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ACESSE AQUI ESTE MATERIAL DIGITAL! ARIADNE WAURECK DIEGO FERNANDO ROTERS LUANA MARIA ALVES DA SILVA LEGISLAÇÃO AGRÁRIA, CONTROLE INTEGRADO E RECEITUÁRIO AGRONÔMICO Coordenador(a) de Conteúdo Maquiel Duarte Vidal Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Camila Luiza Nardelli Caroline Casarotto Andujar Isabella Santos Magalhães Lavignia da Silva Santos Design Educacional Patrícia Ramos Peteck Curadoria Gisele da Silva Porto Revisão Textual Harry Wiese Meyre Aparecida Barbosa Ilustração André Luis Azevedo da Silva Eduardo Aparecido Alves Fotos Shutterstock e Envato Impresso por: Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722. Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Núcleo de Educação a Distância. WAURECK, Ariadne; ROTERS, Diego Fernando; SILVA, Luana Maria Alves da. Legislação Agrária, Controle Integrado e Receituário Agronômico/ Ariadne Waureck, Diego Fernando Roters, Luana Maria Alves da Silva. - Florianópolis, SC: Arqué, 2023. 216 p. ISBN papel 978-65-6083-097-4 ISBN digital 978-65-6083-098-1 “Graduação - EaD”. 1. Legislação Agrária 2. Controle Integrado 3. Receituário Agronômico 4. EaD. I. Título. CDD - 342.1243 EXPEDIENTE Centro Universitário Leonardo da Vinci.C397 FICHA CATALOGRÁFICA 19426 RECURSOS DE IMERSÃO Utilizado para temas, assuntos ou conceitos avançados, levando ao aprofundamento do que está sendo trabalhado naquele momento do texto. APROFUNDANDO Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de filmes que se conectam com o tema do conteúdo. INDICAÇÃO DE FILME Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de livros que agregarão muito na sua vida profissional. INDICAÇÃO DE LIVRO Utilizado para desmistificar pontos que possam gerar confusão sobre o tema. Após o texto trazer a explicação, essa interlocução pode trazer pontos adicionais que contribuam para que o estudante não fique com dúvidas sobre o tema. ZOOM NO CONHECIMENTO Este item corresponde a uma proposta de reflexão que pode ser apresentada por meio de uma frase, um trecho breve ou uma pergunta. PENSANDO JUNTOS Utilizado para aprofundar o conhecimento em conteúdos relevantes utilizando uma linguagem audiovisual. EM FOCO Utilizado para agregar um conteúdo externo. EU INDICO Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas por meio de fantásticos podcasts. PLAY NO CONHECIMENTO PRODUTOS AUDIOVISUAIS Os elementos abaixo possuem recursos audiovisuais. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. 143 7 73 4 143 U N I D A D E 3 ÉTICA, MEIO AMBIENTE E LEGISLAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144 FORMULAÇÃO DO RECEITUÁRIO AGRONÔMICO E TÉCNICAS DE APLICAÇÃO . . . . 170 ELABORAÇÃO DO RECEITUÁRIO AGRONÔMICO E ETAPAS . . . . . . . . . . . . . . . . . 192 7 U N I D A D E 1 LEGISLAÇÃO FITOSSANITÁRIA: PANORAMA DE LEIS NO CENÁRIO NACIONAL E ESTADUAL E, EXEMPLOS COM APLICAÇÃO DE LEIS NO CENÁRIO REGIONAL . . . . . . 8 LEGISLAÇÃO APLICADA AOS AGROTÓXICOS E SEUS COMPONENTES . . . . . . . . . . .30 LEGISLAÇÃO APLICADA A FISCALIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS E SEUS COMPONENTES . .50 73 U N I D A D E 2 AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DOS DANOS PROVOCADOS PELAS PRAGAS . . . . . . . . . . . 74 CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .96 MÉTODOS DE CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 5 SUMÁRIO UNIDADE 1 MINHAS METAS LEGISLAÇÃO FITOSSANITÁRIA: PANORAMA DE LEIS NO CENÁRIO NACIONAL E ESTADUAL . E EXEMPLOS COM APLICAÇÃO DE LEIS NO CENÁRIO REGIONAL Revisar a legislação fitossanitária nacional para adequá-la às demandas e avanços tecnológicos atuais. Promover a harmonização das leis fitossanitárias entre os estados, buscando evitar disparidades e garantir um padrão de controle eficiente e equitativo em todo o país. Fortalecer o entendimento quanto à fiscalização e o monitoramento do comércio, uso e transporte de agrotóxicos. Fomentar a conscientização e compreensão sobre o papel crucial da legislação fitossanitária. Estimular o conhecimento sobre as medidas de proteção fitossanitária. Importância legislação fitossanitárias para a agricultura sustentável e a segurança alimentar Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis de controle de pragas e doenças. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1 8 INICIE SUA JORNADA Imagine-se você, estudante, preocupado com a crescente ameaça de pragas e doenças que afetam os cultivos agrícolas em sua região. Você se depara com uma complexa teia de leis e regulamentações fitossanitárias em âmbito nacional, estadual e regional. Como você pode entender e navegar por essa intrincada rede de regulamentos para proteger os cultivos e o meio ambiente de forma eficaz? Qual é o papel das leis fitossanitárias na segurança alimentar, na sustentabilidade agrícola e na preservação da biodiversidade? No contexto nacional, a legislação fitossanitária assume uma relevância significativa, e um exemplo notável é a Lei nº 7.802/1989, que regulamenta a pesquisa, experimentação, produção, embalagem e rotulagem de agrotóxicos e seus componentes. Tal legislação estabelece critérios rigorosos para o registro, comercialização e uso responsável de produtos fitossanitários, com o objetivo de proteger tanto os produtores quanto os consumidores e o meio ambiente. Paralelamente, cada estado brasileiro tem a prerrogativa de estabelecer suas próprias leis complementares e regulamentações específicas para a fitossanidade. Essas legislações estaduais adaptam-se às particularidades regionais e visam mitigar os riscos fitossanitários específicos de cada localidade. Ao analisar os exemplos de aplicação das leis fitossanitárias no cenário regional, identifica-se uma variedade de iniciativas que visam ao controle de pragas e doenças. Dentre essas aplicações, destaca-se a implementação de programas de monitoramento intensivo de pragas em regiões específicas, com o objetivo de detectar surtos precocemente e adotar medidas de controle adequadas. Além disso, a criação de redes de laboratórios especializados em diagnóstico fitossanitário possibilita a rápida identificação de problemas e o desenvolvimento de estratégias específicas de controle. A promoção de parcerias público-privadas é outra vertente importante no ce- nário regional, permitindo o desenvolvimento conjunto de novas tecnologias de controle de pragas, com foco na sustentabilidade agrícola. Além disso, a aplicação de incentivos fiscais para produtores que adotam práticas de manejo integrado de pragas e a implementação de barreiras fitossanitárias em pontos estratégicos também exemplificam a busca pela efetiva proteção das áreas agrícolas regionais. UNIASSELVI 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Neste contexto, torna-se essencial compreender a complexidade da Legislação Fitossanitária e suas múltiplas aplicações no cenário nacional, estadual e regional. A busca por um equilíbrio entre a proteção fitossanitária, a segurança alimentar e a sustentabilidade agrícola é fundamental para garantir uma agricultura mais segura, produtiva e ambientalmente responsável. Conheça um exemplo de sucesso da legislação fitossanitária no monitoramento das pragas quarentenárias, que é o caso da erradicação da mosca-da-fruta (Ceratitis capitata) na região do Vale do São Francisco, no Nordeste do Brasil. PLAY NO CONHECIMENTO DESENVOLVA SEU POTENCIAL A fitossanidade é um campo da ciência agrícola que se dedica ao estudo e ao con- trole de pragas e doenças que afetam plantas cultivadas. A importância da fitossani- dade na agricultura é indiscutível.A proteção das plantas cultivadas é essencial para garantir colheitas saudáveis, abundantes e de qualidade. Pragas e doenças podem reduzir drasticamente a produtividade das lavouras, levando à perda de alimentos e ao aumento dos preços dos produtos agrícolas (AMORIM et al., 2018). Isso pode afetar diretamente a segurança alimentar, uma vez que o abastecimento adequado de alimentos depende, em grande parte, do sucesso da produção agrícola. VAMOS RECORDAR? Biotecnologias revolucionaram a agricultura nos últimos 20 anos, provendo muitos benefícios ao agricultor. Mas você sabe como utilizar essas práticas para evitar o desperdício dessas ferramentas? Assista ao vídeo e entenda as perspectivas de biotecnologias e sustentabilidade agrícola para o Brasil com a Analiza Alves, líder de manejo, resistência e biotecnologia e crop protection da Corteva Agriscience para a América Latina. 1 1 A legislação fitossanitária é um instrumento fundamental para alcançar os objetivos de proteção dos cultivos, segurança alimentar e preservação da biodiversidade (CAMPANHOLA; BETTIOL, 2003). Pode ser definida como um conjunto de normas, leis e regulamentações criadas com o propósito de proteger a agricultura e o meio ambiente contra a disseminação de pragas e doenças que afetam cultivos agrícolas e florestais. Ela estabelece normas e regulamentos que visam controlar a introdução, a disseminação e o manejo de pragas e doenças em áreas agrícolas. Através da legislação, são estabelecidos critérios para o registro, o uso e o descarte de agrotóxicos e defensivos agrícolas, bem como para a adoção de práticas de manejo integrado de pragas e doenças, que promovam o equilíbrio ecológico nos agroecossistemas. PANORAMA DE LEIS NO CENÁRIO NACIONAL O Brasil é reconhecido como o terceiro maior exportador agrícola do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e a Europa, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. Essa posição de destaque nas exportações agrícolas ressalta a importância da legislação fitossanitária, que desempenha um papel imprescindível na regulamentação do trânsito de vegetais, tanto em âmbito nacional como internacional. Para garantir a sanidade e a qualidade dos produtos agrícolas, o Brasil conta com a atuação da Organização Nacional de Proteção Fitossanitária (ONPF), representada pelo Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Essa entidade tem a missão de programar e executar ações estratégicas para prevenir a entrada de pragas no país, protegendo, assim, a produção agrícola nacional. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 A legislação fitossanitária desempenha um papel fundamental nesse contexto, estabelecendo normas e regulamentações que orientam o controle fitossanitário em todo o território brasileiro. Ela assegura que as práticas adotadas na agricultura estejam alinhadas com os padrões internacionais de segurança, garantindo a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global. Através da ONPF e do Departamento de Sanidade Vegetal, o MAPA desempenha um importante papel na coordenação das atividades de fiscalização fitossanitária em portos, aeroportos e postos de fronteira. Essas ações têm como objetivo evitar a introdução de pragas e doenças que possam prejudicar a produção agrícola e a segurança alimentar do país. Isso fortalece a imagem do Brasil como fornecedor confiável de produtos agrícolas no mercado internacional. A Legislação Fitossanitária Nacional, regida pela Lei nº 7.802/1989, desempenha um papel crucial na proteção da agricultura brasileira contra as ameaças representadas por pragas e doenças que podem afetar as plantações. Essa lei estabelece as principais diretrizes e regulamentações para o controle, registro, comercialização e uso responsável de agrotóxicos e defensivos agrícolas em território nacional. CATEGORIAS DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS Uma das diretrizes fundamentais da Lei nº 7.802/1989 é a definição das categorias de produtos fitossanitários e suas classificações, permitindo a diferenciação adequada entre agrotóxicos, seus componentes e afins. Essa classificação é essencial para reg- ulamentar o uso de cada tipo de produto e garantir a segurança tanto dos agricultores quanto dos consumidores finais. 1 1 Além da Lei nº 7.802/1989, que é uma das principais leis relacionadas à legis- lação fitossanitária no Brasil, existem outras normas e regulamentações que di- zem respeito à fiscalização fitossanitária no país. Algumas das principais leis que abordam esse tema são: A Lei nº 9.974/2000, que altera a lei nº 7.802/1989, que dispõe sobre a autorização para produção, comercialização e uso de organismos geneticamente modificados (OGMs) e seus derivados, incluindo ações de fiscaliza- ção e monitoramento para garantir a biossegurança desses produtos. REGISTRO E A FISCALIZAÇÃO DOS AGROTÓXICOS A legislação também determina os procedimentos e critérios para o registro e a fiscalização dos agrotóxicos no Brasil. Antes de serem comercializados e utilizados no campo, os produtos fitossanitários precisam passar por uma rigorosa análise técnica e científica para assegurar sua eficácia, segurança e impactos ambientais controlados. Essa etapa de registro é conduzida por órgãos competentes, como o MAPA, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). RESPONSABILIDADE TÉCNICA A Lei nº 7.802/1989 também aborda a questão da responsabilidade técnica sobre o uso dos agrotóxicos, estabelecendo que a aplicação desses produtos deve ser real- izada por profissionais capacitados e autorizados. Essa medida busca garantir que os agrotóxicos sejam aplicados de forma adequada, minimizando os riscos de contami- nação e assegurando o uso seguro dos insumos agrícolas. PROIBIÇÃO DE AGROTÓXICOS Além disso, a Lei nº 7.802/1989 prevê a proibição da importação, produção, comer- cialização e uso de agrotóxicos não registrados no Brasil. Essa medida visa evitar a circulação de produtos desconhecidos e sem a devida avaliação dos órgãos compe- tentes, protegendo a saúde da população e o meio ambiente. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 As principais alterações estão relacionadas aos critérios para registro e co- mercialização de agrotóxicos e defensivos agrícolas, mudanças nas diretrizes para o uso responsável de agrotóxicos e defensivos agrícolas, incluindo a proteção da saúde humana e do meio ambiente, modificações nas normas de controle e fiscalização da produção, transporte e aplicação de agrotóxicos, ajustes nos procedimentos para a classificação e rotulagem de agrotóxicos e adaptações nas regras para o monitoramento e controle de pragas e doenças nas lavouras. É importante observar que a legislação é um pro- cesso contínuo e pode sofrer alterações e atualizações para atender às necessidades e exigências da socie- dade, bem como acompanhar o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Outra lei importante no cenário da fiscalização fitossanitária é a Lei nº 7.661/1988, que institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC) e estabelece diretrizes para o uso sustentável dos recursos costeiros, incluindo medidas de fiscalização para prevenir a introdução de pragas e doenças por meio de vegetais e produtos vegetais. A lei estabelece a importância da gestão integrada das áreas costeiras, que envolve a atuação coordenada dos governos federal, estaduais e municipais, assim como a participação da sociedade civil e das comunidades locais nas decisões sobre o uso e ocupação do litoral. O PNGC prevê a elaboração de planos de zoneamento costeiro, que definem as diferentes zonas e suas respectivas vocações e restrições, levando em consi- deração as características ambientais, sociais e econômicas de cada área. A lei estabelece diversos instrumentos para a gestão das áreas costeiras, como a criação de unidadesde conservação, o estabelecimento de normas de uso e ocupação do solo e o controle das atividades que possam causar impactos negativos ao meio ambiente. A participação da sociedade civil e das comunidades locais é incentivada na elaboração e implementação do PNGC, garantindo que suas necessidades e interesses sejam considerados nas decisões sobre o desenvolvimento e a conservação das áreas costeiras. O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro é uma importante ferramenta para a preservação dos ecossistemas costeiros, a A legislação é um processo contínuo e pode sofrer alterações 1 4 promoção do desenvolvimento sustentável e o equilíbrio entre a conservação ambiental e as atividades socioeconômicas nas regiões litorâneas do Brasil. A Instrução Normativa nº 39/2018, que estabelece o Programa Nacional de Con- trole da Ferrugem Asiática da Soja (Phakopsora pachyrhizi) e define as diretrizes e procedimentos para o controle dessa praga também representa instrumento importante na fiscalização fitossanitária. A Instrução Normativa nº 39/2018, que é uma regulamentação emitida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil e estabelece o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (Phakopsora pachyrhizi). A ferrugem asiática é uma doença causada por um fungo que pode causar danos significativos às plantações de soja, e o programa tem como objetivo con- trolar e prevenir a disseminação dessa doença, buscando preservar a produtivi- dade e a segurança da produção agrícola do país. Ela foi introduzida no Brasil por meio da importação de sementes de soja contaminadas ou de outros materiais vegetais infectados. A doença foi inicialmente detectada no país em 2001 e desde então tem representado uma séria preocupação para a agricultura brasileira. Figura 1 - Folhas de soja infectadas com ferrugem da soja Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Soybean_rust.jpg. Descrição da Imagem: fotografia de folhas de soja com ferrugem de soja. Na imagem há três folhas de soja na cor verde focadas, há partes das folhas que estão na cor amarela. Ao fundo, percebemos mais algumas folhas e parte do chão de terra escura. Fim da descrição. UNIASSELVI 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 A fiscalização é parte fundamental para o cumprimento dessa norma, isso é fei- to através de programas que estabelece a obrigatoriedade de monitoramento e vigilância constante das lavouras de soja em todo o território nacional. Esse monitoramento visa identificar precocemente a presença da ferrugem asiática e possibilitar a tomada de medidas rápidas de controle. A normativa determina a adoção de medidas fitossanitárias, como a aplicação adequada de fungicidas, a utilização de variedades de soja resistentes ou toleran- tes à doença, e a destruição de plantas voluntárias nas áreas de cultivo. O programa destaca ainda a importância do controle químico responsável, com o uso adequado de fungicidas registrados no MAPA, seguindo as recomen- dações técnicas e dosagens recomendadas. Isso visa minimizar os riscos de resis- tência do fungo aos fungicidas e reduzir impactos negativos ao meio ambiente. A instrução normativa prevê ainda a disseminação de informações técnicas sobre a ferrugem asiática, seu ciclo de vida, as melhores práticas de controle e o manejo adequado da doença. Além disso, incentiva a capacitação de produtores, técnicos agrícolas e demais profissionais envolvidos na cadeia produtiva da soja. O programa enfatiza a importância da comunicação entre órgãos de defesa fitossanitária, instituições de pesquisa, associações de produtores e demais envol- vidos, a fim de promover uma ação conjunta e eficiente no combate à ferrugem asiática e busca reduzir os riscos econômicos e ambientais causados pela ferru- gem asiática, protegendo a produção de soja no Brasil. A introdução da ferrugem asiática no Brasil é um lembrete importante da importância da vigilância fitossanitária e do controle adequado de fronteiras para evitar a disseminação de pragas e doenças agrícolas. É fundamental tomar medidas preventivas para proteger nossas culturas e garantir a segurança e