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nutrição funcional
Suplementos e
Formulações
CONTEÚDO
Para que tenhamos todos os nutrientes
necessários para a manutenção de nosso
corpo é importante ter uma alimentação
variada. A ingestão de uma variedade
limitada de alimentos ricos em
micronutrientes leva à inadequação da
ingestão de diversos nutrientes
(YANNAKOULIA et al., 2018). Por este motivo,
a suplementação – tanto de macro, quanto
de micronutrientes – muitas vezes é
necessária.
Nos últimos 20 anos a suplementação de
nutrientes vem ganhando popularidade e tem
uma procura cada vez maior (DWEYER et al.,
2018). Mesmo que a suplementação seja
feita, é importante lembrar que ela não deve
substituir a alimentação, mas complementá-
la.
Na prática clínica do nutricionista, a
suplementação gera alguns
questionamentos, entre eles quando e o que
prescrever, o que deve conter em uma
prescrição e qual forma farmacêutica utilizar,
além da falta de conhecimento das
legislações vigentes. Por este motivo, o
estudo e conhecimento das integrações
metabólicas e da individualidade do paciente
são fundamentais para tomar uma decisão
assertiva (MARQUES, 2015).
Prescrição nutricional 
O nutricionista pode realizar a prescrição de
vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas,
gorduras, fibras e aminoácidos, desde que
seja por via oral e que estes não ultrapassem
os níveis máximos de segurança, como o
limite superior tolerável de ingestão (UL).
Quando não há valor de UL é necessário se
basear em níveis sugeridos em estudos
experimentais publicados em revistas
científicas indexadas, (DRIS, 2006). - NA
PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL.
Nutracêuticos
Os nutracêuticos são produtos que contém
características de alimentos e fármacos.
Muitas vezes esses nutracêuticos são
associados ao tratamento de patologias ou
condições de pele, podendo muitas vezes
serem a única abordagem de tratamento
(ANUNCIATO, ROCHA-FILHO, 2012). 
A Associação Brasileira de Nutrição
(ASBRAN) classifica os nutracêuticos como
“uma ampla variedade de alimentos e
componentes alimentícios com apelo médico
ou de saúde. Sua ação varia do suprimento
de minerais e vitaminas essenciais até a
proteção contra várias doenças infecciosas.
Tais produtos podem abranger nutrientes
isolados, suplementos dietéticos 
geneticamente planejados, alimentos
funcionais, produtos herbais e alimentos
processados tais como cereais, sopas e
bebidas” (ASBRAN, 2017). 
Entre os nutracêuticos é possível encontrar:
vitaminas, fitoestrógenos, isoflavonas,
antioxidantes, ácidos graxos poli-insaturados,
coenzima Q 10, chá verde (Camellia sinensis),
óleo de cártamo (Carthamus tintorius L),
laranja amarga (Citrus aurantium),
betacaroteno, caratenoides, suco de
cranberry (Vaccinium macrocarpon), Psyllium
(Plantago ovata) probióticos, prebióticos,
polissacarídeos bioativos. 
Interações de nutrientes 
A biodisponibilidade de vitaminas, minerais e
compostos bioativos dependem de muitos
fatores inerentes ao indivíduo, de
concentração da substância, sua forma
química e das condições de processamento
do alimento ou suplemento (CALLOU; SILVA,
2016). Sabe-se que interações entre
nutrientes acontecem, sejam elas positivas
ou negativas. Essas interações negativas
podem causar efeitos adversos e que estes
aumentam quando existe um desequilíbrio na
ingestão de nutrientes. O excesso de um
nutriente pode interferir na absorção,
excreção, transporte, armazenamento,
função ou metabolização de outro nutriente. 
Além da interação nutriente-nutriente,
também pode ocorrer à interação fármaco-
nutriente. Esta última acontece quando um
nutriente interfere nos parâmetros
farmacocinéticos e farmacodinâmicos de um
fármaco que foi administrado
concomitantemente ou quando um fármaco
altera a função de um nutriente no organismo
(LIMA et al., 2017).
Compostos bioativos 
Os compostos bioativos são aqueles não
nutrientes que possuem ação metabólica ou
fisiológica específica. Estes compostos
causam uma série de efeitos interessantes
na saúde humana de forma direta e indireta,
com propriedades medicinais relevantes
(KARASAWA; MOHAN, 2018). Relativo à
prescrição destes compostos isolados,
apenas os médicos podem prescrever, ao
nutricionista cabe a prescrição dessas
substâncias por meio da alimentação ou de
um fitoterápico que as contenha (BRASIL,
2002).
Farmacotécnica
É a ciência farmacêutica que estuda a
preparação de medicamentos: 
Desde a transformação da matéria prima em
medicamentos, assegurando sua eficácia
terapêutica e conservação. 
- Recomendação Média Estimada (EAR)
- Ingestão Dietética Recomendada (RDA)
- Ingestão Adequada (AI)
- Limite Máximo Tolerável de Ingestão (UL)
Além desta divisão de unidades, os valores
de referência são divididos por sexo e faixa
etária. 
