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LITERATURA 
 
Editora Exato 12 
REALISMO/NATURALISMO 
1. INTRODUÇÃO 
A poesia do final da década de 1860 já anunci-
ava o fim do Romantismo; Castro Alves, Sousândra-
de e Tobias Barreto faziam uma poesia romântica na 
forma e na expressão, mas os temas estavam voltados 
para uma realidade político-social. O mesmo se pode 
afirmar de algumas produções do romance românti-
co, notadamente a de Manuel Antônio de Almeida, 
Franklin Távora e Visconde de Taunay. Era o pré-
Realismo que se manifestava. 
Na década de 70, surge a chamada escola de 
Recife, com Tobias Barreto, Sílvio Romero e outros, 
aproximando-se das idéias européias ligadas ao Posi-
tivismo, ao Evolucionismo e, principalmente, à filo-
sofia alemã. São os ideais do Realismo que 
encontravam ressonância no conturbado momento 
histórico vivido pelo Brasil, sob o signo do abolicio-
nismo, do ideal republicano e da crise da Monarquia. 
Em 1857, o mesmo ano em que no Brasil era 
publicado “O guarani”, de José de Alencar, na Fran-
ça, é publicado “Madame Bovary”, de Gustave Flau-
bert, considerado o primeiro romance realista da 
literatura universal. Em 1865, Claude Bernad publica 
“Introdução à Medicina Experimental”, com uma te-
se sobre a hereditariedade. Em 1867, Émile Zola pu-
blica “Therese Raquin”, inaugurando o romance 
naturalista. 
No Brasil, considera-se 1881 como o ano i-
naugural do Realismo. De fato, esse foi um ano fértil 
para a literatura brasileira, com a publicação de dois 
romances fundamentais, que modificaram o curso de 
nossas letras: Aluísio Azevedo publica O Mulato, o 
primeiro romance naturalista do Brasil; Machado de 
Assis publica Memórias Póstumas de Brás Cubas, o 
primeiro romance realista de nossa literatura. 
Na divisão tradicional da história da literatura 
brasileira, o ano considerado data final do Realismo é 
1893, com a publicação de Missal e Broquéis, ambos 
de Cruz e Sousa, obras inaugurais do Simbolismo. 
No entanto, é importante salientar que 1893 registra o 
início do Simbolismo, mas não o término do Realis-
mo e suas manifestações na prosa, com os romances 
realistas e naturalistas, e na poesia, com o parnasia-
nismo. Basta lembrar que D. Casmurro, de Machado 
de Assis, é de 1900; Esaú e Jacó, do mesmo autor, é 
de 1904. Olavo Bilac foi eleito “príncipe dos poetas” 
em 1907. A Academia Brasileira de Letras, templo 
do Realismo, é de 1897. Na realidade, nos últimos 
vinte anos do século XIX e nos primeiros vinte anos 
do século XX, temos três estéticas que se desenvol-
vem paralelas: o Realismo/ Naturalismo/ Parnasia-
nismo; o Simbolismo e o Pré-Modernismo, que só 
conhecem o golpe fatal em 1922, com a Semana de 
Arte Moderna. 
2. MOMENTO HISTÓRICO 
O Realismo reflete as profundas transforma-
ções econômicas, políticas, sociais e culturais da se-
gunda metade do século XIX. A Revolução Industrial 
iniciada no século XVIII entra numa nova fase, ca-
racterizada pela utilização do aço, do petróleo e da 
eletricidade; ao mesmo tempo, o avanço científico 
leva às novas descobertas nos campos da Física e da 
Química. O capitalismo se estrutura em moldes mo-
dernos, com o surgimento de grandes complexos in-
dustriais; por outro lado, a massa operária urbana 
avoluma-se, formando uma população marginalizada 
que não partilha dos benefícios gerados pelo progres-
so industrial mas, pelo contrário, é explorada e sujeita 
a condições subumanas de trabalho. 
Esta nova sociedade serve de pano de fundo 
para uma nova interpretação da realidade, gerando 
teorias de variadas posturas ideológicas. Numa se-
qüência cronológica, temos o Positivismo, de Augus-
te Comte, preocupado com o real-sensível, o fato, 
defendendo o cientificismo no pensamento filosófico 
e a conciliação da “ordem e progresso” (a expressão, 
utilizada na bandeira republicana do Brasil, é de ins-
piração comtiana); o Socialismo científico de Karl 
Marx e Friedrich Engels, a partir da publicação do 
Manifesto do Partido Comunista, em 1848, definindo 
o materialismo histórico (“o modo de produção da 
vida material condiciona o processo de vida social, 
político e intelectual em geral”- K. Marx) e a luta de 
classes; o Evolucionismo de Charles Darwin, a partir 
da publicação, em 1859, de “A origem das espécies”, 
livro em que ele expõe seus estudos sobre a evolução 
das espécies pelo processo de seleção natural, negan-
do, portanto a origem divina defendida pelo Cristia-
nismo. 
O Brasil também passa por mudanças radicais, 
tanto no campo econômico como no político-social, 
no período compreendido entre 1850 e 1900, embora 
com profundas diferenças materiais, se comparadas 
às da Europa. A campanha abolicionista intensifica-
se a partir de 1850; a Guerra do Paraguai (1864/70) 
tem como conseqüência o pensamento republicano - 
o Partido Republicano foi fundado no ano em que es-
sa guerra acabou; a Monarquia vive uma vertiginosa 
decadência. A Lei Áurea, de 1888, não resolveu o 
problema dos negros, mas criou uma nova realidade. 
O fim da mão-de-obra escrava e a sua substituição 
pela mão-de-obra assalariada, agora representada pe-
las levas de imigrantes europeus que vinham traba-
lhar na lavoura cafeeira, originou uma nova 
 
