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TÓPICOS ESPECIAIS EM TREINAMENTO PESSOAL 1 NOÇÕES BÁSICAS SOBRE TREINAMENTO PERSONALIZADO O treinamento personalizado é um processo de aplicação e execução de testes e tarefas realizados de maneira sistemática e individualizada, sendo a sua utilização baseada em parâmetros morfológicos, biológicos e psicológicos, bem como no grau de condicionamento físico inicial e no objetivo do aluno, ou atleta. A organização, a avaliação, a prescrição e a orientação devem ser estruturadas com base em princípios do treinamento desportivo, da biomecânica e da fisiologia do exercício. Também podemos definir como um programa de atividade física, personalizado ou individualizado segundo os objetivos do Cliente e de seu quadro de saúde e de aptidão física. A Resolução n. 46 de fevereiro de 2002 do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) definiu como competência ao professor de Educação Física em sua atuação profissional as seguintes intervenções ligadas ao Personal Training: Treinamento Desportivo - Intervenção: identificar, diagnosticar, planejar, organizar, dirigir, supervisionar, executar, programar, ministrar, prescrever, desenvolver, coordenar, orientar, avaliar e aplicar métodos e técnicas de aprendizagem, aperfeiçoamento, orientação e treinamento técnico e tático, de modalidades desportivas, na área formal e não formal. Preparação Física - Intervenção: Diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar, coordenar, executar, dirigir, programar, ministrar, desenvolver, prescrever, orientar e aplicar métodos e técnicas de avaliação, prescrição e orientação de atividades físicas, objetivando promover, otimizar, reabilitar, maximizar e aprimorar o funcionamento fisiológico orgânico, o condicionamento e o desempenho físico dos praticantes das diversas modalidades esportivas, acrobáticas e artísticas. Orientação de Atividades Físicas - Intervenção: Diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar, coordenar, executar, dirigir, assessorar, dinamizar, programar, desenvolver, prescrever, orientar, avaliar, aplicar métodos e técnicas motoras diversas, aperfeiçoar, orientar e ministrar os exercícios físicos, objetivando promover, otimizar, reabilitar e aprimorar o funcionamento fisiológico orgânico, condicionamento e o desempenho fisiocorporal, orientar para: o bem-estar e o estilo de vida ativo, o lazer, a sociabilização, a educação, a expressão e estética do movimento, a prevenção de doenças, a compensação de distúrbios funcionais, o restabelecimento de capacidades fisiocorporais, a autoestima, a cidadania, a manutenção das boas condições de vida e da saúde da sociedade. Para atuar como Personal Trainer é preciso ser um profissional de nível superior, graduado em Educação Física, que possui o conhecimento científico ligado ao desempenho e à performance humana. No aspecto legal de atuação, o profissional deve ter o registro junto ao Conselho Regional de Educação Física. 1.1 Definição de termos importantes e corriqueiros Personal Trainer é uma palavra de origem inglesa, onde a palavra Personal significa individual, particular e a palavra Trainer significa treinador, então, o termo mais próximo em português seria Treinador Particular ou Treinador Individual. O termo Personal Training, onde training significa treinamento, aprendizado, portanto temos Treinamento Particular ou Treinamento Individual. Existem outros termos, que são utilizados para definir este profissional como: Vip Trainer, Professor Particular, Preparador Físico, Treinador Particular, Treinador Pessoal, Consultor Físico, Treinador Personalizado, Consultor de Fitness, entre outros. Portanto, Personal Trainer seria o profissional e Personal Training, o trabalho realizado. Este profissional prescreve e acompanha a execução de exercícios físicos, elabora programas de atividades físicas, direcionadas às condições físicas do cliente e às suas expectativas de uma forma individualizada e objetiva. Geralmente atua em: Academias, onde o cliente se matricula, paga a mensalidade, mas tem a orientação e supervisão do Personal. Locais públicos (parques, clubes, ruas de lazer, praças e praias). Estúdios, centros ou clínicas de treinamento personalizado concebida como uma pequena academia de atendimento diferenciado, hotéis, flat's, condomínios, centros de estética, clínicas, “SPAs”, centros de saúde e hospitais. Residência do contratante. Formação Básica: Ensino Superior como Bacharelado em Educação Física ou Licenciatura em Curso de no mínimo 4 anos. Profissionais que já atuavam nesta atividade até Setembro de 1995 podem se inscrever no CREF de sua região e trabalhar como provisionados. Formação Adicional: Pós-Graduação Lato Sensu em Treinamento Esportivo e/ou Avaliação Física são praticamente obrigatórias. Cursos de complementação e atualização em intervalos não superiores a um ano também são importantes. Mercado de Trabalho: Em expansão, com a crescente conscientização da importância das atividades físicas para a saúde e qualidade de vida, e com as limitações de muitas pessoas atualmente de tempo e de deslocamento para frequentar uma academia. Há uma forte tendência em incorporar atividades complementares como Yoga, dança, etc. Sobre o mercado de trabalho, que envolve o marketing pessoal e a gerência do negócio, falaremos mais adiante. De antemão podemos citar alguns aspectos favoráveis e desfavoráveis: Aspectos Favoráveis: É uma atividade muito lucrativa quando se consegue uma boa carteira de clientes. Como os horários são combinados caso a caso, uma conciliação com outras atividades sempre é possível, além de ser uma atividade sempre motivante pela exigência de criatividade e inovações. Aspectos Desfavoráveis: Montar uma boa carteira de clientes é algo que demora e exige planejamento, disciplina e muita paciência. Outro obstáculo é a aderência do cliente ao trabalho: qualquer impedimento do cliente (profissional, financeiro, pessoal) os treinos são interrompidos, o que torna esta atividade muito insegura. 