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Distúrbios genéticos e evolutivos Anomalia congênita é uma anomalia que afeta a estrutura ou função do corpo presente desde o nascimento. Pelo menos 50% das anomalias podem ser prevenidas. Etiologia - ambiental - genética - multifatorial (gene e ambiente) - desconhecida (50%). Epidemiologia 6% dos nascimentos no mundo e 0,7% dos nascimentos no Brasil (falha de registro) Fatores de risco - idade parental avançada - idade materna jovem - consanguinidade - doenças maternas crônicas ou durante a gestação - ISTs - exposição a drogas lícitas, ilícitas - e medicações exposição ocupacional - fatores mecânicos - fatores socioeconômicos e demográficos Biópsia de vilosidades coriônicas: a partir de 11 semanas, idealmente entre 12 e 14 semanas. Coleta de material fetal (amniocentese): ideal entre 15 e 16 semanas, mas pode ser realizada em qualquer momento. Cirurgias intra uterinas: meningomielocele - disponível em alguns centros brasileiros. Genótipo: É definido como a composição genética de um indivíduo, ou seja, o conjunto de todos os genes daquele organismo Fenótipo: Definido como o conjunto de características observáveis de um organismo. Expressão anatômica e fisiológica do genótipo. Exemplos de distúrbios genéticos: - síndrome de down - trissomia 21 - síndrome de turner - monossomia x - síndrome de edwards - trissomia 18 - síndrome de patau - trissomia 13 - síndrome de klinefelter - fibrose cística - hemofilia - neurofibromatoses - erros inatos do metabolismo Trissomia do 21 - síndrome de down Em cerca de 95% dos casos, há um cromossomo 21 extra separado (trissomia 21), que costuma ter origem materna. Essas pessoas têm 47 cromossomos, em vez dos 46 normais. Fisiopatologia - A maioria das pessoas afetadas têm algum grau de deficiência cognitiva, variando de grave (QI de 20 a 35) a leve (QI de 50 a 75). O QI comum de uma inteligência normal/média varia de 90 a 110. - Retardos motores e de linguagem grosseiros são também evidentes desde cedo na vida. - A altura é frequentemente reduzida e há o risco maior de obesidade. - Cerca de 50% dos lactentes afetados apresentam cardiopatias congênitas; defeito do septo ventricular e canal atrioventricular (coxim endocárdico) são os defeitos mais comuns. - Ainda são comuns as doenças de Hirschsprung e doença celíaca. - Muitos têm endocrinopatias, incluindo tireoidopatias (com mais frequência hipotireoidismo) e diabetes. - Hipermobilidade atlanto-occipital e atlantoaxial, assim como anomalias ósseas da espinha cervical, podem causar instabilidade atlanto-occipital e cervical, podendo provocar fraqueza e paralisia. - Em torno de 60% das pessoas têm problemas oculares, incluindo catarata congênita, glaucoma, estrabismo e erros de refração. - A maioria tem perda auditiva e as otites são muito comuns. - O envelhecimento parece acelerado. - As comorbidades que contribuem para a menor expectativa de vida incluem cardiopatias, maior susceptibilidade a infecções e leucemia mielogênica aguda. - As comorbidades que contribuem para a menor expectativa de vida incluem cardiopatias, maior susceptibilidade a infecções e leucemia mielogênica aguda. - Há maior risco de doença de Alzheimer precocemente, e a necropsia do cérebro de adultos com a síndrome revela achados microscópicos típicos. - Homens com síndrome de Down são inférteis, com exceção dos portadores de mosaicismo. Sinais e sintomas Exame fisico RN/paciente - A maioria tem perfil facial achatado (sobretudo ponte nasal achatada), mas alguns não têm características físicas incomuns óbvias no nascimento e então desenvolvem aspectos faciais característicos mais notáveis. - Occipício achatado (parte ínfero posterior da cabeça), microcefalia e pescoço curto com pele redundante na nuca são comuns. - Os olhos são inclinados para cima e geralmente há pregas do epicanto no canto interno dos olhos. - A boca geralmente permanece aberta com a língua saliente e enrugada que - não tem a fissura central. - As orelhas são, muitas vezes, pequenas e arredondadas. - Frequentemente, as mãos são curtas e largas e costumam ter uma única prega palmar transversa. - Os dedos costumam ser curtos, com clinodactilia (curvatura) do 5º dedo, quase