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1 2 SUMÁRIO 1 Introdução ......................................................................................... 4 2 ACOMETIMENTOS DA PELE ........................................................... 5 3 Acne ................................................................................................... 7 3.1 Algumas considerações sobre a acne ...................................... 9 3.2 Tratamento ............................................................................. 11 4 Estrias .............................................................................................. 12 4.1 Considerações sobre as estrias ............................................. 13 4.2 Tratamento .......................................................................... 16 5 Flacidez de pele.............................................................................. 20 5.1 Tratamento .......................................................................... 22 6 FIBROEDEMA GELÓIDE ................................................................ 24 6.1 Teste da casca de laranja ......................................................... 27 6.2 Teste da preensão .................................................................... 27 6.3 Estágios do Fibroedema Gelóide ...................................... 27 6.4 Tratamento ............................................................................. 28 7 Melasma .......................................................................................... 39 7.1 Recursos para tratamento ..................................................... 41 8 ENVELHECIMENTO ........................................................................ 42 8.1 Sobre o envelhecimento .......................................................... 43 8.2 Teoria do relógio biológico ........................................................ 47 8.3 Teoria da multiplicação celular .................................................. 47 8.4 Teoria das reações cruzadas de macromoléculas ............... 48 8.5 Teoria dos radicais livres ........................................................ 48 8.6 Teoria do desgaste .................................................................... 49 8.7 Teoria autoimune ...................................................................... 49 3 8.8 Recursos para prevenção e tratamento ............................... 49 9 PERIMETRIA ................................................................................... 55 9.1 Sua utilização na área da saúde e estética ........................... 56 9.2 Cuidados importantes ............................................................. 56 10 BIBLIOGRAFIA ............................................................................. 58 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 ACOMETIMENTOS DA PELE Fonte: kilorias.band.uol.com.br Com a principal função de revestimento exterior do organismo, a pele, o maior órgão do corpo humano, o qual representa 15% do peso corporal, nos apresenta para o mundo. Ela é o principal foco de atenção, aproximação e consequente interação entre as pessoas. Isso porque a pele "ao mesmo tempo em que nos protege é a fachada que nos expõe" (JESUS, SANTOS, BRANDÃO, 2014). Nesse sentido, a pele funciona como importante órgão de comunicação social. Sua visibilidade, não íntegra, pode estigmatizar e reprimir as relações psicossociais. Além disso, expressa os sentimentos, mesmo quando não está a par deles, e colabora na compreensão e no conhecimento do seu meio (GAWKRODGER, 2011). A pele é uma superfície que reflete todos os órgãos internos, além de um meio de contato com o exterior. Qualquer distúrbio em um deles é refletido na epiderme, e cada estímulo na área correspondente da pele é transmitido outra vez para o interior do corpo (JESUS, SANTOS, BRANDÃO, 2014). Apresenta inúmeras funções para o nosso organismo, sendo a mais importante delas ser uma barreira de proteção contra microrganismos patogénicos, danos mecânicos, substâncias tóxicas e contra a perda excessiva de água, eletrólitos e outras substâncias. Além disso é uma barreira protetora 6 fisiológica contra as radiações UV, às quais estamos expostos diariamente. (OLIVEIRA, SANTOS, 2011). A pele é responsável pela produção de diversas moléculas que são essenciais para o nosso organismo, entre as quais se destacam a queratina, a melanina, glicosaminoglicanos (GAGs), colagénio e vitamina D (GAWKRODGER, 2011). As outras funções associadas à pele são: resseção de estímulos nervosos relacionados com a dor e temperatura, regulação térmica do organismo, regulação hemodinâmica e, apresenta ainda, um papel imunológico importante. (OLIVEIRA, SANTOS, 2011). Em uma sociedade que valoriza o belo e tem padrões estéticos preestabelecidos, a pele pode ser considerada um "cartão de visitas", que atrai os olhares críticos e exigentes dos indivíduos. Quando íntegra e saudável, promove a relação entre as pessoas e facilita o seu desenvolvimento nos aspectos social, emocional, financeiro e sexual. Porém, quando acometida por afecções cutâneas, pode trazer sérias consequências (GAWKRODGER, 2002. Apud SOUZA, REIS, 2017). O acometimento de algumas áreas da pele pode trazer maiores prejuízos, como revelam estudos sobre a incidência do vitiligo na população, referindo que o envolvimento da pele em áreas da face e das mãos frequentemente causa constrangimento. Conforme descrevem alguns autores, as lesões de pele na face são mais perceptíveis para o olhar do outro. Portanto, sua aparência visual terá um fundamental papel na percepção de si mesmo (JESUS, SANTOS, BRANDÃO, 2014). A partir do conceito de saúde como completo bem está físico, psíquico e social, e não apenas a ausência de doença, é possível compreender que o distúrbio estético representa uma ameaça à integridade emocional do indivíduo, resultante da alteração do esquema corporal e, consequentemente, da autoestima (SOUZA, REIS, 2017). O conjunto de alguns dos problemas de beleza corporal é denominado síndrome da desarmonia corporal (SDC) e inclui a presença do edema geloide (FEG), da adiposidade localizada, do aumento de gordura corporal total e da flacidez muscular, que frequentemente estão associados e, por isso, os tratamentos estéticos não devem considerar esses fenômenos isoladamente, a 7 fim de promover ou manter a harmonia corporal (MACHADO, VIEIRA, OLIVEIRA, LOPES, 2011). As afecções da pele são frequentemente encontradas na população em geral e muitas das vezes trazem implicações estéticas e consequências importantes, como isolamento social, diminuição da autoestima, depressão, estresse. Por outro lado, a cada dia a área da estética e beleza vem crescendo e oferecendo opções de tratamento. Amenizando aparte estética, muitas das vezes são também resolvidos problemas e consequências relacionadas a elas (SOUZA, REIS, 2017). 3 ACNE Fonte:remediodaterra.com.br A acne é uma afecção dermatológica que atinge o conjunto pilos sebáceo, ou seja, pelo e glândula sebácea. A acne vulgar ou juvenil é uma das dermatoses (doenças que acometem a pele) mais frequentes, afetando cerca de 80% dos adolescentes (MANFRINATO, 2009). De causa etiológica multifatorial a acne é uma afecção dermatológica que provoca alterações físicas e emocionais nos indivíduos acometidos em consequência do aspecto inestético que a pele passa apresentar em virtude da formação de comedões, pápulas, cisto, nódulos e pústulas que tendem a gerar cicatrizes escavadas, deprimidas e hipertróficas na pele (MANFRINATO, 2009). 8 Clinicamente a acne é classificada conforme a sua tipologia em vulgar, hiperandrogênica, iatrogênica, cosmética, escoriado, neonatal, conglobata, fulminante, comedonica, pápulo-pustuloso grave, nódulo-quisto e da mulher adulta (MANFRINATO, 2009). Conforme o seu grau de acometimento ou evolução clínica os diferentes tipos de acne podem ser classificados em acne não inflamatória ou comedoniana, de grau leve, moderado ou grave. Acometem ambos os sexos. Dos 14 aos 17 anos é sua fase de maior incidência em mulheres e apresenta, nos homens, seu pico de surgimento dos 16 aos 19 anos. Dados americanos demonstram que mesmo afeta 80-85% dos indivíduos com idades compreendidas entre os 12 e os 25 anos, 8% nos indivíduos entre os 25 e os 34 anos, 3% entre os 35 e os 44 anos (SOUZA, REIS, 2017). São mais graves em pessoas do sexo masculino, porém mais persistentes nas mulheres, sendo pouco comuns em asiáticos e negros. Isso não quer dizer que em outras idades (antes ou após as citadas) elas não apareçam. As faixas etárias, como citado, referem-se ao período de maior aparecimento das mesmas (SOUZA, REIS, 2017). As regiões de maior concentração de glândulas sebáceas são também as regiões de maior aparecimento da acne: face e tórax (anterior e posteriormente). Suas lesões são decorrentes de obstrução dos folículos sebáceos em decorrência de reação inflamatória local, aumento na produção e secreção da glândula sebácea, hiperqueratinização com obstrução do folículo pilo sebáceo, proliferação e ação das bactérias (SOUZA, REIS, 2017). É caracterizada por comedões (chamados popularmente de cravos), pápulas, pústulas e nas formas mais graves, por abscessos, cistos e cicatrizes em graus variáveis. Sua gravidade é variável. Existem casos mais simples, quase imperceptíveis, até os mais graves, devendo o tratamento ser realizado pelo dermatologista (PORTO, 2011). Indivíduos que apresentam acne em suas formas moderadas a graves podem apresentar problemas de autoestima e/ou demais problemas emocionais, sociais e de relacionamento. Uma vez que o aparecimento da acne é considerado um processo natural do desenvolvimento, muitas vezes a busca por 9 ajuda de um profissional competente e especializado demora a acontecer, fazendo com que o tratamento se inicie tardiamente (PORTO, 2011). 