a produtividade do setor agrícola. A Lei nº 9.294, promulgada em 15 de julho de 1996, é de grande importância no cenário da fiscalização fitossanitária e diz respeito à propaganda comercial de produtos fumígenos, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas. No Brasil, essa lei tem como objetivo regulamentar a publicidade de produtos que podem representar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente. 1 1 Dentre as principais determinações da Lei nº 9.294, que abrangem diretamente a área agrícola estão as restrições à propaganda de defensivos agrícolas: a lei impõe regulamentações específicas para a publicidade de defensivos agrícolas, buscando garantir que as informações transmitidas sejam verdadeiras e não levem a práticas prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente. O descumprimento das dispo- sições da Lei nº 9.294 pode acarretar em sanções administrativas e penais para as empresas e pessoas responsáveis pela publicidade irregular desses produtos. Essas são apenas algumas das principais leis e normas que dizem respeito à fiscalização fitossanitária no Brasil. A legislação fitossanitária é um campo amplo e em constante evolução, buscando garantir a segurança, a sustentabilidade e a sanidade dos vegetais cultivados e do meio ambiente como um todo. O cumpri- mento e a atualização dessas leis são essenciais para o controle efetivo de pragas e doenças agrícolas, bem como para a proteção dos interesses econômicos e am- bientais do país. PANORAMA DE LEIS NO CENÁRIO ESTADUAL Além da legislação fitossanitária nacional, a legislação estadual desempenha um papel fundamental na proteção da agricultura e do meio ambiente em nível re- gional, complementando as normas e regulamentações federais. Cada estado brasileiro possui suas competências e legislações específicas para o controle de pragas e doenças agrícolas, adequando as medidas de acordo com as particula- ridades e demandas locais. Um exemplo de legislação esta- dual é a Lei nº 10.478/1999, do Es- tado de São Paulo. Essa lei dispõe sobre a prevenção e o controle de pragas e doenças dos vegetais no estado paulista. Ela estabelece dire- trizes para o manejo integrado de pragas, promovendo a utilização de métodos alternativos e sustentáveis de controle, além da regulamen- tação do uso de agrotóxicos e tem UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 como objetivo principal garantir a sanidade e a segurança das culturas agrícolas, evitando a disseminação de pragas e doenças vegetais que podem causar danos significativos à produção e à economia agrícola. Essa legislação é essencial para a proteção da agricultura e do meio ambiente no Estado de São Paulo, buscando evitar a disseminação de pragas e doenças que podem prejudicar a produtividade das culturas e a segurança alimentar. Além disso, ela também contribui para o desenvolvimento sustentável do setor agrí- cola, assegurando a adoção de práticas seguras e responsáveis na proteção das culturas vegetais. Outro estado que possui uma legislação específica é o Paraná, com a Lei nº 19.727/2018, que institui a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica. Essa lei tem como objetivo promover a produção sustentável de alimentos, com ênfase na preservação do meio ambiente e no uso racional de insumos agrícolas. Esta lei do Estado do Paraná representa um marco importante na promoção da agroecologia e da produção orgânica no estado. A legislação busca incentivar a adoção de práticas agroecológicas, que se baseiam nos princípios da ecologia, visando à produção de alimentos de forma sustentável, respeitando os ciclos naturais, a biodiversidade e os recursos naturais. A lei também busca incentivar a produção orgânica de alimentos, que se caracteriza pelo não uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, priorizando o uso de recursos naturaise práticas de manejo sustentáveis, para isso a Lei nº 19.727/2018 estabelece a necessidade de um uso racional de insumos agrícolas, com a redução do uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, visando à redução dos impactos ambientais e à promoção da saúde dos agricultores e consumidores. No Rio Grande do Sul, a Lei nº 7.747/1982 institui o Programa Estadual de Con- trole de Pragas, que estabelece diretrizes e ações para o controle integrado de pragas agrícolas no estado, visando à proteção da agricultura e à promoção da sustentabilidade no setor agrícola. A legislação adota o conceito de controle inte- grado de pragas, que busca utilizar diferentes estratégias e práticas para o manejo adequado das pragas agrícolas. 1 8 Essa abordagem envolve o uso de métodos biológicos, culturais, mecânicos e químicos de forma combinada, visando a reduzir os impactos negativos das pragas na agricultura. O principal objetivo do programa é proteger as culturas agrícolas das pragas que podem causar danos significativos à produção e à eco- nomia rural. O controle eficiente das pragas ajuda a garantir a produtividade e a qualidade dos alimentos produzidos, além de contribuir para a segurança alimentar da população. O programa prevê ações coordenadas entre os órgãos estaduais e demais entidades envolvidas no setor agrícola, para que haja uma atuação integrada no controle de pragas. A cooperação entre os diferentes atores é fundamental para o sucesso das estratégias adotadas. A legislação também incentiva a pesquisa científica na área de controle de pragas e a capacitação dos agricultores e técnicos agrícolas, buscando disseminar conhecimentos atualizados sobre as melhores práticas para o manejo das pragas. A Lei nº 7.747/1982 representa um importante marco na proteção da agri- cultura no Estado do Rio Grande do Sul, buscando o equilíbrio entre a produção agrícola e a preservação do meio ambiente. Através do controle integrado de pragas, a lei contribui para a promoção da sustentabilidade no setor agrícola, assegurando a produção de alimentos de forma responsável e em harmonia com o meio ambiente. Além das leis específicas, diversos estados brasileiros também contam com órgãos e instituições voltados para a fiscalização e o controle fitossanitário em nível regional. Esses órgãos atuam em conjunto com os órgãos federais, como o MAPA, e com os produtores rurais para garantir a sanidade dos vegetais e a segurança alimentar. EU INDICO Tenho uma indicação muito enriquecedora para você que certamente irá am- pliar seus conhecimentos na área da fiscalização fitossanitária. Trata-se do site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que aborda di- versos assuntos relacionados aos insumos agropecuários, com destaque para os agrotóxicos. O link para acessar o site está a seguir. UNIASSELVI 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 É importante ressaltar que cada estado pode ter suas particularidades e neces- sidades específicas em relação ao controle de pragas e doenças agrícolas, o que torna a Legislação Fitossanitária Estadual essencial para adequar as medidas de controle às demandas regionais. A atuação conjunta entre os órgãos federais e estaduais é fundamental para promover uma agricultura mais sustentável, segura e responsável em todo o país. APLICAÇÃO DE LEIS NO CENÁRIO REGIONAL A aplicação de leis no cenário regional, especialmente no contexto da fiscalização fitossanitária, é uma etapa fundamental para garantir a proteção da agricultura, do meio ambiente e da economia de uma determinada região. Dentro desse contexto, destacam-se algumas considerações importantes so- bre a aplicação de leis na fiscalização fitossanitária em nível regional, como nor- mativas e regulamentações Regionais, no qual cada região pode ter particulari- dades em relação às pragas e doenças presentes e aos tipos de culturas cultivadas. Por isso, é comum que existam normativas e regulamentações específicas para cada área, estabelecidas por órgãos governamentais competentes. Essas nor- mas têm como base a legislação nacional, mas podem conter adaptações para atender às necessidades locais. 1 1 Esse trabalho de monitoramento e inspeção é realizado por equipes de fiscais e especialistas que são responsáveis por verificar a conformidade dos produtores com as normas, identificar possíveis pragas ou doenças e tomar medidas corre- tivas quando necessário. Devem ser levadas em consideração as regiões com acesso a portos e frontei- ras internacionais. Esses pontos de entrada podem ser os principais meios de in- trodução de pragas e doenças exóticas, portanto, é fundamental que a fiscalização seja reforçada nesses locais, com inspeções detalhadas de cargas e embalagens. Através de uma abordagem integrada, baseada em normativas específicas para cada região e uma fiscalização eficiente, é possível prevenir a introdução e disse- minação de pragas e doenças, exemplo disso é o monitoramento que ocorre das pragas quarentenárias, auxiliadas por normativas em diferentes regiões do Brasil. PRAGAS QUARENTENÁRIAS A presença de pragas quarentenárias representa uma ameaça significativa para a agricultura e os ecossistemas, podendo causar danos econômicos e ambientais ir- reparáveis. Para mitigar esses riscos, o Brasil possui normativas e regulamentações fi- tossanitárias específicas para prevenir a introdução e disseminação dessas pragas em diferentes regiões do país. A seguir, apresentamos alguns exemplos de pragas quaren- tenárias relevantes e suas respectivas normativas em diferentes regiões do Brasil. MOSCA-DA-CARAMBOLA A mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae) é uma praga quarentenária de grande relevância para a região Nordeste do Brasil, onde a carambola é uma fruta cultivada comercialmente. A Instrução Normativa nº 28, de 20 de julho de 2017, estabelece as medidas fitossanitárias para prevenir a disseminação dessa praga. Entre as ações previstas estão o monitoramento constante, a utilização de armadilhas e a certificação de pomares livres da mosca-da-carambola. Essa certificação é impor- tante para permitir o trânsito seguro de frutas para mercados nacionais e internacionais, garantindo que elas não estejam contaminadas pela praga. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Os pomares com alta incidência da doença e sem o adequado controle do inseto vetor representam uma séria ameaça aos pomares vizinhos, porque as plantas doentes servem como fonte da bactéria, que será adquirida pelos psilídeos ao se alimentarem ou se reproduzirem nelas. Ao se alimentarem em plantas sadias, os insetos disseminam a bactéria e a doença pelo próprio pomar e para outras propriedades da região. SIGATOKA-NEGRA A Sigatoka-negra (Mycosphaerella fijiensis) é uma doença fúngica que afeta as plan- tações de banana em diversas regiões tropicais, incluindo o estado do Amazonas, no norte do Brasil. A Instrução Normativa nº 17, de 31 de maio de 2005, estabelece medidas fitossanitárias específicas para a produção e comercialização de mudas de bananeiras, visando evitar a disseminação do fungo que atualmente se encontra disseminado em 21 unidades da federação, sendo as mais recentes detecções ocorridas nos estados de Alagoas e Pernambuco. HUANGLONGBING OU GREENING Huanglongbing (HLB) ou Greening (Candidatus Liberibacter spp.) é uma das mais dev- astadoras doenças dos citros em todo o mundo. Encontrado pela primeira vez na Ásia há mais de 100 anos, o greening foi identificado no Brasil em 2004, nas regiões Centro e Leste do Estado de São Paulo, o maior produtor de citros do país. Hoje, está pre- sente em todas as regiões citrícolas paulistas e pomares de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul. 1 1 Essa praga quarentenária é regulamentada pela Portaria 317, de 21 de maio de 2021. Essa normativa estabelece medidas fitossanitárias de controle, como a erradicação de plantas contaminadas, o controle do inseto vetor e a fiscalização nas áreas de produção. A portaria proíbe a circulaçãode mudas, plantas, partes de plantas e material de propagação de citros em áreas onde a praga já esteja presente, a fim de evitar sua disseminação para novas regiões. Prevê ainda a implementação de programas de monitoramento e controle do psilídeo vetor da bactéria causadora do HLB. Essas medidas permitem detectar a presença da praga precocemente e adotar ações para evitar sua disseminação. O HLB representa uma ameaça grave para a citricultura brasileira, que é uma das principais atividades agrícolas do país. Por isso, é essencial que sejam adotadas medidas eficazes para prevenir e controlar a disseminação da doença. A chegada de uma nova praga ao Brasil causou preocupação e grandes prejuízos em 2013. A lagarta Helicoverpa armigera provocou danos em lavouras de diversas culturas e alarmou produtores de várias regiões. A H. armigera é uma praga que afeta diversas culturas, como soja, milho e algodão. Após a detecção no Brasil, as autoridades fitossanitárias e os produtores agrícolas mobilizaram-se para adotar medidas de controle e prevenção. Foram realizados programas de monitoramento para acompanhar a disseminação da praga, pesquisas foram conduzidas para identificar melhores estratégias de manejo e o uso responsável de inseticidas e outras práticas agrícolas sustentáveis foram incentivadas para mitigar os danos causados pela lagarta. Ela está presente em diferentes regiões do Brasil e é regulamentada por diferentes instruções normativas, como é o caso de Goiás, que é regulamentado pela Instrução Normativa nº 1166, de 26 de novembro de 2013, e estabelece medidas para o manejo integrado da praga, incluindo o uso de controle biológico, práticas culturais e monitoramento constante. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Esses são apenas alguns exemplos de pragas quarentenárias relevantes e suas respectivas normativas em diferentes regiões do Brasil. É importante destacar que a eficácia no controle e prevenção dessas pragas depende da colaboração entre produtores, pesquisadores, entidades reguladoras e órgãos governamen- tais, buscando ações conjuntas para proteger a agricultura e o meio ambiente de possíveis danos causados por essas pragas invasoras. Para melhor compreensão do texto abordado, recomendo a leitura do livro Elementos da Defesa Agropecuária, escrito por Evaldo Ferreira Vilela e Geraldo Magela Callegaro. Nesta obra, os autores mergulham em um tema crucial para a agricultura e a pecuária, revelando os principais desafios enfrentados por essas atividades vitais para nossa sociedade. Ao longo de suas 272 páginas, o livro explora o conceito e a aplicação da defe- sa agropecuária, destacando sua importância na preservação da segurança alimentar e na sustentabilidade do setor agro- pecuário, fazendo um diagnóstico e uma compilação da leg- islação básica, indicando as principais instituições do Sistema de Defesa Agropecuário nacional e internacional, bem como os desafios e as oportunidades para seu aperfeiçoamento. Por meio de uma linguagem clara e acessível, os autores apre- sentam os elementos fundamentais que compõem a defesa agropecuária, incluindo a proteção contra pragas, doenças, agentes invasores e outros riscos que podem ameaçar a produção agrícola e pecuária. O livro também aborda as es- tratégias de prevenção, controle e erradicação de problemas fitossanitários e zoossanitários, fundamentais para garantir a qualidade e a segurança dos produtos agropecuários. INDICAÇÃO DE LIVRO Olá! Agora quero convidar você a assistir nosso vídeo e enriquecer seus estudos. Neste vídeo, nós vamos falar a respeito de temas relevantes para a área. EM FOCO 1 4 NOVOS DESAFIOS No mercado de trabalho, a conexão entre a teoria e a prática da legislação fitos- sanitária é fundamental. Profissionais que compreendem a legislação nacional e a harmonização das leis estaduais são essenciais para assegurar a conformidade com as regulamentações e evitar penalidades legais. Além disso, a aplicação eficaz da legislação fitossanitária contribui para a melhoria dos processos produtivos, a redução de perdas agrícolas e o cumprimento de padrões de segurança alimentar, o que é altamente valorizado pelos empregadores no setor agrícola. Em resumo, a legislação fitossanitária desempenha um papel crucial na agricultu- ra brasileira, promovendo a sustentabilidade, a segurança alimentar e a conformi- dade legal. Os profissionais que compreendem e aplicam essas regulamentações são essenciais para um setor agrícola cada vez mais responsável e competitivo, abrindo perspectivas promissoras no mercado de trabalho para aqueles que bus- cam uma carreira relacionada à fitossanidade. UNIASSELVI 1 5 1. No cenário fitossanitário, a legislação tem um papel fundamental na proteção da agricultura e do meio ambiente contra pragas e doenças que afetam cultivos agrícolas e florestais. Dentre as legislações relevantes sobre a temática estudada, a Lei nº 7.802/1989 se destaca por: a) Regular exclusivamente a pesquisa e produção de agrotóxicos no âmbito nacional. b) Estabelecer critérios rigorosos para o registro, comercialização e uso responsável de produtos fitossanitários. c) Focar na sustentabilidade da produção agrícola, sem considerar a proteção do meio ambiente. d) Adotar uma abordagem regional, sem preocupação com a segurança alimentar em nível nacional. e) Promover a aplicação de agrotóxicos sem restrições, visando aumentar a produtividade agrícola. 2. A legislação fitossanitária é um instrumento fundamental para alcançar os objetivos de proteção dos cultivos, segurança alimentar e preservação da biodiversidade. Com base no texto apresentado sobre a legislação fitossanitária, julgue as informações: I - A Lei nº 7.802/1989 é uma das principais leis relacionadas à legislação fitossanitária no Brasil e estabelece as principais diretrizes e regulamentações para o controle, registro, comercialização e uso responsável de agrotóxicos e defensivos agrícolas em território nacional. II - A fiscalização fitossanitária no Brasil é realizada exclusivamente pelo Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), res- ponsável por coordenar as ações de prevenção de entrada de pragas no país. III - A legislação fitossanitária estabelece normas e regulamentos para o controle da introdu- ção, disseminação e manejo de pragas e doenças em áreas agrícolas, com o objetivo de garantir a segurança alimentar, a sustentabilidade da produção agrícola e a preservação da biodiversidade. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. AUTOATIVIDADE 1 1 3. A Instrução Normativa nº 39/2018, emitida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas- tecimento (MAPA) do Brasil, estabelece o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (Phakopsora pachyrhizi) com o objetivo de prevenir e controlar essa doença que pode causar danos significativos às plantações de soja. Considerando o embasamento apresentado, assinale a alternativa correta sobre o programa de controle da ferrugem asiática: a) A normativa prevê a adoção de medidas fitossanitárias como a aplicação adequada de herbicidas e a utilização de variedades de soja resistentes à doença. b) O programa enfatiza a importância da capacitação de produtores, técnicos agrícolas e profissionais envolvidos na produção de soja, mas não incentiva a comunicação entre órgãos de defesa fitossanitária e instituições de pesquisa. c) A fiscalização fitossanitária é dispensável para o cumprimento da normativa, pois o con- trole da ferrugem asiática é de responsabilidade exclusiva dos produtores de soja. d) A normativa destaca a importância do controle químico responsável, mas não aborda a necessidade de seguir as recomendações técnicas e dosagens recomendadas para minimizar os riscos de resistência do fungo aos fungicidas. e) A introdução da ferrugem asiática no Brasil foi causada pela importaçãode sementes de soja contaminadas e foi detectada no país em 2001. AUTOATIVIDADE 1 1 REFERÊNCIAS AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M. BERGAMIN FILHO, A. (eds.) Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. São Paulo: Editora Agronômica Ceres. 5. ed., 2018. CAMPANHOLA, C.; BETTIOL, W. Panorama sobre o uso de agrotóxicos no Brasil. Embrapa Meio Ambiente, 2003, 279p. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 28, de 20 de julho de 2017. Estabelece as medidas fitossanitárias para prevenir a disseminação dessa praga. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 de julho de 2017. Seção 1, p. 35. BRASIL. Lei nº 7 .802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Brasília, DF, 11 de julho de 1989. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria nº 317, de 21 de maio de 2021. Estabelece medidas fitossanitárias para o controle de praga quarentenária. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 de maio de 2021. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 39, de 6 de dezembro de 2018. Estabelece o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (Phakopsora pachyrhizi). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 de dezembro de 2018. BRASIL. Lei nº 9 .294, de 15 de julho de 1996. Dispõe sobre a propaganda comercial de produ- tos fumígenos, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 de julho de 1996. GOIÁS. Instrução Normativa nº 1166, de 26 de novembro de 2013. Regulamenta a implemen- tação do plano de supressão da praga e adoção de medidas emergenciais. Diário Oficial do Estado de Goiás, 2013. PARANÁ. Lei nº 19 .727, de 10 de dezembro de 2018. Institui a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica. RIO GRANDE DO SUL. Lei nº 7 .747, 22 de dezembro de 1982. Institui o Programa Estadual de Controle de Pragas. SÃO PAULO. Lei nº 10 .478, de 22 de dezembro de 1999. Dispõe sobre a prevenção e o controle de pragas e doenças dos vegetais no Estado de São Paulo. Diário Oficial do Estado de São Pau- lo, São Paulo, SP, 23 de dezembro de 1999. Seção 1, p. 7-8. 1 8 1. A resposta correta é a alternativa “b”, visto que a Lei nº 7.802/1989 regulamenta a pesquisa, experimentação, produção, embalagem e rotulagem de agrotóxicos e seus componentes. Além disso, estabelece critérios rigorosos para o registro, comercialização e uso responsável de produtos fitossanitários, visando proteger tanto os produtores quanto os consumidores e o meio ambiente. As outras alternativas não refletem corretamente o conteúdo do texto ou são afirmativas generalizadas sem base no texto fornecido. As outras alternativas não refletem corretamente o conteúdo da lei nº 7.802/1989 ou são afirmativas generalizadas sem base na lei em questão. A alternativa “a” afirma que a lei regula exclusivamente a pesquisa e produção de agrotóxicos, o que não é verdade, pois ela também aborda a comercialização e uso responsável desses produtos. As alternativas “c”, “d” e “e” também não são sustentadas pela lei estudada e apresentam informações imprecisas ou errôneas. 2 . Feedback: A assertiva II está incorreta, pois a fiscalização fitossanitária é realizada não apenas pelo Departamento de Sanidade Vegetal do MAPA. Existem outros órgãos envolvidos na fiscalização fitossanitária no Brasil. As demais alternativas estão corretas e são correntes, o que de fato representa a fiscalização fitossanitária. 3 . Feedback: A alternativa A está errada porque a normativa estabelece a adoção de medidas fitossanitárias para o controle da Ferrugem Asiática da Soja, incluindo a aplicação adequada de fungicidas e o uso de variedades de soja resistentes à doença, mas não de herbicidas. A alternativa B está errada visto que o programa enfatiza a importância da capacitação dos profissionais envolvidos na produção de soja, mas também destaca a importância da comunicação entre órgãos de defesa fitossanitária, instituições de pesquisa, associações de produtores e demais envolvidos, a fim de promover uma ação conjunta e eficiente no combate à ferrugem asiática. A alternativa C está errada pois a fiscalização fitossanitária é fundamental para o cumprimento da normativa, pois é responsável por monitorar e fiscalizar o controle da ferrugem asiática em todo o território nacional, visando prevenir a disseminação da doença. GABARITO 1 9 MINHAS METAS LEGISLAÇÃO APLICADA AOS AGROTÓXICOS E SEUS COMPONENTES Compreender a legislação relacionada aos agrotóxicos, incluindo suas diferentes etapas. Destacar os principais requisitos legais relacionados à pesquisa, experimentação, produção, transporte, armazenamento, comercialização, utilização e importação/ exportação de agrotóxicos e seus componentes. Aprofundar o entendimento dos riscos e impactos associados ao uso de agrotóxicos. Identificar e difundir as leis que afetam o uso de agrotóxicos em produtos agrícolas. Orientar quanto ao uso de alternativas mais seguras e sustentáveis ao uso de agrotóxicos. Reforçar as leis de fiscalização e cumprimento da legislação de agrotóxicos. Fomentar o envolvimento da sociedade na discussão e participação ativa da implementação e aprimoramento das políticas relacionadas aos agrotóxicos. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2 1 1 INICIE SUA JORNADA Após tanto avanço tecnológico e mudança direta na vida da sociedade, pelo uso de tecnologias, por que o assunto sobre os agrotóxicos até hoje (século XXI) tem sido tratado como vilão e não como um meio facilitador de incentivo à melhoria da saúde? Os agrotóxicos têm como principal finalidade a proteção dos produtos agrí- colas contra a ação de seres vivos nocivos, mas ao serem utilizados de maneira incorreta, podem representar riscos à saúde (TAVARES et al., 2020). Sua utiliza- ção tem sido uma prática amplamente adotada na agricultura mundial, visando aumentar a produtividade e combater pragas e doenças que ameaçam as co- lheitas. No entanto, o uso indiscriminado desses produtos químicos pode trazer sérios impactos à saúde humana e ao meio ambiente. Dessa forma, a legislação brasileira busca não apenas controlar a produção e utilização de agrotóxicos, mas também incentivar a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis e a pesquisa de novas tecnologias que reduzam a dependência desses produtos químicos. A educação e capacitação dos profissionais do setor agrícola são peças-chave para a promoção de uma agricultura mais segura e am- bientalmente responsável. Isso faz da legislação aplicada aos agrotóxicos um instrumento essencial para garantir a proteção da saúde pública e a preservação do meio ambiente. Contem- plando uma série de aspectos fundamentais ao longo de toda a cadeia produtiva, ela representa um compromisso do Estado em buscar soluções equilibradas e eficazes para os desafios enfrentados pela agricultura moderna. Compreenda melhor os desafios enfrentados na regulamentação de agrotóxicos na agricultura nos dias atuais. Momento no qual buscamos promover a conscientização sobre a complexidade dessa questão, destacando as dificuldades inerentes de encontrar um equilíbrio entre produtividade agrícola e sustentabilidade ambiental. Ao explorar as várias dimensões das regulamentações de agrotóxicos, vamos informar e inspirar os ouvintes a compreenderem a importância de práticas agrícolas responsáveis e a promover um diálogo construtivo sobre o futuro da agricultura. PLAY NO CONHECIMENTO UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 A partir deste prévio entendimento e visualização de como funciona no Brasil as ações que tentam promover abusca por alternativas mais seguras e sustentáveis ao uso de agrotóxicos, bem como as leis vigentes e o incentivo ao reforço das ações de fiscalização. Convido você, agora, a refletir comigo: afinal, como nós, enquanto sociedade, podemos estar envolvidos nesta discussão? Como é possível participar ativamente na implementação e aprimoramento destas políticas? A partir de agora entenderemos como a questão dos agrotóxicos está presente em nossas vidas, como as regulamentações existentes foram elaboradas, e qual é a importância da conscientização do público sobre os riscos potenciais dos produtos químicos que encontramos diariamente em nossas rotinas. VAMOS RECORDAR? Para entender na realidade como nos envolvemos neste processo de uso de agrotóxicos no Brasil, onde encontramos estes agrotóxicos, e qual seu impacto nas vidas da sociedade geral, convido você a iniciar sua jornada neste assunto, assistindo ao vídeo do grupo Curso Enem gratuito, intitulado: AGROTÓXICOS NO BRASIL: IMPACTOS NA SAÚDE E NO MEIO AMBIENTE! Para entender mais sobre como esses processos ocorrem no Brasil, e qual é o papel da sociedade, venha comigo no desenvolvimento deste tema de aprendizagem e ao final tire suas conclusões. DESENVOLVA SEU POTENCIAL O CAMINHO DA REGULAMENTAÇÃO DOS AGROTÓXICOS O Brasil possui, desde a década de 1970, legislações que regulamentam o re- gistro, a produção, o uso e o comércio dessas substâncias em seu território (LOPES; ALBUQUERQUE, 2018). Em resposta a esse cenário, a legislação aplicada à pesquisa, experimentação, produção, embalagem e rotulagem, trans- 1 1 porte, armazenamento, comercialização, propaganda comercial, utilização, im- portação e exportação de agrotóxicos e seus componentes assume um papel fundamental na busca pelo equilíbrio entre o desenvolvimento agrícola e a proteção da saúde e do meio ambiente. No Brasil, a regulamentação dos agrotóxicos é ampla e detalhada, estabelecendo normas e diretrizes que abrangem todas as etapas da cadeia produtiva desses pro- dutos. Desde a pesquisa e experimentação de novos princípios ativos até a comer- cialização e utilização nas