2 O NEGÓCIO DO TREINAMENTO PERSONALIZADO O personal training é uma área de prestação de serviços. Serviço é definido como um valor econômico, acrescido de valor pessoal. A qualidade do serviço distingue e compara os profissionais e gera a confiança pelo aluno. Então poderíamos dizer que para buscar novos alunos e manter os atuais, devemos oferecer um serviço de qualidade, onde irá gerar a confiança do aluno, assim como, proporcionar a divulgação destas qualidades para o público-alvo. Além dos conhecimentos técnicos relevante no que diz respeito à avaliação e prescrição de exercícios, planejamento de sessões, periodização do treinamento, orientação e acompanhamento personalizados que a função exige, o personal trainer deve ter ciência da importância da estratégia de divulgação de seus conhecimentos, o potencial de suas habilidades e que tipo de público ele/ela tem competência para atender. Estas técnicas de promoção pessoais e de “propaganda” de qualidades individuais devem ser entendidas como Marketing Pessoal. 2.1 Administrando a carreira, o negócio e o marketing A carreira no treinamento individualizado requer uma busca constante na atualização e especialização do profissional envolvido. Os profissionais que se destacam neste meio, como na maioria das profissões, são os que têm o perfil formado com extremo esforço e que sabe tirar proveito das exigências da profissão. Contudo, este esforço normalmente é limitado ao fator conhecimento científico.Apesar de tanto esforço acadêmico focado na parte da ciência da saúde, poucos consegue discernir a importância da promoção pessoal, organização e da gestão de negócios. Em geral, quando o assunto é administração e marketing, os profissionais da atividade física sentem-se completamente despreparados com o termo, pois é um tópico que foi pouco explorado, desprezado ou não apresentado quando de sua formação universitária. O marketing é um grande diferencial perante a concorrência e responsável pela divulgação da qualidade dos serviços prestados. É este segmento pouco explorado no campo do treinamento individualizado discutiremos neste tópico com o objetivo de promover um profissional mais completo. Após anos de estudos acadêmicos voltados à formação científica, muitos dos profissionais da área da educação física encanam as suas energias ao mercado de trabalho. Um campo atraente que vem se destacando é o de personal training. A busca do público pelo treinamento personalizado cresceu vertiginosamente, em consequência, promoveu um crescimento proporcional ao número de personal trainers no Brasil. Este aumento de interesse do público estimulou o próprio interesse evolutivo dos responsáveis e criou uma nova categoria aos professores de educação física em termos de equipamentos, instrumentos e tecnologia. Além disso, deu uma nova chance a alguns profissionais encaixados à sua rotina de buscarem aprimoramento para então atenderem aos seus clientes, com competência e qualidade na prestação de serviços (MULLER, 2008). A grande questão aos dias atuais na relação à venda de serviços, está ligada a preparação dos profissionais da área em saber usar a sua imagem de especializados e bem preparados a atuarem no mercado. Ainda mais difícil é saber vender esta mesma imagem de competência ao público-alvo. Devemos sempre lembrar que mais do que um produto final, o consumidor deve ser considerado o ponto inicial de qualquer negócio. A busca pela qualidade nos serviços, comum a esta classe profissional tem a ver com a capacidade criativa e adaptativa, muito presente aos profissionais da educação física e do esporte. Na inserção e adaptação a esta nova modalidade de serviço, o acadêmico, o professor, ou o treinador tem que buscar uma postura epistemológica na preparação científica necessária ao mercado emergente e extremamente teórico. A qualidade de conhecimento necessária ao profissional da educação física para encontrar soluções está diretamente ligada ao que Marx chamou de capital acadêmico. Segundo ele, onde um trabalhador comum dispõe para ofertar e trocar na produção capitalista é a sua força de trabalho, no caso do capital acadêmico esta força é amplificada quando se apropria do conhecimento, experiência e da competência para colocar-se no mercado. Esta teoria poderá ser estendida aos profissionais da educação física, onde a teoria e prática são contundentes. Sendo assim, o seu capital maior é a sua qualidade acadêmica e o sucesso profissional poderá ser contemplado àqueles com a maior força de trabalho aliado ao melhor capital acadêmico. O marketing pessoal está para o personal trainer da mesma maneira que a propaganda está para as academias. Sua importância está no mesmo nível que deve estar a preocupação com a tecnologia, a reciclagem de conhecimentos ou na busca da qualidade de serviços e que merece maior atenção, pois formam os pilares de sustentação de qualquer negócio voltado à saúde e qualidade de vida. Uma condição diferenciada ao personal trainer é a de se comportar como administrador de seu próprio negócio. Mesmo que em escala menor, ou até sem que se dê conta disso, um personal trainer estará lidando com teorias e princípios de gerenciamento, administração, contabilidade e marketing, entre outros. Essencialmente o marketing possui um caráter fundamental na vida do personal trainer, pois é o tipo de serviço onde a imagem é o próprio marketing. Objetivos do marketing sempre estarão relacionados ao mercado e ao produto ou serviços. Em linguagem comercial, produto significa algum bem palpável (um bem de consumo), e serviços algo definido como um bem intangível, mensurável, mas não palpável. No caso do personal trainer, mercado são os alunos/clientes e produto é o próprio trabalho oferecido a este mercado específico. Este trabalho oferecido é constituído, mas não limitado a elaboração do planejamento das atividades físicas, acompanhamento na execução dos mesmos e a avaliação programada. Os objetivos dos alunos de buscar estética, saúde e qualidade de vida são produtos de consumo, sonhos de desejo e movimentam milhões de dólares em todo o mundo. Outro conceito que ajuda no conhecimento na definição do trabalho de personal training, aliado com o marketing, na promoção de seus serviços é como Kotler e Keller (2006), definiram marketing sendo um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros. Esta definição tem uma semelhança enorme em relação ao trabalho como personal trainer, pois é um ramo que promove o “processo social” quando do relacionamento mútuo na busca de resultados, promove a “livre negociação” em comparação com a flexibilidade de horários e valores cobrados, além da liberdade de criação que o treinador tem em seu benefício na elaboração de planos de treinamento (MULLER, 2008). Personal trainer é antes de tudo um ser social onde seu carisma estará sendo colocado à prova, diariamente. Sua “entrega” aos