Editora Exato 13 
economia voltada para o mercado externo, mas agora 
sem a estrutura colonialista. 
3. CARACTERÍSTICAS DO REALISMO E DO 
NATURALISMO 
Antes das principais características, é impor-
tante conhecer a diferença entre Realismo e Natura-
lismo. 
A obra realista volta-se às relações sociais, ob-
servando costumes, relacionamento familiar e amoro-
so, corrupção das grandes instituições, como o 
Estado, a Igreja, a família, o casamento etc. 
O Naturalismo é também realista, só que re-
presenta uma tendência mais voltada ao cientificis-
mo, com aplicação das teorias científicas em voga na 
época, dando ênfase, nas personagens, ao instintivo e 
patológico, ou seja, considerando o homem em sua 
condição animal. Daí, a produção literária naturalista 
apresentar o chamado experimental ou romance de 
tese. 
São estas as características gerais: 
� Crítica ao homem e à sociedade; 
� Surgimento do romance social, psicológico 
e de tese; 
� Narração de fatos partindo da observação; 
� Presença da sexualidade nas obras; 
� Objetivismo: a linguagem deve ser clara e 
não conter dados subjetivos; 
� Ao contrário dos românticos, autor e obra 
procuram ser contemporâneos, isto é, não 
se pode partir da experimentação com algo 
distante de nós; 
� Racionalismo; 
� Linguagem simples e abundância de descri-
ções para que o leitor possa ter a imagem o 
mais próxima possível; 
� Apresentação da realidade em preocupa-
ções morais; 
� As personagens são, em geral, seres que 
encontramos no mundo real; aparece a lin-
guagem de baixo calão, os vícios humanos 
etc. 
� Preferência por enredos que envolvam am-
bientes sociais em desequilíbrio. 
Além dessas, a obra essencialmente naturalista 
apresenta as seguintes características: 
� Ânsia de explicar tudo cientificamente; 
� Determinismo com relação à atitude das 
personagens (nenhum tudo depende de sua 
vontade; pode haver imposição do meio, da 
hereditariedade física e psicológica etc.) 
� O homem e os outros elementos da nature-
za são vistos como sujeitos às mesmas leis 
da evolução; 
 
� O homem é encarado como produto da ra-
ça, do meio e do ambiente; 
� As personagens são semelhantes entre si, na 
medida em que apresentam desequilíbrios 
característicos de sua condição; 
� Preferência por ambientes em que predo-
minem a miséria. 
Romance Realista: cultivado no Brasil por 
Machado de Assis, é uma narrativa mais preocupada 
com a análise psicológica, fazendo crítica à sociedade 
a partir do comportamento de determinados persona-
gens. É interessante constatar que os cinco romances 
da fase realista de Machado apresentam nomes pró-
prios em seus títulos - Brás Cubas; Quincas Borba; 
D. Casmurro; Esaú e Jacó; Aires -, revelando a clara 
preocupação com o indivíduo. Por outro lado, o ro-
mance realista analisa a sociedade “por cima”, ou se-
ja, seus personagenssão capitalistas, pertencem à 
classe dominante; mais uma vez nos voltamos para a 
obra de Machado e percebemos que Brás Cubas não 
produz, vive do capital, o mesmo acontecendo com 
Bentinho; já Quincas Borba era louco e mendigo até 
receber uma herança; o único dos personagens cen-
trais de Machado que trabalhava era Rubião (profes-
sor em Minas), mas recebe a herança de Quincas 
Borba, muda-se para o Rio e não trabalha mais, vi-
vendo do capital. O romance realista é documental, 
retrato de uma época. 
Romance Naturalista: cultivado no Brasil por 
Aluísio Azevedo e Júlio Ribeiro; o caso de Raul 
Pompéia é muito particular, pois seu romance “O A-
teneu” ora apresenta características naturalistas, ora 
realistas, ora impressionistas. A narrativa naturalista 
é marcada pela forte análise social a partir de grupos 
humanos marginalizados, valorizando o coletivo. In-
teressa também notar que os títulos dos romances na-
turalistas apresentam a mesma preocupação: O 
mulato, O cortiço, Casa de pensão, O ateneu. Há in-
clusive, sobre o romance O Cortiço, a tese de que o 
principal personagem não é João Romão, nem Berto-
leza, nem Rita Baiana, nem Pombinha, mas sim o 
próprio cortiço ou, como afirma Antônio Cândido, “o 
romance é o nascimento, vida, paixão e morte de um 
cortiço”. Por outro lado, o naturalismo apresenta ro-
mances experimentais; a influência de Darwin se faz 
sentir na máxima naturalista segundo a qual o homem 
é um animal. Portanto, antes de usar a razão, deixa-se 
levar pelos instintos naturais, não podendo ser repri-
mido em suas manifestações instintivas, como o se-
xo, pela moral da classe dominante. A constante 
repressão leva às taras patológicas, tão ao gosto natu-
ralista, em conseqüência, esses romances são mais 
ousados e erroneamente tachados por alguns de por-
nográficos, apresentando descrições minuciosas de 
atos sexuais, tocando, inclusive, em temas então pro-
ibidos, como o homossexualismo: tanto o masculino, 
 