lavouras, a base legal busca assegurar que os agrotóxicos sejam produzidos, manipulados e aplicados de forma segura e responsável. A legislação prevê a realização de estudos técnicos e científicos rigorosos, a fim de avaliar a eficácia e segurança dos agrotóxicos antes que sejam disponibi- lizados no mercado. Além disso, estabelece requisitos específicos para a rotula- gem adequada desses produtos, com informações claras e detalhadas sobre suas propriedades e modo de utilização, permitindo que agricultores e trabalhadores rurais utilizem os agrotóxicos de forma consciente e segura. O transporte e armazenamento também são aspectos cruciais contempla- dos pela legislação. Normas rigorosas são estabelecidas para garantir que esses produtos sejam manuseados e acondicionados corretamente, reduzindo o risco de vazamentos e contaminações acidentais. Além disso, a propaganda comercial de agrotóxicos é regulamentada para evitar informações enganosas e promover o uso adequado desses produtos. Isso é fundamental para que os agricultores tenham acesso a informações confiáveis e embasadas em evidências científicas ao tomar decisões sobre quais agrotóxicos utilizar em suas plantações. A Lei dos Agrotóxicos, promulgada em 1989 (Lei nº 7802/1989), representa um marco regulatório fundamental para o controle e a segurança na utilização de produtos agrotóxicos no Brasil. Naquela época, a legislação representou um ponto crucial para o agronegócio, marcando um progresso significativo no ge- renciamento do uso de agrotóxicos no país. Com o passar dos anos, houve ajustes na lei, e em 2002, o Decreto nº 4.074 entrou em vigor para regulamentá-la. A legislação abrange de forma ampla todas as etapas da cadeia produtiva des- ses produtos, estabelecendo diretrizes rigorosas que visam proteger tanto a saúde humana quanto o meio ambiente. Neste texto, discorreremos como a lei traz cada uma das seguintes etapas: pesquisa, experimentação, produção, embalagem e rotulagem, transporte, armazenamento, comercialização, propaganda comercial, utilização, importação e exportação de agrotóxicos e seus componentes. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Dentre os diversos aspectos contemplados pela lei, os artigos relacionados à Pesquisa e Experimentação desempenham um papel essencial na garantia da segurança e eficácia desses produtos utilizados na agricultura. PESQUISA, EXPERIMENTAÇÃO E PRODUÇÃO Vamos viajar através de uma jornada reveladora além das embalagens coloridas e dos rótulos atrativos. Agora vamos refletir sobre o que realmente consumimos e respiramos, dentro de casa, na rua, já que vivemos em um mundo onde os produ- tos químicos estão presentes em todos os cantos de nossas vidas. PENSANDO JUNTOS VOCÊ SABE RESPONDER? Quem é responsável pelo registro do agrotóxico? A Lei dos Agrotóxicos estabelece a obrigatoriedade de que os produtos agrotóxi- cos passem por uma rigorosa avaliação técnica e científica antes de serem regis- trados no país. Isso fica claro no Artigo 3º da Lei nº 7.802 (BRASIL, 1989), em que se estabelece que todo agrotóxico, antes de ser produzido e comercializado, 1 4 deve ser devidamente registrado junto ao órgão competente, que hoje é repre- sentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Esse registro é concedido após a análise de estudos e experimentos que comprovem a eficácia do produto contra as pragas e doenças alvo, bem como a avaliação de sua segurança para a saúde humana e o meio ambiente. A lei diz ainda, que a pessoa ou empresa que possui os direitos sobre o agro- tóxico é quem precisa solicitar o registro. Essa pessoa ou empresa é chamada de “requerente” e tem a responsabilidade de fornecer ao Ministério da Agricultura (MAPA) todas as informações importantes sobre o agrotóxico. Isso inclui de- talhes sobre de que o produto é feito, quais são suas propriedades e também os resultados de estudos e experimentos que mostram que o agrotóxico é eficiente e seguro de usar. Quanto aos estudos e experimentos necessários para o registro de um agro- tóxico, o Artigo 7º diz que devem ser conduzidos de acordo com as normas e padrões estabelecidos pelo órgão federal responsável (BRASIL, 1989), o MAPA. Esses estudos devem abranger a caracterização química do produto, sua toxici- dade para seres humanos e animais, seu comportamento no meio ambiente e sua eficácia no combate às pragas e doenças agrícolas. A avaliação é conduzida por uma equipe de especialistas do MAPA, que analisam minuciosamente os dados apresentados pelo requerente do registro. A avaliação visa verificar se o agrotóxico atende aos critérios de eficácia e segurança estabelecidos pela legislação. É importante salientar que os agrotóxicos registrados estão sujeitos à reava- liação periódica e ao monitoramento contínuo após sua liberação no mercado. Essa reavaliação é feita com base em novas informações científicas e tecnológicas, podendo levar à revisão ou cancelamento do registro caso sejam identificados riscos não previstos anteriormente. Embalagem e rotulagem A legislação que aborda a embalagem e rotulagem de agrotóxicos desempenha um papel crucial na garantia da segurança dos usuários, na prevenção de riscos à saúde pública e no cuidado com o meio ambiente. Essas regulamentações são projetadas para fornecer informações claras e precisas sobre os agrotóxicos, per- mitindo que os usuários tomem decisões informadas e apliquem os produtos de maneira segura e eficaz. UNIASSELVI 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 A produção dos agrotóxicos é regulamentada de forma a garantir que sejam fabricados de acordo com padrões de qualidade e segurança. Além disso, impõe requisitos rigorosos para a embalagem e rotulagem dos produtos, garantindo que os rótulos contenham informações claras e precisas sobre sua composição, instruções de uso, cuidados e riscos associados.As embalagens dos agrotóxicos devem ser projetadas de forma a evitar va- zamentos e contaminações, garantindo que o produto seja armazenado e trans- portado de maneira segura. A legislação determina que o requerente do registro seja o responsável por fornecer ao MAPA todas as informações necessárias sobre o agrotóxico, incluindo os dados relativos à embalagem e rotulagem. As embala- gens são projetadas para minimizar o risco de exposição acidental, tanto para os manipuladores quanto para o meio ambiente. O fabricante é obrigado a assegurar que os agrotóxicos comercializados es- tejam devidamente acondicionados em embalagens adequadas e que possuam rótulos contendo todas as informações obrigatórias (BRASIL, 1989). Os rótulos dos agrotóxicos são peças fundamentais para a comunicação de informações importantes aos usuários e trabalhadores rurais. A Lei dos Agrotó- xicos (BRASIL, 1989) estabelece que os rótulos devem conter informações claras e precisas sobre a composição do produto, instruções de uso, advertências sobre possíveis riscos à saúde e ao meio ambiente e ainda a identificação do fabrican- te. Essas informações são essenciais para garantir o uso seguro e adequado dos agrotóxicos, evitando exposições indevidas e acidentes. Além das informações básicas, a rotulagem também deve conter símbolos, avisos e frases de advertência que destaquem os perigos associados ao agrotóxi- co. Esses elementos visuais ajudam a chamar a atenção para possíveis riscos e a instruir os usuários sobre como minimizá-los. Em muitos casos, as regulamen- tações também exigem a inclusão de informações sobre o descarte adequado de embalagens vazias e resíduos (GOULART, 2016). As regulamentações de rotulagem frequentemente proíbem afirmações enga- nosas ou exageradas nos rótulos. Isso é feito para evitar a promoção inadequada dos produtos e garantir que as informações sejam baseadas em dados científicos confiáveis. A rotulagem clara e honesta é essencial para garantir que os usuários compreendam os riscos e benefícios dos agrotóxicos, permitindo que eles tomem decisões informadas e responsáveis (BRASIL, 2021). 1 1 No geral, a legislação que regula a embalagem e rotulagem de agrotóxicos busca garantir que esses produtos sejam manuseados, aplicados e descartados de forma segura (GOULART, 2016). Ao fornecer informações detalhadas, instruções de uso e alertas de segurança, as regulamentações contribuem para a redução de riscos para a saúde humana, para os trabalhadores agrícolas e para o meio ambiente, mantendo um equilíbrio entre a produtividade agrícola e a proteção da sociedade e dos ecossistemas. Transporte e armazenamento A legislação que aborda o transporte e armazenamento de agrotóxicos é funda- mental para garantir a segurança durante todo o ciclo de vida desses produtos químicos, desde sua fabricação até sua aplicação final. Essas regulamentações visam minimizar os riscos associados ao manuseio, transporte inadequado e armazenamento incorreto de agrotóxicos. A lei estabelece normas para o transporte e o armazenamento dos agrotó- xicos, visando evitar vazamentos, contaminações e acidentes. São estabelecidos critérios de segurança e procedimentos específicos para garantir o manuseio adequado desses produtos ao longo da cadeia produtiva (BRASIL, 1989). Os agrotóxicos devem ser transportados em embalagens adequadas, que este- jam devidamente lacradas e em conformidade com as normas técnicas estabeleci- das. Os veículos utilizados para o transporte também devem ser adequados e devi- damente identificados, indicando que estão transportando produtos perigosos. A regulamentação também pode impor restrições quanto à quantidade máxima que pode ser transportada e aos veículos apropriados para essa finalidade. A legislação frequentemente exige que os transportadores recebam treinamento especializado sobre o manuseio correto dos agrotóxicos durante o transporte, incluindo medidas de segurança e