sempre com apenas 2 falanges. - Os pés podem ter um amplo espaço entre o 1º e o 2º pododáctilos (pododáctilos da sandália), com um sulco plantar que frequentemente estende-se dorsalmente. Crescimento e desenvolvimento - À medida que as crianças afetadas crescem, o déficit de desenvolvimento mental e físico torna-se aparente. - A estatura costuma ser baixa. - Muitas vezes na infância aparece um comportamento sugestivo de déficit de atenção/hiperatividade e a incidência de comportamento autista é maior (em especial nas crianças com déficit intelectual profundo). - Há maior risco de depressão em crianças e adultos. Manifestações cardíacas - Lactentes com defeitos cardíacos congênitos, dos quais os mais comuns são defeitos septais ventriculares e defeitos do canal atrioventricular, podem ser assintomáticos ou apresentar sinais de insuficiência cardíaca (p. ex., respiração difícil, frequência respiratória alta, dificuldade para se alimentar, sudorese e dificuldade para ganhar peso). - Sopros não podem ser apreciados; entretanto, é possível haver diferentes sons. Manifestações gastrointestinais - Lactentes com doença de Hirschsprung geralmente atrasam a eliminação do mecônio. ↪ Doença de Hirschsprung: Condição do intestino grosso (cólon) que dificulta a passagem das fezes. - Lactentes gravemente afetados podem ter sinais de obstrução intestinal (p. ex., vômitos biliosos, evacuação difícil, distensão abdominal). Atresia ou estenose duodenal pode manifestar-se com vômitos biliosos ou sem nenhum sintoma, dependendo da extensão da estenose. Pode-se detectar esses defeitos por ultrassonografia pré-natal (sinal de bolha dupla). Efeito de bolha dupla: observado na obstrução total do duodeno. A bolha menor representa a parte proximal do duodeno dilatada (seta aberta); a bolha maior representa o estômago (seta fechada). Esse efeito pode ser visto na atresia de duodeno, na membrana duodenal, no pâncreas anular e veia porta pré-duodenal. Raramente, também pode ser visto na obstrução duodenal total resultante de bandas de Ladd em um paciente mal rodado Condições médicas concomitantes ECG - pré natal - ao nascer Níveis do hormônio estimulante da tireoide [TSH] - ao nascer - 6 meses - 12 meses - anualmente Avaliação da audição - ao nascer - A cada 6 meses até o estabelecimento da audição normal (aproximadamente aos 4 anos de idade), e então anualmente (com maior frequência se indicado) Avaliação oftalmológica - Aos 6 meses - Anualmente até os 5 anos; - Então a cada 2 anos até os 13 anos e cada 3 anos até os 21 anos de idade (ou mais frequentemente como indicado) Estudo do sono - Para apneia obstrutiva do sono: realizada aos 4 anos de idade Crescimento - Peso, altura e circunferência da cabeça plotadas em cada consulta utilizando as curvas de crescimento da síndrome de Down Síndrome de Turner - Monossomia X Atinge uma a cada 2.500 meninas nascidas no mundo. - É uma doença rara causada por alterações nos cromossomos sexuais femininos. - No par XX, somente um cromossomo é normal. - Pode haver uma série de anormalidades no outro cromossomo X, desde a falta completa até a ausência parcial dele. - A doença é responsável por algumas características na criança, como baixa estatura, pescoço curto e atraso da puberdade. - Essa anomalia cromossômica é muito mais comum na concepção; porém, em 99% dos fetos afetados, ocorre um aborto espontâneo. - Alguns sintomas da síndrome de Turner são evidentes ao nascer. Outros sintomas não são notados até que a criança seja de idade escolar ou mais velha. - O diagnóstico é confirmado mediante análise dos cromossomos. - Tratamento com hormônios pode estimular o crescimento e iniciar a puberdade. Características fenotípicas Na infância - Pescoço e peito largos - Aparência de mamilos afastado - Estatura abaixo da média- Unhas convexas (viram para cima) - Mandíbula pequena - Orelhas de implantação baixa - Dificuldades de aprendizagem, dentre outras - Céu da boca alto e estreito - Mais cabelo na nuca (implantação baixa de cabelo) - Inchaço (linfedema) nas costas das mãos e na parte superior dos pés. - Dobras de pele solta são com frequência evidentes na parte de trás do pescoço. Na adolescência - Baixa estatura - Amenorreia - Escoliose