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ACCESIBILIDAD ARQUITECTÓNICA

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1
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
Acessibilidade Arquitetônica
Conheça o Método efi ciente para aplicar a acessibilidade em 
seus projetos e obras
Eduardo Ronchetti de Castro
1
ACESSIBILIDADE
ARQUITETÔNICA
CONHEÇA O MÉTODO EFICIENTE 
PARA APLICAR A ACESSIBILIDADE 
EM SEUS PROJETOS E OBRAS
ARQ. EDUARDO RONCHETTI 
DE CASTRO
 
3
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
4
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
FICHA TÉCNICA
Autor: Arq. Eduardo Ronchetti de Castro
Diagramador: Gabriel Vasques
Correção Ortográfi ca: Adriana Mioto
Desenhos: Marcos Bandeira
Agradeço a Deus por estar comigo até aqui e ter me dado 
a acessibilidade como uma vocação e missão de vida.
Dedico este livro à minha amada esposa Daniella por 
acreditar e me acompanhar na causa da acessibilidade.
Dedico este livro à minha querida família por todo o apoio 
e carinho dedicados a mim até aqui. 
5
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
7
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
AGRADECIMENTO
Quero te dar as boas vindas a uma comunidade 
de profi ssionais que acredita na importância da 
acessibilidade e deseja um Brasil acessível a todos. É bom 
saber que estamos juntos na Causa da acessibilidade. 
A acessibilidade é um Direito das Pessoas com 
Defi ciência, estabelecido em nossas leis e normas 
técnicas federais.
Ela é também uma responsabilidade técnica e 
uma responsabilidade civil de arquitetos, engenheiros 
e técnicos em edifi cações que ao emitirem suas 
“Anotações de Responsabilidade Técnica” declaram o 
atendimento à acessibilidade.
A acessibilidade pode ser também um importante 
nicho de mercado para todo aquele que deseja trabalhar 
para deixar as edifi cações acessíveis no Brasil, ajudando 
mais pessoas, tendo mais e melhores clientes.
Mas acima de tudo, nada faz sentido se não houver 
um propósito dentro de cada um de nós em favor da 
8
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
acessibilidade, no desejo de garantir um Brasil mais 
inclusivo.
Por isso meu agradecimento vai à você que está 
agora aqui comigo, adquirindo um conhecimento 
importante para o futuro do nosso país e para o seu 
futuro profi ssional.
Parabéns e muito obrigado.
EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO.
10
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
11
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
15 
VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ NA ACESSIBILIDADE
27 
O QUE UMA EDIFICAÇÃO DEVE 
TER PARA SER ACESSÍVEL
49
DESENHO UNIVERSAL
69
A FÓRMULA DA ROTA ACESSÍVEL
85
ACESSO À EDIFICAÇÃO
99
CORREDORES, PORTAS E PISOS
115
VAGAS DE ESTACIONAMENTO
125
PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS
133
MITOS E VERDADES DO PISO TÁTIL DE ALERTA
147 
ONDE INSTALAR O PISO TÁTIL DIRECIONAL
159
APLICAÇÃO ESSENCIAL DA SINALIZAÇÃO
12
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
173
BALCÕES ACESSÍVEIS
185
REGRAS DE OURO PARA DESIGN 
DE INTERIORES ACESSÍVEIS
193
O MELHOR CHECKLIST PARA 
ESCADAS E RAMPAS ACESSÍVEIS
209
COMO FAZER UM SANITÁRIO 100% ACESSÍVEL
225
O QUE FAZER QUANDO O CLIENTE DIZ NÃO
243
AS PRINCIPAIS LEIS E NORMAS 
TÉCNICAS DE ACESSIBILIDADE
CASA LIVRE DE OBSTÁCULOS 214
AS MELHORES DICAS QUE UM ESPECIALISTA PODERIA 
TE CONTAR 223
HÁ UM PROPÓSITO ACIMA DE TUDO 229
13
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
14
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
PÁGINA PRETA
15
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
CAPÍTULO 1
VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ 
NA ACESSIBILIDADE
ESTE CAPÍTULO VAI REVELAR POR QUE VOCÊ 
NÃO ESTÁ SÓ NA ACESSIBILIDADE
16
Parabéns por sua dedicação à área da acessibilidade. 
Quero dar-lhe as boas-vindas a uma comunidade de 
profi ssionais que realmente deseja um Brasil acessível 
para todos.
Este é um livro que dá a você os fundamentos 
para aplicar as leis e normas técnicas brasileiras de 
acessibilidade em seus projetos e obras. Separei os itens 
que mais impactam na aplicação da acessibilidade, e 
você conhecerá todos eles neste livro.
Este capítulo vai ajudá-lo a entender que você não 
está só ao aplicar a acessibilidade e por que chegamos até 
os dias de hoje com leis de acessibilidade que determinam 
o acesso a absolutamente todos os ambientes de uso 
comum ou abertos ao público das edifi cações no Brasil. 
Também compreenderá por que temos atualmente 
que declarar o atendimento à acessibilidade no 
momento de assinar a ART/ RRT (Anotação/ Registro de 
Responsabilidade Técnica) exigida pelas entidades de 
fi scalização profi ssional como o Conselho de Arquitetura e 
Urbanismo (CAU) e os Conselhos Regionais de Engenharia 
e Agronomia (CREA).
17
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
HISTÓRICO
Em 2015 a Organização das Nações Unidas (ONU) 
defi niu uma agenda para o desenvolvimento sustentável 
chamada de “Agenda 2030 para o Desenvolvimento 
Sustentável”. O Brasil é signatário da Agenda que, 
em seu objetivo número 11, defi ne as iniciativas para 
a criação de cidades inclusivas, seguras, resilientes e 
sustentáveis, incluindo que até o ano de 2030, devemos 
garantir o acesso universal a espaços públicos seguros, 
inclusivos, acessíveis e verdes para todas as pessoas, 
particularmente para as mulheres, crianças, pessoas 
idosas e pessoas com defi ciência. E para proteger a 
população mais velha, a Organização das Nações Unidas 
também determinou que a década atual, de 2021 até 
2030, será a década do envelhecimento saudável.
Mas o nosso contexto histórico começa muito 
antes disso, aproximadamente no início do século 
XX, nos Estados Unidos, com a ideia da acessibilidade 
vinculada a um modelo médico de assistência para 
garantir condições de saúde e vida para as pessoas com 
defi ciência. Tratava-se de um modelo que levava em 
conta os aspectos clínicos da pessoa. O objetivo principal 
era a reabilitação do indivíduo. Contudo esse modelo 
estabelecia o médico como a pessoa que decidia o que 
as pessoas com defi ciência poderiam ou deveriam fazer, 
almejar ou decidir, constituindo-se uma clara violação 
aos direitos humanos. 
18
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
Após a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), 
aproximadamente em 1946, a acessibilidade evoluiu do 
direito à saúde para o direito ao trabalho das pessoas 
com defi ciência.
Nesse período, surgem dois conceitos muito 
importantes que chegam até nós nos dias de hoje: os 
Princípios do Desenho Universal e o movimento da luta 
das pessoas com defi ciência chamado “Nada sobre nós 
sem nós”.
O primeiro, liderado pelo arquiteto norte-americano 
Ron Mace, na Universidade da Carolina do Norte, nos 
Estados Unidos, teve por objetivo defi nir princípios 
para criação de produtos e edifi cações acessíveis a 
todas as pessoas, permitindo o acesso de pessoas com 
defi ciência às universidades americanas e culminando 
no que conhecemos hoje pelos 7 Princípios do Desenho 
Universal, parte integrante da norma técnica Brasileira 
NBR 9050 da Associação Brasileira das Normas Técnicas.
Já o segundo conceito, chamado originalmente 
de “Nothing with us without us” (Nada sobre nós sem 
nós), representa a luta das pessoas com defi ciência por 
uma participação ativa nas ações e intenções que visam 
o seu auxílio, na expectativa de que nada ou nenhum 
resultado a respeito delas possa ser alcançado sem a 
plena participação delas próprias.
Esses dois conceitos são muito importantes, pois 
19
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
eles ajudam a entender a aplicação da acessibilidade 
arquitetônica em seus projetos e obras nos dias de hoje 
no Brasil.
Por exemplo, observe que temos no Brasil um artigo 
de número 28 na Lei Brasileira da Inclusão, Lei Federal 
13.146:2015, que determina o acesso a todos os ambientes 
nas edifi cações escolares. Isso acontece, porque muitos 
anos atrás já havia movimentos ao redor do mundo 
defendendo a participação das pessoas com defi ciência 
em igualdade de oportunidade com as demais pessoas 
nos ambientes construídos. 
Portanto o Brasil não está isolado de outros países 
ao redor do mundo defendendo sozinho a aplicação 
da acessibilidade arquitetônica como a obrigação de 
garantir o acesso a todos os ambientes construídos, 
inclusive aos andares superiores das edifi cações. 
Na verdade, o que estamos fazendo é adotar critérios 
de equiparação de oportunidadesjá estabelecidos em 
outros países. Por esse motivo, a introdução deste livro 
procura mostrar que você não está só ao acreditar e 
defender a aplicação da acessibilidade em seu trabalho, 
afi nal, não é uma simples rampa que você está colocando 
na edifi cação, mas o direito e o exercício das liberdades 
fundamentais da pessoa humana.
Isso se torna mais claro quando conhecemos a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, publicada 
20
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
em 1948, que determina que “Todo ser humano tem 
capacidade para gozar os direitos e as liberdades 
fundamentais, sem distinção de qualquer espécie, seja 
de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou 
de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, 
nascimento, ou qualquer outra condição.”
O exercício das Liberdades Fundamentais e o Direito 
à locomoção e à Igualdade de oportunidades entre todas 
as pessoas começam a criar as bases para as leis e normas 
técnicas de acessibilidade que conhecemos atualmente 
no Brasil, chegando nos dias de hoje, por exemplo, com 
o artigo de número 56 na Lei Brasileira da Inclusão. 
Essa lei determina a declaração do atendimento da 
acessibilidade no momento de recolher uma Anotação de 
Responsabilidade Técnica (ART) pelo profi ssional que está 
fazendo o projeto ou a obra de uma edifi cação uma vez 
que são as barreiras físicas presentes nas edifi cações que 
podem impedir o exercício das Liberdades Fundamentais 
de todas as pessoas.
Art. 56.: § 1º: As entidades de fi scalização 
profi ssional das atividades de engenharia, 
de arquitetura e correlatas, ao anotarem 
a responsabilidade técnica de projetos, 
devem exigir a responsabilidade profi ssional 
declarada de atendimento às regras de 
acessibilidade previstas em legislação e em 
normas técnicas pertinentes.
Ao avançar no tempo, encontramos em 1994 a 
21
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
chamada “Declaração de Salamanca”, publicada pela 
Organização das Nações Unidas para a Educação, a 
Ciência e Cultura (UNESCO), em que o Brasil assume 
um compromisso a favor de uma educação para todas 
as pessoas, reconhecendo a necessidade de garantir 
a educação para crianças, jovens e adultos com 
necessidades educativas especiais no quadro do sistema 
regular de educação.