procedimentos de emergência em caso de acidentes (BRASIL, 1989). A legislação determina que os locais de armazenamento de agrotóxicos de- vem seguir critérios rigorosos de segurança e conformidade (GOULART, 2016). Esses espaços devem ser projetados e construídos de forma a prevenir riscos de vazamentos, contaminações e incêndios. Além disso, é fundamental que o arma- zenamento seja feito longe de fontes de calor, alimentos, rações e outros produtos, a fim de evitar a contaminação cruzada (BRASIL, 2002). UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 A Lei dos Agrotóxicos ressalta ainda a impor- tância da capacitação adequada dos profissionais en- volvidos no transporte e armazenamento dos agrotó- xicos. Esses profissionais devem receber treinamento específico para lidar com os produtos de forma se- gura, garantindo o cumprimento dos procedimentos corretos de manuseio, armazenamento e transporte, e estabelece ainda, a neces- sidade de manter registros detalhados sobre o transporte e o armazenamento de agrotóxicos, incluindo informações sobre a quantidade, o tipo de produto e o destino. Esses registros devem estar disponíveis para as autoridades fiscalizadoras sempre que necessário (BRASIL, 2002). A fiscalização é conduzida pelos órgãos competentes para garantir que as normas e regulamentos sejam cumpridos, e que todas as medidas de segurança sejam adequadamente aplicadas. Em suma, o cuidado e o seguimento rigoroso das orientações ao transporte e ao armazenamento de agrotóxicos é essencial para prevenir acidentes, vazamen- tos e contaminações que possam afetar a saúde das pessoas e o meio ambiente. Elas garantem que os agrotóxicos sejam manuseados, transportados e armazena- dos de maneira segura e responsável, minimizando os riscos associados a esses produtos químicos altamente especializados e potencialmente perigosos. Comercialização e propaganda comercial Quanto à comercialização e propaganda comercial de agrotóxicos é uma parte essencial das regulamentações relacionadas a esses produtos químicos, e é muito bem redesenhada no Decreto nº 4.074, em seu capítulo 4º (BRASIL, 2002), e tem como objetivo assegurar que a venda e promoção de agrotóxicos sejam feitas de maneira responsável, transparente e que não coloque em risco a saúde pública, o meio ambiente e a segurança dos trabalhadores agrícolas. A legislação contro- la a propaganda comercial desses produtos, assegurando que a divulgação seja baseada em informações corretas e que não induzam a utilização inadequada. A responsabilidade atribuída aos comerciantes de agrotóxicos assegura que os produtos comercializados estejam devidamente registrados e autorizados pelo MAPA. Os comerciantes devem garantir que os agrotóxicos sejam fornecidos em embalagens adequadas, com rótulos contendo informações claras e precisas sobre sua composição, modo de uso, cuidados e riscos associados (BRASIL, 2021). Além registros devem estar disponíveis para as autoridades fiscalizadoras 1 8 disso, os comerciantes devem manter registros detalhados das vendas realizadas, fornecendo as informações necessárias às autoridades fiscalizadoras. Pode ainda haver inclusão de restrições sobre a venda de agrotóxicos, muitas vezes exigindo licenças ou autorizações específicas para os vendedores. Isso ajuda a garantir que apenas pessoas qualificadas e bem informadas estejam envolvi- das na comercialização desses produtos. Além disso, a legislação pode abordar questões de armazenamento adequado, embalagem segura e rastreabilidade dos agrotóxicos, para evitar vazamentos, contaminações acidentais e uso indevido. A Lei dos Agrotóxicos proíbe a propaganda comercial que induza ao uso inde- vido ou indiscriminado dos agrotóxicos. As propagandas devem ser pautadas por informações verdadeiras e responsáveis, evitando qualquer tipo de informação enganosa que possa levar ao uso inadequado dos produtos. É vedada a utilização de expressões, imagens ou slogans que sugiram benefícios milagrosos ou resultados excepcionais não comprovados cientificamente.Muitas regulamentações proíbem a promoção direta aos consumidores finais, direcionando a publicidade principal- mente para profissionais qualificados, como agricultores ou técnicos agrícolas. Isso é feito para evitar o uso indiscriminado dos agrotóxicos e para garantir que seu uso seja supervisionado por pessoas com conhecimento adequado. Existem restrições específicas à propaganda de agrotóxicos em veículos de comunicação, como rádio, televisão e internet, sendo proibida a veiculação de propagandas em horários destinados ao público infantil, bem como em espaços que possam atingir pessoas que não sejam aptas a fazer o uso desses produtos (BRASIL, 1996), como agricultores não capacitados ou desprovidos de Equipa- mentos de Proteção Individual (EPIs). UNIASSELVI 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 A fiscalização do cumprimento das normas de Comercialização e Propaganda Comercial de agrotóxicos é realizada pelos órgãos competentes (BRASIL, 1996), como o MAPA e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Em caso de infrações à lei, são aplicadas penalidades que podem incluir multas, suspensão da comercialização ou até mesmo o cancelamento do registro do produto. As regulamentações referentes à comercialização e propaganda comercial de agrotóxicos são fundamentais para garantir a segurança e o uso responsável desses produtos. Elas visam proteger tanto aqueles que aplicam os agrotóxicos quanto o público em geral, ao mesmo tempo em que garantem a disponibilidade de informações confiáveis para tomar decisões informadas sobre a compra e uso desses produtos químicos. Nossos Venenos Cotidianos Autor/ano: Marie-Monique Robin / 2010 Resumo: o livro aborda como uma ampla gama de produtos químicos, incluindo agrotóxicos e substâncias estão presentes em alimentos industrializados e o que estudiosos do tema es- tão pesquisando sobre os efeitos desses produtos químicos em nosso corpo e meio ambiente, além de explorar a relação entre esses produtos e doenças crônicas, como câncer, prob- lemas neurológicos e distúrbios hormonais. INDICAÇÃO DE LIVRO A UTILIZAÇÃO E CONSUMO DE AGROTÓXICOS A utilização de agrotóxicos é uma etapa crítica e delicada do processo agrícola, e a legislação relacionada a essa área tem o objetivo de regulamentar como esses produtos químicos devem ser aplicados de maneira segura e eficaz, minimizando os riscos para a saúde humana, o meio ambiente e a segurança alimentar. A Lei dos Agrotóxicos (Lei nº 7802/1989) estabelece critérios e limites para a utilização desses produtos, buscando garantir que sejam aplicados de forma responsável e segura, e estabelece ainda uma série de normas e regulamentos com o objetivo de garantir que a utilização desses produtos seja realizada de forma segura e responsável (BRASIL, 1989). 4 1 A legislação enfatiza a importância de que os agrotóxicos sejam utilizados somente por pessoas capacitadas e treinadas, como agricultores e aplicadores devidamente habilitados,e seu uso deve estar em conformidade com as instruções presentes nos rótulos das embalagens, garantindo que as doses e aplicações sejam adequadas para o controle das pragas e doenças alvo. A formação e certificação de aplicadores são frequentemente exigidas pelas legislações, garantindo que eles compreendam os riscos associados aos agrotó- xicos e estejam cientes das melhores práticas de aplicação. O registro detalhado do uso de agrotóxicos, incluindo datas, locais e quantidades aplicadas, é uma prática comum para permitir um monitoramento eficaz dos níveis de exposição e possíveis efeitos adversos. A Lei dos Agrotóxicos também preconiza o uso dos Equipamentos de Prote- ção Individual (EPIs) durante a manipulação e aplicação dos agrotóxicos. Esses equipamentos, como luvas, máscaras, óculos de proteção e vestimentas apro- priadas, visam reduzir o risco de exposição aos produtos químicos, protegendo a saúde dos usuários (BRASIL, 1989). O uso de agrotóxicos conforme a Lei nº 7802/1989 abrange uma série de diretrizes específicas, e estabelece, as dosagens corretas dos agrotóxicos e as dilui- ções necessárias para assegurar que a quantidade aplicada seja suficiente para o controle de pragas, mas não represente um risco excessivo. Especificam também os tipos de equipamentos de aplicação que devem ser utilizados para evitar pul- verizações inadequadas, vazamentos e a dispersão descontrolada dos agrotóxicos. É determinado ainda que a utilização de agrotóxicos deve seguir as boas práti- cas agrícolas, evitando a aplicação em condições climáticas desfavorá- veis, como ventos fortes ou chuvas, que podem dispersar os produtos e contaminar áreas não alvo. Também é proi- bido o uso de agrotóxi- cos próximos a corpos d’água e outros ecossis- temas sensíveis, a fim de UNIASSELVI 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 proteger a biodiversidade e a qualidade da água (BRASIL, 1989). A fiscalização do cumprimento dessas normas é realizada pelos órgãos competentes, garantindo a aplicação correta da legislação. Infrações podem acarretar em penalidades, como multas e suspensão do direito de comercializar ou utilizar agrotóxicos. IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO A regulamentação da importação e exportação de agrotóxicos e seus compo- nentes, garantiria que os produtos importados estejam em conformidade com os padrões nacionais de qualidade e segurança, e que os produtos exportados atendam às exigências dos países destinatários. A importação de agrotóxicos no Brasil segundo a Lei dos Agrotóxicos, que determina que esses produtos só podem ser importados se devidamente regis- trados e autorizados pelo órgão competente (BRASIL, 1989), que é o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O processo de importação requer a apresentação de documentos e informações que comprovem a eficácia e segurança do agrotóxico, além de detalhes sobre sua composição e modo de uso. Os agrotóxicos importados devem estar em conformidade com as normas e regulamentos técnicos brasileiros, assegurando que os produtos atendam aos re- quisitos estabelecidos para sua utilização segura e adequada na agricultura brasi- leira. A fiscalização é conduzida pelo MAPA e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), visando garantir a legalidade e a qualidade dos agrotóxicos importados. Estes regulamentos geralmente exigem que os importadores obtenham autorizações prévias para importar agrotóxicos. Isso pode envolver a apresentação de informações detalhadas sobre os produtos, incluindo suas composições quími- cas, níveis de toxicidade, informações de rótulo e folheto informativo, entre outros. Os órgãos reguladores revisam essas informações para garantir que os agrotóxicos a serem importados atendam aos critérios de segurança estabelecidos. Além disso, a importação também pode estar sujeita a taxas e tarifas especí- ficas, dependendo das políticas adotadas pelo país importador. A ideia por trás dessas regulamentações é assegurar que os agrotóxicos que entram no país não representem riscos inaceitáveis para a saúde pública e o meio ambiente. 