sempre o significado de uma obra de arte se dá no momento da contemplação, mas muito tempo depois, em outro lugar ou momento, “em meio a uma tarefa banal, num momento de ócio ou mesmo de raiva ou cansaço” . Em uma reflexão que nos permite pensar o valor da arte, COSTA (1999, p. 108) afirma também que “a arte registra tudo o que os artistas de todos os tempos quiseram comunicar e deixar inscrito em papel, pedra, pele de animais, argila, vinil ou celulose, aos seus contemporâneos e à posteridade (milhares de mensagens que constituem uma memória)”. Para o autor o caráter universal do fazer artístico, expresso por meio desses registros “são o substrato da história da humanidade”. [...] podemos dizer que nos tornamos mais humanos à medida que nos fazemos mais artistas, e que as conquistas do homem contemporâneo passam necessariamente pela consciência desse incalculável legado. Um legado que, como nenhum outro, só nos engrandece e orgulha por suas conquistas, intenções e realizações. Talvez seja esse o único patrimônio que o homem jamais renega ou rejeita como seu e que nos identifica, aproxima e universaliza (COSTA, 1999, p. 108 - 109). 9 Lincoln Educacional 2020 Diversidade étnico-racial na Educação Infantil A Lei nº 10.639/03, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e a Lei nº 11.645/08 são instrumentos legais que orientam ampla e claramente as instituições educacionais quanto a suas atribuições no que se refere à educação para as relações étnico-raciais. No entanto, em função do contexto histórico, político e social de desigualdade e discriminação racial de nosso país, podemos considerar que a efetivação de uma pedagogia da diversidade ainda se configura como um desafio. É imprescindível que todos os sujeitos envolvidos no processo educativo estejam comprometidos em atuar de forma mais democrática e participativa, priorizando o desenvolvimento de ações pedagógicas dinâmicas, coletivas, articuladas para a educação das relações étnico-raciais. As Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil apontam que as propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil devem prever condições para o trabalho coletivo e para a organização de materiais, espaços e tempos que assegurem “a apropriação pelas crianças das contribuições histórico-culturais dos povos indígenas, afrodescendentes, asiáticos, europeus e de outros países da América”. Ainda segundo as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil, o “reconhecimento, a valorização, o respeito e a interação das crianças com as histórias e as culturas africanas, afro-brasileiras, bem como o combate ao racismo e à discriminação” devem estar assegurados nos planejamentos. Sendo assim, no trabalho com as linguagens artísticas tais orientações devem ser contempladas nos encaminhamentos propostos. Faz-se importante reforçar a necessidade de ampliação do repertório cultural dos educadores, para 10 Lincoln Educacional 2020 que os mesmos tenham uma repercussão positiva na constituição da identidade cultural das crianças, bem como a ampliação de suas potencialidades de diálogo e interação com a multiculturalidade estabelecida na sociedade contemporânea para a elaboração de encaminhamentos metodológicos que possibilitem à criança o desenvolvimento de sua capacidade de dialogar culturalmente com a sociedade. Módulo 2 - A linguagem visual e a pequena infância A linguagem visual e a pequena infância O trabalho com Arte na Educação Infantil envolve uma ampla gama de experiências. A ampliação cultural da criança se dá por meio de práticas que exploram a diversidade cultural intentando o desenvolvimento da capacidade 11 Lincoln Educacional 2020 criadora e da autoexpressão. Objetiva-se proporcionar às mesmas vivências que estimulem a capacidade de estabelecer relações entre o brincar, objeto artístico e o mundo. As linguagens artísticas visuais As linguagens artísticas visuais são formas de expressão artística que partem da visualidade e exploram instrumentos e ou técnicas na geração de imagens, objetos e ações, materiais ou virtuais, compreendidos através do sentido da visão, podendo ser ampliado a outros sentidos. Atualmente, as Artes Visuais associam-se a outras áreas artísticas, além das Artes Plásticas, consideradas convencionais. Entre essas expressões podemos citar o desenho, a pintura, a escultura, a gravura, o objeto. Ampliando esse conceito, entre as expressões artísticas visuais criadas a partir da modernidade e contemporaneidade evidenciam-se a colagem, as novas