clientes estará sendo avaliada constantemente. A conquista de clientes e a manutenção deles podem ser entendidas como ações de marketing de relacionamento. Dar a oportunidade de um cliente conhecer o seu trabalho, poderá criar uma relação duradoura. Essa relação pretenderá atender os anseios dos clientes, fazendo com que em longo prazo este relacionamento seja partilhado em uma espécie de fidelidade profissional. O cliente, então satisfeito com o serviço, irá fazer recomendações aos seus amigos, familiares e colegas. Este grande canal de comunicação chamado de bocaa- boca é extremamente importante e se confunde com o próprio marketing, em termos de comunicação e divulgação. Para o caso do personal training esta forma de propaganda é muito eficiente, pois age como organizações pequenas, que trabalham com pessoas e pequena quantidade de fregueses. Esta modalidade tem a função de se fazer conhecer, aumentar a base de colaboradores e usuários e amplia o foco de trabalho (MANZIONE, 2006). 2.2 Os 4 P`s e o personal training 4 P’s é um conceito tradicional ao marketing de mercado, desenvolvido pelo americano Jerome McCarthy para simplificar todas as variáveis necessárias a comercialização de um produto. De acordo com Saba (2006), uma empresa prestadora de serviços que planeje aumentar a lucratividade tem que estar atenta aos quatro pilares, diretamente condicionados pelas intenções dos clientes. Neste resumo abaixo, este conceito está relacionado às características da atividade do personal training (SANTOS, 2002): 2.2.1 Produto O que será oferecido ao mercado. No caso do produto-pessoa, a análise é bastante complexa, pois exige uma humilde e profunda análise de competências e deficiências do profissional. Que tipo de produto será importante ou necessário oferecer a um determinado público-alvo e se isto está ao alcance de suas competências, disponibilidades, concorrência, entre outros. 2.2.2 Promoção Promoção consiste em colocar o produto “você” em evidência. A divulgação pessoal permite o surgimento de várias relações que consequentemente divulgam o seu trabalho para outraspessoas e mercados, aumentando as chances do surgimento de clientes em potencial. 2.2.3 Ponto de Venda O ponto de venda está relacionado ao local onde se vende o produto, no caso do personal esta característica é única, pois o produto/serviço é vendido em vários locais distintos, oportunizando a condição de negociar estes serviços. Quem conseguir estabelecer corretamente os meios de aplicação destes serviços, em relação aos meios disponíveis, evita o desgaste da imagem e otimiza as ações. 2.2.4 Preço Deve-se valorizar atributos, agregar valores e qualidades para alcançar competitividade. Na formação do valor cobrado devem ser levar em consideração os métodos de cálculo, descontos em caso diferenciados de quantidades de aulas, horários ou grupos, condição de pagamentos. Um plano de marketing também é de extrema importância. Segundo o SEBRAE (2005), o Plano de Marketing é uma ferramenta de gestão que deve ser regularmente utilizada e atualizada, pois permite analisar o mercado, adaptando-se as suas constantes mudanças e identificando tendências. Por meio dele você pode definir resultados a serem alcançados e formular ações para atingir competitividade. Por trás de cada história de sucesso há uma estratégia bem definida e bem nítida para o profissional. A seguir, um exemplo de plano de marketing adaptado a prestação de serviços de personal training. Desenvolvendo o seu plano de marketing: 1. Estabelecer seus objetivos para atingir o sucesso 2. Identificar o público-alvo 3. Desenvolver um critério de acompanhamento 4. Selecionar as ferramentas de divulgação 5. Analisar e rever os resultados. Estabelecer seus objetivos para atingir o sucesso ❖ Controlar o seu tempo ❖ Horários das aulas e preparação delas ❖ Controlar o seu investimento ❖ Clientes Novos ❖ Clientes Antigos ❖ Equipamentos / Materiais ❖ Aprimoramento Técnico ❖ Número Ideal de Alunos ❖ Criar uma expectativa alta em torno do progresso dos alunos. Identificar o público-alvo. Considerar: ❖ Fatores Geográficos - Tamanho do mercado, número de habitantes ❖ Fatores Demográficos - Faixa etária, sexo, renda e profissão ❖ Fatores Psicográficos - Atitudes e estilo de vida ❖ Fatores Comportamentais - Hábitos de lazer e consumo ❖ Clientes em potencial ❖ Pequenos grupos ❖ Grupos específicos (Obesos, Idosos, Gestantes, etc) ❖ Locais de Interesse (Condomínios, Hotéis, Clubes, Associações, etc). Desenvolver um critério de acompanhamento ❖ Prepare um fichário ou um arquivo para cada cliente em potencial, com informações básicas. ❖ Além dos formulários e planilhas de anamnese e avaliações, elabore também um arquivo com o acompanhamento dos alunos regulares, com objetivos, características da personalidade e cronograma de vencimentos. ❖ Obtenha o feedback de seus alunos, potencializando o seu atendimento. Selecionar as ferramentas de divulgação Critérios a serem trabalhados: ❖ Imagem profissional ❖ Personalize o seu trabalho de acordo com as exigências do públicoalvo ❖ Personalização do atendimento ❖ Chame a atenção sobre suas qualidades ❖ Esteja sempre disponível ❖ Esforce-se de maneira consistente e não se desgaste em vão. Ferramentas Básicas Cartão de apresentação, com foto, telefones para ser localizado facilmente. Fichas de controle. Carteira do CREF Convênios com profissionais da área de saúde Parcerias com empresas ou condomínios Endereços de e-mail para enviar comunicações ou informativos Carta de apresentação com um resumo de sua experiência e destacando suas qualidades Lista de telefones para anúncios breves Estimular com uma frequência controlada, aos clientes cadastrados e que não são seus alunos, para que iniciem um programa de treinamento Incentivar aos seus clientes para que divulgue o seu trabalho na busca de novos alunos Criar uma “assinatura” para os seus serviços ou até um logotipo (Características que associem os seus serviços) Portfólio de apresentação, com certificados, históricos, fotos, números de alunos, etc. Site pessoal e profissional Elabore um contrato de serviço, por escrito, onde conste o prazo de duração, critérios da prestação do serviço (horários, localização, deslocamento, atrasos, materiais e instalações a serem utilizados) e valores a serem cobrados Analisar e rever os resultados; O segredo é manter um contato pessoal consistente; Filtre informações que sejam relevantes; Cada contato, ou aula, deve ser