4 1 A Lei dos Agrotóxicos também regulamenta a exportação desses produtos, estabelecendo que os agrotóxicos só podem ser exportados se devidamente regis- trados no Brasil e autorizados para esse fim pelo MAPA. A exportação requer o cumprimento das exigências legais e regulatórias dos países de destino, bem como o atendimento aos padrões de qualidade e segurança internacionais, e preconiza ainda, que os agrotóxicos exportados devem ser embalados e rotulados de acor- do com as normas internacionais aplicáveis, fornecendo informações precisas e claras para os usuários finais nos países de destino. A exportação de agrotóxicos também é regulada para garantir que os pro- dutos cumpram os padrões de segurança não apenas no país de origem, mas também nos países para os quais estão sendo exportados. Isso é crucial para evitar a exportação de agrotóxicos proibidos, altamente tóxicos ou que não atendam aos padrões internacionais.Muitos países exigem que os exportadores obtenham licenças ou autorizações específicas para exportar agrotóxicos. Isso pode envolver a apresentação de informações semelhantes às exigidas para importação, incluindo detalhes sobre a composição, toxicidade e informações de rótulos. Os reguladores verificam essas informações para garantir que os agrotóxicos a serem exportados estejam em conformidade com as regulamen- tações tanto no país de origem quanto no destino. A fiscalização desses produtos para exportação é realizada pelos órgãos competentes, garantindo que os agrotóxicos exportados estejam em confor- midade com as normas e regulamentos nacionais e internacionais. O cum- primento dessas diretrizes é fundamental para promover uma agricultura sustentável, segura e comprometida com a proteção de todos os envolvidos na cadeia produtiva. É importante notar que, em muitos casos, os padrões de regulamentação para importação e exportação de agrotóxicos também podem ser influenciados por acordos e convenções internacionais, como o Acordo sobre a Aplicação de Me- didas Sanitárias e Fitossanitárias da Organização Mundial do Comércio (OMC, 2023) e a Convenção de Roterdã sobre o Procedimento de Consentimento Prévio Informado (BRASIL, 2004). Esses acordos visam facilitar o comércio interna- cional de produtos químicos, incluindo agrotóxicos, ao mesmo tempo em que garantem a segurança para a saúde e o meio ambiente em todo o mundo. UNIASSELVI 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 O veneno está na mesa Direção/ano: Sílvio Tendler, 2011 Sinopse: “O veneno está na mesa” examina os diferentes as- pectos da produção de alimentos, desde a influência da in- dústria química na regulamentação até os riscos associados ao consumo de alimentos contaminados por agrotóxicos. O filme apresenta entrevistas com especialistas, agricultores e outros envolvidos na discussão sobre os agrotóxicos. O documentário levanta questões importantes sobre a necessidade de regula- mentações mais rigorosas, a transição para práticas agrícolas mais sustentáveis e os impactos na saúde pública e no meio ambiente. Ele oferece uma visão crítica sobre a regulamenta- ção dos agrotóxicos no Brasil e em outros lugares, promoven- do a conscientização sobre os desafios enfrentados na busca por uma agricultura mais segura e sustentável. INDICAÇÃO DE FILME 4 4 NOVOS DESAFIOS O objetivo final de todas essas regulamentações é garantir que a utilização de agrotóxicos seja conduzida de maneira segura e responsável e é imperativo que todos os envolvidos na aplicação de agrotóxicos sigam rigorosamente as diretrizes estabelecidas para garantir a segurança e a integridade de todo o sistema agrícola. Afinal, todos os dias, em quase todos os alimentos que consumimos, inge- rimos, produtos que utilizam de algum tipo de tratamento que utiliza de subs- tâncias químico-agrotóxicas, para o manejo e controle de pragas e afins. Apesar das leis serem claras, devemos ainda ter muita atenção e cuidado nas escolhas, principalmente quando se trata de alimentos industrializados ou minimamente processados, aos quais não temos visualização ou muitas vezes nenhuma noção dos processos envolvidos, para a produção daquele alimento. A partir de todas estas informações e entendimentos sobre as legislações vi- gentes ao uso de agrotóxicos no Brasil, é importante atentar-se que o profissional, que trabalha na área legislativa, de saúde, e/ou ambiental, agronômica, é neces- sário entender um pouco mais de como funcionam os processos de aprovação e utilização deste químicos, sua importação e exportação, até o seu descarte, pois são determinantes essenciais na vida da sociedade, pois fazem parte das rotinas e hábitos de quase todo cidadão do mundo, e assim durante sua atuação saber orien- tar e executar sobre os processos atrás de qualquer alimento ou bem de consumo. UNIASSELVI 4 5 1. A legislação que envolve a comercialização e propaganda comercial de com base em es- tatísticas da Anvisa, os ministérios da Agricultura e da Saúde, entre outros, cada brasileiro ingere por ano mais de 5 litros de venenos presentes de forma residual em frutas, verduras e cereais que são cultivados de norte a sul do país com o uso de pesticidas, fungicidas e herbicidas. São venenos banidos por outros países, mas que continuam sendo importados e utilizados em larga escala nas extensões de terras do agronegócio. Agrotóxicos são uma parte essencial das regulamentações relacionadas a esses produtos químicos. Ela tem como objetivo assegurar que a venda e promoção de agrotóxicos sejam feitas de maneira responsável, transparente e que não coloque em risco a saúde pública, o meio ambiente e a segurança dos trabalhadores agrícolas.Sobre o que diz respeito à legislação sobre comercialização e propaganda de agrotóxicos, julgue os itens a seguir. I - A legislação exige que os comerciantes de agrotóxicos sejam responsáveis por assegurar que os produtos comercializados estejam devidamente registrados e autorizados pelo MAPA. II - As regulamentações podem permitir a promoção direta aos consumidores finais, incen- tivando o uso indiscriminado dos agrotóxicos. III - A fiscalização do cumprimento das normas de comercialização e propaganda comercial de agrotóxicos é conduzida pelo Ministério da Agricultura e ANVISA. IV - As propagandas de agrotóxicos podem ser veiculadas em horários destinados ao público infantil, desde que sejam baseadas em informações corretas. É correto o que se afirma em: a) I e IV, apenas. b) I e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, II e III, apenas. e) II, III e IV, apenas. AUTOATIVIDADE 4 1 2. A legislação regulamenta a produção dos agrotóxicos, garantindo que sejam fabricados de acordo com padrões de qualidade e segurança e impõe requisitos para a embalagem e rotulagem dos produtos visando à segurança quanto aos riscos associados. Qual é a função da legislação quanto às embalagens e rotulagem de agrotóxicos? a) Promover a produção de agrotóxicos sem restrições quanto à qualidade e segurança. b) Garantir que os agrotóxicos sejam produzidos sem considerar os riscos associados. c) Impor requisitos rigorosos para a embalagem e rotulagem, fornecendo informações claras e precisas sobre os produtos. d) Permitir que os agrotóxicos sejam comercializados sem embalagens adequadas para minimizar custos. e) Reduzir a importância da informação sobre os riscos associados aos agrotóxicos. 3. Os procedimentos de registro de agrotóxicos incluem a apresentação de detalhes sobre a composição do produto, suas propriedades, assim como os resultados de estudos e experi- mentos que demonstrem a eficácia e segurança do agrotóxico. Qual entidade é responsável pelo registro de agrotóxicos no Brasil, de acordo com a legislação? a) A empresa que fabrica o agrotóxico. b) O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). c) O órgão de saúde pública do governo. d) Organizações de defesa do meio ambiente. e) Agricultores que utilizam o agrotóxico. AUTOATIVIDADE 4 1 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 7 .802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a pro- paganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e em- balagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Brasília, DF, 11 de julho de 1989. BRASIL. Decreto nº 4 .074, de 4 de janeiro de 2002. Regulamenta a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotula- gem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Diário Oficial da União,
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