3.1 Algumas considerações sobre a acne Clinicamente a acne é vista como uma é doença genético-hormonal, crônica, inflamatória que acomete as glândulas sebáceas e o folículo piloso de algumas regiões do corpo humano, em especial da face e tronco, ocasionando na formação de comedões, pústulas, e lesões nódulo cística cuja evolução depende da intensidade do processo inflamatório que leva a formação de abscessos (MARTINS, 2009). Muito comum entre os adolescentes (80%) e normalmente autolimitada, acredita-se que sua etiopatologia está diretamente relacionada à interação de quatro fatores: hiperprodução de sebo glandular, hiperqueratinização folicular, colonização bacteriana do folículo sebáceo e liberação de mediadores da inflamação no folículo e derme adjacente (MARTINS, 2009). Entretanto, outros fatores como a hereditariedade, alterações hormonais (decorrentes da puberdade, gravidez, do ciclo menstrual, da síndrome do ovário policístico e da menopausa), uso de medicamentos (corticoides, vitaminas do complexo B, dilantina e lítio), cosméticos (ricos em óleo mineral, manteiga de cacau e miristato de isopropila), alimentação rica em gordura (frituras, chocolates, lipídios) e estresse podem também predispor o surgimento da acne (PIMENTEL, 2008. Apud MANFRINATO, 2009). As cicatrizes podem surgir como resultado da acne inflamatório e estão associadas a um aumento do colágeno (cicatrizes hipertróficas e queloides) ou a perda de colágeno (cicatrizes fibróticas deprimidas superficiais ou profundas e máculas atróficas). Pode-se avaliar o grau de severidade das mesmas baseando-se na classificação de Habif e de Leeds modificada (PORTO, 2011). A classificação de Habif consiste na determinação do grau de severidade de acordo com a quantidade das lesões inflamatórias. Os dois primeiros fatores são os principais responsáveis pela formação das lesões retencionais – comedões, que constituem a lesão elementar da acne, pois é neles que se produzem os fenómenos que conduzem à formação das lesões infamatórias (PIMENTEL, 2011). 10 A face é a área anatómica mais atingida (fronte e maciço centro facial) com progressão para o tronco sobretudo na metade superior do dorso e região pré-esternal, isto é, nas áreas com maior densidade em folículos sebáceos (MANFRINATO, 2009). O conhecimento pormenorizado da fisiopatologia, das opções terapêuticas adequadas para cada tipo de acne e de um algoritmo de tratamento que funcione como linha de orientação terapêutica para cada tipo de acne e que possa ser utilizado por qualquer médico envolvido no seu tratamento, são as ferramentas essenciais para normas de boa prática clínica (RIBEIRO, 2010). A acne, enquanto doença dermatológica crónica, está sujeita aos ditames de todas as doenças cutâneas: forte impacto no indivíduo que se vê fortemente afetado no seu estado psicológico, atividades quotidianas (RIBEIRO, 2010). Fonte:sublimestore.com.br Ligeira: algumas (<10) pápulas/pústulas e ausência de nódulos; Moderada: muitas (10-20) pápulas/pústulas e/ou alguns nódulos; Severa: numerosas (>20) pápulas/pústulas e/ou muitos nódulos; Presença de cicatrizes; Persistência de drenagem purulenta e/ou serosanguínea das lesões; Presença de fístulas; Outros fatores: repercussões psicossociais, dificuldades laborais e resposta inadequada à terapêutica. 11 A classificação de Leeds modificada baseia-se no número de lesões inflamatórias e na severidade destas, que é determinada pela extensão da inflamação, pelo tamanho das lesões e pelo eritema associado. A acne facial pode ser dividida em 12 graus de severidade progressiva (PIMENTEL, 2011). A acne do dorso e peito é classificada de forma similar em oito graus de severidade. Para os pacientes com acne predominantemente não inflamatória, sugere-se uma classificação em três graus de severidade. Na avaliação do grau de severidade da acne, este sistema de classificação também contempla potenciais complicações como a presença de cicatrizes e as repercussões psicossociais da doença (PIMENTEL, 2011). 3.2 Tratamento Fonte: deeplaser.com.br O tratamento da acne visa minimizar a formação de cicatrizes, melhorar a aparência, a autoestima e relacionamento daquele indivíduo que se encontra sob isolamento social, prevenir ou tratar lesões já instaladas, diminuição do desconforto físico desencadeado pelas lesões. A orientação do paciente com acne deve ser realizada. Seu empenho no tratamento é fundamental para o progresso do mesmo (BORGES, 2010). Limpezas de pele são recomendadas e podem ser realizadas, desde que sejam feitas por um profissional competente, que atue na área da estética. Caso contrárioexiste o risco de exacerbação dos sinais e sintomas (SILVA, 2013). 12 Conforme a gravidade das lesões, o profissional da estética pode recomendar a procura por um tratamento médico, preferencialmente dermatologista, para que seja realizada uma abordagem multiprofissional. A prescrição de fármacos só pode ser realizada pelo médico (BORGES, 2010). A respeito do tratamento clínico da acne, a literatura evidencia a existência de várias técnicas e métodos de tratamento, que apresentam bons resultados no que diz respeito a melhora do aspecto geral da pele e contenção do grau de acometimento desta afecção dermatológica (TEIXEIRA, 2012). Na maioria dos casos as técnicas de tratamento para a acne são escolhidas de acordo com o grau de acometimento da acne e a sua tipologia. Porém de modo geral podemos dividir o tratamento da acne em: profilático (cuidados higiênicos e alimentares), medicamentoso (uso de anti-inflamatórios, antibióticos, cosméticos etc.), cirúrgico, terapêutico (limpeza de pele e luz pulsada) e alternativo (acupuntura, fitoterapia e peeling) (TEIXEIRA, 2012). 4 ESTRIAS Fonte:clinicalegerrj.com.br A estria é uma lesão atrófica de natureza estética, na qual ocorre o estiramento exagerado e a ruptura das fibras de colágeno e elastina, responsáveis pela elasticidade da pele (MAIA, RODRIGUES, MARÇON, 2009). Sua incidência é mais comum na fase da puberdade (estirão), e no gênero feminino, embora também possa apresentar-se em situações como: obesidade, 13 desequilíbrios hormonais, gestação e uso de medicamentos. (LAGE, SANTOS, SANTOS, 2013) As regiões mais acometidas são os glúteos, abdômen e coxas, por serem regiões mais sensíveis ao estiramento exagerado da pele atingindo cerca de 15 a 20% da população (MAIA, RODRIGUES, MARÇON, 2009). Quando comparadas com uma pele normal possui redução significativa de colágeno e elastina podendo apresentar-se avermelhadas ou esbranquiçadas. No início são avermelhadas ou violáceas e, podem estar discretamente elevadas, uma vez que se apresentam edemaciadas devido ao processo inflamatório, o que explicaria uma ocasional queixa de prurido e depois esbranquiçadas com aspecto lustro, quando são denominadas como nacaradas (LAGE, SANTOS, SANTOS, 2013). Podem ser definidas atróficas, pelo fato de apresentarem uma diminuição na espessura da pele, que são ocasionadas pela redução do volume e número de seus elementos e, representada por adelgaçamento, menor elasticidade, rarefação de pelos, pregue amento e secura (BORGES, 2010). Raras ou numerosas surgem paralelamente ás outras e perpendiculares ás linhas defenda da pele, indicando um desequilíbrio na elasticidade local, o que caracteriza uma lesão tecidual. Também se mostram com carácter bilateral, ou seja, há uma tendência de serem distribuídos simetricamente em ambos os lados (AMARAL, 2008). 4.1 Considerações sobre as estrias Fonte:omundodadengo.com.br 14 Devido à sua grande incidência na população (principalmente do sexo feminino na mulher adulta saudável, sua incidência é 2,5 vezes mais frequente que os homens nas mesmas condições), não é raro observarmos problemas psicossociais e de autoestima nos indivíduos acometidos. Pessoas que evitam o uso de determinadas roupas, trajes de banho ou até mesmo se isolam socialmente devido à presença de estrias pelo corpo (DUARTE, 2012). Frequentemente presentes em obesos, estresse, gravidez, atividade física vigorosa (musculação), uso tópico ou sistêmico de esteroides (cortisona ou ACTH), infecções agudas e debilitantes (HIV, tuberculose, lúpus, febre reumática), tumores de suprarrenal (DUARTE, 2012). Não existe uma definição específica para as causas de surgimento das estrias, mas estudos apontam para causas multifatoriais, fatores endocrinológicos, mecânicos, predisposição genética e familiar. Tais fatores levaram ao surgimento de três teorias para sua etiologia: a mecânica, a endocrinológica e a infecciosa (BORGES, 2010). A estria é um tipo de sintoma apresentado pela pele em estado de atrofia, que pode ser causado pela redução da atividade dos fibroblastos na produção de matriz extracelular de boa qualidade e na ruptura de fibras já existentes (VANZIN; CAMARGO, 2011). São classificadas como: iniciais, atróficas e nacaradas. As iniciais, com aspecto inflamatório e tonalidade rosada da epiderme, uma vez que é causada pela distensão intensa das fibras elásticas. Desta forma, pode-se assim visualizar, por nitidez, uma excessiva circulação capilar da derme subpapilar (VANZIN; CAMARGO, 2011). Há também as atróficas, que possuem aspecto cicatricial, linha flácida no centro e hipocrômia. As fibras elásticas estão entrelaçadas e algumas se apresentam rompidas. A estrutura do colágeno está desordenada e os anexos da pele encontram-se conservados (KEDE, SABATOVICH, 2004. Apud VANZIN, CAMARGO, 2011). Já as nacaradas apresentam flacidez central e são revestidas por epitélio pregueado no qual ocorrem falhas dos pelos, na secreção sudorípara e sebácea. As fibras elásticas estão na maioria rompidas e as lesões evoluem para fibrose (ALMEIDA, 2013). 