A partir desta declaração começa um movimento 
no Brasil e no mundo para integrar as crianças com 
defi ciência ou com necessidades educacionais especiais 
dentro do sistema regular de ensino, trazendo à tona a 
urgência e a necessidade de que todas as edifi cações 
escolares tenham suas barreiras físicas eliminadas.
O que um arquiteto, engenheiro ou responsável 
técnico faz ao aplicar a acessibilidade em seus projetos 
e obras vai muito além de instalar corrimãos, rampas e 
sanitários acessíveis. Esse é um ato de garantir o exercício 
dos Direitos e Liberdades Fundamentais de qualquer Ser 
Humano, permitindo a igualdade de oportunidade entre 
todas as pessoas a partir da eliminação das barreiras 
físicas nos ambientes.
Espero conseguir mostrar a você que há um 
pensamento mundial em favor de incluir todas as 
pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades, 
considerando o acesso das crianças, jovens e adultos no 
sistema regular de educação.
22
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
Em 2009, o Brasil edita o Decreto Federal 6.949, 
que promulga a Convenção Internacional sobre os 
Direitos das Pessoas com Defi ciência e seu Protocolo 
Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março 
de 2007, declarando que o exercício das Liberdades 
Fundamentais passa, inevitavelmente, pela eliminação 
das barreiras físicas das edifi cações.
Em seu prefácio, a Convenção dos Direitos das 
Pessoas com Defi ciência diz que:
 ...a defi ciência resulta da interação entre 
pessoas com defi ciência e as barreiras devidas 
às atitudes e ao ambiente que impedem a 
plena e efetiva participação dessas pessoas 
na sociedade em igualdade de oportunidades 
com as demais pessoas…
O que, em minha opinião, é o mesmo que dizer que 
a defi ciência não está na pessoa, mas que para a garantia 
da acessibilidade, a defi ciência está na barreira física e 
de atitude que impedem a plena e efetiva participação 
das pessoas em igualdade de oportunidade.
Esse é um dos principais conceitos que explica a 
necessidade de garantir o acesso a todos os ambientes 
como forma de alcançar o exercício das Liberdades 
Fundamentais do Ser humano, e que desde 1930 tem 
sido desenvolvido mundialmente.
Todo esse histórico ajuda a entender o compromisso 
que o Brasil tem de garantir a eliminação de barreiras 
23
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
físicas e de atitude a ponto de exigir, em seu artigo 
número 60 da Lei Federal 13.146:2015, que o Poder 
Público não pode emitir nenhum tipo de Alvará de 
funcionamento, Habite-se ou documento equivalente 
para as edifi cações sem que estejam garantidas as 
condições de acessibilidade.
Artigo 60: § 1º A concessão e a renovação de 
alvará de funcionamento para qualquer 
atividade são condicionadas à observação e 
à certifi cação das regras de acessibilidade.
§ 2º: A emissão de carta de habite-se ou de 
habilitação equivalente e sua renovação, 
quando esta tiver sido emitida anteriormente 
às exigências de acessibilidade, é condicionada 
à observação e à certifi cação das regras de 
acessibilidade.
Atualmente, parece haver uma resistência em 
aplicar a acessibilidade por parte de alguns gestores, 
órgãos públicos ou proprietários das edifi cações, mas ela 
não deve mais existir. O que você, arquiteto, engenheiro 
ou técnico em edifi cações, está fazendo é algo justo, 
correto e muito nobre. O seu trabalho deixará um Legado 
na sociedade, garantindo o exercício das Liberdades 
Fundamentais e igualdade de oportunidades entre 
todas as pessoas. Portanto você não está só na luta por 
um Brasil acessível a todos.
Toda vez que for apresentado diante de você uma 
resistência em aplicar a acessibilidade arquitetônica no 
24
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
projeto ou na obra, lembre-se disso: “Acessibilidade não 
é uma questão fi nanceira, mas de garantir o exercício 
das liberdades fundamentais a partir da eliminação das 
barreiras físicas e barreiras de atitude”.
Parabéns pela sua dedicação à acessibilidade e é 
bom saber que estamos juntos nesta Causa.
Nos próximos capítulos, vamos aprender como 
garantir a acessibilidade arquitetônica em seus projetos 
e obras em todo o Brasil.
26
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
27
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
CAPÍTULO 2
O QUE UMA 
EDIFICAÇÃO DEVE 
TER PARA SER 
ACESSÍVEL
TODA EDIFICAÇÃO NO BRASIL PARA 
TER SEU “HABITE-SE” OU “ALAVARÁ DE 
FUNCIONAMENTO”, DEVE SER ACESSÍVEL
28
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
28
ARRARARARARARARAARARRARRARAA Q.QQQQQQQQQQQQQQQQQ EEEEEEEEEEEEEEEEDUDDDUDUDUDDUDUDUDUUDUUUDDUD ARARARARARARARARARAARAARRRARAARRDODODODODODODOOOODOODODODDODODODOO RRRRRRRRRRRRRRRONONOONONONOONONONONONOONONNONONNCHCHCHCHCCHCHCCHCHCHHHCHCHCHETETEETETEETETTETTTEEETEETTTITTITITITITITITITIT DDDDDDDDDDDDDDE EEEEEEEEEEEE CACAACACACACAAAAAAAAASTSTSTSTSTSTSTSTSTSTTSTSTSTSTSS RORRORORORRORROROROROOOROROR
29
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
29
ACACAAACACACACACACACACAACACCCCCCESESESEESEESESSESESESSESESSSSSISISISSSISSSSISSISIISS BIBIBBBBIBIBIILIILLILLILILLLILILILIIIDADADADADDDDAADADAADAADADADADADADADEEDEDEEDEDEDEDDEDDEEDEDEDEDEDEE ARAAAAAAAAA QUUUUUUUUUUUUUUUUUUUITETÔNICA
30
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
#DICAS DO
ESPECIALISTA
O QUE UMA EDIFICAÇÃO DEVE 
TER PARA SER ACESSÍVEL
1. CALÇADA
2. TODAS AS ENTRADAS ACESSÍVEIS
3. ROTA ACESSÍVEL
4. BALCÃO DE ATENDIMENTO ACESSÍVEL
5. SANITÁRIO ACESSÍVEL
6. SINALIZAÇÃO VISUAL E TÁTIL
7. VAGAS DE ESTACIONAMENTO ACESSÍVEIS E 
VAGAS PARA PESSOAS IDOSAS
8. ELEVADOR ACESSÍVEL, ONDE FOR 
OBRIGATÓRIO USO DO ELEVADOR
DOBRE E 
MARQUE
ESSA DICA
31
Vou mostrar-lhe agora os 8 itens que toda edifi cação 
no Brasil deve ter para ser acessível. Com isso, você terá 
muita confi ança e segurança na hora de elaborar seu 
projeto ou entregar a sua obra.
Todos nós,de alguma maneira, entendemos a 
importância de garantir a acessibilidade nas edifi cações, 
permitindo que as pessoas tenham condições de utilizar 
os ambientes em igualdade de oportunidades entre 
todos. Ter essa condição é um Direito das pessoas com 
defi ciência estabelecido na Lei Brasileira da Inclusão, Lei 
Federal 13.146:2015, que é a lei federal que estabelece os 
critérios para a promoção da acessibilidade no Brasil.
Vamos conversar sobre os critérios de acessibilidade 
que são aplicados em todo o território nacional. Isso dará 
a você a confi ança e segurança necessárias para aplicar 
a acessibilidade em seus projetos e obras em todo o 
Brasil.
Obviamente devemos consultar as leis, decretos e 
resoluções estaduais e municipais, mas é importante 
32
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
dizer que nada poderia ser menos restritivo. Depois 
de vencer o desafi o de compreender a importância da 
acessibilidade, o próximo desafi o é saber o que uma 
edifi cação precisa ter para se tornar acessível. E é aqui 
que as dúvidas começam a aparecer como, por exemplo: 
será que podemos ter apenas um ambiente acessível 
no pavimento térreo e realizar nele todos os serviços 
oferecidos na edifi cação ou temos que garantir o acesso 
a todos os ambientes?
Essa é uma ótima pergunta. Como vimos no capítulo 
anterior, devemos eliminar todas as barreiras físicas e de 
atitude para que todas as pessoas tenham condições 
de igualdade de oportunidade no acesso e no uso dos 
ambientes, o que, na prática, signifi ca dizer, por exemplo, 
que uma clínica médica instalada em uma edifi cação 
com dois pavimentos, com consultórios médicos em 
ambos os pavimentos, deve garantir acesso de todas as 
pessoas, inclusive às pessoas com defi ciência a todos os 
consultórios existentes em todos os seus pavimentos.
Da mesma forma que uma escola, em qualquer 
nível de ensino, não pode deixar apenas uma sala de 
aula acessível no pavimento térreo para atender turmas 
com alunos com defi ciência, mas deverá deixar acessível 
todas as suas salas de aula em todos os seus pavimentos.
A acessibilidade não é feita por “demanda” ou por 
necessidade, mas é uma condição dada pelo ambiente 
para acesso de todos.
33
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
O segundo conceito que gostaria de trazer aqui 
para ajudar a compreender o que devemos fazer em 
uma edifi cação para ela ser acessível está descrito no 
escopo da norma técnica da ABNT (Associação Brasileira 
de Normas Técnicas) NBR 9050:2020, que estabelece 
os critérios e os parâmetros técnicos para implantar a 
acessibilidade nas edifi cações brasileiras, e diz assim:
Esta Norma visa proporcionar a utilização 
de maneira autônoma, independente e 
segura do ambiente, edifi cações, mobiliário, 
equipamentos urbanos e elementos à 
maior quantidade possível de pessoas, 
independentemente de idade, estatura ou 
limitação de mobilidade ou percepção.
Incrivelmente o texto da norma técnica diz que a 
acessibilidade não tem por objetivo garantir o acesso e 
o uso dos ambientes apenas às pessoas com defi ciência, 
mas sim a maior quantidade possível de pessoas e 
signifi ca que ambientes acessíveis são aqueles que 
permitem o seu acesso e o seu uso às pessoas idosas, 
gestantes, pessoas obesas, crianças, pessoas com baixa 
estatura, pessoas em cadeira de rodas, pessoas que 
utilizam muletas, andadores, ou seja, a maior quantidade 
possível de pessoas.
A partir desses dois conceitos em que a garantia da 
acessibilidade consiste em eliminar todas as barreiras 
físicas de todos os ambientes para permitir o acesso 
e o uso dos ambientes à maior quantidade possível 
34
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
de pessoas, podemos avançar e entender quais são 
os principais itens que todas as edifi cações brasileiras 
devem ter para se tornarem acessíveis.
Mas como é que eu consegui resumir todos os itens 
de acessibilidade em apenas 8 itens? Pois você pode 
estar se perguntando assim: “Não tenho que atender 
toda a NBR 9050? A norma técnica não é lei?”