Editora Exato 14 
como em “O Ateneu”, quanto o feminino em “O cor-
tiço”. 
4. MACHADO DE ASSIS 
Estás sempre aí, bruxo alusivo e zombeteiro, 
que resolves em mim tantos enigmas.” 
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu a 21 
junho de 1839 no Morro do Livramento, Rio de Ja-
neiro. Seu pai era brasileiro, mulato e pintor de pare-
des; sua mãe era portuguesa da ilha de Açores e 
lavadeira. Freqüentou por pouco tempo uma escola 
pública, onde aprendeu as primeiras letras; aos 16 
anos já freqüentava a tipografia de Paula Brito, onde 
se publicava a revista Marmota Fluminense, em cujo 
número de 21 de janeiro de 1855 sai o poema “Ela”: 
era a estréia de Machado de Assis nas letras. No ano 
seguinte, começa a trabalhar como aprendiz de tipó-
grafo, depois revisor, ao mesmo tempo em que cola-
bora com artigos em vários jornais da época. Em 12 
de novembro de 1869, casa-se com Carolina Xavier 
de Novais, portuguesa de boa cultura, irmã do poeta 
Faustino Xavier de Novais, amigo de Machado. 
Em 1873, é nomeado primeiro oficial da Se-
cretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Co-
mércio e Obras Públicas. Como servidor público, 
teve uma carreira meteórica que lhe deu tranqüilidade 
financeira; já em 1892 era Diretor-Geral do Ministé-
rio da Viação. Em 1897, Machado é eleito presidente 
da recém-fundada Academia Brasileira de Letras 
(também chamada “Casa de Machado de Assis”), 
concretizando o velho sonho de reunir a elite dos es-
critores da época em um fechado clube literário. 
Após a morte de sua esposa, o romancista ra-
ramente saía; sua saúde, extremamente abalada pela 
epilepsia, por problemas nervosos e por uma gaguez 
progressiva, contribuía para o seu isolamento. Morre 
em 1908, a 29 de setembro, em sua confortável casa 
do Cosme Velho. 
Costuma-se dividir a obra de Machado de As-
sis em duas fases distintas: a primeira fase apresenta 
o autor ainda preso a alguns princípios da escola ro-
mântica, sendo, por isso, chamada de fase romântica 
ou de amadurecimento; a segunda apresenta o autor 
completamente definido dentro das idéias realistas, 
sendo, portanto, chamada de fase realista ou de matu-
ridade. Machado foi romancista, contista e poeta, a-
lém de deixar algumas peças de teatro e inúmeras 
críticas, crônicas e correspondências. 
5. MACHADO DE ASSIS ... E UMA LEVE I-
RONIA 
Machado de Assis foi um ótimo crítico literá-
rio, principalmente de sua própria obra. Portanto, na-
da melhor do que o próprio autor para nos dar 
algumas idéias sobre a evolução de seus romances e 
contos, da fase romântica para a fase realista: 
 
Advertência da Nova Edição 
“Este foi o meu primeiro romance, escrito aí 
vão muitos anos. Dado em nova edição, não lhe alte-
rei a composição nem o estilo, apenas troco dois ou 
três vocábulos, e faço tais ou quais correções de orto-
grafia. Como outros que vieram depois, e alguns con-
tos e novelas de então, pertence à primeira fase da 
minha vida literária.” 
(ASSIS, Machado de. Ressurreição. São Paulo, Edigraf, s.d. p. 09) 
 