em 90% das meninas - Os ovários são substituídos por tecido conjuntivo e não contêm óvulos em desenvolvimento (disgenesia gonadal); portanto, essas meninas são inférteis. - Atraso e anormalidades no desenvolvimento de características sexuais femininas, como as mamas e ovários. - Essas meninas têm risco maior de isolamento social e ansiedade, portanto é preciso ficar atento ao desenvolvimento psicossocial. Além disso, problemas cardiovasculares e malformações renais são muito comuns e, por isso, a avaliação médica é extremamente importante. Tratamento Não há cura para a síndrome de Turner. Contudo, alguns sintomas e problemas específicos causados pela síndrome podem ser tratados: ● Reparo cirúrgico dos defeitos cardíacos: A coarctação da aorta é em geral corrigida cirurgicamente. ● Terapia com hormônio de crescimento: Estimula o crescimento. Após um crescimento satisfatório ter sido atingido, o tratamento com hormônio do crescimento é interrompido ● Terapia de reposição de estrogênio: É geralmente necessário para dar início à puberdade e costuma ser administrado entre os 12 e 13 anos de idade, mas geralmente ele não é iniciado até que um crescimento satisfatório tenha sido alcançado. - Após a menina ter passado pela puberdade, ela começa a tomar pílulas anticoncepcionais que contêm estrogênio combinado com outro hormônio feminino, a progestina - Esse tratamento hormonal ajuda a menina a manter suas características sexuais femininas. - O tratamento com estrogênio pode também melhorar a capacidade de a menina planejar tarefas, prestar atenção e avaliar relações visuais e espaciais, bem como ajuda os ossos a ficarem mais densos e ajuda o esqueleto a se desenvolver de maneira adequada. Síndrome de Edwards - trissomia do 18 Causada por uma cópia a mais do cromossomo 18. - Os bebês são habitualmente pequenos e têm muitas anomalias físicas e problemas nos órgãos internos. - Exames podem ser realizados antes ou após o nascimento para confirmar o diagnóstico. - Não há tratamento disponível para a trissomia 18. - Ocorre em aproximadamente um em cada seis mil nascidos vivos. - Contudo, muitos fetos afetados são abortados espontaneamente. - Esse cromossomo extra quase sempre vem da mãe. - Mães com mais de 35 anos de idade têm um risco maior de ter um filho com trissomia 18. - Existem mais meninas do que meninos com trissomia do cromossomo 18. - É uma doença caracterizada por um quadro clínico amplo, envolvendo frequentemente múltiplas malformações severas, e prognóstico bastante reservado. - A SE é a segunda trissomia autossômica mais frequentemente observada ao nascimento, ficando atrás apenas da síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21). - Quando estão no útero, os fetos afetados não costumam se mexer muito e, geralmente, há um excesso de líquido amniótico e uma placenta pequena Características fenotípicas Anomalias físicas - Os recém-nascidos costumam ser muito pequenos ao nascer, porque os músculos e a gordura corporal do bebê são subdesenvolvidos. - Os recém-nascidos costumam ter o corpo mole e um choro fraco. - A boca e a mandíbula poderão ser pequenas, o que confere ao rosto do recém-nascido uma aparência franzida. - Cabeça pequena - Orelhas com formato anormal e com implantação baixa, pelve estreita e um esterno (osso do - peito) curto. - As anomalias físicas poderão ser evidentes logo ao nascer. Contudo, alguns recém-nascidos têm anomalias que não são tão graves. - As mãos estão fechadas em punhos e os dedos indicadores costumam estar cruzados por cima dos dedos médio e anelar. As unhas são subdesenvolvidas. - É comum a presença de dobras de pele, especialmente na região da nuca. Os artelhos (tornozelos) são curtos e frequentemente se curvam para cima. - Pés tortos e pés alto vertical ocorrem com frequência. Anomalias órgãos internos - Anomalias graves podem estar presentes no coração, pulmões, sistema digestivo e rins. - Os meninos podem ter testículos que não desceram. - Os recém-nascidos podem ter também hérnias, músculos que se separaram da parede abdominal, ou ambos. Erros inatos do metabolismo Os erros inatos do metabolismo (EIM) são distúrbios de natureza genética que geralmente correspondem a um defeito enzimático capaz