positivo e servir de referência para os próximos; Acompanhe o progresso dos alunos quatro vezes ao ano e faça uma análise de seu progresso como profissional, em termos de rendimento em aula e o crescimento ou não do número de alunos; Não ajuste o seu plano devido ao resultado momentâneo, use o critério de análise dos últimos 12 meses; Seja paciente, pois os melhores resultados demoram a aparecer; Faça os seus contatos com simpatia e mostre interesse pelas pessoas, não fale somente de você; Seja positivo, alegre e confiante em suas qualidades, sem ser arrogante, isso irá contribuir no sucesso de seu negócio; Reveja os resultados a cada três meses, com graus de comparação e gráficos demonstrativos, para serem discutidos e melhor entendidos pelos alunos; Faça os ajustes necessários de sua metodologia, baseado nas atividades que mais trouxeram resultados ou que não obtiveram êxito nos últimos 12 meses. Esta revisão também deve ser feita no caso de estratégias de marketing. 2.3 Buscando alunos e clientes Alunos buscam o treinamento personalizado de acordo com necessidades ou prioridades individuais. De acordo com Saba (2006), os motivos que levam as pessoas a iniciarem a prática de atividades físicas podem ser resumidos em três: saúde, estética e fatores sócio-afetivos. Comumente, uma delas se sobrepõe ante as demais. No caso específico do personal training, a maioria dos novos alunos surge por indicação dos alunos antigos. Contudo, nas modalidades de atividade física, essencialmente ligada ao ramo de academias, cerca de 50% dos alunos desistem da atividade após seis meses a um ano (SABA, 2006). É fundamental ao prestador dos serviços estar ciente dos fatores que levaram a pessoa a optar pela atividade individualizada, mantendo um íntimo contato na busca por este objetivo, além de criar opções na manutenção deste indivíduo como parceiro comercial. Resultados estéticos e de promoção da saúde devem estar aliados ao prazer de um bom relacionamento entre o prestador de serviço e o beneficiado por ele. Dada a condição científica da avaliação física e de desempenho humano, fatores como as buscas pela saúde e estética podem ser mensuradas pelo profissional de educação física. Os fatores sócio-afetivos, por sua vez, dificilmente são mensuráveis e raramente são valorizados pelo profissional. Os fatores sócio-afetivos comumente mantêm as pessoas realizando tarefas ou funções que lhes dão maior alegria. Guardada as devidas proporções, enquanto que a academia precisa de um grande volume de alunos, para se manter competitiva, o personal precisa primar pela “qualidade” no atendimento, antes da “quantidade”. O número grande de alunos pode trazer benefícios financeiros ao personal, mas poderá afetar a qualidade no atendimento. Sendo que muitos clientes buscam os serviços individualizados devido ao grau de exigência contido neste tipo de atendimento. Além do que, é humanamente impossível adequar os horários de treinamento para muitos alunos. A maioria das academias perde cerca de 30% do seu público em meses subsequentes. Este número nocaso do personal training, seria uma catástrofe financeira. Para manter o aluno estimulado e disposto a seguir com um programa de treinamento e condicionamento físico, o bom atendimento deve ser um predicado essencial. Diferentemente das academias, o personal trainer tem no seu relacionamento interpessoal o maior instrumento para manter os seus clientes fiéis e constantemente motivados. Nas academias os alunos se relacionam entre si e com o professor. No personal training o professor deve fazer esta dupla função e de maneira ainda mais marcante, estando disposto a encontrar possibilidades de interagir socialmente e culturalmente dentro da perspectiva de interesse de cada aluno na busca de um relacionamento saudável e profundo. O aluno vem em primeiro plano e o professor deve ter humildade de perceber esta condição. Para sustentar o nível de desempenho esperado, com classe internacional, o personal trainer precisa se destacar ante a concorrência. Além de ser inovador, deve conhecer o seu cliente e as exigências do mercado. Precisa tratar os seus clientes em alto nível de respeito, como eles deve estar acostumados em outras situações de atendimento. A tecnologia deve ser um fator na quebra deste paradigma, pois atraem o cliente e aumenta a distância da concorrência. Por outro lado, a aplicação das habilidades necessárias em inovar o treinamento, agregada ao bom relacionamento, irão manter a fidelidade do cliente. Muitos alunos que buscam os serviços de personal training são pessoas que já estiveram em academias e algumas delas não se sentem atraídos pelo “agito” que se costuma ver nestes ambientes (MULLER, 2008). No treinamento personalizado, o relacionamento social está limitado a duas pessoas, mas alguns eventos podem e devem ser organizados pelo treinador. Ele/Ela pode convidar todos os seus alunos para uma confraternização, fazendo a vez de promotor social. Não raramente, o aluno convida o “seu” treinador para eventos onde ele está participando/organizando, ou vice-versa. Este relacionamento é fundamental na manutenção de uma afetividade franca e duradoura. Afinal, o relacionamento entre o personal trainer e seu aluno, raramente termina após a aula. Isto exige tempo, entrega e atenção pessoal. A maioria dos alunos não está interessada somente em se manter em forma, mas cultivar o seu grupo social. Conclui-se então que o personal trainer não pode ignorar as interações humanas (MULLER, 2008). Enfim, as justificativas abaixo mostram claramente porque se contratar um personal trainer: ✓ Maior atenção na supervisão e correção dos exercícios. ✓ Possibilidade de variação de modalidades e atividades de exercícios. ✓ Comodidade na escolha e variações de locais para execução das aulas. ✓ Escolha de horários compatíveis com a disponibilidade e rotina diária do Cliente. ✓ Elaboração de programas com objetividade e eficiência, atendendo às expectativas do cliente e sua individualidade biológica. ✓ Maior motivação causada pela presença do Personal para os dias de indisposição e falta de vontade para exercitar-se. ✓ É o profissional que disponibiliza a maior possibilidade de qualidade de vida pela orientação da atividade física. 