Aqui é que está o grande segredo, pois a norma 
técnica vai dizer COMO devemos adaptar os itens de 
acessibilidade, mas são as leis que vão nos dizer O QUE 
deve ser adaptado. Após eu descobrir quais são os itens 
exigidos pela lei, posso consultar a norma técnica e 
descobrir COMO adaptar o item exigido pela Lei!
Inclusive o Prefácio da NBR 9050:2020, diz assim: 
Os Documentos Técnicos ABNT, assim 
como as Normas Internacionais (ISO e IEC), 
são voluntários e não incluem requisitos 
contratuais, legais ou estatutários. Os 
Documentos Técnicos ABNT não substituem 
Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os 
usuários devem atender, tendo precedência 
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.
Vou explicar melhor:
Será que é preciso ter um telefone público com 
aquele sistema chamado TDD para uso de pessoas com 
defi ciência auditiva? 
35
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
Você poderia responder assim: “Sim, Edu, afi nal 
esse aparelho está descrito no item 8.4 da NBR 9050 de 
2020, então precisa ter, sim. Afi nal a NBR 9050 é a norma 
técnica de acessibilidade”.
Mas a resposta certa é não!
A norma técnica vai apresentar “COMO” deve ser 
uma cabine telefônica acessível, mas antes precisamos 
saber se há alguma lei, federal, estadual ou municipal, 
que esteja determinando a instalação de cabines 
telefônicas de uso público nas edifi cações.
Na medida em que existe uma lei exigindo a 
instalação de uma cabine telefônica na edifi cação, essa 
lei está me dizendo o que fazer. Só aí vou consultar a 
norma técnica para saber como adaptar uma cabine 
telefônica para que se torne acessível.
Ao entender essa diferença, podemos descobrir o 
que deve ter uma edifi cação para ser acessível e saber 
como adaptar aquilo que a lei estiver solicitando.
Observe, por exemplo, o que está escrito no artigo 
42, inciso 2 da Lei Brasileira da Inclusão, Lei Federal 
13.146:2015, com relação à garantia de acessibilidade aos 
imóveis culturais:
§ 2º O poder público deve adotar soluções 
destinadas à eliminação, à redução ou à 
superação de barreiras para a promoção do 
acesso a todo patrimônio cultural, observadas 
36
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
as normas de acessibilidade, ambientais e de 
proteção do patrimônio histórico e artístico 
nacional.
Signifi ca dizer que há uma lei federal exigindo a 
eliminação de barreiras físicas no acesso às edifi cações 
culturais, ou seja, essa lei está dizendo para nós o que 
deve ser feito.
E em seguida, a lei vai dizer que esse acesso deverá 
ser realizado conforme as normas técnicas, e elas vão 
dizer como garantir o acesso.
Entendido que norma técnica não é lei, vamos 
avançar e responder a pergunta que é o foco aqui: “O 
que deve ter uma edifi cação para ela ser considerada 
acessível?” Em minha carreira como especialista em 
acessibilidade, li todas as leis federais relacionadas à 
acessibilidade e descobri que elas exigem 8 itens em 
qualquer edifi cação brasileira para ela se tornar acessível.
Com isso é hora de você abrir o seu projeto atual e 
conferir se ele atende os 8 itens descritos a seguir. 
1. CALÇADA
a. O Artigo 113 da Lei Brasileira da Inclusão altera 
o Estatuto das Cidades, que é a Lei Federal 
10.257:2001 e passa a exigir a acessibilidade nas 
calçadas.
37
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
b. O Artigo 15 do Decreto Federal 5296:2004 
também vai exigir a construção de calçadas 
para circulação de pedestres ou a adaptação 
de situações consolidadas e o rebaixamento de 
calçadas com rampa acessível ou elevação da via 
para travessia de pedestre em nível.
Observe então que em primeiro lugar estamos 
descobrindo o que fazer, para somente depois abrirmos 
as normas técnicas e entender como adaptar as calçadas 
brasileiras.
2. TODAS AS ENTRADAS DEVEM SER 
ACESSÍVEIS MESMO EM EDIFICAÇÕES 
EXISTENTES
c. O Artigo 19 do Decreto Federal 5296:2004 vai 
dizer que devemos garantir o acesso ao interior 
das edifi cações de uso público, por exemplo.
d. Temos também o artigo 42 da mesma lei exigindo 
o acessoaos bens culturais, por exemplo.
38
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
Imagem 1: Entrada da Câmara Municipal de Itapevi/SP. Projeto e 
Fiscalização de Arq. Eduardo Ronchetti de Castro.
3. A ROTA ACESSÍVEL INTERNA GARANTE O 
ACESSO A TODOS OS AMBIENTES DE USO 
COMUM
Esse é o item que vai criar a famosa Fórmula da 
Rota Acessível que vamos descobrir no passo 3 deste 
livro, mas aqui primeiramente vamos descobrir de onde 
surge tal exigência:
e. Temos, por exemplo, o artigo 18 de Decreto 
Federal 5296:2004 que vai dizer assim:
A construção de edifi cações de uso privado 
multifamiliar e a construção, ampliação ou 
reforma de edifi cações de uso coletivo devem 
atender aos preceitos da acessibilidade na 
39
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
interligação de todas as partes de uso comum 
ou abertas ao público, conforme os padrões 
das normas técnicas de acessibilidade da 
ABNT e também estão sujeitos os acessos, 
piscinas, andares de recreação, salão de 
festas e reuniões, saunas e banheiros, quadras 
esportivas, portarias, estacionamentos e 
garagens, entre outras partes das áreas 
internas ou externas de uso comum das 
edifi cações de uso privado multifamiliar e das 
de uso coletivo.
Inclusive temos um curso on-line exclusivo para 
ensiná-lo a fazer acessibilidade em condomínios 
residenciais. Mas aqui eu gostaria de deixar registrado 
que a obrigatoriedade de garantir acessibilidade em 
condomínios existentes, veja bem o que estou dizendo: 
qualquer condomínio residencial existente, ou seja, já 
construído hoje no Brasil, é obrigado a se tornar acessível.
Alguns entendem que a obrigação de garantir 
a acessibilidade em condomínios é apenas para 
condomínios construídos a partir de 2018 com 
publicação do Decreto Federal 9451:2018, mas podemos 
ver claramente no artigo 18 do Decreto Federal 5296 
de 2004 que já havia essa obrigação de garantir os 
condomínios acessíveis.
4. BALCÃO DE ATENDIMENTO ACESSÍVEL
f. A Lei Federal 10.048:2000 determina a garantia 
40
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
do atendimento prioritário às pessoas com 
defi ciência ou mobilidade reduzida. Atendimento 
prioritário, conforme o artigo 6 do Decreto Federal 
5.296:2004, signifi ca oferecer o tratamento 
diferenciado e o atendimento imediato às 
pessoas com defi ciência ou com mobilidade 
reduzida, incluindo a criação do mobiliário da 
recepção e atendimento obrigatoriamente 
adaptado à altura e à condição física de pessoas 
em cadeira de rodas.
Signifi ca afi rmar então que as edifi cações deverão 
ter um balcão de atendimento acessível para garantirem o 
atendimento prioritário e serem consideradas acessíveis.
5. SANITÁRIO ACESSÍVEL COM ENTRADA 
INDEPENDENTE ONDE HOUVER SANITÁRIO
Entender esse item é muito importante e gostaria 
de pedir que anote essa expressão que vou dizer agora:
Nos ambientes onde houver sanitários disponíveis 
para as pessoas sem defi ciência, deverão ter sanitários 
acessíveis para as pessoas com defi ciência.
Quando as leis exigem no mínimo um sanitário 
acessível na edifi cação, na verdade devemos ter no 
mínimo um sanitário acessível na edifi cação se a 
edifi cação ou o ambiente oferecer sanitário de uso 
coletivo para as pessoas sem defi ciência.
41
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
g. Por exemplo o artigo 22 do Decreto Federal 
5296:2004 vai dizer, em seu inciso 2 que:
Nas edifi cações de uso público já existentes, 
terão elas prazo de trinta meses a contar 
da data de publicação deste Decreto para 
garantir pelo menos um banheiro acessível 
por pavimento, com entrada independente.
E a NBR 9050:2020, em sua tabela número 7, vai 
demonstrar que o sanitário acessível deverá ser instalado 
na quantidade de no mínimo um onde houver sanitário. 
Ou seja, a lei está dizendo o que fazer, e a norma técnica 
está dizendo como garantir a acessibilidade.
6. SINALIZAÇÃO VISUAL E TÁTIL
h. O artigo 26 do Decreto Federal 5296:2020 diz que 
nas edifi cações de uso público ou de uso coletivo, 
é obrigatória a existência de sinalização visual e 
tátil para orientação de pessoas portadoras de 
defi ciência auditiva e visual, em conformidade 
com as normas técnicas de acessibilidade da 
ABNT.
Isso é muito importante, pois das mais de 45 milhões 
de pessoas com defi ciência no Brasil, identifi cadas pelo 
Censo do IBGE em 2010, temos mais de 35 milhões com 
algum tipo de defi ciência visual ou baixa visão, o que 
representa quase 20% desse total.
42
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
E esse é um dos motivos pelo qual as leis de 
acessibilidade exigem que uma edifi cação, para se tornar 
acessível, deve ter a sinalização visual e tátil instalada.
E atenção, pois isso signifi ca que devemos, sim, 
instalar o piso tátil direcional e de alerta, mas também 
que não é só isso, pois sinalização visual e tátil não 
signifi ca apenas piso tátil.
Sinalização visual e tátil signifi ca que as placas de 
sinalização dos ambientes deverão ter a informação em 
braile e signifi ca que nos corrimãos das escadas e rampas, 
assim como nos batentes dos elevadores, devemos ter 
as placas indicando os nomes dos ambientes e com a 
informação em braille.
Todos esses itens serão detalhados no passo 2 
deste livro. O importante aqui é entender que existem 
leis federais informando que para uma edifi cação ser 
considerada acessível, devemos implantar os elementos 
de sinalização visual e tátil e assim garantir autonomia 
no uso dos ambientes por parte das pessoas com 
defi ciência visual ou baixa visão.
7. VAGAS DE ESTACIONAMENTO ACESSÍVEIS 
E VAGAS PARA PESSOAS IDOSAS ONDE 
HOUVER ESTACIONAMENTO
O mesmo critério estabelecido no item sobre 
sanitários acessíveis aplica-se aqui também com relação 
43
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
à obrigatoriedade de ter vagas de estacionamento 
acessíveis e vagas para pessoas idosas.