Ou então esta advertência para uma das reedi-
ções de Helena: 
 
Advertência 
“Esta nova edição de Helena sai com várias 
emendas de linguagem e outras, que não alteram a 
feição do livro. Ele é o mesmo da data em que com-
pus e imprimi, diverso do que o tempo me foi depois, 
correspondendo, assim, ao capítulo da história do 
meu espírito, naquele ano de 1876. 
Não me culpeis pelo que lhe achardes roma-
nesco. Dos que então fiz, este me era particularmente 
prezado. Agora mesmo, que há tanto me fui a outras 
e diferentes páginas, ouço um eco remoto ao reter es-
tas, eco de mocidade e fé ingênua. E claro que, em 
nenhum caso, lhes tiraria a feição passada: cada obra 
pertence ao seu tempo”. 
(ASSIS, Machado de.) 
 
Observa-se, portanto, que o próprio autor nos 
dá a dimensão exata das fases de sua obra, assumindo 
uma posição paternal ao comentar e se desculpar das 
obras da primeira fase, nostalgicamente relembradas 
como uma época de fé ingênua, ingenuidade esta 
perdida ao trilhar novos caminhos: “me fui a outras e 
diferentes páginas”, ou seja, páginas realistas. 
No entanto, apesar de romanescos, os roman-
ces e contos dessa época já indicavam algumas carac-
terísticas que mais tarde se consolidariam na obra de 
Machado: o amor contrariado, o casamento por inte-
resse, uma ligeira preocupação psicológica e uma le-
ve ironia. 
Machado de Assis – Primeira Fase 
Na fase romântica, suas poesias prendem-se 
aos padrões de autores românticos ou mesmo de al-
guns árcades. São poemas sem grande preocupação 
formal, embora se perceba sempre uma linguagem 
bem cuidada; a temática é amorosa ou nacionalista, 
principalmente em seu livro “Americanas”, onde é 
mais perceptível a influência de Gonçalves Dias. 
Nessa primeira fase, Machado produziu três livros de 
poesias e, na fase realista, apenas um volume. Nos úl-
timos 20 anos de sua vida, quando é mais intensa a 
produção da prosa realista, ele não mais escreve po-
emas. 
 
 
 
Editora Exato 15 
Machado de Assis - Segunda Fase 
Na segunda fase, Machado é um perfeito par-
nasiano, fazendo sonetos metrificados, rimados, nu-
ma linguagem apuradíssima, revelando uma profunda 
preocupação formal; exalta o conceito da “arte pela 
arte” e tematicamente assume uma postura filosófica 
e pessimista, lembrando a poesia de Raimundo Cor-
reia e Olavo Bilac. Seus sonetos mais famosos são 
“Círculo Vicioso”, “Soneto de Natal” e “A Carolina”. 
É neste item que Machado de Assis realmente 
nos interessa, pois à prosa realista pertencem as ver-
dadeiras obras-primas do romancista e contista. A 
análise psicológica dos personagens, o egoísmo, o 
pessimismo, o negativismo, a linguagem correta, 
clássica, as frases curtas, a técnica dos capítulos cur-
tos e da conversa com o leitor são as principais carac-
terísticas dos textos realistas, ao lado de uma análise 
da sociedade e da crítica aos valores românticos. 
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”, além de 
ser o primeiro romance realista de nossa literatura, é 
uma obra inovadora, revolucionária, comuma série 
de posições que distinguiriam as obras-primas ma-
chadianas. O livro é revolucionário a partir da sua 
própria estrutura: são memórias, mas póstumas! Ou 
seja, o narrador rememora sua vida após a morte, ge-
rando, desta forma, um defunto-autor - a narração é 
feita em 1ª pessoa. Qual o objetivo de Machado ao 
criar um narrador que já está morto? Ora, para narrar 
sua vida com total isenção, Brás Cubas teria que estar 
totalmente desvinculado de qualquer relação com a 
sociedade, com a própria vida. A morte favorece um 
total descomprometimento, uma total sinceridade. 
Brás Cubas, ao iniciar a narração, já está morto, en-
terrado e ... comido pelos vermes. Observe a dedica-
tória do livro: 
“Ao verme que primeiro roeu as frias carnes 
do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas 
memórias póstumas.” 
Com o verbo no passado: roeu. O que significa 
que Brás Cubas não é mais nada, não existe, não deve 
satisfações a ninguém, é livre, soberano absoluto para 
pintar a vida, pintar as pessoas, pintar-se: 
“... não sei se lhe meti algumas rabugens de 
pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevi-a com 
a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é di-
fícil antever o que poderá sair desse conúbio.” 
Os contos da fase realista seguem, em linhas 
gerais, as mesmas diretrizes dos romances, guardadas 
as diferenças de um gênero para outro. Sempre há a 
preocupação psicológica, a fronteira entre a loucura e 
a lucidez, a ironia social e política. 
 