técnicas de gravura e pintura, a fotografia, a poesia visual, a vídeo-arte, a body art, a performance, a instalação, o happening, a intervenção urbana, a arte e tecnologia, a arte ambiental, a arte conceitual, a land art, dentre outras. Todas essas técnicas e modalidades expressivas configuram-se em possíveis conteúdos a serem apresentados às crianças, estimulando brincadeirase atividades práticas adaptadas à etapa de desenvolvimento e habilidades expressivas de cada criança. As linguagens artísticas visuais e a criança A criança inicia o contato com a linguagem visual logo que começa a acomodar a visão ao novo universo que se lhe apresenta. As primeiras experiências visuais dos bebês são elaboradas por meio do contato com as cores do ambiente em que estão inseridos, da relação com brinquedos, da 12 Lincoln Educacional 2020 observação das cores da luminosidade e dos contrastes de luz e sombra, da percepção das texturas dos objetos que observa e toca. São as primeiras interações com os elementos caracterizadores da linguagem visual: ➢ linhas; ➢ cores; ➢ texturas; ➢ volume. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), de 1998, aponta a importância de experiências como rabiscar e desenhar no chão, na areia e nos muros com materiais como gravetos, pedras, carvão. Afirma ainda que a criança explora a sensorialidade por meio das artes visuais quando pinta objetos ou o próprio corpo. O desenho, a pintura, as construções tridimensionais, a modelagem, a colagem, entre outras modalidades, possibilitam à criança ampliação de suas experiências estéticas e culturais. Expressões artísticas bidimensionais A bidimensionalidade na arte está caracterizada em produções que se apresentam em duas dimensões: altura e largura. O desenho, a pintura, a xilogravura, a monotipia, a gravura em metal, entre outras são alguns exemplos. Já a partir do berçário podem-se explorar com as crianças as possibilidades de trabalho com as expressões bidimensionais principalmente o desenho e a pintura. 13 Lincoln Educacional 2020 Quem convive com crianças pequenas sabe que é comum encontrar paredes ou móveis “rabiscados” por elas. Isso ocorre pois a criança, na expressão de seus primeiros registros visuais explora sem limites o ambiente em que está inserida. Para ela a parede, o mobiliário e até o próprio corpo são utilizados como suporte. Em seu discurso sobre as características do desenho infantil Rabello (2013) afirma que: Para desenhar e usar a linguagem do desenho, a criança passa por diferentes estágios, nos quais vai criando uma intimidade com o vocabulário desta linguagem, que tem como base: a linha e o ponto, que vão dar origens a diferentes traçados (RABELLO, 2013, p. 22). A autora afirma ainda que “a criança desenha com o intuito de se divertir. O desenho para ela é como se fosse um jogo, uma brincadeira, onde ela pode se divertir sozinha” (RABELLO, 2013, p. 25). A oferta de práticas em que a criança amplia o domínio dos seus movimentos por meio do contato com diferentes materiais, possibilita a expansão de suas capacidades de comunicação expressiva. Nesse sentido é importante considerar a necessidade de os educadores conhecerem as etapas de desenvolvimento do desenho infantil. Expressões artísticas tridimensionais A tridimensionalidade deve ser explorada com as crianças, na perspectiva de sua capacidade expressiva, também desde o berçário. Por meio dela as crianças desenvolvem a sensibilidade e o conhecimento sobre a espacialidade e o volume. Compreende-se como expressões artísticas tridimensionais a escultura, as construções, a instalação, objetos, móbiles, assemblage, estátuas, monumentos, dentre outros. O volume é caracterizado por apresentar três dimensões: altura, 14 Lincoln Educacional 2020 comprimento e largura. [...] as atividades tridimensionais permitem à criança a descoberta da forma, do tamanho, do peso, do volume e da textura; possibilitam-lhe resolver problemas de peso e equilíbrio, de qualidade, força, gravidade, assim como vivenciar situações de organização espacial. Essas experiências ampliam a sua compreensão de ser/estar no espaço físico e cultural, complementando as suas vivências bidimensionais [...] (STAMM, 2007, p. 133). A criança vivencia suas primeiras experiências com a tridimensionalidade por meio do toque nos objetos, da manipulação de brinquedos e da interação com o espaço tridimensional. Nas práticas com a Educação Infantil podem ser exploradas atividades com móbiles, com jogos de montar ou empilhar, construções com materiais alternativos, modelagem, entre outras. Contextualizando a tridimensionalidade pode-se citar a obra Marulho de Cildo Meireles, obra a qual o espectador mergulha dentro do ambiente, sendo uma produção artística hibrida, pois além da tridimensionalidade, traz também experiências sonoras, onde o importante é a experiência individual dentro do patrimônio coletivo. 