15 As lesões apresentam perda da elasticidade e da compactação, mas são histologicamente diferenciadas de lesões senis ou cicatrizes, porque nelas os fibroblastos se apresentam de forma estrelada e nas atróficas a forma dos fibroblastos predominante é globular. Por isso, são alterações histológicas completamente diferentes, não podendo ser comparada com nenhuma outra lesão dérmica (ALMEIDA, 2013). Segundo Silva (2012), à luz de observações morfológicas e dados moleculares, estrias sugerem correlação entre perda da capacidade de síntese dos fibroblastos e alteração na estrutura do tecido conjuntivo, do colágeno, da elastina e das fibras de fibrilinas, com redução significativa na estria comparada com a pele normal. O autor acima relata também que as estrias estão associadas com vários estados de doença e situações fisiológicas, incluindo a gravidez. Nas gestantes, as estrias ocorrem em mais de 70% das pacientes e são encontradas mais comumente no abdome, no quadril, nas nádegas e nos seios. O aspecto estético é a grande preocupação para a maioria das mulheres (SILVA, 2012). Analisando o aspecto histológico, Silva (2012), relata que as estrias apresentam como lesões atróficas que dispersam o tecido colágeno e elástico, além de redução da presença das células da pele como queratinócitos, melanócitos e fibroblastos. Apesar de sua etiologia ainda controversa, três teorias sugerem seu surgimento. A teoria mecânica aponta o aumento na deposição de gordura no tecido adiposo levando a um estiramento e ruptura das fibras elásticas e colágenas da pele enquanto a teoria endocrinológica indica a estimulação adrenocortical devido a alterações hormonais como a causa do surgimento das estrias em adolescentes e grávidas. E por último, a teoria infecciosa considera que processos infecciosos e o uso de corticoides danificam as fibras elásticas, propiciando o aparecimento das estrias (LAGE, 2009. Apud Silva 2012). As estrias podem se distribuir de maneira local ou numerosa, com disposição paralela umas às outras e perpendicularmente às linhas de clivagem da pele. No início, as estrias têm aspecto eritemato-violáceas, finas e podem gerar prurido. Ao passar a fase inflamatória, as estrias evoluem para um quadro atrófico, adquirem o aspecto esbranquiçado, quase nacarado, tornando-se mais largas, devido ao rompimento de fibras elásticas e colágenas (SILVA, 2012). 16 4.2 Tratamento Existem diversas técnicas que podem ser empregadas no tratamento da estria. Essas técnicas devem ser realizadas por profissionais da área da estética que estejam aptos, sejam cautelosos e tenham conhecimento anatômico, muscular e subcutâneo da pele (MAIA, RODRIGUES, MARÇON, 2009). O tratamento de estrias é desafiadore estabelece disciplina e persistência por parte do cliente, tem a finalidade de suprir o tecido fibroso, substituindo-o por células novas, restabelecendo a elasticidade e a aparência saudável da pele (VANZIN, CAMARGO, 2011). Os tratamentos são subdivididos em não invasivos e invasivos e dentre os recursos terapêuticos podemos destacar: laser de CO2, radiofrequência, peelings químicos, luz intensa pulsada, carboxiterapia e cosmecêuticos. Antes de iniciar as considerações a respeito dos tratamentos possíveis para as estrias, vale ressaltar que na literatura disponível acerca do assunto, os autores são unânimes e concordam com a afirmação de que as estrias são uma sequela irreversível (VANZIN, CAMARGO, 2011). Eletroterapia Fonte:maquel.com.br A relutância da aceitação de tratamentos eficazes para estrias encontra- se fundamentada principalmente no fato que a fibra elástica não se regenera. 17 Entretanto utilizando a corrente contínua filtrada constante, abriram uma nova perspectiva para o tratamento desta afecção. Claro que os resultados são variáveis e depende da idade do paciente, tamanho e fase que se encontra a estria, o tempo de surgimento da mesma, cor da pele, número de sessões. O método é invasivo, porém superficial. O aparelho utilizado é um gerador de corrente contínua filtrada constante, comercialmente conhecido como Striat, que apresenta dois eletrodos: um passivo do tipo placa e um ativo especial que consiste de uma fina agulha sustentada por uma caneta. O processo de regeneração encontra-se baseado na compilação dos efeitos intrínsecos da corrente contínua e dos processos envolvidos na inflamação aguda. Laser Fonte: patricinhaesperta.com.br O tratamento com laser é mais eficaz quando aplicado imediatamente após o surgimento da estria. Sua ação ocorre a nível celular, aumentando o número de fibras colágenas e consequentemente a tensão epidérmica. Desta forma, melhora o aspecto da pele (LEE, 2010). Sua eficácia é melhor quando combinada com outros recursos. Observa- se uma melhora da atividade metabólica do tecido e, consequentemente, uma maior lentidão no seu estabelecimento (LEE, 2010). A utilização do laser terapêutico favorece o processo de cicatrização, pois está relacionado a três estágios fundamentais. Primeiramente pela produção de 18 ATP, que potencializa a atividade mitótica e mitocondrial, que por tabela estimula a síntese proteica possibilitando a regeneração dos tecidos afetados pelas estrias. Posteriormente, há o estímulo da microcirculação e do aporte nutricional que induz a elevação da velocidade mitótica, multiplicando as células. E por fim, ocorre a neoformação vascular e a ação vasodilatadora (MARQUES, 2012). Lee (2010), realizou um estudo com sistema ablativo de laser fracionário de CO2 de 10,600 nm (FS CO2) em voluntárias com estrias de distensão. Os resultados foram avaliados por meio de fotografias demonstrando melhora acentuada em cerca de 50% das voluntárias. Foi observado hiperpigmentação, eritema e presença de crostas em algumas voluntárias. Em outro estudo utilizado o laser de CO2 fracionado para tratamento de estrias de distensão, foi observado aumento na espessura da epiderme, aumento de fibras colágenas elásticas após o tratamento (MARQUES, 2012). Massagem Fonte: dicasparaperderpeso.com.br Recomendada apenas para complemento de demais tratamentos, incrementando a circulação e penetração de produtos pela pele, mas não deve ser usada de forma isolada no tratamento das estrias, haja vista que não há bases fisiológicas de ação comprovadas cientificamente para este caso. Ela não apresenta capacidade de regenerar o tecido lesado (LIU, 2012). 19 Escarificação Fonte:docplayer.com.br Trata-se de um processo semelhante à dermoabrasão (que discutiremos a seguir), onde é provocada uma lesão da pele com diferentes artefatos, podendo ser qualquer instrumento perfurante devidamente esterilizado e manuseado habilmente, de modo a evitar lesões profundas (SILVA, 2013). Dermoabrasão Fonte:corpoeestetica.com Este procedimento ocasionará uma lesão na pele, via sistema que lança um fluxo de micro cristais na pele através de vácuo controlado. Apresenta caráter 20 regenerativo, baseado em uma lesão promovida por agente físico, que desencadeia um processo inflamatório. Podem ser classificadas em vários níveis, alcançando diferentes profundidades da pele e, consequentemente, diferentes respostas (GOMES, 2015). Esses níveis são: Nível 1: superficial, atingindo apenas a epiderme, ocasiona eritema Nível 2: profundidade intermediária, afetando a epiderme e parte da derme, ocasiona uma hiperemia e um edema Nível 3: profundo, atinge todas as camadas da derme, ocasionando um sangramento associado a outros sinais Fisioterapeutas podem atuar apenas nos níveis 1 e 2. O nível 3 é restrito a médicos, pois requer a administração conjunta de fármacos com finalidades anestésicas, microbianas e analgésicas (GOMES, 2015). 5 FLACIDEZ DE PELE Fonte:espacocorpovital.com.br A flacidez é um processo resultante da atrofia tecidual que está associado ao envelhecimento fisiológico, onde se verifica a perda progressiva de massa muscular que é substituída por tecido adiposo (SILVA, 2013). Este envelhecimento fisiológico pode ser acelerado por diversos fatores: tabaco, sedentarismo, distúrbios hormonais, gravidez, obesidade, grande perda ponderal em pouco tempo, entre outros. É importante ressaltar que este não é 21 um processo exclusivo do sexo feminino, apesar de afetar maioritariamente as mulheres por estar associado a alterações hormonais. Sabe-se também que a flacidez aparece cada vez mais, pois há um aumento da obesidade e sobrepeso na população (GOMES, 2015). Hoje em dia é muito frequente a procura por tratamentos e produtos que agir de forma rápida e eficiente neste tipo de processo degenerativo. Com isso, deve-se ter em conta que quanto mais cedo o início do tratamento melhores são as hipóteses da sua eficácia (DUARTE, 2012). A flacidez do tecido cutâneo é um processo lento e progressivo e a sua fisiopatologia está diretamente relacionada com a redução da produção de fibras de colagénio e fibras elásticas no tecido subcutâneo, com perda de elasticidade das mesmas. Isto ocorre a partir dos 25 anos e, por ser um processo fisiológico, é inevitável (SILVA, 2013. Apud GOMES, 2015). Embora não existam muitas informações sobre o mecanismo biológico envolvidos nesta perda gradual de elasticidade da pele durante o envelhecimento, pode se garantir que há um envolvimento da elastase neste processo, uma vez que esta enzima é responsável pela degradação das cadeias de fibras elásticas que originarão por sua vez a perda da elasticidade cutânea (IMOKAWA, ISHIDA, 2015). Há também influências genéticas no enfraquecimento das fibras de sustentação da pele e, para além disso, exposições excessivas ao sol podem levar à degradação das mesmas, bem como uma alimentação pobre em proteínas que também favorece o aparecimento da flacidez (GOMES, 2015). Sendo o sol um dos principais agravantes neste processo, é importante perceber de que maneira a fisiopatologia da flacidez cutânea é afetada pela exposição excessiva aos raios UV. Sabe-se atualmente que os raios UVA promovem o aparecimento principalmente da flacidez, enquanto os raios UVB são os principais responsáveis pelo aparecimento de rugas, em exposições crónicas tanto a um tipo como outro de radiação verificam-se deformações similares nas fibras elásticas e reduzida elasticidade cutânea (IMOKAWA, ISHIDA, 2015). A elasticidade da pele está diretamente relacionada com a arquitetura tridimensional formada pelas fibras de colagénio e elastina encontrada na derme. Numa pele não exposta à radiação, essa estrutura apresenta um padrão22 ordenado de fibras verticais organizadas em diversas camadas, sendo que, em cada camada, as fibras orientam-se de forma diferente às fibras da camada adjacente originando um aspecto de malha (IMOKAWA, ISHIDA, 2015). Já numa pele exposta a radiações verificam-se alterações nessas malhas de fibras elásticas bem como o seu enfraquecimento na derme (IMOKAWA, ISHIDA, 2015). O mecanismo de ação mais aceite para explicar estas alterações estruturais devido à exposição solar baseia-se na repetida exposição a radiações UV que promove um aumento na produção de IL-1α, IL-6 e GM-CSF (Granulocyte-macrophage colonystimulating factor) pelos queratinócitos (LIU, 2014). A IL-1α e o GM-CSF penetram na derme e promovem um aumento da secreção de neprilisina pelos fibroblastos, que irá romper as fibras elásticas que envolvem estas células, comprometendo a estrutura da malha de fibras elásticas. A IL-6, por sua vez atua na degradação do colagénio tipo I por promover a ativação de metaloproteinases (IMOKAWA, 2015). 