3 PRATICANDO O PILATES O Método Pilates é um sistema de condicionamento físico, desenvolvido no início do século XX por Joseph Pilates, que o chamava “Contrologia” em referência à forma como o método encorajava o uso na mente para controlar o corpo. Pilates é um programa de exercícios que foca os músculos essenciais para a postura, os quais ajudam a manter o corpo equilibrado e são primordiais para sustentar a espinha. Os exercícios de Pilates ensinam a consciência da respiração, alinhamento da espinha e fortalecimento dos músculos dorsais profundos, os quais são importantes para aliviar e prevenir dores nas costas. Descendente de gregos e nascido em 1880 na Alemanha, Joseph Pilates foi um entusiasta dos exercícios físicos e esportes (esquiador, ginasta, mergulhador, estudante de artes marciais) e desenvolveu seu corpo para um condicionamento excepcional. Pilates viajou para a Inglaterra antes da Primeira Guerra Mundial, onde trabalhou como boxeador e artista de circo. Durante a Guerra, ele ficou prisioneiro na ilha de Man, com outras pessoas de nacionalidade alemã. Como enfermeiro, ele investigou formas de reabilitar vítimas acamadas da pandemia de influenza de 1918. Desta forma, ele criou uma série de movimentos que poderiam ser praticados dentro do confinamento desse ambiente controlado. O Pilates Reformer, um dos aparelhos de Pilates, é baseado numa cama antiga de hospital. Retornando à Alemanha logo depois da guerra, ele começou a treinar boxeadores profissionais e policiais. Depois disso, Pilates mudou-se para os Estados Unidos e abriu sua própria academia de treinamento. Ao invés de fazer muitas repetições de cada exercício, Pilates preferia menor quantidade de movimentos mais precisos. Ele desenvolveu mais de 500 exercícios específicos. Pilates acreditava que a saúde física e mental eram essenciais uma para a outra e criou o que sustenta-se ser um método de condicionamento total do corpo que enfatiza o equilíbrio, concentração, controle, precisão e movimentos fluidos, os quais resultam em mais flexibilidade, força, tônus muscular, consciência corporal, energia e concentração. Pilates também elaborou cinco aparelhos principais que geralmente que ele pregava que deveriam ser usados para melhores resultados. Pilates acreditava que o estilo de vida moderno, má postura corporal e respiração ineficiente ocasionavam saúde ruim. Estudou várias disciplinas atléticas para desenvolver o método de exercícios que recebeu seu nome. O método Pilates é indicado para reabilitação física, condicionamento físico geral e bem-estar. Ele promove a harmonia, flexibilidade e equilíbrio muscular e, uma vez que a aula é supervisionada por um professor que orienta um aluno ou pequenos grupos, é direcionado às necessidades de cada pessoa. Desta forma, o Pilates pode ser praticado por pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento físico. Além disso, o Pilates ainda traz como benefícios a melhoria da concentração, coordenação motora e consciência corporal. Pilates trabalha vários grupos musculares simultaneamente através de movimentos suaves e contínuos, com ênfase na concentração, fortalecimento e estabilização do CORE (abdômen, coluna e região pélvica, também chamado de “powerhouse”). O foco é na qualidade dos movimentos, ao invés da quantidade, o que faz o praticante sentir-se revigorado, ao invés de exausto após uma prática. Pilates tem um apelo no equilíbrio, assim nenhum grupo muscular fica sobrecarregado, e o corpo trabalha de forma mais eficiente e holística nos esportes e nas atividades de seu dia a dia. Os exercícios de Pilates podem ser feitos no solo ou em equipamentos específicos, como o “Reformer”, “Cadillac” e “Ladder Barrel”. Praticando regularmente os exercícios de Pilates pode-se: ❖ Alongar, tonificar e definir a musculatura sem exageros. ❖ Definir a musculatura abdominal mais profunda e melhorar o CORE. ❖ Trabalhar a percepção do corpo e mente. ❖ Padrões eficientes de movimentos deixando o corpo menos vulnerável a lesões. ❖ Reduzir o “stress”, aliviar as tensões, ganho de energia. ❖ Restaurar o alinhamento postural. ❖ Deixar sua coluna mais forte e flexível. ❖ Recuperação de lesões. ❖ Melhorar a área de movimento das articulações. ❖ Melhora a circulação sanguínea. ❖ Aumento da coordenação neuromuscular. ❖ Oferece alívio das dores nas costas e stress das articulações. ❖ Corrige sobrecarga dos grupos musculares que podem levar ao stress ealguma lesão. ❖ Melhora da mobilidade, agilidade e vigor. ❖ Complemento para treino esportivo e desenvolvimento funcional para a atividade diária. ❖ Melhora o visual de seu corpo, assim como sua autoestima (SANTOS, 2009). 4 O TREINAMENTO PERSONALIZADO NA TERCEIRA IDADE O processo de envelhecimento e sua consequência natural, a velhice, são uma das preocupações da humanidade de acordo com Papaléo Netto (2002), desde o início da civilização. Com o avançar da idade, observa-se alterações em todos os tecidos e sistemas do organismo, variando de intensidade de acordo com o fenótipo e genótipo do indivíduo, sendo que, um dos exemplos mais comuns é sem dúvida a perda de massa óssea. Com o passar dos anos, a tendência do organismo é diminuir a massa magra e aumentar a gordura corporal. Já que gasto energético também diminui com a idade. Em média, acontece uma redução de cerca de 5% por década, depois dos 30 anos de idade, devido à diminuição da atividade física e massa muscular, entre outros fatores. Mesmo que a pessoa não mude a sua alimentação, ganhará peso pelo fato de a sua ingestão calórica ultrapassar o gasto de energia do seu organismo. A não ser que ela faça exercícios físicos para reverter este processo. Para isto, é preciso aumentar a sua massa muscular e assim, acelerar o seu metabolismo. Além dos exercícios aeróbios, a musculação é essencial para mudar a sua composição corporal, aumentando a massa muscular e diminuindo a porcentagem de gordura. A musculação aumenta a massa magra. Esta massa magra acelera o metabolismo de 17 a 25 vezes mais do que a massa de gordura. Assim, quanto maior a massa muscular, mais acelerado será o seu metabolismo e o seu gasto calórico. Muitas pessoas vivem de dietas, mas não praticam atividades físicas, com isto perdem gordura, mas também perdem massa muscular. Aí, surge aquele famoso efeito sanfona e tudo que comer além, vai pesar. A chave do sucesso é manter uma dieta balanceada e exercícios físicos (aeróbios, exercícios com peso e alongamentos) regularmente. É extremamente importante fazer uma avaliação física antes de iniciar qualquer atividade física, pois cada caso deve ser tratado de forma personalizada, levando em conta as necessidades e objetivos de cada um. Como ninguém