15 Lincoln Educacional 2020 As artes visuais na prática O que se vê nas unidades educativas, com muita frequência, são atividades mimeografadas com desenhos estereotipados para colorir ou pintar, ou ainda, figuras sobre as quais são coladas papel colorido picado, bolinhas de papel crepom, macarrão, sementes etc. No entanto, para que a criança realize um percurso criativo ao qual tem direito, ela precisa experimentar diferentes suportes, meios e instrumentos. Essa experiência é muito importante para a autoria dos trabalhos de toda criança (INTITUTO AVISA-LÁ, 2015. p. 40- 41). Contextualizando a citação acima, destaca-se um desafio a ser superado na maioria dos estabelecimentos educacionais que ofertam Educação Infantil, nos quais as atividades devem envolver sequências de ações estruturadas que integrem diversas linguagens, e estimulem a expressão autônoma das crianças. Para tal, a ambientação do espaço onde as atividades de Arte serão desenvolvidas deve contar com luz natural e abundante, pois facilita o contato com as cores sem distorções (não sobrecarregando a visão), o chão e o mobiliário devem ser funcionais, podendo ser limpos com facilidade, sendo o carpete e outras forrações semelhantes contra indicadas. Para as atividades de colagem: gravuras pré-selecionadas; papéis coloridos de texturas diversas (seda, glacê, celofane, camurça, Kraft, cartolinas, 16 Lincoln Educacional 2020 etc.); tesouras (preferencialmente sem pontas); cola atóxica; retalhos de tecidos; fios; materiais orgânicos (sementes, flores secas, etc.). Para as atividades gráficas: papéis brancos, coloridos e craft; carvões; grafites; lápis de cor; giz de cera; gravetos, carvões e cacos de telha para desenhos em madeiras e superfícies porosas. Para atividades de pintura: água; guache atóxica; aquarela atóxica; tinta artesanal feita com pigmentos naturais; tinta de pintura a dedo; cola colorida e branca; pincéis de tamanhos diversos; esponjas; rolos de pintura de tamanhos diversos. Para atividades de modelagem: massa plástica (massa artesanal de farinha de trigo e sal); argila; água; material básico para papel machê (cola branca, papel higiênico, jornal); esteques; palitos (de dentes, de churrasco e de sorvete); colheres. Para atividades de construção: caixas de tamanhos diversos; embalagens de formatos e tamanhos diversos; arames de grossura e maleabilidade diferentes; pedras; tijolos pequenos feitos de argila; pedaços de madeira e isopor; chapinhas e argolinhas de latas; papelões de cores e texturas diferentes. 17 Lincoln Educacional 2020 O trabalho com as Artes Visuais na educação Infantil é extremamente significativo para o desenvolvimento da criança. Novamente faz-se necessário apontar a importância da ampliação do repertório cultural e técnico dos educadores a fim de se promover uma prática que atenda às necessidades da criança, que esteja pautada na diversidade, e seja rica de conteúdo, superando- se estereótipos e práticas ultrapassadas. Módulo 3 – A Dança e a Música na Educação Infantil A ampliação cultural da criança se dá por meio de práticas que exploram a diversidade cultural,intentando o desenvolvimento da capacidade criadora e da autoexpressão. Essas práticas podem explorar a linguagem da dança, na qual o corpo é matéria expressiva da relação estética com o movimento, ou ainda, a linguagem musical, na qual a sonoridade do próprio corpo, ou produzida por meio de objetos, instrumentos ou exploração sonora do ambiente torna-se objeto de estudo. 