Onde houver vaga de estacionamento oferecida 
para as pessoas sem defi ciência, ali, nesse mesmo 
estacionamento, devemos ter vagas de estacionamento 
acessível e vagas de estacionamento para pessoas 
idosas.
i. O Artigo 47 da Lei Brasileira da Inclusão, por 
exemplo, vai dizer o seguinte:
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento 
aberto ao público, de uso público ou 
privado de uso coletivo e em vias públicas, 
devem ser reservadas vagas próximas 
aos acessos de circulação de pedestres, 
devidamente sinalizadas, para veículos que 
transportem pessoas com defi ciência com 
comprometimento de mobilidade, desde que 
devidamente identifi cados.
j. E o Artigo 41 do Estatuto do Idoso, Lei Federal 
10.741/2003, vai dizer o seguinte:
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, 
nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento) 
das vagas nos estacionamentos públicos e 
privados, as quais deverão ser posicionadas 
de forma a garantir a melhor comodidade ao 
idoso.
Vamos aprender como deve ser a sinalização 
dessas vagas nos próximos capítulos, mas por enquanto 
44
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
estamos respondendo à pergunta sobre o que uma 
edifi cação deve ter para ser considerada acessível. Para 
ela ser considerada acessível, se a edifi cação tiver vagas 
de estacionamento, deverão ser demarcadas vagas 
acessíveis e vagas para pessoas idosas.
8. NO MÍNIMO UM ELEVADOR ACESSÍVEL 
ONDE FOR OBRIGATÓRIA A INSTALAÇÃO DE 
ELEVADORES
Já descobrimos pelo item 2 que devemos interligar 
todos os ambientes abertos ao público, ambientes de 
uso comum e uso coletivo nas edifi cações. Caso seja 
necessária a utilização de elevadores para permitir o 
acesso aos ambientes dos pavimentos superiores, tais 
elevadores ou plataformas deverão atender a normas 
técnicas específi cas de acessibilidade.
Observe o que está estabelecido no Decreto Federal 
5.296:2004:
Art. 27. A instalação de novos elevadores ou 
sua adaptação em edifi cações de uso público 
ou de uso coletivo, bem assim a instalação 
em edifi cação de uso privado multifamiliar a 
ser construída, na qual haja obrigatoriedade 
da presença de elevadores, deve atender aos 
padrões das normas técnicas de acessibilidade 
da ABNT.
§ 1ºNo caso da instalação de elevadores novos 
45
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
ou da troca dos já existentes, qualquer que 
seja o número de elevadores da edifi cação 
de uso público ou de uso coletivo, pelo menos 
um deles terá cabine que permita acesso e 
movimentação cômoda de pessoa portadora 
de defi ciência ou com mobilidade reduzida, 
de acordo com o que especifi ca as normas 
técnicas de acessibilidade da ABNT.
§ 2º Junto às botoeiras externas do elevador, 
deverá estar sinalizado em braile em qual 
andar da edifi cação a pessoa se encontra.
§ 3º Os edifícios a serem construídos com 
mais de um pavimento além do pavimento 
de acesso, à exceção das habitações 
unifamiliares e daquelas que estejam 
obrigadas à instalação de elevadores por 
legislação municipal, deverão dispor de 
especifi cações técnicas e de projeto que 
facilitem a instalação de equipamento 
eletromecânico de deslocamento vertical para 
uso das pessoas portadoras de defi ciência ou 
com mobilidade reduzida.
Pronto, parabéns! Sua edifi cação está acessível!
Esses são os 8 itens estabelecidos nas leis de 
acessibilidade brasileiras que toda edifi cação deve ter 
para ser considerada acessível.
Mas e os auditórios, os ginásios, os palcos? Não preciso 
garantir a acessibilidade em nenhum desses locais?
Sim! Precisa, lógico. Obviamente todo ambiente com 
46
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
um uso específi co nas edifi cações deverá ser acessível.
Auditórios devem ser acessíveis, palcos devem ser 
acessíveis. 
Mas o que eu estou querendo ensinar é que uma 
edifi cação para ser acessível não precisa ter um auditório 
ou palco, por exemplo.
Uma edifi cação para ser acessível deve ter esses 
8 itens obrigatoriamente, acrescidos das adaptações 
específi cas em ambientes específi cos da edifi cação 
como, por exemplo, os auditórios e os palcos.
Vamos imaginar que você esteja fazendo agora 
um projeto de uma clínica médica. Para deixar a clínica 
acessível, você vai implantar esses 8 itens. Se a clínica 
tiver um auditório, aí sim você vai abrir as normas 
técnicas de acessibilidade e descobrir lá no capítulo 10.3 
da NBR 9050:2020 como deixar seu auditório acessível.
Da mesma maneira, se você estiver fazendo um 
projeto de reforma de um condomínio residencial, por 
exemplo, você vai implantar esses 8 itens e obviamente, 
se no condomínio tiver uma piscina, você irá abrir a NBR 
9050:2020 no capítulo 10.12 da NBR 9050:2020 e verifi car 
como deixar a piscina acessível.
Saber antes de tudo o que adaptar vai dar muito 
mais segurança para aplicar a acessibilidade em seus 
projetos e obras.
47
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
NÃO EXISTE EDIFICAÇÃO 
“METADE ACESSÍVEL”. 
PARA UMA EDIFICAÇÃO SER 
CONSIDERADA ACESSÍVEL 
DEVERÁ ATENDER A TODOS 
OS ITENS DAS LEIS E NORMAS 
TÉCNICAS DE ACESSIBILIDADE.
48
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
‘
49
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
CAPÍTULO 3
DESENHO 
UNIVERSAL
OS AMBIENTES DEVEM PERMITIR SUA 
UTILIZAÇÃO DE MANEIRA INDEPENDENTE, 
AUTONOMA E SEGURA PARA A MAIOR 
QUANTIDADE POSSÍVEL DE PESSOAS.
50
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
#DICAS DO
ESPECIALISTA
COMO OS PRINCÍPIOS DO 
DESENHO UNIVERSAL 
PODEM AJUDAR A APLICAR A 
ACESSIBILIDADE DE FORMA 
CORRETA
São 7 princípios que uma vez considerados vão 
deixar a edifi cação acessível. São eles:
1. USO EQUITATIVO
2. USO FLEXÍVEL
3. USO SIMPLES E INTUITIVO
4. INFORMAÇÃO DE FÁCIL PERCEPÇÃO
5. TOLERÂNCIA AO ERRO
6. BAIXO ESFORÇO FÍSICO
7. DIMENSÕES E ESPAÇO PARA APROXIMAÇÃO E 
USO
DOBRE E 
MARQUE
ESSA DICA
51
E vamos direto ao conteúdo, pois esse capítulo é 
um dos mais incríveis que eu já escrevi e ele vai ajudá-lo 
a entender a origem de tudo o que conhecemos sobre 
acessibilidade no Brasil e vai estimular a sua criatividade 
para ir além das normas técnicas.
Primeiro vamos entender o que signifi ca a expressão 
desenho universal e por que esse tema é tão importante 
para nós.
O item 3.1.16 da NBR 9050:2020 defi ne desenho 
universal como:
A concepção de produtos, ambientes, 
programas e serviços a serem utilizados 
por todas as pessoas, sem necessidade de 
adaptação ou projeto específi co, incluindo os 
recursos de tecnologia assistiva.
Desenho universal é um conceito resumido em 
7 princípios que, uma vez aplicados, poderão criar 
produtos, ambientes e serviços que não precisam de 
nenhuma adaptação específi ca para serem utilizados 
por todas as pessoas.
A ideia é que, uma vez que os 7 princípios sejam 
52
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
aplicados em nossos projetos e obras, deixaremos a 
edifi cação preparada para ser utilizada por todas as 
pessoas.
Mas qual é a diferença entre desenho universal e 
acessibilidade? E aqui é que a mágica acontece.
Muitos dos meus colegas comentam que ao aplicar 
as normas técnicas de acessibilidade, a edifi cação 
começa a fi car com aspecto “frio” e “técnico”, o que não 
combina com uma estética diferente ou uma linguagem 
arquitetônica inovadora. É exatamente isso que o 
desenho universal pretende evitar. Ele pode ajudar você 
a ir além das normas técnicas, deixando o ambiente belo, 
agradável e acessível. Desenho Universal é um conceito 
e a acessibilidade é uma condição, o que são coisas bem 
diferentes.
Acessibilidade é a garantia de que a edifi cação 
estará acessível.
A defi nição de acessibilidade descrita no item 3.1.1 
da NBR 9050:2020 diz que:
Acessibilidade é a possibilidade e condição 
de alcance, percepção e entendimento para 
utilização, com segurança e autonomia, 
de espaços, mobiliários, equipamentos 
urbanos, edifi cações, transportes, informação 
e comunicação, inclusive seus sistemas 
e tecnologias, bem como outros serviços 
e instalações abertos ao público, de uso 
53
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
público ou privado de uso coletivo, tanto na 
zona urbana como na rural, por pessoa com 
defi ciência ou mobilidade reduzida.
Signifi ca dizer que uma edifi cação acessível é 
aquela que dá a condição para seu uso por todas as 
pessoas.
Já o desenho universal são princípios que, se forem 
seguidos, poderão criar um ambiente acessível que, por 
sua vez, dará a condição de uso para todas as pessoas, ou 
seja, o desenho universal pode vir antes da acessibilidade 
como uma ferramenta para criar ambientes com mais 
qualidade.
COMO SERIA UM ÔNIBUS ACESSÍVEL E 
OUTRO COM DESENHO UNIVERSAL?
Podemos entender melhor utilizando o exemplo 
dos ônibus adaptados utilizados no transporte público. 
Imagine um ônibus existente que foi adaptado para 
garantir a acessibilidade através da instalação de uma 
plataforma elevatória que é capaz de transportar uma 
pessoa em cadeira de rodas desde a calçada para dentro 
do ônibus.
Podemos dizer que esse ônibus está adaptado para 
o transporte de pessoas com defi ciência, ou seja, que ele 
foi adaptado para garantir a condição de acessibilidade. 
Esse ônibus é acessível.
54
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
Agora, imagine outro modelo de ônibus que em 
sua concepção foi construído com uma tecnologia 
chamada de “piso baixo” em que o nível de entrada na 
porta do ônibus está no mesmo nível que a calçada ou a 
plataforma de embarque.
Podemos afi rmar que neste segundo exemplo, 
ele atendeu os princípios do desenho universal para se 
tornar acessível, pois foi desenvolvido para atender a 
todas as pessoas, inclusive pessoas idosas, gestantes, 
pessoas utilizando muletas e todas as demais.
Nesse segundo exemplo também temos um ônibus 
acessível, concebido através dos princípios do desenho 
universal, porém nesse caso não será necessário realizar 
nenhuma adaptação futura para ele se tornar acessível, 
já que ele é acessível desde a sua concepção.
COMO SERIA UMA ENTRADA ACESSÍVEL E 
OUTRA COM DESENHO UNIVERSAL?
Trazendo para a nossa realidade arquitetônica, 
vamos imaginar uma edifi cação existente em que o 
pavimento de acesso está a 34 centímetros de altura do 
nível da calçada. Neste caso, temos uma entrada com 2 
degraus.
Para deixar essa edifi cação acessível, poderíamos 
instalar uma plataforma elevatória,por exemplo, 
ocupando um espaço na lateral da escada e assim 
55
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
afi rmar que a edifi cação estaria acessível, permitindo o 
seu acesso para todas as pessoas.