 
 
 
Um apólogo 
Era uma vez uma agulha, que disse a um nove-
lo de linha: 
 Por que está você com esse ar, toda cheia de 
si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa 
neste mundo? 
 Deixe-me, senhora. 
 Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque 
lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que 
sim, e falarei sempre que me der na cabeça. 
 Que cabeça. A senhora não é alfinete, é a-
gulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o 
meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Impor-
te-se com a sua vida, e deixe a dos outros. 
 Mas você é orgulhosa. 
 Decerto que sou. 
 Mas por quê? 
 É boa! Porque coso. Então os vestidos e en-
feites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? 
 Você? Esta agora é melhor. Você é que os 
cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito 
eu? 
 Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, 
prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados... 
 Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pa-
no, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, 
obedecendo ao que eu faço e mando... 
 Também os batedores vão adiante do impe-
rador. 
 Você imperador? 
 Não digo isso. Mas a verdade é que você 
faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mos-
trando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e 
ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... 
Estavam nisto, quando a costureira chegou à 
casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava 
em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé 
de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, 
pegou o pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfi-
ou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra 
iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a 
melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis 
como os galgos de Diana - para dar a isto uma cor 
poética. E dizia a agulha: 
 Então, senhora linha, ainda teima no que 
dizia há pouco? Não repara que esta distinta costurei-
ra só se importa comigo: eu é que vou aqui entre os 
dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima... 
A linha não respondia nada; ia andando. Bura-
co aberto pela agulha era logo enchido por ela silen-
ciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está 
para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela 
não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andan-
do. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se 
ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pa-
no. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para 
 
Editora Exato 16 
o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até 
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o bai-
le. 
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A 
costureira que a ajudou a vestir-se, levava a agulha 
espetada no corpinho, para dar algum ponto necessá-
rio. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e 
puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, 
alisando, abotoando, acolchetando. A linha, para mo-
far da agulha, perguntou-lhe: 
 Ora agora, diga-me, quem é que vai dançar 
com ministros e diplomatas, enquanto você volta para 
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das 
mucamas? Vamos, diga lá. 
Parece que a agulha não disse nada; mas um 
alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, 
murmurou à pobre agulha: 
 Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir 
caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, en-
quanto aí ficas na caixinha da costura. Faze como eu, 
que não abro caminho para ninguém. Onde me espe-
tam, fico. 
Contei esta história a um professor de melan-
colia que me disse, abanando a cabeça:  Também 
eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária! 
(ASSIS, Machado de - Contos. Rio de Janeiro, Agir, 1963) 
A propósito do texto 
a) Quantas personagens aparecem no conto? 
Quantas falam? 
b) Você diria que este conto de Machado de Assis 
se aproxima da fábula? 
c) A quem você daria razão: à agulha ou à linha? 
Por quê? 
d) Beto Guedes e Ronaldo Bastos compuseram a 
música “O sal da terra”; leia atentamente o fragmento 
abaixo e compare-o ao conto de Machado de Assis. 
“Vamos precisar de todo mundo 
um mais um é sempre mais que dois 
Para melhor juntar as nossas forças 
É só repartir melhor o pão 
Recriar o paraíso agora 
Para merecer quem vem depois.” 
 
6. AUTORES E OBRAS 
a) Raul Pompéia - Como escritor, Raul Pom-
péia pertence a um grupo de homens de letras que se 
notabilizaram em nossa literatura, graças a um único 
livro. O valor literário da obra “O Ateneu” superou 
todas as outras publicações do autor. 
“O Ateneu” é um livro de memórias, denomi-
nado por Raul Pompéia como “Crônica de Sauda-
des”. Foi publicado em 1888, em folhetim, em “A 
gazeta de notícias”. 
 