18 Lincoln Educacional 2020 Dança Na dança o corpo é utilizado como matéria expressiva de movimentos que podem ser coreográficos ou livremente improvisados. Em muitos casos utilizamos a música na exploração dessa linguagem que possui elementos e códigos específicos. A dança tem história pra contar, estando presente desde a pré-história era associada à sobrevivência, a qual possuía o caráter sagrado. Os gestos eram místicos e integrados a rituais. No Antigo Egito a dança tinha característica ritualística (sagrada), sendo direcionada aos deuses ou associada aos ritos de passagem, como casamentos e funerais. Na Grécia antiga a dança associava-se às lutas e à conquista da perfeição do corpo. Na Roma antiga a dança entra em decadência, pois passa a ser desprivilegiada dado o caráter bélico dessa sociedade. Na Idade Média a dança é quase inexistente pois é considerada profana diante do forte apelo religioso da época. Somente no Renascimento temos o ressurgimento da dança, a qual passa a ser valorizada pela nobreza, ganhando grande valor social. Nesse período surgem os primeiros estudos específicos sobre dança, caracterizando as origens do balé. 19 Lincoln Educacional 2020 O século XVII é conhecido como o grande século do balé, quando a dança se estabelece nos palcos e espetáculos passam a ser montados. No século XVIII, inserem-se os cenários e figurinos e o balé passa a contar uma história com começo, meio e fim. Com o Romantismo temos a inserção das sapatilhas. No século XIX foi notável a presença de Isadora Duncan, bailarina norte- americana radicada na Rússia e responsável pela renovação da dança, aproximando-a da vida real. Foram os primeiros passos para o surgimento da Dança Moderna que nega a formalidade do balé e busca mais liberdade expressiva, apesar de ainda manter algumas características do balé clássico. A Dança Contemporânea, surgida a partir de 1960, rompe com o balé clássico, leva a dança para além do palco e retrata a sociedade e a cultura atuais, promovendo a interação entre sujeitos. Não possui uma técnica única estabelecida e qualquer pessoa, de qualquer idade, peso, altura, pode ser dançarina. De acordo com os PCNs: [...] a arte da dança faz parte das culturas humanas e sempre integrou o trabalho, as religiões e as atividades de lazer. Os povos sempre privilegiaram a dança, sendo esta um bem cultural e uma atividade inerente à natureza do homem” (BRASIL, 1998, p. 50). Nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental afirma-se que “as crianças se movimentam desde que nascem adquirindo cada vez maior controle sobre seu próprio corpo e se apropriando cada vez mais das possibilidades de interação com o mundo”. Na exploração do corpo e suas possibilidades de movimento, as crianças desenvolvem ações como engatinhar, caminhar, manusear objetos, correr, saltar, brincar sozinhas ou em grupo, com objetos ou brinquedos (BRASIL, 1998, p. 15). Então, quando se movimentam, as crianças se comunicam. Usam o corpo para expressar sentimentos, emoções e pensamentos, “ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais". Ao se 20 Lincoln Educacional 2020 movimentar na intenção de comunicar, a criança não está apenas deslocando do corpo no espaço. Ela está constituindo “uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo” (BRASIL, 1998, p. 15). Uma das formas mais primárias de expressão corpórea nas crianças se dá pela utilização das mãos. Segundo Levin (1997): As mãos manejam as coisas, mas nesse mesmo momento deixam de ser a coisa em si porque valem como representação para esse sujeito. Seu uso não depende exclusivamente da mecânica motora, mas de sua condição imaginária e simbólica. Para uma criança será sempre um brinquedo (e não uma coisa) onde ela entra em jogo nesse fazer significante (LEVIN,1997, p. 140). O trabalho com a Dança na Educação Infantil deve estar associado às manifestações da cultura corporal dos diferentes grupos sociais. Dessa forma oportuniza-se o desenvolvimento das capacidades expressivas das crianças. “A aprendizagem da dança pelas crianças, porém, não pode estar determinada pela marcação e definição de coreografias pelos adultos” (BRASIL, 1998, p. 30). Brincadeiras que envolvam o canto e o movimento, simultaneamente, possibilitam a percepção rítmica, a identificação de segmentos do corpo e o contato físico. A cultura popular infantil é uma riquíssima fonte na qual se pode buscar cantigas e brincadeiras de cunho afetivo nas quais o contato corporal é o seu principal conteúdo (BRASIL, 1998, p. 30). Atividades envolvendo mímicas faciais e gestos são importantes para a expressão de sentimentos e a comunicação corpórea. Quando a criança brinca de fazer caretas, ou de imitar bichos, ela descobre novas possibilidades expressivas, de si próprias e dos outros. Participar de brincadeiras de roda ou de danças circulares, favorece às crianças o desenvolvimento da noção de ritmo individual e coletivo, introduzindo-as à linguagem da dança (BRASIL, 1998, p. 30). 