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A psicopatologia tem boa parte de suas raízes na tradição médica que propiciou nos últimos dois séculos a observação prolongada e cuidadosa de um considerável contingente de doentes mentais. Em outra vertente, a psicopatologia nutre-se de uma tradição humanística (filosofia, literatura, artes, psicanálise) que sempre viu na “alienação mental”, no pathos do sofrimento mental extremo, uma possibilidade excepcionalmente rica de reconhecimento de dimensões humanas que, sem o fenômeno “doença mental” permaneceriam desconhecidas. Essa área do conhecimento busca estudar os estados psíquicos relacionados ao sofrimento mental do indivíduo. É um estudo que pode ser compreendido por vários vieses, com diferentes objetivos, métodos e questões, pois além de ter como base disciplinas como a biologia e a neurociências, ainda constitui-se de outras áreas de conhecimento como psicologia, antropologia, sociologia, filosofia, linguística e história. Portanto, o sofrimento mental é compreendido pela combinação desses saberes. O termo psicopatologia marcou o rompimento com a psiquiatria e foi primeiro utilizado por Emming Naus em 1878 como sinônimo do termo psiquiatria clínica e adquiriu seu significado atual em 1913 por meio de Karl Jaspers pela sua obra Psicopatologia Geral Psychopatologie) na qual tenta desenvolver uma teoria geral das doenças psíquicas.Karl Jaspers (1883-1969) afirma que esta é uma ciência básica, que serve de auxílio à psiquiatria, a qual é, por sua vez, um conhecimento aplicado a uma prática profissional e social concreta. Karl Jaspers (1883-1969) nasceu em Oldenburg, nas proximidades de Bremen. Concluiu os estudos básicos em sua cidade natal e recebeu o grau de bacharel em letras, em 1901. Os cursos universitários foram realizados em Heidelberg, Munich, Berlim e Göttinga. Em primeiro lugar escolheu a carreira de direito, com o objetivo de exercer a profissão de advogado. Ao mesmo tempo seguiu cursos de filosofia. Não chegou a concluir o curso de direito, porque “ignorava por completo a vida o qual servia, de sorte que vi nele um complicado jogo intelectual com ficções que não tinham nenhum interesse para mim”. Resolveu, então, estudar medicina, concluindo o