Raul Pompéia em “O Ateneu” optou por um 
personagem narrador - Sérgio - que liberta sua cons-
ciência, produzindo uma espécie de romance autobi-
ográfico em que se confundem realidade e ficção. O 
autor estudou em um colégio interno - o Colégio Abí-
lio - cujo diretor apresentava uma figura autoritária e 
monarquista; o personagem narrador, no romance, 
recorda seus tempos de aluno no Colégio Ateneu, cu-
jo diretor também apresentava uma figura autoritária 
e monarquista. O diretor do Ateneu, professor Aris-
tarco A. de Ramos era odiado pelos alunos. Ele trata-
va os alunos de acordo com o seu nível social e 
econômico. 
A obra “O Ateneu” apresenta aspectos realistas 
e naturalistas; realistas, quando o narrador enfatiza o 
evolucionismo ou darwinismo nas relações entre alu-
nos e diretor/alunos e, também, quando apresenta nas 
atitudes do diretor Aristarco a hipocrisia nas relações 
sociais burguesas. Os aspectos naturalistas impõem-
se no determinismo (representado pela influência do 
meio e das circunstâncias) e no evolucionismo (a luta 
pela “sobrevivência” dentro do Ateneu, onde preva-
lecia a “lei do mais forte”). 
Alguns historiadores da literatura não enqua-
dram a obra nem no Realismo nem no Naturalismo, 
por esta fugir à exatidão descritiva e à frieza destes 
dois estilos. Estes historiadores julgam a obra “O A-
teneu” como sendo impressionista, uma vez que re-
flete a impressão que a realidade despertou no artista. 
Na literatura, o impressionismo caracteriza-se: 
� pelo registro de impressão de coisas e fatos 
provocados no espírito e na lembrança da 
personagem; 
� por importar mais as emoções e impressões 
que a ação; 
� pela memória do narrador, que reporta tudo 
ao leitor; 
� o narrador é onisciente e conhece o interior 
das personagens. 
� pela subjetividade da narrativa e os porme-
nores importarem mais que a descrição do 
todo. 
 
b) AluísioTancredo Gonçalves de Azevedo 
(1857 - 1913) - por ser dos poucos escritores que vi-
viam de suas publicações, alterna romances românti-
cos, os quais denominava “comerciais”, de consumo, 
com os naturalistas da nova tendência, pelos quais 
deve ser reconhecido. 
Seguindo Émile Zola e Eça de Queirós, o autor 
escreve “romances de tese”, com clara conotação so-
cial. Percebe-se a preocupação com as classes margi-
nalizadas, a crítica ao conservadorismo, ao clero, à 
classe dominante e a defesa declarada do ideal repu-
blicano. Na postura materialista, positivista, há a va-
lorização dos instintos naturais na comparação dos 
personagens a animais. Para o autor, a degradação da 
classe social marginalizada dá-se pela pressão social 
e pelo determinismo, teoria considerada válida. 
 
Editora Exato 17 
Para alguns críticos, o defeito de sua obra natu-
ralista reside no fato de as personagens reduzirem-se 
a meras caricaturas, meros tipos, esquemas sem vida 
interior; ao mesmo tempo, sua grande virtude está no 
poder de retratar grupos humanos. Bons objetos de 
estudo são seus romances naturalistas: O mulato, um 
marco inicial desse estilo, Casa de pensão e O corti-
ço. Entre seus romances românticos, que seguem a 
receita folhetinesca, estão: Uma lágrima de mulher, 
sua estréia, Memórias de um condenado, Filomena 
Borges, A mortalha de Alzira e outras. 
c) Inglês de Sousa (1853 - 1918), inicialmente 
voltado para o romance romântico regionalista, torna 
evidente sua filiação ao naturalismo com sua obra O 
missionário, em que retoma a polêmica a respeito do 
celibato clerical como se influenciada pelas teorias 
determinista e positivista. 
d) Adolfo Caminha (1867 - 1897) tem na obra 
O bom crioulo sua ênfase naturalista em que baseia o 
enredo no homossexualismo entre marinheiros. Em A 
normalista e Tentação revela a sociedade corrompida 
e amoral. 
e) Domingos Olímpio (1850 – 1906) pertence 
ao “ciclo das secas”. Em sua obra Luzia-Homem, há 
uma seqüência de cenas naturalistas da seca nordesti-
na. Retrata a penúria dos retirantes, a rudeza do am-
biente semi-árido e a secura dos homens. 
ESTUDO DIRIGIDO 
1 
Texto A 
“E uma sala em quadro, toda ela de uma alvura 
deslumbrante, que realça o azul celeste do tapete de 
rico recamado de estrelas e a bela cor de ouro das 
cortinas e do estofo dos móveis. A um lado, duas es-
tatuetas de bronze dourado representando o amor e a 
castidade sustentam uma cúpula oval de forma ligei-
ra, donde se desdobram até o pavimento bambolins 
de cassa finíssima. Doutro lado, há uma lareira, não 
de fogo, que o dispensa nosso ameno clima flumi-
nense, ainda na maior força do inverno. Essa chaminé 
de mármore cor-de-rosa é meramente pretexto para o 
cantinho de conversação” 
(José de Alencar, Senhora). 
 