21 Lincoln Educacional 2020 Música De acordo com os PCN’s, a música sempre esteve associada às tradições e às culturas de cada época. O desenvolvimento da tecnologia tem modificandoa forma como produzimos e apreciamos música. Atualmente, vivenciamos a experiência de uma escuta simultânea de toda produção mundial por meio de discos, formatos sonoros digitais, rádio, televisão, computador, jogos eletrônicos, cinema, publicidade, etc. A música é historicamente explorada no contexto da educação infantil, com objetivos muito diversos. Porém, a maioria das atividades desenvolvidas com as crianças, não explora a música como uma linguagem que tem elementos específicos que a caracterizam. Em muitos casos a música é: [...] suporte para atender a vários propósitos, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos: lavar as mãos antes do lanche, escovar os dentes, respeitar o farol, etc (BRASIL, 1998, p. 46). 22 Lincoln Educacional 2020 A música é uma das linguagens artísticas mais presentes no cotidiano da criança, inclusive permeando as relações que ela estabelece com as pessoas e com o meio em que vive. Essa expressão artística está presente em diversas situações da vida humana. “Existe música para adormecer, música para dançar, para chorar os mortos, para conclamar o povo a lutar, o que remonta à sua função ritualística”. (BRASIL, 1998, P. 47). Ao orientar o trabalho na área de Música, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) enfatiza o cuidado na organização dos conteúdos no que diz respeito ao nível de “percepção e desenvolvimento (musical e global) das crianças em cada fase, bem como as diferenças socioculturais entre os grupos de crianças das muitas regiões do país”. (BRASIL, 1998, P. 57). Sendo assim, deve-se considerar: - a exploração de materiais e a escuta de obras musicais para propiciar o contato e experiências com a matéria-prima da linguagem musical: o som (e suas qualidades) e o silêncio; - a vivência da organização dos sons e silêncios em linguagem musical pelo fazer e pelo contato com obras diversas; - a reflexão sobre a música como produto cultural do ser humano é importante forma de conhecer e representar o mundo(BRASIL, 1998, P. 57). Na prática com a criança, a linguagem musical acontece por meio da improvisação, na qual se criar instantaneamente, orientando-se por alguns critérios pré-definidos, mas com grande margem a realizações aleatórias, não determinadas. Na Educação Infantil, a improvisação constitui-se numa das formas de atividade criativa. O RCNEI (1998, p. 58) orienta para que no trabalho com crianças de zero a três anos de idade as atividades estejam voltadas à exploração, expressão e produção do silêncio e de sons com a voz, o corpo, o entorno e materiais sonoros diversos. Deve-se estimular a interpretação de músicas e canções diversas. Nesta fase as crianças já são capazes de participar de brincadeiras, jogos cantados e jogos rítmicos. Já com crianças de quatro a seis anos de idade deve-se incentivar o 23 Lincoln Educacional 2020 reconhecimento e utilização expressiva, em contextos musicais das diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons: ➢ altura – sons graves ou agudos; ➢ duração - sons curtos ou longos; ➢ intensidade – sons fracos ou fortes; ➢ timbre - característica que distingue e “personaliza” cada som. Outros encaminhamentos importantes no trabalho com crianças de quatro a seis anos envolvem o reconhecimento e utilização das variações de velocidade e densidade na organização e realização de algumas produções musicais e a participação das crianças em jogos e brincadeiras que envolvam a dança e/ ou a improvisação musical. É importante também a exploração de um rico repertório de canções para desenvolver memória musical. Segundo Craidy & Kaercher (2001, p. 131), o manuseio de objetos sonoros é de extrema importância. As crianças precisam ter experiências concretas com objetos que emitem som, instrumentos musicais e formar um vocabulário específico para se referir aos eventos sonoros. O trabalho com as Dança e a Música na educação Infantil deve articular as especificidades da cada uma das linguagens com as etapas do desenvolvimento das crianças. Um repertório cultural e técnico bem elaborado por parte dos educadores e o conhecimento da cultura local, possibilitam o enriquecimento das vivências a serem propostas às crianças. 