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A GUERRA DOS MASCATES A Guerra dos Mascates ocorreu no ano de 1710 em Pernambuco e, aparentemente, foi um conflito entre senhores de engenho de Olinda e comerciantes do Recife. Estes últimos, denominados "mascates", eram, em sua maioria, portugueses. A GUERRA DOS MASCATES ❑ Antes da ocupação holandesa, Recife era um povoado sem maior expressão. ❑ O principal núcleo urbano era Olinda, ao qual Recife encontrava-se subordinado. ❑ depois da expulsão dos holandeses Recife tornou-se um centro comercial, graças ao seu porto excelente, e recebeu um grande afluxo de comerciantes portugueses. ❑ Olinda era uma cidade tradicionalmente dominada pelos senhores de engenho. A desigualdade econômica e a crise açucareira: motivos fundamentais da Guerra dos Mascates. A GUERRA DOS MASCATES A Guerra dos Mascates foi um conflito armado ocorrido na Capitania de Pernambuco entre 1709 e 1714. O confronto envolveu grandes senhores de engenho de Olinda e os comerciantes portugueses do Recife. Esses comerciantes eram, pejorativamente, chamados de “mascates” devido sua profissão. A GUERRA DOS MASCATES: CARACTERÍSTICAS GERAIS ❑ O processo de expulsão dos holandeses deixou graves marcas em Olinda ❑ Havia um sentimento autonomista e até mesmo antilusitano – que consiste na hostilidade contra os portugueses – por parte dos pernambucanos de Olinda ❑ Conflito pelo poder político local ❑ Os mascates, além de comercializar seus produtos, faziam empréstimos com altas taxas de juros aos olindenses. ❑ A queda internacional nos preços do açúcar impossibilitava os senhores de engenho de honrar aquelas dívidas. A GUERRA DOS MASCATES O desenvolvimento de Recife, cidade controlada pelos comerciantes, testemunhava o crescimento do comércio, cuja importância a atividade produtiva agroindustrial açucareira, à qual se dedicavam os senhores de engenho olindenses. O orgulho desses senhores havia colocado em crise a produção açucareira do nordeste. Eram poderosos, visto que, controlavam a Câmara Municipal de Olinda. A GUERRA DOS MASCATES Em 1703, representantes do comércio de Recife conseguiram o direito de representação na Câmara de Olinda. Contudo, foi somente através da Carta Régia de 1709 que a vila passou a ser independente, alcançando autonomia política em relação à Olinda. A GUERRA DOS MASCATES No mesmo ano os recifenses passaram a contar com a sede da Câmara Municipal e o Pelourinho, alicerçando a autonomia em relação à Olinda. Os olindenses, temendo que Recife, além de centro comercial, se tornasse o palco das decisões políticas, ficaram inconformados. ❖ Em 1710, os senhores de engenho de Olinda, sob liderança de Bernardo Vieira de Melo e do Capitão-mor, Pedro Ribeiro da Silva, invadiram a cidade, destruíram o Pelourinho e libertaram todos os presos, dando início à Guerra dos Mascates. ❖ O argumento utilizado por eles era de que Recife não estava respeitando os limites estabelecidos entre as comarcas. ❖ Em 1711, foi feito o contra-ataque. Os mascates se organizaram para atacar Olinda, obrigando os senhores de engenho a recuar. ❖ Maior provocador das “alterações” de 1710, seria adiante chamado de “o primeiro pernambucano livre” ❖ era o pernambucano que mais odiava os portugueses ❖ Esse grande agitador era membro de duas antigas famílias da capitania, descendentes da aristocracia lusa: os Bezerra e os Cavalcanti de Albuquerque. Leonardo Bezerra, líder na guerra dos mascates ❖ Então, em outubro de 1710, a revolta explodiu. ❖ O governador português Sebastião de Castro sofreu um atentado à bala e depois fugiu para a Bahia. ❖ O Recife foi ocupado pelos olindenses. E no dia 10 de novembro, Bernardo e outros líderes, como Leonardo Bezerra e Sebastião de Barros Rego, propuseram o rompimento com Portugal e o estabelecimento em Pernambuco uma república independente e plutocrática, ou seja, governada pelos ricos, ao modo de Veneza, na época. Bernardo Vieira de Melo guerreiro e republicano A GUERRA DOS MASCATES Chegando a frota com o documento em 1710, o governador Sebastião de Castro e Caldas fez levantar o pelourinho recifense, o qual gerou insatisfação entre os nobres, que fizeram-no atentado falho e depois pegaram em armas e puseram-no em debandada para a Bahia Alguns meses