de acarretar a interrupção de uma via metabólica. Com isso, causam alguma falha de síntese, degradação, armazenamento ou transporte de moléculas no organismo. Frequentemente, o sistema nervoso central (SNC) é afetado, resultando em doenças neurológicas; Essas doenças metabólicas hereditárias constituem uma urgência pediátrica nas diferentes faixas etárias,em especial nos 2 primeiros anos de vida, em que os sintomas se manifestam em mais de 80% dos casos. O trabalho multiprofissional é essencial nos EIM, visto que intervenções precoces de ajuste de dieta e de reabilitação motora são importantes para pacientes com este acometimento. O teste do pezinho é uma importante triagem neonatal para o diagnóstico precoce de alguns EIM! A recente lei nº 14.154 de maio de 2021 aumentará, em 2022, o número de doenças triadas no exame, incluindo principais EIM. Síndrome de Klinefelter Foi descrita pela primeira vez em 1942 por Klinefelter e colaboradores uma associação de infertilidade por atrofia testicular decorrente do comprometimento de células de Leydig (células testiculares que produzem a testosterona em resposta à hormona luteinizante (LH) da hipófise) com ginecomastia (crescimento de mamas em homens) e aumento do FSH; Durante a primeira infância, o diagnóstico é relativamente difícil, pois a presença de testículo retrátil e o tamanho fálico em desenvolvimento dificultam o diagnóstico; Em alguns casos, criptorquidia (testiculo não desce) ou a associação com hipospádia (Condição em que a abertura do pênis fica na parte de baixo, não na ponta) podem auxiliar na triagem diagnóstica; Na puberdade ou em pré-púberes que devemos observar irregularidades no desenvolvimento pondero estatural e nos primeiros sinais de maturidade sexual secundária, evoluindo para o quadro típico, que é bem evidente por volta dos 14 a 15 anos de idade, quando se evidencia uma importante e progressiva ginecomastia. Pode ocorrer um comprometimento intelectual que, muitas vezes, tem seus indícios na dificuldade escolar, indicando uma necessidade de complementação no preparo das atividades cotidianas. Algumas vezes, o diagnóstico passa a ser realizado na triagem para casal estéril. As complicações mais frequentes são tumores de células germinativas. Preconiza-se a gineco mastectomia, pela possibilidade de processos neoplásicos. Síndrome de Patau - Trissomia do cromossomo 13 A trissomia 13 é uma doença cromossômica causada pela existência de um cromossomo 13 a mais que provoca incapacidade intelectual grave e anomalias físicas. - Os bebês são geralmente pequenos e frequentemente apresentam defeitos graves do cérebro, olhos, face e coração. - Exames podem ser realizados antes ou após o nascimento para confirmar o diagnóstico. - Não há tratamento disponível para a trissomia 13. Manifestações clínicas Quando estão no útero, os fetos afetados não costumam se mexer muito. A quantidade de líquido amniótico pode ser excessiva ou insuficiente. - Os recém-nascidos tendem a ser pequenos ao nascimento. - Normalmente, o cérebro não se desenvolve de maneira adequada e essas crianças têm muitas anomalias faciais, como lábio leporino e fenda palatina, olhos pequenos, defeitos da íris (a área colorida do olho) e retinas subdesenvolvidas (as estruturas transparentes e sensíveis à luz que se encontram no fundo do olho). - As orelhas têm formato anormale costumam ter implantação baixa. - Defeitos no couro cabeludo e fendas na pele são comuns. - Dobras de pele solta costumam estar presentes na parte de trás do pescoço. - Os recém-nascidos costumam ter uma prega única na palma da mão, dedos a mais nas mãos e pés (polidactilia) e unhas mal desenvolvidas. - Polidactilia, clinodactilia (desvio angular das falanges distais), unhas hipoplásicas (desenvolvimento defeituoso ou incompleto), punhos cerrados e plantas dos pés arqueadas. Outras anomalias - Cardiopatias graves - Meninos - Escroto anômalo - Meninas - Útero anômalo - Apnéia grave - Surdez - Incapacidade intelectual grave A maioria das crianças (80%) é tão gravemente afetada que elas morrem antes de completarem um mês de idade e menos de 10% vivem além de um ano de vida. Os integrantes da família devem buscar apoio. Fi�ose cística É uma da doença