ganha gordura corporal do dia para a noite, o emagrecimento deve ser gradual e saudável, mudando o seu estilo de vida com dieta e exercício. O treinamento de força tem como benefícios diretos, a prevenção da osteoporose, doenças cardiovasculares, melhora na estética corporal, autonomia, força, potência e resistência muscular. O treinamento de força para o idoso vem sendo muito estudado nos últimos 10 anos por muitas linhas de pesquisas, onde muitos autores, dentre eles, médicos, professores e fisioterapeutas apontam como indispensável para se adquiri uma boa qualidade de vida! As pessoas com o passar dos anos vão perdendo sua autonomia para caminhar, agachar, carregar objetos mais pesados, ou até no simples ato de se levantar, devido à perda de massa muscular (sarcopenia), aproximadamente 10% à 15% e óssea que é de aproximadamente 3% (homens) e 10% (mulheres), por década. Com isso, aumentam os números de quedas e consequentemente fraturas. Só para se ter uma pequena ideia do decréscimo da força muscular, uma pessoa idosa que venha a interromper seu programa de musculação perde aproximadamente 27,4% da força muscular de membros inferiores e 35,1% de membros superiores num período de 12 semanas de interrupção. O treinamento de força tem como benefícios diretos, a prevenção da osteoporose, doenças cardiovasculares, melhora na estética corporal, autonomia, força, potência e resistência muscular, diminuição na perda de massa muscular, enfim na autoestima do idoso entre outros. Um dos grandes benefícios da musculação perante as outras atividades é respeitar a individualidade biológica de cada, assim podem-se diminuir os riscos de lesão. Porém a musculação é uma atividade pouco motivante, cabendo ao professor o papel de principal incentivador. Pelo menos um exercício para todos os principais grupos musculares deve ser incluído no programa e os exercícios que envolvam grandes grupos musculares devem ser normalmente colocados na frente dos demais. Deve-se evitar a manobra de valsalva, respeitar o intervalo entre as séries e o período de descanso para o músculo. Com base nesta pequena revisão os idosos não devem se prender apenas ao treinamento aeróbio caminhadas, corridas, natação, etc., como sendo a principal atividade, mais conciliar as duas formas de treinamento para atingir uma boa qualidade de vida. Segundo Simão (2003) as evidências epidemiológicas nos dão respaldo para entender que a atividade física regular e a adoção de um estilo de vida ativo, são necessários para a promoção da saúde e qualidade de vida. O treinamento de força faz parte de um programa global de exercícios físicos, resultando em aumento significativo nos ganhos de força, resultando em benefícios musculares e ósseos. Com isso o idoso consegue por mais tempo, manter-se apto a desenvolver suas atividades diárias. De acordo com Pereira (2007) são muitos os benefícios proporcionados pelo Pilates aos idosos: alívio da dor, principalmente as lombares, maior percepção dos movimentos, fortalecimento muscular, maior equilíbrio, aumento da flexibilidade (musculatura mais alongada), alívio do estresse, entre outros. A grande vantagem está na melhora da autoestima do praticante, uma vez que ele consegue realizar uma série de exercícios físicos que até então não se julgava capaz. Mais força, maior controle muscular, melhor capacidade respiratória e melhor circulação, maior flexibilidade, musculatura mais alongada, tonificada e definida, postura mais correta, mais consciência corporal, maiores equilíbrio e coordenação, alívio do estresse, da fadiga e de dores musculares e melhor saúde das articulações são alguns dos ganhos enumerados. Tudo em benefício dos mais idosos ou de quem tem algum problema de saúde que causa limitações físicas. Fazer Pilates não é mérito só de pessoas mais jovens. O Pilates oferece um atendimento personalizado para idosos, realizando um trabalho corporal direcionado às pessoas com limitações físicas de acordo com a idade. O método vem sofrendo aperfeiçoamentos no mundo, mas envolvendo sempre os princípios de controle, precisão, concentração e respiração. Para Pilates, o método permitiria a autonomia dos movimentos corporais, correção da postura e o revigorar da mente. O aumento do equilíbrio corporal também é um grande avanço, já que o idoso tem seu equilíbrio comprometido devido à idade. Tudo isso sem nenhum risco de lesão corporal, já que Pilates é um trabalho aplicado com uma grande margem de segurança, não cansa e não causa dores musculares posteriores. O maior equilíbrio muscular possibilita realizar com mais conforto as tarefas do dia-a-dia. Dá mais energia. O respeito aos limites do corpo evita lesões e desgaste físico; a respiração correta aumenta a capacidade pulmonar e melhora a circulação (SIMÃO, 2003). Um estudo realizado por Cheik et al em 2003 mostrou a diferença entre lazer e atividade física e a importância dos exercícios físicos para idosos, como veremos abaixo. É sabido que o exercício físico pode ser usado no sentido de retardar e, até mesmo, atenuar o processo de declínio das funções orgânicas que são observadas com o envelhecimento, pois promove melhoras na capacidade respiratória, na reserva cardíaca, no tempo de reação, na força muscular, na memória recente, na cognição e nas habilidades sociais. Vale salientar que os exercícios físicos devemser executados de forma preventiva, ou seja, antes de a doença apresentar suas manifestações clínicas. As intervenções reabilitadoras devem ser programadas de modo a atender às necessidades de cada indivíduo e, dessa forma, a atividade física deve ser mantida regularmente durante toda a vida para que o indivíduo possa gozar de melhorias na qualidade de vida e aumento na longevidade (CHEIK et al, 2003). Além disso, o exercício físico leva o indivíduo a uma maior participação social, resultando em um bom nível de bem-estar biopsicofísico, fatores esses que contribuem para a melhoria de sua qualidade de vida. Durante a realização de exercício físico, ocorre liberação da bendorfina e da dopamina pelo organismo, propiciando um efeito tranquilizante e analgésico no praticante regular, que frequentemente se beneficia de um efeito relaxante pós esforço e, em geral, consegue manter-se um estado de equilíbrio psicossocial mais estável frente às ameaças do meio externo. No entanto, vale destacar a importância do discernimento entre o conceito de Atividade Física que é uma expressão genérica que pode ser