se passaram e em 1711 os mascates organizaram o seu levante tomando algumas posições importantes no Recife, que foi posto sob cerco dos olindenses O conflito só se resolveu com a chegada do novo governador apontado pela Coroa, Félix José de Mendonça, que, a priori, se mostrou imparcial, mas logo impôs devassas para condenar os revoltosos de Olinda e elevou permanentemente Recife à condição de Vila A GUERRA DOS MASCATES ❑ Fronda dos Mazombos, Nobres contra mascates, Pernambuco 1666- 1715, de autoria de Evaldo Cabral de Mello ❑ Mello objetivou perceber e estabelecer antecedentes, a partir do fim da ocupação holandesa, que expliquem ou ao menos deem indícios dos problemas que viriam a explodir no ano de 1710. A GUERRA DOS MASCATES Em 1714, o rei D. João V, resolveu anistiar todos os envolvidos nessa disputa, manteve as prerrogativas político-administrativas de Recife A GUERRA DOS MASCATES Elevado à condição de cidade e sede municipal, por Carta Imperial, de 05-12-1823. Elevado à Capital do Estado, por Portaria, de 29-12-1825, confirmado pela Resolução de 15-02-1827. RECIFE SE FIRMA COMO PRINCIPAL VILA PRISÕES ENFRENTAMENTOS A GUERRA DOS MASCATES: RESUMO RESOLUÇÃO DE QUESTÕES QUESTÃO 1 IAUPE A Guerra dos Mascates caracterizou-se como uma(um) A) luta entre paulistas e portugueses para se obter o controle da região mineradora. B) rebelião colonial motivada pelas dificuldades econômicas da empresa açucareira e pela crise de mão de obra, que a Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão não conseguiu solucionar. C) luta dos baianos para romperem com a dominação portuguesa e proclamarem uma República democrática. D) conflito entre os senhores-de-engenho de Olinda e os comerciantes do Recife, tendo como estopim a autonomia administrativa pretendida por Recife. E) rebelião olindense organizada pelos alfaiates contra a opressão colonial. QUESTÃO 2 UEG Dentre as rebeliões e distúrbios que surgiram durante o Brasil Colônia, destaca- se a Guerra dos Mascates (1710-1711), envolvendo as cidades de Recife e Olinda. A causa desse conflito foi a diferença A) Social entre a nobreza proprietária de terras de Olinda e os comerciantes de origem portuguesa que habitavam a cidade de Recife. B) Religiosa entre os católicos de Olinda e os protestantes calvinistas que implementaram práticas capitalistas na cidade de Recife. C) Econômica entre a cidade de Olinda, enriquecida pela produção de açúcar, e a cidade de Recife, que estava em decadência comercial. D) Étnica entre os habitantes de Olinda, formados por brasileiros, e os habitantes de Recife, majoritariamente descendentes dos holandeses. QUESTÃO 3 IAUPE A restauração de Pernambuco à Coroa portuguesa afetou a organização socioeconômica da capitania, que dará sinais de instabilidade em fins do século XVII e início do seguinte, retratada no conflito que ficou conhecido como a “guerra dos mascates”. Referência: DA SILVA, Daniel. O Tráfico Transatlântico de Escravos de Pernambuco (1576-1851): Notas de Pesquisa. As principais motivações desse conflito foram respectivamente A) O sentimento antilusitano e a disputa política pelo território da Paraíba. B) A União Ibérica e o sentimento antirrepublicano na capitania de Olinda. C) O declínio do comércio do Recife e a escassez de mão de obra escrava. D) A crise econômica de Olinda e o crescimento socioeconômico do Recife. E) A dominação holandesa e a unificação da capitania sob o governo de Nassau. QUESTÃO 4 IAUPE A chamada Guerra dos Mascates, episódio ocorrido em Pernambuco,entre 1710 e 1711, foi um conflito entre diferentes elites político-econômicas, localizadas em Olinda e Recife, resultando na ascensão da elite mercantil de Recife. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA. A) Em 1711, as autoridades coloniais puseram fim ao conflito, reafirmando o status de Recife enquanto vila, o que conferiu à elite dessa povoação os meios para consolidar seu poder político na capitania, mediante cargos na câmara municipal da nova vila. B) Os mercadores do Recife foram politicamente apoiados, em sua revolta contra o poderio dos senhores olindenses, por diversos grupos sociais livres de Recife e Olinda assim como por um pequeno número de escravos. C) A Guerra dos Mascates foi um conflito político entre senhores de engenho e mercadores de grande porte em Pernambuco do início do século XVIII que se estendeu por outras províncias do atual Nordeste, como o Ceará e o Rio Grande do Norte. D) Os mercadores do Recife, em sua ânsia por liberdade, proclamaram a República em 1711, proclamação, entretanto, revogada pelas autoridades coloniais. E) Em 1711, as autoridades coloniais puseram fim ao conflito, elevando o Recife à categoria de vila, mas dando à elite olindense a primazia sobre os cargos da nova câmara municipal do Recife. QUESTÃO 5 UNAMA A Guerra dos Mascates (Pernambuco, 1710-12) exprime: A) Um movimento coordenado em busca da independência. B) Um sentimento de animosidade contra os holandeses invasores. C) A insatisfação com a política do marquês de Pombal. D) O interesse da burguesia agrária em alcançar os cargos dos Conselhos Municipais. E) O declínio das lavouras canavieiras. QUESTÃO 6 MS CONCURSOS “O Mendonça era Furtado Pois dos paços o furtaram Governador governado Para o reino o despacharam.” A cantiga popular refere-se à expulsão do governo da capitania de Pernambuco durante a revolta do movimento nativista denominado: A) Guerra dos Mascates. B) Guerra dos Farrapos. C) Revolta de Beckman. D) Guerra dos Emboabas. QUESTÃO 7 VUNESP A Guerra dos Mascates, no princípio do século XVIII, analisada segundo uma perspectiva econômica, pode ser interpretada como um: A) Episódio na luta para a consolidação dos holandeses no domínio da exploração dos engenhos. B) Conflito entre colonos produtores de açúcar e comerciantes reinóis favorecidos pelo monopólio comercial. C) Esforço realizado pelos brasileiros com vistas à penetração das terras situadas no Norte. D) Momento de disputa entre portugueses e brasileiros para o domínio do comércio das drogas do sertão. E) Choque ocorrido entre duas frentes expansionistas em conflito no interior do Nordeste: a dos bandeirantes e a dos baianos. QUESTÃO 8 AVANÇA No que se refere à Guerra dos Mascates, ocorrida em Pernambuco, no ano de 1710, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta: I. Deveu-se ao choque entre comerciantes portugueses do Recife e a aristocracia rural de Olinda, cujas relações comerciais eram, respectivamente, de credores e devedores. II. Deveu-se ao conflito principal entre árabes e holandeses. III. Deveu-se a uma disputa interna entre escravos e índios na região norte do Recife. A) Apenas o item I é verdadeiro. B) Apenas o item II é verdadeiro. C) Apenas o item III é verdadeiro. D) Todos os itens são verdadeiros. E) Nenhum dos itens é verdadeiro. QUESTÃO 9 FEC “Que se destrua a criação da vila do Recife, para nunca mais haver. Que sejam desterrados e tidos e havidos por traidores à pátria Cristóvão de Barros e outros. Que todos os contratos serão arrematados na cidade de Olinda, como cabeça que é de Pernambuco. Que não se consentirá haver mais tributos, nem contratos dos que há. Que se conservará sempre um juiz do povo, feita a cada ano a sua eleição por vinte e quatros misteres (...). Que todos os governadores, ouvidores e juízes com seus oficiais de justiça morarão na cidade, e só dois ou três meses no Recife(...).” O texto acima, extraído de um requerimento escrito em 1710, está relacionado ao seguinte conflito: A) Guerra dos Emboabas; B) Guerra dos Farrapos; C) Guerra dos Mascates; D) Revolta de Beckman; E) Revolta de Filipe dos Santos. QUESTÃO 10 UECE Considere as afirmações a seguir em relação à Guerra dos Mascates ocorrida na capitania de Pernambuco, entre 1710 e 1711: I. A Guerra dos Mascates foi um conflito entre os comerciantes de Recife e os proprietários de terras de Olinda, no contexto em que, a primeira florescia e a segunda mostrava claros sinais de decadência. II. A vitória dos comerciantes de Recife possibilitou a emancipação de sua vila e o fim da sujeição política, administrativa e jurídica a Olinda. III. O discurso dos olindenses derrotados era aquele que os afirmava como nobres homens da terra, destituídos de suas prerrogativas por estrangeiros e seus descendentes aventureiros. Está correto o que se afirma em A) III apenas. B) II e III apenas. C) I apenas. D) I, II e III. GABARITO 1. D 2. A 3. D 4. A 5. E 6. A 7. B 8. A 9. C 10. D Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29