Texto B 
“O quarto respirava todo um ar triste de des-
mazelo e boêmia. Fazia má impressão estar ali: o 
vômito de Amâncio secava-se no chão, azedando o 
ambiente; a louça que servira ao último jantar, ainda 
coberta de gordura coalhada, aparecia dentro de uma 
lata abominável, cheia de contusões e roída de ferru-
gem. Uma banquinha, encostada à parede, dizia com 
seu frio aspecto desarranjado que alguém estivera aí a 
trabalhar durante a noite, até que se extinguira a vela, 
cujas últimas gotas de estearina se derramavam me-
lancolicamente pelas bordas de um frasco de xarope 
Larose, que lhe fizera as vezes de castiçal”. 
(Aluísio de Azevedo, Casa de Pensão) 
Responda: 
a) Os textos A e B, extraídos de romances de esti-
los de épocas (ou escolas literárias) diferentes, 
teriam algum ponto em comum? Justifique a 
resposta. 
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_____________________________________ 
b) A que estilo de época pertence o texto A? Cite 
uma característica desse estilo que se compro-
ve pelo texto. 
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c) O texto B pertence a um romance realista ou 
naturalista? Justifique sua resposta. 
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2 
Olhos de Ressaca 
Enfim, chegou a hora da encomendação e da 
partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o de-
sespero daquele lance consternou a todos. Muitos 
homens choravam também, as mulheres todas. Só 
Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si 
mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A 
confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou al-
guns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixona-
damente fixa, que não admira lhe saltassem algumas 
lágrimas poucas e caladas... 
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela: 
Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a 
gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a 
amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a re-
tinha também. Momento houve em que os olhos de 
Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem 
pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, 
com a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar 
também o nadador da manhã. 
Dom Casmurro. São Paulo, Moderna. 
a) Que atitude de Capitu chamou a atenção de 
Bentinho, fazendo que ele passasse a observá-
la mais atentamente? 
 
Editora Exato 18 
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b) Por que pareceu a Bentinho que o cadáver de 
Escobar exercia grande atração sobre Capitu? 
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c) Ao falar do choro de Capitu, Bentinho se refe-
re a “algumas lágrimas poucas e caladas...” 
Que sentido tem o adjetivo caladas nessa pas-
sagem? O que insinua Bentinho com ele? 
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d) José Dias tinha dito, certa vez, que Capitu ti-
nha “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. 
Esse comentário encontra justificativa no com-
portamento de Capitu na cena do velório? Por 
quê? 
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e) Em que passagem do texto se justifica o título 
“Olhos de Ressaca”? E o que insinua Bentinho 
com essa comparação? 
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EXERCÍCIOS 
1 Todas as características enunciadas a seguir per-
tencem à obra de ficção de Machado de Assis, 
exceto: 
a) Preocupação em analisar o mundo interior das 
personagens. 
b) Sondagem dos motivos secretos do comporta-
mento humano. 
c) Visão pessimista e desencantada do relaciona-
mento humano. 
d) Análise do comportamento humano sempre à 
luz das teorias deterministas. 
 
2 (UNEB-BA) Considere os seguintes fragmentos: 
I. Combinam-se personagens e interesses com o 
exclusivo objetivo do casamento: é assim que a 
ideologia burguesa acaba por condicionar as 
conveniências de classe, mal disfarçadas pelo 
idealismo com base em virtudes abstratas, as-
sumido pelo escritor. 
II. Estruturalmente, a forma do romance busca re-
novação: a intriga cede lugar à análise psicoló-
gica ou social, com vistas ao conhecimento das 
causas profundas do comportamento seja do in-
divíduo, seja da classe a que pertence. 
III. Empresta-se um verniz medieval às façanhas 
de nossos nativos, como se a civilização pré-
cabralina constituísse nossa gloriosa Idade Mé-
dia. 
As afirmações 
a) I e II referem-se à prosa realista, e III, à ro-
mântica. 
b) I refere-se àprosa romântica, e II e III, à rea-
lista. 
c) I e III referem-se à prosa romântica, e II, à rea-
lista. 
d) I refere-se à prosa realista, e II e III, à românti-
ca. 
e) I e III referem-se à prosa realista, e II, à ro-
mântica. 
 
3 Das afirmações abaixo, assinale a única que pode 
ser considerada correta quanto ao Realismo. 
a) Apesar das intenções criticas, acabou fazendo a 
apologia da família burguesa e do catolicismo. 
b) Desenvolveu uma literatura voltada principal-
mente para os problemas rurais, denunciando o 
abandono e a pobreza do interior do Brasil. 
c) Criou o romance regionalista, exaltando a vida 
no interior do país e valorizando as raízes na-
cionais. 
d) Procurou analisar com objetividade e senso 
crítico os problemas sociais e humanos. 
 
