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O modelo informacional

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TEORIAS DA
COMUNICAÇÃO
Rafaela Queiroz 
Ferreira Cordeiro
Revisão técnica:
Deivison Moacir Cezar de Campos
Especialista em História contemporânea
Mestre em História Social
Doutor em Ciências da Comunicação
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin – CRB 10/2147
T314 Teorias da comunicação / Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro
 [et al.] ; [revisão técnica: Deivison Moacir Cezar de
 Campos]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
 295 p. il. ; 22,5 cm.
 IISBN 978-85-9502-236-2
 1. Comunicação - Teoria. I. Cordeiro, Rafaela Queiroz
 Ferreira. 
CDU 007
TC_Iniciais_Impressa.indd 2 10/11/2017 15:24:31
O Modelo Informacional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Apresentar a Teoria da Informação dos Meios de Comunicação de
Massa (MCM).
 � Identificar o Modelo Informacional de Shannon e Weaver.
 � Elencar as noções principais da Teoria da Informação.
Introdução
O Modelo Informacional foi um esquema de comunicação proposto 
por Shannon em 1948 e publicado em 1949, acrescido dos comentários 
de Weaver. Esse esquema se tornou popular a partir dos estudos desen-
volvidos pela Teoria Matemática da Comunicação, também conhecida 
como Teoria da Informação. Nessa época, é importante que você saiba, a 
comunicação era observada mais em termos de transmissão de informa-
ção do que de partilha de significados ou sentidos. Dito de outro modo, 
a comunicação era estabelecida a partir de um sistema linear de 
transmissão de uma mensagem entre dois polos fixos. Para isso, era 
preciso que o emissor e o receptor compartilhassem, ao menos parcial-
mente, um código necessário para transcrevê-la.
Neste texto, você vai identificar a Teoria da Informação, a qual ganhou 
destaque nos estudos sobre os meios de comunicação nos anos 1940. 
Também vai conhecer o Modelo Informacional de Shannon e Weaver 
e estudar algumas das noções que foram levantadas pela abordagem 
informacional. Entre essas noções estão a de entropia, ruído e código. 
Por fim, você vai refletir sobre o esquema comunicativo de Jakobson, o 
qual foi influenciado pelo modelo informacional.
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A Teoria da Informação dos MCM
A Teoria da Informação ou Teoria Matemática da Comunicação repre-
senta a tendência dos estudos sobre os meios de comunicação de massa que 
se realizavam no território norte-americano. Entre esses estudos, você pode 
considerar aquele que originou a Teoria da Agulha Hipodérmica. Essa tendência 
se preocupa em compreender a comunicação mais em torno do significado de 
transmitir uma informação do que do de partilhar um conteúdo semântico 
(WOLF, 1999). Segundo Mattelart e Mattelart (1997), a abordagem infor-
macional ocupa um papel central no final dos anos 1940. Essa época estava 
marcada pelo uso de máquinas de comunicar provenientes da guerra, pela 
relevância atribuída à noção de informação e pela influência dos paradigmas 
de cientificidade provenientes das ciências exatas. 
Contudo, embora tenha ganhado destaque na década de 40, a Teoria da 
Informação resultou de trabalhos bem anteriores, os quais datam de 1910. Entre 
eles, estão as pesquisas do matemático russo Andrei A. Markov (1856-1922) sobre 
os símbolos na literatura, as hipóteses do norte-americano Ralph V. L. Hartley 
(1888-1970) sobre a medida da informação associada à emissão de símbolos em 
1927 e os estudos do matemático inglês Alan Turing (1912-1954), que, por volta 
de 1936, elaborou o esquema de uma máquina capaz de tratar dessa informação. 
A abordagem informacional proposta por Shannon foi também precedida pelos 
trabalhos do matemático húngaro-americano John von Neumann (1903-1957). 
Ele ajudou a construir uma grande máquina de calcular eletrônica, entre 1944 e 
1946, a pedido do exército americano, que desejava medir as trajetórias das balas. 
Weaver também foi precedido, nesse sentido, pelas pesquisas do matemático e 
filósofo norte-americano Norbert Wiener (1894-1964), considerado o fundador 
da cibernética (MATTELART; MATTELART, 1997).