5.1 Tratamento Atividade física: alongamento e fortalecimento muscular Fonte: mundodastribos.com 23 Alongamento: O primeiro passo para a atividade física bem-sucedida é, além de uma avaliação acerca da capacidade cardiorrespiratória do indivíduo (para adequação dos exercícios), sejam avaliadas as suas condições físicas, como a amplitude e mobilidade articular. Justamente por isso, a prescrição de alongamentos é fundamental neste processo. Fortalecimento: A atividade física regular influencia o tecido muscular (melhora força muscular, aumenta a resistência à fadiga, aumento do fluxo sanguíneo muscular devido ao aumento nas demandas de oxigênio), mas também outros tecidos não musculares: aumento do tecido conjuntivo muscular, fortalecimento ósseo com aumento de minerais e hidroxiprolina, a cartilagem se espessa entre os segmentos em atividade, aumento na força de ruptura dos ligamentos e tendões. Destacam-se ainda seus efeitos no controle ponderal (perda de peso e manutenção do mesmo). Estimulação elétrica neuromuscular A estimulação elétrica neuromuscular pode resultar em hipertrofia e aumento da potência muscular, alcançados quando são utilizados níveis adequados de intensidade e frequência. Observa-se ainda aumento da irrigação sanguínea e aumento do retorno venoso e linfático, por provocar sucessivamente contrações e relaxamentos musculares. Atualmente, e cada vez mais, vêm sendo desenvolvidos métodos e técnicas inovadoras que visam o tratamento e/ou reversão dos efeitos que os processos degenerativos causam na pele. Em relação ao tratamento da flacidez cutânea, destacam-se: a Radiofrequência e a Fototerapia. Radiofrequência: modalidade não invasiva que estimula alterações na conformação do colagénio e promove a neocolagenese através de energia térmica aplicada nas camadas profundas do tecido cutâneo e subcutâneo. Com isso, há uma contração do colagénio e consequente aumento da sua síntese. É necessário, contudo, 24 que este tipo de tratamento seja feito com frequência para que se alcancem resultados prolongados; Fototerapia: utiliza a luz emitida por LEDs, com comprimentos de onda variáveis (405nm à 940nm), que não causa danos aos tecidos. Este procedimento promove a estimulação direta intracelular que leva à síntese de proteínas dentre as quais encontra-se o colagénio e a elastina (efeito denominado fotobioestimulação ou fotomodulação); Mesoterapia: é uma técnica minimamente invasiva, que consiste em micro injeções intradérmicas de substâncias farmacológicas aplicadas diretamente na região a ser tratada. O uso de dimetilaminoetanol (DMAE), análogo da vitamina B, vem sendo estudado como potencial agente no tratamento dos efeitos do envelhecimento, bem como promoção da firmeza cutânea. Ficou demonstrado que o uso desta substância, em conjunto com aminoácidos, neste tipo de tratamento tem um efeito positivo na síntese e catabolismo do colagénio, fundamental para a reestruturação da pele envelhecida. 6 FIBROEDEMA GELÓIDE Fonte:feminefisioterapia.wordpress.com 25 Conhecida popularmente por "celulite", é uma condição caracterizada por proporcionar uma aparência de "casca de laranja" à pele e afeta predominantemente a zona posterior das coxas, as nádegas e a zona abdominal. Não existe mortalidade ou morbidade associada à celulite, portanto ela não é considerada uma patologia, mas sim uma condição estética (KHAN, 2010). É um processo que atinge maioritariamente as mulheres de todas as raças (cerca de 85%), mas já foi descrita uma maior incidência em mulheres caucasianas do que em mulheres asiáticas (KHAN, 2010). Frequentemente confunde-se a lipodistrofia ginóide com a obesidade, mas é importante deixar claro que são processos diferentes. Enquanto na obesidade observa-se hipertrofia e hiperplasia dos adipócitos, a lipodistrofia ginóide envolve uma série de alterações estruturais na derme e alterações na microcirculação do tecido cutâneo (LIU, 2014). A celulite é, portanto, considerada uma condição fisiológica, embora suas características estruturais e metabólicas ainda não estejam bem esclarecidas (LIU, 2014). A Fibroedema Geloide é descrita como sendo uma distrofia celular complexa, com alterações do metabolismo hídrico, levando a uma saturação do tecido conjuntivo. É, desta forma, caracterizada como um distúrbio endócrino-metabólico e micro circulatório que causa alterações na matriz intersticial, bem como na estrutura do tecido adiposo subcutâneo (David, 2011. Apud ZERINI, 2015). De um modo geral, descreve-se a fisiopatologia deste processo com o aparecimento de fibrose tecidual, por uma crescente proliferação de fibroblastos em volta de células adiposas, associada a uma falha progressiva da circulação periférica e à falha metabólica no tecido adiposo (ZERINI, 2015). A etiologia do FEG é desconhecida, mas uma variedade de causas parece contribuir para o seu desenvolvimento, incluindo fatores estruturais, circulatórios, hormonais e inflamatórios. Alguns autores descrevem três hipóteses etiológicas que se baseiam em alterações anatômicas e hormonais, microcirculação e processo inflamatório crônico (DAVID, 2011). Em termos metodológicos, foi desenvolvido uma classificação da celulite de forma objetiva por meio de escalas foto numéricas, composta de cinco variáveis: número de depressões evidentes; profundidade das depressões visíveis; aparência morfológica das alterações de superfície da pele; grau de 26 flacidez ou frouxidão cutânea; classificação da escala de Nuremberg e Muller, em que a soma final da pontuação classifica o indivíduo em uma de três categorias de gravidade: leve (1-5 pontos), moderada (6-10 pontos) e grave (11- 15 pontos) (DAVID, 2011). Autores descrevem, entretanto, diversas hipóteses para este processo: Edema no tecido conjuntivo: ocorre por aumento do conteúdo hídrico, devido à acumulação de proteoglicanos na matriz extracelular; Alterações na microcirculação: por compressão nos sistemas venoso e linfático que pode originar linfoedemas, lipoedemas ou ainda lipolinfoedemas; Hipóteses relacionadas com fatores inflamatórios: biópsias em tecidos com celulite permitiram identificar a presença de células pró-inflamatórias (macrófagos e linfócitos); Particularidades na estrutura das fibras de tecido conjuntivo subcutâneo no sexo feminino: esta teoria refere-se, principalmente, ao direcionamento do septo fibroso. Este direcionamento é também a explicação pela qual a celulite atinge maioritariamente as mulheres. No sexo feminino é descrito um septo fibroso fino, orientado verticalmente à superfície cutânea originando compartimentos de célula adiposas em forma retangular, enquanto que no homem o septo fibroso é mais grosso e em uma projeção diagonal que origina compartimentosde adipócitos em formato poligonal (ALMEIDA, 2013). Para além das hipóteses descritas, também são relatados como fatores agravantes ao aparecimento da celulite a idade, stress, hipertensão arterial, uso de contraceptivos e hábitos como tabagismo, uso de roupas apertadas, má alimentação e sedentarismo. (DAVID, 2011). 27 Fonte:pt.slideshare.ne.br 6.1 Teste da casca de laranja Deve-se pressionar o tecido adiposo entre os dedos polegar e indicador ou entre as palmas das mãos. O teste será positivo caso a pele torne-se rugosa, semelhante à casca de uma laranja. 6.2 Teste da preensão Deve-se pressionar a pele juntamente com a tela subcutânea entre os dedos (movimento de pinça), promovendo um movimento de tração. Sendo a sensação dolorosa mais incômoda que o normal, é indicativo de FEG, já com alteração de sensibilidade. 6.3 Estágios do Fibroedema Gelóide Com exceção das palmas das mãos, plantas dos pés e couro cabeludo, que apresentam um tecido diferenciado, o FEG pode surgir em qualquer parte do corpo, preferencialmente porção superior das coxas (interna e externamente), porção interna dos joelhos, regiões de abdome, glúteos e porção superior dos braços (Antero e posteriormente). O mesmo apresenta três estágios não completamente delimitados, podendo ainda ocorrer uma sobreposição dos mesmos numa mesma área (TURATI, 2014). 28 A partir destas descrições sobre a Fibroedema Gelóide, este processo é atualmente classificado em quatro graus: Grau 1: pacientes assintomáticos e sem manifestações clínicas. Grau 2: em repouso, não se verificam alterações visíveis no relevo de pele; com compressão da pele ou contração muscular, verifica- se uma pele pálida com temperatura e elasticidade reduzidas. Grau 3: em repouso é possível verificar uma pele com aspecto de "casca de laranja"; granulações finas são palpáveis; há dor associada à palpação; verifica-se redução da elasticidade e da temperatura em uma pele pálida. Grau 4: caracterizada pelas mesmas alterações identificadas no Grau III, mas há um aumento visual, palpável e doloroso dos nódulos e também um aumento na aparência de ondulações da pele. Fonte: mundoestetica.com.br 6.4 Tratamento Como já foi referido, a celulite é um processo multifatorial e complexo, portanto estão descritos uma série de tratamentos que envolvem diferentes áreas de atuação. Estes englobam desde técnicas não invasivas (produtos cosméticos, dietas com ou sem suplementos nutricionais e massagens), até técnicas invasivas, como lipossucção (TURATI, 2014). 