 
Editora Exato 19 
4 Com relação ao Naturalismo, é válido afirmar 
que: 
a) Acentua a influência do meio ambiente para 
ressaltar que o ser humano é capaz de superá-la 
e criar seu próprio modo de vida. 
b) Destaca bastante o papel do meio social e dos 
caracteres hereditários na explicação do com-
portamento humano. 
c) É oposto ao Realismo, pois julga que a literatu-
ra não deve se preocupar com problemas soci-
ais. 
d) Demonstra grande preocupação em analisar o 
ser humano do ponto de vista estritamente psi-
cológico, isolando-o do meio social. 
 
5 (UFMS-MS) A propósito do Naturalismo, julgue 
os itens: 
1111 O ser é retratado como produto do meio. 
2222 O escritor evita julgar ações e personagens de 
um ponto de vista ético e moral, pois seu intui-
to é expor e analisar cientificamente a realida-
de. 
3333 É um tipo de Realismo que tenta explicar ro-
manticamente a conduta e o modo de ser dos 
personagens. 
4444 No Brasil, o romance naturalista exalta o ho-
mem meta físico, em oposição ao homem ani-
mal, cujas ações e intenções o escritor 
condena. 
5555 Tem como características, entre outras, o de-
terminismo biológico, a tematização do pato-
lógico e a aplicação do método experimental. 
 
6 (F.M.Santa Casa-SP) A ficção realista de Ma-
chado de Assis, no século XIX: 
a) Inaugura a literatura regionalista de problemá-
tica existencial. 
b) Continua uma literatura de caráter cientificista 
iniciada no Naturalismo. 
c) Antecipa o romance moderno de linha intros-
pectiva. 
d) Cria uma literatura que retrata os conflitos das 
camadas populares. 
e) Incorpora a temática da oposição entre meio 
urbano e meio rural. 
 
7 (F.C. CHAGAS) Assinale a alternativa em que 
estão indicados os textos que analisam correta-
mente alguns aspectos do romance realista. 
I - As personagens independem do julgamento do 
narrador, reagindo cada uma de acordo com a 
sua própria vontade e temperamento. 
II - A linguagem é poeticamente elaborada nos di-
álogos, mas procura alcançar um tom coloqui-
al, com traços de oralidade, nas partes 
narrativas e descritivas. 
III - Observa-se o predomínio da razão e da ob-
servação sobre o sentimento e a imaginação. 
a) I, II, III. 
b) I e II . 
c) I e III. 
d) II. 
 
8 Use (R) se a característica for realista; (P) se for 
parnasiana; (N) se for naturalista e (F) se for de 
outra Escola: 
( ) Preocupação científica. 
( ) Perfeição da forma. 
( ) Exploração de temas exóticos. 
( ) Predomínio do sujeito e sentimentalismo. 
( ) Determinismo (materialista). 
( ) Pastoralismo e bucolismo. 
( ) Tentativa de alcançar a impassibilidade. 
( ) Culto do contraste 
 
9 Numere a primeira coluna de acordo com a se-
gunda, considerando obra e autor: 
 
( ) O mulato 
( ) O Missionário 
( ) O bom crioulo 
( ) Helena 
( ) A carne 
( ) O cortiço 
( ) O ateneu 
( ) A normalista 
( ) Quincas Borba 
 
1. Machado de Assis 
2. Raul Pompéia 
3. Aluízio Azevedo 
4. Adolfo Caminha 
5. Inglês de Sousa 
6. Júlio Ribeiro 
 
 
GABARITO 
Estudo Dirigido 
1 
a) Sim. Ambos procuram retratar ambientes (no 
caso, opostos). 
b) Romantismo. A linguagem desenhada, o ambi-
ente rico. 
c) Naturalista. A preferência por ambientes po-
bres. 
2 
a) O modo como Capitu olhava o corpo de Esco-
bar, “tão apaixonadamente fixa’”. 
b) Porque parecia que ela não conseguia afastar-
se do cadáver. 
c) Caladas pode referir-se à intenção de Capitu de 
esconder os sentimentos, não permitindo que 
os outros soubessem o que existia dentro dela. 
Com isso, o narrador insinua que Capitu pare-
cia estar tentando esconder alguma coisa que 
gostaria de poder dizer abertamente. 
 
Editora Exato 20 
d) Sim. Porque Capitu disfarça suas emoções; 
mas desta vez, para Bentinho, pelo menos, ela 
não conseguiu ser tão dissimulada como cos-
tumava ser. A emoção era forte demais e ela se 
compromete com suas lágrimas tão sentidas, 
fazendo que o marido começasse a suspeitar de 
sua fidelidade. 
e) “Momento houve (...) nadador da manhã”. Ele 
insinua que Escobar também fora atraído, tra-
gado pelos olhos de Capitu. 
Exercícios 
1 D 
2 C 
3 D 
4 B 
5 C, C, E, E, C 
6 C 
7 C 
8 N, P, P, F, R, F, P, F 
9 3/5/4/1/6/3/2/4/1

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