A comunicação como informação
No sentido atribuído pela engenharia da telecomunicação, a comunicação 
representa a transmissão de uma informação de um ponto a outro – po-
dendo ser esses pontos lugares ou pessoas. A transferência dessa informação 
é feita por meio de uma mensagem que recebe certa formatação e pode ser 
codificada e decodificada. Na abordagem informacional da comunicação, a 
primeira condição colocada para que a comunicação possa se estabelecer é a 
codificação da informação. Isto é, a transformação da mensagem sensível e 
concreta em um sistema de sinais. Esse sistema ou código se caracteriza por 
apresentar uma convenção preestabelecida, sistemática e categórica – se não 
O Modelo Informacional282
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fosse dessa forma, como o outro poderia decodificá-la? Quando a comunica-
ção se estabelece, se diz que as partes que a constituem formam um sistema 
ou esquema comunicativo. Nesse esquema, se supõe que a transmissão da 
mensagem entre um emissor e um receptor possui em comum, ao menos 
parcialmente, o código necessário para transcrevê-la (DUBOIS et al., 2001).
De maneira geral, os elementos principais que constituem o sistema de 
comunicação são os seguintes: 
1. O código, o qual compreende os sinais específicos e um conjunto de
regras de combinação próprias ao sistema de sinais.
2. O canal, o qual se caracteriza como o suporte físico da transmissão
da mensagem, ou seja, é o meio pelo qual o código ou os sinais são
transmitidos (por exemplo, o ar, no caso da comunicação verbal).
3. O emissor, que é a fonte da mensagem, o qual tem o papel de selecionar 
no interior do código certo número de sinais que permitem transmitir
a mensagem.
4. O receptor, que recebe a mensagem, o qual pode se caracterizar como
um aparelho decodificador (por exemplo, a orelha ou o receptor de
rádio) e como um destinatário propriamente dito (por exemplo, um
espectador de um programa).
5. A recodificação, que é a operação pela qual a mensagem é codificada, 
decodificada e, depois, recebe uma nova forma.
Como exemplo, considere um sujeito que dita uma mensagem de telegrama (forma 
acústica) que é transcrita numa folha de papel (forma gráfica), depois digitada em 
código Morse (forma mecânica) e finalmente transmitida sob a forma de impulsos 
elétricos (DUBOIS et al., 2001).
O Modelo Informacional de Shannon e Weaver
A Teoria Matemática da Comunicação ficou conhecida pelo modelo formal de 
Claude Elwood Shannon (1916-2004). Em 1948, o norte-americano Shannon 
publica a monografia relacionada às pesquisas desenvolvidas nos laboratórios 
da empresa Bell Systems, filial da American Telegraphy & Telephone (AT&T). 
283O Modelo Informacional
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Essa monografia, intitulada The Mathematical Theory of Communication, foi 
publicada no ano seguinte pela Universidade de Illinois, com os comentários de 
Warren Weaver (1894-1978). A título de curiosidade, Weaver foi o coordenador, 
durante a II Guerra Mundial, das pesquisas sobre as máquinas de calcular; 
e Shannon começou a trabalhar nos laboratórios da Bell Systems a partir de 
1941, tendo atuado durante a guerra principalmente no setor de criptografia. 
É por meio desse trabalho que Shannon propõe um esquema a respeito do 
sistema de comunicação (MATTELART; MATTELART, 1997). 
No entanto, é importante apontar que esse modelo teve influência de alguns 
estudos das telecomunicações. O trabalho de Nyquist, datado de 1924, sobre 
a velocidade na transmissão de mensagens telegráficas, o de Hartley, datado 
de 1928, sobre a medida da quantidade de informação, e, finalmente, o de 
Shannon, datado de 1948, sobre o rendimento informacional, foram estudos 
que tiveram o objetivo de melhorar a velocidade de transmissão de mensagens, 
diminuir distorções nessa transmissão e aumentar o rendimento no processo. 