definida como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso, e do Exercício Físico (um dos seus principais componentes), que é uma atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem como objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde/aptidão física. Os resultados confirmam que o programa de lazer demonstrou uma tendência à redução nos escores indicativos para a ansiedade e depressão respectivamente, mas não alcançaram um nível satisfatório que propiciasse a alteração no grau de severidade da patologia. Especificamente, em relação aos escores indicativos para depressão o programa de lazer não foi capaz de atingir um estágio de ausência de escores indicativos para a depressão (escore de 0-9), ou seja, os indivíduos praticantes de atividades de lazer ainda apresentam alguns traços indicativos de depressão moderada. Dessa forma, o efeito psicológico e a interação social proporcionada por este tipo de atividade são válidos, mas se houvesse uma ligeira intensificação na relação volume e intensidade da atividade física realizada, seria possível promover alterações metabólicas e fisiológicas nos indivíduos, e assim, poderíamos obter um resultado mais satisfatório. No grupo dos desportistas foram obtidos os resultados mais satisfatórios, no qual foi possível observar que, os indivíduos praticantes de exercícios físicos regulares (com frequência, duração, volume e intensidade previamente estabelecidos e tendo como embasamentos os parâmetros fisiológicos de cada indivíduo tais como: VO2 pico e frequência cardíaca alvo), diminuíram ainda mais os escores indicativos para ansiedade e passaram da classificação de levemente deprimidos a não deprimidos. E isso poderia ser atribuído às melhoras fisiológicas e metabólicas decorrentes do exercício físico, como, por exemplo, maior liberação de alguns neurotransmissores como a noradrenalina e a serotonina, uma vez que já está estabelecido na literatura a correlação entre alterações desses neurotransmissores e as patologias avaliadas. Sendo assim, os dados observados sugerem que a prática regular de exercícios físicos orientados com parâmetros fisiológicos obtidos em uma avaliação cardiorrespiratória e ou ergoespirométrica, e com o treinamento em intensidade e volume correspondente ao limiar anaeróbio e ou limiar anaeróbio ventilatório I (LAVI) pode auxiliar na redução dos escores indicativos para a depressão e ansiedade em idosos com mais de 60 anos. 5 O TREINAMENTO PESSOAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA/SENSORIAL O trabalho do treinador pessoal vai além do desenvolvimento de capacidades cognitivas e motoras, criando uma proposta de trabalho que estimule a afetividade nas pessoas e prepare estas com condicionamento físico e melhora da aptidão física através do direcionamento pessoal que idealizam uma rapidez adequada às condições e necessidades do aluno (PINHEIRO, 1998). Uma vez iniciada a prática do trabalho físico com seu aluno, o treinador pessoal deve perdurar uma imagem sempre positiva e confiante, diante de qualquer situação que venha a ocorrer durante sua relação com o aluno. Manter esta imagem, não significa ser anti-realista ou não considerar momentos não harmônicos em seu ambiente de trabalho. É cabível aceitar que certos dias, seu próprio aluno não estará apto para uma hora de exercícios, ou mesmo desanimado para a realização do trabalho. Existem limites na relação de um treinador pessoal e seu aluno, porém, dentro de um perfil profissional, o leque de oportunidades relacionais é amplo. A motivação no ambiente da prática vem a somar em qualidade no trabalho programado onde, através da comunicação, cresce a motivação do aluno. Conforme Brooks (2000), a maneira pela qual o treinador pessoal interage com seus alunos tem influencia sobre o modo como eles se percebem. Esta questão motivacional é confirmada em um trabalho de reabilitação em fisioterapia através de um estudo de caso onde houve melhora de um paciente encaminhado para cirurgia com hérnias discas através do atendimento personalizado na utilização da técnica de Reeducação Postural Global (RPG) que acarretaram no cancelamento do procedimento cirúrgico pré- constatado. A associação da RPG juntamente com um método de treinamento pessoal conduziu o paciente a melhoras significativas, não somente em aspectos clínicos como também em aspectos emocionais e psíquicos (DACCA et al, 2000). O interesse que o treinador de atividade física pessoal terá por seu aluno, é o que mediará a relação e o ajudará a autenticar as ações pessoais do segundo. Este, por sua vez, quer ou espera encontrar um profissional qualificado e, por isso está procurando seus serviços. Faz parte na atuação deste profissional e é considerado de tamanha importância para manter um interesse nas aulas e na adesão das atividades, que o incentivo seja usado de maneira a melhorar a relação com o aluno e este se sinta à vontade durante as sessões. Rodrigues (1996) comenta que a atenção do treinador pessoal à atuação de seu aluno na prática requerida, no que diz respeito às ações que este pratica e que com elas se gratifica, deve ser levada em conta como forma de incentivo para ele, no sentido de que cada ação seja um movimento motivador. Um exercício específico ou uma conversa adequada pode ampliar a vontade de praticar e vivenciar aquele momento. Entre os diversos perfis de usuários do serviço de treinamento pessoal, podemos destacar objetivos característicos de pessoas com deficiência física/sensorial: Tabela 1. Adaptado de Isidro et al, 2007. As compreensões da tabela permitem perceber a inserção de características dos alunos com deficiência física/sensorial no trabalho com o treinador pessoal, bem como os objetivos destes alunos. Tentando explicar tais adaptações, iniciamos pelo termo “reabilitação e inclusão social” onde a palavra “recuperação” é substituída por “inclusão” como sendo um dos principais objetivos e dificuldades encontradas pelas pessoas com deficiência física/sensorial (GUERRA, 2002; PADILHA, 2001). O “Treinamento específico para a patologia em questão” trata de critérios na construção de um programa de exercícios e atividade física com o treinador pessoal que vise a melhora da condição de saúde do aluno com deficiência física/sensorial e reabilitação de fatores funcionais diante das alterações destes fatores proveniente da patologia emquestão. O treinador pessoal tem por objetivo buscar melhoras do aluno com deficiência