Formas farmacêuticas 
Forma farmacêutica é o estado final que as
substâncias ativas ou excipientes
apresentam depois de submetidas às
operações farmacêuticas necessárias
(CABRAL; PITA, 2015). Essas formas
farmacêuticas são classificadas em: I)
sólidas, II) líquidas, III) semissólidas e IV)
gasosas e visam facilitar sua posologia e
administração, mascarar os caracteres
organolépticos e assegurar a ação desejada
(MARQUES, 2015). Dentro das formas
farmacêuticas existem diferentes produtos
finais: 
- Formas sólidas: extrato seco, cápsula,
comprimido, goma de mascar, tablete,
pastilha, pó; 
- Formas líquidas: suspensão, tintura, xarope. 
Ingestão dietética de referência 
As Dietary Reference Intake (DRIs) são os
valores de recomendação de nutrientes e
energia adotados pelos Estados Unidos e
Canadá. Nestes valores encontram-se quatro
unidades diferentes:
Estresse Oxidativo 
O estresse oxidativo é um processo que
ocorre quando há um desequilíbrio entre a
geração de compostos oxidantes e a atuação
de defesa antioxidante, ou seja, entre
espécies pró e antioxidantes, resultando em
dano celular e molecular (TAN et al., 2018). A
geração excessiva e o acúmulo de espécies
reativas pró-oxidantes ao longo do tempo
podem danificar proteínas, lipídios,
carboidratos e ácidos nucléicos (THAPA;
CARROLL, 2017). 
Suplementação no envelhecimento 
Muitos são os idosos que têm uma ingestão
inadequada de macro e micronutrientes e as
razões para que estas deficiências ocorram
são diversas. Portanto, cabe ao profissional
de saúde educar os idosos, promovendo
dietas saudáveis e, quando necessário,
promover a utilização de suplementação
(YANNAKOULIA et al., 2018). 
Os idosos apresentam uma redução da
massa muscular e a gordura gorporal tende a
aumentar. Uma das estratégias que se utiliza
é a suplementação de wheyprotein para
aqueles que não atingem a ingestão proteica
diária necessária para suprir as suas
necessidades (VITOLO, 2008; CUNHA, 2017). 
REFERÊNCIAS
KARASAWA, M. M. G.; MOHAN, C. Fruits as
prospective reserves of bioactive
compounds: a review. Natural Products and
Bioprospecting, v. 8, n. 5, p. 335-346, 2018.
LIMA, T. A. M.; RIBEIRO, J. F.; PEREIRA, L. L.
V. et al. Interações entre nutrientes e
fármacos prescritos para idosos com
síndrome coronariana aguda. Arq. Ciênc.
Saúde. 2017 out-dez: 24(4) 52-57.
MARQUES, N. Como e quando prescrever
suplementos nutricionais? In: PASCHOAL, V.;
MARQUES, N.; SANT’ANNA, V. Nutrição
Clínica Funcional: Suplementação
nutricionial. VP Editora: São Paulo, 2015.
TAN, B. L.; NORHAIZAN, M. E.; LIEW, W. P.;
SULAIMAN RAHMAN, H. Antioxidant and
oxidative stress: a mutual interplay in age-
related diseases. Front Pharmacol.16;9:1162,
2018.
THAPA, A.; CARROLL, N. J. Dietary modula-
referências referências tion of oxidative
stress in Alzheimer’s disease. Int J Mol Sci.
21;18(7), 2017.
VITOLO, M. R. Nutrição - da Gestação ao
Envelhecimento. Rubio, 2008. 
YANNAKOULIA, M.; MAMALAKI, E.;
ANASTASIOU, C. A. et al. Eating habits and
behaviors of older people: Where are we now
and where should we go? Maturitas. 2018 
ANUNCIATO, T. P.; ROCHA FILHO, P. A.
Carotenoids and polyphenols in
nutricosmetics, nutraceuticals, and
cosmeceuticals. J Cosmet Dermatol., v. 11, n.
1, p. 51-54, 2012. 
ASBRAN – Associação Brasileira de Nutrição.
Portaria asbran n° 12, de 17 de julho de 2017.BRASIL. Ministério da Saúde. Agência
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.
Resolução RDC nº 2, de 2002
CABRAL, C.; PITA, J. R. Ciclo de Exposições:
Temas de Saúde, Farmácia e Sociedade.
Centro de Estudos Interdisciplinares do
Século XX (CEIS 20): Coimbra, 2015.
CALLOU, K. R. A.; SILVA, M. C. F.
Biodisponibilidade de micronutrientes e
compostos bioativos: aspectos. Rev.
Eletrônica Estácio Recife, v. 1, n. 1, 2016.
CUNHA, M. F. Suplementação com Whey em
idosos como prevenção da sarcopenia.
Faculdade de Ciências da Nutrição e
Alimentação da Universidade do Porto, Porto,
2017.
DWYER, J. T.; COATES, P. M.; SMITH, M. J.
Dietary Supplements: Regulatory Challenges
and Research Resources. Nutrients. 2018
Jan; 10(1): 41.

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