Assim, a Teoria da Informaçãocorresponde a uma perspectiva teórica sobre 
a transmissão ótima de mensagens, propondo, para isso, um esquema comu-
nicativo. Esse esquema, conhecido como Modelo Informacional, pode ser 
descrito como na Figura 1 (WOLF, 1999).
Figura 1. Modelo Informacional de Shannon e Weaver. 
Fonte: Adaptada de Weaver (1949 apud WOLF, 1999).
O Modelo Informacional284
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Nesse esquema linear, os polos se caracterizam como uma origem e marcam 
um fim. A comunicação é observada por meio dos seguintes componentes: a 
fonte de informação, a qual produz uma mensagem (por exemplo, a palavra no 
telefone), o emissor ou codificador ou transmissor, o qual transforma a mensa-
gem em sinais para torná-la transmissível (por exemplo, o telefone transforma 
a voz em ondas elétricas), o canal, o qual é o meio usado para transportar os 
sinais (por exemplo, o cabo telefônico), o receptor ou decodificador, o qual 
reconstrói a mensagem por meio dos sinais, e o destino ou destinatário, que 
é a pessoa ou a coisa para a qual a mensagem é transmitida (MATTELART; 
MATTELART, 1997).
Conforme explica Wolf (1999), a transmissão de informação vai da fonte 
para o destinatário, tendo em vista que a transmissão da energia vai do emissor 
em direção ao receptor. Em cada processo comunicativo, há uma fonte, que 
é o local de “nascimento” da informação. A fonte emite um sinal por meio de 
um aparelho transmissor. Tal sinal, que segue por meio de um canal, pode 
ou não ser perturbado pelo surgimento de um ruído. Quando o sinal deixa o 
canal, ele é captado por um receptor, que o converte em mensagem. É dessa 
última forma que o destinatário compreende o sinal. 
É importante você saber que esse esquema é constantemente retomado em 
vários estudos dos meios de comunicação. Embora com algumas variações, 
sua utilização compreende fenômenos comunicativos diversos, tais como o 
de comunicação (1) entre duas máquinas, (2) entre dois indivíduos e (3) entre 
uma máquina e um indivíduo. Além da sua diversa aplicabilidade, a funcio-
nalidade do modelo comunicativo se dava porque, a partir da sua construção 
esquemática, era possível individualizar os fatores que poderiam perturbar a 
transmissão de informações, isto é, o problema do ruído. Isso constitui um 
dos aspectos fundamentais dessa abordagem comunicativa. Nesse sentido, é 
necessário ter em vista que o objetivo a se alcançar era o de transmitir, por 
meio de um canal, a quantidade máxima de informações com a menor 
chance de distorção, economizando tempo e energia.
285O Modelo Informacional
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O Modelo Informacional acabou por transferir às ciências humanas ou sociais a supo-
sição de neutralidade dos polos emissor e receptor: “[...] a fonte, ponto de partida da 
comunicação, dá forma à mensagem que, transformada em ‘informação’ pelo emissor 
que a codifica, é recebida no outro extremo da cadeia. O que retém a atenção do 
matemático é a lógica do mecanismo.” (MATTELART; MATTELART, 1997, p. 60). Desse 
modo, nem o sentido atribuído à mensagem pelo destinatário nem a intenção da 
emissão daquela são considerados. Essa concepção sobre a comunicação como 
um processo linear, reto, de um ponto a outro, esquema origem-fim, influenciou 
escolas e correntes de pesquisa as mais diversas sobre os meios de comunicação, 
além da linguística estrutural. A comunicação é, portanto, reduzida a um dado, a um 
instrumento, a uma técnica. 
Figura 2. O modelo informacional diz respeito a fenômenos comunicativos diversos, 
como os realizados entre máquinas, entre máquinas e indivíduos, entre indivíduos e entre 
organizações sociais.
Fonte: Golden Sikorka/Shutterstock.com.
O Modelo Informacional286
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Principais noções da Teoria da Informação
A entropia
Em 1948, Norbert Wiener, que havia sido professor de Shannon, publica 
Cybernetics or Control and Communication in the Animal and Machine. 