Sim, isso é verdade! A edifi cação com a instalação da 
plataforma elevatória estaria acessível. Mas a plataforma, 
na maioria das vezes, não é utilizada por todas as pessoas 
devido a algumas difi culdades de manuseio e o tempo 
maior para realizar o deslocamento.
Vamos imaginar um segundo caso, em que no 
momento da concepção do projeto e execução da obra, 
todo o estudo de implantação da edifi cação considerasse 
os princípios do desenho universal, permitindo o uso 
equitativo de todas as pessoas, incluindo pessoas com 
carrinhos de compras, pessoas com carrinhos de bebê, 
crianças, pessoas obesas, idosas e com defi ciência.
Neste momento, poderíamos avaliar qual seria o 
melhor nível para implantação do pavimento térreo 
considerando até o espaço para uma pequena rampa 
com inclinação inferior a 5%, eliminando a escada e 
permitindo o acesso de todas as pessoas em igualdade 
de oportunidade.
O princípio um do desenho universal, chamado de 
“Uso equitativo”, pretende estimular a nossa criatividade 
para a criação de acessos ao interior da edifi cação para 
todas as pessoas, independente de sua habilidade ou 
defi ciência.
Em resumo, podemos afi rmar que em ambos os 
56
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
casos, a entrada da edifi cação está acessível, mas no 
segundo caso, aplicando o desenho universal, a condição 
de acessibilidade se aplica à maior quantidade possível 
de pessoas.
Imagem 2: Entrada da Câmara Municipal de Itapevi/SP, 
demonstrando as duas formas de deslocamento vertical, através de 
escada e rampa. Projeto e Fiscalização de Arq. Eduardo Ronchetti 
de Castro.
CONHEÇA AGORA O PRINCIPAL DESAFIO DOS 
ARQUITETOS, ENGENHEIROS E DESIGNERS
O verdadeiro desafi o de arquitetos, engenheiros e 
designers é garantir a acessibilidade e criar ambientes 
belos, agradáveis e acessíveis. E isso também é um 
grande desafi o em minha carreira profi ssional, como 
arquiteto e especialista em acessibilidade, por exemplo 
57
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
ao realizar a adaptação nas suítes dos hotéis pelo Brasil.
A maioria dos gestores dos hotéis deseja que as 
unidades acessíveis mantenham o estilo arquitetônico 
do local e muitos comentam que ao reformar uma suíte 
para ser acessível ela “perde” seu “charme” e estilo. Aqui 
entra a importância em conhecer o desenho universal 
e utilizá-lo de forma criativa para manter a estética do 
local e garantir sua acessibilidade.
Para compreender melhor sobre a importância da 
aplicação do desenho universal, vamos conhecer alguns 
dos princípios, como o princípio número um que defi ne o 
uso equitativo, afi rmando que a edifi cação deve oferecer 
as mesmas condições de uso para todas as pessoas.
Costumo explicar o princípio número um do 
desenho universal com a seguinte expressão: “Por onde 
uma pessoa entra, todas entram e por onde uma pessoa 
circula, todas circulam”.
Garantir o uso equitativo na edifi cação signifi ca 
garantir uma equiparação nas possibilidades de acesso 
e circulação nos ambientes para todas as pessoas, 
independente de sua habilidade.
A NBR 9050:2020 traz um item muito importante 
para garantir a aplicação deste princípio. O item 6.2.2 diz 
assim:
ITEM 6.2.2 da NBR 9050:2020: Na adaptação 
de edifi cações e equipamentos urbanos 
58
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
existentes, todas as entradas devem ser 
acessíveis e, caso não seja possível, desde 
que comprovado tecnicamente, deve ser 
adaptado o maior número de acessos. 
Nestes casos a distância entre cada entrada 
acessível e as demais não pode ser superior 
a 50 m. A entrada predial principal, ou a 
entrada de acesso do maior número de 
pessoas, tem a obrigatoriedade de atender 
a todas as condições de acessibilidade. O 
acesso por entradas secundárias somente é 
aceito se esgotadas todas as possibilidades 
de adequação da entrada principal e se 
justifi cado tecnicamente.
Ao deixar todas as entradas da edifi cação acessíveis, 
estamos garantindo o uso equitativo entre todas as 
pessoas, ou seja, que uma pessoa em cadeira de rodas 
não vai precisar dar a volta no quarteirão para entrar na 
edifi cação por uma rampa que fi ca atrás do edifício.
O item 6.2.2 da NBR 9050:2020 é uma condição 
técnica para garantir a acessibilidade e corresponder ao 
princípio número um do desenho universal.
Isso é incrível e fi co muito feliz de estar aqui 
compartilhando esse conhecimento com você. É bom 
saber que estamos juntos na causa da acessibilidade, 
construindo um Brasil acessível a todos.
Vamos agora conhecer o princípio número quatro 
do desenho universal, chamado de informação de fácil 
59
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
percepção, que diz que o ambiente ou elemento espacial 
deve apresentar informações redundantes e legíveis e 
em diferentes modos, verbais e táteis, fazendo com que 
a legibilidade da informação seja maximizada, sendo 
percebida por pessoas com diferentes habilidades como 
surdos, analfabetos entre outros.
Esse é um princípio importante para entender que 
a acessibilidade é uma condição que permite o uso do 
ambiente para a maior quantidade possível de pessoas, 
inclusive para pessoas com defi ciência visual ou baixa 
visão.
Uma das maneiras para aplicar esse princípio 
garantindo a acessibilidade está descrita no item 5.4.1 da 
NBR 9050:2020 que diz:
As portas e as passagens quando forem 
sinalizadas devem ter números e/ou letras e/
ou pictogramas e sinais com texto em relevo, 
incluindo Braille e que todas as portas de 
sanitários, banheiros e vestiários, devem ser 
sinalizadas.
Isso signifi ca que, a partir de agora, toda e qualquer 
sinalização que você for instalar nos ambientes devem 
ter os seguintes itens:
1. Letras em alto-relevo para serem percebidas por 
pessoas com defi ciência visual e que por algum 
motivo não sabem ler o texto em braille.
60
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
2. Letras em cor contrastante em relação ao fundo 
da placa para serem percebidas por pessoas com 
baixa visão.
3. Texto em braille.
4. A placa deve ser instalada na parede, no plano 
vertical, ao lado da maçaneta da porta, a uma 
altura entre 1,20 m até 1,60 m do piso.
A sinalização visual e tátil é uma das formas de 
considerarmos o atendimento do princípio quatro do 
desenho universal.
Estou trazendo o princípio quatro do desenho 
universal para lembrar que a acessibilidade só estará 
efetivamente garantida na edifi cação se implantarmos 
os elementos de sinalização, uma vez que o Censo do 
IBGE em 2010 identifi cou que o Brasil possui uma grande 
parte de sua população com algum tipo de defi ciência 
visual ou difi culdade de enxergar.
Fonte: Censo IBGE 2010
61
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
Imagem 3: Placas nas portas dos gabinetes da Câmara Municipal 
de Itapevi/SP.
Outro princípio importante a ser destacado aqui 
para a garantia da acessibilidade é o princípio número 
seis do desenho universal, sobre o baixo esforço físico, em 
que o ambiente ou elemento espacial deverá ser usado 
de maneira efi ciente e confortável e com o mínimo de 
fadiga muscular do usuário.
Esse princípio diz que devemos possibilitar que os 
usuários mantenham o corpo em posição neutra e usem 
uma força de operação razoável, minimizando ações 
repetidas e a sustentação do esforço físico.
A NBR 9050:2020 interpreta esse princípio de várias 
maneiras em vários de seus capítulos. Um exemplo é a 
inclinação das rampas, pois a inclinação máxima está 
relacionada ao esforço que a pessoa faz ao subi-la.
62
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
Quanto maior for o desnível a ser vencido, menor 
deverá ser a inclinação para garantir um menor esforço 
físico.
As tabelas 4 e 5 da NBR 9050:2020 refl etem isso que 
estou dizendo:
• Para vencer um desnível de até 7,5 cm, a 
inclinação pode ser de até 12,5%.
• Para vencer um desnível de até 20 cm, a 
inclinação pode ser de até 10%.Perceba que não podemos utilizar uma inclinação 
de 12,5% em caso de reforma a não ser para vencer 
desníveis de até 7,5 cm!
Não podemos utilizar a inclinação de 12,5% em caso 
de reforma para qualquer tipo de desnível, pois uma 
pessoa em cadeira de rodas, por exemplo, vai se cansar 
ao subir 50 centímetros ou até 1 metro direto com uma 
inclinação de 12,5% e não vai conseguir chegar ao fi nal 
da rampa!
Para utilizar 12,5% de inclinação, tem que ter um 
patamar para a pessoa parar para descansar a cada 7,5 
centímetros.
• Para vencer até 80 cm de desnível, a inclinação 
máxima é de 8,33%.
Signifi ca dizer que para vencer um desnível acima 
63
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
de 80 cm com uma inclinação de 8,33%, devemos colocar 
um patamar de descanso quando o desnível atingir 80 
centímetros.
• Para vencer um desnível de 1 metro, a inclinação 
máxima é de 6,25%.
• E para vencer desníveis acima de 1 metro, 
devemos utilizar uma inclinação de 5%.
O importante aqui é entender que o cálculo da 
inclinação das rampas está relacionado com o princípio 
6 do desenho universal do baixo esforço físico. Quanto 
maior for o desnível a ser vencido, menor será a inclinação 
da rampa para um menor esforço físico do usuário.
Outra maneira de a NBR 9050:2020 garantir a 
condição de acessibilidade nas edifi cações e considerar 
o princípio do baixo esforço físico, é quando, no item 
6.14.1.2, determina que as vagas para estacionamento 
de veículos que conduzam ou sejam conduzidos por 
pessoas com defi ciência considerem o percurso máximo 
entre a vaga e o acesso à edifi cação ou elevadores de até 
50 metros.
Assim também com relação à localização dos 
sanitários acessíveis, quando no item 7.3.2 a NBR 
9050:2020 recomenda que a distância máxima a ser 
percorrida de qualquer ponto da edifi cação até o 
sanitário ou banheiro acessível seja de até 50 metros.
64
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
E também quando no item 6.5 da NBR 9050:2020 
recomenda prever uma área de descanso, fora da faixa 
de circulação, a cada 50 metros, para piso com até 3 % 
de inclinação, ou a cada 30 metros, para piso de 3 % a 5 
% de inclinação, recomendando a instalação de bancos 
com encosto e braços.
Esses itens que eu mencionei são algumas das 
formas como a Associação Brasileira de Normas 
Técnicas, através da NBR 9050:2020 pretende traduzir o 
princípio do desenho universal e garantir a condição de 
acessibilidade nas edifi cações.
Mas podemos ir além das normas técnicas. Agora 
quero trazer um estudo de caso incrível para uma melhor 
qualidade urbana de nossas cidades com a utilização 
dos “parklets”.