24 Lincoln Educacional 2020 Módulo 4 – O Teatro na Educação Infantil O Teatro na Educação Infantil O Teatro é uma linguagem artística presente na vida humana desde que o homem passou a se organizar em sociedade. Assim como as Artes Visuais, a Dança e a Música, o teatro é uma linguagem artística que possuis códigos e elementos caracterizadores específicos. Nesta aula analisaremos propostas educacionais para a atividade teatral com a criança como uma combinação de atividades para o desenvolvimento global do indivíduo. O Teatro como linguagem e a criança Os PCNs para o ensino das Artes afirmam que o teatro, como arte, foi formalizado pelos gregos, passando dos rituais primitivos das concepções religiosas que eram simbolizadas, para o espaço cênico organizado, como 25 Lincoln Educacional 2020 demonstração de cultura e conhecimento. É, por excelência, a arte do homem exigindo a sua presença de forma completa: seu corpo, sua fala, seu gesto, manifestando a necessidade de expressão e comunicação (BRASIL, 1997, p. 57). O Teatro é uma linguagem múltipla e entre as diversas formas teatrais que podemos identificar, podemos citar: performance, happening, dança-teatro, teatro circo/circo teatro, farsa, autos populares, commedia dell’arte, melodrama, clown, bufão, teatro de máscaras, teatro de sombras, teatro de bonecos, mímica, teatro contemporâneo, dentre ouros. Entre os elementos formais do Teatro destacam-se: ➢ Texto; ➢ Personagem; ➢ Caracterização (maquiagem e figurino); ➢ Cenografia; ➢ Iluminação; ➢ Sonoplastia. De acordo com os PCNs Arte, o ato de dramatizar está latente em cada pessoa, como uma necessidade de compreender e representar uma realidade. [...] ao observar uma criança em suas primeiras manifestações dramatizadas, o jogo simbólico, percebe-se a procura na organização de seu conhecimento do mundo de forma integradora (BRASIL, 1997, p. 57). A dramatização é uma manifestação espontânea da criança e acompanha as etapas de seu desenvolvimento. Pode apresentar valores e funções variadas, e caracteriza-se por seu potencial de interação e promoção de equilíbrio entre a criança e o meio em que ela vive. “Essa atividade evolui do jogo espontâneo para o jogo de regras, do individual para o coletivo” (BRASIL, 1997, p. 57). 26 Lincoln Educacional 2020 O jogo simbólico Em suas manifestações espontâneas, as crianças acessam o imaginário por meio do jogo simbólico. Segundo Craidy & Kaercher (2001, p. 92), o início do jogo simbólico ocorre a partir da aquisição da representação simbólica, impulsionada pela imitação. Para as autoras, a criança bem pequena só é capaz de imitar um modelo que esteja presente, pois não é capaz imaginar; mais adiante, na etapa simbólica, a criança passa a imitar modelos ausentes. Chacra (2010) reforça que: O símbolo lúdico infantil - a casca da laranja que se transforma em carrinho, o fechar de olhos, fingindo que está dormindo, a mãozinha em concha (vazia) mostrando que tem comida, o tomar água num copo imaginário[...] (CHACRA, 2010, p. 69). A representação simbólica apresenta uma evolução que acompanha as etapas do desenvolvimento infantil. Craidy & Kaercher (2001, p. 93) afirmam que a criança de um ano e meio a três anos de idade inicialmente imita a si mesma. Ela finge que está dormindo, come de mentirinha, estabelece um jogo em que reproduz suas próprias ações cotidianas. A seguir ela passa a refletir essas ações em objetos simbólicos, manipulando bonecos ou bichos de pelúcia, por exemplo. “Ao ver suas ações realizadas pelos objetos, a criança se distancia, podendo compreendê-las”. De acordo com as autoras, numa próxima fase, as crianças passam a representar também ações do mundo adulto. Em suas primeiras imitações desse universo, a criança reproduz atos que partem do que ela observa nas pessoas e depois reproduz de forma simplificada. “Inicialmente os modelos são os pais, os avós e quem mais for do convívio diário da criança, depois os vizinhos, o dono do armazém, o carteiro, o guarda de trânsito, e outros modelos retirados do mundo adulto” (CRAIDY & KAERCHER, 2001, p. 93). Na evolução de sua capacidade de representação simbólica, a criança passa a explorar o que chamamos de transposição. É quando a criança “utiliza 27 Lincoln Educacional 2020 um objeto querendo simbolizar outro objeto, ou seja, ela age com um determinado objeto (real), mas utiliza-o com uma função (imaginária) diferente da habitual”. Isto ocorre por volta dos dois anos de idade (CRAIDY & KAERCHER, 2001, p. 93). Os jogos de imitação Avançando um pouco mais nossa análise sobre como se dá a representação simbólica nas etapas do desenvolvimento infantil, identificamos os jogos de imitação. Para Craidy & Kaercher (2001, p. 94), estes ocorrem entre dois e três anos de idade e caracterizam-se pela utilização do corpo todo. A criança assume representa diferentes papéis, imitando vozes, gestos e peculiaridades do movimento de cada um, mas em seguida os abandona em favor do seu próprio comportamento, preponderando os seus traços pessoais. Nessa fase é comum a criança imitar animais e objetos, os quais são carregados de características humanas. 