Nessa obra, Wiener trata da organização da sociedade do futuro estruturada 
na informação. O ideal de uma sociedade da informação evocado como 
utopia traz um alerta contra os riscos da sua perversão. Dito de outro modo, 
a entropia, caracterizada como a tendência da natureza de destruir a ordem e 
precipitar a desordem biológica e social, é uma grande ameaça. Nessa visão, a 
tendência à entropia só pode ser combatida pela informação, pelas máquinas 
dela e pelas redes que ela estabelece. A entropia é colocada como o negativo 
da soma da informação em um sistema. Assim, a informação precisa e deve 
circular. “A sociedade da informação só pode existir sob a condição de troca 
sem barreiras. Ela é, por definição, incompatível com o embargo ou com a 
prática do segredo, com as desigualdades de acesso à informação e sua trans-
formação em mercadoria.” (MATTELART; MATTELART, 1997, p. 66-67). 
O progresso só poderá continuar se a entropia recuar.
É importante você perceber que a perspectiva de Wiener sobre a evolução da sociedade 
se dá em virtude dos impactos e das consequências causadas pela II Guerra Mundial. O 
matemático, portanto, não hesita em se opor à entropia, aos seus riscos, condenando-a 
como um “fator anti-homeostático”. Os meios de comunicação, do seu ponto de vista, 
tinham um importante papel, a saber, deveriam auxiliar a homeostase (o equilíbrio) 
social (MATTELART; MATTELART, 1997).
O ruído
O ruído é caracterizado como a distorção provocada na mensagem. A partir 
do modelo informacional proposto, se buscava quantificar matematicamente 
o custo de uma mensagem, isto é, de uma comunicação entre os dois polos do
sistema diante da presença de desordens aleatórias chamadas de ruídos. Esses 
eram indesejáveis, tendo em vista que impediam o chamado isomorfismo, ou 
287O Modelo Informacional
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seja, a correspondência plena entre os dois polos do sistema (MATTELART; 
MATTELART, 1997).
É importante que você conheça algumas noções referidas na teoria. Isomorfismo é um 
termo empregado pela lógica e pela matemática para indicar relações homogêneas 
de dois ou mais termos. Isto é, consiste na correspondência de termo a termo entre 
os termos das relações. A título de exemplo, você pode considerar dois minerais que 
apresentam uma composição química diferente, porém têm ao mesmo tempo uma 
textura semelhante (ABBAGNANO, 2007). Homeostase é uma expressão criada por 
Walter Cannon que designa o equilíbrio do organismo e a sua constância interna. Dito 
de outro modo, é a habilidade de manter o meio interno em um equilíbrio constante, 
independentemente das mudanças ocorridas no ambiente externo. Por exemplo, 
quando alguém está com pressão alta, numerosas reações ocorrem no seu organismo 
para que essa pressão caia (SANTOS, c2017).
Além da avaliação sobre a entropia, o teorema do canal de ruído é um 
dos méritos de Shannon. Na opinião de Escarpit (1976 apud WOLF, 1999), 
esse teorema constitui um mérito ainda maior do que a noção de entropia 
oferecida pelo matemático. Tal canal se baseia no melhor uso da codificação. 
Ou seja, com ele, os defeitos da cadeia energética seriam corrigidos por meio 
de melhoras no rendimento da cadeia informacional. Essa forma seria, por-
tanto, mais econômica, rápida e segura no processo de codificação de uma 
mensagem. Dito de outro modo, a mensagem seria codificada de tal jeito 
que, caso houvesse a presença de ruídos, estes não trariam dificuldades na 
transmissão da informação. Desse modo, passa a se observar nesse esquema 
a presença de outro elemento, que é o código. 
O código
O código é o elemento necessário para que o destinatário compreenda ade-
quadamente o sinal. Ou seja, nos momentos da transmissão e da recepção, 
é preciso que se faça uso de um mesmo código. É importante apontar que o 
código é caracterizado não em termos de significado, mas como um sistema 
de regras que dão um valor a um conjunto de sinais. Assim como o modelo 
informacional pode ser aplicado à comunicação entre máquinas ou entreO Modelo Informacional288
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máquina e indivíduo, a codificação corresponde a um processo de sinaliza-
ção – que remete a um valor –, e não de significação. Desse modo, o teórico 
da informação não está interessado em correlacionar sinais binários e o seu 
conteúdo. O estudioso dessa abordagem se volta para a forma mais econômica 
de transmitir a informação – observada como medida estatística – sem ruídos 
no canal, produção de ambiguidade ou erros de transmissão. A Teoria da 
Informação constitui, assim, um método de calcular as unidades de sinais que 
são transmissíveis, e não um método de calcular as unidades de significado 
(conteúdo) (ECO, 1972 apud WOLF, 1999).