“Parklets” são áreas contíguas às calçadas onde 
são construídas estruturas para criar espaços de 
lazer e convívio onde anteriormente havia vagas de 
estacionamento de veículos. 
Os primeiros “parklets” foram construídos em San 
Francisco, buscando criar um ambiente mais agradável 
para os pedestres.
Eles são um excelente exemplo de mobiliário 
urbano que pode benefi ciar a circulação de pedestres 
pelas ruas das cidades e atender o princípio seis do 
desenho universal.
65
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
Imagine que você deseja fazer compras e passear 
pelas ruas centrais de comércio em sua cidade. 
Obviamente em algum momento desse passeio você irá 
procurar um local para descansar e que incrível seria se 
encontrasse um desses “parklets” para descansar.
Incrível é quando os comerciantes dessa rua 
entenderem que os “parklets” podem proporcionar mais 
oportunidades de consumo das pessoas, uma vez que 
as pessoas permanecerão mais tempo na rua comercial 
com mais tempo e chance de consumo.
Eu, com certeza, gostaria de um “parklet” na frente 
da minha loja!
Obrigado por estar comigo aqui e espero ter 
mostrado como os Princípios do Desenho Universal 
podem ajudar a deixar seu projeto belo, agradável e 
acessível.
66
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
67
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
A DEFICIÊNCIA NÃO ESTÁ NA 
PESSOA, MAS NA BARREIRA 
FÍSICA E BARREIRA DE ATITUDE 
QUE IMPEDE A PARTICIPAÇÃO 
DAS PESSOAS EM IGUALDADE 
DE OPORTUNIDADES
68
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
69
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
CAPÍTULO 4
A FÓRMULA DA ROTA 
ACESSÍVEL
SAIBA COMO GARANTIR A ACESSIBILIDADE 
SEM ESQUECER NENHUM ITEM DAS LEIS E 
NORMAS TÉCNICAS
70
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
#DICAS DO
ESPECIALISTA
FAÇA ACESSIBILIDADE SEM 
ESQUECER NENHUM ITEM
• PASSO 1: IDENTIFIQUE OS AMBIENTES DE USO 
COMUM
• PASSO 2: CRIE UM CAMINHO DESOBSTRUÍDO E 
SINALIZADO
• PASSO 3: IDENTIFIQUE TODAS AS BARREIRAS 
FÍSICAS
• PASSO 4: ELIMINE TODAS AS BARREIRAS 
FÍSICAS 
DOBRE E 
MARQUE
ESSA DICA
71
Gostaria de fazer algumas perguntas para você:
1. Quantos itens de acessibilidade você deverá 
considerar em seu projeto ou na sua obra?
2. Você está seguro em emitir a ART ou RRT do seu 
projeto e declarar que ele está acessível?
3. Quanto deveríamos cobrar a mais na proposta 
comercial para incluir a acessibilidade no projeto, 
considerando que precisará de mais tempo para 
realizar alguns detalhes de acessibilidade?
Essas foram dúvidas que me acompanharam por 
muito tempo em minha carreira profi ssional e vou ajudar 
você a respondê-las.
A resposta para essas dúvidas está na rota acessível 
da edifi cação e eu criei uma fórmula chamada Fórmula 
da Rota Acessível para dar maior confi ança ao implantar 
a acessibilidade.
A Fórmula da Rota Acessível consiste em quatro 
passos:
72
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
1. IDENTIFIQUE ONDE ESTÃO OS AMBIENTES DE USO 
COMUM DA EDIFICAÇÃO
O primeiro passo é identifi car no projeto ou na obra 
quais são e onde estão os ambientes de uso comum ou 
abertos ao público e identifi car quais serão os ambientes 
a serem classifi cados como “ambientes de uso restrito”, 
uma vez que os ambientes de uso restrito não serão 
acessíveis.
2. CRIE UM CAMINHO DESOBSTRUÍDO E SINALIZADO 
CONECTANDO TODOS OS AMBIENTES DE USO 
COMUM
O segundo passo é atender o que diz o artigo número 
18 do Decreto Federal 5296:2004, criando um caminho 
sinalizado e livre de obstáculos para interligar todos os 
ambientes de uso comum ou abertos ao público. 
Podemos escolher no mínimo um caminho, de 
preferência que seja o menor possível, para atender ao 
princípio 6 do desenho universal, chamado de “Baixo 
Esforço Físico”, começando desde a calçada externa da 
edifi cação, até todos os ambientes de uso comum ou 
abertos ao público no interior da edifi cação.
O estacionamento interno da edifi cação também 
fará parte da rota acessível, mas é importante ressaltar 
que a rota acessível começa a partir da calçada em frente à 
edifi cação, ou seja, ela não pode começar apenas na vaga 
de estacionamento acessível no interior da edifi cação.
73
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
Desde a calçada da edifi cação, a rota acessível irá 
percorrer todos os acessos ao interior da edifi cação, 
passando pelas vagas de estacionamento, corredores 
externos, corredores internos e conduzindo ao interior 
de todos os ambientes como, por exemplo:
• Portões de acesso
• Portarias
• Recepção
• Copa dos funcionários
• Áreas de lazer com piscina, churrasqueira, salão 
de ginástica, quadra poliesportiva, sauna e todos 
os demais ambientes de lazer e ambientes de 
uso comum da edifi cação.
3. IDENTIFIQUE TODAS AS BARREIRAS FÍSICAS
No passo três, a partir do caminho traçado no 
projeto, que vamos chamar de rota acessível, vamos 
identifi car e listar todas as barreiras físicas e todos os 
itens de acessibilidade apresentados nos capítulos 
anteriores.
Vamos fazer um exercício juntos aqui para conseguir 
identifi car quantos itens deverão ser adaptados no 
condomínio.
74
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
ESTUDO DE CASO REAL EM UM CONDOMÍNIO 
RESIDENCIAL
Se eu chegar a pé, o primeiro item é a adaptação da 
CALÇADA.
Em seguida, vou me identifi car na portaria e pedir 
para abrir o portão. Então o segundo item é corrigir a 
ALTURA DO INTERFONE para uma altura que qualquer 
pessoa consiga se comunicar, ou seja, o interfone deveestar instalado a uma altura entre 80 cm até 1,20 m do 
piso.
Então o segundo item é a ALTURA DO INTERFONE.
Imagine que tenho baixa estatura ou esteja 
acompanhado de uma criança e vou utilizar a escada na 
entrada do prédio. Portanto ela deve ter corrimãos em 
ambos os lados e com duas alturas.
E se eu tiver, por exemplo, uma baixa visão, então os 
degraus da escada deverão estar sinalizados.
O terceiro item serão as adaptações desta ESCADA.
Agora, se eu estiver em uma cadeira de rodas, 
então vou ter que construir uma rampa ou instalar uma 
plataforma elevatória na entrada do prédio e esse será 
o item número quatro, a construção da RAMPA ou uma 
PLATAFORMA ELEVATÓRIA, com toda a sua sinalização 
visual e tátil.
75
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
Agora que entrei, vamos caminhar até o elevador 
do prédio e por todo esse caminho vão aparecer três 
itens principais:
Item 5 será o TIPO DE PISO neste caminho até o 
elevador.
Item 6 será a eliminação de qualquer DESNÍVEL 
que seja maior que 5 milímetros.
E o item 7 será sinalizar ou com piso tátil, ou com 
uma LINHA GUIA ou com uma guia de balizamento esse 
caminho até chegar no elevador para ajudar as pessoas 
com defi ciência visual ou com baixa visão.
Antes de entrar no elevador, vamos ter que criar 
um caminho na área comum do prédio e interligá-lo a 
todos os ambientes de lazer. Aí também vai aparecer o 
nosso item 8, que é a necessidade de verifi car a largura 
de todas as PORTAS de acesso a esses ambientes e, 
atenção, incluindo a porta da sauna.
Item 9. Se o salão de festas tiver um BALCÃO, ele 
deverá ser adaptado.
Item 10: a norma de acessibilidade diz que sempre 
que existir um sanitário disponível para as pessoas, ali 
deverá ter no mínimo um sanitário acessível com entrada 
independente, podendo ser unissex. Então o item 10 é a 
criação do SANITÁRIO ACESSÍVEL.
O item 11 será a criação do acesso ao DECK DA 
76
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
PISCINA e o item 12 será a criação do meio de acesso ao 
INTERIOR DA PISCINA.
Você está conseguindo entender a importância da 
rota acessível agora e como ela é a espinha dorsal do seu 
projeto de acessibilidade?
E consegue entender que é ela que vai ajudá-lo a 
não esquecer de nenhum item de adaptação?
Voltando para a porta do elevador do prédio, vamos 
falar do item 13 que é a criação das PLACAS EM BRAILE.
Atenção: toda placa que eu instalar, ela deve ser 
igual a esta daqui:
• Com letras em alto-relevo
• Com letras em cor contrastante
• Com o braile e instaladas a uma altura entre 1,20 
m e 1,60 m do piso.
Então no item 13, vamos fazer toda a SINALIZAÇÃO 
VISUAL E TÁTIL do condomínio.
Agora, vamos imaginar que eu cheguei no prédio 
de carro!
Então temos uma segunda rota acessível que 
começa na vaga de estacionamento e vai até o elevador 
e vamos adaptar os seguintes itens:
Item 14: demarcar as vagas para pessoas com 
77
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
defi ciência. SIM, mesmo em edifícios existentes, 
devemos demarcar 2% do total de vagas para que sejam 
acessíveis.
Item 15: vou transcrever o que diz o item 6.14.2 da 
NBR 9050: 2020 sobre a circulação de pedestre em 
estacionamentos:
Todo estacionamento deve garantir uma faixa de 
circulação de pedestre com largura mínima de 1,20 m 
até o local de interesse e que garanta um trajeto seguro. 
Esse trajeto vai compor a rota acessível.
Então o item 15 é a criação da FAIXA DE CIRCULAÇÃO
O item 16 será eliminar eventual DESNÍVEL que 
aparece entre o piso do elevador e o piso da garagem.
Talvez existam outros itens, dependendo das 
características de cada prédio, mas para efeito didático, 
penso que podemos parar por aqui, mas sem esquecer 
dos itens que são a adaptação da PORTARIA e de todos 
os ambientes de FUNCIONÁRIO.
Então o item 17 é a adaptação da PORTARIA.
O item 18 é a adaptação dos VESTIÁRIOS DE 
FUNCIONÁRIO.
O item 19 será a adaptação das demais entradas do 
condomínio.
Por fi m, o item 20 é a adaptação dos apartamentos, 
78
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
mas que neste caso será obrigatória apenas em edifícios 
novos. Vamos falar dele logo em seguida quando 
falarmos do novo Decreto Federal 9451 de 2018.
Pronto! 20 itens a serem adaptados para que o seu 
condomínio seja acessível a todas as pessoas.
E nós conseguimos identifi car esses itens a partir 
do quê? Da Fórmula da Rota Acessível.