física/sensorial no que diz respeito às alterações causadas pelas características da deficiência e não tratar a deficiência. Buscamos referências nos estudos de Sacks (1997) para poder afirmar que o treinador pessoal deve tratar do aluno com a deficiência e não a deficiência do aluno. O treinamento pessoal deve priorizar a construção de um programa pessoal visando as particularidades e necessidades do aluno de forma que não o rotule por sua deficiência ou por uma classificação de ordem biológica de profissionais da área da saúde (PADILHA, 2001). Pessoas com deficiência física/sensorial possuem propensões maiores do que outras para desenvolver patologias decorrentes de um comportamento, por vezes, sedentário. Patologias como hipertensão e diabetes são frequentes em pessoas com deficiência física/sensorial. Logo, é mais do que conveniente que a prevenção e o tratamento destas patologias façam parte de um programa de treinamento pessoal para este público. A busca pelo próprio desempenho passa a ser constante no cotidiano do treinador pessoal principalmente pela competição do mercado de trabalho que exige um melhor desenvolvimento pessoal na busca de novas tecnologias. O treinador pessoal é detentor de um processo cotidiano de autocrítica em seu campo de trabalho onde estão diariamente sendo inseridas novas tendências e culturas. O treinador pessoal tem a pretensão de conquistar seu espaço através de habilidades e competências na escolha de padrões de qualidades profissionais. O treinador pessoal passa por uma reciclagem diariamente influenciada pela necessidade de superação de suas habilidades. O aprendizado constante, para além do conhecimento em educação física, faz do treinador pessoal um profissional preparado para atuação em um mundo globalizado. As melhorias na capacidade de atender e desenvolvimento do treinador pessoal estão na formação continuada deste profissional (ISIDRO et al, 2007). Diversas são as formas de aprimoramento de um treinador pessoal em um processo de superação de habilidades pessoais. Desde o aprimoramento da leitura na melhora da comunicação; a melhora no domínio da tecnologia; o conhecimento de mais de uma língua como forma de acompanhar o crescimento e desenvolvimento científico. Todas as formas de processos de desenvolvimento passam pelo conhecimento da cultura social e de novas culturas que fazem parte da formação profissional do treinador pessoal como educador que demonstra através de seus métodos didáticos, habilidades e competências a mudança de comportamento por parte daquele que passa pelo processo de treinamento pessoal. A importância do treinamento pessoal tem sido percebida pelos melhores resultados na assistência às patologias e análise minuciosa do problema investigado. Segundo Vygotsky (2005) o desenvolvimento do ser humano relativo a educação é precedida por formas de linguagem na interação com o meio. O meio não é somente uma condição, mas o fator pela qual ocorrem as aprendizagens (NEGRINE; MACHADO, 2004). Relacionando os estudos dos autores citados ao tema, afirmamos que o treinador pessoal é uma ferramenta na relação do aluno com o meio representando este meio de interação com seu aluno com deficiência físico/sensorial. O conhecimento do processo de aprendizagem na relação interpessoal é o que resulta em desenvolvimento, trata-se do processo na qual há influência do meio para a aquisição da aprendizagem (NEGRINE; MACHADO, 2004). Nessa perspectiva podemos refletir que o treinador pessoal é educador, modelo, estímulo e guia para o aluno com necessidades especiais. O aluno com deficiência físico/sensorial se desenvolve à medida que passa por um processo de mudança de comportamento. Segundo Monteiro (2006) o treinador pessoal é um educador, por ser um modificador de comportamentos. É um profissional que assume a responsabilidade de conduzir seu aluno no caminho da educação para a saúde. De acordo com Vygotsky (2001) a ação pedagógica daquele que ensina, deve ultrapassar as capacidades intelectuais já adquiridas e proporcionar que novas aprendizagens sejam precursoras do desenvolvimento das capacidades iniciais. Baseados nos estudos de Vygotsky podemos refletir que o treinador pessoal é precursor desta ação pedagógica proporcionando novas aprendizagens ao aluno com deficiência físico/sensorial. Baseados também em Padilha (2001) que trata que as aprendizagens como aquisição de conhecimento, são representados pelo simbolismo, conduzimos o papel do treinador pessoal como representante do simbolismo através de suas formas de linguagem em um treinamento pessoal para deficientes físico/sensoriais. Inserido no contexto de um processo pedagógico o treinador pessoal propicia o aprendizado e o desenvolvimento dos alunos deficientes físico/sensoriais através de um planejamento de um programa de atividades que relacionam o bemestar deste aluno facilitando não somente sua inserção, mas sua inclusão em um meio de convivência social. REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS BROOKS, Douglas S. O livro completo para treinamento personalizado. São Paulo: Editora Phorte, 2007. BROOKS, Douglas. Treinamento personalizado: elaboração e montagem de programas. São Paulo: Phorte, 2000. CHEIK, N.C.; ET AL. Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos. R. bras. Ci. e Mov. 2003; 11(3): 45-52 DACCA, E. R. G. S. et al. Abordagem fisioterápica associada ao sistema de personal trainer no tratamento da hérnia de disco lombar: relato de caso. Arquivos de Ciências Unipar. Vol. 4, n. 2, p. 165- 168, 2000. GUERRA, L. 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Vianna Rio de Janeiro – Shape – 1998 Personal Training na Musculação Autor: Dilmar P. Guedes Editora: Ney Pereira Personal Training Manual para avaliação e prescrição de condicionamento físico Autor: Walace Monteiro Rio de Janeiro – Sprint – 1998 Personal Training : Material Prático de uso Diário Autor: Antônio Eduardo Rodriguês da Silva São Paulo – Fitness Brasil – 1995 Personal Training para Grupos Especiais Autor: Carlos Eduardo Cossenza Nelson Carvalho Rio de Janeiro – Sprint – 1997 Personal Training uma Abordagem Metodológica Autor: Roberto Cesar Oliveira São Paulo – Editora Atheneu Seu Preparador Físico Particular Autor: David H. Brass Rio de Janeiro – Infobook, 1995 Treinamento Personalizado Uma Abordagem Didático Metodológica Autor: Arthur Guerrini Monteiro São Paulo - Editora : Phorte
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