A abordagem teórica sobre a informação se assemelha à atividade dos Correios ao 
transmitirem uma carta. O ponto de vista dos Correios não é o mesmo do emissor 
e do destinatário da carta, uma vez que estes últimos se interessam pela troca da 
mensagem, isto é, pelo seu conteúdo. No entanto, para o funcionário dos Correios, o 
conteúdo da mensagem que é transmitida não importa. Afinal, a sua função é apenas 
transmitir a informação do emissor para o destinatário, serviço que ele foi pago para 
executar (ESCARPIT, 1976 apud WOLF, 1999).
Portanto, o código do sistema informacional é meramente sintático e não 
considera o significado, isto é, a dimensão do conteúdo, que é a parte comu-
nicativa da mensagem. Também é importante que você saiba que essa visão 
sobre o código foi fundamental para conceber a comunicação como mais exata 
e menos ambígua, isto é, de maneira mais controlada.
O esquema comunicativo de Jakobson: uma versão 
posterior ao modelo informacional
Roman Jakobson (1896-1982) foi um linguista e teórico literário nascido e 
educado em Moscou que imigrou para os Estados Unidos em 1941. Embora 
tenha desenvolvido pesquisas no campo da literatura e da estética, se tornou 
conhecido pelos estudos linguísticos sobre fonologia. Em especial, por ter de-
senvolvido um conjunto de traços acústicos de caráter universal, os quais foram 
centrais para o início dos estudos da fonologia gerativa (BROWN; MILLER, 
2013). Também é fundamental apontar que Jakobson foi, com os seus colegas 
Karcevsky e Troubetskoy, o primeiro linguista a empregar o termo estrutura 
289O Modelo Informacional
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(Saussure usa, posteriormente, o termo sistema). Na sua perspectiva, a língua 
é uma estrutura que apenas reconhece a sua própria ordem. É, assim, a partir 
desse princípio – de imanência própria da língua – que o linguista russo 
descobre e sistematiza as regras de funcionamento da linguagem. Propõe então 
um esquema comunicativo formado por seis elementos que respondem a seis 
funções: o emissor, o qual determina a função expressiva; o destinatário (ou 
receptor), a função conativa; a mensagem, a função poética; o contexto (ou 
referente), a função referencial; o contato (ou canal), a função fática; o código, 
a função metalinguística (Figura 3) (JAKOBSON, 1963 apud MATTELART; 
MATTELART, 1997).
Figura 3. Esquema da comunicação de Jakobson. 
Fonte: Adaptada de Jakobson (1963 apud DUBOIS et al., 2001).
O desenvolvimento desse esquema linguístico da comunicação tornou 
Jakobson muito popular. Além disso, tal esquema se articula à teoria ma-
temática da comunicação. Nesse diagrama, Jakobson introduziu a noção 
de contexto (ou referente) apreensível pelo destinatário (ou receptor). O 
contexto se caracteriza como verbal, pois é suscetível a ser verbalizado. 
Além disso, há a noção de contato (ou canal), observado como o canal 
físico e a conexão psicológica entre o destinador e o destinatário. Esse 
contato poderia permitir o estabelecimento e a manutenção da comunicação 
(DUBOIS et al., 2001).
O Modelo Informacional290
TC_U4_C18.indd 290 10/11/2017 15:17:58
Por fim, é importante você saber que Jakobson não reduziu a linguística 
à Teoria da Informação. O que ele propôs foi uma integração e um caminho 
paralelo para se estudar esses dois campos, individualizando pontos de contato. 
Entre esses pontos, estão a abordagem linguística da informação semântica e 
a definição da informação pelo modelo informacional (WOLF, 1999). 