Vamos resumir? Através da Rota Acessível 
conseguimos identifi car 20 itens a serem adaptados em 
um condomínio residencial, que são:
1. Calçada.
2. Altura do interfone.
3. Escada na entrada.
4. Construção de rampa ou plataforma elevatória.
5. Pisos antiderrapantes na rota acessível.
6. Eliminar qualquer desnível que seja maior que 5 
milímetros.
7. Sinalização do percurso através de piso tátil, 
linha guia.
8. Adequação de todas as portas.
9. Adaptação de todos os balcões nos salões de festas.
10. Criação de sanitários acessíveis.
79
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
11. Acesso ao “deck” da piscina.
12. Acesso ao interior da piscina.
13. Sinalização em Braille em todas as placas.
14. Demarcar vagas de estacionamento acessíveis.
15. Demarcar a faixa de circulação de pedestres no 
estacionamento, desde a vaga até a entrada ou 
elevador.
16. Eliminar desníveis acima de 5 milímetros entre o 
piso do elevador e o piso da garagem.
17. Adaptação da portaria.
18. Adaptação dos vestiários de funcionários.
19. Adaptar demais entradas ao interior da 
edifi cação.
20. Apartamentos acessíveis a partir de 2018, 
conforme DF 9451:2018.
Obviamente poderão existir outros itens 
dependendo do tipo de edifi cação ou da quantidade de 
ambiente. O que aprendemos aqui é que foi a partir da 
Rota Acessível que conseguimos identifi car os itens a 
serem adaptados. 
80
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
4. ELIMINE TODAS AS BARREIRAS FÍSICAS
Por fi m, no passo quatro, será a hora de desenvolver 
os desenhos e detalhes técnicos de adaptação de cada 
item identifi cado na Rota Acessível.
E o mais importante de seguirmos essa fórmula é 
que ela nos dará o escopo do trabalho em acessibilidade.
Obviamente, se você estiver fazendo um projeto 
de um pequeno salão comercial, ou de uma pequena 
clínica médica, será muito fácil identifi car a rota 
acessível e os itens a serem adaptados.
Mas como eu tenho certeza de que esse curso e 
esse conhecimento vai ajudá-lo a captar projetos cada 
vez maiores, vamos imaginar que você está elaborando 
um projeto de um empreendimento residencial com 
mais de 300 apartamentos, 12 prédios, além de áreas 
de lazer, portaria e estacionamentos.
Como aplicar a acessibilidade neste caso?
Não se preocupe! É só seguir a fórmula da Rota 
Acessível e vamos fazer isso juntos.
Importante lembrar que o ambiente de funcionário 
não pode ser considerado como um ambiente de uso 
restrito e sim um ambiente de uso comum e deve 
obrigatoriamente ser acessível.
O item 3.1.36 da NBR 9050:2020 diz que ambientes 
81
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
de uso comum são espaços, salas ou elementos, 
externos ou internos, disponíveis para o uso de um 
grupo específi co de pessoas (por exemplo, salas em 
edifícios de escritórios, ocupadas geralmente por 
funcionários, colaboradores e eventuais visitantes).
Signifi ca afi rmar que os ambientes de funcionários 
são considerados como de uso comum e farão parte 
da Rota Acessível.
Pronto. Agora que identifi camos quais são os 
ambientes de uso comum neste empreendimento, o 
próximo passo será traçar a rota para interligar todos 
esses ambientes através de no mínimo um caminho.
Agora sim teremos condições de identifi car 
os itens de acessibilidade neste projeto residencial 
multifamiliar. Você irá considerar no projeto aqueles 
que aparecerem na Rota Acessível. O mais incrível de 
tudo isso é que agora teremos defi nido o Escopo do 
que deverá fazer para deixar a edifi cação acessível.
A Fórmula da Rota Acessível nos dá clareza e 
confi ança para afi rmar que o projeto está acessível.
E o último passo será fazer os detalhes de 
adaptação de cada umdos itens apresentados.
Nos primeiros projetos que você fi zer, vai parecer 
dif ícil e demorado, mas não se preocupe, pois a cada 
projeto verá que a Fórmula da Rota Acessível fi cará 
82
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
cada vez mais fácil e prática de ser implantada.
Parabéns por chegar comigo até aqui. É bom 
saber que estamos juntos na Causa da Acessibilidade.
83
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
QUANDO SE ELIMINA 
A BARREIRA FÍSICA, A 
DEFICIÊNCIA DESAPARECE.
84
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
85
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
CAPÍTULO 5
ACESSO À 
EDIFICAÇÃO
TODAS AS ENTRADAS DEVEM SER 
ACESSÍVEIS, COM NO MÍNIMO DUAS 
FORMAS DE DESLOCAMENTO VERTICAL
86
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
INSERIR DESENHO 2 NESTA PÁGINA - NO CENTRO 
DA PÁGINA
86868686868686886868686868686686868686
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DDDDDDDDDDDDDDDDDDDE EEEEEEEEEEEEEEEE CASTRO
ININNINNINNINININININININNINININNININSESESESESESESESESSESESESESESSESSESESS RIRIRRIRIRRIRIRIRRIRIRIRIRIRIRIRIRIRIR RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR DEDEDEDDEDDEDEDEDEDEDEDEDEDEDEDEDEDEDEDESEESESESESESESESESESESESESESESESESESESESENHNHNHNHNHNHNHNHNHNHNHNHNHNNHNHNHNHNHNNHO OOOOOOOOOOOOOOOOOOOO 2 2222222222222222222 NENENENENENENENENENENENENEENENENENENENENESTSTSTSSSTSTSTSTSTSTSTSTSTSTSTSTSTSTSTTA AAAAAAAAAAAAAAAAAAA PÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁPÁGIGIGIGIGIGGIGIGIGIGIGIGIGIGIGIGIGIGIGIGINANNNNNNNNNNNNNNNNNNNN - NO CENTNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN RO 
A PÁGÁGÁGÁGGÁGÁGÁGÁGÁGÁGGÁGÁGÁGÁGÁGÁGÁGÁGÁGINA
87
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
87
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
88
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
#DICAS DO
ESPECIALISTA
1. TODAS AS ENTRADAS DEVEM SER ACESSÍVEIS
2. DESNÍVEIS ACIMA DE 5 MILÍMETROS DEVEM 
SER ELIMINADOS
3. TODAS AS ENTRADAS COM NO MÍNIMO 2 
FORMAS DE DESLOCAMENTO VERTICAL 
4. NÃO COLOCAR RAMPA NO “PÉ” DA PORTA
DOBRE E 
MARQUE
ESSA DICA
89
Neste capítulo vamos conversar sobre os principais 
itens e detalhes de acessibilidade que deverão ser 
incluídos em seus projetos e obras e como garantir 
o acesso ao interior das edifi cações, a começar pela 
seguinte pergunta:
Quantas entradas acessíveis devem ter na 
edifi cação? 
O item número 6.2.2 da NBR 9050 determina que 
todas as entradas devem ser acessíveis.
Mas tem uma informação importante aqui, pois 
isso não é apenas para edifi cações novas, a serem 
construídas, pois o item diz que todas as entradas devem 
ser acessíveis também em edifi cações existentes, ou 
seja, mesmo as mais antigas, no momento em que 
forem reformadas, deverão garantir a acessibilidade em 
todas as suas entradas.
Por exemplo, imagine que nós dois vamos até um 
restaurante para almoçar. Eu estou em uma cadeira de 
rodas e você está em pé, e a entrada por esse restaurante 
é feita por uma escada na frente e uma rampa nos 
90
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
fundos do restaurante, entrando pela cozinha.
Em sua opinião, é aceitável você entrar pela porta 
principal e eu ter que dar a volta e entrar pela rampa lá 
nos fundos? Não. É claro que não.
É exatamente por esse motivo, para evitar a 
segregação entre as pessoas que todas as entradas 
devem ser acessíveis.
Lembre-se: por onde uma pessoa entra, todas 
entram.
Segundo item: A partir de quantos milímetros os 
desníveis devem ser eliminados?
Todo desnível acima de 5 milímetros já é um 
impedimento para uma cadeira de rodas e além disso, 
uma pessoa idosa corre o risco de tropeçar e cair em um 
desnível acima de 5 milímetros, porque normalmente as 
pessoas com mais idade, por não conseguirem levantar 
os joelhos e elevar os pés, acabam arrastando os pés e 
tropeçando nesse desnível.
O item 6.3.4 e a fi gura número 68 da NBR 9050 
mostra que os desníveis a partir de 5 milímetros devem 
ser eliminados.
E como é que devemos eliminar os desníveis?
Apesar da resposta parecer óbvia, ela vai ajudar a 
responder várias dúvidas.
91
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
Vencemos desníveis apenas de três formas, com 
rampas, plataformas ou elevadores. 
É só isso que a norma técnica determina. Estou 
afi rmando isso para dizer que os equipamentos 
chamados de “carros escaladores” são proibidos e não 
podem ser utilizados para garantir a acessibilidade na 
edifi cação, uma vez que não permitem a autonomia 
exigida pelas leis de acessibilidade para as pessoas com 
defi ciência ou mobilidade reduzida.
Para desníveis de até 2 centímetros, podemos 
simplesmente fazer um “chanfro” na soleira da entrada 
por exemplo, de maneira que esse “chanfro” seja feito na 
razão de 2 para 1, ou seja, para vencer um desnível de 2 
centímetros, o comprimento dessa suposta rampa será 
de 4 centímetros.
Em casos de reforma, com desníveis entre 7,5 cm 
até 20 cm, poderemos utilizar 12,5% e 10% de inclinação 
respectivamente.
Para vencermos os desníveis acima de 20 cm vamos 
utilizar o que está estabelecido na tabela 5 da NBR 9050.
O importante aqui é lembrar que nossa função é 
esgotar todas as alternativas técnicas para garantir o 
acesso ao interior da edifi cação. Caso não seja possível 
construir uma rampa, devemos então fazer a instalação 
da plataforma, que é a segunda forma regulamentada 
pela NBR 9050 para se vencer desníveis.
92
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
Existem duas normas técnicas específi cas sobre 
plataformas elevatórias que são a NBR ISO 9386-1, para 
plataformas elevatórias verticais, e a NBR ISO 9386-
2, ambas regulamentam as plataformas elevatórias 
inclinadas.
A plataforma inclinada é diferente de uma 
“cadeirinha” que seria instalada no corrimão de uma 
escada, pois no caso da plataforma, a pessoa entra na 
plataforma com a própria cadeira de rodas.
Plataformas elevatórias inclinadas só podem 
ser utilizadas em situações de reforma e quando for 
impraticável tecnicamente a instalação da plataforma 
vertical.
Para desníveis de até 2 metros de altura podemos 
utilizar o que a norma técnica denomina de plataforma 
elevatória de percurso vertical aberta, ou seja, ela não 
possui uma “cabine” como em um elevador, mas apenas 
apresenta um fechamento em todas as suas laterais até 
a altura de 1,10 metro.