autossômica recessiva que resulta em uma síndrome de infecções crônicas pulmonares e dos seios paranasais, má absorção e anormalidades nutricionais; - É uma das doenças mais letais nos EUA - A doença causa anormalidades nos sistemas hepáticos, gastrintestinal, no sistema reprodutor masculino e com maior morbimortalidade o sistema pulmonar - O diagnóstico pode ser feito no período neonatal, através do teste do pezinho, ou através da análise do suor, entre outros métodos - A presença de íleo meconial, uma obstrução intestinal grave resultante de impactação de mecônio espesso no íleo terminal. - Este achado é praticamente diagnóstico da doença em lactentes, onde este deve ser tratado para a doença até que se possa obter o teste do suor ou a genotipagem. Manifestações clínicas comuns - Baixo peso e déficit no crescimento. - Fezes oleosas, volumosas e de odor fétido. - Insuficiência pancreática. - Deficiência de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e L). - Maior propensão à doenças respiratórias, bem como desordens fisiológicas neste sistema. - O paciente fica mais propenso a infecções oportunistas (ex: bactérias gram-negativas, principalmente pseudomonas) - A conhecida "exacerbação da FC" é tida como uma alteração aguda nos sinais e sintomas respiratórios a partir do que é considerado BASAL para AQUELE paciente em específico - De modo geral, uma exacerbação é manifestada pelo aumento da tosse e da produção de escarro, redução da tolerância ao exercício. mal-estar geral e anorexia - Testes como a espirometria deve ser feito com certa regularidade, a fim de acompanhar a função pulmonar do paciente. - É um importante cuidado da enfermagem manter estes pacientes SEMPRE isolados dos demais, com a finalidade de evitar colonização por múltiplas bactérias. Algumas instituições tem por protocolo deixar juntos apenas aqueles pacientes que tem FC e são colonizados pela mesma bactéria. Neurofi�omatoses É uma doença genética que se encaixa no grupo das síndromes neurocutâneas ocorrendo em 1 a cada 3.000 pessoas. Sua herança é autossômica dominante de expressão clínica altamente variável, com predominância discreta pelo sexo masculino; Com base nas características clínicas, a NF pode ser dividida em 2 subgrupos: - A NF‑1, com neurofibromas múltiplos, manchas “café‑com‑leite”, nódulos Lisch, displasia arterial ou óssea e um maior risco de tumores do nervo óptico. A NF‑1 tem sido ligada ao cromossomo 17. - Já a NF‑2 é caracterizada por neuromas acústicos bilaterais e, muitas vezes, outros tumores intracranianos e intra espinhais. Apresenta poucas lesões cutâneas ou tumores dos nervos periféricos. A NF‑2 é ligada ao cromossomo 22 NF-1 critérios diagnósticos Dois ou mais achados: - Seis ou mais lesões “café-com-leite” com mais de 5 mm de diâmetro antes da puberdade e mais de 15 mm depois da puberdade. - Sardas nas áreas axilares ou inguinais. - Glioma óptico. - Dois ou mais neurofibromas ou um neurofibroma plexiforme. - Um parente de 1º grau com NF-1. - Dois ou mais nódulos de Lisch. - Uma lesão óssea característica (displasia esfenóide, afinamento do córtex dos ossos longos, com ou sem pseudoartrose) NF-2 critérios diagnósticos Um achado: - Tumor bilateral do VIII nervo. - Um parente de 1º grau com NF-2 e um tumor unilateral do VIII nervo. - Um parente de 1º grau com NF-2 e qualquer dentre duas das seguintes lesões: neurofibroma, meningioma, schwannoma, glioma ou opacidade lenticular subcapsular posterior juvenil Uma variedade de neoplasias tem sido atribuída à neurofibromatose. Tumor de Wilms, rabdomiossarcoma, e leucemia mieloide infantil são exemplos de neoplasias que parecem ter maior frequência em pacientes com neurofibromatose Tratamento Não há tratamento específico para ambas as NFs, sendo tratado, quando possível, apenas os sintomas e complicações associados. As crises convulsivas podem ser focais ou generalizadas e amplamente controladas com anticonvulsivantes. A remoção cirúrgica dos tumores do SNC pode prolongar a vida desses pacientes. Quanto ao prognóstico, é melhor quando o tumor é periférico. Já para os tumores intracranianos, a sobrevida depende da sua localização e do seu número.
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