Lembre-se das funções da linguagem apontadas por Jakobson. A função expressiva, 
referente ao emissor, está relacionada às emoções transmitidas por ele na mensagem. 
A função conativa, por sua vez, diz respeito ao destinatário ou receptor e se associa 
à influência produzida naquele que recebe a mensagem. A função poética se refere 
à mensagem e engloba as figuras da retórica. Já a função referencial diz respeito ao 
contexto, transmite uma informação como um dado/um fato “objetivo”. Há também 
a função fática, referente ao código, que mostra se a escuta de fato ocorreu com o 
receptor. Por último, existe a função metalinguística, que diz respeito ao código e se 
liga à linguagem tomada como objeto. Isto é, é a explicação do código a partir dele 
mesmo (JAKOBSON, 1963 apud MATTELART; MATTELART, 1997).
Algumas considerações sobre a Teoria Informacional
Apesar da limitação a respeito da noção de código, o Modelo Comunicativo 
Informacional se difundiu e obteve sucesso. Aqui se faz essa ressalva, a partir 
da discussão de Wolf (1999), porque não é só o conceito de código como sintaxe 
interna da sequência de sinais que limita essa abordagem. É, principalmente, o 
esvaziamento da dimensão comunicativa, referente à significação, que restringe a 
Teoria Informacional. Esse limite heurístico, na opinião do autor supracitado, não 
foi suficientemente considerado, em especial quanto aos seus efeitos globais. Ora, 
como falar da relação entre sociedade e mass media sem tocar na significação, a 
qual parece ser um ponto nodal nesse tipo de pesquisa? Apesar dessa incongru-
ência, o Modelo Informacional foi por muito tempo, para a Mass Communication 
Research, o paradigma de dominância, isto é, o mais frequentemente usado e 
raramente colocado em questão. Wolf (1999) aponta algumas razões para tal, 
tais como a difusão do modelo informacional, cuja forma esquemática acabou 
se transformando em um sistema de comunicação geral; o recebimento desse 
modelo pela linguística de Roman Jakobson; e o alinhamento da terminologia 
linguística de Jakobson pela Teoria Matemática da Comunicação.
291O Modelo Informacional
TC_U4_C18.indd 291 10/11/2017 15:17:58
Segundo Wolf (1999), a credibilidade e a difusão que Jakobson deu à versão 
“moderada” da Teoria Informacional foi um dos motivos do seu sucesso como 
teoria comunicativa. Além disso, a sua funcionalidade pode se dar quanto ao 
tema dos efeitos, que permanece de grande importância para as pesquisas da 
Mass Communication Research; e ainda para as reflexões desenvolvidas sobre 
os modelos de educação. Em resumo, com um modelo linear de transmissão 
da comunicação, os efeitos poderiam ser conceituados conforme um esquema 
bem representativo. Dito de outro modo, o modelo emissor × receptor se 
prestava muito bem às análises experimentais e às pesquisas semelhantes às 
das ciências naturais. Não se pode, contudo, deixar de apontar que o modelo 
de troca de informações elaborado por Shannon e acrescido dos comentários 
de Weaver, ainda parcialmente presente na Communication Research, se 
adequou a uma necessidade metodológica da época, em especial por visar à 
análise de amostras vastas de mensagens.
1. Marque a alternativa correta 
sobre como se caracteriza o 
sistema geral de comunicação 
da Teoria da Informação.
a) A comunicação é observada 
como um processo em que 
há a partilha de significados.
b) A comunicação é observada 
como uma atividade dinâmica 
de envio de mensagens.
c) A comunicação é observada como 
uma transmissão de informação 
circular do emissor ao receptor.
d) A comunicação é observada 
como uma transmissão da 
informação de um ponto a outro.
e) A comunicação é observada 
como uma atividade de 
compreensão do conteúdo 
da mensagem.
2. Qual das alternativas a seguir 
caracterizacorretamente, de acordo
com o Modelo Informacional de 
Shannon e Weaver, o componente 
que produz a mensagem e 
aquele que a recebe?
a) O emissor ou codificador e 
o canal, respectivamente.
b) A fonte de informação e o 
receptor ou decodificador,
respectivamente.
c) O emissor ou codificador e 
o receptor ou decodificador, 
respectivamente.
d) O destino ou destinatário e 
o canal, respectivamente.
e) A fonte de informação e 
o destino ou destinatário, 
respectivamente.