28 Lincoln Educacional 2020 O faz de conta O faz de conta se apresenta nas práticas de representação da criança entre três e quatro anos de idade. “Por volta dos três anos, surge um tipo de jogo mais complexo, que se caracteriza pela elaboração de cenas inteiras que vão ficando cada vez maisricas e detalhadas”. Nesta fase, a criança brinca sozinha, por longos momento. O diálogo é um monólogo e ela se aprofunda na vivência de diferentes papéis. Segundo Craidy & Kaercher (2001, p. 94), nessa fase as crianças: ➢ Organizam casinhas para bonecas, castelos e cidades; ➢ Falam como se fossem os bonecos que estão manipulando, alternando-se nos papéis; ➢ Criam personagens imaginários e conversam com eles. As autoras asseguram ainda que a criação de personagens imaginários é um jogo no qual se constata o progresso da criança com relação à coerência. Essas informações são muito significativas para o educador infantil. Ter conhecimento acerca da representação simbólica, entendendo de que maneira ela se apresenta na infância, é importante para que o educador faça uma seleção de conteúdos e elaboração de encaminhamentos adequada, com mais segurança. 29 Lincoln Educacional 2020 No trabalho com a linguagem teatral na Educação Infantil objetiva-se o desenvolvimento da autonomia e da socialização na criança, bem como estimular na criança a capacidade de comunicar suas ideias por meio da expressão livre e criativa, estabelecendo relações com a multiculturalidade, conforme indicam as Diretrizes Curriculares nacionais para a Educação Infantil. O teatro de formas animadas As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil orientam para um trabalho que possibilite vivências éticas e estéticas com entre as crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e conhecimento da diversidade. Salientam ainda a importância de uma ação docente que incentive a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza. Para tal, deve-se promover o relacionamento e a interação das crianças 30 Lincoln Educacional 2020 com diversificadas manifestações artísticas, entre elas o Teatro. São diversas as formas nas quais podemos identificar a representação cênica. Entre tantas formas de representação teatral, o teatro de formas animadas configura-se em um importante referencial para o trabalho com a pequena infância. Sobre a expressividade das formas animadas, Sitchin (2009) afirma que se trata de: [...] um teatro que faz viverem em cena seres antes inanimados (as tais coisas): bonecos, objetos, formas, sombras e tudo o mais que puder receber vida em uma cena teatral, com ou sem a presença do ator de carne e osso, e interagindo ou não com ele. Chamamos, pois, de “TUDO”, tudo aquilo que puder ser “animado”, ou seja, o que possa receber uma “anima”, origem da palavra animação, e que denomina o conceito de alma, em latim (SITCHIN, 2009, p. 9) É na exploração das formas animadas que o lúdico se articula com o aprendizado, criando-se momentos prazerosos nos quais a criança pode potencializar o jogo simbólico. A ludicidade é essencial para o desenvolvimento da criança, pois, a brincadeira e o jogo são aspectos importantes na sua aprendizagem e desenvolvimento. Por meio do jogo teatral, da experimentação e da improvisação, as crianças desenvolvem novas experiências que contribuem para o seu desenvolvimento integral. Através dessas atividades lúdicas a criança participa ativamente de um processo de vivência e aprendizado no qual elabora sua relação com o mundo. 31 Lincoln Educacional 2020 O papel dos educadores é fundamental, pois esse é o motivador da brincadeira, da ação e da reflexão, proporcionando à criança diversas vivências nas quais ela pesquisa e experimenta, oportunizando que conheça suas habilidades se expandam e suas limitações sejam superadas. 32 Lincoln Educacional 2020 33 Lincoln Educacional 2020 Referências BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010. BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jan. 2003. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm - acesso em 30 de novembro de 2015. BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de maço de 2008. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jan. 2003. 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