29 Observaram que, independentemente da idade, a presença de celulite corresponde a um desgaste da camada dérmica, maior comprimento da interface derme-tecido subcutâneo e um decréscimo da densidade dérmica. Parâmetros biomecânicos da pele como elasticidade (DAVID, 2011). Sabe-se que os melhores resultados são encontrados quando os tratamentos são integrados e é fundamental ressaltar que podem levar meses até que se verifiquem os efeitos desejados a partir de um determinado tratamento (DAVID, 2011). Por ser uma desordem multifatorial, o tratamento do FEG deve contemplar diferentes aspectos e se direcionar a tratar a fibrose, a flacidez muscular, o acúmulo de gordura, a tonificação cutânea e o edema tecidual. Uma variedade de terapias tem sido proposta para o tratamento do FEG, objetivando a perda de peso graças à diminuição da gordura subcutânea, reduzindo a aparência da casca de laranja, o que leva à procura de métodos terapêuticos para redução de medidas de maneira mais eficaz (MILLIKAN, 2003. Apud KRUGLIKOV, 2011). A maioria das abordagens terapêuticas concentra-se na indução da lipólise ou redução do edema. No entanto, a celulite é uma alteração complexa da pele com etiologia multifatorial, e, justamente por este motivo, estabelecer estratégia que foque em todos os aspectos da fisiopatologia é importante para o sucesso do tratamento (KHAN, 2010). A celulite vem sendo tratada maioritariamente através de massagens que têm por base levar à redução do edema associado ao aparecimento da celulite. Estas massagens recorrem quase sempre ao uso de produtos cosméticos contendo substâncias ativas que melhorem a celulite (KRUGLIKOV, 2011). Drenagem linfática – técnica de massoterapia com uso de cremes especiais nas áreas acometidas com intuito de aumentar a circulação e promover desintoxicação. Ajuda a drenar líquidos acumulados entre as células de gordura. É, no entanto, improvável que uma aplicação tópica destes agentes possa ter um efeito nas alterações fisiológicas provocadas pela celulite, devido à dificuldade das moléculas em atingirem os locais alvo (KHAN,2010). 30 Tratamento cirúrgico Fonte: vilamulher.com.br O tratamento cirúrgico é um procedimento exclusivamente medido e é executado via lipoaspiração superficial, com rompimento de bandas fibrosas e liberação da gordura projetada (TURATI, 2014). Outra técnica que trata alterações de relevo cutâneo é a subcisão, que consiste em uma intervenção na junção dermo-hipodérmica, deslocando as fibras de alto teor fibrótico. Tal procedimento pode ser realizado ambulatoriamente e consiste em algumas etapas, quais sejam: Delimitação das depressões que serão destacadas com lápis dermatográfico; Anestesia tópica com vasoconstrictor; Inserção na pele de um estilete especial tipo agulha, sendo o mesmo movimentado em leque no plano desejado, seccionando os septos fibrosos até que os mesmos deslizem livremente pelo tecido; O plano de dissecação abrigará um hematoma. Visando delimitá- lo, é colocada uma compressão quatro quilos aproximadamente, logo após o ato cirúrgico, que permanece no local durante 4 a 5 minutos; Utilização de malha compressiva é indicada no intuito de minimizar e diminuir edemas; 31 A fisioterapia precoce diminui o risco de complicações. O fisioterapeuta terá como etapas de reabilitação pós-cirúrgica: Drenagem linfática manual de membros inferiores, abdome, região glútea e lombar: para melhora da cicatrização e diminuição do edema pós-cirúrgico; Crioterapia (gelo) nas primeiras 24h; Ultrassom após 24h, na frequência de 3 MHz, com intensidade média de 0,4 a 0,6 Wcm-2, no modo contínuo ou pulsado 50%: atenuando hematomas e desta forma, diminuindo o risco de fibrose; Massagem de fricção e/ou amassamento circular, desde que não provoque a formação de novas petéquias ou hematomas: prevenir a formação de aderências; Laser após 24 horas, com densidade de energia 8J/cm-2, de forma pontual: estimulação do processo de cicatrização. Terapia nutricional Fonte:pt.slideshare.net O ditado popular “você aquilo que você come” é verdadeiro e, por isso, quem deseja tratar disfunções estéticas, deve também cuidar de sua alimentação, especialmente se já existe um quadro de sobrepeso ou obesidade presente (VIDAL, MOREIRA, 2015). 32 Nutrientes são substâncias que formam e compõem os alimentos. Desempenham no organismo funções como produção de energia (glicídios, lipídeos e proteínas), construção de tecidos (proteínas), além disso, os minerais e a água, junto às vitaminas, têm ação reguladora de funções orgânicas. A seguir, vamos descrever as principais características desses nutrientes (VIDAL, MOREIRA, 2015). Ao invés de dietas “mirabolantes” ou dietas mágicas (aquelas onde promete-se perder muita massa corpórea em pouco espaço de tempo), o ideal é uma reeducação alimentar, via dieta adequada. Uma dieta hipocalórica, elaborada por um profissional especializado (nutrólogo ou nutricionista), contribui muito neste processo (VIDAL, MOREIRA, 2015). Eletroterapia Fonte:dermatofuncional.facafisioterapia.net De acordo com a resposta fisiológica desencadeada, diversos tipos de correntes podem ser utilizados.Corrente galvânica: pode ser usada pura ou associada a drogas despolimerizantes (iontoforese). No primeiro caso, quando a mesma é utilizada pura, os efeitos fisiológicos característicos da corrente, os efeitos eletroquímicos, osmóticos e as modificações vasomotoras podem promover uma melhora da nutrição tecidual da região afetada secundária ao aumento da circulação local, 33 que ocorre principalmente no polo negativo, por ser mais estimulante (LIMA, RODRIGUES, 2012). Já na ionização, a medicação introduzida busca promover a despolimerização da substância fundamental amorfa. Dentre os medicamentos que podem ser utilizados, destacam-se as enzimas mucopolissacaridases combinadas ou não com outros fármacos (AGENES, 2011). Correntes dia dinâmicas: a corrente difásica (DF), monofásica (MF), a curtos períodos (CP) e a ritmo sincopado (RS) são as correntes dia dinâmicas que podem ser utilizadas, cada qual com um objetivo diferenciado (AGNES, 2011). Correntes excito motoras: a estimulação elétrica neuromuscular (NMES) é um interessante complemento no tratamento do FEG. Objetiva, via contração muscular, o fortalecimento e/ou hipertrofia muscular bem como o aumento da circulação sanguínea e linfática, melhorando o trofismo dos tecidos. Embora muito empregada, a mesma deve ser utilizada com cautela por parte dos profissionais da estética (AGNES, 2011). Terapia física Fonte: cegabrielagoncalves.com.br O tecido afetado pelo FEG é mal oxigenado pouco nutrido, uma vez que a circulação sanguínea e linfática nestes locais encontram-se deficientes. Diante 34 do exposto, justifica-se o fato da prática de atividade física regular ser parte fundamental no tratamento desta disfunção (PUJOL, 2011). A atividade física melhora a circulação de retorno, a função cardiorrespiratória, o tônus muscular, aumenta o metabolismo e promove uma mobilidade adequada, uma amplitude de movimento normal necessária para a completa mobilidade e flexibilidade da articulação e estruturas que a compõem (músculos, tecidos conjuntivos e pele) (PUJOL, 2011). As atividades físicas indicadas são aquelas que promovam a queima de gorduras como exercícios aeróbicos, ao qual se inclui: caminhadas, corridas, bicicletas, natação, futebol, vôlei, ginástica aeróbica (KLEIN, 2012). Essas atividades necessitam de energia para a contração muscular e esta é ofertada através da degradação das gorduras e açúcares presentes no organismo. As gorduras fornecem mais energia que os açucares. Porém sua degradação é mais demorada, ao contrário dos açúcares – os primeiros a serem requisitados, necessitando assim que os exercícios sejam feitos por um intervalo de tempo maior (mais de vinte minutos) para que então as gorduras possam entrar como fornecedoras de energia (KLEIN, 2012). Terapia medicamentosa Fonte: redesemblant.com.br 35 Mesoterapia ou intradermoterapia: consiste na utilização da derme como receptora e difusora de pequenas quantidades de medicamentos, incluindo anestésicos, corticosteroides, antibióticos, dentre outros (TURATI, 2014). Consistem em introduzir múltiplas injeções intradérmicas de enzimas, vasodilatadores e de substâncias farmacológicas que auxiliam o metabolismo do tecido conjuntivo. A injeção dos mesmos é feita via pistola, que porta uma agulha de aproximadamente 4 mm. Procedimento exclusivamente médico (TURATI, 2014). Ativos farmacológicos: tais ativos, utilizados no tratamento do fibro edema gelóide, atuam no tecido conjuntivo ou na microcirculação, podendo ser utilizados por via tópica, sistêmica ou transdérmica (CONRADO, 2010). Dentre os princípios ativos atuantes na microcirculação, destacam-se os extratos vegetais de hera, e castanha da índia, gingo biloba e rutina, que agem diminuindo a hipermeabilidade capilar e aumentando o tônus venoso. Dos ativos usados no tratamento do FEG com ações sobre o tecido conjuntivo, destaca-se o silício e a Centella asiática (CONRADO, 2010). Endermologia Fonte: mcoelhofisio.blogspot.com.br Também chamada dermotonia englobam equipamentos específicos baseados na aspiração (sucção), acrescidos de uma mobilização tecidual efetuada por rolos motorizados, localizados no cabeçote. Produz uma 36 mobilização profunda da pele e tela subcutânea, permitindo um incremento na circulação superficial. Isso ocorre devido ao vácuo formado, que produz uma pressão negativa. As manobras devem ser realizadas no sentido das fibras musculares e linhas de tensão da pele, visando evitar flacidez tecidual (MATTIA, 2011). A lipodistrofia localizada é o acúmulo de tecido gorduroso em excesso em determinadas partes do corpo. A Endermologia é uma técnica dentro da fisioterapia Dermato‐funcional (estética), que atua no tratamento dessas lipodistrofia, agindo nos planos cutâneos e subcutâneos (MATTIA, 2011). Segundo Chang, a técnica de endermologia, através do Endermologia tem sido utilizada na França, Estados Unidos, entre outras nações, como um método alternativo para modificar a distribuição de gordura no plano subcutâneo. Considerando que essa técnica pode evitar possíveis procedimentos cirúrgicos e melhorar a autoestima das pessoas que sofrem com este problema, a realização deste estudo tem como objetivo, comprovar a eficácia do recurso de endermologia no tratamento da lipodistrofia localizada (MATTIA, 2011). Ultrassom Fonte:lcmed.com.br A utilização do ultrassom no tratamento do FEG encontra-se relacionado aos seus efeitos fisiológicos associados à sua capacidade de veiculação de 37 substâncias através da pele, processo denominado fonoforese (CHARTUNI, 2011). O ultrassom é uma modalidade de penetração profunda, capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos térmicos e não térmicos. Os efeitos térmicos dentro dos tecidos estão diretamente ligados à elevação da temperatura do tecido provocada pelo ultrassom, variando de acordo com o coeficiente de absorção e a espessura do tecido. A absorção vai depender da natureza do tecido, seu grau de vascularização e a frequência do ultrassom (CHARTUNI, 2011). Dentre os efeitos do mesmo, destacam-se a neovascularização (com consequente incremento da circulação sanguínea), rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras colágenas e melhora das propriedades mecânicas do tecido (CHARTUNI, 2011). Massoterapia Fonte: sielo.com.br Por apresentar uma etiologia multifatorial, a massagem não deve ser utilizada como único recurso de tratamento do FEG, mas pode ser utilizada como coadjuvante. A mesma promove analgesia e incremento na circulação sanguínea e linfática, devendo ser realizada de forma intermitente, suave e 38 superficial, com o objetivo inicial de dessensibilização (SILVA, SILVA, MACEDO, 2010). Outros efeitos são o auxílio na penetração de produtos com princípios ativos específicos, diminuição da resistência da pele às correntes e aumento da maleabilidade tecidual. A massagem vigorosa não deve ser realizada. A massagem desobstrui os poros, deixa a pele hidratada e mais delicada. Atua sobre as células mortas, apressando sua eliminação, estimula a circulação sanguínea ocorrendo hiperemia local. Atua na eliminação de retenção de líquido devido a sua atuação também no sistema linfático (SILVA, SILVA, MACEDO, 2010). Consiste em movimentos rítmicos, vigorosos e com maior pressão do que outras técnicas de massagem. Tem por objetivo aumentar a circulação sanguínea, e provocar o esvaziamento das células adiposas onde os movimentos empregados produzem calor dando maior mobilidade ao conteúdo do adipócito fazendo com que ela seja eliminada pelas vias excretoras corporais (SILVA, SILVA, MACEDO, 2010). Drenagem linfática manual Fonte:guiadobebe.uol.com.br A drenagem linfática manual (DLM) tambémdeve ser utilizada como recurso no tratamento do fibro edema gelóide (FEG), uma vez que favorece a diminuição de edemas. É importante que a técnica seja associada à elevação do 39 segmento corporal que está sendo drenado. Caso contrário, existe a possibilidade de ocorrência de uma estase venosa e linfática, com drenagem reduzida (GODOY, 2011). A drenagem linfática manual (DLM) é uma técnica específica aplicada através de manobras manuais sobre as vias linfáticas e nos linfonodos que tem como finalidade evacuar os subprodutos do metabolismo celular e drenar líquidos excedentes que banham as células, mantendo o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais (GODOY, 2011). Os principais efeitos das manobras de DLM estão fundamentados no aumento circulatório provocado pela compressão externa dos tecidos. Uma drenagem linfática bem sucedida é capaz de alcançar os mais diversos resultados que vão de estéticos como cura ante estresse, anticelulite, antienvelhecimento, pré e pós parto a terapêuticos como otimização dos resultados pós-operatórios, tratamento e preparação para todas as cirurgias estéticas, retenção de líquido e má circulação (GODOY, 2011). 7 MELASMA Fonte: epainassist.com A pele é o mais visível aspecto do fenótipo humano e sua cor é um de seus fatores mais variáveis. Pouco se conhece sobre as bases genéticas, evolutivas e os aspectos culturais relacionados ao estabelecimento dos padrões 40 de cor da pele humana. Acredita-se que as variações, na cor da pele, sejam ganhos evolutivos e estejam relacionadas com a regulação da penetração da radiação ultravioleta (RUV) (MASCENA, 2016). A síntese de vitamina D na pele, degradação de ácido fólico pela RUV, resistência à exposição solar direta e elementos culturais são argumentos sobre os quais tentam explicar a distribuição fenotípica da cor da pele em diferentes latitudes do planeta. A cor da pele humana normal é principalmente influenciada pela produção de melanina, um pigmento castanho denso, de alto peso molecular, o qual assume o aspecto enegrecido, quanto mais concentrado (MASCENA, 2016). No entanto, pigmentos exógenos amarelos - os carotenoides -, também contribuem para a coloração da pele, assim como o vermelho endógeno, da hemoglobina oxigenada nos capilares da derme e azul endógeno, da hemoglobina reduzida nas vênulas (FINLAY, 2012). Em humanos, a pigmentação da pele e dos cabelos é dependente da atividade melanogênica, dentro dos melanócitos, da taxa de síntese de melanina, bem como do tamanho, número, composição e distribuição de partículas do citoplasma dos melanócitos, denominadas melanossomas, além da natureza química da melanina que elas contêm (FINLAY, 2012). Os melanócitos e os melanossomas têm seu número relativamente constante, em diferentes etnias, como discutido adiante. O nome deriva do grego melas (negro). Cloasma é um termo que é usado com o mesmo sentido, sendo também derivado do grego cloazein (estar esverdeado) (COSTA, 2012). A denominação melasma constitui, portanto, uma designação mais adequada para a doença. O mesmo desencadeia grande impacto na qualidade de vida de quem o apresenta, podendo inclusive estar relacionado a casos de diminuição da autoestima, estresse, isolamento social e depressão (MASCENA, 2016). O melasma é uma hipermelanose crônica, adquirida, que acomete áreas expostas da pele, principalmente as regiões frontal e malar. Afeta ambos os sexos, com maior incidência em mulheres, especialmente gestantes. Ocorre em todas as raças, particularmente em indivíduos com fototipos altos, que vivem em 41 áreas com elevados índices de radiação ultravioleta (UV) (NICOLAIDOU, KATSAMBAS, 2014). Foi descrita uma relação direta entre melasma e fatores hormonais femininos, com estudos demonstrando níveis elevados de hormônio luteinizante (LH) e baixos de estradiol sérico. Sugere-se ainda etiologia vascular, na qual os melanócitos que apresentam receptores de fator do crescimento do endotélio vascular (VEGF) poderiam responder a fatores angiogênicos, aumentando a vascularização e contribuindo para a hiperpigmentação cutânea. Além disso, a microscopia eletrônica demonstra aumento da síntese de tirosinase nas lesões de melasma (NANDA, 2004. Apud COCHRANE, 2011). A ocorrência familiar sugere predisposição genética, o melasma é classificado de acordo com características clínicas e histológicas. Em relação à localização do pigmento, pode ser epidérmico, dérmico ou misto. Esta classificação tem especial importância para definir a escolha terapêutica e o prognóstico (COCHRANE, 2011). O melasma é uma patologia que pode causar impacto negativo na vida das pessoas por sua hiperpigmentação inestética. Estudos comparativos entre a pele hiperpigmentada e a pele sã desses pacientes, assim como estudos com mulheres pós-menopausa, gestantes e homens seriam de grande ajuda para a formação de hipóteses sobre sua fisiopatogenia e para a escolha de tratamentos adequados (COCHRANE, 2011). 7.1 Recursos para tratamento O tratamento do melasma é geralmente insatisfatório, pela grande recorrência das lesões e pela ausência de uma alternativa de clareamento definitivo. Estudos clínicos controlados indicam a fotoproteção e uso de clareadores como as medidas de primeira linha no seu tratamento (MIOT, 2009). O tratamento do melasma tem como principal objetivo o clareamento das lesões e a prevenção e redução da área afetada, com o menor número possível de efeitos adversos. Os principais agentes utilizados e seu provável mecanismo de ação são descritos (COCHRANE, 2011). Recomendações adicionais incluem descontinuação de pílulas anticoncepcionais, suspensão do uso de produtos cosméticos perfumados e de drogas foto tóxicas. Outras formas de tratamento podem ser utilizadas, como 42 peelings químicos, microdermoabrasão, luz intensa pulsada e lasers (COCHRANE, 2011). Todos os tipos de pele estão propícios ao desenvolvimento dos distúrbios pigmentares, porém, em pacientes com pele mais escura a terapia geralmente é dificultada, exigindo aplicação tópica de agentes despigmentantes como a hidroquinona, prevenção e proteção solar e às vezes, aplicações de peelings químicos, com o intuito de reduzir a hiperpigmentação, tomando um certo cuidado no clareamento indesejado da pele normal (NEUMANN, 2011). 8 ENVELHECIMENTO Fonte:horoscopovirtual.uol.com.br O envelhecimento é um processo inexorável e inevitável. Diz o ditado popular que só não envelhece quem morre jovem. Não podemos parar o processo de envelhecimento, entretanto, é possível retardá-lo. Não é possível interromper o processo, mas podemos tomar atitudes e cuidados no dia-a-dia que facilitam chegar à terceira idade com qualidade de vida. Nesse sentido, a área da estética tem muito a oferecer (DAWALIB, ANACLET, WITTE, GOULAR, AQUINO, 2013). O envelhecimento representa o conjunto de consequências ou os efeitos da passagem do tempo. Pode ser considerado biologicamente como a involução morfofuncional que afeta todos os sistemas fisiológicos principais, de forma 43 variável. Essa involução não impede, entretanto, que a pessoa se mantenha ativa, independente e feliz. Representa, do ponto de vista psíquico, a conquista da sabedoria e da compreensão plena do sentido da vida (DAWALIB, ANACLET, WITTE, GOULAR, AQUINO, 2013). A velhice bem-sucedida, física e psiquicamente, constitui-se, indiscutivelmente, na grande fase da vida, onde o ser humano está preparado para entrar em comunhão com a grandiosidade da criação. A maioria das pessoas, entretanto, mantém-se fixada aos valores da juventude e não consegue enxergar a beleza dos anos vividos e da experiência acumulada (GUARIENTO, 2011). O envelhecimento “tem, sobretudo, dimensão existencial, como todas as situações humanas, modifica a relação do homem com o tempo, com o mundoe com sua própria história revestindo-se não só de características biopsíquicas, como também sociais e culturais” (CANNON, 2015). O envelhecimento pode ser definido como um processo sócio vital multifacetado ao longo de todo o curso da vida. A velhice denota o estado de “ser velho”, condição que resulta do processo de envelhecimento que gerações vivenciaram e vivenciam dentro de contextos sociais, políticos e individuais diversos (CANNON, 2015). Há evidências de que a grande maioria dos idosos apresenta nível elevado de comprometimento funcional, dependência e solidão. Entretanto, envelhecer não é sinônimo de doença, inatividade e contração geral no desenvolvimento (Neri, 2007. Apud GUARIENTO, 2011). Na literatura gerontológica, envelhecer é considerado um evento progressivo e multifatorial, e a velhice é uma experiência potencialmente bem- sucedida, porém, heterogênea, e vivenciada com maior ou menor qualidade de vida (GUARIENTO, 2011). 