Para desníveis de até 4 metros de altura, podemos 
continuar utilizando a plataforma elevatória de percurso 
vertical aberta, porém neste caso ela estará enclausurada 
como em uma torre de elevador.
Plataformas só podem ser utilizadas para desníveis 
de até 4 metros, pois acima de 4 metros, por uma questão 
de segurança, devemos utilizar elevadores.
93
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
Os elevadores são regulamentados por duas outras 
normas técnicas, a NM 313/2007 e a NBR 12892.
Para continuar, como item 4 de nossa lista, vamos 
ler o que diz o item 6.3 da NBR 9050 que afi rma 
que devemos garantir no mínimo duas formas de 
deslocamento vertical.
O item 6.3 diz que a circulação pode ser horizontal 
e vertical. A circulação vertical pode ser realizada por 
escadas, rampas ou equipamentos eletromecânicos e é 
considerada acessível quando atender no mínimo duas 
formas de deslocamento vertical.
Isso signifi ca que não podemos apenas eliminar 
a escada e colocar uma rampa para considerar o local 
acessível, principalmente porque pessoas com baixa 
estatura ou que utilizam próteses nas pernas, por 
exemplo, preferem usar as escadas, pois o percurso é 
menor do que da rampa, e o esforço poderá ser menor.
Lembre-se desse item quando estiver fazendo o seu 
projeto ou sua obra, pois devemos sempre considerar no 
mínimo duas formas de deslocamento vertical, ou seja, 
utilizando uma escada e uma rampa, ou uma escada 
e uma plataforma (ou elevador), ou uma rampa e uma 
plataforma (ou elevador).
Como item número 5, você vai fazer vai escrever 
assim: 
94
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
“Eu (escreva seu nome aqui), prometo, nunca mais 
colocar rampa no pé da porta.” 
Não podemos colocar rampa no pé da porta, pois o 
que deve ter antes da porta para que a pessoa consiga 
abrir a porta é um patamar.
A fi gura 73 da NBR 9050 explica que no início e no 
fi nal das rampas devemos ter um patamar, e esse patamar 
deve estar forada circulação adjacente justamente para 
que a pessoa em cadeira de rodas esteja em segurança 
antes e após a rampa.
E se você entendeu a importância disso, então 
podemos avançar para o item 6 e entender que as 
calçadas não podem ser consideradas como patamares 
das rampas de acesso às edifi cações.
A calçada não pode ser o patamar da rampa. 
Devemos ter o espaço livre da calçada.
A partir do alinhamento da edifi cação, devemos 
ter primeiro um patamar e, após o patamar, instalar a 
rampa, a plataforma ou o elevador.
Esse patamar irá garantir a segurança para as 
pessoas entrarem e saírem da edifi cação em segurança, 
sem eventualmente bater em alguém que esteja 
andando pela calçada.
E como item 7, vamos lembrar da largura da rampa 
que deverá considerar o espaço de aproximação lateral 
95
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
quando existir uma porta no fi nal da rampa.
Nesta condição, se a porta abrir no sentido da 
rampa, a largura da rampa, ou pelo menos do patamar 
em frente à rampa, deverá ser de no mínimo 1,50 metro. 
Se a porta abrir no sentido do ambiente, a largura da 
rampa será de no mínimo 1,20 metro. 
Imagem 4: Escada e rampa nas duas entradas da Câmara Municipal 
de Itapevi/SP.
96
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
97
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
POR ONDE UMA PESSOA 
ENTRA, TODAS ENTRAM.
POR ONDE UMA PESSOA 
CIRCULA, TODAS CIRCULAM. 
ISSO SIGNIFICA IGUALDADE DE 
OPORTUNIDADE 
98
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
99
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
CAPÍTULO 6
CORREDORES, 
PORTAS E PISOS
CONHEÇA OS ITENS QUE MAIS IMPACTAM 
NA PROMOÇÃO DA ACESSIBILIDADE
100
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
100
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
101
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
101
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
102
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
#DICAS DO
ESPECIALISTA
1. CORREDORES DEVEM ATENDER O ITEM 6.11.1 
DA NBR 9050
2. RAMPAS SÃO COMO CORREDORES E SUAS 
LARGURAS DEVEM SEGUIR AS LARGURA DOS 
CORREDORES
3. PORTAS DEVEM ATENDER A FIGURA 83 DA NBR 
9050, COM SUAS ÁREAS DE APROXIMAÇÃO
4. PISOS DEVEM TER COEFICIENTE DE ATRITO 
MAIOR OU IGUAL A 0,4 EM ÁREAS INTERNAS 
PARA SEREM ANTIDERRAPANTES
DOBRE E 
MARQUE
ESSA DICA
103
Diariamente, também enfrento vários desafi os para 
aplicar a acessibilidade nos projetos e nas obras. Por isso 
é muito importante eu saber a sua opinião. Então antes 
de começar esse capítulo, gostaria de saber se estou 
conseguindo ajudar você até aqui.
Se for possível, envie agora uma mensagem para meu 
WhatsApp (11) 991604718 com a sua opinião, pois é muito 
importante eu saber se estou conseguindo ajudá-lo.
Preparei com muito carinho esse livro, ensinando o 
que vivo no meu dia a dia como profi ssional especializado 
em acessibilidade.
A partir de agora vamos detalhar vários itens de 
acessibilidade, começando pelos corredores, portas, 
pisos e balcões de atendimento.
CORREDORES
Certo dia fui vistoriar uma obra e me deparei com 
um corredor com 10 metros de comprimento e 1 metro 
de largura. O que há de errado com ele?
104
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
Vamos imaginar a seguinte situação: uma pessoa 
na cadeira de rodas ao entrar no corredor, encontra no 
meio do corredor, após percorrer 5 metros, uma pessoa 
em pé que estava vindo no sentido contrário. 
O que ocorre? Com um metro de largura do corredor, 
não há espaço para uma pessoa passar ao lado da outra. 
E um dos dois terá que voltar o caminho todo para 
dar passagem! Essa é uma situação muito desagradável 
desconfortável.
Imagine outra situação em que temos uma rampa 
vencendo um desnível de 3,20 metros de altura entre 
um pavimento e outro. 
Nesta situação, teremos mais de 40 metros de 
comprimento de rampa, que também são consideradas 
como corredores, pois ao percorrer a rampa, as pessoas 
estarão limitadas pelos corrimãos e guarda corpos da 
rampa.
Nesta rampa, o que acontecerá se, por exemplo, 
uma pessoa em cadeira de rodas estiver subindo a 
rampa e no mesmo momento uma outra pessoa em 
cadeira de rodas estiver descendo a rampa, e a rampa 
tiver uma largura de 1 metro ou até 1,20 metro? 
No momento em que elas se encontrarem no meio do 
percurso, ou as duas pessoas vão descer ou as duas pessoas 
vão ter que subir para uma dar passagem para a outra!
105
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
Esses dois exemplos servem para mostrar a você 
que a largura do corredor está relacionada com o 
comprimento do deslocamento.
Vamos ver o que diz o item 6.11.1 da NBR 9050:2020:
Os corredores devem ser dimensionados de 
acordo com o fl uxo de pessoas, assegurando 
uma faixa livre de barreiras ou obstáculos, 
conforme item 6.12.6. As larguras mínimas para 
corredores em edifi cações e equipamentos 
urbanos são:
a) 0,90 m para corredores de uso comum com 
extensão até 4,00 m;
b) 1,20 m para corredores de uso comum com 
extensão até 10,00 m; e 1,50 m para corredores 
com extensão superior a 10,00 m;
c) 1,50 m para corredores de uso público;
d) maior que 1,50 m para grandes fl uxos de 
pessoas, conforme aplicação da equação 
apresentada no item 6.12.6.
O item 6.11.1.1 diz que:
 em edifi cações e equipamentos urbanos 
existentes, onde a adequação dos corredores 
seja impraticável, devem ser implantados 
bolsões de retorno com dimensões que 
permitam a manobra completa de uma 
cadeira de rodas (180°), sendo no mínimo um 
bolsão a cada 15,00 m. Neste caso, a largura 
mínima de corredor deve ser de 0,90 m.
106
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
O item 6.11.1.2 diz que:
para transposição de obstáculos, objetos 
e elementos com no máximo 0,40 m de 
extensão, a largura mínima do corredor deve 
ser de 0,80 m, conforme 4.3.2. Acima de 0,40 
m de extensão, a largura mínima deve ser de 
0,90 m.
Em outro caso, ao avaliar um projeto arquitetônico, 
o projeto apresentava um corredor com comprimento 
de 12,42 metros e largura de 1,20 metro. Neste caso, no 
início e no fi nal do corredor, temos portas.
Em função do comprimento ser maior que 10 
metros e pela posição das portas, a largura mínima 
desse corredor deverá ser de 1,50 metro.
Da mesma forma o corredor de um metro no 
primeiro exemplo.
Concluindo, é importante ressaltar que rampas são 
consideradas como corredores e sua largura deve ser 
dimensionada conforme o item 6.11 da NBR 9050.
Compreendido isso, vamos entender como devem 
ser as portas.
107
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA
Imagem 5: Rampa no interior da edifi cação com largura conforme 
item 6.11.1 da NBR 9050.
LARGURA DOS CORREDORES EM 
APARTAMENTOS ACESSÍVEIS
Na frente de todas as portas deve haver uma área 
de giro de no mínimo 1,20 x 1,20 m, para que a pessoa em 
cadeira de rodas consiga abrir a porta.
Por esse motivo, o corredor em apartamentos 
acessíveis deve ter largura mínima de 1,20 m.
É obrigatório o atendimento da fi gura 83 junto às portas 
e circulações internas e ambientes acessíveis (banheiros e 
quartos) das unidades autônomas acessíveis. As unidades 
autônomas ADAPTÁVEIS podem ter o corredor com largura 
de 90 cm. Porém, no momento em que a unidade se tornar 
ACESSÍVEL, deverá ter o corredor com largura de 1,20 m. 
108
ARQ. EDUARDO RONCHETTI DE CASTRO
PORTAS
O que uma porta precisa ter para ser considerada 
acessível?
Ah! Edu, essa é fácil, tem que ter um vão livre de 80 cm!
Sim, você tem razão, mas não é só isso.
Por exemplo, aqui no prédio em que eu moro, tem 
uma porta no fi nal do corredor. 
Pensando na mesma condição, imagine que eu 
estou em uma cadeira de rodas neste corredor. 
Será que eu vou conseguir abrir essa porta 
considerando que a porta abre na minha direção? Não. 
Não vou conseguir, pois a porta vai bater no meu pé.
E se eu me afastar da porta para livrar o meu pé, 
não vou conseguir alcançar a maçaneta. Então, como 
vou abrir essa porta sozinho? Com autonomia?
É por esse motivo que devemos ter o que a norma 
técnica de acessibilidade chama de “espaços de 
aproximação lateral”, ou seja, quando a porta abre na 
minha direção, preciso de um espaço livre de no mínimo 
60 cm na lateral da maçaneta para conseguir

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