3. Qual das alternativas a seguir traz a 
definição correta sobre as noções 
levantadas pela Teoria da Informação?
a) A homeostase é a tendência da 
natureza em destruir a ordem.
O Modelo Informacional292
TC_U4_C18.indd 292 10/11/2017 15:17:59
b) O código é um conjunto de 
significados da mensagem.
c) O ruído é a distorção 
provocada na mensagem.
d) A entropia é a tendência da 
natureza de manter a ordem.
e) O ruído auxilia na 
correspondência entre os 
dois polos comunicativos.
4. Marque a alternativa correta 
a respeito das discussões 
estabelecidas sobre a Teoria 
da Informação e o esquema 
comunicativo de Jakobson. 
a) O esquema comunicativo 
de Jakobson influenciou 
a construção do Modelo 
Informacional de 
Shannon e Weaver.
b) O esquema comunicativo de 
Jakobson reduziu a linguística 
ao campo de estudo da 
Teoria da Informação.
c) O esquema comunicativo 
de Jakobson se articula 
ao Modelo Informacional 
de Shannon e Weaver.
d) O esquema comunicativo de 
Jakobson não obteve sucesso 
como o Modelo Informacional 
de Shannon e Weaver.
e) O esquema comunicativo de 
Jakobson introduz a noção 
de canal, a qual não aparecia 
no Modelo Informacional 
de Shannon e Weaver.
5. Leia o trecho: [tal componente] 
é um sistema de regras que 
confere a determinados sinais 
um dado valor. Dizemos valor e 
não ‘significado’ porque, no caso 
de um aparelho homeostático 
(relação entre duas máquinas), 
não se pode dizer que a máquina 
destinatária ‘compreende o 
significado’ do sinal (a não ser em 
sentido metafórico): essa máquina 
foi preparada para responder de 
uma determinada maneira a uma 
determinada solicitação (ECO, 1972, 
p. 11 apud WOLF, 1999). Qual das 
alternativas a seguir se refere ao 
componente descrito? 
a) Canal
b) Código
c) Destino ou destinatário
d) Emissor ou codificador
e) Mensagem
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ABBAGNANO, N. Isomorfismo. ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. 5. ed. São Paulo: 
Martins Fontes, 2007. p. 586-587.
BROWN, K.; MILLER, J. Jakobson, Roman. In: BROWN, K.; MILLER, J. The Cambridge 
dictionary of linguistics. Cambridge: Cambridge University, 2013. p. 244.
DUBOIS, J. et al. Communication. In: DUBOIS, J. et al. Dictionnaire de linguistique. Paris: 
Larousse, 2001. p. 94-97.
MATTELART, A.; MATTELART, M. A teoria da informação. In: MATTELART, A.; MATTE-
LART, M. História das teorias da comunicação. São Paulo: Loyola, 1997. cap. 3, p. 57-71.
SANTOS, V. Homeostase. São Paulo: Brasil Escola, c2017. Disponível em: <http://brasi-
lescola.uol.com.br/biologia/homeostase.htm>. Acesso em: 10 out. 2017.
WOLF, M. O modelo comunicativo da teoria da informação. In: WOLF, M. Teorias da 
comunicação. 5. ed. Lisboa: Presença, 1999. p. 112-121.
Leituras recomendadas
JAKOBSON, R. Linguística e teoria da comunicação. In: JAKOBSON, R. Linguística e 
comunicação. 8. ed. São Paulo: Cultrix, 1975. p. 73-86.
WEAVER, W. A teoria matemática da comunicação. In: COHN, G. (Org.). Comunicação 
e indústria cultural. São Paulo: Nacional, 1978. p. 25-37.
WIENER, N. Cybernetics or control and communication in the animal and the machine. 
2. ed. Cambridge: M.I.T., 1985. 
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http://lescola.uol.com.br/biologia/homeostase.htm
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