8.1 Sobre o envelhecimento Os idosos representam 12% da população mundial, com previsão de duplicar esse quantitativo até 2050 e triplicar em 2100. A maior longevidade pode ser considerada uma história de sucesso para a humanidade. Esses anos extras 44 de vida permitem à população planejar o futuro de modo distinto das gerações anteriores, dependendo de um elemento central: a saúde (TAVARES, JESUS, MACHADO, BRAGA, TOCANTINS, MERIGLI, 2017). A OMS define o envelhecimento saudável como o “processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem- estar na idade avançada”. A capacidade funcional, por sua vez, pode ser compreendida como a associação da capacidade intrínseca do indivíduo, características ambientais relevantes e as interações entre o indivíduo e essas características (TAVARES, JESUS, MACHADO, BRAGA, TOCANTINS, MERIGLI, 2017). A capacidade intrínseca é a articulação das capacidades físicas e mentais (incluindo psicossociais). As características ambientais são o contexto de vida, incluindo as relações sociais. O bem-estar é singular e permeado de aspirações subjetivas, incluindo sentimentos de realização, satisfação e felicidade (CANNON, 2015). Além da compreensão abrangente da OMS sobre o envelhecimento saudável, é válido também explorar a reunião de evidências científicas acerca da perspectiva dos idosos sobre essa temática, já que são os principais atores nesse contexto. Esse conhecimento poderá fornecer informações adicionais para subsidiar intervenções e assistência voltadas a esse grupo, assim como contribuir com uma das diretrizes da Estratégia Global e Plano de Ação para o Envelhecimento e a Saúde 2016-2020, que incentiva a construção e síntese de evidências sobre o envelhecimento saudável. Neste sentido, a presente investigação objetivou identificar a perspectiva de idosos sobre o envelhecimento saudável em produções científicas (PHORTE, 2006. Apud CANNON, 2015). Esse aumento da expectativa de vida faz com que as pessoas busquem cada vez mais manterem-se fisicamente mais jovens. A longevidade proporcionada pelo desenvolvimento científico (ou seja, a cada dia surgem novas e melhores técnicas para tratamentos faciais e corporais, para as mais diversas finalidades), associada a uma facilidade de acesso a essas novas tecnologias, favorece esse processo de crescimento na área da saúde e da beleza (CANNON, 2015). Atentos a esse potencial mercado consumidor em expansão, a área da estética vem crescendo de forma exponencial, visando retardar os efeitos do envelhecimento, atenuando marcas de expressão, favorecendo o contorno 45 corporal desejado e até mesmo proporcionando uma aparência mais jovem (NEUMANN, 2011). Além do motivo tratado anteriormente, que diz respeito ao aumento da expectativa de vida, observamos ainda uma crescente influência da mídia no dia a dia das pessoas. A busca pelo corpo perfeito, por uma aparência mais jovem, o ideal de beleza concebido pelo mundo da moda onde modelos magérrimas desfilam pelas passarelas, favorecem esse crescimento do setor (DAWALIB, ANACLET, WITTE, GOULAR, AQUINO, 2013). Fonte:slideplayer.com.br Dentre as principais alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento, que são observadas no organismo, encontramos: Retardamento da síntese de proteínas, que parece ser o fenômeno metabólico mais evidente deste processo, favorecendo um desequilíbrio entre a formação e a degradação das mesmas; Menor conteúdo de água no organismo; Involução de funções endócrinas; Menor funcionalidade do DNA e do RNA; Diminuição da qualidade e qualidade das regenerações; As glândulas sebáceas e sudoríparas diminuem em quantidade e em função; Processo de cicatrização mais demorado; 46 Receptores sensitivos de dor, calor e pressão, tornam-se menos sensíveis e em menor número; A pele tende a tornar-se delgada, enrugada em alguns lugares, seca (a camada córnea torna-se mais permeável) e ocasionalmente escamosa; As fibras colágenas da derme tornam-se mais grossas e as elásticas perdem parte de sua elasticidade Tendência do organismo a se tornar hipotérmico, relacionado ao declínio metabólico geral, devido ao menor consumo de oxigênio e menor produção de dióxido de carbono e calor. Perda de força muscular Progressiva e contínua perda de massa muscular esquelética, com substituição das mesmas por gordura, fato este que inicia após os 30 anos. Tendência ao atrofiamento do melanócito, sendo por isso frequente o aparecimento de cabelos brancos (grisalhos), e manchada devido à diminuição de pigmentos em determinadas áreas. Diminuição da aptidão cardiorrespiratória Ao andar, apresenta alteração do centro de gravidade, aumento da base de sustentação e passos mais curtos. Lembrando que as alterações acima descritas podem sofrer alterações, conforme o estilo de vida e cuidados do indivíduo. E trata-se do envelhecimento fisiológico, senil. Exemplo: em pessoas que praticam atividades físicas regulares (mínimo 30 minutos, por pelo menos 3 vezes por semana em dias intercalados), essa perda de massa muscular com substituição do mesmo por tecido gorduroso acontecerá com menor intensidade. O processo será retardado, ao invés de acelerar com o passar dos anos. Pessoas que vivenciam o envelhecimento acompanhado de doenças, quaisquer que sejam (diabetes, hipertensão 47 arterial, doenças oculares, renais, cardíacas, pulmonares ou outras), apresentam resultados e complicações ainda mais agravantes decorrentes do mesmo. Não existe ainda uma explicação sobre a causa exata do processo de envelhecimento, mas existem algumas teorias para tentar explicá-lo. Algumas parecem mais plausíveis que as demais, embora todas se encontram relacionadas. Fonte:pt.slideshare.net 8.2 Teoria do relógio biológico Como o próprio nome diz, esta teoria defende que o organismo apresenta um relógio biológico que define as épocas da vida onde ocorrerá cada uma das alterações. Acredita-se que este controle ocorra em nível hormonal com centro cerebral regulador e em nível de transmissão de códigos genéticos e síntese proteica, que são os ácidos nucleicos (DNA e RNA). 8.3 Teoria da multiplicação celular Esta teoria defende que o envelhecimento é secundário do desgaste das células em seu processo fisiológico de multiplicação. Tal afirmação é justificada 48 pelos pesquisadores que defendem esta teoria. Eles acreditam que todas as células do corpo têm a capacidade intrínseca de multiplicar-se (exceto as cerebrais); entretanto, com o passar dos anos, esta capacidade diminui progressivamente, até que este processo cesse totalmente. 8.4 Teoria das reações cruzadas de macromoléculas Baseada no princípio ortomolecular, Bjorkstein fundamenta-se no princípio ortomolecular, que afirma que o organismo humano é formadopor trilhões de moléculas definidas, com equilíbrio determinado pela conservação de sua normalidade. Contudo, alterações nesta condição por agentes internos (aldeídos, radicais lipídicos), denominados endógenos ou exógenos (externos: poluição, fumo, estresse, água, radiações), acabam por desordenar este equilíbrio. Por ser um elemento de grande abundância no corpo humano, o colágeno seria alvo destas reações cruzadas. 8.5 Teoria dos radicais livres Até então, é a teoria que melhor explica fatos reais que acontecem no organismo, as alterações condicionadas pelos radicais livres no interior do organismo e que se relacionam ao envelhecimento seriam: Acúmulo de alterações oxidativas nas moléculas de longa vida como o colágeno, elastina e material cromossômico. Destruição de mucopolissacarídeos pela degradação oxidativa Acúmulo de resíduos metabólicos inertes pela oxidação polimerizante, reações estas que envolvem lipídios, particularmente os poli-insaturados e proteínas. Mudanças na integridade da membrana celular Fibrose arteriocapilar 49 Fonte:pt.slideshare.net 8.6 Teoria do desgaste Como o nome da teoria já diz, esta defende que o organismo funciona como uma máquina e, como qualquer outra, desgasta-se com o tempo. Com o passar dos anos, a sobrecarga do sistema pode gerar uma necessidade de adaptação (hiperplasia, hipertrofia, entre outros) e, desta forma, podendo desencadear lesões não reparadas corretamente. A somatória destas lesões dificultaria o funcionamento completo e perfeito do organismo ao longo dos anos e, consequentemente, seria uma das responsáveis pelo gatilho do envelhecimento. 8.7 Teoria autoimune Esta teoria defende que mutações sucessivas levariam ao surgimento de células cujo DNA codificaria a síntese de produtos diferentes dos normais, logo estranhos e não identificados pelas células imunocompetentes. 8.8 Recursos para prevenção e tratamento Como marcas visíveis do processo de envelhecimento, mais observadas em regiões do corpo mais expostas às intempéries, tais como: face, pescoço, 50 dorso das mãos, antebraços. Estas regiões, frequente expostas ao sol no dia a dia, nem sempre recebem a proteção adequada (COSTA, 2012). Fonte:sumayamattar.med.br O uso do filtro solar é essencial e indispensável para quem deseja ter uma boa aparência e mantê-la jovem por mais tempo, minimizando a aparência de manchas e doenças de pele. Mesmo quem já apresenta sinais marcantes decorrentes desse período de envelhecimento, ainda podem se beneficiar do filtro solar, haja vista que embora os efeitos deletérios para a pele sejam progressivos e acumulativos, efeitos ainda maiores podem evitados e/ou ser retardados (PARDINI, 2014). Além disso, quaisquer tratamentos que a pessoa se disponha a realizar, é importante que a pele seja protegida com um bom filtro solar, pois fica temporariamente mais sensível (PARDINI, 2014). Durante o processo de envelhecimento observa-se: A pele torna-se pregueada, enrugada, flácida e hiperpigmentada. Agravamento ou exacerbação dos sulcos e pregas naturais comprometidas Este processo pode ser denominado como foto envelhecimento, caracterizado por alterações clínicas, histológicas e funcionais da pele de pessoas idosas, expostas cronicamente ao sol ao longo das décadas de vida (COSTA, 2012). 51 O excesso de mímica também pode estar associado ao agravamento ou exacerbação dos sulcos e pregas naturais comprometidas. Isso porque com o passar dos anos, as fibras elásticas daqueles grupos musculares que foram usadas de forma exacerbadas e indevidas, acabam por desgastar-se, enrugar- se ou preguear a pele (PARDINI, 2014). Independente das causas, ainda não completamente definidas, sabe-se que o processo de envelhecimento é gradual, não poupando nenhum ser vivo e nenhum órgão, célula ou tecido. De todos os tecidos do corpo, a pele é o que mais revela os efeitos deste processo e também aquele mais acessível à pesquisa e estudos dos processos que o relacionam s (POBLACION, WITTER, RAMOS, FUNARO, 2011). As rugas, marcas na pele desencadeadas durante o envelhecimento, não podem ser evitadas, mas podem ser retardadas. Isso é fato. Procedimentos que estimulem a circulação local, melhorando a nutrição e o metabolismo, bem como aumento do tônus muscular, favorece a melhora da mesma e auxilia no retardamento do envelhecimento precoce (SOUSA, 2011). Algumas das terapias, que podem auxiliar neste processo preventivo, encontram-se descritas a seguir: Eletroterapia A estimulação elétrica facial é uma terapia muito utilizada para tratamento facial, sendo a corrente farádica a mais utilizada e difundida. Esta técnica produz efeitos semelhantes aos da contração muscular voluntária, tais como aumento do metabolismo muscular, maior oxigenação com maior liberação de catabólitos, dilatação das arteríolas e um consequente incremento da irrigação sanguínea do músculo, melhorando assim a sua nutrição e prevenindo a sua hipotrofia fisiológica. Laser Sua ação ocorre em nível celular, estimulando o crescimento do colágeno, com o qual é possível restituir a tensão da pele e, consequentemente, melhorar a expressão facial de pacientes entre a terceira e quinta décadas de vida, que apresentam sinais de envelhecimento da pele. 52 Na região dos olhos e pálpebras não deve se utilizar este procedimento, assim como na região do pescoço, pois pode hiperativar a glândula tireoide. O tipo de laser que será utilizado, sua intensidade e tempo de exposição devem ser calculados. Massoterapia Estudos indicam que a massagem estimula a circulação sanguínea superficial e renovação do extrato córneo. Ela provoca um incremento da velocidade da circulação sanguínea, promovem a hiperemia cutânea, com consequente aumento da temperatura da pele e, microscopicamente, aumento do número de capilares da pele em atividade. Cinesioterapia A atividade física regular é um dos artifícios para quem deseja retardar o processo de envelhecimento. A diminuição da aptidão cardiorrespiratória, que acontece progressivamente após a terceira década de vida pode ser retardada nestes casos. Fonte: cvcequipamentosmedicos.com.br Procedimentos médicos 53 Como o próprio título deste tópico diz, trataremos agora de alguns procedimentos utilizados e realizados única e exclusivamente pelo médico, normalmente o dermatologista. São tratamentos de “encher os olhos”, uma vez que apresentam resultado imediato, e quando realizados por um bom profissional, demonstra resultados animadores. O fisioterapeuta neste caso poderá atuar paralelamente ao médico, concomitantemente às intervenções feitas por ele, mais especificamente pré e pós-preenchimento: Pré-preenchimento, exercícios faciais são interessantes para a melhora do tônus muscular e, assim, melhora dos sulcos. Pós-procedimento, o uso de compressas frias e drenagem linfática estão liberados. A massagem clássica nesta fase encontra-se contraindicada, uma vês que pode causar irritação local e agilizar a reabsorção do material injetado. Botox Fonte: cirurgiaplasticanet.com Alguns autores citam a toxina botulínica como uma modalidade de preenchimento. Por se tratar de um procedimento muito procurado pelos (as) pacientes, trataremos aqui como um item a parte. 54 Em geral, ela é utilizada para minimizar a atividade muscular e, desta forma, atenuar rugas dinâmicas (PARDINI, 2014). Preenchimentos Existem as mais diversas substâncias utilizadas para preenchimento de rugas e sulcos. Dentre os sulcos, o preenchimento do nasogeniano é o mais procurado nos consultórios. Podem ser utilizados: Injeções de silicone (pouco usado atualmente devido ao risco de infecção e reação inflamatória como consequência da mobilização do material, casoocorra) Injeções de tecido adiposo ou colágeno (resultados por curto período de tempo) Materiais alo plásticos, tais como malhas de politetrafluoretileno (risco de reações desagradáveis, como infecção, inflamação e/ou extrusão do material) Materiais sintéticos, como o ácido hialurônico e suas derivações (um dos mais usados atualmente, embora apresente resultados temporários, 6 meses em média) Microesferas de acrílico envolvidas em um gel de colágeno - Metacrill e Artecoll (tidos como materiais não reabsorvíveis e, por isso, com duração de 5 anos em média) Enxerto autógeno de cartilagem conchal – orelha –, cuja única inconveniência é a palpação da mesma pelo paciente, sob a pele. 55 9 PERIMETRIA Fonte: espacoposturale.com.br A perimetria nada mais é que a mensuração, em centímetros, da circunferência de determinado segmento corporal. Essa medida, denominada perímetro, é o perímetro máximo de um segmento corporal quando medido em ângulo reto em relação ao seu maior eixo (MENEGASSI, GUIMARÃES, 2012). Para realização desta medida, é necessária uma fita métrica com precisão de 0,1 cm. Alguns autores descrevem a preferência por fita metálica, uma vez que outros materiais podem, ao longo do tempo de uso, ceder. Desta forma, alterando a medida real (MENEGASSI, GUIMARÃES, 2012). Através da perimetria como ferramenta de avaliação em estética corporal as clientes passam por avaliações corporais antes da primeira sessão, após quinta sessão, e após a décima sessão, isto é, avaliação pré-tratamento e durante e pós-tratamento. Nestas avaliações, realiza-se uma série de mensurações e registrando os valores de massa corporal, estatura, além de realizar medidas de perimetria da região que se quer reduzir, através do uso de uma fita métrica. (COSTA, 2012). A avaliação é importante para saber se os objetivos traçados estão sendo alcançados. Abrange o aspecto qualitativo, onde pode-se acompanhar o progresso do indivíduo. 56 Ela é de estrema importância para verificar a condição inicial, evolução e resultado final. Dessa forma é possível identificar quais os tratamentos, aparelhos, técnicas e cosméticos trarão mais benefícios ao avaliado permitindo a visualização na reavaliação, e também se necessária for, mudança de protocolo, caso os resultados não estejam sendo satisfatórios (COSTA, 2012). 9.1 Sua utilização na área da saúde e estética Devido à sua importância, é muito utilizada na área da saúde e atividade física. Em academias, por exemplo, é frequentemente utilizada durante a avaliação física. Uma grande parcela da população certamente já foi submetida à perimetria, mesmo que não soubessem o nome do procedimento (CUOCHINSKI, TOKARS, 2015). Na área da estética, ela é muito utilizada na avaliação pré-tratamento e reavaliação após o mesmo, especialmente nos tratamentos para redução de medidas, drenagem linfática, massagem modeladora ou redutora (CUOCHINSKI, TOKARS, 2015). 9.2 Cuidados importantes Entretanto, alguns cuidados são importantes para essa mensuração: Marcar corretamente os pontos dos perímetros utilizando caneta ou lápis dermatográfico Medir sempre num ponto fixo, pois a variação aponta erros. Medir sempre sobre a pele nua Nunca utilizar fita elástica ou de baixa flexibilidade Nunca esquecer o dedo entre a fita e a pele Não dar pressão excessiva nem deixar a fita frouxa Realizar três medidas e calcular a média Não medir o avaliado após qualquer tipo de atividade física Os cuidados acima são muito importantes, uma vez que a mensuração errada compromete o resultado final do tratamento. 57 Outro fator importante é que a repetição perimetria ser realizada pela mesma pessoa. Isso quer dizer que, a mesma pessoa que aferiu no momento da avaliação, deverá repetir o procedimento no dia da reavaliação. E de preferência, com a mesma fita métrica, no mesmo horário do dia, estando a paciente com as mesmas vestes. Isso pode parecer bobagem, mas faz uma tremenda diferença para quem deseja ser um profissional sério, cuidadoso e fiel ao tratamento oferecido (SOUSA, 2011). Portanto um instrumento confiável mede um evento de modo digno de importância, todas às vezes, de forma precisa, prevista e sem oscilação. Se uma avaliação funcional ou qualquer teste não é confiável os valores iniciais não mostram o efeito do tratamento e os resultados reais podem ser ocultados (SOUSA, 2011). Um instrumento com confiabilidade aceitável, deve apresentar-se estável e não indicará mudanças no valor das medidas obtidas. Se um paciente é examinado por vários terapeutas no decorrer do tratamento, ou é reexaminado com o passar do tempo para determinar alterações há longo prazo, a confiabilidade do instrumento de avaliação funcional precisa ser conhecida. 58 10 BIBLIOGRAFIA BENEDETTI, T.R.B.; MAZO, G.Z.; GOBBI, S.; AMORIM, M.; GOBBI, L.T; FERREIRAL; HOEFELMANN, C.P. Valores Normativos de Aptidão Funcional em Mulheres de 70 a 79 Anos. 2007. CAMARANO, A.A. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica. Cap. 10. In Freitas, Elizabete Viana de; PY, Ligia; CANÇADO, Flávio Aluízio Xavier; DOLL, Johannes; GORZONI, Milton Luiz. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. CANÇADO, F.A.X; HORTA, M.de L. Envelhecimento Cerebral. Cap. 19. In Freitas, Elizabete Viana de; PY, Ligia; CANÇADO, Flávio Aluízio Xavier; DOLL, Johannes; GORZONI, Milton Luiz. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 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